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Canto:
Animador: O mês que precede a Páscoa Judaica é o mês de Elul. É conhecido como “mês do arrependimento”, “da
misericórdia” e “do perdão”. Nós, católicos, também encontramos na Quaresma um período intenso de preparação
para a celebração da Páscoa do Senhor. É um tempo propício para reflexão e mudança de vida.
Um dos costumes do mês de Elul é buscar reconciliação com aqueles a quem ferimos ou por quem fomos feridos. É
uma tradição judaica que Deus não pode perdoar-nos pelos pecados cometidos contra outra pessoa até que vamos
primeiro a pessoa contra quem pecamos e obtenhamos seu perdão. Quando combinamos esta tradição com a ênfase de
Jesus sobre perdão, podemos entender melhor o que Ele disse: “Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas,
também vosso pai celestial vos perdoará a vós” (Mt 6: 14).
Celebrante: De olhos fechados, tragamos a nossa mente as pessoas que precisamos perdoar e pedir perdão. De
coração contrito, pensemos também nas ofensas que cometemos contra Deus e recebamos Seu perdão.
(Momento de silêncio).
Canto de reconciliação:
Ooh
Senhor, que viestes salvar
Os corações arrependidos
Kyrie eleison, eleison, eleison
Kyrie eleison, eleison, eleison
Celebrante: Deus todo poderoso tenha compaixão de nós, perdoe os nossos pecados e nos conduza à vida eterna.
Todos: Amém!
Animador: Nos lares das famílias judaicas, a luz é sempre um símbolo forte nas celebrações e festas. Cabe à mãe
acender as luzes do candelabro e assim, dar vida e alegria ao ambiente em que se realizam as solenidades. Podemos
supor que, na Última Ceia, foi Maria quem o fez. A Igreja Católica, conservando essa bela tradição, inicia a cerimônia
da Vigília Pascal no Sábado Santo com a "Benção da Luz", símbolo da vinda de Cristo, Luz do mundo. Também o uso
das velas nos altares tem sua origem nesse antigo costume israelita. Enquanto uma mulher acende as velas do
candelabro, nós cantaremos.
Canto:
Mulheres (em pé pronunciam a seguinte oração): Bendito sejais Tu, Adonai nosso Deus, que nos santificastes pelos
Seus mandamentos e nos mandastes acender as velas. Bendito sejas Tu, que nos conservastes a vida até o dia de hoje.
Que nossas casas sejam abençoadas, ó Deus, e que a luz da Tua benevolência brilhe sobre todos nós, trazendo-nos a
paz e a felicidade que tanto desejamos para nossas famílias e para o mundo. Amém!
Animador: Na mesa da família judaica, na ceia Pascal, é preparado um prato especial que contêm:
Pão sem fermento (matzá): Este pão foi chamado pelos israelitas de Pão do Tormento e é feito apenas de farinha e
água. Devido à pressa de fugir das garras do Faraó, não houve tempo para levedar a massa. O termo "fermento"
também é usado no Novo Testamento fazendo alusão ao pecado: "Por isso façamos a festa, não com o fermento velho,
nem com o fermento da maldade e da malicia, mas com os ázimos da sinceridade e da verdade." (1 Corintios 5:8)
Harosset: Mistura avermelhada feita de maçã, nozes picadas, canela, vinho e mel que lembra a cor dos tijolos usados
nas construções das pirâmides e palácios no Egito que, durante o tempo da escravidão, os judeus tiveram que fabricar.
Ovo: O ovo é arredondado, podendo girar. Do mesmo modo, a nossa vida pode mudar.
Ervas amargas: Usadas para lembrar a amargura da vida dos israelitas no Egito.
Água com sal: Usada para lembrar as lágrimas derramadas pelos israelitas escravizados no Egito.
Uma taça: Para tomar quatro goles de vinho durante a ceia, o qual era tirado de uma vasilha comum e distribuído
como sinal de união do povo.
Animador: Todo alimento servido na Páscoa Judaica é abençoado antes de ser servido e consumido, isto é, o chefe da
casa (pai ou avô), agradece à Deus, bendizendo-O. O mesmo acontece também em nossas missas. Na hora do
ofertório, o pão e o vinho, entregues ao celebrante, são abençoados antes de serem consagrados.
Celebrante: (em pé e de braços abertos) Bendito sejas Tu, Adonai nosso Deus, Rei do universo, que em Jesus Cristo
nos unistes ao Povo da Aliança e nos destes dias santificados para que celebremos a Festa do Pão Ázimo!
Comemoramos assim a libertação do povo de Israel do Egito e nossa libertação do pecado e da morte, por nosso
Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Todos: Amém!
Animador: Um dos servidores apresentará ao celebrante uma bacia, uma toalha e um jarro de água para que ele lave
suas mãos, em sinal de purificação por inteiro de todos aqueles que participam deste solene ritual. Do mesmo modo,
após a apresentação das oferendas, no chamado "ofertório" da Missa, o sacerdote repete este ato significativo. Muito
provavelmente, foi justamente neste ponto da Ceia que Jesus se levantou e lavou os pés de seus discípulos, dando
assim ênfase e expressão ao seu "novo mandamento" do Amor.
Celebrante: (lava as mãos) Bendito sejas Tu, Adonai nosso Deus, Rei do Universo, que nos santificastes com os Teus
mandamentos e nos ensinastes o ritual de lavar as mãos.
Animador: Pão em todas as mesas é o sonho de todas as pessoas de bem. Pão é símbolo forte de alimento que
sustenta e dá vida. O povo hebreu que, na fuga do Egito, saiu apressado e não teve tempo de esperar a massa
fermentar. Este é o pão simples que matava a fome na caminhada pelo deserto. Jesus usou também desse pão para
instituir a Eucaristia na Última Ceia e este é o motivo pelo qual as partículas que se consagram em nossas missas
também não conterem fermento.
Celebrante: (pegando o pão) Contemplai: este é o Pão do Tormento, que nossos irmãos mais velhos comeram na terra
do Egito. Todos vós que tendes fome, vinde e comei! Todos vós que desejardes, vinde e celebrai a Páscoa conosco.
Canto:
Animador: Em todo ritual de Páscoa Judaica, há um momento especial que promove a interação entre as gerações dos
participantes. E o momento em que um participante jovem, de preferência uma criança, dirige quatro perguntas à um
participante mais velho, se possível ao chefe da casa. O objetivo é fazer distinção deste dia entre os demais dias e
trazer à tona o que a faz especial. Desta forma se cumpre a ordem dada por Deus na instituição desta Festa:
"Conservareis a memória daquele dia, celebrando-o com uma festa em honra do Senhor: fareis isso de geração em
geração, pois é uma instituição perpétua." (Êxodo 12:14)
Pai ou Avô: Tu me perguntas, meu filho, por que é diferente este dia de todos os dias? Por que em todos os dias
comemos pão com fermento e matzá, e neste dia, somente matzá?
Por que em todos os dias comemos verduras diversas, e neste dia somente ervas amargas?
Por que molhamos os alimentos duas vezes?
Por que comemos reclinados?
Eu te agradeço, meu filho. Agradeço-te por perguntares. Porque, se me perguntas, não posso esquecer; se indagas, não
possa ficar calado.
Por tua voz inocente, meu filho, fala a nossa consciência. Tua voz me conduz à verdade.
Por que este dia é diferente de todos os dias, meu filho?
Porque neste dia lembramos os que foram escravos no Egito, aqueles sobre cujo dorso estalava o látego do Faraó.
Lembramos a fome, o cansaço, o suor, o sangue, as lágrimas. Lembramos o desamparo dos oriundos diante da
arrogância dos poderosos. Lembramos com alívio: é o passado. Lembramos com tristeza: é presente.
Ainda existem Faraós. Ainda existem escravos.
Os Faraós modernos já não constroem pirâmides, mas sim estruturas de poder. Os Faraós modernos já não usam
apenas o látego; submetem corações e mentes mediante técnicas sofisticadas. Seus escravos se contam aos milhões,
neste mundo em que vivemos.
São negros privados de seus direitos no continente Africano, são mulheres submetidas a mutilações na África,
escravidão em diversos países. São pobres moradores do nordeste brasileiro privados de água, quando a mesma está a
metros de profundidade de onde pisam. São moradores debaixo de pontes, viadutos, das megalópoles, homens e
mulheres que vivem nas ruas de nossa São Paulo, que por sua humilde e pouca formação são obrigados a submeter-se
à escravidão e miséria da vida, em contraste com o bem-estar de outros que por eles passam diariamente e fazem com
que não os vêem.
Para estes, ainda não chegou o dia da travessia. Estes ainda não encontraram a sua Terra Prometida. Para eles, a vida
ainda é amarga como estas ervas. É a eles também que lembramos nesta noite, meu filho. Com eles repartimos, em
imaginação, a nossa matzá.
Não sejas como o ingênuo, que ignora os dramas de seu mundo. Não sejas como o perverso, que os conhece, mas nada
faz para mudar a situação.
Pergunta, meu filho, tudo o que queres saber - a dúvida é o caminho para o conhecimento.
Mas, quando te tornares sábio, procura usar a tua sabedoria em benefício dos outros. Reparte-a, como hoje repartimos
a nossa matzá. Segue o conselho de nossos sábios e lembra a saída do Egito, não só no dia de Páscoa, mas todos os
dias de tua vida.
Celebrante: Há muitos anos, os judeus viviam e trabalhavam tranquilamente no Egito. Quando, um dia, o Faraó
decidiu escravizá-los. Tinham que trabalhar penosamente fabricando tijolos e construindo cidades. Eles não podiam
descansar nunca! Trabalhavam de manhã à noite, todos os dias da semana, sem parar. Era aquela vida dura! Um dia, o
Faraó, não satisfeito, ordenou que matassem todos os meninos judeus que nascessem. Uma mãe judia conseguiu salvar
seu filho recém-nascido, colocando-o numa cestinha no rio Nilo. Ele foi salvo pela filha do Faraó, que resolveu criá-lo
como seu filho e lhe deu o nome de Moisés, que quer dizer, salvo das águas.
Quando cresceu, ele recebeu de Deus a missão de libertar os israelitas da escravidão no Egito. Moisés pediu ao Faraó
diversas vezes que deixasse sair seu povo, mas como o Faraó sempre se recusava, Deus mandou sobre os egípcios, dez
pragas: sangue, sapos, piolhos, feras, feridas, granizo, gafanhotos, escuridão e morte dos primogênitos. Quando o
Faraó finalmente deu permissão para que os israelitas saíssem, eles nem tiveram tempo de fazer seu pão como de
costume. Misturaram farinha com água, mas com a pressa, foram andando sem deixar a massa crescer. Cabe a nós
meditarmos longamente sobre este evento na História. Ouçamos agora a leitura do livro do Êxodo, mas antes vamos
aclamar a Palavra de Deus que será trazida solenemente. Cantemos:
Canto:
O celebrante recebe a Bíblia, beija-a e a entrega à pessoa que fará a leitura do Êxodo, capítulo 12 da seguinte forma:
1º (01-08): “Senhor disse a Moisés e a Aarão: "Este mês será para vós o princípio dos meses: vós tereis como o
primeiro mês do ano. Dizei a toda a assembleia de Israel: no décimo dia deste mês cada um de vós tome um cordeiro
por família, um cordeiro por casa. Se a família for pequena demais para um cordeiro, então o tomará em comum com
seu vizinho mais próximo, segundo o número das pessoas, calculando-se o que cada um pode comer. O animal será
sem defeito, macho, de um ano; podereis tomar tanto um cordeiro como um cabrito. E o guardareis até o décimo
quarto dia deste mês; então toda a assembleia de Israel o imolará no crepúsculo. Tomarão do seu sangue e o porão
sobre as duas ombreiras e sobre a moldura da porta das casas em que o comerem. Naquela noite comerão a carne
assada no fogo com pães sem fermento e ervas amargas.”
2º (11-15): “Eis a maneira como o comereis: tereis cingidos os vossos rins, vossas sandálias nos pés e vosso cajado na
mão. Vós comereis apressadamente: é a Páscoa do Senhor. Naquela noite, passarei através do Egito, e ferirei os
primogênitos no Egito, tanto os dos homens como os dos animais, e exercerei minha justiça contra todos os deuses do
Egito. Eu sou o Senhor. O sangue sobre as casas em que habitais vos servirá de sinal (de proteção): vendo o sangue,
passarei adiante, e não sereis atingidos pelo flagelo destruidor, quando eu ferir o Egito. Conservareis a memória
daquele dia, celebrando-o com uma festa em honra do Senhor: fareis isso de geração em geração, pois é uma
instituição perpétua. Comereis pão sem fermento durante sete dias. Logo ao primeiro dia tirareis de vossas casas o
fermento, pois todo o que comer pão fermentado, desde o primeiro dia até o sétimo, será cortado de Israel.”
3º (26-34): “E quando vossos filhos vos disserem: Que significa esse rito?' - respondereis: É o sacrifício da Páscoa,
em honra do Senhor que, ferindo os egípcios, passou por cima das casas dos israelitas no Egito e preservou nossas
casas'." O povo inclinou-se e prostrou-se. Em seguida, retiraram-se os israelitas para fazerem o que o Senhor tinha
ordenado a Moisés e a Aarão. Assim o fizeram. Pelo meio da noite, o Senhor feriu todos os primogênitos no Egito,
desde o primogênito do faraó, que devia assentar-se no trono, até o primogênito do cativo que estava no cárcere, e
todos os primogênitos dos animais. O faraó levantou-se durante a noite, assim como todos Os seus servos e todos os
egípcios e fez-se um grande clamor no Egito, porque não havia casa em que não houvesse um morto. Naquela mesma
noite, o rei mandou chamar Moisés e Aarão e disse-lhes: “Ide! Saí do meio do meu povo, vós e os israelitas. Ide
prestar um culto ao Senhor, como o dissestes. Tomai vossas ovelhas e vossos bois, como o pedistes. Ide e abençoai-
me". Os egípcios instavam com o povo para que saísse quanto antes do país. "Vamos morrer todos" – diziam eles. O
povo tomou a sua massa antes que fosse levedada; cada um carregava em seus ombros a cesta embrulhada em seu
manto.”
4º (37-42): “Os israelitas partiram de Ramsés para Sucot, em número de seiscentos mil homens, aproximadamente,
sem contar os meninos. Além disso, acompanhava-os uma numerosa multidão, bem como rebanhos consideráveis de
ovelhas e de bois. Cozeram bolos ázimos da massa que levaram do Egito, pois esta não se tinha fermentado, porque
tinham sido lançados fora do país e não puderam deter-se nem fazer provisões. A permanência dos israelitas no Egito
durara quatrocentos e trinta anos. Exatamente no fim desses quatrocentos e trinta anos, todos os exércitos do Senhor
saíram do Egito. Foi uma noite de vigília para o Senhor, a fim de tirá-los do Egito: essa mesma noite é uma vigília a
ser celebrada de geração em geração por todos os israelitas, em honra do Senhor.”
Animador: Vamos encerrar nosso momento, nos colocando em pé para recebermos a benção sacerdotal.
Celebrante: O Senhor vos abençoe e vos guarde! O Senhor faça resplandecer o Seu rosto sobre ti! E tenha
misericórdia de ti! O Senhor sobre ti levante o Seu rosto e te dê a Sua paz!
Canto final:
1. Lá no deserto a multidão
Com fome segue o Bom Pastor.
Com sede busca a Nova Palavra:
Jesus tem pena e reparte o pão.
(Refrão)