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CURSO DE CONTABILIDADE PÚBLICA APLICADA AO SETOR PÚBLICO

1
Disciplina 9

Elaboração e Análise da
Demonstração do Fluxo de Caixa e da
Demonstração do Resultado Econômico

INSTRUTORES:
Inaldo da Paixão
Diana Vaz

CURSO DE CONTABILIDADE APLICADA AO SETOR PÚBLICO


SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO

2. DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA


2.1 A Demonstração do Fluxo de Caixa e a NBCT - SP
2.2 Breve Histórico da Demonstração do Fluxo de Caixa
2.3 Definições Básicas da Demonstração do Fluxo de Caixa
2.4 Estrutura da Demonstração do Fluxo de Caixa
2.5 Exemplificação da Demonstração do Fluxo de Caixa
2.6 Análise da Demonstração do Fluxo de Caixa
2.7 Avaliação da Gestão do Fluxo de Caixa
2.8 Caso Prático

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SUMÁRIO

3. DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO ECONÔMICO

3.1 A Demonstração do Resultado Econômico e a NBCT – SP


3.2 Breve Histórico da Demonstração do Resultado Econômico
3.3 Estrutura da Demonstração do Resultado Econômico
3.4 Exemplificação
3.5 Análise da Demonstração do Resultado Econômico
3.6 Avaliação da Gestão (Ações) com a Demonstração do Resultado
Econômico
3.7 Caso Prático

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1. INTRODUÇÃO

O Módulo 9 – Elaboração e Análise da Demonstração do Fluxo de Caixa e da


Demonstração do Resultado Econômico têm por objetivo apresentar os
conceitos da Norma Brasileira Contabilidade Técnica Aplicada ao Setor
Público, referente a Demonstração do Fluxo de Caixa que deve possibilitar
aos usuários projetar cenários de fluxos futuros de caixa e elaborar análise
sobre eventuais mudanças em torno da capacidade de manutenção do
regular financiamento dos serviços públicos.

O objetivo principal da Demonstração do Fluxo de Caixa é fornecer


informações relevantes sobre as entradas e saídas de caixa ou dos
equivalentes de caixa em um determinado período para possibilitar a
tomada de decisões em cenários futuros

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1. INTRODUÇÃO

Quanto a Demonstração do Resultado Econômico, surge como uma inovação


brasileira no sentido de suprir a necessidade de implementação de um sistema
que objetive apurar os resultados econômicos, tendo por base o custo de
oportunidade e o resultado econômico de programa e ações desenvolvidos pela
administração pública. Sugere-se que, no mínimo, as ações e/ou serviços
públicos sejam monitoradas passo a passo por um sistema de contabilidade e
controladoria estritamente técnico e dotado de instrumental normativo
perfeitamente definido; caso contrário, poderão ensejar evasão de recursos
oriundos dos cidadãos, que confiam ao Estado para serem aplicados nas
necessidades essenciais da sociedade

A metodologia adotada será a apresentação dos conceitos científicos e legais,


para com base nos dados fornecidos nesse tópico, elaborar e analisar a
Demonstração do Fluxo de Caixa e a Demonstração do Resultado Econômico.

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2. DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA

2.1 A DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA e a NBC T SP

• Conforme a NBCT SP a Demonstração do Fluxo de Caixa é a demonstração contábil


demonstração contábil que deve permitir aos usuários projetar cenários de fluxos
futuros de caixa e elaborar análise sobre eventuais mudanças em torno da
capacidade de manutenção do regular financiamento dos serviços públicos, através
do método direto ou indireto, devendo evidenciar as movimentações havidas no
caixa e seus equivalentes, nos seguintes em três grupos :

I. das operações: compreende os ingressos, inclusive decorrentes de receitas


originárias e derivadas, e os desembolsos relacionados com a ação pública e os
demais fluxos que não se qualificam como de investimento ou financiamento;

II. dos investimentos: inclui os recursos relacionados à aquisição e à alienação de


ativo não circulante, bem como recebimentos em dinheiro por liquidação de
adiantamentos ou amortização de empréstimos concedidos e outras operações da
mesma natureza; e

III. dos financiamentos: inclui os recursos relacionados à captação e à amortização de


empréstimos e financiamentos;

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2. DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA

2.1.2 Requisitos do DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA de acordo com a NBC T SP

a. É uma demonstração obrigatória

b. devem ser acompanhadas por anexos, por outros demonstrativos exigidos por lei e pelas
notas explicativas.

c. devem apresentar informações extraídas dos registros e dos documentos que integram o
sistema contábil da entidade.

d. devem conter a identificação da entidade do setor público, da autoridade responsável e do


contabilista.

e. devem ser divulgadas com a apresentação dos valores correspondentes ao período anterior,
sempre que possível.

f. as contas semelhantes podem ser agrupadas;

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2. DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA

2.1.2 Requisitos Demonstração do Fluxo de Caixa de acordo com a


NBC T SP

g. os pequenos saldos podem ser agregados, desde que indicada a sua


natureza e não ultrapassem 10% (dez por cento) do valor do respectivo
grupo de contas, sendo vedadas a compensação de saldos e a utilização de
designações genéricas

h. para fins de publicação, podem apresentar os valores monetários em


unidades de milhar ou em unidades de milhão, devendo indicar a unidade
utilizada

i. Os saldos devedores ou credores das contas retificadoras devem ser


apresentados como valores redutores das contas ou do grupo de contas
que lhes deram origem

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2. DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA

2.1.3 Divulgação da Demonstração do Fluxo de Caixa

A divulgação da Demonstração do Fluxo de Caixa e sua versão simplificada é o ato de


disponibilizá-lo para a sociedade e compreende, entre outras, as seguintes formas

a. publicação na imprensa oficial em qualquer das suas modalidades

b. remessa aos órgãos de controle interno e externo, a associações e a conselhos


representativos .

c. a disponibilização para acesso da sociedade em local e prazos indicados

d. disponibilização em meios de comunicação eletrônicos de acesso público

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2. DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA

2.1.4 Notas Explicativas

A Demonstração do Fluxo de Caixa deverá conter notas explicativas, que são parte
integrante do respectivo balanço, com informações relevantes, complementares ou
suplementares àquelas não suficientemente evidenciadas ou não constantes do mesmo,
devendo incluir:

a. os critérios utilizados na elaboração da Demonstração do Fluxo de Caixa

b. o método utilizado se direto ou indireto

c. os critérios para definição dos equivalentes de caixa

d. a projeção do fluxos futuros e a capacidade de manutenção dos serviços prestados à


população; e

e. outros eventos não suficientemente evidenciados ou não constantes da Demonstração do


Fluxo de Caixa.

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2. DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA

2.2 Breve Histórico da Demonstração do Fluxo de Caixa

A Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) tornou-se obrigatória no Brasil


para as sociedades anônimas com o advento da Lei n. 11.638/2007, não
obstante o Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (IBRACON) ter
recomendado sua publicação, por meio do Pronunciamento n. 20, desde abril
de 1999.

Em 2008, o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) divulgou o


Pronunciamento Técnico CPC 03 – Demonstração dos Fluxos de Caixa, o qual
possui o objetivo de “exigir o fornecimento de informação acerca das
alterações históricas de caixa e equivalentes de caixa”, bem como apresenta os
principais atributos dessa demonstração. Esse pronunciamento foi aprovado
pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), conforme Deliberação n.
547/2008.

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2. DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA

2.2 Breve Histórico da Demonstração do Fluxo de Caixa

No setor público, a DFC passará a ser exigida a partir de 2010, em face do
quanto disposto na Resolução n. 1.133/2008 do Conselho Federal de
Contabilidade (CFC), que aprovou a NBC T 16.6 – Demonstrações Contábeis,
bem como ao estabelecido na Portaria MF nº. 184/2008.

Consoante a citada NBC, a DFC deve possibilitar “aos usuários projetar


cenários de fluxos futuros de caixa e elaborar análise sobre eventuais
mudanças em torno da capacidade de manutenção do regular financiamento
dos serviços públicos”

O objetivo principal desse demonstrativo contábil é fornecer informações


relevantes sobre as entradas e saídas de caixa ou dos equivalentes de caixa em
um determinado período para possibilitar a tomada de decisões em cenários
futuros

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2. DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA

2.3 Estrutura do da Demonstração do Fluxo de Caixa

• A Estrutura da Demonstração do Fluxo de Caixa [1] apresentada no ANEXO I


é a versão disponibilizada pela STN para receber sugestões, podendo sofrer
alterações

• A da Demonstração do Fluxo de Caixa será complementado por nota


explicativa detalhando as atividades de operações, atividades de
investimento e das atividades de financiamento. Será informado, ainda, o
montante liquido de cada uma das atividades e geração líquida de caixa e
equivalente de caixa, com o saldo inicial e final.

[1] A Secretaria do Tesouro Nacional distribuiu com os Grupos Técnicos de


Procedimentos Contábeis e o Grupo Assessor do CFC a estrutura atual da
Demonstração do Fluxo de Caixa para colher sugestões de aprimoramento,
devendo até o final do exercício financeiro, publicar portaria alterando os
anexos da Lei nº 4.320/64, referente aos demonstrativos contábeis.

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2. DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA

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2. DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA

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2. DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA

2.4 Definições Básicas da Demonstração do Fluxo de Caixa

a. Equivalente de Caixa: Por equivalentes de caixa se entende os depósitos bancários


e outras contas que possuam as mesmas características de liquidez e de
disponibilidade, tais como as aplicações financeiras de resgate imediato.

b. Fluxo das Operações: Compreende os ingressos, inclusive decorrentes de receitas


originárias e derivadas, e os desembolsos relacionados com a ação pública e os
demais fluxos que não se qualificam como de investimento ou financiamento

Atividades operacionais são as principais atividades geradoras de receita da


entidade e outras atividades diferentes das de investimento e de financiamento[1].

[1] Definição contida no Pronunciamento Técnica CPC n. 03.Para atender a legislação


dentro da estrutura proposta foi criado de forma resumida a mesma estrutura da
Lei nº 4.320/64, podendo ser demonstrado os grupos contidos no art. 105 da
referida norma, conforme quadro apresentado na estrutura do DEMONSTRAÇÃO
DO FLUXO DE CAIXA.

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2. DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA

2.4 Definições Básicas da Demonstração do Fluxo de Caixa

c. Fluxo dos Investimentos : Inclui os recursos relacionados à aquisição e à


alienação de ativo não-circulante, bem como recebimentos em dinheiro por
liquidação de adiantamentos ou amortização de empréstimos concedidos e
outras operações da mesma natureza.

Atividades de investimento são as referentes à aquisição e venda de ativos de


longo prazo e investimentos não incluídos nos equivalentes de caixa [1].

d. Fluxo dos Financiamentos : Inclui os recursos relacionados à captação e à


amortização de empréstimos e financiamentos. Atividades de financiamento
são aquelas que resultam em mudanças no tamanho e na composição do
capital próprio e endividamento da entidade

[1] Definição contida no Pronunciamento Técnico CPC n. 03.

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2. DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA

2.4 Definições Básicas da Demonstração do Fluxo de Caixa

e. Fluxos Operacionais : De forma objetiva, as atividades ou fluxos


operacionais decorrem das transações relacionadas ao negócio da
entidade pública, as atividades de investimento estão relacionadas com os
ativos não-circulantes, e os fluxos de financiamento, com os passivos
não-circulantes .

f. Método Direto : O método direto possibilita apresentar os elementos mais


relevantes dos fluxos (entradas e saídas do caixa ou equivalentes de caixa)
por valores brutos. Devem ser demonstrados os recebimentos de tributos,
de contribuições, de serviços; os pagamentos a fornecedores, de juros a
instituições financeiras, a servidores; a compra e a alienação de bens; a
obtenção e a amortização de empréstimos, entre outros recebimentos e
pagamentos relevantes

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2. DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA

2.4 Definições Básicas da Demonstração do Fluxo de Caixa

g. Método Indireto: O método indireto permite apresentar o fluxo de caixa a partir


do resultado patrimonial do exercício e é obtido por meio da movimentação
líquida das contas que influenciam os fluxos de caixa das atividades
operacionais, de investimento e de financiamento, devidamente ajustadas pelas
movimentações dos itens que não geram caixa ou equivalentes de caixa, tais
como: depreciação, amortização, exaustão, variação cambial de longo prazo,
entre outros .

h. Acima e Abaixo da Linha : assim é que o conceito “acima da linha” considera as


estatísticas fiscais desagregadas, que apresentam as variáveis de receita e de
despesa, e o conceito “abaixo da linha” leva em conta apenas a variação do
endividamento público, sem identificar especificamente as causas das
mudanças ocorridas – nas receitas ou nas despesas. Ou seja, conhece-se o
resultado final advindo da variação entre duas posições, mas não são
conhecidos, de fato, os dados “acima da linha”, ou seja, as variáveis de receita e
de despesa, provocando uma discrepância estatística, devido a omissões
incorridas

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2. DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA

2.5 Exemplificação de Elaboração da Demonstração do Fluxo de Caixa

O exemplo prático a seguir demonstra o processo de elaboração da DFC pelos


métodos direto e indireto, considerando-se que em 31.12.01 o Balanço
Patrimonial da Entidade Pública X estava assim composto

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2. DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA

2.5 Exemplificação de Elaboração da Demonstração do Fluxo de Caixa


O Balanço Financeiro estava assim resumido:

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2. DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA

 Outras informações relevantes:


 As receitas correntes referem-se a recebimentos de tributos;
 Recebimento de Dívida Ativa, $ 2;
 Inscrição de Dívida Ativa, $ 7;
 Cancelamento de Dívida Ativa, $ 1;
 Despesas pagas com Pessoal, $ 80;
 Variação cambial de Dívida Fundada, $ 10;
 Não há inscrição em restos a pagar de despesas de capital.

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2. DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA

2.5.1 Resolução pelo Método Direto

1º Passo: Identificar os principais fluxos de recursos, assim distribuídos:


a. das operações;
b. dos financiamentos;
c. dos investimentos.

Fluxo das Operações:


 Corresponde às transações relacionadas com as atividades do negócio da entidade
pública, ou seja, as atividades operacionais, tais como: recebimento dos
contribuintes (decorrente dos impostos, taxas, etc.); pagamento a fornecedores
(decorrente das compras de bens não duráveis e serviços); pagamento de despesas
com salários; recebimentos e pagamentos de outras atividades operacionais.

Nesse exemplo, temos os seguintes fluxos operacionais:


 a.1) Recebimento de contribuintes (Rc):
Rc = RC = Receitas Correntes do Período

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2. DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA

2.5.1 Resolução pelo Método Direto

a.1.1) Fonte de obtenção das informações:


 RC = $ 252, obtido do Balanço Financeiro do ano 01 e de acordo com a
informação relevante (a);

a.2) Pagamento a Fornecedores de Bens e Serviços (PF):


 PF = DC – Dp –IRP + CRP + PRP, onde:
 DC = Despesa Corrente
 Dp = Despesa de Pessoal
 IRP = Inscrição de Restos a Pagar
 CRP = Cancelamento de Restos a Pagar
 PRP = Pagamento de Restos a Pagar:

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2. DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA

2.5.1 Resolução pelo Método Direto

a.2.1) Fonte de obtenção das informações:


 DC = $ 108, obtido do Balanço Financeiro do ano 01;
 Dp = $ 80, informação adicional (e), que também poderia ser obtida
do detalhamento da despesa;
 PRP = $ 7, obtido do Balanço Financeiro do ano 01;
 IRP = $ 30, obtido do Balanço Financeiro do ano 01. Integralmente
corrente, conforme informação adicional (g);
 CRP = $ 2, obtido do Balanço Financeiro do ano 01.

Como temos: PF = DC – Dp –IRP + CRP + PRP


 PF = 108 – 80 – 30 + 2 + 7 = 7 (a.2)

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2. DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA

2.5.1 Resolução pelo Método Direto

a.3) Pagamento de Salários (PS):


 PS = DP = Despesa com Pessoal do Período

a.1.1) Fonte de obtenção das informações:


 DP = $80, informação adicional (e), que também poderia ser obtida do
detalhamento da despesa;

Fluxo de Investimento:
 Corresponde às transações relacionadas com as atividades de investimento da
Entidade Pública, ou seja, as atividades relacionadas aos ativos não-circulantes, tais
como compra de bens duráveis, aquisição de investimentos, alienação de ativos.
 Nesse exemplo, como não há outras informações adicionais, temos os fluxos de
investimento de compra somente nas contas bens móveis e bens de uso comum,
que por força da Resolução CFC n. 1.133/2008 deverá ser registrado no ativo não-
circulante.

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2. DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA

2.5.1 Resolução pelo Método Direto

b.1) Compra de Bens Móveis (Cbm):


 Cbm = SFbm – SIb + B, onde:
 SFbm = Saldo Final de Bens Móveis
 SIbm = Saldo Inicial de Bens Móveis
 B = Baixas do Período

b.1.1) Fonte de obtenção das informações:


 SFbm = $80, obtido do Balanço Patrimonial do ano 01.
 SIbm = $60, obtido do Balanço Patrimonial do ano 00;
 B = $0, pois não há informações adicionais;

Assim, temos: Cbm = SFbm – SIbm + B, logo substituindo os valores:


 CV = 80 – 60 + 0 = 20 (b.1)

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2. DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA

2.5.1 Resolução pelo Método Direto

b.2) Investimentos em Bens de Uso Comum (Ibuso):


 Ibuso = SFbuso – SIbuso + B, onde:
 SFIbuso = Saldo Final de Bens de Uso Comum
 SIbuso = Saldo Inicial de Bens de Uso Comum
 B = Baixas do Período

b.2.1) Fonte de obtenção das informações:


 SFbuso = $ 50, obtido do Balanço Patrimonial do ano 01.
 SIbuso = $ 0, obtido do Balanço Patrimonial do ano 00;
 B = $ 0, pois não há informações adicionais;

Assim, temos: Ibuso = SFbuso – SIbuso + B, logo substituindo os valores:


 Ibuso = 50 – 0 + 0 = 50 (b.2)

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2. DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA

2.5.1 Resolução pelo Método Direto

 Atentar que foi considerado o total dos investimentos pois há a


informação complementar que não existem despesas de capital inscritas
em restos a pagar.

Fluxo de Financiamento:

 Corresponde às transações relacionadas com as atividades de


financiamento da Entidade Pública, ou seja, as atividades relacionadas aos
passivos não-circulantes, tais como obtenção e amortização de
empréstimo.
 Nesse exemplo, temos os fluxos de financiamento de obtenção de
empréstimo, pois não há outras informações adicionais.

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2. DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA

2.5.1 Resolução pelo Método Direto

c.1) Obtenção de Empréstimo (OE):


 OE = SFelp – SIelp + A + T – VCelp, onde:
 SFelp = Saldo Final de Empréstimo de Longo Prazo
 SIelp = Saldo Inicial de Empréstimo de Longo Prazo
 A = Amortização do Período;
 T = Transferências do Período;
 VCelp = Variação Cambial de Empréstimo de Longo Prazo.

c.1.1) Fonte de obtenção das informações:


 SFelp = $ 310, obtido do Balanço Patrimonial do ano 01.
 SIelp = $ 50, obtido do Balanço Patrimonial do ano 00;
 A = $ 0, pois não há informações adicionais
 T = $ 0, pois não há informações adicionais
 VCelp = $ 10, pois há a informação adicional (f), bem como o dado pode ser
obtido na DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO ECONÔMICO.

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2. DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA

2.5.1 Resolução pelo Método Direto

Assim, temos:
 OE = SFelp – SIelp + A + T – VCelp, logo substituindo os valores:
 OE = 310 – 50 + 0 + 0 – 10 = 250 (c.1)

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2. DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA

2.5.1 Resolução pelo Método Direto

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2. DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA

2.5.2 Resolução pelo Método Indireto

1º Passo: Identificar os principais fluxos de recursos, assim distribuídos:

a. das operações;

b. dos financiamentos;

c. dos investimentos.

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2. DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA

2.5.2 Resolução pelo Método Indireto - 2º Passo: Elaborar as variações das


contas que impactam o caixa e seus equivalentes, conforme tabela a
seguir :

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2. DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA

2.5.2 Resolução pelo Método Indireto:

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2. DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA

2.5.3 Comentários sobre os Métodos Direto e Indireto

A comparação da DFC elaborada pelo método direto com a elaborada pelo método
indireto demonstra que:

i. Não obstante os totais dos fluxos serem os mesmos, os detalhamentos ficam


diferentes, o que prejudica, em muito, a análise do usuário.

ii. Com efeito, podemos afirmar que não houve recebimento de contribuintes
como apurado pelo método indireto, que apenas considera as variações dos
saldos inicial e final, não registrando as transações efetivamente ocorridas no
período em sua totalidade, como ocorre com o método direto, que totalizou
um recebimento de $ 252.

iii. De forma análoga, ocorreu pagamento a fornecedor de $7, pelo método


direto, enquanto que o método indireto evidencia uma variação em restos a
pagar positiva de $16.

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2. DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA

iv. Apenas a partir desses dois simples exemplos, podemos concluir que a utilização do
método direto na elaboração da Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) deve ser
perseguida pelos entusiastas da Contabilidade, pois retrata mais fielmente as
movimentações de caixa havidas no exercício, nada obstante a Resolução CFC n.
1.133/2008, a doutrina e as normas expedidas pela CVM, elaboradas em consonância
com os padrões internacionais de contabilidade adotados nos principais mercados de
valores mobiliários, possibilitarem a adoção de qualquer um dos métodos.

v. Outro aspecto é que o método direto, por se utilizar de dados que possibilitam uma
melhor projeção, contribui mais facilmente para o alcance do principal objetivo
proposto pelo CFC para essa demonstração, que é o de fornecer informações
relevantes de entrada e saída de caixa e equivalentes de caixa para a tomada de
decisões em cenários futuros.

vi. Recomendação: as entidades públicas, em nome do princípio da transparência, devem


elaborar suas DFCs pelo método direto, evitando a ocorrência de distorções na análise
de contas de reconhecida relevância

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2. DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA

2.6 Análise do da Demonstração do Fluxo de Caixa

a. A análise e a verificação da Demonstração do Fluxo de Caixa tem como


fator predominante preparar os indicadores que servirão de suporte para a
avaliação da gestão financeira da entidade .

b. Uma das principais análises consiste verificar com se encontra a


capacidade financeira da entidade em manter financeira os serviços
prestados a população e quais as possíveis dificuldades a ser enfrentadas
para que se adote as medidas necessárias para a manutenção saudável dos
serviços prestados .

c. Outras análises poderão ser propostas para poder analisar a gestão


financeira das entidades pública, sempre com o intuito de instrumentalizar
o controle social, gerar informações que oriente os gestores e permitir a
adequada prestação de contas

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2. DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA

2.7 Avaliação da Gestão do Fluxo de Caixa

a. A avaliação dos reflexos e impactos do fluxo de caixa é saber como estão


as atividades dos três grupos definidos na NBCT – SP, e quais os impactos
que os mesmos poderão produzir nos fluxos futuros para determinar se a
gestão realizou a contento ou não a gestão financeira da entidade,
melhorando o agravando o desempenho futuro.

b. Dessa forma, formulam-se opiniões e revelam-se indicadores sobre a


gestão financeira com a projeção de cenários futuros para a entidade do
setor público, com o intuito de mantê-lo sempre e em condições de
funcionamento para poder cumprir o papel social da entidade

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2. DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA

2.7 Caso Prático

O Balanço Patrimonial de 2003 da Prefeitura Municipal de Basicolândia


apresentava os seguintes dados: Bancos, $ 408; Dívida Ativa, $ 3; Bens Móveis,
$ 60; Depreciação, $ 10; Bens de Uso Comum, $ 0; Restos a Pagar, $ 17;
Dívida Fundada, $ 50 e Saldo Patrimonial, $ 394.

Para o exercício de 20X4 foi aprovado, no exercício de 20X3, o seguinte


orçamento para a Prefeitura Municipal de Basicolândia:

Exercício X4
Da receita corrente $ 400
Da receita de capital $ 200
Da despesa corrente $ 300
Da despesa de capital $ 300

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2. DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA

2.7 Caso Prático

Durante o exercício de 20X4 a execução orçamentária e financeira apresentou


os seguintes dados:

b) Execução
Receita tributária $250
Obtenção empréstimos (LP) $250
Pagamento pessoal $ 80
Compra material consumo a prazo $ 30
Compra bens móveis à vista $ 20
Construção de uma estrada $ 50
Depreciação $ 8
Variação cambial de dívida fundada $ 10
Inscrição de dívida ativa $ 7
Recebimento de dívida ativa $ 2
Pagamento restos a pagar $ 7

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2. DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA

2.7 Caso Prático

Durante o exercício de 20X4 a execução orçamentária e financeira apresentou


os seguintes dados:

b) Execução

Cancelamento restos a pagar ano anterior $ 5


Cancelamento restos a pagar do exercício $ 2
Cancelamento de dívida ativa $ 1
Abertura de crédito adicional especial corrente $ 20

Com base nos dados apresentados, elabore e analise o Balanço Patrimonial e a


Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) da entidade

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3. DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO
ECONÔMICO

3.1 A DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO ECONÔMICO e a NBC T SP

Conforme a NBCT SP a Demonstração do Resultado Econômico deve evidenciar


o resultado econômico de ações do setor público, devendo ser elaborada
considerando sua interligação com o sistema de custos e apresentar na forma
dedutiva, pelo menos, a seguinte estrutura:

 Receita econômica dos serviços prestados e dos bens ou dos produtos


fornecidos: é o valor apurado a partir de benefícios gerados à sociedade pela
ação pública, obtido por meio da multiplicação da quantidade de serviços
prestados, bens ou produtos fornecidos, pelo custo de oportunidade;

 Custos e despesas identificados com a execução da ação pública: são todos os


custos diretos e indiretos que se pode apropriar ao serviço prestado ou os
bens e produtos fornecidos pela entidade do setor público, geralmente
maiores que os custos orçamentários apropriados; e

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3. DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO
ECONÔMICO

3.1 A DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO ECONÔMICO e a NBC T SP

 Resultado econômico apurado: é a diferença existente entre a receita


econômica

 Custo de oportunidade: é o valor que seria desembolsado na alternativa


desprezada de menor valor entre aquelas consideradas possíveis para a
execução da ação pública.

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3. DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO
ECONÔMICO

3.1.1 Requisitos da Demonstração do Resultado Econômico de acordo com a NBC T SP

a. É uma demonstração obrigatória

b. devem ser acompanhadas por anexos, por outros demonstrativos exigidos por lei e pelas
notas explicativas.

c. devem apresentar informações extraídas dos registros e dos documentos que integram o
sistema contábil da entidade.

d. devem conter a identificação da entidade do setor público, da autoridade responsável e do


contabilista.

e. devem ser divulgadas com a apresentação dos valores correspondentes ao período anterior,
sempre que possível.

f. as contas semelhantes podem ser agrupadas;

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3. DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO
ECONÔMICO

3.1.1 Requisitos da Demonstração do Resultado Econômico de acordo


com a NBC T SP

g. os pequenos saldos podem ser agregados, desde que indicada a sua


natureza e não ultrapassem 10% (dez por cento) do valor do respectivo
grupo de contas, sendo vedadas a compensação de saldos e a utilização de
designações genéricas

h. para fins de publicação, podem apresentar os valores monetários em


unidades de milhar ou em unidades de milhão, devendo indicar a unidade
utilizada

i. Os saldos devedores ou credores das contas retificadoras devem ser


apresentados como valores redutores das contas ou do grupo de contas
que lhes deram origem

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3. DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO
ECONÔMICO

3.1.2 Divulgação da Demonstração do Resultado Econômico

A divulgação da Demonstração do Resultado Econômico e sua versão simplificada é o


ato de disponibilizá-lo para a sociedade e compreende, entre outras, as seguintes
formas

a. publicação na imprensa oficial em qualquer das suas modalidades

b. remessa aos órgãos de controle interno e externo, a associações e a conselhos


representativos .

c. a disponibilização para acesso da sociedade em local e prazos indicados

d. disponibilização em meios de comunicação eletrônicos de acesso público

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3. DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO
ECONÔMICO

3.1.3 Notas Explicativas

A Demonstração do Resultado Econômico deverá conter notas explicativas, que são parte integrante do
respectivo balanço, com informações relevantes, complementares ou suplementares àquelas não
suficientemente evidenciadas ou não constantes do mesmo, devendo incluir:

a. os critérios utilizados na elaboração da Demonstração do Resultado Econômico

b. quais as alternativas para levantamento das alternativas de remuneração dos serviços por outras
entidades

c. os critérios utilizados para apropriação dos custos às ações

d. quais as limitações do sistema de custo;

e. qual a recomendação do resultado econômico apurado para a ação produzida pela entidade pública; e

f. Outros aspectos não suficientemente evidenciados ou não constantes da Demonstração do Resultado


Econômico

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3. DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO
ECONÔMICO

3.2 Breve Histórico da Demonstração do Resultado Econômico

 A crescente exigência popular acerca da transparência na gestão dos


recursos públicos, objetivando a verificação da otimização dos benefícios
gerados à sociedade, revela a necessidade de implantação de um sistema
de informações que permita a evidenciação de resultados alcançados sob à
égide da eficiência, eficácia e efetividade da gestão.

 No Brasil, a maioria dos gestores não sabe dizer se ações oferecidas à


sociedade são bem sucedidas ou não. Quando eles, por exemplo, impõem
cortes ao orçamento, não sabem se estão cortando “supérfluos” ou
“essenciais”. Faltando-lhes, muitas vezes, informações objetivas quanto aos
resultados alcançados.

 A DRE, certamente, contribui para o atendimento aos comentários de


Osborne e Gaebler (1997, p. 371-372) que dizem: “Os governos
empreendedores podem escolher não só a melhor alternativa para a
prestação dos serviços públicos, como também entre inumeráveis variações
e combinações.

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3. DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO
ECONÔMICO

3.2 Breve Histórico da Demonstração do Resultado Econômico

 A busca de alternativas que:


 reduzam os custos e otimizem a efetividade e a eficiência, (preceito instituído
pela Carta Constitucional de 1988 em seu art. 74, inciso II)

 comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e eficiência,


da gestão orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da
administração federal

 Comprovar a aplicação de recursos públicos por entidades de direito privado


dos serviços prestados à sociedade, pelos órgãos públicos

 Análise da gestão de custos e conseqüentes resultados, fenômenos esses que


já são demasiadamente conhecidos no setor privado, para tanto, Slomski
(1996) criou um novo demonstrativo, a Demonstração do Resultado Econômico
(DRE), que evidencia eficiência na gestão dos recursos no serviço público

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3. DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO
ECONÔMICO

3.2 Breve Histórico da Demonstração do Resultado Econômico

 Implementação de um sistema que objetive resultados.

 Sugere-se que, no mínimo, as ações e/ou serviços públicos sejam


monitoradas passo a passo por um sistema de contabilidade e
controladoria estritamente técnico e dotado de instrumental normativo
perfeitamente definido;

 As ações deve reduzir os custos e otimizar a efetividade e a eficiência,


(preceito instituído pela Carta Econômico (DRE), que evidencia eficiência na
gestão dos recursos no serviço público

 Neste contexto, o Conselho Federal de Contabilidade, através da Resolução


nº 1.129/08, que aprovou a NBC T 16. 2 – Patrimônio e Sistemas Contábeis,
estabeleceu o Subsistema de Custos que tem como objetivo registrar,
processar e evidenciar os custos dos bens e serviços, produzidos e
ofertados à sociedade pela entidade pública

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3. DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO
ECONÔMICO

3.2 Breve Histórico da Demonstração do Resultado Econômico

 O subsistema de custos, integrado com os demais – orçamentário,


financeiro, patrimonial e compensação – deve subsidiar a Administração
Pública sobre:

 desempenho da unidade contábil no cumprimento da sua missão;

 avaliação dos resultados obtidos na execução dos programas de trabalho


com relação à economicidade, eficiência, eficácia e efetividade;

 avaliação das metas estabelecidas pelo planejamento;

 avaliação dos riscos e das contingências.

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3. DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO
ECONÔMICO

3.3 Estrutura da Demonstração do Resultado Econômico

• A Estrutura da Demonstração do Resultado Econômico [1] apresentada no


ANEXO II é a versão disponibilizada pela STN para receber sugestões,
podendo sofrer alterações

• A Demonstração do Resultado Econômico será complementado por nota


explicativa detalhando as despesas executadas por tipos de créditos (inicial,
suplementar, especial e extraordinário). Será informado, ainda, o montante
da movimentação financeira (transferências financeiras recebidas e
concedidas) relacionadas à execução do orçamento do exercício

[1] A Secretaria do Tesouro Nacional distribuiu com os Grupos Técnicos de


Procedimentos Contábeis e o Grupo Assessor do CFC a estrutura atual da
Demonstração do Resultado Econômico para colher sugestões de
aprimoramento, devendo até o final do exercício financeiro, publicar portaria
alterando os anexos da Lei nº 4.320/64, referente aos demonstrativos
contábeis.

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3. DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO
ECONÔMICO - Estrutura

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3. DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO
ECONÔMICO

3.4 Definições Básicas

a. A Resolução CFC nº 1.133/08, que aprovou a NBC T 16.6 – Demonstrações


Contábeis, tomando como base os estudos de Slomski (1996), tornou
obrigatória a apresentação da Demonstração do Resultado Econômico
(DRE), cujo objetivo é evidenciar o resultado econômico das ações do setor
público, considerando sua interligação com o subsistema de custos, tendo
como premissa os seguintes conceitos:

b. Custo de oportunidade (CO) - valor que seria desembolsado na alternativa


desprezada de menor valor entre aquelas consideradas possíveis para a
execução da ação pública :

c. Receita Econômica (RE) - valor apurado a partir de benefícios gerados à


sociedade pela ação pública, obtido por meio da multiplicação da
quantidade de Serviços Prestados (N), bens ou produtos fornecidos, pelo
Custo de Oportunidade (CO), daí: RE = N x CO

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3. DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO
ECONÔMICO

3.4 Definições Básicas

d. Custo de Execução (CE) - valor econômico despendido pela Entidade na


ação objeto da apuração do Resultado Econômico da Ação

e. O Resultado Econômico da Ação (REA) é, pois, o incremento líquido de


benefícios gerados à sociedade a partir da ação eficiente e eficaz do
gestor público, calculado a partir da diferença entre a Receita Econômica
(RE) e o Custo de Execução (CE) da ação, conforme fórmula a seguir:

I. REA = RE – CE, ou

II. REA = (N*CO) – CE

e. O REA pode ser considerado como um “termômetro”, que, se


corretamente aferido, evidenciará o quanto, de fato, a sociedade agregou
de serviços sociais em prol de suas necessidades Outras Variações
Patrimoniais Aumentativas.

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3. DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO
ECONÔMICO

3.5 Exemplificação da Demonstração do Resultado Econômico

a. Para exemplificação do levantamento da DRE, considere os dados


apresentados abaixo:

a) Dados da Entidade e Ação Produzida

Discriminação Dados
1. Unidade Contábil Batalhão Modelo
2. Efetivo Médio de Militares/ano 400
3. Ação Serviços de Refeição (Rancho)
4. Produto Militar Alimentado
4. Meta 400 / ano

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3. DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO
ECONÔMICO

3.5 Exemplificação da Demonstração do Resultado Econômico


b) Número de Refeições Servidas no Ano

Número de Refeições fornecidas pelo


Discriminação
Rancho
1. Café 85.000
2. Almoço 108.000
3. Jantar 54.000
4. Lanche 21.600

c) Custo de Oportunidade, Unitário dos Serviços de Refeições Servidos pelo


Batalhão
Discriminação Valor em R$

1. Café 7,00

2. Almoço 12,00

3. Jantar 10,00

4. Lanche 3,00

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3. DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO
ECONÔMICO

3.5 Exemplificação da Demonstração do Resultado Econômico

d) Receita Econômica Produzida pela Unidade Rancho

Custo de Receita
Discriminação Nº Refeições
Oportunidade Econômica
1. Café 85.000 7,00 595.000,00
2. Almoço 108.000 12,00 1.296.000,00
3. Jantar 54.000 10,00 540.000,00
4. Lanche 21.600 3,00 64.800,00
TOTAL DA RECEITA ECONÔMICA 2.495.000,00

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3. DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO
ECONÔMICO
e) Custo Diretos das Atividades Produzida pela Unidade Rancho
Discriminação Valor
Pessoal 936.000,00
Vencimentos Diretos (Militares) 720.000,00
Encargos Sociais Diretos 216.000,00
Material de Consumo 1.305.000,00
Gêneros Alimentícios 1.200.000,00
Material de Expediente e Limpeza 105.000,00
Serviços de Terceiros e Encargos 162.000,00
Energia Elétrica 25.000,00
Água e Esgoto 30.000,00
Gás 15.000,00
Telefone 12.000,00
Manutenção das Instalações 50.000,00
Instrução do Pessoal de Rancho 30.000,00
Depreciação 40.000,00
Mobiliário dos refeitórios 25.000,00
Equipamentos Permanentes 10.000,00
Bens Imóveis 5.000,00
TOTAL DOS CUSTOS DIRETOS 2.443.000,00
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3. DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO
ECONÔMICO
f) Custo Indiretos das Atividades Produzida pela Unidade Rancho
Discriminação Valor
Pessoal 187.200,00
Vencimentos Diretos (Militares) 144.000,00
Encargos Sociais Diretos 43.200,00
Material de Consumo 21.000,00
Gêneros Alimentícios 21.000,00
Material de Expediente e Limpeza 29.400,00
Serviços de Terceiros e Encargos 5.000,00
Energia Elétrica 6.000,00
Água e Esgoto 2.400,00
Gás 10.000,00
Telefone 6.000,00
Manutenção das Instalações 3.000,00
Instrução do Pessoal de Rancho 2.000,00
Depreciação 1.000,00
Mobiliário dos refeitórios 187.200,00
Equipamentos Permanentes 144.000,00
Bens Imóveis 43.200,00
TOTAL DOS CUSTOS DIRETOS 240.600,00
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3. DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO
ECONÔMICO
g) Demonstração do Resultado Econômico - Atividades Produzida pela Unidade
Rancho

Discriminação Valor
Receita Econômica da Ação 2.495.800,00
(-) Custos Diretos de Produção 2.495.000,00
(=) Margem Bruta 52.800,00
(-) Custos Indiretos de Produção 240.600,00
(=) Resultado Econômico da Ação (187.800,00)

Avaliação do Resultado Econômico

Pelo resultado econômico produzido pela ação de fornecimento de


refeição na Unidade Rancho, podemos concluir que a atividade
apresenta um déficit econômico, mostrando-se do ponto de vista da
economicidade que seria mais interessante produzir de forma
terceirizada.

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3. DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO
ECONÔMICO

3.5 Análise da Demonstração do Resultado Econômico

a. A análise da Demonstração do Resultado Econômico tem como objetivo


determinar se do ponto de vista da economicidade a atividade, programa
ou ação da entidade do setor público está gerando déficit, equilíbrio ou
superávit econômico.

b. A análise deve ser feita com base na avaliação da atividade, programa ou


ação, considerando:

I. Déficit Econômico: situação em que a receita econômica é menor que os


custos diretos e indiretos apropriados à atividade. A recomendação é que
a administração pública deveria tomar a decisão de descontinuar as
atividades ou reduzir os custos para poder gerar um superávit, ou no
mínimo um equilíbrio

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3. DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO
ECONÔMICO

3.5 Análise da Demonstração do Resultado Econômico

II. Superávit Econômico: situação em que a receita econômica é maior que


os custos diretos e indiretos apropriados à atividade. A recomendação é
que a administração pública deveria continuar produzindo o serviço,
pois o faz com economicidade e eficiência.

III. Equilíbrio Econômico: situação em que a receita econômica é igual aos


custos diretos e indiretos apropriados à atividade. A recomendação é
que a administração pública deveria tomar a decisão de descontinuar as
atividades ou reduzir os custos para poder gerar um superávit .

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3. DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO
ECONÔMICO

3.6 Avaliação do Resultado Econômico

a. A avaliação da gestão consiste, dentre outros, em observar através do


levantamento dos principais bens e serviços produzidos para a população
qual o resultado econômico obtido de cada um e tomar as decisões para
melhor o desempenho econômico das atividades, bens e serviços ou poder
terceirizar com fornecedores que o fazem de forma mais econômica .

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3. DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO
ECONÔMICO

3.7 Caso Prático

Tendo por base os dados apresentados na DRE estudada, elabore uma


proposta para atingir o equilíbrio econômico da ação do serviço de
refeição do rancho .

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