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Volume 1, Edição 3 13 de abril de 2023

Jornal da Matemática
Abordagem histórica, Conceitos, Curiosidades e Pesquisa

Como foi possível viajar até a lua?


Na edição passada Johnson, norte- rio o conhecimento
Interesses especiais: vimos que muitas americana, negra, de muitas pessoas e,
mulheres foram res- uma das responsá- nesta edição, vere-
• Matemática ponsáveis pela veis por fazer do so- mos os passos até a
• Conceitos construção do nosso nho da viagem à lua construção dos cál-
conhecimento. A últi- uma realidade, mas, culos orbitais e a
• Pesquisas ma dessas cientistas para que isso acon- chegada do homem à
• Áreas temáticas
foi Katherine G. tecesse, foi necessá- lua.

• Curiosidades
O surgimento da Astronomia
A curiosidade pode um pouco do que já das primeiras grandes
certamente levar às sabemos: civilizações do Mundo
pessoas ao conheci- Os primeiros povos a Antigo, temos o início
mento, gerando teorias cultivarem grãos certa- da astronomia. Plane-
que fundamentam ex- mente conheciam as tas e estrelas já eram
Nesta edição: perimentos e daí surge estações do ano, pois conhecidos pelo modo
a ciência. Vamos voltar os grãos precisam de como apareciam no
O surgimento da 1 no tempo, quando não água e calor para ger- horizonte e a rota que
Astronomia havia energia elétrica, minar e crescer. Imagi- faziam com o tempo,
lanternas ou velas, só ne olhar para o céu e no entanto, eles acredi-
Hipátia de Alexan- 1 pequenas luzes bri- ver alguns pontos bri- tavam na influência
dria lhantes e a lua no céu lhosos que estão sem- desses astros na vida
noturno... pre nos mesmos lo- das pessoas (astrolo-
Maria Agnesi 1
O que seriam aquelas cais, uns que apare- gia): quem nunca ou-
Marie-Sophie Ger- 2 luzes? Como elas se cem às vezes e outros viu que o lobisomem
main comportam? Como que aparecem periodi- aparece na lua cheia?
chegaram lá? Irão camente. Havia então uma rela-
Mary Somerville 3 cair? Provavelmente a Com a construções ção muito próxima en-
curiosidade pelo céu
Amalie Noether 3 está na humanidade
Maria Mouzinho 3 desde os primórdios e,
apesar disso, ainda ho-
Katherine Johnson 3 je não temos todas as
respostas. O conheci-
Dia internacional 4 mento é construído,
da mulher - Luana está sendo construído
e talvez você, caro lei-
tor, construa a próxima
página dessa história,
então, irei lhe contar O céu noturno.. Licença Creative Crommos
Jornal da Matemática

tre a vida das pesso- que o sol era uma ‘descoberto’ e os ato-
as e o que acontecia estrela e o modelo mistas acreditavam
nos céus... heliocêntrico, que que a Via Láctea era
 Há cerca de 5.000 a Terra tinha for- formadas por várias
anos os humanos mato esférico e estrelas pequenas
já construíam mo- calcularam de mo- (iniciando a teoria
numentos para do aproximado o atômica) e se pergun-
estudar o céu, co- raio do nosso pla- tavam como havia
mo o Stonehenge neta, tudo isso há formado a Terra; os
e El Caracol; 1000 anos antes pitagóricos buscavam
Stonehenge (Inglaterra),  Em 3.000 a.C os de Copérnico! No as respostas nos nú-
obra do Período Neolítico egípcios já calcu- entanto, essas meros: quer as rela-
utilizado, provavelmente, lavam e prediziam descobertas não ções entre o som e o
para estudos astronômicos a ocorrência dos foram comparti- tamanho de uma cor-
e, de acordo com Hawkins eclipses, nos sé- lhadas durante o da, quer as relações
(1963), poderia predizer culos seguintes mundo antigo; numéricas racionais e
eclipses e estações do ano construiriam o ca-  A astronomia da o mundo (os precur-
através das projeções das lendário de 365 China tem ao me- sores da teoria quân-
sombras nas pedras. dias, os pontos nos 4.000 anos e tica); Hipparchus (190
Fonte: Creative Commons cardeais e a dura- durante este perío- - 120 a.C.) classificou
ção do dia do eles registra- as estrelas pelo bri-
(através do moni- ram o eclipse so- lho, criou a 1ª tabela
toramento de cer- lar mais antigo do trigonométrica e cal-
tas estrelas); mundo (2.137 a. culou de modo apro-
 Há mais de 2.000 C), estudaram co- ximado a distância
Pitágoras é anos os índios metas, mediram o entre a Terra e a Lua;
considerado um equatorianos sabi- raio da Terra e Hypatia (370-415 d.C)
am que a Terra usavam coordena- desenvolveu as bases
filósofo feminista por
tem formato esfé- das (cerca de para o uso do astrolá-
ativamente encorajar rico e que estavam 1.500 anos antes bio e as curvas en-
mulheres a estudar. no equador; do Ocidente). An- contradas quando
 Os povos da anti- tes do séc XIII os seccionamos um co-
ga Mesopotâmia chineses já catalo- ne (uma das bases
conheciam 5 pla- gavam as estrelas, para a teoria das órbi-
netas, o calendá- incluindo as su- tas planetárias); Aris-
rio lunar e a traje- pernovas e a dura- tarco constrói o mo-
tória de Vênus; ção do ano com delo heliocêntrico,
 Os maias cultiva- precisão de horas. estima as dimensões
vam a terra de Mas, apesar de todos do sol e da lua
acordo com o mo- esses avanços, ape- (apesar de quantitati-
vimento das estre- nas com o surgimen- vamente errado, esta-
las, seu calendário to da civilização gre- va qualitativamente
era muito exato e ga que a astronomia e correto) e mediu o
eles conheciam a a religião são separa- raio da Terra...
trajetória de Vênus das: agora os huma- Essas grandes desco-
El Caracol (Yucatán, Méxi- e Marte, mas tal- nos tem o poder de bertas foram amplia-
co). Este é um edifício cons- vez o mais impres- compreender o mun- das pelos astrôno-
truído pelos povos maias sionante seja a do e de estudar fenô- mos árabes até o sé-
para, de acordo com os utilização do zero, menos sem que estes culo XV, quando
arqueólogos, estudar o céu que apesar de ser sejam úteis a um de- ocorre então a revolu-
noturno. comum hoje, pos- terminado fim - ção Copernicana mar-
Fonte: Creative Commons sibilitou a predi- apenas o prazer de cando assim o início
ção dos eclipses aprender. Então, Pla- da Astronomia Mo-
devido à exatidão tão fala sobre o Uni- derna. E nós, estima-
dos cálculos; verso e o movimento do leitor, somos her-
 Em 5 d.C. os india- dos astros, acreditan- deiros desse conheci-
nos já conheciam do na origem do uni- mento e é nosso pa-
verso; o átomo é pel ampliar e desen-

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Volume 1, Edição 3

volver tudo isso que quando questionada dade? nas a curiosidade, a


herdamos. Mas va- sobre a forma da Ter- Lembre-se, não havia inteligência, livros de
mos por partes... ra dirá uma esfera, nenhum transporte anotações, as biblio-
A grande maioria da mas como provar es- ‘voador’, câmera, fo- tecas e gravetos...
população atual sa forma na antigui- guete ou satélite, ape-

Calculando o raio da Terra e a sua distância até a lua...


Essa história, apesar de era curva, mas quão cur-
muitas pessoas não acredi- va?
tarem, se inicia em 300 a.C Sabemos as medidas das
com o grego Eratóstenes sombras em Syene e em
de Alexandria através da Alexandria mas para infe-
medida de sombras desen- rirmos a medida do raio da
volvida por Tales de Mileto Terra precisamos de mais
a aproximadamente 650 uma medida: a distância
a.C. Isso mesmo: sombras! entre as cidades.
Vamos pensar: se a terra Hoje sabemos que a dis-
fosse plana, todos os luga- tância entre essas cidades
res receberiam a luz do sol é de cerca de 800 km, mas
do mesmo modo, certo? antes não tinha como sa-
No entanto, Eratóstenes ber essa medida, então
per- Eratóstenes encomendou
essa distância a uma cara-
vana de camelos!
Com essas três medidas
aproximadas, utilizando o
esquema ao lado, esse ci-
entista conseguiu encon-
Representação do Teorema
trar o valor aproximado do
raio da Terra e, colocando
de Tales. De acordo com o
esses triângulos lado a la-
teorema: “Se duas retas são
do, inferir o formato esféri-
transversais de um feixe de retas
paralelas, então a razão entre dois
co da Terra ‘confirmado’
segmentos quaisquer de uma
pela forma da sombra vista
delas é igual à razão entre os seg- na Lua durante os eclipses.
mentos correspondentes da outra”. No entanto, utilizando a
Ou seja, existe uma relação simples observação (um
proporcional entre a altura do tanto limitada) de nossos
bastão, a altura da pirâmide, sentidos humanos, a Terra
o tamanho da sombra do bas- parece ser plana e apesar
tão e da pirâmide, de modo de muitas pessoas não
que, conhecendo três dessas acreditaram nos trabalhos
medidas é possível inferir
de Eratóstenes, essa ideia
sobre a quarta,
floresceu.
Encontrado em: Wikipedia
Se pararmos para observar
as estrelas no leste
(nascente) e fazermos o
cebeu que, no dia 21 de ju- desenho ou mesmo tirar-
nho, as sombras projeta- mos foto delas de hora em
das por um bastão em Ale- hora, veremos que o movi-
xandria e Syene, não eram mento dessas estrelas per-
iguais: ao meio-dia em Ale- correm o céu de modo si-
xandria havia uma curta milar ao sol. Com essa ob-
sombra, mas em Syene servação os nossos ante-
não. Desse modo, a Terra passados pensaram que ou

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Jornal da Matemática

a Terra está fixa e as No entanto, houveram as posições geométri- mos o tempo decorri-
estrelas giram em tor- tentativas de compre- ca e aparente dos as- do da rotação da Ter-
no dela ou as estrelas ender o posiciona- tros, e a primeira evi- ra. Esse ‘tempo’ é de
estão fixas e a Terra mento da Terra e dos dência incontestável 23h 56min e 04s de
gira em torno dela. outros astros como em 1851 com os ex- horas solares, no en-
Por uma gama de Aristarco de Samos perimentos de Léon tanto, como o sol está
questões, acabaram (280 a.C) que propôs Foucaullt. muito longe da Terra
por aceitar o primeiro um sistema heliocên- O dia e a noite é a para seus raios se-
pensamento e cria- trico, considerou o consequência mais rem considerados pa-
ram assim as chama- movimento da Terra clara da rotação da ralelos, a região que
das esferas celestes. (rotação) e calculou Terra (apesar de que separa dia-noite uma
as distâncias entre o isso aconteceria mes- curva, visto que a luz
Sol e a Lua, algo que mo se não houvesse ilumina uma superfí-
só veio a ser conside- a rotação, como no cie esférica.
rado por Nicolau de caso da Lua), mas Então, a Terra é uma
Cusa em 1430 e de- como calcular as ho- ‘esfera’, se move
pois estudado por ras do dia? (rotação) e a região
Nicolau Copérnico Primeiramente deve- iluminada tem uma
(1473-1543) e Galileu mos considerar duas forma curva, mas co-
Galilei (1564-1642), estrelas tão longe mo medir a distância
mas o movimento da uma da outra que o até a Lua? Precisa-
A esfera celeste, construída Terra só obteve um seu movimento não mos de um referenci-
na China em 800 a.C. forte argumento em nos seja perceptível al: o sistema de coor-
Fonte: Creative Commons 1725 com James (chamadas de ‘estre- denadas.
Bradley, que calculou las fixas’) e daí inferir-

O sistema de coordenadas
No Ensino Básico Terra, o zênite, e um do, o movimento
aprendemos acerca ponto abaixo de seus aparente do sol
de um sistema de re- pés, o nadir. É traça- e das ‘estrelas
ferências utilizando da uma perpendicular fixas’, o resulta-
um padrão de grade à reta vertical que in- do dessas medi-
onde podemos locali- tercepta o zênite num das são funções
zar posições e, a par- círculo, o horizonte, e do tempo e mu-
tir daí, inferir sua vari- o plano que passa dam constante-
ação temporal e cal- pela reta vertical e mente.
cular sua velocidade, contém o Polo Norte Para contornar
como o plano cartesi- da esfera constitui o essas caracte-
ano. No entanto, a polo norte geográfico, rísticas pode- δ
Terra se move no es- e o ponto equidistan- mos prolongar o
paço e precisamos de te no lado oposto eixo do equador
um novo sistema de constitui o polo sul da Terra cortan-
coordenadas. geográfico. Com isso do a esfera ce- α
Um dos mais simples podemos determinar leste definindo o
sistemas de coorde- a localização de qual- equador celeste.
nadas é chamado de quer estrela medindo Pelo polo norte γ
sistema de coordena- o ângulo dela a partir passam infinitos
das horizontais lo- do Norte sobre o hori- planos chama-
cais. Neste sistema zonte até a circunfe- dos meridianos A primeira figura representa o sistema
definimos um ponto rência vertical. celestes e con- de coordenadas horizontais locais,
acima da cabeça do O problema desse sideramos o enquanto a segunda representa o sis-
observador localizado sistema é que, apesar ponto de refe- tema de coordenadas equatoriais
em qualquer local da de não ser complica- rência γ, além Fonte: Creative Commons
de dois ângulos: o α inverno os dias são calendário (~6h x 4 perpendicular ao pla-
que se inicia no ponto curtos e a temperatu- anos = ~24h = ~1 dia), no da órbita e assim,
γ e parte em sentido ra é baixa, que o dia temos assim um ano a quantidade de ener-
anti-horário até o do ano que tem a mai- bissexto. gia efetiva recebida
meridiano celeste que or sombra projetada é Em sua jornada ao pelo sol varia bastan-
contém o objeto o primeiro dia do in- redor do Sol, a Terra te durante o movi-
(ascenção reta), e o δ verno e que dois dias apresenta uma órbita mento de translação.
que se inicia no equa- do ano o dia e a noite praticamente circular Agora que conhece-
dor celeste e termina apresentam a mesma visto que é uma elip- mos um pouco da
no objeto (decli- quantidade de horas. se de excentricidade Terra e seus movi-
nação). Sabemos que a Terra 0,0167. Mas não se mentos, podemos
Por convenção, obje- se movimenta, mas engane, apesar de a pensar em como sair
tos no hemisfério nor- como explicar as es- distância entre os fo- do planeta numa nave
te apresentam valores tações do ano? cos da elipse ser mui- espacial e não ser-
positivos, enquanto Com o movimento em to pequena, o tama- mos atingidos por
que objetos no he- torno do sol, a trans- nho desses astros é ela...
misfério sul apresen- lação. grande: ora a Terra se
tam valores negati- Estudando as posi- aproxima e ora se dis-
vos. ções relativas do Sol tancia do Sol.
Desse modo pode- é possível calcular a Somado a
mos estudar as esta- duração do ano solar: esse efeito,
ções da Terra. Desde 365d 5h 48min e 46s. após estudar
a Antiguidade os hu- Como não temos um as coordena-
manos conhecem e número inteiro de di- das equatori-
se utilizam das esta- as, no nosso calendá- ais foi possí-
ções, dividindo o ano rio o ano tem 365 dias vel descobrir
em épocas de plantio e ficou acordado que, que o eixo de
e colheita. Além dis- a cada 4 anos seria rotação do O movimento de translação.
so, é evidente que no adicionado 1 dia ao planeta não é Fonte: Creative Commons

A Lua
É o único satélite na- cação: Aristóteles já utilização sobretudo (devido a atração gra-
tural da Terra e a lua sabia que essas fases na agricultura. vitacional Terra-Lua,
mais massiva, em re- eram um efeito da luz Outro fato interessan- talvez), e assim nós
lação ao seu planeta, do sol enquanto a sua te é que o período de vemos sempre a mes-
do nosso sistema so- posição muda em re- rotação da Lua é o ma face da Lua.
lar. Além disso, te- lação ao tempo. Foi mesmo da translação
mos escritos desde a essa regularidade que
Antiguidade da dura- proporcionou aos
ção das fases da Lua: nossos antepassados
um pouco mais de 29 a criação de calendá-
dias; e da sua expli- rios lunares e a sua

Os eclipses
Outro evento estuda- e o Sol (eclipse de
do e documentado Lua)” [HORVATH,
desde a antiguidade 2008, pg. 39].
são os eclipses: Para que os eclipses
“ocultações parciais aconteçam, deve
ou totais da radiação existir uma relação
solar pela interposição entre os tamanhos da
da Lua entre a Terra e Lua e do Sol, certo? Comparação entre o tamanho entre a Lua, a Terra e as
o Sol (eclipse de Sol), Afinal, para que a Lua outras luas do sistema solar.
ou da Terra entre a Lua passe na frente do Fonte: imagem encontrada em
Jornal da Matemática

Sol e, num eclipse Além disso, por que go significa repetição,


total, impeça a passa- não temos eclipses visto que os eclipses
gem de luz, eles deve- rotineiramente? ocorrem na mesma
riam ter o ‘mesmo ta- ordem do ciclo anteri-
manho aparente’. or).
A Lua e a Terra não
apresentam a mes-
ma órbita, existe
uma inclinação de
5,2º entre as duas,
e é devido a essa
inclinação que não
temos o alinha-
mento entre o Sol,
a Lua e a Terra tão
frequentemente. Na
verdade, esse ali-
nhamento só acon-
tece a cada 18
anos e 11,3 dias, o
chamado ciclo de
Saros (que em gre-

Diagramas utilizados para explicar


os eclipses solares.
Fonte: Creative Commons

Os cálculos orbitais
tema solar estão no
Antes começar, preci- Outros cientistas tem neste estado a mesmo plano.
samos falar sobre a surgem neste perí- menos que uma for-  Até 1930 foram (re)
herança científica até odo, como Tycho e ça for a ele aplicado; descobertos (visto
o desenvolvimento Kepler, e desse te- • No tempo, a mudan- que muitas cultu-
ça da quantidade de ras já sabiam da
dos cálculos orbitais: mos três leis:
movimento de um existência desses
 150 a.C. astrôno- • As órbitas planetá- corpo se dá de mo-
mos como Ptolo- rias são elípticas em do proporcional e na
astros) Urano, Ne-
meu já conheciam torno do sol; mesma direção que tuno, o primeiro
o Sol e 5 planetas, • O vetor que tem ori- a força aplicada; asteroide e Plutão,
bem como suas gem no Sol e indica • Para toda ação exis- respectivamente.
órbitas, além dos a posição do planeta te uma reação de Por conta de toda es-
varre áreas iguais sa ‘herança’ foi possí-
movimentos retró- igual intensidade e
em tempos iguais; sentido oposto à vel sonhar com a saí-
grados de alguns
• Os quadrados dos primeira; das dos humanos da
planetas; períodos das órbitas
 Depois de 13 sécu- • A Lei da Gravitação Terra e a viagem in-
e os cubos dos se- Universal: a força é
los, Copérnico trás mieixos das órbitas terplanetária. Mas pa-
proporcional ao pro- ra isso precisamos
o modelo heliocên- são proporcionais. duto de duas mas-
trico, muito mais  Os estudos de Ga- focar no local mais
sas e decresce com próximo (a Lua) e res-
simples do que o lileu acerca da Me- o inverso do quadra-
modelo de Ptolo- cânica e a inven- do da distância entre ponder a algumas
meu. Explicando ção do telescópio elas, confirmando perguntas, afinal,
os movimentos re- deu base às Leis assim a forma das com o tempo a Terra
trógrados de modo de Newton: órbitas, a elipse, e se move e a Lua tam-
simples e trazendo • Um corpo em repou- que todas as órbitas bém, como podemos
as órbitas elípticas. so ou MRU se man- dos planetas do sis- garantir que o foguete
sairá da Terra e che-
gará à Lua?

Referências

J. O. Horvath. O ABCD
da Astronomia e Astro-
física. Editora Livraria
da Física. 2008. ISBN
8578610059. Disponí-
vel em: <https://
encurtador.com.br/
jMXZ7>

T. H. Skopinski and
Katherine G. Johnson.
DETERMINATION OF
AZIMUTH ANGLE AT
BURNOUT FOR PLA-
CING A SATELLITE
OVER A SELECTED
EARTH POSITION.
1960. Disponível em:
https://ntrs.nasa.gov/
cittions/19980227091.

Sites interessantes

https://ntrs.nasa.gov

https://www.iag.usp.br/
astronomia
Dranda. D G de Castro A Lua ainda é pouco!
Matemática e Eles ainda estão aí Viva ao rei!
fisioterapeuta, pós-
O tripé do retrocesso Patriarca-
graduada em Engenharia do, racismo, capitalismo
Biomédica com ênfase Cachaça. Sim, Cachaça!
Avanço pra uns, pra o resto, re-
em Engenharia Clínica e trocesso Bebida feita por mãos escraviza-
mestra em Mecatrônica das
considerada de luxo por mãos
Podemos falar de tecnologia brancas,
Instituto Federal da Bahia -
Campus Irecê Ir para a Lua é de ser vagabunda bebida em
Mas mesmo se o primeiro huma- mãos pretas
Laboratório de Matemática
BR , Vila, Irecê-Bahia no a pisar
Fosse uma mulher e negra Isso Cabelos cacheados, belos com
Universidade Federal da pouco seria para recompensar padrões matemáticos de simetria
Bahia Todas dores de perda Padrões estéticos causam proble-
Nitre / Labios mas acentuados e graves
Instituto de Física, Campus A cor nos difere difere aos olhos Depressão! um deles.
Ondina, Ondina, Salvador- dos que acham diferentes O medo da não aceitação feito
Bahia Humanos, pessoas, gente do mes- por preconceitos enraizados.
mo jeito Piadas podem ser facas.
Email: Mas para a dominação, tem que
denisegomes@ifba.edu.br haver distinção
denisecgomes@ufba.br O carnaval que nos veste
Brasil! País cunhado no trabalho
escravo sempre é lembrado como uma
mulata
Nossa história é tão recente, mas
mesmo assim e com suas roupas curtas a fazer
sua dança.
Tão sofrida.
Mas é de se saber
Acontecimentos no país de agora
são reflexos do passado pertuba- que uma das essências do carna-
do val, o samba
A bandeira que mais representa- vem de uma mulher preta.
ria seria a vermelha Sim! Sem ela, os sambistas seriam
Vermelho do sangue derramado atordoados
para que o amarelo entrasse nos e o samba, uma arte clandestina
bolsos
mas com um destino, que a partir
Vermelho extraído do pau-brasil, dos batuques africanos
por ambição quase extinto
veio a brilhar, e representar a
nossa sociedade.
Vamos Índios, me deem sua pra- Maicon Queiroz Barbosa
ta! Instituto Federal da Bahia
Pois com ela conseguiremos mais Curso Técnico em Eletro-
escravos, mais mercadorias, mais mecânica
lucro, mais lucro, e mais prata! Irecê-BA
2021

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