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Unidade 03 – Brasil: Campo e

Cidade
Prof. Raphael Barbosa Ramos
Cap. 1 – Urbanização e
Industrialização do Brasil
População Urbana no Brasil e no
Mundo
• Desde 1940, a população rural vem
diminuindo e a população urbana tem
aumentado.
• Urbanização é o nome dado ao aumento
da população urbana em relação a rural.
• Isso acontece, em geral, pelo crescimento
do setor industrial e o conseqüente
desenvolvimento da infraestrutura urbana
e do setor de serviços.
• A Urbanização brasileira é recente, ela
aconteceu a partir da década de 1940,
com o surto industrial e a mecanização do
campo que provocou o êxodo rural.
• As diferenças entre esses processos
podem ser percebidas na paisagem. Em
países subdesenvolvidos os contrastes
são marcantes: é comum encontrarmos
lado a lado favelas e condomínios
luxuosos.
Urbanização e industrialização
brasileiras
• Além de ser recente, o processo de
urbanização brasileiro foi rápido.
• A população urbana saltou de cerca de 53
milhões, em 1970, para 138 milhões de
pessoas no ano 2000.
• Até a década de 1960, o nosso país era
predominantemente rural e mesmo assim
havia várias cidades, no entanto a atividade
que sustentava o país era realizada no
campo (Agropecuária)
• Com o advento do processo de
industrialização a migração campo-cidade
intensificou-se.
Início da industrialização
• Não era muito significativa até o século
XIX, somente a partir da década de 1930,
que a atividade industrial assumiu uma
importância crescente na economia
nacional.
• Antes da industrialização, o principal
produto da nossa economia era o Café,
que proporcionou condições favoráveis a
industrialização.
• Por meio dela, foi possível:
1 – Acumulação monetária – que possibilitou o
investimento em máquinas e na instalação de
indústria.
2 – Desenvolvimento de Infraestrutura –
Investimento na construção de ferrovias, portos,
produção de energia e etc.
3 – Disponibilidade de mão-de-obra (imigrantes
e escravos)
4 – Formação de um mercado consumidor
interno.
• As duas guerras mundiais impulsionaram
a industrialização brasileira, pois com o
conflito faltavam produtos que eram
produzidos nos países envolvidos e houve
a necessidade de se produzir esses
produtos em nosso país.
Características da industrialização
brasileira
• Tardio ou retardatário – ocorreu quase
200 anos após a revolução industrial
• Substitutivo de importações – os produtos
importados começaram a ser fabricados
internamente no Brasil e foram bem
recebidos pelo mercado consumidor.
• Dependente – Porque necessitou importar
máquinas e equipamentos de países
ricos.
Concentração e desconcentração
industrial
• Desde o início da industrialização a região
sudeste tem a maior concentração de
unidades fabris, formando um moderno e
diversificado parque industrial.
• Na década de 1970, o estado de São Paulo
era responsável por 58% da produção
industrial do país. Na década de 1990, esse
índice caiu para 52% mostrando uma
desconcentração industrial.
• Vários fatores explicam isso:
1 – Elevado preço dos terrenos
2 – Impostos elevados
3 – Congestionamentos freqüentes na principais
vias de circulação
4 – Salários mais elevados dos trabalhadores.
5 – Os governos estaduais e municipais de
outras áreas tem oferecido maiores incentivos
fiscais e a doação de terrenos.
6 – Sindicatos mais frágeis.
• Com isso novos pólos industriais tem se
formado em várias regiões do país,
principalmente no sul e nordeste.
• Mesmo com essa desconcentração
industrial na região sudeste ela continua
sendo a região mais forte em termos de
produção industrial.
Tarefa:

• Apostila: Pág. 11 e 12.


Cap. 2 – Rede urbana, problemas
sociais e ambientais
Rede Urbana e centralidade
• As cidades brasileiras concentram serviços,
comércio e órgãos públicos e acabam
atraindo moradores de outros locais.
• Exercem influência econômica política e
cultural sobre outros lugares, por causa da
sua melhor infraestrutura e pelos serviços
que oferecem.
• São municípios que apresentam uma grande
centralidade, polarizando uma determinada
área.
• O IBGE dividiu os municípios brasileiros
em oito níveis de atração, da máxima à
muito fraca centralidade, a chamada
Hierarquia urbana.
• Essa relação de atração/influência que os
municípios exercem uns sobre os outros é
chamada de rede urbana.
Hierarquia Urbana
• Há uma hierarquia na classificação da
rede urbana, vejamos:
1 – Metrópole Global
2 – Metrópole Nacional
3 – Metrópole Regional
4 – Centro Regional
5 – Centro sub-regional muito importante
6 – Centro sub-regional importante
Metrópoles Globais
• Influenciam não só o território nacional,
como também áreas externas a ele.
• Concentra os fluxos mais importantes,
sediando bolsas de valores, bancos,
empresas multinacionais e etc.
• Exemplos: São Paulo e Rio de Janeiro
Metrópoles Nacionais
• Influenciam áreas do território nacional em
diferentes aspectos, sejam econômicos,
políticos ou culturais.
• Concentram alguns fluxos importantes
mais dependem da metrópole Global
• Exemplo: Belo Horizonte, Brasília, Porto
Alegre e etc.
Metrópoles Regionais
• Influenciam extensas áreas de suas
regiões.
• Concentram fluxos de uma região.
• Exemplo: Goiânia e Manaus
Centros Regionais
• Sofrem a polarização de todas as
categorias superiores e influenciam parte
da região polarizada pelas metrópoles.
• Exemplos: Florianópolis, João Pessoa e
etc.
Centros sub-regionais
• Apresentam as mesmas características
dos centros regionais, porem influenciam
áreas menores.
• Exemplos: Dourados, Blumenau e etc
Regiões metropolitanas
• Com o crescimento da população nas
cidades, algumas áreas vão sendo
densamente ocupadas a ponto de, muitas
vezes, não conseguirmos distinguir um
município de outro. Essa aglomeração,
que une municípios vizinhos é chamada
de Conurbação.
• Em razão desse processo são definidas
as regiões metropolitanas formada por um
município central e outros menores que
estão sob sua influência.
• Ocorre entre eles um intenso movimento
de entrada e saída de pessoas.
• Atualmente temos em nosso país 31
regiões metropolitanas.
• A maioria das regiões metropolitanas está
situada nas regiões sudeste e sul, sendo
São Paulo a maior em número de
municípios (39).
• É importante lembrar que as regiões
metropolitanas polarizam várias cidades,
às vezes extrapolando os limites políticos
dos estados.
As cidades milionárias
• Em 2006, o Brasil contava com 14 cidades
com mais de 1 milhão de habitantes, entre
elas: São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador,
Fortaleza, Belo Horizonte e etc.
Problemas sociais nas cidades
• Pobreza
• Ausência de moradia ou moradia precária;
• Falta de hospitais, escolas, creches; centros de
lazer;
• Precários serviços de saneamento básico,
coleta de lixo, pavimentação e etc;
• Elevado índices de violência, tráfico de drogas,
roubos e etc.
• Transporte público deficiente e frequentes
congestionamento das principais vias de
circulação.
Problemas ambientais nas cidades
• Poluição das águas
• Poluição do ar
• Poluição sonora
• Poluição visual
• Desmatamento
• Impermeabilização do solo
Tarefa:
• Apostila: pág. 24, 25, 26 e 27.
Cap. 03 – O Uso da Terra no Meio
rural brasileiro
Modernização do campo e o uso
da Terra
• O processo de industrialização brasileira
influenciou também o campo, com a
modernização das técnicas agropecuárias e dos
equipamentos para a produção.
• O uso da terra no meio rural brasileiro é
classificado em:
1 – Grande agricultura comercial
2 – Pequena agricultura comercial e de
subsistência.
3 – Pecuária melhorada
4 – Pecuária primitiva
Grande agricultura comercial
(Agronegócio)
• É caracterizado pela predominância de
Latifúndios (Grande propriedade der
terras).
• Alta produtividade destinada para
exportação.
• Utilização de técnicas modernas exigindo
pouca mão-de-obra.
• Principais produtos do agronegócio
brasileiro: Cana-de-açúcar, Soja, Laranja
e etc.
• Tem maior acesso a investimento e
financiamentos pelos bancos nacionais.
• Tem grande influencia em órgãos
administrativos e legislativos.
• As grandes propriedades costumam
contratar mão-de-obra especializada
como: Engenheiros agrônomos,
Veterinários, especialistas informática.
• O número de trabalhadores fixos no meio
rural é pequeno.
Pequena agricultura comercial
• Propriedades menores
• Menor uso de tecnologias
• Tem como objetivo produzir para o
mercado interno.
• Mão-de-obra geralmente familiar.
• As terras agrícolas são exploradas ao
máximo.
Agricultura de subsistência
• Trabalho em pequenos lotes de terra.
• Propriedades privadas ou arrendadas.
• Produção destinada para o consumo da
própria familiar.
• Uso de técnicas de ponta é limitado.
• É responsável pela produção de alimentos
consumidos nas cidades.
Nesse tipo de trabalho, o “Chefe da
família” pode ser:
• Proprietário – dono das terras;
• Arrendatário ou rendeiro – Alugas terras
para a produção;
• Parceiro ou meeiro – paga as terras
ocupadas com parte da produção;
• Posseiro ou ocupante – Que ocupa um
terra que não pertence a ele, em geral
terras do governo (devolutas).
Pecuária
• O Brasil é um dos maiores produtores e
exportadores de carne de animais de grande e
pequeno porte do mundo.
• Destacam-se a produção de:
1 – Bovinos
2 – Suínos
3 – Caprinos
4 – Ovinos
Pecuária Melhorada
• Consiste na criação de gado com
utilização de técnicas modernas que
permitem maior produtividade.
• Predomina na região centro-sul do Brasil.
• Entre as técnicas utilizadas se destaca a
pecuária intensiva: gado criado preso,
com tratamento especial para engorda
rápida.
Pecuária primitiva ou tradicional
• O gado é criado solto nas áreas de
pastagem.
• Praticamente não há uso de técnicas ou
equipamentos modernos.
• Produtividade menor.
• É praticada com maior frequência nos
estados da região norte e nordeste.
Extrativismo vegetal
• Está relacionada a áreas de floresta ou
áreas cultivadas.
• Alguns produtos extraídos: Castanha-do-
pará, Látex, Pinhão, Palmeiras, Babaçu,
carnaúba e etc.
Cap. 04 – Concentração de terras
e conflitos no campo
Concentração de terras
• Pequeno número de proprietários detém a
posse de milhões de hectares de terras,
enquanto milhões de pequenos e médios
agricultores dividem o equivalente a 10%
dessas terras.
• Além da concentração de terras, outro
problema é que grande parte das grandes
propriedades são improdutivas.
Origem dos latifúndios
• Desde a colonização do Brasil, a
distribuição de terras e o acesso a elas
ocorreram de maneira desigual.
• Grande parte dos latifúndios se originou
das sesmarias.
• Grandes parte dessas terras eram
utilizadas para a produção de cana-de-
açúcar, monocultura.
• O sistema de doações durou até 1820, depois
disso nos 20 anos seguintes as terras era
ocupadas livremente.
• Em 1850, foi implantada Lei de Terras, definindo
que o acesso a terra deveria ser feito por meio
da compra e só a elite que tinha dinheiro para
comprar esses lotes.
• Durante todo o século xx, os latifundiários
“grilaram” grande parte das terras devolutas,
através da falsificação de títulos de propriedade.
Política de reforma agrária
• Até 1960, pouco se fez pela reforma
agrária no país.
• No governo João Goulart (1961-1964),
essa questão recebeu maior atenção, o
que desagradou os latifundiários. Esses
apoiaram setores das forças armadas que
consideravam as idéias de Goulart
socialistas. Em 1964, ele foi deposto por
um golpe de estado civil militar.
• Durante o governo militar houve a
aprovação do “Estatuto da Terra” que
ofereceram créditos abundantes para a
modernização da agricultura.
• Nos quatro primeiros anos após a ditadura
foram assentadas 80 mil famílias.
• A reforma agrária brasileira ainda tem um
longo caminho a percorrer.
• Ainda há milhares famílias para serem
assentadas.
• Não basta somente dar a terra, é
necessário garantir a permanência dessas
famílias no campo, oferecendo
infraestrutura e facilitando crédito.
Conflitos no Campo
• Envolvem a disputa por terras, pela água,
pelos direitos e condições de trabalho dos
que vivem no campo.
• Em 2006 foram registrados 761 conflitos
por terra em todo território
• Dos movimentos organizados pelos que
lutam pela posse da terra no Brasil, o mais
conhecido é o MST que atua desde os
anos de 1980.
• Esse grupo ocupa propriedades rurais do
governo e latifúndios improdutivos com a
intenção de torná-los produtivos,
Buscando garantir um direito que lhes é
resguardado pela constituição federal.
Tarefa:
• Apostila: Pág. 34, 35, 36, 43 e 44.
Referências
• Apostila 7º ano “Sistema UNO” (Unidade
03 – Brasil: Campo e Cidade.
• Imagens: www.google.com/imagens.
• Montagem: Prof. Raphael Ramos.

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