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Módulo 4 - Necessidades Específicas de Educação

Formadora: Marlene Fonseca

2016 Auxiliar de Ação Educativa e Ensino Especial 1


Necessidades Específicas de Educação

 Evolução histórica do conceito de necessidades específicas de

educação
 Caracterização das N.E.E.

 Intervenção precoce

Auxiliar de Ação Educativa e Ensino


2016 2
Especial
Evolução histórica do conceito de
necessidades específicas de educação

Caracterização das N.E.E.

2016 Auxiliar de Ação Educativa e Ensino Especial 3


Problemas de cognição

- DEFICIÊNCIA MENTAL
Quando aprendermos a conviver com
as diferenças, certamente teremos
um mundo melhor.

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Especial
Deficiência mental

Abordagem Histórica/Conceito
 A deficiência Mental (DM) é um determinado fenómeno
que se manifesta desde sempre na sociedade;
 A DM é definida como uma dificuldade quer a nível das
aprendizagens, quer a nível da realização de certas tarefas
da atividades diária.

 Os especialistas arranjaram uma forma de distinguir as


pessoas diferentes (através de critérios de selecção),
como se vão chamar(terminologia), e o que lhes está
reservado(tratamento/intervenção).

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2016 5
Especial
Deficiência mental
Conceito

 A Deficiência Mental refere-se a limitações no


funcionamento intelectual geral abaixo da média,
ocorrendo limitações em duas ou mais áreas do
comportamento adaptativo: comunicação, tomar conta
de si, vida doméstica, capacidades sociais, uso dos
recursos da comunidade, autodeterminação, saúde e
segurança, funcionamento académico, lazer e trabalho.
 A deficiência intelectual manifesta-se antes dos 18
anos.

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Especial
Deficiência mental

 Os deficientes mentais apresentam uma diminuição


do rendimento intelectual, associada a diferentes
níveis de transtornos:
 sensoriais,
 perceptivos motores,
 de linguagem,
 do controle emocional,
 de adaptação em relação ao meio ambiente,
dependendo das alterações orgânicas e na
aparência física.

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2016 8
Especial
Deficiência mental
Conceito

A Deficiência Intelectual envolve diversos


fatores e o seu diagnóstico é estabelecido,
segundo critérios e testes psicodiagnósticos
específicos, que focalizam a investigação
cuidadosa dos aspetos médicos, psicológicos e
sociais do indivíduo, visando identificar os tipos
de apoio necessários para o amplo
desenvolvimento das suas potencialidades.
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Especial
Deficiência mental
Diagnóstico

 Atualmente existem vários técnicos especializados


(Pluralismo) para diagnosticarem a DM, com precisão.

 Esta equipa multidisciplinar é composta por:

 Médicos (Pediatras, Neurologistas, Psiquiatras) - (DSM-IV-TR);

 Psicólogos - (DSM-IV-TR, CIF; WISC-III);

 Educadores/Professores - (CIF).

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Especial
Deficiência mental
Diagnóstico da DM

 Foram utilizados testes psicométricos que


determinam a gravidade da DM e as diferentes
capacidades cognitivas do indivíduo.
 Alfred Binet (1857-1911), foi quem criou, pela primeira
vez o teste da Inteligência.
 Foi através deste teste que surge o conceito de Idade
Mental (englobava o Intelectual, o emocional, os
gostos);
 No séc.XX, passa a haver o Modelo Bio - Psico-social.

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Especial
Deficiência mental
Critérios para a definição de Deficiência Mental:

Critérios A.A.M.D. (Associação americana para a Deficiência Mental):

 Critério Médico ou Biológico – a deficiência mental tem


uma base biológica, anatómica ou fisiológica e manifesta-
se durante o desenvolvimento (até aos 18 anos).
 Critério Psicológico ou Psicométrico – o deficiente mental tem um
défice ou diminuição das suas capacidades intelectuais (medidas
através de testes e expressas em termos de Q.I.);
 Critério Sociológico ou Social – a deficiência mental representa
uma dificuldade de adaptação da pessoa ao meio social no qual está
inserida e de levar a cabo uma vida com autonomia pessoal;

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Especial
Deficiência mental
Conceito de QI
 A corrente psicométrica utiliza o conceito do QI
(Quociente de Inteligência) para classificar o grau
da DM.
 O conceito do QI foi introduzido por William Stern
(1912), para representar o nível mental e introduziu
os termos “idade mental (IM)" e “idade cronológica
(IC)”.

 QI = 100 x IM / IC,
em que IM = idade mental e IC = idade cronológica.
 Uma criança com idade cronológica de 10 anos e
nível mental de 8 anos teria QI = 80.
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Especial
Deficiência mental
Diagnóstico da DM

 Para que uma pessoa seja diagnosticada como


portadora de deficiência mental,têm que ser
consideradas três condições:

• Um QI igual ou inferior a 75-65 pontos.


• Limitações em duas ou mais habilidades
adaptativas.
• Idade de inicio da deficiência até os 18 anos.

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Especial
Deficiência mental
Classificação da DM
 Estas escalas de desenvolvimento intelectual, foram
essenciais para diagnosticar e classificar a DM.
 Existem 5 níveis ou graus de deficiência mental
propostos pela Associação Americana para a Deficiência
Mental e a Organização Mundial de Saúde:

Deficiência Mental Q.I.


 1. Limite ou borderline 68-85
 2. Ligeira 52-68
 3. Média 36-51
 4. Severa 20-35
 5. Profunda inferior a 20
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Especial
Deficiência mental

Deficiência Mental Limite ou borderline - Q.I. 68-85

 Esta engloba crianças que manifestam apenas um


atraso nas aprendizagens ou dificuldades concretas,
sendo muitas vezes o produto de ambientes
socioculturais desfavorecidos.

 Apesar do atraso que estas crianças mostram, ainda têm


muitas possibilidades de aprendizagem em diferentes
áreas.

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Deficiência mental

Deficiência Mental Ligeira - Q.I. 52-68

 Diz respeito a um grupo de crianças com problemas de


origem cultural, familiar ou ambiental.
 Em idade do pré-escolar podem desenvolver habilidades
sociais ou de comunicação, sendo o atraso psicomotor
mínimo.
 As limitações intelectuais que apresentam são
habitualmente detetadas na escola, no entanto
conseguem atingir um nível médio de escolarização.
 Estes indivíduos podem desenvolver habilidades sociais
e de comunicação e têm capacidade para se adaptar e
integrar no mundo laboral.
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Deficiência mental

Deficiência Mental Média - Q.I. 36-51

 Podem adquirir hábitos de autonomia pessoal e social e


podem aprender a comunicar através da linguagem
verbal.
 Em idade escolar podem adquirir hábitos laborais.
 Apresentam dificuldade na expressão oral e na
compreensão dos convencionalismos sociais.
 Verifica-se frequentemente um bom desenvolvimento
motor, mas dificilmente chegam a dominar as técnicas
instrumentais, como: leitura, escrita e cálculo.

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Deficiência mental

Deficiência Mental Severa - Q.I. 20-35

 Diz respeito a indivíduos que normalmente necessitam


de uma maior proteção e ajuda, pois o seu nível de
autonomia social e pessoal é pobre.
 Têm problemas psicomotores significativos.
 Podem ser treinados em algumas tarefas básicas da
vida diária.

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Especial
Deficiência mental

Deficiência Mental Profunda - Q.I. inferior a 20

 Este grupo apresenta grandes problemas


sensoriomotores e de comunicação com o meio.
 São dependentes dos outros nas tarefas e funções de
vida diária e em quase todas as atividades, uma vez
que apresentam graves deficiências físicas e
intelectuais.
 Raramente terão autonomia para se deslocar.

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Especial
Deficiência mental

Causas/fatores de risco da DM

 Causas Pré-Natais (são fatores que atuam antes do


nascimento e que incidem no embrião ou no feto
produzindo atraso mental);

 Causas Peri- Natais (são fatores que atuam no


momento do parto ou pouco depois do nascimento.

 Causas Pós-Natais (incidem depois do nascimento).

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Especial
Deficiência mental
Causas Pré-Natais (antes da gravidez)
 Genéticas (antes da gestação):
 Geneopatias, alterações no metabolismo e hormonais;
 Cromossomopatias, alterações nos cromossomas
(Trissomia 21, Síndrome de Rett).
 Doenças Infeciosas: Rubéola, Herpes, Toxoplasmose, …
 Endocrinometabolopatias: Transtornos da Tiroide;
Diabetes, Défice nutritivo (vitaminopatia, ...).
 Radiações e fatores mecânicos
 Intoxicações: Álcool, tabaco, fármacos (anticonvulsivos,
anticancerígenos,…), drogas, chumbo, mercúrio, ...
 Perturbações psíquicas
 Físicas
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Especial
Deficiência mental

Causas Peri- Natais ou Neo-Natais (durante o parto)

 Prematuridade – Recém nascidos prematuros e de


baixo peso.
 Síndromes de sofrimento cerebral – Devidos a trauma
obstétrico ou resfriados, hemorragia intracraneal,
hipoxia (baixo teor de oxigênio nos tecidos orgânicos).
 Infeção Hospitalar (Meningite, Encefalite, Sepsis)
 Mecânicas
 Tóxicas
 Incompatibilidade – Entre o RH da mãe e o recém
nascido.

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Especial
Deficiência mental

Causas Pós-Natais (depois do nascimento)

 Doenças Infeciosas (Meningite, Encefalite, Vacinação, …)


 Convulsões: Síndrome de West, dano cerebral, ...
 Hipoxia: Cardiopatias congénitas, paragem cardíaca por
asfixia, ...
 Intoxicações: Monóxido de Carbono, Chumbo, Mercúrio, ...
 Traumatismos cranioencefálicos (TCE): Hemorragias
cerebrais, ...
 Má Alimentação

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Especial
Deficiência mental

Prevenção da DM

 Antes da gravidez
 Durante a gravidez
 No momento do Parto
 Depois do nascimento

Realização do exame do pezinho.


Ter cuidados acrescidos com as crianças e mente-las
afastadas de objetos pontiagudos e cortantes,
medicamentos e materiais de limpeza, …
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Especial
Deficiência mental
Desenvolvimento de competências pessoais,
sociais e autonomia da DM
Proporcionar à criança portadora de DM o máximo de
autonomia dentro das suas possibilidades, como:
 Competências de autocuidado (higiene pessoal, comer
e vestir-se sozinho, etc.);
 Desenvolvimento autónomo no seu meio ambiente
(movimentações na escola, dar recados, comportar-se
adequadamente em diferentes situações, utilizar
transportes públicos, etc.);
 Aumentar o seu sentido de responsabilidade e o
respeito pelos outros;
 Favorecer a formação de uma autoimagem positiva.
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Especial
Deficiência mental
Etapas educativas

 Educação em casa: as primeiras fases do


desenvolvimento da criança são muito importantes,
uma vez que é nesta fase obtém-se mais êxito;
 Educação no jardim de infância: este deve estimular e
motivar a aprendizagem para as relações
interpessoais;
 Treinar para a autonomia e hábitos de higiene para
que se possam cuidar sozinhos ou com pouca ajuda;
 Iniciação à comunicação social e verbal para se sentir
integrada e para conseguir comunicar com os outros.

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2016 26
Especial
Deficiência mental

 As patologias ligadas à deficiência mental são um


mundo. Como técnicos não devemos esquecer que
estas crianças, independentemente de possuírem
dificuldades acrescidas e são por isso diferentes,
não deixam de sentir ou de pensar como qualquer
outra pessoa. Compete a toda a sociedade civil, e
em especial aos técnicos que apoiam estas
crianças, ajudá-las a crescer e a desenvolverem o
mais plenamente as suas potencialidades, de
modo a que tal como os outros, elas se possam
tornar pessoas realizadas e felizes.

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2016 27
Especial
Deficiência cognitiva e comportamental

- PERTURBAÇÕES DO ESPETRO DO AUTISMO

Auxiliar de Ação Educativa e Ensino


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Especial
AUTISMO
Criança Autista
Deixa-me entrar no teu mundo.
E dizer-te,
alguém existe em revolta.
Por querer entrar nesse mundo,
e não lhes abres a porta.

Não tenhas medo, vem.


Amparar-te-ei na decisão.
Deixa-me entrar no teu mundo.
E dizer-te, que mais mundo existe! Liberta-te, vem ao meu mundo,
Vem, comigo sorri. une teu, ao meu coração.
Liberta-te, desse mundo triste.
Liberta-te, vem ao meu mundo!
Vem, não tenhas medo dos sons, Autor: José Manuel
encanta-me com teu sorriso. Cerqueira Silva

Vem, brinca alegremente,


para a renova és preciso.
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2016 29
Especial
O autismo foi descrito pela primeira vez por Leon Kanner em
1943, baseando-se nas suas investigações. Mais tarde surgiram
estudos realizados por outros autores.

• Publicou um trabalho intitulado “Autistic


Disturbances od Affective Contact” onde estudou
Kanner (1943) um grupo de 11 crianças (8 rapazes e 3
raparigas) com comportamentos diferentes da
maioria das restantes.

• Num artigo científico “Psicopatologia Autística


Hans Asperger na Infância” descreve crianças com
(1944) comportamentos semelhantes aos descritos por
Karnner.

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2016 30
Especial
AUTISMO
Símbolo para a conscientização do Autismo:

Simbologia:

• representa o mistério e a
Este quebra-cabeça
complexidade do autismo.

• representam a diversidade das


As diferentes cores e pessoas e das famílias que convivem
formas com a desordem.

• sinal da esperança através de novas


O brilho do símbolo
pesquisas e conhecimento.

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2016 31
Especial
AUTISMO
Segundo o Manual de Diagnóstico e Estatística das
perturbações mentais, DSM-IV-TR (2002), o Autismo faz parte
de um grupo denominado de Perturbações Globais de
Desenvolvimento.

Neste grupo incluem-se:

Perturbação Autística;
Perturbação de Rett;
Perturbação Desintegrativa da Segunda Infância;
Perturbação de Asperguer;

Perturbação Global de Desenvolvimento Sem Outra Especificação.


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2016 32
Especial
AUTISMO
O que é o Autismo?
É uma síndrome que se carateriza por
desvios qualitativos:
Na Na
No uso da
comunicaçã interação imaginação
o social

 É uma das mais graves perturbação do desenvolvimento da criança


que compromete a capacidade de comunicação, de estabelecer
relacionamentos e de responder apropriadamente ao meio
envolvente.

 Surge antes dos 30 meses de vida (período crítico do desenvolvimento,


causando atrasos ou problemas em muitas competências) .
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2016 33
Especial
AUTISMO
Os principais sinais e sintomas do autismo envolvem:
• Alterações na capacidade para utilizar a
linguagem, quer verbal, quer não verbal
Comunicação (ausência de apontar, do contacto visual ou do
sorriso social);

• Alterações e défices na capacidade de


relacionamento com os outros (como partilhar
Interação Social emoções, compreender como os outros
pensam e manter uma conversa, bem como o
tempo que passa a interagir com os outros);

• Rigidez do pensamento e do comportamento.


Pensamento e Comportamentos obsessivos e ritualísticos,
comportamento falta de aceitação das mudanças e dificuldade
em processos criativos.
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2016 34
Especial
AUTISMO
Incidência do Autismo:

Em cada 10.000 indivíduos afeta cerca de 4 a 10;

Aparece com mais frequência no sexo masculino (1 para 4) ;

Surge igualmente em famílias de diferentes raças, crenças ou


classes sociais;

Cerca de 75% dos indivíduos possuem Deficiência Mental.


25%
Autista com deficiência
Mental
Autista sem deficiência
Mental
75%

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Especial
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Especial
CARACTERÍSTICAS DO AUTISTA

 Resistência ao contacto físico (recusa o colo);

 Não sorri quando as pessoas lhe sorriem;

 Dificuldade em estabelecer o contacto com os olhos;

 Não responde pelo seu nome;

 Dificuldade em expressar necessidades (gesticula e aponta


em vez de usar palavras);

 Age como se fosse surdo, apesar de não o ser;

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Especial
CARACTERÍSTICAS DO AUTISTA

 Não segue indicações;

 Dificuldades no desenvolvimento da linguagem;

 Repetição de palavras ou frases (ecolalia);

 Por vezes ataca e fere outras pessoas mesmo sem motivos;

 Tem crises de agitação intensas ou violentas;

 Dificuldade em interagir com outras crianças;

 Não explora o ambiente e as novidades;


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Especial
CARACTERÍSTICAS DO AUTISTA

 Preocupação insistente com partes de objetos em vez do todo;

 Forma de brincar estranha e inadequada (não sabe brincar com


brinquedos);

 Hábito de girar objetos;

 Prefere brincar sozinho;

 Atividades e interesses limitados ou pouco usuais;

 Apresenta comportamentos e gestos repetitivos como balançar as


mãos ou balançar-se;
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2016 39
Especial
CARACTERÍSTICAS DO AUTISTA

 Parece estar no seu “mundo interior”;

 Cheira, morde ou lambe os brinquedos e roupas;


 Mostra-se insensível à dor, podendo ferir-se
intencionalmente;

 Sensível ao som;

 Resistência a mudanças de rotina;

 Resistência a métodos normais de ensino.


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2016 40
Especial
Apesar de não existir cura para o autismo é possível reduzir
algumas das suas limitações. Para isso, é fundamental o modo
de intervenção:

Educativa Precoce
Criança
e
Família

Farmacológic Comportame
a ntal

Não existe uma única abordagem que seja totalmente eficaz para
todas as crianças, nem para todas as etapas da sua vida.
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2016 41
Especial
PROGRAMAS DE INTERVENÇÃO
Programas/Metodologias de intervenções educativas
mais utilizadas com crianças autistas:
• Apresenta uma abordagem relacional, onde a relação
Programa Son- interpessoal é valorizada. É centrado na criança e
Rise apresenta diversas formas de se relacionar e interagir.
Analise Aplicada • Aplicação de métodos de análise comportamental com
do
o objetivo de modificar comportamentos, baseando-se
Comportamento
(ABA) nos princípios de reforço positivo.
• Sistema de comunicação através de figuras que
refletem necessidades/interesses da criança, de forma
PECS a permitir o desenvolvimento da linguagem e facilitar
a sua comunicação com o meio.
• Modelo flexível que se adequa a cada criança, que
combina diferentes materiais visuais para desenvolver
TEACCH as capacidades de comunicação, organização e prazer
na partilha social. Baseia-se num ensino estruturado,
que transmite rotinas, num ambiente calmo.
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Especial
UNIDADES DE ENSINO
ESTRUTURADO

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2016 43
Especial
UNIDADES DE ENSINO ESTRUTURADO

O ensino estruturado manifesta-se num conjunto de


princípios e estratégias que, com base na estruturação
externa do(s):

Espaço Tempo Materiais Atividades

Promovem uma organização interna que permite facilitar os processos


de aprendizagem e de autonomia das crianças com PEA, diminuindo a
(Unidades de ocorrência depara
Ensino Estruturado problemas de comportamento.
alunos com espectro do autismo, 2008)

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2016 44
Especial
UNIDADES DE ENSINO ESTRUTURADO

O Ensino Estruturado:

 Teve origem no modelo americano.

 Foi desenvolvido por Eric Schopler na década de 70.

 Destinava-se a ensinar a pais técnicas


comportamentais e métodos de educação especial.

 É utilizado em Portugal desde 1996.

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2016 45
Especial
UNIDADES DE ENSINO ESTRUTURADO

Centra-se
nas áreas
fortes
Interesses frequent Processa-
especiais emente mento
visual
encontra
das nos
Memorizaç
autistas:
ão de
rotinas
funcionais
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2016 46
Especial
UNIDADES DE ENSINO ESTRUTURADO

Estas unidades devem:

 Fornecer uma informação clara e objetiva das rotinas;

 Manter um ambiente calmo e previsível;

 Atender à sensibilidade do aluno aos estímulos


sensoriais;

 Propor tarefas diárias que o aluno é capaz de realizar;

 Promover a autonomia.

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2016 47
Especial
ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DAS UNIDADES DE
ENSINO ESTRUTURADO
Estas Unidades devem ter:

1- Estrutura Física da Sala

Legenda:
1 – Área de transição
2 – Reunião
3 – Aprender
4 – Trabalhar
5 – Brincar
6 – Trabalhar em grupo
7 - Computador

A estrutura da sala cria fronteiras e áreas bem definidas o que leva a uma
organização mais autónoma por parte do alunos e permite-lhe
compreender o que tem que executar em cada um dos espaços.
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2016 48
Especial
ORGANIZAÇÃO DAS UNIDADES DE ENSINO
ESTRUTURADO
1.2 Organização do tempo:

 Horário Individual - Organiza o tempo


e é um suporte para a comunicação e
para a interiorização de conceitos. É uma
forma de fornecer ao aluno a noção de
sequência, indicando-lhe o que irá realizar Horário individual

ao longo do dia.
 Planear o trabalho - Indica as tarefas que
tem de realizar em determinada área (o que
fazer e quando deve acabar). Deve ser
adaptado ao nível funcional de cada aluno.

Planos de Trabalho
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2016 49
Especial
UNIDADES DE ENSINO ESTRUTURADO

Nas Unidades de Ensino Estruturado deve ser possível verificar:

 Um modelo de ensino estruturado, assente em informação visual;


 Organização de espaço, do tempo, dos materiais e das atividades;

 Adaptações curriculares necessárias;

 Medidas educativas flexíveis e de caráter individual e dinâmico;


 Metodologias de intervenção transdisciplinares;

 Participação dos alunos em atividades curriculares junto dos pares


da turma a que pertencem;

 Atividades para a integração social dos alunos, em parceria com


instituições da comunidade.
Guia para directores da Dgidic ( 2011)
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2016 50
Especial
EDUCAÇÃO/APRENDIZAGEM DE
AUTISTAS
 Primários
Existem dois tipos de reforço:

 Sociais

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2016 51
Especial
EDUCAÇÃO/APRENDIZAGEM DE
AUTISTAS

O tipo de reforços deve depender do tipo de atividade, ou seja, se


é desagradável, os reforços devem ser aumentados e variados.

Os reforços:
 Não devem ser muito frequentes.
 Nem funcionar como suborno.

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2016 52
Especial
CONTROLO DO
COMPORTAMENTO
Como diminuir um comportamento negativo que interfere
com a aprendizagem?

 - dar menos atenção social e reduzir estímulo:


Ignorar:
Exemplos:

“Se uma criança se desvia da tarefa, agitando uma folha de papel em


que deveria estar a escrever, segurar o papel com as mão enquanto
ignora a situação” (Siegel, 2008, p. 301) .

“Se a criança tenta agarrar o papel e o rasga, segurar, firmemente as


suas mãos mantendo-as juntas sobre a superfície da carteira
(enquanto continua a olhar firmemente para outro lado e ignora
visualmente e verbalmente a criança)” (Siegel, 2008, p. 301).
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2016 53
Especial
AUTISMO -
CONCLUSÃO
A regra que todos temos de saber para lidar melhor
com estas crianças é:

 Paciência
 Sensibilidade
 Sensatez
 Competência
 Amor

Ou seja:
AGIR SIM, REAGIR NÃO!

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2016 54
Especial
CONCLUSÃ
O

“Autismo. Um modo diferente de ser,


sentir e ver o mundo.”

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2016 55
Especial
PENSEM BEM
NISTO…

Filme: MEU FILHO MEU MUNDO


 https://www.youtube.com/watch?v=AYra_5668lE
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2016 56
Especial
Deficiência cognitiva

- TRISSOMIA 21 OU
SÍNDROMA DE DOWN

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2016 57
Especial
Trissomia 21 /Síndrome de Down
Conceito
 A Síndrome de Down ou Trissomia do cromossoma
21 é um distúrbio genético causado pela presença de um
cromossomo 21 extra.
 Por isso estão presentes 47 cromossomas (um
cromossoma suplementar no par 21) em vez dos 46
cromossomas normais.
 A criança com Síndrome de Down apresenta uma
anomalia a nível dos cromossomas, que leva a uma série
de perturbações físicas e cognitivas;
 A Síndrome, de Down, descrita em 1866 por John
Langdon Down, é uma alteração congénita que leva à
existência de um atraso físico e intelectual da criança.
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2016 58
Especial
Trissomia 21 /Síndrome de Down
Tipos
Existem três tipos de Síndrome de Down:
 Trissomia homogénea (90% dos casos) – o erro ocorre
antes da fertilização ou na primeira divisão celular (todas
as células são idênticas).
 Mosaicismo ( aproximadamente 5% dos casos) – o erro
ocorre na 2ª/ 3ª divisão celular (tem células normais e
trissómicas).
 Translocação (aproximadamente 5% dos casos) –
quando a totalidade ou parte de um cromossoma está
unido à totalidade ou parte de outro cromossoma (ocorre
antes da fertilização ou na primeira divisão celular).

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2016 59
Especial
Trissomia 21 /Síndrome de Down
Características físicas
 Cabeça mais pequena do que o normal e a parte de trás é
mais proeminente (elevada);
 Nariz é pequeno e a parte superior achatada;
 Olhos ligeiramente rasgados com uma pequena prega de
pele nos cantos;
 Orelhas pequenas, boca relativamente pequena, língua
normal mas com baixo tónus muscular;
 Dentes pequenos, mal formados e mal implantados;
 Pescoço curto;
 Mãos pequenas com dedos curtos;

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2016 60
Especial
Trissomia 21 /Síndrome de Down
Características físicas
 Dedo mindinho pode ser mais curto e apresenta duas
falanges;
 Pés, chatos com um espaço ligeiro entre o 1º e o 2º dedo;
 Pele ligeiramente arroxeada, manchada, seca e sensível a
irritações;
 Cabelos finos e ralos;
 Altura inferior à média;
 Tendência para a obesidade;
 Maior incidência de problemas de saúde.
 Susceptibilidade a infeções, problemas cardíacos,
respiratórios, do foro digestivo, sensoriais, entre outros.
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2016 61
Especial
Trissomia 21 /Síndrome de Down
Prevenção
Não é uma doença curável, por isso, os médicos
recomendam o diagnóstico precoce em determinadas
situações.
 A idade da mãe (a partir dos 35 anos as mulheres
apresentam um maior risco);
 O aconselhamento genético (análise cromossómica de
pais e irmãos – maior risco para a trissomia por
translocação);
 A amniocentese (método de diagnóstico precoce –
análise do líquido amniótico entre a 14ª e a 19ª semanas
de gravidez – risco de aborto).

Auxiliar de Ação Educativa e Ensino


2016 62
Especial
Trissomia 21 /Síndrome de Down
Incidência
 A incidência é de um em cada 700 a 1000
nascimentos.

Características cognitivas
 As crianças com Síndrome de Down podem
apresentar dificuldades nas seguintes áreas:
 Perceção,
 Atenção,
 Memória,
 Linguagem.

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2016 63
Especial
Trissomia 21 /Síndrome de Down
Desenvolvimento e funcionamento cognitivo
 Menor capacidade para aplicar a informação aprendida
(generalização);
 Défice na atenção;
 Défices na memória auditiva a curto-prazo/ maior
dificuldade no processamento auditivo;
 Dificuldade na memorização das palavras;
 Dificuldade para compreender relações e conceitos;
 Maior facilidade em aspetos não-verbais;
 Orienta-se mais facilmente por imagens (concreto)/
estímulos visuais e não tanto por estímulos auditivos;
 O processamento dos estímulos visuais e a capacidade
de manipulação são áreas fortes.

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2016 64
Especial
Trissomia 21 /Síndrome de Down
Outras características

 Carinhosos/ afetuosos (estratégia de evitamento


cognitivo?);
 Teimosos (ou frustração?)/ obsessivos;
 Dependentes/ evitam situações mais complicadas;
 Relação mais pobre com a mãe (os estudos não são
convergentes);
 Défices na Memória de Curta Duração (MCD) e na
Memória de Longa Duração (MLD).

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2016 65
Especial
Trissomia 21 /Síndrome de Down
Intervenção/ Estimulação precoce
 Intervenção precoce é um termo genérico utilizado para descrever
programas de educação ou terapia, desenhados para acelerar o
desenvolvimento da criança;
 O envolvimento das famílias neste trabalho envolve conceitos de
parceria e colaboração;
 Experiências precoces, repetição, redundância (experiências
visuais, auditivas, tácteis, comunicativas, cuidados com a
alimentação – importante para o desenvolvimento dos músculos
envolvidos na fala);
 Promoção das capacidades comunicativas das crianças: utilização
precoce do gesto (associação palavra, gesto e objeto);
 Comunicação total: combina gestos ou sinais com sons e imagens
para facilitar a aquisição da linguagem.

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2016 66
Especial
Trissomia 21 /Síndrome de Down
Aprendizagem e estratégias de ensino
 Estruturar o ensino em unidades pequenas (com objetivos
realistas) de modo a conduzir o aluno a experiências positivas
de aprendizagem;
 Utilizar reforços adequados a cada aluno;
 É importante a repetição e a redundância;
 Aprendizagem por modelagem;
 Aprendizagem cooperativa (companheiros como
mediadores);
 As estratégias devem ter em atenção as dificuldades no
processamento auditivo e a melhor performance no
processamento visual (pistas visuais) – a informação deve ser
apresentada visualmente;
 Manipulação de objetos concretos.
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2016 67
Especial
Trissomia 21 /Síndrome de Down
ÁREAS DE INTERVENÇÃO
 Atenção (ausência de estímulos que favoreçam a
dispersão/instruções simples/ tarefas motivadoras/ recompensas);
 Perceção (a aprendizagem deve realizar-se através do maior
número possível de vias sensitivas);
 Memória (trabalhar o reconhecimento/ informação multissensorial/
repetição/ organização da informação/ jogo simbólico);
 Intervenção Psicomotora (controlo motor, equilíbrio, coordenação
dos movimentos, relações espácio-temporais, esquema corporal,
expressão corporal, motricidade fina);
 Linguagem;
 Desenvolvimento pessoal/ social/ afetivo;
 Leitura/ Escrita/Matemática.

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2016 68
Especial
Trissomia 21 /Síndrome de Down
INTERVENÇÃO

Vídeo

 https://www.youtube.com/watch?v=XyfOkyTsvMc

Auxiliar de Ação Educativa e Ensino


2016 69
Especial
Exercícios
1- O que entende por deficiência mental?
2-Quais são as condições necessárias para diagnosticar
uma pessoa como portadora de deficiência mental?
3- Identifique os 5 níveis ou graus de deficiência mental
propostos pela Associação Americana para a Deficiência
Mental e a Organização Mundial de Saúde.
4- Quais são as causas/fatores de risco da DM?
5- Refira algumas características do autismo.
6- O que entende por Trissomia 21 ou Síndrome de Down?
7- Refira algumas características físicas da Trissomia 21.

2016 Auxiliar de Ação Educativa e Ensino Especial 70

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