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CONTRACÇÃO DO MÚSCULO

CARDÍACO

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 Para além do Músculo Esquelético, que é o mais
abundante, os Animais possuem também FIBRAS
MUSCULARES que fazem parte da parede de
diferentes órgãos, nomeadamente:

• CORAÇÃO  MÚSCULO CARDÍACO;

• OUTROS ÓRGÃOS E ESTRUTURAS


OCAS  MÚSCULO LISO
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MÚSCULO CARDÍACO

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 A função básica do coração é bombear o

SANGUE para a CORRENTE CIRCULATÓRIA

com uma PRESSÃO SUFICIENTEMENTE
GRANDE, para conseguir

chegar a todos os TECIDOS DO ANIMAL


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 Esta função pode cumprir-se graças
à CAPACIDADE CONTRÁCTIL das
FIBRAS MUSCULARES que
integram as paredes do coração.

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ORGANIZAÇÃO FUNCIONAL

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 O MÚSCULO CARDÍACO é semelhante ao
MÚSCULO ESQUELÉTICO no entanto,
apresenta características próprias que
são o reflexo da sua função no Coração.

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 Possui dois tipos de Fibras:

• FIBRAS EXCITADORAS ou de
CONDUCÇÃO;

• FIBRAS MUSCULARES CONTRACTÉIS


ou de TRABALHO.

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FIBRAS EXCITADORAS ou de
CONDUCÇÃO

 Contraem-se debilmente e estão


especializadas na produção e propagação
de Potenciais de Acção, constituindo assim
um

SISTEMA EXCITADOR DO CORAÇÃO

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FIBRAS MUSCULARES CONTRÁCTEIS
ou de TRABALHO

 Do ponto de vista contráctil, são as mais


importantes, uma vez que sua CONTRACÇÃO
devida ao Potencial de Acção gerado no
Sistema Excitador, constitui o principal

Suporte da função de BOMBEAMENTO do
SANGUE do CORAÇÃO

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 FRIBRAS MUSCULARES CARDÍACAS
também são estriadas, no entanto
diferem do Músculo Esquelético nos
seguintes aspectos:

– CURTAS;
– GROSSAS;
– MONONUCLEADAS
– Formam uma REDE RAMIFICADA com
LIGAÇÕES entre elas.
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 Os espaços intercelulares contêm uma
matriz de tecido conjuntivo com
numerosos CAPILARES e fibras de
COLAGÉNEO e ELASTINA.

 Esta disposição permite que as FIBRAS


estejam unidas e que as forças mecânicas
se transmitam entre elas.

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 A organização dos ELEMENTOS
CONTRÁCTEIS é análoga à das Fibras
Esqueléticas.

 SISTEMA TUBULAR TRANSVERSO


constitui também a base estrutural para
a transmissão da excitação (Potencial de
Acção) à profundidade da FIBRA
CARDÍACA.
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 No entanto, os tubos T são maiores e
encontram-se localizados nas LINHAS Z
e não entre as BANDAS A e I.

 O RETÍCULO SARCOPLASMÁTICO está


menos desenvolvido, estabelecendo
contacto com os TUBOS T perto das
CISTERNAS TERMINAIS.
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 As Fibras Cardíacas estão unidas
nos seus extremos através dos DISCOS
INTERCALARES

 Estes apresentam zonas transversais


que contém DESMOSOMAS 
previnem a separação das Fibras
durante a Contracção.

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Também existem zonas longitudinais, mais
estreitas que as transversais, que
possuem UNIÕES

UNIÕES GAP ou NEXOS

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 Com orifícios que permitem a
comunicação interior de uma fibra com
outra, favorecendo

Passagem dos iões entre elas, constituindo
áreas de baixa resistência à passagem do

POTENCIAL de ACÇÃO

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 Os DISCOS INTERCALARES e as
UNIÕES GAP permitem que o
Músculo cardíaco funcione como um

SINCÍCIO

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 As FIBRAS MUSCULARES CARDÍACAS
contraem-se durante toda a vida de
forma repetida.

 Necessitam de um aporte contínuo de


OXIGÉNIO, o que as diferencia das
FIBRAS RÁPIDAS que podem contrair-se
em condições anaeróbias.
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 Estas características funcionais
reflectem-se na sua estrutura, assim:

1 – Na proximidade das
MIOFIBRILHAS existe uma grande
quantidade de MITOCÔNDRIAS
que possuem  ENZIMAS
RESPIRATÓRIAS.

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ENZIMAS RESPIRATÓRIAS

• Necessárias para que a partir da
oxidação dos substratos
(FOSFORILAÇÃO OXDATIVA), se
produza ATP.

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2 - Abundância de capilares permite uma
rápida troca dos seguintes elementos:

 OXIGÉNIO
 DIÓXIDO DE CARBONO
 SUBSTRATOS
 MATERIAIS DE DEJECTO

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CONTRACÇÃO DO MÚSCULO
CARDÍACO

23
 A contracção das fibras musculares
cardíacas é devida ao


POTENCIAL DE ACÇÃO gerado de uma
forma rítmica  pelas FIBRAS
EXCITADORAS do Coração

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O P.A. é transmitido pelas FIBRAS DE
CONDUÇÃO

FIBRAS MUSCULARES DE TRABALHO
(CONTRÁCTEIS)

Devido aos DISCOS INTERCALARES

A transmissão do P.A. efectua-se
rapidamente a todas as FIBRAS
25
 Originando uma CONTRACÇÃO
praticamente simultânea de toda a
MUSCULATURA CARDÍACA.

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 O POTENCIAL DE ACÇÃO produtor da
contracção, além de ter uma origem
diferente, também tem um
desenvolvimento diferente nos dois tipos
de MÚSCULO ESTRIADO, assim:

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- No músculo esquelético o desenvolvimento
é semelhante ao do nervo, por isso muito
rápido, na FIBRA CARDÍACA o seu
desenvolvimento é mais lento.

- DESPOLARIZAÇÃO  fase inicial


rápida devida à entrada de iões de Na.

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- Segue-se uma fase de maior duração
PLATEAU  produzida pela entrada de
iões de Ca através de uma corrente
lenta.

- Isto acontece antes de ocorrer a


REPOLARIZAÇÃO com saída de iões de
K.

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 No MÚSCULO ESQUELÉTICO a
contracção só começa praticamente
quando o POTENCIAL DE ACÇÃO termina.

 No MÚSCULO CARDÍACO o processo


excitador e a resposta contráctil
verificam-se ao mesmo tempo.

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 A resposta contráctil mantém-se
enquanto houver entrada de Ca,
durante a fase de MESETA.

 O período até que a fibra possa de


novo ser excitada é muito longo.

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 Por isso o MÚSCULO CARDÍACO não
tem possibilidade de sobrepor as

CONTRAÇÕES ou entrar em TETANIA

Para aumentar a força de contracção

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LIGAÇÃO EXCITAÇÃO-CONTRAÇÃO

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 No MÚSCULO CARDÍACO o MECANISMO
de CONTRAÇÃO é controlado pelo nível de
CÁLCIO EXTRACELULAR e
INTRACELULAR.

 A importância do CÁLCIO manifesta-se


pelo facto das FIBRAS MUSCULARES
CARDÍACAS, não se contrairem enquanto
os níveis de Ca forem baixos.
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 À medida que a concentração de Ca
aumenta  a tensão eleva-se
drasticamente.

 O POTENCIAL DE ACÇÃO que chega à


Fibra Cardíaca estende-se pelo
SARCOLEMA penetrando em
profundidade através dos TUBOS T
como na Fibra Esquelética.
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 O P.A. prolonga-se devido à FASE DE
PLATEAU (MESETA), durante a qual a
permeabilidade do SARCOLEMA para o
Ca aumenta.

 O Ca devido ao seu gradiente


electroquímico penetra na FIBRA através
dos canais de Ca do SARCOLEMA e das
suas Invaginações - os TUBOS T.
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 O Ca que penetra por esta via não é
suficiente para produzir a CONTRAÇÃO

Mas serve para provocar a libertação

Ca++ do RETÍCULO
SARCOPLASMÁTICO.

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40
 A libertação do Ca do RETÍCULO
SARCOPLASMÁTICO origina um aumento
da sua concentração no citosol.

 Deste modo o Ca une-se à


TROPONINA C  modificando a sua
conformação, permitindo a deslocação da
TROPOMIOSINA.
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 Deste modo, os PONTOS DE UNIÃO da
ACTINA ficam descobertos,
favorecendo as ligações com a cabeça da
MIOSINA

Desencadeando-se assim a
CONTRAÇÃO do MÚSCULO CARDÍACO

42
 Quando pára a libertação reticular do
Ca, começa a sua recaptação pelo
RETÍCULO SARCOPLASMÁTICO.

 Esta operação só se realiza, devido à


bomba de Ca da membrana do
RETÍCULO SARCOPLASMÁTICO

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 A BOMBA de Ca é controlada por um
peptídeo regulador – FOSFOLAMBANO,
cuja fosforilação aumenta a actividade
da bomba devido à recaptação do Ca.

 Deste modo diminui a sua concentração


no citosol, deixa de estar ligado à
TROPONINA e esta volta à sua
conformação inicial.
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A TROPOMIOSINA volta a bloquear os
locais de união da ACTINA verificando-
se o

RELAXAMENTO do músculo

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 As FIBRAS MUSCULARES CARDÍACAS
realizam esta função através de dois
mecanismos que operam no SARCOLEMA:

 O troca Na+ - Ca 2+ - extrai o Ca utilizando


energia derivada do gradiente electroquímico
do Na.

 BOMBA de Ca SARCOLÉMICA – opera com a


energia administrada pelo ATP.

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 A inexistência de UNIDADES
MOTORAS e a impossibilidade de
TETANIZAÇÃO

Fazem com que o MÚSCULO CARDÍACO

Utilize vias alternativas para variar a
força de contracção:

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1 – Alteração da actividade das bombas
de Ca, bem como o tempo de abertura
dos canais de Ca do Sarcolema.

Isto traduz-se por uma variação de Ca
disponível para o

INICIO e MANUTENÇÃO da
CONTRACÇÃO
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2 - Aumento da sensibilidade do aparelho
contráctil ao Ca libertado

 Todos os factores que afectem estas


vias fazem variar a força contráctil do
MÚSCULO CARDÍACO.

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MÚSCULO LISO

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 Os MAMÍFEROS para além do MÚSCULO
ESTRIADO (ESQUELÉTICO E CARDÍACO),
possuem outro tipo de músculo que não apresenta
a característica padrão de bandas ou estrias

MÚSCULO LISO

 Faz parte de um grande número de orgãos


e estruturas do organismo animal.

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 É regulado pelo SISTEMA NERVOSO
AUTÓNOMO e ENTÉRICO (tracto
gastrointestinal), bem como por
determinadas HORMONAS.

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 As fibras nervosas que inervam este
tecido muscular estão muito
RAMIFICADAS.

 Apresentam ao longo do AXÓNIO uma


série de abaulamentos designados

VARICOSIDADES

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 Das VARICOSIDADES libertam-se
NEUROTRANSMISSORES que se unem a
receptores específicos das membranas
das

FIBRAS MUSCULARES LISAS

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 Possuem dois tipos de contracção:

• CONTRACÇÕES TÓNICAS –
contracções de forma lenta e
prolongada.

• CONTRACÇÕES FÁSICAS – contracções


mais rápidas e curtas.

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 MÚSCULO ESQUELÉTICO na maior
parte das vezes está sob controlo
VOLUNTÁRIO.

 O MÚSCULO LISO é
INVOLUNTÁRIO.

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 As actividades eléctrica e contráctil
conservam-se mesmo que não esteja
inervado.

 A função da inervação não é iniciar a


actividade do músculo mas sim regulá-
la.

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 Estas características permitem-lhe
realizar uma série de funções, entre as
quais:

 Controlo do diâmetro dos vasos


sanguíneos – regulando a PRESSÃO
ARTERIAL

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 TRACTO DIGESTIVO – facilitam a
progressão e permanência dos alimentos
em determinadas zonas para poderem
sofrer a DIGESTÃO e ABSORÇÃO

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 Diversidade funcional deve-se porque
estes músculos apresentam uma grande
variedade na:

– ACTIVIDADE ELÉCTRICA,
– AUTOMATISMO;
– DENSIDADE DE INERVAÇÃO;
– RESPOSTAS A HORMONAS e outras
SUBSTÂNCIAS;
– GRAU DE LIGAÇÃO DAS SUAS FIBRAS.
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DÚVIDAS ???

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