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MESTRADO EM ENSINO

DE MATEMÁTICA

Prof Dr. NIMI YA HENDA


DIDÁCTICA DA MATEMÁTICA II
ISCED-LUANDA
ESTRUTURAÇÃO METODOLÓGICA DO

ASSEGURAMENTO DO NÍVEL DE PARTIDA


NÍVEL DE PARTIDA
É o conjunto de conhecimentos, habilidades e
capacidades dos alunos como também nas atitudes,
opiniões, hábitos e convicções, assim como as
qualidades características da personalidade do aluno,
que condicionam a aprendizagem de um conteúdo de
ensino.
Orientações metodológicas para o asseguramento do
nível de partida
Deve-se que preparar:
• As condições prévias gerais.
• As condições prévias específicas (conhecimentos e
habilidades específicas).
As condições prévias gerais
Insistir com os alunos na utilização do livro de
texto e obras consultadas e outros meios para
a racionalização do trabalho mental dos
alunos
Condições prévias específicas
1º Passo: Determinar com precisão no conteúdo de ensino
a extensão das condições prévias (conhecimentos e
capacidades necessárias para o tratamento do novo
conteúdo). É conveniente utilizar os resultados do corte
vertical e panorâmica do conhecimento, bem como as
orientações metodológicas do programa. Auxiliado de uma
análise cuidadosa do programa com ajuda do livro de texto.
Deve-se planificar os conhecimentos e habilidades que
devem possuir os alunos necessariamente.
2º Passo: O professor deve certificar-se de que os
alunos disponham dos conhecimentos e habilidades.
Este tem que ser diferente em cada caso. Através de
controlos especiais, orais ou escritos, bem como
utilizar os dados obtidos nos testes diagnósticos.
3º Passo: Tem que se criar as condições especiais
mediantes a reactivação dos conhecimentos e habilidades
necessárias, de duas formas.
• A reactivação explícita, que se realiza antes do
tratamento propriamente dito do novo complexo de
matéria, utilizando uma ou varias aulas exclusivamente
para a revisão e exercitação.
•A reactivação implícita, todas as partes dos
conhecimentos e habilidades necessárias preparam-se no
momento adequado em relação com o tratamento da nova
matéria.
A via principal para o asseguramento do nível de
partida consiste numa estruturação adequada do ensino
anterior. Embora em geral não se pode excluir a
possibilidade que no começo do tratamento de um
complexo de matéria os alunos não disponham
completamente dos conhecimentos e habilidades
necessárias.
Criar o nível de partida adequado para uma aula de
Matemática, significa que o professor deve colocar a
disposição os conhecimentos necessários para os alunos
enfrentarem a situação didáctica especifica a ser tratada
na aula, tal como:
• A introdução do novo conteúdo;
• A resolução de exercícios;
• A aplicação ou sistematização;
• A resolução de problemas.
ESTRUTURAÇÃO METODOLÓGICA DA
MOTIVAÇÃO
Os alunos devem ser motivados para que compreendam
que precisamente o tratamento de uma unidade, tema ou
sumário de uma aula, de um conceito, de um teorema ou
de uma demonstração é
•Conveniente ou necessária,
•Ou tem determinada utilidade.
Como motivar o aluno?
Criar verdadeiras situações (problemáticas) em que os
alunos possam pôr em prova suas faculdades. Situações
em os alunos possam resolver com meios que dispõem
no momento. E no acto da sua resolução chegarem a um
impasse provocado pela insuficiência dos
conhecimentos, habilidades e hábitos dominados por eles
até ao momento
1ª fase: Ocupação com o problema:
• Motivação prática ou extra Matemática, onde o
problema é tomado da prática que rodeia o aluno.
• Motivação Intra matemática, onde o problema surge da
construção da matemática, de suas formas de trabalho e
pensamento.
2ª fase: Via de solução do problema (conduz a
orientação aos objectivos). Se motiva a via para resolver
o problema formulado. Contribui para tal a utilização de
certos “impulsos”:
• Formula proposições
• Trata de achar a formulação
• Começa com uma figura de análise.
•Que dados conhecemos?
•Pensa como procedemos nos casos anteriores.
ESTRUTURAÇÃO METODOLÓGICA
DO CONTROLO
Na pedagogia aborda-se o conceito controlo como
categoria mais geral que exige a utilização da avaliação,
medição e comprovação que se fazem entre outras muitas
considerações sobre as formas fundamentais de avaliação:
avaliação frequente, trabalho na aula e extra-aula e os
exames.
As provas e os exames constituem formas tradicionais de
controlo.
O controlo é uma importante base para a planificação do
ensino da matemática e uma condição prévia para o
trabalho individual dos alunos descobrindo suas
dificuldades e mostrando lhes a forma de aumentar seus
esforços.
Aspectos a ter em conta na estruturação
metodológica do controlo
1. Característica dos exercícios para o controlo
2. Princípios para a seleção de exercícios numa prova ou
exame
3. Valorização adequada e justa do resultado do controlo
Os exercícios têm a função de controlo da aprendizagem.
Neste sentido os que se destinam a comprovação dos
resultados do ensino da matemática devem estar
elaborados segundo exigências derivadas dos objectivos
a serem alcançados.
Os exercícios de comprovação não somente é utilizado no
trabalho do controlo e nos exames ou provas, também
devem incluir nas aulas para comprovar se se alcançam
os objectivos previstos para uma aula ou sistemas de
aulas dadas e inclusive para formar parte da aula de
comprovação que tem como objectivo controlar o
domínio requerido dos procedimentos básicos da
disciplina.
A seleção e compreensão dos exercícios que utilizam-
se nos distintos tipos de controlos constituem um
aspecto importante para o êxito da comprovação e
avaliação. Os exercícios devem avaliar objectivos
propostos comprovando o conhecimento ou habilidade
no nível de profundidade e assimilação expressado pelo
objectivo.
EXEMPLO :

Obje c tivo : Os a lunos de ve m se r c a pa ze s de :

 Id e ntific a r a p a rtir d a e q ua ç ã o d e um a funç ã o se e sta é q ua d rá tic a .

Exe rc íc io o u p e rg unta :

1. Se ja M o c onjunto d e to d a s a s funç õe s q ua d rá tic a s c om uma e q ua ç ã o d a fo rm a 𝑦 = 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐


ሺ𝑎 ≠ 0ሻ. De te rm ina se a s se g uinte s funç õ e s p e rte nc e m a M. Fund a m e nte a sua a firm a ç ã o .
a ) 𝑦 = 𝑥2 b ) 𝑦 = 3𝑥 2 − 7 c ) 𝑦 = 5𝑥 + 16

d ) 𝑦 = −8𝑥 2 − 6𝑥 e ) 𝑦 = 𝑥 3 − 6𝑥 2 + 9
Na Matemática os exercícios ou perguntas que
contém o nível de reprodução, formulam-se para
comprovar a compreensão consciente do conhecimento
ou habilidade. Dentro deste nível existem por sua vez
distintos graus de desenvolvimento que se alcançam e
comprovam através distintas perguntas ou exercícios. As
perguntas de fixação e interpretação ou comprovação
são deste tipo.
Dentro do nível de aplicação (saber fazer) existem por

sua vez distintas graduações qualitativas que se

distanciam da reprodução para chegar a planos mais

qualitativos que devem reflectir-se nas chamadas

perguntas de aplicação.
Reprodução (compre ensão ou interpretação)

1. Substitua no re ctâ ngulo o símbolo corre sponde nte ሺ<; =; >ሻ pa ra que a equa çã o 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 = 0
te nha dua s soluçõe s rea is.
𝑏2 𝑏2
a ) ∆= − 𝑐 0 b) ∆= − 𝑐 0
4 4

2. Re solva a s se guinte s equa çõe s qua drá tica s.


a ) 𝑥 2 − 6,25 = 0 b) 𝑥 2 − 6,25𝑥 = 0 c) 𝑧2 + 5𝑧 − 𝑧 = 0

(re produç ã o de uma ha bilida de se gundo um a lgoritmo c onhe c ido)


Aplic ação

1. Determin e se as equações têm ou não solu ção aplic ando a proprie dade do discrim in ante
a) 𝑥2 −5𝑥 +6 =0
b) 𝑥2 −6𝑥−9 = 0

(sim ple s aplic ação de uma proprie dade).


Princípios para a selecção de exercícios para uma prova ou exame
A composição de uma prova é um verdadeiro trabalho criativo do
professor.
Nele o professor deve ter em conta os seguintes princípios:
• Tem que conseguir uma variedade de exercícios formulados.
• Deve tomar pelo menos um exercício que provenha de uma classe
anterior.
• Pelo menos em um exercício os alunos devem reconhecer o núcleo
matemático de uma situação dada.
• Deve estar contida as exigências de uma demonstração, de uma
fundamentação ou de uma sistematização (generalização)
• Na fixação do valor das perguntas tem que se dar suficiente peso aos
conhecimentos e habilidades principais.
• Devem estar contidos exercícios que possibilitem também aos alunos de
menos capacidade uma elaboração com êxito.
• Devem estar contidos exercícios nos quais os alunos de maior
capacidade podem demonstrar que dominam a matéria ampliada e
profundamente.
Verificação adequada e justa do resultado do controlo
O controlo fortalece-se mediante uma valorização adequada. Esta
valorização realiza-se antes de tudo mediante o elogio, a crítica mas
também mediante a classificação.
Numa prova as questões de mais peso não são o mais difícil nem o
mais fácil, senão o mais fundamental.
As perguntas que abarcam as exigências mínimas devem estar
formuladas de forma tal que permitam ao aluno aprovar se as
responde correctamente.
Algumas orientações metodológicas gerais para elevar a
efectividade do controlo do ensino da Matemática
As actividades do professor devem estar dirigidas para:
• No controlo (avaliação frequente), a realizar observações
detalhadas durante a aula sobre a qualidade das respostas, os
comentários, a realização de tarefas pelos alunos e ao final da aula
informar sobre o resultado deste controlo.
• Durante o controlo individual formular exercícios adequados de
acordo a capacidade de rendimento do aluno (incluindo os alunos
de maior rendimento) e incorporar ao resto dos alunos mediante
tarefas de observação do controlo tais como observar a precisão, a
forma racional da representação linguística e matemática.
• No trabalho de controlo da aula prestar atenção ao estado de
desenvolvimento tanto do saber como das habilidades específicas e
gerais.
• Tratar de que os alunos reconheçam a fonte de seus erros e que os
aceitem. Anotar os erros comuns e exemplifica-los com casos
análogos e como remedia-los.
• Nas provas ou exames resolver todos os exercícios na forma que
espera que os alunos o resolvam. Assim poderá determinar o grau de
dificuldade e o tempo necessário para realizar o controlo.
• Mostrar as dificuldades existentes e em que forma podem aumentar
seus esforços.
• Velar não somente para que os resultados sejam correctos desde o
ponto de vista matemático como também pela forma de trabalho,
limpa e recomendável.
• Reflectir sobre o resultado do rendimento dos seus alunos com
vista a melhoria de seus métodos de trabalho.
ESTRUTURAÇÃO
METODOLÓGICA DA REVISÃO
Qual é o pepel da revisão na fixação?
A revisão ocupa na fixação uma certa posição especial
pelo que:
• Frequentemente tem lugar a aprofundação.
• Quase sempre realiza-se através de exercícios
• Frequentemente a sistematização joga um papel
fundamental.
Por isso a palavra revisão utiliza-se em sentido de
fixação (consolidação)
A atenção especial da revisão não deve estar centrada na
mera reprodução de conhecimentos adquiridos
anteriormente, mas em tarefas que exijam dos alunos
uma elevada actividade intelectual, e em sistema
variável de exercícios tendentes a aplicação prática dos
conhecimentos.
A selecção de exercícios variados ocupa uma posição
central na estruturação metodológica da revisão.
Momentos de realização da Revisão:
• Uma primeira revisão depois da primeira apropriação
de conhecimentos e logo a intervalos de tempo maiores.
Estas revisões têm como características que devem
concentrar-se no essencial do conteúdo (conhecimentos,
habilidades ou hábitos).
• A revisão no final de uma unidade ou depois de um
longo período de tempo tem o carácter de uma
sistematização.
• Uma importante forma de revisão é a reactivação do
saber para o asseguramento do nível de partida (ao início
do estudo de uma unidade temática).
No primeiro momento os exercícios seleccionados têm
que ser muito simples. As perguntas devem exigir do
aluno a realização de comparações e generalizações e a
análise das noções e regras apreendidas.
No segundo momento, a revisão sistemática, tem grande
importância, os exercícios seleccionados de acordo ao
nível de aprofundação alcançado durante a unidade ou
período considerado. Ao final de cada unidade no livro de
texto aparecem conjuntos de exercícios para tal. No caso
especifico da assimilação de conceitos, os exercícios vão
dirigidos a realizar o enlace e reconhecimento das
relações lógicas com outros conceitos (incorporá-los a um
sistema de conceitos).
As formas básicas de
revisão são:
• Revisão contínua
• Revisão permanente.
A orientação principal com relação a revisão contínua é a
integração contínua de conhecimentos adquiridos
anteriormente em conexões novas que permitam cada vez
mais aos alunos reflectir sobre as mesmas a um nível
superior de compreensão.
A revisão permanente ou periódica usa-se com a
finalidade de resolução de exercícios diários.
Revisão permanente de conceitos, regras, etc.
Indicação metodológica para o êxito da aula de revisão
As actividades do professor devem dirigir-se a:
• Apresentar a matéria objecto da revisão sob novos pontos de vista
• Incluir elementos essenciais cuidadosamente escolhidos para a
revisão preparado antes da assimilação da matéria nova
• Apresentar exercícios que exijam comparação e generalização onde
se incluam o novo a fixar no sistema de conhecimentos e habilidades
adquiridas.
• Utilizar formas de trabalho independente dos alunos, realização de
tarefas, exposição dos mesmas, etc. utilizando o livro de texto como
base.
No centro do problema da efectividade da fixação para o
processo de assimilação está a solução de um sistema de
exercícios bem elaborados que permite o
desenvolvimento de habilidades com um nível de
profundidade e solidez de acordo com os objectivos
concretos e da utilização de métodos correctos que
permitem dirigir a actividade mental dos alunos na
solução dos mesmos.

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