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DETERMINAÇÃO DE

THC EM CABELO POR


CROMATOGRAFIA
LÍQUIDA

Integrantes: Ana Paula P. Campos, Bárbara A. Ribeiro, Dário O. D.


Júnior, Jéssica S. M. Soares, Patrícia de M. Almada.

Orientadores: Ana Carolina Oliveira Bretas e Pablo Alves


Marinho.
INTRODUÇÃO: CANNABIS

 Usada há mais de 12 mil anos


como fonte de fibra têxtil;

C. Sativa

 Subespécies: C. sativa, C. indica e C.


ruderalis;

 Cannabis sativa: droga ilícita mais C. Indica


cultivada, traficada e consumida em
todo o mundo hoje.
C. Ruderalis
https://www.istockphoto.com/br/vetor/tipos-de-can%C3%A1bis-e-formas-de-folha-gm946027132-
258363676

Diehl, 2021; Seizi Oga, 2008


FORMAS E PADRÃO DE USO

As concentrações de Δ 9-THC variam de acordo com:

FORMAS DE REGIÃO DA FORMAS DE


USO PLANTA PREPARO

Via pulmonar Via oral Botões florais Folhas Haxixe Maconha


Absorção: Até 24% Absorção: Até 12% THC: 3 a 12% THC: 0,5 A 2% THC: 10 a 20% THC: 1 a 3%

Martinis, 2018
ESTRUTURA QUÍMICA DO Δ 9-THC

C₂₁H₃₀O₂

Fenol

Anel aromático

Éter cíclico

Seizi Oga,2008; Klaassen,2012; drugbank.com


ESTRUTURA QUÍMICA DO Δ 9-THC

 Planta in natura: estão sob a forma de ácidos carboxílicos.

Ácido carboxílico
SEM ATIVIDADE
FARMACOLÓGICA

https://dailycbd.com/en/cannabinoids/decarboxylation/

 Para produzir efeito psicoativo é necessário a descarboxilação.


- Podem ocorrer por ressecamento, estocagem, pirólise

ATIVIDADE
FARMACOLÓGI
CA
https://dailycbd.com/en/cannabinoids/decarboxylation/ https://dailycbd.com/en/cannabinoids/decarboxylation/

Klaassen, 2012
TOXICOCINÉTICA DO Δ 9-THC

ABSORÇÃO:VVIA
IA PULMONAR
ORAL X VIA ORAL

 Pela ingestão de alimentos ou fármacos;


Pelo ato de fumar ou inalação;
 Efeitos surgem mais lentamente;
 Rapidamente absorvido pelos alvéolos;

 Atravessa
Ocorre pelo trato gastrointestinal;
a barreira hematoencefálica;
 Biodisponibilidade: 25% a 30%
Biodisponibilidade: 10% a 35%

Damiani, 2021; Seizi Oga, 2008


TOXICOCINÉTICA DO Δ 9-THC

DISTRIBUIÇÃO:

 Intermediada por ligação nas


lipoproteínas (LDL)

- Alta lipossolubilidade do Δ 9-THC.

Klaassen,2012
TOXICOCINÉTICA DO Δ 9-THC

BIOTRANSFORMAÇÃO E EXCREÇÃO:

 A biotransformação ocorre principalmente


no fígado;
THC 11-oh-thc
 Reações de hidroxilação e oxidação;

 Produtos gerados: 11-OH-THC e THC-


COOH
- THC-COOH é um biomarcador de
exposição à Cannabis.

P-450
Seizi Oga, 2008
TOXICODINÂMICA DO Δ 9-THC

O
PRÉ SINÁPTIC

MECANISMO DE AÇÃO:
CB1 E CB2
 Ligação do THC nos receptores
canabinóides CB1 e CB2;
SMISSO
NEUROTRAN
RES
 Bloqueio da liberação de
neurotransmissores
- Acetilcolina, Dopamina, Noradrenalina
e GABA.

O
PÓS SINÁPTIC

Klaassen,2012
TOXICODINÂMICA DO Δ 9-THC

EDevido
por que o THC consegue
a semelhança estruturalse ligar
entre aos receptores
a Anandamida, endógenos
ligante endógenodo
dos
nosso corpo?
receptores canabinoides.

molview.org/
ANANDAMI Δ 9-THC molview.org/

DA
https://nida.nih.gov/es/publicaciones/serie-de-reportes/la-marihuana/como-produce-sus-efectos-la-marihuana

Klaassen,2012
EFEITOS TÓXICOS

Os principais efeitos da cannabis é variado de acordo com:

Resistência do Quantidade
organismo

Experiência em USUÁRIO DROGA Qualidade


fumar

Estado emocional Forma de uso

Diehl, 2021
EFEITOS TÓXICOS

Euforia e senso de humor aguçado

Sonolência

EFEITOS
00000000000 Coordenação motora diminuída
AGUDOS
Hiperemia conjuntival e boca seca

Taquicardia

Diehl, 2021
EFEITOS TÓXICOS

Afetação no sistema cardiovascular

EFEITOS
00000000000 Afetação no sistema respiratório
CRÔNICO
S

Desenvolvimento de psicoses

Diehl, 2021
A UTILIZAÇÃO
DE CABELO
COMO MATRIZ
BIOLÓGICA
INTRODUÇÃO: MATRIZ BIOLÓGICA

 O cabelo é considerado o 3º principal


material biológico para análises de
drogas;

- Determina a presença de vestígios de


substâncias psicoativas,

- Fornece o período de tempo de uso da


substância pelo usuário.

OLIVEIRA, 2005
INCORPORAÇÃO DA SUBSTÂNCIA NOS FIOS

MECANISMOS DE DEPOSIÇÃO:

CORRENTE
SANGUÍNEA:
 Ocorre por difusão passiva dos vasos
capilares para o folículo capilar;

 Incorporação da droga à matriz capilar a


medida do alongamento e Canva.com

envelhecimento celular.

BORDIN, et. al; 2015


INCORPORAÇÃO DA SUBSTÂNCIA NOS FIOS

MECANISMOS DE DEPOSIÇÃO:

SECREÇÕES E SUOR:

 Ocorre por difusão das glândulas


sudoríparas e sebáceas para o fio;

 O suor ou sebo agregado à droga


emerge da pele para a fibra capilar.
G. Sebácea G. Sudorípara
Canva.com

BORDIN, et. al; 2015


JANELA DE DETECÇÃO

 Amostra com longa janela de detecção;

 Registro da história de consumo da droga;

 Exibição de exposições passadas e


tendências de hábitos de uso da droga.

BORDIN, et. al; 2015


JANELA DE DETECÇÃO

ANÁGENA: FASE DE CRESCIMENTO TELÓGENA: FASE DE QUEBRA


Duração: 3 a 7 anos Duração: 3 a 4 meses

Aumento da atividade metabólica;


Divisão e crescimento celular. O folículo entra em período de
repouso;
O crescimento do cabelo é
Clinicaecirurgiacapilar.com

interrompido.

CATÁGENA: FASE INTERMEDIÁRIA


Duração: 2 a 4 semanas

Divisão celular
interrompida;
Folículo degenerando. Clinicaecirurgiacapilar.com Clinicaecirurgiacapilar.com

Clinicaecirurgiacapilar.com

Moreau, 2015
Além disso...
pelos corporais também podem ser utilizados para realização de
análises.
Quando o indivíduo não possui cabelo, é
utilizado os pelos corporais. Ademais, ele
constata a abstinência por um período maior.

Moreau, 2015
PREPARO DA AMOSTRA

COLETA DA AMOSTRA / MATRIZ BIOLÓGICA


Realizada por um profissional, com base em protocolos.
Aspectos pré-analíticos podem influenciar os resultados.

Cortar o mais Alinhar junto Selar, rubricar


Amarrar o Dobrar a folha
próximo ao a folha, e datar a folha Enviar para o
cabelo com longitudinalm
couro identificar a em um laboratório.
um elástico ente
cabeludo ponta e a raiz envelope

Cooper et al., 2012


PREPARO DA AMOSTRA

DESCONTAMINAÇÃO
Etapa feita para eliminar os resíduos que são utilizados no cabelo, além de remover suor, sebo ou poeira.

50mg da amostra:
método
Misturar em vórtice

Lavar 2x com 2mL de por 3’.

Diclorometano. https://www.leroymerlin.com.br/114846141

Pesar de 10 a 50
mg de amostra.

Secar sob fluxo de nitrogênio


até evaporação do solvente.

https://www.leroymerlin.com.br/solucao-a-base-de-solventes-organicos-acetona-60percent-1l-garrafa-quimio-ambar_1567642972 https://www.splabor.com.br/produto/diclorometano-p-a-a-c-s-1320g-100-synth-produto-controlado-pela-policia-federal/
Cooper et al., 2012, Di Corcia et al., 2012, Baciu et al, 2015.
PREPARO DA AMOSTRA

HOMOGENEIZAÇÃO

Etapa feita para diminuir o tamanho da amostra coletada para aumentar sua área superficial.

https://www.kasalab.com/producto/molino-micropulverizador/

Cortar a amostra em pedaços


Micropulverizar por 1’.
entre 2 a 3 cm.

Cooper et al., 2012, Di Corcia et al., 2012


PROCEDIMENTO

Amostra
Incubação à 55 ºC por 15 h

https://www.dreamstime.com/cat-fur-ball-white-background-dirt-cleaning-concept-pile-dog-wad-hair-image196121588

Adição de
2 mL de metanol

Fortificação com
mistura de padrões Extrato
internos
Concentração final:
0,6 ng/mg

Cooper et al., 2012, Di Corcia et al., 2012


CROMATOGRAFIA
LÍQUIDA PARA
DETERMINAR THC
EM CABELO
INTRODUÇÃO: CROMATOGRAFIA LÍQUIDA

Amostra

 Técnica de separação dos


componentes de uma mistura
entre duas fases, móvel e
estacionária.

 Separação de compostos em
misturas homogêneas.

MALDANER, 2009
ALTA VERSUS ULTRA EFICIÊNCIA

ALTA EFICIÊNCIA
V ULTRA EFICIÊNCIA

S
Partículas de até 1,7 µm; Partículas inferiores a 2 µm;

Precisa do auxílio de bomba de pressão; Maior pressão de trabalho (100 Mpa);

Mais versátil e com maior Menor tempo de análise e maior


empregabilidade. detectabilidade.

ARAUJO, 2021; MOREAU, 2015 https://www.hbsupply.com.br/cromatografo-liquido-preco#group1-2


ESPECTRÔMETRO DE MASSAS

Pode ser acoplado ao


Quantificação de compostos
cromatógrafo

Cálculo da pureza de pico


Considerado detector universal
Detector universal cromatográfico

Aumento da sensibilidade e Quantificação sem falsos


seletividade do método positivos
https://www.inovacao.icc.fiocruz.br/plataforma-espectrometria-de-massas/

Di Corcia et al., 2012


ANÁLISE
Tempo de corrida: 8’

 Solvente A (SA):
Água/Ac. fórmico Bomba

RESULTADO
Processamento
 Solvente B (SB):
Acetronitrila (fase
dos dados
orgânica)

Bombeamento
Adição
simultânea do Descarte
eluente e da
amostra SA: Gradiente linear: 4,5’
98:2 a 0:100
Injetor SB: Eluição isocrática: 1’
Fase estacionária
* Coluna: BEH C18
Detector
Extrato 1 µL
*Waters Acquity UHPLC Coluna BEH C18 (100mm × 2,1mm, 1,7 (Espectrômetro de massas triplo
(amostra)
m). C18 (octadecil) – Forno de coluna = 50º C. quadrupolo - API 5500)
https://www.equipnet.com/pt/espectr%C3%B4metro-de-massa-applied-biosystems-sci-listid-696441/

Di Corcia et al., 2012


RESULTADOS E
CONCLUSÕES
RESULTADOS

CUT-OFF

 Valor de corte; Cut-off do THC e THC-COOH


10

Canabinoides ng/mg de cabelo


 De acordo com a Resolução 1 POSITIVO

CONTRAN Nº 923, de 28 de março 0.1

VALOR DE CORTE
de 2022, o Cut Off para 0.01

canabinoides é de 0.1 ng/mg para 0.001


NEGATIVO
THC ou 0.001 ng/mg para THC- 0.0001
Series1
COOH. THC THC-COOH

Tsanaclis et al, 2011


RESULTADOS

 Cromatograma da matriz biológica;

 Variação de intensidade;

 Pico de intensidade de THC em 4.69’.

Resultado da
Analito Padrão interno
Concentração da amostra (ng/mg)
Δ 9-THC THCmet-d3 0.2

Di Corcia et al., 2012


INTERFERENTES DOS RESULTADOS

Necessário avaliar os fatores que podem interferir na análise.

Relação
Tratamento
dose/concentração
cosméticos

Contaminação Cor do cabelo


externa

Baciu et al, 2015


CONCLUSÃO

O cabelo é uma ótima indicação de amostra em relação à Cannabis, onde possui


benefícios comparados com outras matrizes, como o sangue e a urina.

A matriz capilar tem como benefício a determinação de vestígios de substâncias


psicoativas, apontando uma visão do uso ou abstinência dessas substâncias.

O preparo da amostra é complexo e exige profissionais capacitados para evitar


alterações nos resultados das análises e contaminações.

A técnica de Cromatografia Líquida de Ultra Eficiência acoplado ao


espectrômetro de massas tem como vantagens: a velocidade dos resultados,
versatilidade, ótima sensibilidade e alta resolução.

O cabelo do indivíduo analisado testou-se positivo para Δ 9-THC, pois


apresentou o resultado de 0,2ng/mg do composto que está acima do cut off.
AGRADECIMENTOS

Aos professores Ana Carolina e


Pablo, juntamente a universidade
Una, por todo ensinamento
compartilhado ao longo deste
semestre, nos proporcionando
crescimento profissional e pessoal,
nossa eterna gratidão!
REFERÊNCIAS

1. Seizi Oga, Márcia Maria de A.Camargo e José Antonio de O.Batistuzzo. Fundamentos de Toxicologia 3ª edição. 2008

2. Diehl, Alessandra, e Sandra C. Pillon Maconha: prevenção, tratamento e políticas públicas. Grupo A, 2021.

3. Martinis, Bruno Spinosa De, et al. Toxicologia forense. Editora Blucher, 2018.

4. Klaassen, Curtis D., e John B. Watkins III. Fundamentos em Toxicologia de Casarett e Doull (Lange). Grupo A, 2012.

5. Damiani, Roberto M., et al. Toxicologia. Grupo A, 2021

6. Oliveira, C. D. R. D. (2005). Determinação de canabinóides em cabelo por microextração em fase sólida por headspace e
análise por espectrometria de massa associada à cromatografia em fase gasosa (Doctoral dissertation, Universidade de São
Paulo).
REFERÊNCIAS

7. Oliveira, C. D. R. D. (2005). Determinação de canabinóides em cabelo por microextração em fase sólida por
headspace e análise por espectrometria de massa associada à cromatografia em fase gasosa (Doctoral dissertation,
Universidade de São Paulo).

8. MOREAU, Regina Lúcia de M. Ciências Farmacêuticas - Toxicologia Analítica, 2ª edição. São Paulo: Grupo GEN,
2015. E-book. ISBN 978-85-277-2860-7.

9. Cooper, G. a. A., Kronstrand, R. e Kintz, P. 2012. Society of Hair Testing guidelines for drug testing in hair. Forensic
Science International, 218, pp. 20-24.

10. Baciu, T., et alii (2015). Recent trends in analytical methods and separation techniques for drugs of abuse in hair.
Analytica Chimica Acta, 856, pp. 1-26.

11. Maldaner, L., & Jardim, I. C. S. F. (2009). O estado da arte da cromatografia líquida de ultra eficiência. Química
nova, 32, 214-222
REFERÊNCIAS

12. ARAÚJO, Hiram; ÍRIS, Ademário. E-book - Análise Instrumental - Uma Abordagem Prática. São Paulo. Grupo GEN,
2021. E-book. ISBN 9788521637486. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788521637486/.
Acesso em: 05 out. 2022

13. MOREAU, Regina Lúcia de M. Ciências Farmacêuticas - Toxicologia Analítica, 2ª edição. São Paulo: Grupo GEN,
2015. E-book. ISBN 978-85-277-2860-7.

14. Di Corcia, D., D’urso, F., Gerace, E., Salomone, A., & Vincenti, M. (2012). Simultaneous determination in hair of
multiclass drugs of abuse (including THC) by ultra-high performance liquid chromatography–tandem mass spectrometry.
Journal of Chromatography B, 899, 154-159.

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