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A FORMAÇÃO DOS ELEMENTOS QUÍMICOS

MODELO COSMOLÓGICO
PROPOSTO A PARTIR DOS ANOS 1950
Algumas questões para se refletir:

• Como você definiria O que é Ciência?

• Como podemos diferenciar Ciências Naturais de


Ciências Humanas?

• E a Química como Ciência sua diferença com Ciências


Biológicas?
CIÊNCIA COMO PARTE DA NOSSA CULTURA

• TODOS OS GRUPOS ÉTNICOS ESTUDADOS ATÉ OS


DIAS ATUAIS TÊM UMA HISTÓRIA PARA A ORIGEM
DA VIDA E DO UNIVERSO
CRIAÇÃO DO MUNDO – MITO GREGO

No início, nada existia.


Tudo era escuro e sem
nada e isto era o Caos.
Gradualmente a Mãe-Terra
(ou Gaia) surgiu e foi
ganhando forma e criou o
Mundo.

https://pm1.narvii.com/6822/96ee1a92f500ba99a3d7275cd9f9351179c67276v2_hq.jpg
Criação do Mundo – Índios Carajás
Os índios Carajás, no princípio do mundo, viviam dentro do furo das
pedras. Não conheciam a Terra. Eram felizes e tinham a eternidade,
vivendo até avançada velhice, só morrendo quando ficavam
cansados de viver; e não envelheciam.

Um dia, os Carajás decidiram abandonar o furo das pedras, na


esperança de descobrir os mistérios da Terra, que trazia uma
escuridão sem fim, os índios percorreram todos os lugares.
http://3.bp.blogspot.com/
_lL2ih8cT8fg/Scfr9nk3DZI/ Descobriram frutos e comidas.
AAAAAAAAAH8/qWya-Bx4-Gs/
s400/indio.bmp
 O menino, na escuridão, comeu mandioca brava. Envenenado pela raiz, o menino Carajás deitou-se
de costas, a passar mal. Vários urubus começaram a andar em volta do corpo. Até que ele
conseguiu prender o Urubu-Rei com suas mãos e exigiu seus presentes: a Lua, as Estrelas e o Sol.
Roda da Vida do Mundo Indiano
É a perpétua repetição do nascimento,
vida e morte, desde o passado até o 
presente e o futuro, através dos seis
ilusórios reinos: Inferno,
dos Fantasmas Famintos,
dos Animais, Demônios Belicosos, Ser
humano, dos Deuses e da Bem-
Aventurança.
Aqueles que estão livres desta roda de
transmigração são considerados lamas,
PINTURA TRADICIONAL TIBETANA ILUSTRANDO A 
RODA DA VIDA E OS REINOS DE SAṂSĀRA iluminados (ou budas, em sânscrito).

https://pt.wikipedia.org/wiki/Samsara
Mitologia dos bosquímanos na África
No início, as pessoas e os animais viviam
sob a Terra, junto com KAANG, o Senhor de
Toda a Vida. Todos viviam de forma
pacífica, quando Kaang começou a planejar
as maravilhas que ele colocaria na
superfície da Terra.

Um buraco na árvore ligava os dois mundos na mitologia dos bosquímanos

Ele então criou uma árvore gigantesca, com ramos que se estendiam por
todo o globo, e em sua base, KAANG cavou um buraco na árvore que levava
até o mundo onde ele vivia com as pessoas e os animais. Quando ele colocou
tudo o que desejava na Terra, levou os humanos até esse buraco.
Serpente arco-íris
Mitologia Aborígene - Austrália

 Serpente do Arco-íris, Deusa


aborígene criadora da vida,
nativa da Austrália. Também
conhecida como Julunggul,
ela rege as chuvas, os rios e a
água do mar. 
Nascimento da Sabedoria – Tempo Eixo – 800 a 200 a. C
KARL JASPERS

Oriente Confucionismo Taoísmo Budismo

Ocidente Zoroastrismo Profecias judaicas FILOSOFIA GREGA

Século XVII Século XIX Século XX


Século XXI
Ciência Moderna

Renascimento Revolução Revolução Tecnologia da


Industrial Tecnológica Informação
O todo é maior do a soma das partes.

• Pensamento sistêmico como a compreensão de um fenômeno dentro


de um contexto estabelecendo-se a totalidade das interações
envolvidas.
Um sistema em interação com seu meio.
Premissa Filosófica do Pensamento
Ocidental
Se tudo está em perpétuo devir, se sob sua diversidade o Universo oculta uma profunda unidade,
é razoável pensar que a matéria, tanto a viva quanto a inanimada, tem uma história...”

Assim, tem-se duas teorias para refletir sobre a evolução :


Eventos Relacionados à Evolução da Matéria
A formação dos elementos químicos
Modelo Cosmológico
proposto a partir dos anos 1950
Início da Organização e Complexificação

• 5. Formação da radiação cósmica de


fundo – CMB

• 4. Matéria e radiação se separam


enquanto elétrons e núcleos se unem -
emissão de fótons
• ____________________
• 3. t = 1s; T=1010K
• prótons e nêutrons se aglutinam na
forma de núcleos de H, 2H, 3H, 3He, 4He,
Li
• 2. t = 10-10 s; T=1015K
• Formação de prótons, nêutrons e
mésons
• 1. t = 10-34 s; T=1027K
• época dominada por quarks e
ALFRED KAMAJIAN Scientific American Brasil 2002, Ano I (7), 32
antiquarks
As quatro forças fundamentais
e o domínio das fontes de energia.
Intervalo de energia correspondente a cada uma das
forças:

Força Gravitacional: F=G m1.m2/r2, onde G=6,67.10-11N.Kg-2.m-2,


(longo alcance) – Leis de Newton

Forças Eletromagnéticas: l de 1 a 1000nm (longo alcance)


- Hertz e Maxwell (1864 a 1893)

Forças Nucleares Fracas: decaimento a do Ra 4,9Mev


(curto alcance) – Experimentos sobre radiatividade (1895)

Forças Nucleares Fortes: 100GeV a 7Tev (curto alcance)


• Nucleossíntese Primordial
Abundâncias cósmicas, medidas no sistema solar (Sol, vento solar e
meteoritos) em função do número atômico Z.
Ao termo da evolução extraterrestre da matéria inanimada, nunca interrompida:
Abundância dos Principais Elementos no Universo

H 76,50% N 0,12%

He 21,15% Fe 0,12%

O 0,82% Si 0,07%

C 0,34% Mg 0,06%

Ne 0,30% S 0,04%

Demais elementos (270 isótopos 0,13%


estáveis e 55 instáveis)
Nebulosa Planetária • Estrelas com massa próxima àquela do Sol, em
seus estágios finais, sofrem o colapso de seu
núcleo.

• Isso acontece quando se esgota o hidrogênio


combustível que existe no centro das estrelas.

• A temperatura central aumenta muito, e as


camadas externas da estrela são expelidas,
formando uma nebulosa planetária, que é uma
nuvem de gás e poeira em volta de uma estrela
colapsada.
• http://www.astro.iag.usp.br/~maciel/teaching/artigos/
medida.html
• Começa a Era Estelar: A
Formação das Galáxias Complexificação retoma o seu
curso

• t = 1.106 anos; T=3000K

• Aglomerados de matéria
formam os quasares, estrelas e
protogaláxias

• Nucleossíntese de elementos
mais pesados

• Queimando Hidrogênio e Hélio


Aglomerado de galáxias NASA
primordiais, as estrelas
sintetizam núcleos mais pesados
Nascimento de Átomos e Moléculas
1.106 K 2 núcleos de He
H
1.108 K Fusão de C, N, O
núcleos de He
Entre 5.108 e Fusão de Na, Mg
8. 106 K núcleos de C
~ 109 K Fusão de S, P, Si
núcleos de O
5.109 K Fe, Ni, Co, Cr
Elementos mais pesados formam-se 238 Urânio
por ocasião da explosão das (92p=146n)
supernovas, por adição de nêutrons.
Nucleossíntese Estelar
• Nucleossíntese quiescente:
caracterizada pelas reações nucleares
que ocorrem durante toda vida de
uma estrela (Ciclo CNO).

• Nucleossíntese explosiva: que ocorre


somente nos estágios finais de estrelas de
grande massa, em explosões de
supernovas, para estrelas com massa igual
ou dez vezes a massa do Sol.
Supernova

https://dictionary.cambridge.org/pt/images/thumb/
supern_noun_002_36712.jpg?version=5.0.243
Processos de nucleossíntese que ocorrem nas gigantes
vermelhas.
Formação do Sistema Solar
• t = -5. 109 anos
• Forma-se o Sistema Solar no seio
de uma nuvem galáctica
enriquecida dos resíduos de
explosões estelares.

• Depois de cerca de 400 milhões


de anos, os anéis que rodeiam o

sol se condensam em planetas.

NASA
Formação da Terra
• t = -4,6. 109 anos

• Tendo o calor solar


destruído os compostos
orgânicos interestelares,
tudo está por começar na
jovem terra para que
apareça a vida.

NASA
Ciclo da Água no Universo

• Hidrogênio foi formado desde o BIG-BANG e o Oxigênio foi formado mais tarde
no interior das grandes estrelas (CICLO CNO).

• Para que a água se forme nesse espaço frio é necessária a presença de


partículas de poeira (da ordem de 1m) que ajudam a agregar os átomos de
Hidrogênio e Oxigênio para formar H2O.

• COMO O CICLO CNO SE PROCESSA?


• QUAL A CONSTITUIÇÃO QUÍMICA DAS PARTÍCULAS DE POEIRA?
As partículas de poeira que agregam H e O para formar H2O encontram-
se nas nuvens escuras entre as estrelas e podem ser detectadas por sondas
de Infravermelho (Telescópio HERSCHEL e o Telescópio ALMA).

https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcRSOvOjJHdYLzoFkLyKmU-lDjmCASv-
LdYITJeBmEwoTOz7j5_xqYu9fGhe82iKd4Z0enQ&usqp=CAU
Ciclo da água no universo se processa da seguinte
maneira:
1. Gelo de água se forma em nuvens frias situadas entre estrelas;
2. Novas estrelas podem formar-se no seio dessas nuvens;
3. Durante o colapso da nuvem forma-se um disco de gás, poeira e
água; e se encontra em rotação.
4. Os pequenos grãos de poeira formam enormes blocos de rocha e
cometas contendo água.
DUAS ORIGENS PARA A ÁGUA ABDUNDANTE
DA TERRA
IMPACTO DE COMETAS

É muito provável que parte da água da Terra provenha de


impacto de cometas em sua superfície.
Ilustração do cometa HARTLEY, que possui água com a mesma
proporção de deutério que a água da Terra.

https://exame.com/wpcontent/uploads/2016/09/
size_960_16_9_cometa_halley7.jpg?
quality=70&strip=info
Graças a equipamentos especiais presentes do telescópio HERSCHEL,
sabemos agora que a água é abundante junto de todas estrelas jovens.
ORIGEM GEOLÓGICA

Outra fonte de água na Terra está relacionada com a formação


da atmosfera, pela desgaseificação do planeta.

 
Este termo refere-se ao fenômeno de liberação de gases por
um sólido ou líquido quando é aquecido ou resfriado. O
processo, atuante até hoje, teve início na fase de resfriamento
geral da Terra, após a fase inicial de fusão parcial.
 
Neste gradativo resfriamento e formação de rochas ígneas, foram liberados
gases, principalmente vapor de água H 2O e gás carbônico CO2, entre vários
outros, como subprodutos voláteis da cristalização do magma. A geração de
água na forma de vapor é observada atualmente em erupções vulcânicas.
Região de Calbuco, Chile Região de Reykjavik, capital da Islândia

https://imagens.brasil.elpais.com/resizer/ https://conteudo.imguol.com.br/c/noticias/af/2021/03/22/
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Origem da Vida
Adão e Eva (Tamara de Lempicka) Roda da Vida (Mito
Indiano)

https://i.pinimg.com/originals/4f/8b/ http://4.bp.blogspot.com/AeC_zIJ2fUQ/UxYOQo6ztWI/AAAAAAAAASg/
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Condições Particulares do Planeta Terra
para a Emergência da Vida

Posição da Terra na órbita do Sol


Regula a incidência de energia
Distribuição de temperatura no solo
Pequenas variações de temperatura e pressão
Densidade do ar
Água em abundância
Absorção da energia solar

Composição química da crosta terrestre


Reflete as necessidades impostas pela vida
Abundância de O2
A questão dos cenários de aparecimento e de evolução de formas primordiais de vida

• a) cenários extraterrestres: cogitado principalmente


como banco de moléculas precursoras e/ou moléculas
monoquirais.

• b) cenários terrestres:
• i) interface entre meios aquosos e as superfícies
minerais que ocorrem nas fissuras fumegantes das
dorsais oceânicas;
• ii) interface entre meios aquosos primitivos (mares,
lagos e lagunas) e a atmosfera primitiva terrestre.
(”sopa primordial”)
Origem Extraterrestre
• Acredita-se que quantidades
Bombardeamento por meteoritos importantes de material
Química Orgânica Interestelar orgânico foram depositadas
na terra primitiva.

• Estima-se que atualmente


mais de 100 toneladas de
meteoritos caia sobre a terra e
que, na época de sua
formação ,este
bombardeamento era cerca de
104 vezes maior.

https://spacebetween.com.br/wp-content/uploads/2020/08/img-spacebetween-q04930.jpg
Fissuras fumegantes das dorsais oceânicas

http://slideplayer.com.br/363089/2/images/18/Fumarola+no+assoalho+oce
%C3%A2nico+National+Geographic+Magazine%2C+out+2000.jpg
Vulcão Etna em Atividade

https://i.ytimg.com/vi/HMJ7-dNDiUw/hqdefault.jpg
Síntese de Strecker

https://www.infoescola.com/wp-content/uploads/2009/08/full-1-0adcfc9161.jpg
http://img.geocaching.com/cache/large/edc4abbe-dbea-4e01-8a0f-31e39755c141.jpg?rnd=0.705982
Considerações Finais
• O conhecimento científico e suas conexões;

• A importância de se aprofundar sobre o legado dos


cientistas do passado e o conhecimento do estado
da arte são imprescindíveis à inovação que as novas
gerações estão por fazer.
•Referências
•ATLAN, H. Entre o cristal e a fumaça: ensaio sobre a organização do ser vivo. Trad. V. Ribeiro. Rio de Janeiro: Jorge
Zahar Ed., 1992
•BOHR, N. A unidade do conhecimento. In: Física atômica e conhecimento humano. Trad. V. Ribeiro. Rio de Janeiro:
Contraponto, 1995.
•BOURGUIGNON, A. A história natural do homem. O homem imprevisto. Trad. M. L. X. de A. Borges. Revisão F.
Salzano. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editores, 1990.
•DA COSTA, N. C. A. Conhecimento Científico, 2ª ed.. São Paulo: Discurso Editorial, 1999.
•GOLDFARB, A. M.A. Da alquimia à Química. São Paulo: Nova Stella, 1987.
•HEISENBERG, W. Física e filosofia. Trad. J. L. Ferreira. Brasília: Universidade de Brasília, 1995.
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•MONOD, J. Le hasard et la nécessecité. Paris: Seuil, 1970.
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•NUSSENZVEIG, H. M. Introdução à complexidade. In: Complexidade e Caos. Rio de Janeiro, 1999.
•PRIGOGINE, I.; STENGERS, I. A nova aliança. Trad. M. Faria e M. J. M. Trincheira. Brasília: Editora Universidade de
Brasília, 1997.
•REZENDE, P. A. D.A crise nos fundamentos da Matemática e a teoria da Computação. www.cic.unb.br/docentes/
pedro/trabs/acrise.htm. Acesso em 26/01/2014..
•SEGRÈ, E. Dos Raios X aos Quarks. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 1987.
•SILVA, J. J. Filosofias da Matemática, São Paulo: Editora UNESP, 2007.
•TSALLIS, C. Nonextensive statistics: theoretical, experimental and computational evidences and connections.
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•VAN DER VIJVER, G., VAN SPREYBROECKER, L., VANDEVYVERE, W. Reflecting on complexity biological systems: Kant
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•VON FOERSTER, H. Ethics and second order cybernetics. Cybernetics and Human Knowing. V.1, n.1, 1992, p.9-20.

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