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CURSO DE MEDICINA
R O TA Ç Ã O D E G I N E C O L O G I A
CARLOS RAMULI
6ºANO
Miomas uterino
Conteúdo
Conceito
Epidemiologia
Etiopatogênia
Classificação
Quadro clínico
Diagnóstico
Tratamento
Complicações
Bibliografia
Conceito
São tumores benignos formados por fibras musculares lisas
do útero com estroma de tecido conjuntivo em proporções
varíaveis.

São também denominados: fibroma, fibromioma,


leiomiofibroma, fibroíde, escleroma, leiomioma.
Epidemiologia
É o tumor benigno da musculatura lisa > frequnte no sexo feminino (
95% )
Difícil precisão da incidência: miomas uterino pequenas e
assintománticos ( 75% )
Acomete 20-40% de mulheres em idade reprodutiva
 > incidência entre 30-40anos, raro antes 20 anos
Responsável por 1/3 do total de histerectomia
0,07 a 0,5% evoluem para leiomiossarcoma.
Fatores de risco
História familiar ( 1° grau )
Idade
Raça negra
Nuliparidade
Menarca precoce e menopausa tardia
Dieta ( carnes vermelhas, alcóol, cafeína)
Obesidade
Hipertensão arterial
Fatores protetores
Primiparidade precoce
Tabagismo
Dieta rica em verduras
ACO ( reduzindo o risco de 17% a cada 5 anos de uso )
Multiparidade
Etiopatogênia
A gênese do mioma não esta totalmente esclarecida
Envolvidos fatores genéticos, hormonais e de crescimento:
Fatores genéticos: 40% dos miomas apresentam anomalias
cromossómicas detectáveis (translocações, deleções e trissomias )
Fatores hormonais: estrogénio e progesterona.

Fatores de crescimento: produzidos pelas células musculares lisas e


fibroblastos, promovem o crescimento dos miomas.
cont
1.Estrogênio : Principal factor determinante no crescimento tumoral;
Age directamente sobre a proliferação celular dos miomas ou mediado por factores de
crescimento.
Existe maior numero de receptores de estrogénio no mioma.
2.Progesterona: Inibe a apoptose→↑a expressão da proteína bcl-2(inibidora da poptose),↓o
factor necrose tumoral(promotor da apoptose)→estimulando o crescimento tumoral.
Aumenta o factor epidérmico .
O estrogénio age aumentando os receptores de progesterona no mioma que nos tecidos
normais.
Patologia
Macroscopicamente: são circunscritos, bem delimitados, possuem
pseudocápsula que facilita sua enucleação, aparência nodular que
variam segundo a proporção de t. conjuntivo (duros amolecidos com
coloração rósea ).
Microscopicamente: as fibras musculares lisas estão distribuídas de
forma espiralada, entremeadas por tecido conjuntivo em proporções
varíavel.
2/3 dos miomas volumosos sofrem degeneração modificando sua
consistência e forma : hialina, cística, mucoíde,
rubra/vermelha/carnosa, gordurosa, necrose, calcificação,
sarcomatosa (0,07-0,5% ) .
Classificação
Quanto ao volume:
Pequeno: o fundo uterino não ultrapassa a sínfise púbica.
Médio: o fundo uterino está entre a sínfise púbica e a cicatriz umbilical.
Grande: o fundo uterino ultrapassa a cicatriz umbilical.

Quanto à porção uterina:


Cervicais ( 2,6% ): localizam-se no colo uterino. Desenvolvem-se para dentro da
vagina,razão das infecções frequentes.
ístmicos (7,2%): localizam-se no ístimo. dolorosos e repercussões sobre o s.
urinário.
Corporais (91,2%): são os mais frequentes podendo atingir grandes volumes
sem nenhuma clínica.
Quanto à camada uterina:
Subsereso 20% : se localiza na superfície do útero, entre o miométrio e o
revestimento peritoneal, abaixo da serosa uterina. Pode ser séssil / pediculado.
Provoca menos sintomas
Intramural 75%: localizado no miométrio.
Submucoso 5% : localiza- se abaixo do endométrio, com projeção para a
cavidade uterina. Pode ser séssil/ pediculado. É a forma que provoca mais
hemorragias.
Intraligamentar: localiza-se no ligamento largo.
Paridos : crescimento exagerado do pedículo dos submucosos, que culmina
com exteriorização pelo colo uterino.
Quadro clínico
Sintomas são relacionados directamente com: tamanho, número e localização
dos miomas.
> sao assintomáticos.
Sangramento anormal: metrorragias, menorragia e hipermenorreia.
Dor: no baixo ventre com irradiação para a região lombar e membros inferiores.
Aumento do volume abdominal: miomas volumosos / múltiplos
Distúrbios urinários: polaciúria, incontinência urinária, hidronefrose, ITU.
Distúrbios intestinais: constipação, fezes em fita e hemorroídes.
Distúrbios venosos: por compressão
Corrimento vaginal
Infertilidade : oclusão dos óstios tubários nos tumores fúndicos,
alterações endometriais vasculares impedindo a nidação,
incapacidade de distensão uterina nos miomas múltiplos/
volumosos.

Subserosos: sintomas compressivos e distorção anatómica de


orgãos adjacentes
Intramurais: sangramento e dismenorreia.
Submucosos: sangramentos irregulares e associação com disfunção
reprodutiva.
Dianóstico
•História clínica
•Exame físico ( toque vaginal bimanual )
Exames complementares:
• Ecografia pélvica/ transvaginal ( nódulos hipoicoicos na parede uterina )
•Histerossalpingografia
•Histeroscopia
•Videolaparoscopia
•TAC/ RM
•Hemograma completo, bioquímica, urocultura
Tratamento
A conduta terapéutica deve levar em conta diversos fatores:
Idade da paciente
Sintomas
Desejo de engravidar
Tamanho do tumor
Localização
Conduta expetante

Acompanhamento e exame ginecológico de rotina


Ultrassonografias seriados ( trimestralmente/ mensalmente )
Tratamento clínico
Analogos de GnRH: > efectivos, causam hipoestrogenismo, levam a redução do
volume dos miomas (35-60%) e diminui o sangramento, podendo facilitar a
cirurgia e melhorar o hematócrito no pré-operatório. Normalmente não se deve
utilizado por > 6meses devido a seus efeitos colaterais como perda de massa
óssea, distúrbio de perfil lipídico.
Leuprolida de depósito (3,75 mg IM mensalmente) ou nafarelina (0,2-0,4
mg por via intranasal 2x/ dia)
ACO: não há evidências de que sejam efectivos no tratamento dos miomas,
mas são eficazes para a correção do sangramento uterino disfuncional.
Danazol: 400-800mg/dia causa supressão de secreção de GnRH, inibição
direta da esteroidogênese, aumenta a depuração metabólica de estrogénio e
progesterona, induz amenorreia diminuindo a anemia. Sendo controverso seu
efeito no volume dos miomas.
Gestrinoma: promove redução do tamanho do tumor até após 18meses do
termino do tratamento e induz amenorreia. Dose: 2,5mg 2x/semana.
Acetato de medroxiprogesterona 150mg IM a cada 3meses, causa amenorreia e
diminui a anemia.
CI:os com antecedentes de fenômenos tromboembólicos
Tratamento cirúrgico
Miomectomia
Indicação: desejo da paciente em manter a fertilidade e o útero.
Pode ser por via laparotómica, vaginal, laparoscópica ou histeroscópica,
dependendo da localização e do número de miomas a serem retirados.
Laparatomia: indicado( miomas múltiplos, útero volumoso com miomas
intramurais > 5-8cm )
Laparoscópica: indicado ( úteros não muito volumosos , miomas subserosos/
poucos miomas intramurais <3 , quando profundo deve ser evitada).
Histeroscópica: indicado para miomas submucosos.
Histerectomia
Indicação: presença de sintomas, falha no tratamento clínico e
sem desejo de engravidar.
As histerectomias podem ser fúndicas, subtotais/ totais.
A histerectomia subtotal fica reservada apenas para os casos de
grande dificuldade técnica intraoperatória.
A abordagem operatória pode ser feita por videolaparoscopia,
laparatomia / por via vaginal.
Embolização da artéria uterina
Nova opção para o tratamento dos miomas sintomáticos com
melhora de menorragia e diminuição do volume uterino.
Vantagem: tratar todos miomas simultaneamente, pouco invasiva,
não provoca aderencias e permite rápido retorno ao trabalho.
O risco de insuficiência ovariana, reserva este procedimento para
pacientes que não desejam gestação.
Bibliografia
Medcurso
Uptodate
Rotinas em Ginecolgia Fernando Freitas 6ed
Ginecologia fundamental José Carlos de Jesus Conceição
Muito obrigado!!!

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