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Eucaristia, mistério de Amor

Espiritualidade Eucarística
"Tenho desejado ardentemente comer
convosco esta Páscoa, antes de sofrer.
Pois vos digo: não tornarei a comê-la,
até que ela se cumpra no Reino de
Deus”. (Lc 22, 15-16)
Um instante de silêncio

para pedirmos a graça


do Espírito Santo...
Salmo 108 (107)
Meu coração está firme, ó Deus, meu
coração está firme; vou cantar e
salmodiar.
Desperta-te, ó minha alma; despertai-vos,
harpa e cítara; quero acordar a aurora.
Entre os povos, Senhor, vos louvarei;
salmodiarei a vós entre as nações, porque
acima do céu se eleva a vossa
misericórdia, e até as nuvens a vossa
fidelidade."
"Resplandecei, ó Deus, nas alturas do
céu, e brilhe a vossa glória sobre a terra
inteira. Para ficarem livres vossos
amigos, ajudai-nos com vossa mão, ouvi-
nos. Deus falou no seu santuário:
“Triunfarei, e me apoderarei de Siquém,
medirei com o cordel o vale de Sucot.
Minha é a terra de Galaad, minha a de
Manassés; Efraim será o elmo de minha
cabeça; Judá, o meu cetro;"
"Moab, a bacia em que me lavo. Sobre
Edom porei minhas sandálias, cantarei
vitória sobre a Filisteia”. Quem me
conduzirá à cidade fortificada? Quem me
levará até Edom?
Quem, senão vós, Senhor, que nos
repelistes, e já não andais à frente dos
nossos exércitos?
Dai-nos auxílio contra o inimigo, porque
é vão qualquer socorro humano. Com
Deus faremos proezas: ele esmagará os
nossos inimigos."
ORIGEM HISTÓRICA

Fração do Pão:
primeiro nome da Eucaristia
No início do cristianismo, conforme registram os Atos
dos Apóstolos, os cristãos partiam o pão em casa,
fazendo suas refeições com alegria e simplicidade de
coração (cf. At 2,42). Chamavam essa refeição de
Fração do Pão. Em algumas circunstâncias dizia-se
também Ceia do Senhor. As duas realidades nos
remetem a um contexto de refeição. O apóstolo Paulo
também a chama de mesa do Senhor, cálice do
Senhor. Só no final do século I e início do século II,
com a Didaché (Instrução dos doze Apóstolos), a
celebração da Ceia passará a se chamar Eucaristia.
Embora os textos nos forneçam poucos dados, tudo
indica que, já desde a primeira geração, associava-se
a Ceia Eucarística à celebração da Palavra.
MEMORIAL

O memorial é mais do que simplesmente um


“recordar na memória”. Para a compreensão
bíblica, celebrar o memorial é, além de recordar
o fato, atualizá-lo de tal forma que, pela
celebração ritual, trazemos para o aqui e agora
os efeitos e a força da Páscoa do Senhor.
O MEMORIAL NA PÁSCOA JUDAICA

Fazer memória do Êxodo

Os Judeus se consideram, participantes da


ação libertadora de Deus
CRISTÃOS-CATÓLICOS NA MISSA

Participando da Celebração da Eucaristia

Somos envolvidos pelo mistério da morte e


ressurreição do Senhor.
CEIA PASCAL JUDAICA

A Páscoa e os Quatro Cálices do Seder


CEIA PASCAL JUDAICA
Matzá: é um pão sem
fermento. Na tradição
hebraica, os judeus,
quando foram
autorizados a saírem
do Egito, não
conseguiram esperar o
pão fermentar, e, por
isso, ele é feito de uma
massa bem fina.
Vinho: é um vinho especial para
Pessach e que também não é
fermentado. São servidas quatro taças
de vinho durante o Sêder.
Zeroá (osso do cordeiro): é pedaço de osso
com carne que foi tostado e simboliza o
sacrifício.
Maror: é uma raiz amarga que simboliza a
amargura do tempo da escravidão. A
alface romana (chazeret) também é
utilizada para simbolizar essa amargura.
Charosset: é uma pasta que mistura
maça, uva e nozes (pode ter também
tâmaras, canela e vinho). Simboliza a
argamassa que era usada pelos
judeus para fazer tijolos.
Água salgada: simboliza as lágrimas e
o suor derramado pelos judeus
durante a escravidão. É usada para o
consumo de batatas cozidas e das
ervas amargas.
Beitzá: é o ovo cozido que simboliza a esperança
pela recuperação do Templo de Salomão.
Simboliza também o luto pela destruição do
templo.
CEIA PASCAL JUDAICA
A Ceia pascal judaica se divide em quatro partes e
estão baseadas em quatro promessas contidas em
Êxodo 6:6,7. A primeira parte é o Kiddush
(santificação): uma vez servido o primeiro cálice de
vinho, o pai de família pronuncia a primeira bênção:
“Bendito sejas tu, Senhor nosso Deus, Rei do
Universo...”. Todos bebem o vinho no seu cálice,
lavam as mãos e trazem comida à mesa. Comem a
verdura amarga molhando-a num molho especial
(haroset). O pai parte o pão ázimo (matzá) em duas
porções, uma delas é escondida para ser tomada no
final da ceia, a outra vai sendo distribuída aos
comensais.
CEIA PASCAL JUDAICA
A segunda parte é o haggadah (relato, homilia):
depois de servido o segundo cálice, há um ritual, com
base nas perguntas das crianças e nas respostas do
pai, sobre a história e o sentido dessa noite pascal.
Conta-se a história da ida ao Egito, da escravidão e
da libertação com Moisés. A homilia é intercalada
com cantos de louvor a Deus e, sobretudo, com uma
exortação feita pelo pai de família que preside a ceia.
Todos bebem o segundo cálice, lavam as mãos e então
participam da Ceia Pascal. A ceia termina
repartindo-se o pão que foi escondido no início.
CEIA PASCAL JUDAICA
A terceira parte é o birkat ha mazon (ação de graças
depois da refeição). Serve-se o terceiro cálice de vinho
e então o pai pronuncia a bênção (berakah). Todos
bebem o terceiro cálice. A berakah era e ainda é a
oração mais importante para os judeus. Pode-se dizer
que é a oração por excelência. Nessa oração o judeu
admira, louva, agradece e reconhece a bondade de
Deus traduzida na riqueza de cada pessoa e inclusive
na alegria dos bens da terra. A berakah era um bem-
dizer no sentido próprio da palavra: dizer bem de
alguém; neste caso, de Deus.
CEIA PASCAL JUDAICA
A quarta e última parte é o hallel (salmos de louvor):
sobre o quarto cálice, dizem-se os salmos 114-117,
além do Salmo 135, junto com outras bênçãos. As
últimas bênçãos são de projeção para o futuro. Para
os judeus, a Ceia Pascal é a mais expressiva das
refeições sagradas e ao mesmo tempo a celebração
memorial da salvação operada por Deus em favor
deles no Êxodo. É uma celebração comunitária e
familiar que renova a cada ano a aliança do povo com
Deus.
A CEIA PASCAL DE JESUS E DOS
PRIMEIROS CRISTÃOS
A CEIA PASCAL DE JESUS E DOS
PRIMEIROS CRISTÃOS

A Missa, em seus elementos rituais originários,


está em continuidade com a liturgia judaica, com
acréscimos substanciais e culturais ao longo da
história. Mas há, sobretudo, uma grande
novidade, pois na Eucaristia está presente a ação
pascal do próprio Jesus, que entregou sua vida
por nós e ressuscitou glorioso.
Relatos da Instituição da Eucaristia
1 Corintios 11,23-26
De fato, eu mesmo recebi do Senhor aquilo que lhes
transmiti. A saber: Na noite em que foi entregue, tomou
o pão e, depois de ter dado graças, partiu-o e disse:
“Isto é o meu corpo, que é entregue por vós; fazei isto
em memória de mim...”

2 Mateus 26,26-29
Enquanto comiam, Jesus tomou o pão e, abençoando,
partiu e deu aos discípulos, dizendo: “Tomai e comei,
isto é o meu corpo...”
Relatos da Instituição da Eucaristia
3 Marcos 14,22-25
Enquanto comiam, Jesus tomou o pão e, depois de o abençoar,
partiu-o e deu-lho, dizendo: “Tomai, isto é o meu corpo...”
4 Lucas 22, 14-20
"Chegada que foi a hora, Jesus pôs-se à mesa, e com ele os
apóstolos. Disse-lhes: “Tenho desejado ardentemente comer
convosco esta Páscoa, antes de sofrer. Pois vos digo: não
tornarei a comê-la, até que ela se cumpra no Reino de Deus”.
Pegando o cálice, deu graças e disse: “Tomai este cálice e
distribuí-o entre vós. Pois vos digo: já não tornarei a beber do
fruto da videira, até que venha o Reino de Deus”. Tomou em
seguida o pão e depois de ter dado graças, partiu-o e deu-lho,
dizendo: “Isto é o meu corpo, que é dado por vós; fazei isto
em memória de mim...”
Expressões para designar a Eucaristia, no
Catecismo da Igreja Católica (1328-1332)
Ceia do Senhor
Fração do Pão
Assembleia Eucarística
Memorial da Paixão e da Ressurreição do
Senhor
Santo Sacrifício
Santa e Divina Liturgia
Comunhão
Santa Missa
A EUCARISTIA E O DOMINGO

Uma grande novidade que os cristãos


introduziram foi o costume de realizar as
reuniões litúrgicas “no primeiro dia da
semana”. Deram, inclusive, um nome para
esse dia: “Dia do Senhor” (domingo), por ser
o dia memorial da ressurreição do Senhor
(cf. 1Cor 16,2; At 20,7; Ap 1,10).
EUCARISTIA: SIGNIFICADOS
E IMPLICAÇÕES

 A EUCARISTIA É MEMORIAL
A EUCARISTIA É ASSEMBLEIA
A EUCARISTIA É REFEIÇÃO
A EUCARISTIA É COMUNHÃO
A EUCARISTIA É AÇÃO DE GRAÇAS
ESPIRTUALIDADE DO MINISTRO
DA SAGRADA COMUNHÃO
O Ministro é um servidor,
mas...
Cuidado com
a vaidade
Na verdade, nós Ministros,
somos apenas instrumentos de Deus
para a Igreja, porque
o mais importante é Cristo,
conforme o exemplo de Maria:
Eis aqui a serva do Senhor...
(Lc 1,38) e
porque realizou em mim maravilhas
aquele que é poderoso
e cujo nome é Santo – (Lc 1,49),
os Ministérios são para o serviço, o
maior é aquele que mais serve,
conforme Mt 20,26-28
DE QUEM VÔCE RECEBEU O CONVITE PARA O
MESC?

O PADRE
A COMUNIDADE
UM MINISTRO EXTRAORDINÁRIO
UM RELIGIOSO
Você foi CHAMADO por JESUS CRISTO
Você foi escolhido por Ele
Não fostes vós que me escolhestes,
mas eu vos escolhi e vos constituí
para que vades e produzais fruto, e
o vosso fruto permaneça. (Jo 15,16)
Essa é a força
que precisamos ter no
Ministério...
Cristo foi o maior exemplo de
servidor. É o maior de todos e é
aquele que mais serve,
conforme Mt 20,26-28
Todo aquele que quiser tornar-se
grande entre vós, se faça vosso servo.
E o que quiser tornar-se entre vós o
primeiro, se faça vosso escravo.
Assim como o Filho do Homem veio,
não para ser servido, mas para servir
e dar sua vida em resgate por uma
multidão.
ESPIRITUALIDADE
CRISTÃ
O QUE É ESPIRITUALIDADE

É uma dimensão da pessoa humana que


traduz o modo de viver característico de um
crente em busca da plenitude de sua relação
com o transcendental.
Em outras palavras: É a relação natural do
homem com Deus, é um estilo de vida.
A espiritualidade é uma dimensão muito importante na
vida do cristão, sobretudo do ministro extraordinário
da sagrada comunhão. É impossível imaginar alguém
chamado para esse ministério que não demonstre, em
suas atitudes e gestos, uma espiritualidade concreta.
É comum recebermos propostas que se apresentam
como espiritualidade, mas, na verdade, são apenas
espiritualismos, ou seja, caminhos para o encontro com
a paz interior, que se fundamentam em práticas
estritamente humanas, como respiração e meditação.
É preciso muito cuidado nesse campo. O cristão não
pode comprar ideias falsas de espiritualidade (cf. Hb
13,7-9).
Fora de Cristo, não há possibilidade de
espiritualidade autenticamente cristã. Jesus Cristo é o
centro e o único critério absoluto da espiritualidade e
da vida cristãs.
É Cristo o fundamento e o destino da vida e do agir
cristãos. Nele, com Ele e por Ele se vive a
espiritualidade inspirada no Evangelho, assinalada
pela caridade, marca de cada seguidor de Jesus
Cristo.
A palavra espiritualidade origina-se do substantivo
grego pneumatiké e do latino spiritualitas, bem
como do verbo latino spirare, isto é, soprar. A
tradição judaica utiliza o termo ruah, que indica
respiração, sopro, o hálito da vida.
As compreensões grega, latina e judaica indicam
que a espiritualidade é o princípio vital que anima
o mundo físico.
A espiritualidade toca a totalidade da pessoa, a
integralidade da sua humanidade enquanto alma e
corpo, alegria e tristeza, razão e emoção, vida e
morte.
“A espiritualidade é um estilo de vida. Ela está no
modo de ser, viver, falar e agir” (Carvalho, H.R
Elementos fundamentais da espiritualidade do catequista.
Paulus, 2020). A espiritualidade cristã se desenvolve
numa dinâmica própria: aquilo que é vivenciado no
interior se expressa de modo concreto no agir
exterior.
A espiritualidade cristã do ministro extraordinário
da sagrada comunhão é a vida assumida como
serviço.
CARACTERÍSTICAS DA
ESPIRITUALIDADE CRISTÃ

A espiritualidade cristã tem as


seguintes características:
PRESENÇA REAL DE DEUS
CRISTOCÊNTRICA
TRINITÁRIA
BÍBLICA
MISSIONÁRIA
ORANTE
PRESENÇA REAL DE DEUS
É importante saber e sentir essa presença
real de Deus de forma concreta e prática, não
apenas de forma simbólica ou representativa.
Deus age em nós, por nós e conosco. O
mesmo Deus que vem ao nosso encontro nos
leva ao seu encontro; isso é uma via de mão
dupla.
CRISTOCÊNTRICA
A espiritualidade cristã só pode ser vivida da
mesma forma que Jesus a vivenciava. Não dá
para ter espiritualidade cristã sem ter Jesus
Cristo como nosso mestre. O propósito é nos
fazer crescer em direção a Deus através de
um processo de transformação e conversão:
“Ninguém chega ao Pai se não por mim.”
TRINITÁRIA
A fonte de esperança do cristão é saber-se filho de
Deus, irmão de Jesus e templo do Espírito Santo. A
espiritualidade cristã tem suas raízes fincadas na
experiência pessoal na Trindade Santa,
especialmente pelos valores traduzidos do
Evangelho e de forma experiencial pelo
seguimento dos passos de Jesus Cristo. Esse
encontro pessoal com Jesus Cristo é a experiência
do mistério que nos circunda e envolve.
BÍBLICA
A espiritualidade cristã fundamenta-se na tradição
bíblica, tendo por objeto o estudo da vida
construída sob a ação do Espírito Santo. Esse
estudo não nos leva a um processo de ajuste aos
valores sociais dominantes, mas a um caminho
que envolve crise e transformação, no qual a
tensão entre a Palavra de Deus e o mundo estará
sempre presente.
MISSIONÁRIA
Cristo dizia que veio para cumprir a palavra do Pai.
“Uma vez seduzido por Cristo, o catequista torna-se
missionário. Ser missionário é ser evangelizador.” (Pe.
Humberto Robson de Carvalho, em “Espiritualidade do
Catequista”, Ed. Paulus)

Esse mesmo conceito aplica-se aos Ministros da


Eucaristia e não somente aos catequistas. A
propósito, a Conferência de Aparecida pede que
deixemos de ser uma pastoral de conservação e nos
transformemos em uma pastoral verdadeiramente
missionária.
ORANTE
Tem haver com oração pessoal e vida eucarística.
“Lembrem-se, porém, que a oração deve acompanhar
a leitura da Sagrada Escritura para que haja colóquio
entre Deus e o homem, pois com Ele falamos quando
rezamos e a Ele ouvimos quando lemos os divinos
oráculos.” (DV 25)

Santo Agostinho dizia que o “Pai-Nosso é o resumo de


nossa espiritualidade.”

Oração e missão precisam caminhar juntas.


A ESPIRITUALIDADE DO
MINISTRO EXTRAORDINÁRIO DA
SAGRADA COMUNHÃO (*)
(*) Baseada no livro “A Espiritualidade do Ministro da Eucaristia”, de Mitch
Finley, Ed. Loyola)

Supõe uma mudança de vida a exigir de nós opções


bem concretas, escolhas e renúncias. O Ministro
Extraordinário da Sagrada Comunhão deve cultivar a
capacidade de ver além das aparências, de
ultrapassar a superficialidade do relacionamento e de
aprofundar o amor ao próximo.
EXTRAORDINARIEDADE
O Direito Canônico afirma, através do cânon 230,
que “onde a necessidade da Igreja o aconselhar, na
falta de ministros, podem os leigos exercer o
ministério da palavra, presidir as orações litúrgicas,
administrar o batismo e distribuir a sagrada
Comunhão”.
Levar Cristo vivo aos necessitados, doentes ou
moribundos, nos torna notáveis já que temos o
propósito de alimentar os que clamam pelo alimento
que só o Senhor ressuscitado dá. Este propósito
deve alimentar a espiritualidade do Ministro
Extraordinário da Sagrada Comunhão.
A EUCARISTIA É UM MISTÉRIO
ALEGRE
Receber o Cristo ressuscitado é um momento de
tristeza ou de alegria?
Participar de uma celebração eucarística é muito mais
que participar de uma representação simbólica. Muitos
católicos acreditam que dizer que o pão e o vinho
eucarísticos se tornam o corpo e sangue de Cristo é
simplesmente fazer memória do que Cristo fez em sua
última ceia. Participar de uma celebração
eucarística é participar “daquela ceia”, é se
enxergar sentado ao redor daquela mesa; é comer
daquele pão e beber daquele vinho, junto com
Cristo.
A postura solene e séria do Ministro Extraordinário da
Sagrada Comunhão é também um momento
instigante. É importante a postura radiante de
felicidade que o Ministro exibe no momento da entrega
do Cristo ressuscitado, postura essa que deve
transferir, através dos gestos, das palavras, da
expressão facial e do brilho dos olhos, a alegria da
Eucaristia.

De certa forma somos chamados a ser mensageiros


da alegria de Cristo, ainda que em qualquer
circunstância dolorosa. Isto não significa agir de forma
tola, mas agir e mostrar a força de nossa fé, com o
coração transbordante de alegria.
AS VIRTUDES DO MINISTRO
EXTRAORDINÁRIO DA
SAGRADA COMUNHÃO
São Paulo talvez seja quem melhor escreveu sobre as
virtudes teologais em sua primeira carta aos Coríntios
(13, 1-13) quando fala de Fé, Esperança e Caridade.
Na verdade, as únicas realidades que merecem ser
levadas em conta. Quando a comunidade se reúne
para celebrar a Eucaristia se reúne para celebrar a fé,
esperança e caridade como modo de vida. Essa
reunião não é para cultuar uns aos outros, mas para
cultuar Deus.

Para o catolicismo, fé não é crer em alguma coisa,


mas é conhecer Alguém, no caso, Deus, nosso pai
amoroso e Jesus, seu filho amado, o Cristo
ressuscitado que vive em nós e em nosso meio.
Portanto, fé é muito mais um relacionamento pessoal
do que uma experiência racional. Santo Agostinho,
que viveu entre os séculos IV e V, disse que “nosso
Deus está mais próximo de nós do que estamos
nós mesmos”.
ESPERANÇA
“Que o Deus da esperança vos cumule de alegria
e de paz na fé, a fim de que transbordeis de
esperança pelo poder do Espírito Santo.” (Rm 15,
13).

A respeito da esperança santa Tereza D‟Ávila dizia


que devemos “ouvir não só com os ouvidos, mas com
o coração”. Os Ministros da Eucaristia partilham com
os outros o Corpo e o Sangue de Cristo ressuscitado.
Dessa forma, partilham a esperança, para esta vida e
para a outra. Não só partilham como alimentam a
esperança.
Muitos confundem esperança com otimismo, porém a
esperança não é uma emoção, não é uma questão
psicológica. É uma proposta, é uma certeza naquilo
que há por vir. São João da Cruz nos lembra que é
mais fácil reconhecer a esperança na noite mais
escura, que é quando ela brilha mais forte.

Um antigo provérbio diz que “se não fosse a


esperança, o coração se partiria”. Nesse sentido, a
Eucaristia dá uma esperança que cura corações
partidos.
CARIDADE/AMOR
São Paulo é intrigante ao afirmar que das três virtudes, ainda
que todas importantes, o amor é a maior: “Atualmente
permanecem as três coisas: a fé, a esperança e o amor. Mas a
maior é o amor.”
Normalmente, a primeira definição para caridade expressa nos
dicionários é “provisão de ajuda ou alívio aos mais
necessitados”. Ensinava o professor Paschoal Zampini que “a
melhor maneira de se aprender Português é aprendendo antes
o Latim”. O que queria dizer o mestre com isso? A raiz latina
das palavras emigradas para o Português traz informações que
nos ajudam a entender melhor o significado das palavras.
Assim, retornando à raiz latina da palavra caridade, vemos que
caridade “se refere ao amor benevolente que Deus tem por nós
e ao amor que temos uns pelos outros”. É esse amor que são
Paulo tinha em mente ao escrever o trecho acima.
Os Ministros da Eucaristia são chamados a serem
instrumentos do amor de Deus. Por isso é importante
retomar o contexto da carta aos Coríntios: sem uma
rica vida interior, sem uma espiritualidade vivificante, o
ato de levar ou dar comunhão durante as celebrações
eucarísticas é apenas um ato mecânico, sem a beleza
e a mística do Jesus ressuscitado. Para exercer o
ministério eucarístico em plenitude há que se fazêlo
com o coração transbordante do amor de Deus. Uma
boa prática para se conseguir isso é a prática da
oração.
Por fim, ninguém ama o próximo se não amar a si
mesmo. A questão é apreciar e amar a sai mesmo
como dádiva de Deus, simplesmente porque Deus
nos ama. Diz um provérbio hassídico: “Uma hoste de
anjos vai adiante de cada ser humano, bradando:
„Abram caminho! Abram caminho para a imagem de
Deus‟”.

Como amar a nós mesmos?


PRESENÇA
O ministério da Eucaristia é o ministério da presença.
Logicamente, a presença real de Jesus Cristo
ressuscitado na Eucaristia. Mas também a presença
de Jesus Cristo na pessoa do Ministro Extraordinário
da Sagrada Comunhão e naqueles a quem se oferece
a sagrada comunhão. Isto se dá para ratificar o
mistério de amor que existe.

É fácil constatar a presença de Deus ao longo da


História, desde os princípios até os dias de hoje e de
amanhã. Negar isso é negar nossa própria existência.
“É da parte de Deus, na presença de Deus, em Cristo
que falamos.” (2Cor 2, 17)
Temos muita coisa ainda que
aprender, aqui acredito que serviu
apenas como um incentivo para dar
início, o que deve ter uma
continuidade, seja através de
Encontros na Comunidade, ou
mesmo pesquisas em livros e/ou
Internet.
OBRIGADO, SENHOR

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