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Manual do Aluno

MATEMÁTICA
10.o ano de escolaridade

Projeto - Reestruturação Curricular do Ensino Secundário Geral em Timor-Leste

Cooperação entre o Instituto Português de Apoio ao Desenvolvimento, a Fundação Calouste Gulbenkian,


a Universidade de Aveiro e o Ministério da Educação de Timor-Leste
Financiamento do Fundo da Língua Portuguesa
Título
Matemática - Manual do Aluno

Ano de escolaridade
10.o Ano

Autores
Lucinda Serra
Teresa Neto
José Bessa

Coordenadora de disciplina
Teresa Neto

Consultor científico
João Pedro da Ponte

Colaboração das equipas técnicas timorenses da disciplina


XXXX
XXXX
XXXX

Ilustração
Joana Santos
Celso Assunção

Design e Paginação
Esfera Crítica Unipessoal, Lda.
Plural Design

Impressão e Acabamento
xxxxxx

ISBN
xxx - xxx - x - xxxxx - x

Tiragem
xxxxxxx exemplares

1ª Edição

Conceção e elaboração
Universidade de Aveiro

Coordenação geral do Projeto


Isabel P. Martins
Ângelo Ferreira

Ministério da Educação de Timor-Leste

2012
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Índice

Unidade Temática

1 Números e Álgebra

Evolução do conceito de número


10 A evolução do conceito de número ao longo dos tempos
14 Conjuntos de números
15 O conjunto IR
16 Propriedades das operações em IR
17 Números e dízimas
19 A reta real
20 Valores aproximados
22 Potências
23 Potências de base 10
23 Raiz de índice n de um número real
24 Racionalização do denominador de uma fração
25 Operações com radicais

Equações e Inequações
28 Expressões com variáveis
30 Equações do 2º grau
32 Equações biquadradas
32 Inequações
33 Condições com módulos

Sistemas de Equações
36 Sistemas de duas equações lineares com duas incógnitas
36 Interpretação gráfica da resolução de um sistema
37 Método de substituição
37 Método de redução
39 Regra de Cramer
40 Classificação dos sistemas de equações quanto as suas soluções
42 Sistemas de três equações lineares com três incógnitas

3
Unidade Temática

2 Cálculo Vetorial

Cálculo vetorial
46 Introdução ao conceito de vetor
49 Equipolência de segmentos de reta orientados: noção de vetor
49 Igualdade vetorial
50 Vetor nulo
51 Adição de vetores: propriedades
52 Produto de um número real por um vetor: propriedades
54 Vetores aplicados e vetores livres
54 Vetores colineares. Ângulo de dois vetores
56 Referenciais. Correspondência entre o plano e IR2
57 Coordenadas do ponto médio de um segmento de reta
58 Noção de base. Coordenadas de um vetor relativamente a uma base
60 Condição de colinearidade de dois vetores
61 Condição de ortogonalidade de dois vetores
62 Cálculo da distância entre dois pontos
62 Coordenadas de vetores e operações
63 Produto interno
66 Vetores perpendiculares
68 Propriedades do produto interno
69 Aplicações do produto interno

Reta e Circunferência
72 Estudo da reta
73 Reta definida por dois pontos
74 Reta definida por um ponto e por um vetor diretor
74 Reta definida por um ponto e um vetor normal
75 Retas paralelas aos eixos coordenados
75 Mediatriz de um segmento de reta
76 Equações paramétricas de uma reta no plano
77 Equações paramétricas de uma reta no espaço
77 Circunferência
79 Círculo e esfera

4
Unidade Temática

3 Gráficos e Funções

Generalidades sobre funções reais de variável real


84 Revisão do conceito de função
85 Formas de definir uma função
88 Função real de variável real
89 Representação Gráfica
89 Simetrias
90 Deslocações verticais e horizontais
91 Estudo analítico: generalidades

Funções polinomiais e racionais


100 Polinómios de grau n
100 Operações com polinómios
101 Adição e Subtração
102 Multiplicação
104 Divisão
106 Regra de Ruffini
108 Teorema do Resto
109 Funções polinomiais
110 Função afim
113 Função definida por ramos
116 Função quadrática
123 Função cúbica
125 Funções racionais
125 Fração algébrica
126 Função proporção inversa

5
6
Nota Introdutória

“A matemática apresenta invenções tão subtis que poderão servir não


só para satisfazer os curiosos como, também para auxiliar as artes e
poupar trabalho aos homens”
Descartes (1596-1650)

A Matemática é uma ciência viva, em constante evolução e que, embora


tenha os seus problemas e métodos próprios, desenvolve os seus
conceitos e teorias a partir de problemas que surgem da vida real ou de
outras ciências, onde tem uma intervenção cada vez mais importante.
Esta visão obriga a entender o ensino e aprendizagem da disciplina de
uma forma que, envolvendo a participação ativa do aluno com um
espírito de exploração e descoberta, promova uma visão dinâmica da
Matemática, através da apresentação de problemas e situações extraídas
da realidade ou de outras disciplinas para as quais a Matemática forneça
meios essencais de interpretação.

O presente manual foi organizado em três Unidades Temáticas: Números


e Álgebra, Geometria Analítica e Gráficos e Funções. Estas unidades estão,
por sua vez, divididas em vários subtemas.
Na primeira Unidade Temática faz-se uma abordagem aos conceitos já
leccionados no Ensino Pré - Secundário assim como novas técnicas para
resolver situações já conhecidas de forma mais eficiente.
Cada uma das Unidades Temáticas está organizada da seguinte forma:
Desenvolvimento - onde são apresentados e desenvolvidos os temas do
programa, acompanhados de exemplos;
Tarefas - onde se procura proporcionar momentos de auto-avaliação ao
longo do desenvolvimento dos temas;
Notas - estas incluem, notas históricas de alguns conceitos matemáticos,
conceitos abordados em anos anteriores, que importa rever e sistematizar,
e apresentam situações ligadas à vida real.
No fim de cada subtema apresenta-se uma lista de exercícios e problemas
que deverão contribuir para a consolidação dos conhecimentos adquiridos
nesse subtema.

Com o apoio e a colaboração dos professores esperamos que este manual


contribua para fomentar nos alunos o prazer de aprender Matemática.
Os autores

7
M E T A s

Ampliar o conceito de número

Realizar operações com expressões racionais e com radicais

Resolver equações e inequações

Resolver sistemas de equações lineares


Unidade Temática 1 | Números e Álgebra

Os números
Equações e inequações
Sistemas de equações
O mais antigo símbolo para o zero parece ter sido usado pelos hindus: Tarefa 1
um ponto, aparece num manuscrito que remonta ao século III ou IV d.C. Observa como escreviam os egípcios,
O símbolo hindu para o zero era usado para assinalar espaços vazios e o número 322
chamava-se sunya ( significa “lacuna” “vazio”). Entrou para o árabe como
sifr ( “vago”) e depois para o latim como zephirum; de zenero, zepiro e cifre
evoluiu para cifra e zero hoje em uso. Os números negativos aparecem Usando o sistema egípcio, é laborioso
registar certas quantidades.
pela primeira vez no livro chinês Nove Capítulos que data do período da
Escreve 999 no sistema egípcio e
dinastia Han ( 206 a.C. - 220 a.C.) compara com a nossa maneira de
escrevê-lo.

O maior desenvolvimento da matemática grega deu-se no período


helénico, de 300 a.C. a 200 d.C. Por volta de 300 a.C. o centro da matemática
mudou-se de Atenas para a cidade de Alexandria (no Egito)construída por
Alexandre o Grande (358 - 323 a.C.). Alexandria permaneceu o centro
da Matemática durante cerca de um milénio e foi onde trabalharam
matemáticos, como por exemplo Euclides (c. 325 - 265 a.C.).

No início do século VI a.C., os filósofos de Mileto, entre eles Thales Se queremos calcular a diagonal
de um quadrado de lado 1
(c.625 a.C. 547 a. C.), começaram a tentar compreender os fenómenos
da natureza sem recorrer a mitos e à religião. A utilização do raciocínio
dedutivo deu origem à criação de uma matemática dedutiva formalmente d
1
organizada, bem diferente da matemática de caráter iminentemente
prático, desenvolvida no Egito e na Mesopotâmia. 1
O quadrado decompõe-se em dois
triângulos retângulos. A diagonal do
quadrado representa a hipotenusa dos
Os textos de maior parte dos matemáticos gregos não chegaram aos triângulos.
nossos dias na sua versão original, uma vez que eram escritos em papiro. Aplicando o Teorema de Pitágoras:
Os rolos de papiro eram muito frágeis e com a utilização estragavam-se. então
Assim, apenas os trabalhos considerados importantes, como os Elementos
de Euclides, e que foram copiados frequentemente, é que chegaram até , um irracional !
aos nossos dias. Por isso, o que normalmente se designa de Matemática
Grega, é o que mais tarde autores bizantinos e árabes traduziram e Os pitagóricos surpreenderam-se
muito com a existência deste tipo
copiaram a partir das fontes gregas disponíveis na época. de números “tão estranhos” que
contradiziam a sua doutrina, que
preconizava a adoração do número
A Pitágoras deve-se a descoberta dos números irracionais. Por meio como algo perfeito que governa o
universo e tudo o que nele existe.
de segmentos de reta incomensuráveis, descobriu que a razão entre a
diagonal e o lado de um quadrado de 1cm de lado, não se podia expressar
por números, pois apenas se conheciam os que atualmente chamamos
de racionais.

Até chegar ao desenvolvimento atual da ideia de número o homem


precisou de muitos séculos de trabalhos.

Os números | 11
Tarefa 2 A IRRACIONALIDADE DE
Determina o valor exato da diagonal Se representasse um número racional então podia ser representado
de um quadrado de lado 15cm.
por uma fração irredutível, quociente de dois números naturais p e q,
primos entre si, tais que :

Temos então:

Considerando a última igualdade conclui-se que é par. Ora, se é par


então p também o é, ou seja, pode escrever-se na forma p= 2k,com k .
Substituindo obtemos:
Ou seja, é par e q também o é. Ora se a partida tínhamos suposto que p
e q eram números primos entre si e chegamos à conclusão que p e q são
números pares, temos uma contradição, um absurdo. O absurdo surgiu de
termos suposto que era um número racional.

Tarefa 3 O número π
A primeira referência ao valor de π(pi) O número π é um número irracional e representa uma proporção numérica
aparece na Bíblia, no Primeiro Livro
dos Reis, 7, versículo 23: que tem origem na relação entre duas grandezas, o perímetro de uma
“Fez mais o mar de fundição, de dez circunferência e o seu diâmetro:
côvados, de uma borda até à outra
borda, redondo ao redor, e de cinco
côvados ao alto; e um cordão de trinta
côvados o cingia, em redor.”
Para determinar valores aproximados de π, Arquimedes, matemático grego
Qual é o valor de π usado nesta
afirmação? da Antiguidade(287-212 a.C.) considerou uma circunferência de diâmetro
um e uma sucessão de polígonos regulares inscritos e circunscritos à
circunferência.
Homem de Vitruvio
de Leonardo da Vinci

Quanto maior é o número de lados dos polígonos, inscrito e circunscrito


à circunferência, melhores são as aproximações que se obtêm de π, uma
por defeito e outra por excesso, respetivamente. Apesar dos cálculos
desenvolvidos por Arquimedes serem muito trabalhosos, ele conseguiu
considerar polígonos com 96 lados.

12 | Números e álgebra
O número de Ouro
É um número irracional misterioso e enigmático. O número de ouro
representava a “ divina proporção”, a “harmonia” e a “relação perfeita”.
Podemos observar a sua utilização em numerosas obras de arte assim
como na natureza. O número de ouro é representado pela letra (fi
maiúsculo), em homenagem a Fídias (Phideas), famoso escultor grego,
por ter usado a “regra de ouro” em muitos dos seus trabalhos.

Se quisermos dividir um segmento [AC] em duas partes, temos uma


infinidade de maneiras de o fazer. Existe uma, no entanto, que parece ser
mais agradável à vista, como se traduzisse uma operação harmoniosa para
os nossos sentidos. Relativamente a esta divisão, o matemático alemão
Zeizing formulou, em 1855, o seguinte princípio baseado em Euclides:
Nautilus marinho

“Para que um todo dividido em duas partes desiguais pareça belo


do ponto de vista da forma, deve apresentar a parte menor e a
maior a mesma relação que entre esta e o todo.”

Por exemplo se Tarefa 4


Então Mede o comprimento da falange, da
falanginha e da falangeta do indicador
Ou seja, dado um segmento de reta [AC] um ponto X divide este segmento de uma das tuas mãos.
de uma forma mais harmoniosa se existir a proporção de ouro Calcula as seguintes razões:
(sendo [AC] o segmento maior). Falange Falangeta
e
O número de ouro é exatamente o valor da razão , a chamada razão Falangeta Falanginha

de ouro ou Número de Ouro Averigua se as razões obtidas se


Aproximadamente = 1,618… aproximam do número de ouro.

Números para contar


Contamos com os números naturais, por exemplo, os alunos de uma
turma, os anos que passaram depois da independência. Mas os números
naturais também servem para ordenar: Dizemos que a Terra é o 3º planeta
segundo a sua distância ao sol ou também que a disciplina de geografia é
lecionada ao quarto tempo da manhã.

Por vezes para contar precisamos de quantidades negativas: O ano -320


representa o ano 320 antes de Cristo. Um saldo no banco de -10 significa
que temos uma dívida de 10.

Os números | 13
O Sistema Solar é constituído Números para expressar medidas
pelo Sol e pelo conjunto dos corpos Medir é relacionar duas magnitudes do mesmo tipo. Quando referimos
celestes que se encontram no seu
campo gravítico, e que compreende que o volume do planeta Mercúrio é 6/100 do da Terra, estamos medindo
os planetas. Os que atualmente
compõem o sistema solar: Mercúrio, o volume de Mercúrio tomando como unidade de medida o volume da
Vénus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno,
Terra. O resultado de uma medição habitualmente não é um número
Úrano, Neptuno
Até agosto de 2006, quando a União inteiro pelo que para expressar medidas é necessário outro tipo de
Astronómica Internacional alterou números diferentes dos inteiros, números que nos permitam usar bocados
a definição oficial do termo planeta
Plutão era considerado o nono da unidade, esses são os racionais.
planeta do Sistema Solar.
Plutão hoje em dia não é considerado
um planeta embora esteja ainda no
sistema solar.
Hoje é considerado um planeta anão,
ou um planetoide, por ser muito
pequeno.
O planeta mais próximo ao sol
Mercúrio, está a 58 milhões de km. O
mais longínquo, Plutão está a mais de
5,9 milhares de milhões de km.
O volume de Mercúrio é 6/100 do
volume da Terra e Júpiter é 1316 vezes
o do nosso.

Números para calcular


Os números também servem para expressar quantidades e para realizar
operações entre eles, de outra forma para encontrar valores novos a partir
de alguns já conhecidos.

Tarefa 5 Conjuntos de números


A soma de três números é 1275, A ordem pela qual são indicados, geralmente, os conjuntos não
os dois primeiros somam 7560 e o
segundo é 3349. Encontra os três
corresponde à sua ordem de descoberta na história, por exemplo,
números os números fracionários surgiram antes dos negativos e o zero,
como número, só é utilizado nos sistemas de numeração a partir
do século IX. Os conjuntos de números que já conhecemos são:

O conjunto dos Números Naturais e representa-se por

Os números naturais podem-se adicionar e multiplicar e o resultado


dessas operações é sempre um número natural.

14 | Números e álgebra
Tarefa 6
O conjunto dos Números inteiros relativos e representa-se por: a) Certo dia o termómetro de
assinalava -8ºC as sete da manhã.
Durante a manhã a temperatura subiu
13ºC e durante a tarde desceu o dobro
do que tinha subido. Que temperatura
Os números inteiros para alem de se poder adicionar e multiplicar também marcava o termómetro ao por do sol?
podem-se subtrair e obtemos sempre outro número inteiro. 5
b) De uma vela já arderam 9 . Se a
vela tem 18cm de altura, quantos
centímetros faltam por arder?
Se ao conjunto dos números inteiros juntarmos os números fracionários c) Quantas garrafas de 1,75 litros se
obtemos o conjunto dos números racionais, que se representa por: podem encher com 80 litros de água?
d) De um deposito de 500 litros de
números fracionários 3
agua, gastaram-se primeiro, 5 do
3
total e em seguida, do restante.
4
Os números racionais podem-se escrever como quociente de dois Quantos litros de água sobraram?

números inteiros, por exemplo

Os números racionais podem adicionar-se, multiplicar-se, subtrair-se e


dividir-se e o resultado é sempre um número racional. O único caso em
que não é possível realizar a divisão é quando o divisor é zero.

Os números reais
Para além dos números racionais existem outros números, por exemplo
... este número é uma dízima infinita não periódica, Tarefa 7

logo não é um racional. a) Calcula:

A raiz quadrada de um número natural, quando não é inteira, é irracional, a.1) 1 de 200
3

por isso são irracionais etc. a.2) 2 de 12


5

a.3) 8 de 500
3
Também são irracionais os resultados de realizar operações entre racionais e b) Três quartos de um metro de tecido
irracionais, por exemplo: , entre estes podemos salientar o custam 8,2$. Quanto custam 3m do
mesmo tecido?
número de ouro ou proporção áurea .
O número π é o primeiro irracional que conheceste quando querias
encontrar o perímetro da circunferência ou a área do círculo,
3,14165926535…, normalmente só usamos aproximações 3,14 ou 3,1416.

Os números | 15
Tarefa 8 PROPRIEDADES DAS OPERAÇÕES EM
Temos 30m de rede para colocar à
volta deste terreno. Quantos metros
Tanto a adição como a multiplicação são:
de rede sobram?
Comutativas:
Quaisquer que sejam os números reais a e b

3m

6,07 m Associativas:
Quaisquer que sejam os números reais a, b e c

A Multiplicação é distributiva em relação à adição:


Tarefa 9
Quaisquer que sejam os números reais a, b e c
a) Usando os símbolos <; = ou >,
completa de forma a obteres
afirmações verdadeiras
a.1)

a.2) Existência de Elemento Neutro


a.3) Para qualquer número real a
b) Completa de forma a obter uma
proposição verdadeira, usando os
símbolos de pertence ou não pertence 1 é o elemento neutro para a multiplicação.
b.1)

b.2) Existência de elemento absorvente


b.3) Para qualquer número real a

b.4)

c) Indica justificando o valor lógico de 0 é o elemento absorvente da multiplicação.


cada uma das seguintes proposições:
c.1)
Existência de Elemento Inverso
c.2)
Para qualquer número real a diferente de zero
c.3)

c.4)

c.5)

Exemplos
6 30 18 6
1. 3 15 15 5

2.

3.

4.

16 | Números e álgebra
Números e dízimas Tarefa 10
Observa as seguintes frações: Calcula e simplifica:

a)

b)
Se efetuarmos a divisão:
c)

é uma dízima finita, as outras d)


três são dízimas infinitas, pois têm
e)
um número infinito de algarismos à
direita da virgula. Em qualquer dos
três casos, observamos que existe a
repetição de algarismos

Tarefa 11

Classifica as dízimas representadas por:

a)

b)

c)

d)

Nestes casos, as dízimas dizem-se dízimas infinitas e)


periódicas. Os algarismos que se repetem chamam-se
f)
período e escrevem-se entre parênteses.

As dízimas infinitas periódicas são sempre números racionais.


Como podemos escrever dízimas finitas periódicas em forma de fração?

Exemplo 1

Se queremos escrever 0,(21) sob a forma de fração, procedemos da


seguinte forma:

Chamemos A = 0,21212121…

Multiplicamos A por 100 e temos 100 A = 21,212121…


Subtraímos 100 A de A

Os números | 17
Exemplo 2
Tarefa 12
a) Escreva sob forma de fração Se queremos escrever 2,(5) sob forma de fração:
2,(5)=2+0,(5) Consideramos A = 0,(5)
a.1)
Multiplicamos A por 10 e subtraindo 10 A de A obtemos
a.2)
10A – A = 5 logo podemos concluir que
a.3)

b) Efetua os cálculos, apresentando o Então temos que 2,5 =


resultado em forma de fração

b.1) 2,(3)+3,(5) Exemplo 3

b.2) 10,(12)-5,(03)
Para escrever 1,4(2) como uma fração

b.3) 2,(3):1,(2) 1,4(2) = 1,4+0,0(2)

Consideramos A= 0,0(2)

multiplicamos A por 100 e obtemos

100A = 2,2….. e subtraindo 100A-A , obtemos que

99A = 2,2 logo A = temos então

Conclusão

Para transformar a dízima infinita não periódica multiplicaremos por 10,


100, 1000, de modo a obter-se o período à esquerda da vírgula.

Curiosidade

Hoje em dia para encontrar o valor aproximado de uma raiz quadrada


usamos as máquinas de calcular. Como curiosidade vamos calcular o valor
aproximado de algumas raízes.

Por exemplo calcular :


A raiz quadrada de 103681

10,36,81

18 | Números e álgebra
A raiz quadrada de 17 com aproximação de 0,1 Tarefa 13

17,00 Representa na reta real os seguintes


números e ordena-os por ordem
decrescente

a)

b)

Reta Real
É possível estabelecer uma correspondência biunívoca entre os pontos de
Tarefa 14
uma reta e os números reais.
Representa na reta real
Consideramos uma reta r e sobre esta um ponto O, que designamos por
origem, consideramos um ponto P à direita de O e um ponto Q à esquerda
de O.
Verifica que:

O ponto O divide a reta r em duas semirretas OP e OQ. A semirreta OP


O que se pode concluir?
convencionou-se chamar positiva e a outra negativa. Consideramos
também uma unidade de comprimento sobre a reta.

Reta real

Valor absoluto (ou módulo) de um número real x.


A distância a que um ponto de abcissa x se encontra da origem representa
o valor absoluto de x ou módulo de x que designamos por x .

Observa:

Ponto distância do ponto à origem

A de abcissa 1
B de abcissa
C de abcissa -5
D de abcissa -

Os números | 19
Exemplos

Supondo que n é uma variável natural, escreve as seguintes expressões


sem utilizar o símbolo de módulo:

Valores aproximados

Existem diferentes tipos de arredondamentos. Aqui vão-se lembrar duas


regras. As regras de arredondamento aplicam-se aos algarismos decimais
situados na posição seguinte ao número de algarismos decimais que se
queira transformar.

Regra 1
Nota:
Nas operações com números reais, Se o algarismo decimal seguinte for menor que 5, o anterior não se
há duas formas de apresentar os
modifica.
resultados:
- O valor exato
Exemplo
- O valor aproximado
23,652. Arredondando a 2 algarismos decimais deveremos ter em atenção
o terceiro decimal e obtemos 23,65

Se o algarismo decimal seguinte for maior ou igual que 5, o anterior


incrementa-se em uma unidade.

Exemplo

23,658. Arredondando a 2 algarismos decimais deveremos ter em atenção


o terceiro decimal e obtemos 23,66
Tarefa 15
Arredonda os seguintes números, com
duas casas decimais, primeiro usando a
Regra 2
regra 1 e seguidamente com a regra 2.
Se o algarismo decimal seguinte for menor que 5, o anterior não se modifica.
Compara os resultados
a) 4,657 Se o algarismo decimal seguinte for maior que 5, o anterior incrementa-se
b) 0,235 em uma unidade.
c) 23,445
Se o algarismo decimal seguinte for igual a 5, o anterior incrementa-se em
d) 8,123
e) 0,215
uma unidade caso ele seja impar, caso seja par basta conservar o algarismo.

20 | Números e álgebra
Exemplo

12,355. Arredondando a 2 algarismos decimais deveremos ter em atenção


o terceiro decimal: e obtemos 12,36

Exemplo

12,665. Arredondando a 2 algarismos decimais deveremos ter em atenção


o terceiro decimal e obtemos 12,66.

Falemos agora dos irracionais

é um número irracional, uma dízima infinita não periódica.


Um valor aproximado para este número seria, por exemplo, 1, 414213562
Ou 1,4142 se consideramos 4 casas decimais
Ou 1,414 se consideramos 3 casas decimais
Ou 1,41 se consideramos 2 casas decimais

Em qualquer dos casos são valores aproximados por defeito


Um 1,42 seria um valor aproximado por excesso.

Suponhamos que pretendemos calcular um valor aproximado da Tarefa 16

expressão: Indica o erro cometido e os valores


aproximados por defeito e por
Podemos fazer a aproximação com as casas decimais que quisermos, excesso com 4 casas decimais de:
vamos fazer com três. a)

b)

Podemos afirmar que: c)

d)

(adicionando membro a membro)

Erro máximo cometido: 1,558-1,556=0,002

Dizemos que:
1,558 é um valor aproximado por excesso de com erro inferior a 0,002
1,556 é um valor aproximado por defeito de com erro inferior a
0,002.

Os números | 21
Tarefa 17 POTÊNCIAS
Calcula , sem
efetuar cálculos, indique o valor de
. Potência de de expoente natural n é igual ao produto de n fatores iguais
a , ou seja

Tarefa 18
Propriedades
Calcula simplificando o resultado o
mais possível.
Para todo
a)
Multiplicação de potências:
b) Com a mesma base
Com o mesmo expoente
c)

d) Divisão de potências:
Com a mesma base para a ≠ 0
e) Com o mesmo expoente para b ≠ 0

f) Potência de uma Potência


As generalizações da definição de potência de expoente natural, às
definições de potência de expoente inteiro e de expoente fracionário, são
feitas de modo que as propriedades das potências se mantenham válidas.

Assim para uma potência de expoente nulo e base diferente de zero,


temos:

Para uma potência de expoente inteiro negativo e base diferente de zero,


temos:

Observação

Mais geral

22 | Números e álgebra
Exemplos
Tarefa 19
Onde esta o erro na resolução
seguinte? Porquê? Qual é a resolução
correta?

Potências de base 10

As potencias de base 10 permitem-nos escrever de forma abreviada


números ou “muito” grandes ou “muito” pequenos que surgem em muitos
ramos da ciência e da técnica, tais como a Astronomia, a Física, a Química
e a Economia, para estes números recorremos à Notação Científica.

Notação Científica é a representação de um número na forma:

em que

Exemplos
Tarefa 20
Massa da Terra Em Notação científica Indique a massa de :
5 970 000 000 000 000 000 000 000 Kg a) 10 eletrões
b) eletrões(1 mole)
Anos luz Em Notação científica
9 460 800 000 000 Km

Massa de um eletrão Em Notação científica


0.000 000 000 000 000 000 000 000 000 91 g

Massa de um átomo de hidrogénio Em Notação científica Tarefa 21


0.000 000 000 000 000 000 000 001 66g Escreve em notação científica os
seguintes números:
a)
b)
Raiz de índice n de um número real
c)
Raiz índice n de um número real x é o número real y tal que
d)
ou seja:
e)

Os números | 23
Tarefa 22 Exemplo Justificação
Efetue as operações seguintes,
apresentando o resultado em notação
científica:
a)

b)
Observemos:
c) Se n é par:

Se n é impar: x

Tarefa 23
Calcular, simplificando o mais possível
o resultado:
a) Racionalização do denominador de uma fração
b) Consideramos a fração de denominador irracional, multiplicando
ambos os termos da fração por obtemos uma fração equivalente à
c)
dada:
d)

e)

f)
A fração que se obtém tem denominador racional e é equivalente a
de denominador irracional. Dizemos que o denominador foi
racionalizado.

Tarefa 24
Indica o conjugado de: Racionalizar o denominador de uma fração consiste em transformar a
a) fração noutra equivalente de modo que no denominador da nova fração
b) não apareçam radicais. Esta operação nos permite realizar operações
c) entre frações com mais facilidade observa:

Queremos adicionar:
Tarefa 25
Sem racionalizar antes da operação:
Racionaliza o denominador das
seguintes frações:

a) Racionalizando antes da operação:


Consideremos agora a fração o denominador é irracional. Vamos
b)
agora multiplicar ambos os termos da fração por

c)

que já é uma fração de denominador racional.


A expressão diz-se o conjugado de

24 | Números e álgebra
NOTA
Tarefa 26
O conjugado da expressão a + b é a - b Indica, com denominador racional o
O conjugado da expressão a - b é a + b inverso do número de ouro

Operações com Radicais

Tarefa 27
Calcula, simplificando o resultado o
mais possível:
a)
b)
c)
d)

e)

f)

g)

Exemplos

1.
2.
3.
Tarefa 28
4.
Calcula o número designado pela

expressão quando x

Os números | 25
EXERCÍCIOS E PROBLEMAS

1) Escreve em notação científica os seguintes números:


1.1) 1562,03
1.2) 0,01365
1.3) 0,003456
1.4) 31.100.000

2) Aplica as propriedades das potências para calcular:


2.1) 5-6 × 2-6 × 10
2.2) 10-8 ÷ 10-3 × 106
2.3) (3-3 × 3-4)2 × 6-14

2.4.)

2.5)

3) Determina a fração irredutível que corresponde à dizima indicada:


3.1) 3,5
3.2) -12,12
3.3) 0,(7)
3.4) 1,(54)
3.5) 3,2(7)

4) Calcula, indicando o resultado em forma de fração:


4.1) 0,(6) - 0,(4)
4.2) 3 x 1,(4)

5) Mostra que:
5.1)
5.2)

6) Calcula:
6.1) (3 + ) - (4 - 2 )(4 + )
6.2) ( -2)2 + (1 - )2

26 | Números e álgebra
7) Racionaliza o denominador de cada uma das seguintes frações:

7.1)

7.2)

7.3)

7.4)

8) Simplifica as seguintes expressões:

8.1)

8.2)

8.3)

9) Utiliza os valores aproximados a menos de 0,01 de ; ; e π, por defeito e por excesso para
indicar valores aproximados de:

9.1) +

9.2) -

9.3) π ×

10) A figura representa uma mesa de tampo retangular de dimensões 0,8m de largura e 1,4m de
comprimento.

10.1) Indica o valor exato da diagonal do tampo da mesa


10.2) Se no fabrico da mesa se der uma margem de erro de 2mm em cada uma das dimensões do tampo
entre que valores varia:
10.2.1) O perímetro do tampo?
10.2.2) A área do tampo?
10.2.3) A diagonal do tampo?

Nome Subtema | 27
Conteúdos: Equações e inequações
Condições
Conjunto solução de uma condição
Expressões com variáveis
Equações de grau superior ao primeiro
Num triângulo isósceles em que os lados iguais medem 5cm, entre que
Inequações
valores varia o comprimento do outro lado?
Equações e Inequações com módulos

Num triângulo:
a medida de qualquer lado é superior à diferença das medidas dos outros
dois lados, no nosso caso:
Tarefa 29
Se a área de um quadrado com 2cm
de lado aumentar 12cm2, quais são as
a medida de qualquer lado é inferior à soma das medidas dos outros dois
dimensões do novo quadrado? lados, no nosso caso:

Então a medida do comprimento do terceiro lado toma qualquer valor do


intervalo 0,10

As soluções de muitos problemas são encontradas a partir de expressões


com variáveis. Anteriormente já estudamos diversos tipos de expressões
com variáveis classificando-as, vamos recordar essas expressões.

Consideramos por exemplo, no conjunto dos números reais, a expressão


5 -1. Não se trata, de uma designação, no entanto quando substituímos
a variável por um elemento de converte-se numa designação. Por
exemplo se for substituído por 2 obtemos o número 9. Por esta razão
dizemos que é uma expressão designatória.

Uma expressão algébrica é uma expressão designatória que se obtém


ligando variáveis e constantes numéricas usando as operações que já
conhecemos, por exemplo:

Existem importantes diferenças entre as expressões anteriores:

Na última aparece uma variável num radicando, diz-se por isso, que é
uma expressão irracional. Na terceira a variável surge no denominador,
chamamos expressão fraccionária.

28 | Números e álgebra
A expressão transforma-se na designação de um número real quando
substituímos x por qualquer número real diferente de 4, visto que quando
substituímos por 4 a expressão não tem significado em . Dizemos
então que é o Universo em que trabalhamos e é o Domínio da
expressão.

O domínio de uma expressão designatória é o conjunto de valores da


variável que dão significado à expressão, no universo considerado.

Exemplos Tarefa 30
Determina o domínio das seguintes expressões designatórias: Determina o domínio das seguintes
expressões designatórias:
a)
a)
b)

c) b)

d)
c)

d)
Consideremos agora a expressão 2x -2=4, quando substituímos a variável por
um número real a expressão converte-se numa proposição que tanto pode
ser verdadeira como falsa, por exemplo se substituímos x por 1 obteremos
uma proposição falsa, mas se substituirmos por 3 obtemos uma proposição
verdadeira. A expressões como estas damos o nome de condições.

Uma Condição é toda a expressão com variáveis que se transforma


numa proposição de cada vez que essas variáveis são concretizadas por
elementos de um conjunto, designado por universo da condição.

O conjunto solução de uma condição é constituído por todos os elementos,


do seu domínio, que a transformam numa proposição verdadeira.

Exemplos
Tarefa 31
Condição Conjunto Solução Classifica, em e em cada uma das
condições:
a)
b)
c)
d)
e)

Equações e inequações | 29
Exemplos

Tarefa 32 Condição Universo Conjunto Solução Classificação


Classifica cada uma das condições:
possível e universal
a)
b) possível não universal
c)
impossível
d)

Lei do anulamento do Produto

Determinar o valor de x para que a seguinte figura seja a representação


de um quadrado

Tarefa 33
R - O valor de x é 2, visto que no contexto do problema o x não pode ser zero.
Resolve cada uma das seguintes
equações:
a) Um produto anula-se quando, pelo menos, um dos fatores é nulo
b)

c)

d)

Exemplos

1)
2)
4 4
3) 5 5

4)
Tarefa 34
5)
a) Qual é o número natural cujo
quadrado é igual ao seu dobro?
b) O quadrado da diferença entre um
número e 2 é igual à diferença entre 8 Equações do segundo grau
e o quádruplo desse número. Qual é
esse número?
Numa parede quadrada de de área colocamos um tai, também
quadrado de lado 2m. Queremos colocar outro tai, também quadrado ao
lado do que já temos, qual é o comprimento do lado do novo tai?

Tai
2m

30 | Números e álgebra
Tarefa 35
A área da parede é dada por: A = Considera as seguintes equações,
em cada caso, efetua os cálculos
então temos simplificando os termos semelhantes,
reduz o segundo membro a zero e
diz se se trata de uma equação do
Podemos resolver esta equação de duas formas diferentes: segundo grau
a)

1º Processo b)
c)
d)

Mas -7 não nos serve como resposta, pois x representa uma distância logo
tem que ser um número positivo. Logo x = 3m

2º Processo

Tarefa 36
Resolve as seguintes equações do
Usando a fórmula resolvente obtemos: segundo grau:
a)

b)

c)

d)

e)
Igualmente -7 não pode ser solução, logo o valor de x é de 3m. O novo tai
tem que ser um quadrado de lado 3.

Fórmula Resolvente
Tarefa 37
Em cada caso constrói uma equação e
encontra o valor de x
a)

O binómio discriminante Δ = b2 - 4ac , permite saber se a equação do


segundo grau tem ou não soluções:

b)
temos duas raízes reais
temos uma raiz real
não temos raízes reais

Equações e inequações | 31
Tarefa 38 Equações Biquadradas
Sem resolver as equações diz,
justificando, se cada uma das
equações seguintes tem ou não raízes
Chamamos equações biquadradas a toda equação da forma
reais.
a)

b)
Para resolver estas equações fazemos a seguinte substituição: y2 = x, e
c)
resolvemos a equação
d)

e)
Exemplo
f)

Temos agora que:

Tarefa 39 O Conjunto solução da equação dada é:


Resolve as seguintes equações
biquadradas:
a)

b) Inequações

A soma do dobro de um número natural com 3 é inferior a 9.


Qual é o número?

Tarefa 40
Determina o conjunto solução de cada
uma das inequações:
Os números naturais menores que 3 são 1 e 2, logo a solução é x =1 ou x =2
a)

b)
As condições que apresentam dois membros ligados pelos sinais de <; ≤;
>; ≥ chamam-se inequações.
c)

Duas inequações dizem-se equivalentes, num dado domínio, quando têm


d)
o mesmo conjunto solução nesse domínio.
e)

32 | Números e álgebra
Princípios de equivalência em inequações
Tarefa 41
• Se numa inequação adicionarmos a ambos os membros a
Qual é o maior número inteiro que
mesma expressão, obtemos uma inequação equivalente à dada.
verifica a inequação

• Se numa inequação multiplicarmos ambos os membros por um


mesmo número positivo, obtemos uma inequação equivalente à dada.

• Se numa inequação multiplicarmos ambos os membros por um


mesmo número negativo e invertemos o sentido da desigualdade, Tarefa 42
obtemos uma inequação equivalente à dada. Resolve, em IR, cada uma das
condições:

a)
Exemplos
b)

c)
1) C. .
d)

2)
C. .

3)

C. .

Condições com módulos

para a 0
+

C. .

para a 0
+

C. .

para a

C. .

Equações e inequações | 33
EXERCÍCIOS E PROBLEMAS

1) Determina, em , o domínio de cada uma das seguintes expressões:

1.1)

1.2)

1.3)

1.4)

1.5)

1.6)

2) Determina, em , o conjunto solução de cada uma das seguintes equações:


2.1) x2 - 16 = 0
2.2) x5 = -32
2.3) x3 + 2 = -1
2.4) 4x2 + 3x = 0
2.5) x4 - 16 = x2 - 4
2.6) (x - 1)(3x2 + 2) = x2 - 1
2.7) x3 + 4(x2 + 1) - 5x = x2 - x

3) Cada uma das condições seguintes está definida em . Indica o conjunto solução de cada uma e a respetiva
classificação quanto a sua solução:
3.1) x + 2(x - 1) > 3x
3.2) (x + 1)2 + 2 ≥ (x + 3)2 + 1
3.3) x2 + 1 < 0
13.4) (x - 1)2 - 4 < (x - 1)(x + 1)

4) Considera, definida em , a seguinte condição:


(x - 1) + 4x - 5 < 2(x - 2)
4.1) Sem resolver a condição, averigua se é solução da inequação.
4.2) Indica, sob a forma de intervalo de números reais, o conjunto solução da condição dada.
4.3) Classifica a condição dada no universo:
4.3.1)
4.3.2) ] 3; +∞ [

34 | Números e álgebra
5) A figura seguinte representa um triângulo.

Tendo em conta que :


- O perímetro do triângulo é 80m
- Qualquer lado de um triângulo é menor que a soma dos outros dois lados e maior que a sua diferença.
Determina os valores que “x” pode tomar no contexto do problema.

6) Resolve, em , as seguintes condições:


6.1) x + 2 = 3
6.2) -3 + 2x - =1
6.3) x + 2 = 0
6.4) +1=0
6.5) -1=0
6.6) 2x + 3 < 2
6.7) 2x + ≥ -1
6.8) 2x - 3 ≤
6.9) x + ≥0

7) Num jardim existe um canteiro de forma retangular. O seu comprimento excede a largura em 4 m e a sua área
é de 21m2.
7.1) Determina as dimensões do canteiro
7.2) Pretendemos vedar o canteiro com rede. Determina o comprimento de rede necessário para fazer a vedação
7.3) Se um jardineiro pretende substituir a camada superior de terra numa profundidade de 30cm. Determina o
volume de terra a ser movimentada.

8) Quantos números naturais satisfazem a seguinte condição 1 < ≤5?

9) Considera as seguintes condições:

A(x): x - x>3

B(x): 1 - > 0,1

Representa, sob a forma de intervalos de números reais, as soluções de cada uma das condições seguintes:
9.1) A(x) B(x)
9.2) A(x) B(x)
9.3) Determina os números inteiros que satisfazem a condição A(x) B(x)

Equações e inequações | 35
Conteúdos: Sistemas de equações
Sistemas de duas equações lineares
com duas incógnitas:
- Método de substituição Sistemas de duas equações do 1º grau a duas incógnitas
- Método de Redução
- Regra de Cramer Considera o seguinte problema:
- Interpretação gráfica da resolução de A soma das idades de dois irmãos é 10 e a diferença é 4. Determina a
um sistema
idade dos dois irmãos
- Classificação dos Sistemas de
equações quanto as suas soluções Traduzimos o problema em linguagem matemática, usando duas equações:
Sistemas de três equações lineares
x Idade do mais velho
com três incógnitas
y Idade do mais novo
x+y=10 x-y=4

Temos uma conjunção de duas condições que pode escrever-se como um


sistema de duas equações

Tarefa 43
A solução deste sistema é muito simples x = 7 e y = 3
Verifica que o par dado é solução do Chama-se solução de um sistema a todo par ordenado (x,y) que satisfaz
sistema: simultaneamente cada uma das equações do sistema.

a)
Muitas vezes não é tão simples, como no caso anterior, encontrar a
b) solução pelo que existem diferentes métodos de resolução que permitem
encontrar o par ordenado que satisfaz as duas equações.
c)

Para resolver um sistema começamos por escreve-lo na forma:


ax + by = c
a’x + b’y = c´ Onde a, b,c ,a´, b´, c´ são números reais
Tarefa 44 Diz-se que o sistema está escrito na forma canónica
Considera o sistema de equações

Método Gráfico ou Resolução Geométrica


a) Indica um par ordenado que seja
solução da primeira equação e não
seja da segunda
Pretendemos resolver o seguinte sistema:
b) Indica um par ordenado que seja
solução da segunda equação e não
seja da primeira
c) Resolve graficamente o problema Cada uma das equações representa uma reta

36 | Números e álgebra
Solução do sistema
x
Tarefa 45
4
Resolve graficamente os seguintes
sistemas e em cada caso confirma
A
5/2 a tua solução resolvendo-os
analiticamente

2 5 y a)

As retas intersetam-se no ponto (1,2), logo x = 1 e y=2 é a solução do sistema. b)

c)
Nem sempre é fácil verificar a solução geometricamente, a representação
tem que ser construída com todo rigor para obter a solução exata ou uma
boa aproximação.

Tarefa 46
Método de Substituição Resolve os seguintes sistemas

Consideramos o mesmo sistema a)

b)
Resolvemos uma das equações em ordem a uma das variáveis

c)

Substituímos a expressão que representa a variável isolada na outra equação


d)

Resolvemos esta equação em ordem a “x”

Substituímos o valor de “x” na outra equação

A solução do sistema é o par ordenado (1,2)

Método de Redução

Consideramos o mesmo sistema

Sistemas de equações | 37
Multiplicamos uma das variáveis por um número real diferente de zero de
forma a obter um monómio simétrico ao da outra equação

(multiplicamos por-2 a primeira equação)

Obtivemos -2y e 2y dois monómios semelhantes e simétricos

Adicionando ordenadamente membro a membro as duas equações obtemos:

Seguidamente substituímos o valor encontrado numa das equações originais

Obtemos a solução (1,2)

Existe outro método para resolver sistemas de equações, mas antes de


entrar nele precisamos de abordar alguns conceitos.

Tarefa 47 Matrizes
A cada sistema associa a matriz
formada pelos coeficientes das
variáveis Quando trabalhamos ordenadamente com sistemas de equações
lineares, apercebemo-nos que escrevemos muitas vezes os mesmos
a)
símbolos, os coeficientes e as variáveis, por exemplo:

repetimos as equações completas ao longo da resolução. Mas deste


sistema o que é relevante são os coeficientes das partes literais e os
b)
termos independentes.

Podemos construir “tabelas” de números o que poupa muito esforço na


resolução do sistema. A essas “tabelas” damos o nome de matrizes. A
c)
matriz associada ao sistema anterior é: 2 1
12

As seguintes tabelas numéricas são matrizes


Linhas

Observa que são “caixas” retangulares formadas por linhas e colunas.


A primeira tem 2 linhas e 2 colunas; a segunda tem três linhas e três colunas;
a terceira tem 3 linhas e uma coluna. No primeiro caso referimos que a
matriz é dois por dois, no segundo três por três e no último três por um.

Uma matriz diz-se quadrada sempre que o número de linhas seja igual ao
número de colunas.

38 | Números e álgebra
Exemplos

é uma matriz 2x2

é uma matriz 3x3

É possível fazer corresponder a cada matriz um número que depende


apenas dos elementos da matriz, a esse número chamamos determinante
da matriz.

Determinantes de ordem 2 Tarefa 48


Calcula o valor dos seguintes
Se tivermos a matriz o determinante é dado por: determinantes

a)

b)
Por exemplo:

À matriz A = corresponde o determinante: c)

Regra de Cramer

É um método para resolver sistemas de equações com o mesmo número


de equações que de variáveis, onde o determinante da matriz formada
pelos coeficientes das variáveis seja diferente de zero.

Consideremos o seguinte sistema, escrito na forma canónica:

Sempre que então podemos resolver o sistema usando a


Regra de Cramer:

Sistemas de equações | 39
Exemplo: vamos resolver o seguinte sistema
Tarefa 49
Resolve os seguintes sistemas, sempre
que possível, usando a Regra de
Cramer: Começamos por verificar que o determinante da matriz
formada pelos coeficientes das variáveis é diferente de zero.
a)

b) Podemos usar a regra de Cramer

c)

A solução do sistema é o par ordenado

Exemplo


Observa que está na forma canónica.

podemos usar a Regra de Cramer

A solução do sistema é o par ordenado

Classificação de Sistemas quanto a sua solução

A solução de um sistema de duas equações do primeiro grau com duas


incógnitas é dada pelas coordenadas do ponto de interseção das retas que
representam as equações.

Que acontece então quando as retas são coincidentes (paralelas em


sentido estrito)? E quando são paralelas?

40 | Números e álgebra
Seguidamente vamos classificar os sistemas quanto as suas soluções Tarefa 50
Resolução Analítica Resolução gráfica Tipo de Sistema Resolve e classifica os seguintes
sistemas

a)

b)

c)

d)

Tarefa 51
a) A diferença entre o comprimento e
Classificação dos sistemas quanto as suas soluções a largura de um parque retangular é
20m. O perímetro do parque é 160m.
Calcule, em metros quadrados, a área
do parque.
b) Um autocarro efetua 26 viagens
DILI-BAUCAU e, no total dessas
viagens, transporta 550 pessoas.
Em algumas dessas 26 viagens
transportou 25 pessoas e noutras
apenas 15. Em quantas dessas viagens
transportou 15 pessoas?
Determinantes de ordem 3 c) De um armazém saiu um camião
com mercadoria. Uma hora mais tarde
o Responsável do armazém, verificou
Por exemplo se tivermos a matriz o determinante desta que um pacote ficara esquecido. De
matriz é dado imediato entrou no seu automóvel
e foi atrás do camião. Supondo que
o automóvel viaja a 90 quilómetros
por hora e o camião a 60 quilómetros
por hora, determina a que distancia
do armazém vão encontrar-se os dois
veículos.

Temos uma regra prática para calcular determinantes 3X3, que é a regra
de Sarrus, vamos ver como funciona com um exemplo:

Sistemas de equações | 41
Regra de Sarrus
Tarefa 52
Calcula o valor dos seguintes • Repetimos as duas primeiras linhas
determinantes
• Multiplicamos os elementos das diagonais principais e os adicionamos
a) • Multiplicamos os elementos das diagonais secundárias e os adicionamos
• Ao resultado das diagonais principais subtraímos o resultado das
b)
diagonais secundárias

Repetimos as três primeiras linhas (linhas azuis representam as diagonais


c) principais, linhas vermelhas diagonais secundárias)

= 11

Tarefa 53
Resolve os seguintes sistemas
Sistemas Lineares de três equações com três incógnitas

a)
Chama-se solução de um sistema a todo terno ordenado (x, y, z) que
satisfaz simultaneamente cada uma das equações do sistema.

b)
Podemos utilizar qualquer um dos três métodos que já foram enunciados
para sistemas de duas equações com duas incógnitas.
c)

Exemplo

Vamos usar a regra de Cramer

Vamos verificar se é possível aplicar a Regra de Cramer:

A solução é dada por x = 11, y = 7, z = 12 ( 11, 7, 12)

42 | Números e álgebra
EXERCÍCIOS E PROBLEMAS

1) Resolve os seguintes sistemas e classifica-os quanto a sua solução:


1.1) 7x - 5y = 10
3x + 4 = y
1.2) x - 2y = 5
x + 3 = 2y - 1
1.3) 3x - 6y = 23
6y+x=1
1.4) x+y=5
x+y=0
1.5) x+y=0
2x = -2y
1.6) 1- =y
x - (y + 1) = 7

2) Um fabricante de cestos ganha 3 dólares por cada cesto que fabrica sem defeito e perde 5 dólares por cada
cesto que fabrica com defeito. Numa semana fabricou 160 cestos e obteve um lucro de 400 dólares. Quantos
cestos com defeito foram produzidos?

3) Resolve os seguintes sistemas:


3.1) 3x + 3y - z = 6
x+y=1
x-y=1
3.2) 1 + 5(x + 3) - 2(y - 1) = 3
x + z = 10
2y = z + 8
3.3) a - b + 2c = 5
a - 2b + 3c = 0
5a - 2(b - c) = 1

4. A soma de dois números é 40 e a diferença é 14. Quais são os números?

5. O dobro da soma de dois números é 114 e a sua diferença é 7. Quais são os números?

6. Determina as coordenadas do ponto de interseção das duas retas de equações: x + 2y = 0 e x - y = -3

Sistemas de equações | 43
M E T A S

Realizar operações com vetores

Utilizar conhecimentos sobre vetores na resolução


de problemas

Utilizar o produto interno na resolução de problemas


métricos

Definir retas e circunferências através de equações

Utilizar os conhecimentos sobre reta e circunferência


na resolução de problemas
Unidade Temática 2 | Geometria analítica

Cálculo vetorial
Reta e circunferência
Unidade Temática 2 | Geometria analítica

Conteúdos: Cálculo vetorial

Cálculo vetorial Introdução ao conceito de vetor


Noção de vetor
Operações com vetores Para nos referirmos a certas grandezas um número não é suficiente. Por
Referenciais. Coordenadas de um exemplo, a grandeza força está ligada também a uma direção e um sentido.
vetor relativamente a uma base
Produto interno de dois vetores
Dois exemplos

Sobre um carro de mão exercem-se duas forças, a massa transportada e a


força exercida para puxar o carro, ambas representadas por vetores.

Um barco a remos que atravessa um rio sofre a influência da força do


motor e da força da corrente do rio. Apesar de partir numa direção
perpendicular à direção do rio, o ponto de chegada do barco, na outra
margem do rio, não estará exatamente alinhado com o ponto de partida.

Referência histórica:
A propósito de problemas da Física,
o alemão Hermann Grassman (1809-
1877) introduziu a noção de espaço
vetorial. No entanto, foi o escocês
William Hamilton (1805-1865) um
dos primeiros a utilizar vetores e
provavelmente o inventor do termo.
O americano Gibbs (1839-1903) e
o inglês Anglais Heaviside (1850- Um vetor é um “objeto matemático” que envolve uma dada direção, um
1925), disciplinos de Hamilton,
deram ao cálculo vetorial quase a
dado sentido e uma determinada intensidade e que já foi abordado a
sua forma atual. propósito do tema “Translações”.

Para que se possa iniciar o estudo do Cálculo Vetorial é conveniente rever


alguns conceitos.

Sabe-se que um ponto O de uma reta r divide-a em duas semirretas


sendo O a origem comum de ambas. A reta r diz-se reta suporte das duas
semirretas.

46
Consideremos sobre uma reta s dois pontos A e B. Ao subconjunto de Nota:
pontos da reta constituído por A e B e todos os pontos compreendidos Consideremos a reta t.
entre A e B chama-se segmento de reta AB e representa-se por [AB].

A reta t está dividida em duas


semirretas:
A reta s é a reta suporte do segmento. - A semirreta OP, com origem em O e
passa por P;
- A semirreta OQ, com origem em O
e passa por Q.
Em particular se considerarmos um segmento cujos extremos coincidem,
A semirretas OP e OQ têm sentidos
por exemplo [AA], chamamos-lhe segmento nulo.
opostos. Dizemos que são semirretas
opostas

Segmentos de reta geometricamente iguais (segmentos que quando se


sobrepõem coincidem um com o outro ponto por ponto) têm o mesmo
comprimento.

Exemplo:
Observa:
Considera o paralelogramo [ABCD].

Se numa reta r, onde se marcam dois


pontos P e Q se considerar que P
está antes de Q diz-se que a reta fica
orientada no sentido de P para Q.

a) Quantos segmentos de reta estão representados?


[AB] ou [BA]; [DC] ou [CD]; [ AD] ou [DA]; [BC] ou [CB].
Se pelo contrário, dissermos que Q
precede P a reta r fica orientada no
b) Indica segmentos de reta geometricamente iguais. sentido de Q para P.
Explica a tua resposta.

[AB]; [DC] são geometricamente iguais, [AB] [DC] e [AD] [BC],


Ou, considerando que têm o mesmo comprimento, podemos também
escrever,
e

Porque são segmentos de reta que quando se sobrepõem coincidem


ponto por ponto. Atendendo a que se trata de um paralelogramo outra
coisa não podia acontecer (porquê?).

Cálculo vetorial | 47
Numa prova de natação, os nadadores nadam em trajetórias paralelas
entre si.

Tarefa 1
a) Considera o paralelogramo
paralelogramo[ABCD].

a.1) Quantas direções estão


representadas?
a.2) E sentidos?
Explica as tuas respostas.

b) Considera ainda o mesmo Dizemos que nadam todos na mesma direção.


paralelogramo.
De várias retas paralelas dizemos que têm a mesma direção.
b.1) Indica um segmento
geometricamente igual a [BA].
b.2) Indica um segmento orientado A direção de uma semirreta ou de um segmento de reta é a direção da
equipolente a [B,A]. respetiva reta suporte.
b.3) Quantos segmentos orientados se
podem considerar na figura?
b.4) E quantos vetores estão Considerando ainda o exemplo da prova de natação, os nadadores nadam
representados na figura.
em trajetórias paralelas mas, por vezes, em sentidos contrários. Pode
acontecer que alguns nadadores se atrasem e que, em determinado
momento, as pessoas que assistem à prova vejam uns a nadar da esquerda
para a direita e outros da direita para a esquerda.

Embora continuem a nadar em trajetórias paralelas o sentido é o oposto.


Numa direção há que considerar dois sentidos.
Assim como numa reta, também podemos estabelecer dois sentidos num
segmento de reta.

Se no segmento de reta [AB] considerarmos A o ponto origem e B o ponto


extremidade do segmento, este fica orientado de A para B e representa-se
por [A,B] – segmento orientado com origem em A e extremidade em B.

O segmento de reta [B, A] é o segmento de reta orientado com o sentido


oposto ao de [A,B], o ponto origem é B e o ponto extremidade é A.

48 | Geometria analítica
Equipolência de segmentos de reta orientados: Nota:

Noção de vetor. Sendo [ABCD] um paralelogramo,


significa que [AC] e [BD] têm o
mesmo ponto médio.

Observa os segmentos de reta orientados representados na figura. Diremos, também, que os


segmentos de reta [A, B] e [D, C]
são equipolentes. Sendo dados os
pontos A e B existem uma infinidade
de pontos M e N tais que =

Os vários segmentos de reta orientados, …, apesar


de terem pontos de aplicação distintos, têm a mesma direção, o mesmo
comprimento e o mesmo sentido. Diz-se que são equipolentes.

Deles se diz que representam o mesmo vetor (vetor livre).


Um vetor é pois caracterizado por um comprimento, uma direção e um
sentido.
É usual representar um vetor por uma letra minúscula com uma seta em
cima. Por exemplo, , v, etc. Assim, no caso anterior podemos escrever,

Sendo o segmento de reta orientado [A,B] um representante do vetor , o


vetor pode ser designado por .

Igualdade vetorial

A igualdade entre vetores, por exemplo = significa que:


1. As retas AB e CD são paralelas ou coincidentes.
2. O sentido de A para B é o mesmo de D para C.
3. Os comprimentos de [AB] e [DC] são iguais.

Cálculo vetorial | 49
Vetor nulo

Os vetores ou designam o vetor nulo, que tem também a notação .


Tem direção e sentido indeterminados e comprimento nulo.

Propriedades:

• = , significa que A e K são coincidentes;


• = significa que B e L coincidem;
• Para todo o vetor e um ponto A, existe um só ponto M tal que = ;
• Os vetores e são opostos, escrevemos que =- .

Soma de um ponto com um vetor. Diferença de dois pontos.

Consideremos um vetor ≠ .

Para representar por um segmento orientado, com origem num ponto


A traça-se a semirreta com origem em A e que tem a direção e o sentido
de . Marca-se nessa semirreta o ponto B de modo que seja igual ao
comprimento de . Tem-se então, =

Ao ponto B assim determinado chama-se soma de A com .


B=A+

A soma de um ponto A com (mesmo com vetor nulo) é o ponto B tal


que =
A expressão B = A + sugere que se escreva = =B–A
Assim o vetor pode considerar-se a diferença entre B e A.

50 | Geometria analítica
Adição de vetores: propriedades Nota:
O vetor é independente do ponto
A escolhido.
A partir do exemplo, és capaz de indicar qual é o vetor que representa a
Se partirmos de um ponto D e
deslocação do barco? marcarmos E e F de modo a ser
= e = obtém-se = .

Sejam e dois vetores livres.

Considere-se um ponto A e
- marque-se B de modo a que = ( é um representante de )
- marque-se C de modo a que = ( é um representante de )
- una-se A com C ( é um representante de + )

O vetor (= ) é a soma de + .
Escrevemos, = + = +

Podemos também traçar dois representantes dos vetores e com a


mesma origem: = e ´=
Sendo E o quarto vértice do paralelogramo [ABEB´], então = + ´

Cálculo vetorial | 51
Tarefa 2 Propriedades da adição vetorial
Dado um vetor qualquer à
tua escolha (não nulo), constrói
segmentos orientados que Para quaisquer vetores , e , tem-se as propriedades:
representem os vetores:
a) -3.
1
b) 2

c) 2,5.
a) + ( + )=( + )+ , Associatividade

b) + = + , Comutatividade

c) + = + = , é o elemento neutro da adição

d) + (- ) = , a soma de dois vetores simétricos é o vetor nulo


(sendo = , temos + = )

Produto de um número real por um vetor: propriedades

A seguir apresenta-se a definição de um número real por um vetor:


é um vetor não nulo e a um número real não nulo, por exemplo, a = 2

52 | Geometria analítica
O produto de um vetor por um número real é um vetor, que podemos
chamar de e tem as seguintes características:

• tem a mesma direção de ;


• tem o mesmo sentido de se a > 0;
• tem sentido contrário ao de se a < 0;
• tem de comprimento |a| vezes o comprimento de .

Propriedades da multiplicação de um número real


por um vetor

Sendo e dois vetores e a e b dois números reais quaisquer, a


multiplicação de um número real por um vetor goza das seguintes
propriedades:

Nota:
a) a ( + ) = a + a , distributividade em relação à adição no
Este cálculo é semelhante ao cálculo
conjunto V dos vetores. com polinómios.
b) (a + b) = a + b , distributividade em relação à adição em .
c) a (b ) = (a.b)
d) 1. =

Exemplo

Determine + sabendo que = 3 -2 e = 5 + 3 .

Temos que
+ = (3 -2 ) + (5 + 3 ) = 3 + 5 -2 +3 = (3 + 5) + (-2 + 3)
Donde
+ =8 +

Cálculo vetorial | 53
Vetores aplicados e vetores livres

O estudo feito até aqui apoiou-se em conhecimentos sobre segmentos


orientados, vetores aplicados e vetores livres.
Para simplificar, utilizamos simplesmente o nome vetor para designar
vetor aplicado e vetor livre. No entanto é importante estares consciente
da diferença entre estes objetos matemáticos.
Então, vejamos.

Na figura ao lado, os segmentos


orientados [A, B], [C, D] e [E, F] (vetores
aplicados num ponto)têm a mesma
direção, o mesmo sentido e o mesmo
comprimento. Diz-se, tal como vimos
anteriormente, que são equipolentes.

A relação de equipolência é uma relação que divide o conjunto de todos


os segmentos orientados em classes. Cada uma dessas classes, com
determinada direção, determinado sentido e determinado comprimento,
define um vetor livre.

Vetores colineares. Ângulo de dois vetores

Diz-se que dois ou mais vetores aplicados são colineares quando têm a
mesma reta suporte.
Por exemplo, [A, B], [C, D] e [E, F] são colineares

Diz-se que dois ou mais vetores livres são colineares se e só se são


representáveis por segmentos orientados (vetores aplicados) de uma
mesma reta.
Por exemplo , e são colineares

54 | Geometria analítica
Desta definição resulta que:
• o vetor é colinear com qualquer vetor;
• dois vetores livres são colineares se e só se são paralelos ou um
deles é nulo.

Chama-se ângulo de dois vetores aplicados num mesmo ponto à


amplitude do ângulo convexo por eles formado.

Chama-se ângulo de dois vetores livres não nulos ao ângulo de dois


vetores aplicados num mesmo ponto e que os representam.

O ângulo de [O, A] com [O, B] é o ângulo de com .


Esse ângulo designa-se por ( , ).
O ângulo de dois vetores quaiquer não nulos, e , pertence a .

Exemplos: Quando o ângulo entre dois vetores é 00 ou 1800.


Nota:
Considera-se indeterminado o
Sejam os vetores a e b, com Sejam os vetores c e d com ângulo de qualquer vetor com o
a mesma direção e sentidos vetor nulo.
a mesma direção e o mesmo
opostos:
sentido:

Dois segmentos de reta que Dois segmentos de reta que os


os representem formam sempre representem formam sempre um
um ângulo nulo. ângulo raso.

= =
= =

Assim, Assim,

= =

Cálculo vetorial | 55
Referenciais. Correspondência entre o plano e 2

Já vimos anteriormente que é possível estabelecer uma correspondência


biunívoca entre o conjunto de pontos do plano e o conjunto 2 (conjunto
de pares ordenados de números reais). De facto fixando dois eixos
coordenados com a mesma origem, uma amplitude de comprimento
e um sentido positivo em cada um deles é possível fazer corresponder
a cada ponto do plano um único par ordenado de números reais e,
reciprocamente, a cada par de números reais um, e só um, ponto do plano.

Em todo o estudo que vai seguir-se tomaremos os eixos perpendiculares


entre si e a mesma unidade de comprimento nos dois eixos, ou seja,
consideraremos um sistema ortogonal e monométrico (o. m.).

Na figura seguinte está desenhado um sistema o. m. onde estão


representados vários pontos ao lado dos quais figuram as respetivas
coordenadas.

Nota:
Em anos anteriores já chamaste
a x a abcissa de ponto P e y a
ordenada de P (x , y)

Um referencial no espaço

Pode também estabelecer-se uma correspondência biunívoca entre os


pontos do espaço e o conjunto 3. Consideremos um exemplo.

56 | Geometria analítica
Exemplo
Tarefa 3
Imagina um cubo nesse referencial.
Representa-o e indica as coordenadas
dos seus vértices.
Com três varas,
constrói um referencial
como o da figura ao lado.

Ajusta o paralelepípedo [ABCDEFGH] (3X4X2) na posição da figura e indica


as coordenadas dos vértices. Tarefa 4
Indica as coordenadas dos vértices do
paralelepípedo indicado na figura:

O é o ponto médio da aresta [AD] que


está contida no eixo das ordenadas.

Coordenadas do ponto médio de um segmento de reta

Num referencial o.m. consideremos [AB], um segmento de reta de extremos


A (1, 2) e B (3, 8). Sendo M o ponto médio de [AB], de coordenadas x e y,
podemos afirmar que e representam o mesmo vetor.

Donde, M – A = B – M
E atendendo às coordenadas respetivas podemos escrever
(x, y) – (1, 2) = (3, 8) – (x, y)

Ou seja, (x - 1, y - 2) = (3 - x, 8 - y)

Concluindo-se que

Cálculo vetorial | 57
O ponto médio do segmento de reta de extremos A (1, 2) e B (3, 8) tem
por coordenadas:

Abcissa Ordenada

(semissoma das abcissas dos pontos (semissoma das ordenadas dos pontos
A e B, extremos do segmento) A e B, extremos do segmento)

Conclui-se que M (2 , 5).

Num referncial cartesiano consideremos [AB], segmento de reta de


Tarefa 5
extremos A (a1 , a2) e B (b1 , b2). Seja M (x , y) o ponto médio de [AB] cujas
Num referencial o.m. são dados os
coordenadas x e y não são conhecidas.
pontos A (0, 2); B (2, 3) e C (1, -1)
Determina o ponto médio de cada um M - A e B - M representa o mesmo vetor, pelo que se escreve
dos segmentos indicados:
a) [AC]
M-A=B-M
b) [AB]
c) [CB] Atendendo às coordenadas respetivas
(x , y) - (a1 , a2) = (b1 , b2) - (x , y)

Equivalente a
(x - a1 , y - a2) = (b1 - x , b2 - y)

Concluimos que

Resolvendo o sistema em ordem a x e y, obtemos o ponto médio de [AB],

Noção de base.
Coordenadas de um vetor relativamente a uma base

Três pontos do plano não alinhados constituem um referencial do plano.


Consideremos = e = . Dizemos que ( , ) é uma base do plano.

58 | Geometria analítica
Para todo o ponto S do plano, podemos escrever.
= + ; é colinear com e temos que =a e é colinear
com e temos que =b .

Donde, =a +b .
O par ordenado (a, b) é o par de coordenadas do vetor na base ( , ).

Exemplo

= + ; =3 e =4
=3 +4

O par ordenado (3 , 4) é o par de coordenadas de na base ( , )

Num referencial (O, , ), sejam os pontos A e B em que conhecemos as


suas coordenadas A (a, b) e B (a´, b´). O vetor tem por coordenadas
(a´-a, b´-b).

Se A (a, b) e B (a´, b´) então (a´-a, b´-b).

Cálculo vetorial | 59
• Se os pontos A e B são coincidentes, então é o vetor nulo e as suas
coordenadas são (0, 0).

• Um vetor é nulo se e somente se as suas duas coordenadas são nulas.

• Dois vetores são iguais se e somente se têm coordenadas iguais (tem


iguais abcissas e iguais ordenadas).

• Conhecidas as coordenadas de A, B e C, podemos determinar as


coordenadas de D sabendo que =

Tarefa 6 Exemplo

Dados os pontos A (0,3 ; 1,1);


B (2,5; 3); C (2,3; 0,6) e sabendo que
= , determina as coordenadas Se A (-2, 1); B (2, 3); C (4, 1),
de D.
então = B – A = (2, 3) – (-2, 1) = (2- (-2), 3 - 1) = (4, 2).

Se designarmos por d e d´as coordenadas do ponto D, temos que


= D – C = (d, d´) - (4, 1)= (d-4, d´-1)

Sabendo que = , temos o sistema

Encontramos, d = 8 e d´= 3.
O ponto D tem por coordenadas (8, 3)

Condição de colinearidade de dois vetores

Numa base ( , ) qualquer, os vetores e têm respetivamente por


coodenadas (a, b) e (a´, b´).

Os vetores e são colineares se e somente se, ab´- ba´ = 0

60 | Geometria analítica
Escrevemos também det ( , ) = 0 ou é a condição de colinearidade
de dois vetores. Note-se que se nenhuma das coordenadas é nula,
podemos escrever aa´ = bb´.

Exemplo Tarefa 7
Para verificar se três pontos são
Os vetores (-3, 2) e (6, -4) são colineraes visto que colineares um dos caminhos a seguir
(-3) x (-4) - 2 x 6 = 12 – 12 = 0 é verificar se dois quaisquer dos
vetores definidos pelos três pontos
são colineraes, isto é, se têm as
coordenadas proporcionais.
Ou seja, det ( , ) = =0
Verifica se são colineares os pontos
A (1, 2) , B (3, -1) e C (5, 3)

Condição de ortogonalidade de dois vetores

Dizemos que dois vetores não nulos são ortogonais se as suas direções são
perpendiculares. Chamamos base ortonormada a uma base para a qual os
vetores ( , ) são ortogonais (perpendiculares) e têm a mesma norma.

Numa base ortonormada, onde


os vetores e têm respetivamente
por coordenadas (a, b) e (a´, b´).

Numa base ortonormada, os vetores não nulos e são ortogonais se e


somente se aa´+ bb´= 0.
É o critério de ortogonalidade de dois vetores.

Exemplo

Seja = (3, 5) procuremos um vetor (x, y) perpendicular a . Nota:


Outros vetores perpendiculares a
(3, 5) são, por exempo, (-5, 3),
Utilizando o critério de ortogonalidade de dois vetores, temos que
(10, -6), ( , -1).
3x + 5y = 0
Trata-se de uma equação de solução indeterminada. Atribuindo a x o valor
5, vem para y o valor -3, (solução da equação, (5, -3) ).

O vetor (5, -3) é então perpendicular ao vetor .

Cálculo vetorial | 61
Cálculo da distância entre dois pontos

Num referencial o.m., se o vetor tem de coordenadas (a, b), teremos:



Se = com A (x1, y1) e B (x2, y2) , então

Exemplo:

Tarefa 8 Determina a distãncia entre os pontos A (-1, 1) e B (3, 4)


Num referencial o.m. determina a
distância dos pontos indicados em
cada uma das alíneas:
a) A (1,0); B (3, 4) =5
b) C (-1, 1); D (7, 7)
c) E (0, 1); F (12, -4)

As coordenadas de vetores e operações

Nota:
Numa base ( , ) dados os vetores (a, b) e (a´, b´), o vetor simétrico
Sendo A (x1 , y1) e B (x2 , y2), a
distância entre A e B é dada por
de , - tem de coordenadas (-a´, -b´).
O vetor + tem de coordenadas (a + a´, b + b´), vetor - tem de
coordenadas (a – a´, a – b´) e o vetor k tem de coordenadas (ka, kb), k .

Exemplo

Atenção que

(2 , 3) (4 , -2)
2 (4 , 6) ( + ) (6 , 1)

62 | Geometria analítica
Podemos deduzir as coordenadas do ponto médio de um segmento de
reta aplicando as operações com vetores.

Sejam três pontos A, B e C de coordenadas respetivamente, no referencial


(O, , ) , A (α, β), B (α´,β´) e C (α´´, β´´).

Sabendo que M (xM , yM) é o ponto médio do segmento [A, B] então


2 = OA + OB , que nós dá então

Sendo xM e yM as coordenadas de M.

Produto interno

Vimos anteriormente a multiplicação de um número real por um vetor.


Agora vamos estudar o “produto” de dois vetores.
Dados dois vetores (x, y) e (x´, y´), num referencial o.m., chamamos
produto interno destes dois vetores ao número x x´+ y y´.

Escrevemos . = x x´+ y y´, que se lê “ vetor interno “ ou “ vetor


escalar “.

Nota que:

A soma de dois vetores é um vetor, mas o produto interno (ou produto


Tarefa 9
escalar) é um número real.
Considera, numa base o.m., os vetores
= (2, 1) e = (2, -1) e = (2, 4).
Determina . e . .

Sejam e representantes, respetivamente, de e com ( , )=α

A α

Cálculo vetorial | 63
Nota: Temos que . = . = cos α α
Projeção ortogonal de um vetor
sobre outro

Na figura A´ é a projeção ortogonal


de A sobre a reta r, isto é, A´é o
ponto de interseção de r com a reta
perpendiculaer a r e que passa por Sendo C´ a projeção ortogonal de C sobre a reta r, isto é, C´é o ponto de
A; B´e C´são, respetivamente, as interseção de r com a reta perpendicular a r e que passa por C, e se B´é a
projeções ortogonais de B e C sobre r.
projeção ortogonal de B sobre r, então:
.

Em particular, o produto interno de dois vetores colineares é igual ao


produto das normas se eles têm o mesmo sentido e o simétrico se eles
têm sentidos contrários.

O produto interno . é igual ao quadrado da norma:

Propriedades

Se as retas e são perpendiculares, então . = 0.


Inversamente, se . = 0, os pontos A, B e C sendo distintos dois a dois,
então as retas e são perpendiculares.
Dizemos, então que os vetores são ortogonais.

O produto interno de dois vetores tem utilidade prática para o estudo da


perpendicularidade de duas retas.

Se . > 0, então o ângulo dos dois vetores é agudo e se . <0


então o ângulo entre os dois vetores é obtuso.

64 | Geometria analítica
Exemplos Recorda:

Ângulo de dois vetores

Suponhamos que ( , ) é uma base ortonormada e que ( , 3) e (− , 3).


Nem sempre o valor que vem para o
Vamos determinar o ângulo, , entre os dois vetores. coseno do ângulo dos dois vetores
é um dos valores conhecidos, pelo
que há que recorrer às tabelas ou
Sabe-se que . = x(− ) + 3 x 3 = -3 + 9 = 6 à calculadora para determinar um
valor aproximado do ângulo.
Por outro lado,

Assim, tem-se que

Concluimos que

Graficamente temos:

Cálculo vetorial | 65
Nota: Vetores perpendiculares
São perpendiculares a um vetor
(a, b) não nulo os vetores os vetores:
(b, -a) e (-b, a)
1. Determinar, numa base o.m., vectores perpendiculares a (4, -2) e de
Vetores perpendiculares a (2, 3),
norma 5. Procuremos (x, y) perpendicular a .
com a mesma norma: (-3, 2) e (3, -2)
Com efeito (2, 3) . (-3, 2) Então, aplicando a definição de produto interno entre dois vetores, temos
= 2x(-3) + 3x2 = 0 (2, 3) . (3, -2) que 4 x + (-2) y =0
= 2x3 + 3x(-2) = 0
Trata-se de uma equação de solução indeterminada. Atribuindo a x o valor
1, vem para y o valor 2, (1 , 2) é uma das soluções da equação.

O vetor (1, 2) é perpendicular a , mas não tem norma 5.

O vetor pedido é da forma (k, 2k ), sendo k um número real. Como se exige


que a norma seja 5, terá que ser

k2 + 4 k2 =25
5 k2 = 25
k2 = 5, donde k = - ou k =
Para k = - . (k, 2k) = (- ,-2 )
Para k = . (k, 2k) = ( ,2 )

O problema tem duas soluções: (- ,-2 ); ( ,2 )

2. Determinar, numa base o.m., um vetor de norma 10 e que seja


perpendicular a (3, -4).
(4, 3) é um vetor perpendicular a (3, -4). (Porquê?)

Por consequência
(4k, 3k) , com k≠ 0, a familia de vetores perpendiculares a (3, -4).

Como se exige que a norma seja 10, terá que ser


(4k)2+ (3k)2=100
16 k2 + 9 k2 =100
25 k2 = 100
k2 = 4 , esta equação é equivalente a k = 2 ou k = -2
Para k = 2, (4k, 3k) = (8,6)
Para k = −2, (4k, 3k) = (-8, -6)

Como era de prever, tem duas soluções; (8, 6) e (-8, -6).

66 | Geometria analítica
Em síntese
Tarefa 10
Dado o vector ( 3 , 4), definido
numa base o.m., encontra tal
Vimos que (b, -a) e (-b, a) são perpendiculares a um vetor (a, b) não nulo. que || ||= 3 e tal que e são
Para obter um vetor perpendicular a um dado vetor não nulo basta trocar perpendiculares.
as coordenadas e multiplicar uma delas por -1.

Interpretação geométrica

Consideremos, num referencial o.m., a representação dos vetores (a, b)


e e perpendiculares a .

Observa que os triângulos A e C se obtêm de uma


rotação do triângulo B de centro na origem e de medida
de amplitude de 90° e -90°, respectivamente. Uma vez
que a rotação preserva as medidas de comprimento,
vê-se que = (b,−a) e = (−b, a)

Neste momento temos dois vectores perpendiculares a . Mas será que


existem mais? (Há mais vectores, com normas diferentes, ou seja, vectores
colineares aos já representados).

Todos os vectores de coordenadas k (−b, a) com k , são perpendiculares


a (a, b).

Cálculo vetorial | 67
Tarefa 11 Propriedades do produto interno
Considera um hexágono [PQRSTU],
inscrito numa circunferência de centro
O e raio 4.
Quaisquer que sejam os vetores e e k um número real, temos que

1) . = . ;
2) .( +w)= . + .w;
3) (k ) . = k ( . );
4) ( + ) . ( - ) = || ||2 - || ||2

Vejamos a demonstração desta última propriedade.


Calcula: ( + ).( - )= ( − )+ ( - )= . - . + . – .

Sendo o produto interno é comutativo, podemos escrever


|| |||| || cos 0o - . + . - ( || || || || cos 0o)

Donde, temos finalmente


|| ||2 - || ||2.

Exemplos

1) Demonstrar que a . b = ab ( . ); a, b

a . b = a ( . b ), pela propriedade 3
= a (b ( . )), pela propriedade 3
= ab ( . ) pela propriedade associativa da multiplicação de
números reais

2) Sendo perpendicular a , determina:


5 . (3 - 2 )
Aplicando as propriedades do produto interno tem-se,
5 . (3 - 2 ) = 5 . 3 - 5 . 2 = 5 x 3 ( . ) – 5 x 2 ( . ) = 15|| ||2

3) Dados os vectores ( 1 , 3 ) e ( k ,−2 ), definidos numa base o.m.,


determina k de forma que e sejam perpendiculares.

e são perpendiculares se e só se . =0
. =0 (1, 3) . (k, -2) = 0 k-6=0 k=6

Representa os vetores num referencial o.m. e verifica, geometricamente,


se são perpendiculares.

68 | Geometria analítica
Aplicações do produto interno

Na Física, a palavra “trabalho” tem um sentido específico: é uma grandeza


construída a partir de uma força e de um deslocamento. O trabalho de
uma força constante sobre um “deslocamento” representado por um
vetor é o produto interno . .

Diz-se que é um trabalho motor se o produto interno é positivo e é um


trabalho resistente se o produto interno é negativo. (O trabalho é um número
real, que pode ser positivo ou negativo. Quando a força atua no sentido do
deslocamento, o trabalho é positivo, isto é, existe energia sendo acrescentada
ao corpo ou sistema. O contrário também é verdadeiro, uma força no sentido
oposto ao deslocamento retira energia do corpo ou sistema).

Os físicos utilizam, para calcular o trabalho (W) realizado por uma força no
decurso do deslocamento do seu ponto de aplicação, a seguinte fórmula:

W = F.d.cosα

Em que F representa a intensidade da força , d é o comprimento do


deslocamento e α é a amplitude do ângulo formado pelas direcções
da força e do deslocamento. Se o comprimento d estiver expresso em
metros (m) e a intensidade da força F em newtons (N), então o trabalho
W exprime-se em joules (J).

Exemplo

O Inocêncio trabalha na recepção de um hotel e transporta as bagagens


dos clientes.

1) Observa a figura seguinte que representa o Inocêncio a deslocar o carro


“porta-malas” do ponto A ao ponto B.

A força aplicada pelo Inocêncio tem intensidade 24N, é paralela ao


deslocamento no plano horizontal e a distância de A a B é 4m.
Calcula o trabalho realizado pela força .

Cálculo vetorial | 69
2) No caso seguinte, o Inocêncio desloca uma mala, mas a força aplicada
com intensidade de 32N não é paralela ao deslocamento, fazendo com
a direcção deste um ângulo com medida de amplitude de 30° e sendo o
deslocamento d de 6m.

Qual o trabalho realizado pela força aplicada pelo Inocêncio ao puxar a mala?

1) Dados: F =24 N; sendo F é paralela ao deslocamento, α = 0; d = 4m

Pedido: w =?

Atendendo à definição de trabalho, podemos escrever,


W = 24 x 4 x cos 00 W= 96

Resposta: o trabalho realizado pela força = 96 j

2) Dados: F = 32 N; o ângulo formado entre F e o deslocamento , α = 300;


d = 6m

Pedido: w =?

Atendendo à definição de trabalho, temos a expressão

W = 32 x 6 x cos 300 = 192 x ( ) = 96 3


Resposta: o trabalho realizado pela força = 96 3 j

70 | Geometria analítica
Exercícios e problemas

1. Na figura está representado um héxagono regular.

a) Determina:

A+ + - Comentar uma afirmação


Deves começar por analisar e
b) Comenta as afirmações: interpretar os elementos envolvidos
e posteriormente justificar a
- [A, B] e [E, D] são representantes do mesmo vetor;
validade da afirmação.
- é colinear com ;
- a soma de com é o vector nulo.

2. Considera numa base (a , b ) ortonormada os vetores (2, 1), (2, -1) e (2, 4).

a) Determina . e .

b) Determina

c) Determina e perpendiculares a de modo que a || || = 1 e|| || = 5

3. Considera num referencial o.m. os pontos A (4, -4) ; B (-4, 4) ; C (0, 2) e o vetor (7, 1)

a) Determina o ponto P de modo a ser perpendicular a e || || = 5

b) Determina Q de modo que [BQC] seja retângulo e =

4. Considera num referencial o.m. os vetores (1, ) e (2, 0)

a) Determina o ângulo dos dois vetores

b) Determina um vetor perpendicular a com norma 6

Cálculo vetorial | 71
Conteúdos: Reta e circunferência
Estudo da reta
Colinearidade de três pontos
Estudo da reta
Retas perpendiculares e retas
paralelas Na figura está desenhado um referencial o.m. (O, ( , )) onde estão
Equação cartesiana de uma representados vários pontos.
Circunferência
Equação cartesiana de uma esfera
Interseção de uma reta com uma
circunferência

Questões de linguagem
No referencial ortonormado
(O, (i , j )), da figura um ponto P
de coordenadas (x, y) tem de abcissa
x e ordenada y.

A correspondência existente entre os pontos do plano e os elementos


de 2 permite dizer que ao ponto A corresponde (4, 2). Será pois natural
associar a letra que designa o ponto ao par de coordenadas que o
identifica. Assim teremos, por exemplo,
A (4, 2), B (0, 3), C (1, 1), D (1, 0), E (- , 0), F (-2, 4), G (-1, -1) e H (1, -2).
Podemos fixar relações entre os elementos de 2. Por exemplo, a relação
y = x refere-se aos pontos do plano cuja ordenada é igual à abcissa, isto
é, os pontos pertencem a uma reta que passa pela origem do referencial.

72 | Geometria analítica
No plano, uma reta r pode ser definida por dois pontos ou por um ponto Exemplo
e um vetor director ou um ponto e um vetor normal à reta. Define a reta que passa pelos pontos
A (-2,-1) e C (0, 6)

Vamos, de seguida, procurar uma relação a que devem satisfazer os Designemos por P (x, y) um ponto
genérico da reta.
pontos da reta r; a relação obtida é a equação da reta r.
Podemos escrever que e são
colineares. O que significa que

1º Caso
Obtemos, 7(x + 2) -2(y + 1) = 0
Reta definida por dois pontos
O que significa 7x +14 - 2y - 2 = 0
Simplificando, 7x -2y + 12 = 0
Determina, analiticamente, a reta que passa pelos pontos A (3, 1) e B (-2,4).

Designemos por P um ponto genérico da reta s e seja (x, y) as coordenadas


de P. Dizer que P pertence a s é o mesmo que afirmar que e são
colineares

= B – A = (-2, 4) – (3, 1) = (-2 -3, 4 – 1) = ( -5, 3)


= P – A = (x, y) – (3, 1) = (x – 3, y – 1)

O que significa que


Tarefa 12
x−3 −5 a) Escreve a equação da reta que
= 0, pois passa pelo ponto (3, 4) e é paralela à
y−1 3 reta 5x – 2y = 3.
b) Escreve a equação da reta
Obtemos, que passa pelo ponto (2, 4) e é
perpendicular à reta 2x + 3y = 5.
3(x – 3) + 5(y – 1) = 0

O que significa
3x -9 + 5y -5 = 0

simplificando
3x + 5y -14 = 0

Reta e circunferência | 73
2º Caso
Reta definida por um ponto e por um vetor diretor

Determinar analiticamente a reta r que passa por Q (2, 3) e tem a direção


de (-2, 2).

Observando a figura ao lado temos que os pontos A, B, C, D, estão todos


sobre r.

Podemos escrever

A = Q + K r , com K , ou seja é colinear com

Exemplo B = Q + K r , com K , ou seja é colinear com


Escreve a equação da reta que passa Para um ponto P (x , y) qualquer da reta r temos que
pelo ponto A (3, 4) e é paralela à
reta 5x - 2y = 3.
é colinear com , o que significa
Um vetor diretor da reta 5x – 2y = 3
é o vetor (2, 5)
Para um ponto P (x, y)qualquer da
reta temos que
Donde, (x - 2) 2 – (y - 3)(-2) =0
é colinear com , o que significa
2x – 4 + 2y - 6 =0

2x + 2y – 10 = 0
5 (x – 3) - 2 (y – 4) = 0
5x – 15 - 2y + 8 = 0
Simplificando (dividindo por 2)
5x – 2y = 7 x+y-5=0

Ou seja,

Y = -x + 5 (Equação reduzida da reta r)

Exemplo
3º Caso
Escreve uma reta que passa pelo
ponto B (2, 4) e é perpendicular à Reta definida por um ponto e por um vetor normal
reta 2x + 3y = 5
Vamos representar graficamente a
reta de equação 2x + 3 y = 5 Considera um ponto (x , y) qualquer da reta t.
O vetor (-3, 2) é vetor diretor da
reta e é vetor normal à reta pedida. Neste caso o vetor = P – A = (x, y) – (3, 1) = (x – 3, y – 1) é perpendicular
Sendo P (X, Y) um ponto genérico da ao vetor .
reta pedida, temos que
= (x – 2, y – 4) é perpendicular Então, utilizando a condição de perpendicularidade de vetores, temos
a . Então, utilizando a
perpendicularidade de vetores, 2 (x – 3) + 1 (y – 1 ) = 0
temos
2x -6 + y – 1 = 0
-3(x -2) + 2(y – 4) = 0
-3x + 6 + 2y -8 = 0 Simplificando,
-3x + 2y = 2
2x + y -7 = 0 (equação geral da reta t)

74 | Geometria analítica
Retas paralelas aos eixos coordenados Tarefa 13
Representa graficamente as retas
definidas por:
Se uma reta é paralela a Ox, os seus pontos terão todos a mesma ordenada,
sendo essa a condição que os caracteriza. a) y =
Por exemplo, y = 3, representa uma reta paralela ao eixo Ox. Alguns pontos
b) x =
que pertencem a essa reta são, (1, 3), (-2, 3), (0, 3), (1,5; 3), etc.
c) x + 4 = 0

Se uma reta é paralela a Oy, os seus pontos terão todos a mesma abcissa, d) 2y + 4 = 0
sendo essa a condição que os caracteriza.
Por exemplo, x = 4, caracteriza uma reta paralela a Oy. Alguns pontos que
pertencem a essa reta são, (4,1), (4, 0), (4, -1), etc.

Em geral,

Mediatriz de um segmento de reta

Dados dois pontos A (1, 1) e B (3, 4) chama-se mediatriz do segmento de


reta [AB] ao conjunto dos pontos do plano que distam igualmente de A
e de B, pontos extremos do segmento. Como se sabe, esse conjunto de
pontos é a reta perpendicular ao segmento [AB] e que passa pelo seu
ponto médio.
Sendo P (x, y) um ponto genérico da mediatriz, verifica-se sempre que

Reta e circunferência | 75
Tarefa 14
Determina as equações paramétricas
da reta que passa pelo ponto Q (2, 3)
e tem a direção do vetor (-2, 2).

logo

Ou seja

E, simplificando, 4x+ 6y − 23 = 0 (Equação da Mediatriz de [AB].

Tarefa 15 Equações paramétricas de uma reta no plano


Determina as equações
paramétricas da reta que passa pelo
ponto B (-1, 2, 4) e tem vetor diretor Já vimos que uma reta pode ser definida por um ponto e um vetor diretor
(1,-2, 1). (não nulo).

Consideremos uma reta r que passa por Q (1, 2) e tem vetor diretor (2, 2).

Qualquer ponto P (x, y) da reta r satisfaz a relação:


= k , com k pertencente a , (Porquê)

Então, através das coordenadas, podemos escrever


= k , com k pertencente a

Donde sai,
(x, y) = (a, b) + k (p,q), com k pertencente a

( Equações Paramétricas da reta s)

76 | Geometria analítica
Equações paramétricas de uma reta no espaço Exemplo
Determina as equações paramétricas
da reta que passa pelo ponto Q (2, 3)
Tal como no plano, no espaço, uma reta pode ser definida por dois pontos
e tem a direção do vetor (-2, 2)
ou por um ponto e um vetor diretor.
(x, y) = (2, 3) + k (-2, 2)
Determinemos as equações paramétricas de uma reta d a passar por um
x = 2 − 2k
ponto A e com vetor diretor não nulo . , com k
y = 3 + 2k
Um ponto M pertence à reta d se e só se = k e através de coordenadas
A (a, b, c); M (x, y, z) e = (m, n, p), temos:

Sendo k um número real qualquer.


Estas equações constituem uma representação paramétrica da reta d.
A cada valor de k corresponde um ponto M e um só e inversamente, ou
seja, a cada ponto M corresponde um e um só valor de k.

Exemplo

As equações,

são as equações paramétricas da reta que passa pelo ponto A (1, 0, -4) e
tem vetor diretor (2, 8, -6).

Circunferência Recorda
Num plano, circunferência de centro
C e raio r é o conjunto de todos os
A figura seguinte representa uma circunferência de centro na origem das pontos cuja distância a C é r.
coordenadas e raio 1. Sendo A (x1, y1) e B (x2, y2) , então a
distância entre A e B será,

Reta e circunferência | 77
Tarefa 16
Para que o ponto P (x, y) pertença a esta circunferência tem que satisfazer
Determinna a equação cartesiana da
a condição: a distância dele à origem é igual a 1.
circunferência de centro C(0,0) e raio 5. Atendendo à definição de distância entre dois pontos, teremos que
calcular a distância entre P (x, y) e O (0, 0), ou seja

Teremos

Donde

Tarefa 17
Esta condição carateriza a circunferência desenhada.
Determina a equação cartesiana das
circunferências com:
a) Centro C (-3, -1) e raio 1; Vamos agora determinar a equação cartesiana de uma circunferência de
b) Centro C (0,2) e raio 2. centro (-2, 1) e raio 3.
Para que o ponto P (x, y) pertença a esta circunferência a distância dele ao
ponto C, centro da circunferência, terá que ser igual a 3.
Atendendo à definição de distância entre dois pontos, teremos

Esta relação é a equação cartesiana da circunferência de centro C (-2, 1)


e raio 3.
Em síntese, ao conjunto de todos os pontos P, equidistantes de C, chama-
se circunferência de centro C e raio r , que tem como equação cartesiana:

Exemplo

Determinar a equação da circunferência que passa pelos pontos P (-4, -2),


Q (1, 3) e R (4, 2).
O centro O´da circunferência pode obter-se por interseção das mediatrizes
dos dois segmentos definidos pelos pontos P, Q e R.

78 | Geometria analítica
Exemplo:
Exercício resolvido nº 5
Determina a equação da mediatriz
do segmento de reta cujos extremos
são, A (-3, 2),B (2, -3)
Seja P (x, y) um ponto genérico da
mediatriz. Verifica-se que

O’
Efetuando os cálculos e
simplificando temos que y = x é a
mediatriz de [AB].
Determinação da mediatriz de [PQ]

Donde resulta, x + y = -1
A mediatriz de [QR]

Donde resulta, 3x – y = 5

O ponto O´é o ponto de interseção destas duas mediatrizes ou seja, a


solução do sistema

O´(1, -2)

A determinação do raio pode fazer-se, calculando a distância entre O´e


qualquer um dos outros pontos P, Q ou R.

Círculo
Tarefa 18
Substituindo x e y pelas coordenadas
Qual o significado que devemos atribuir à seguinte condição? de P (1, 1) obtém-se a proposição
verdadeira
12 + 12 ≤ 4
Sabemos que a equação
Assim, o ponto P (1, 1) é uma das
(1) soluções da inequação

Representa uma circunferência de centro (0, 0) e raio 2, isto é, o conjunto Representa geometricamente a região
do plano correspondente a:
de todos os pontos que distam exactamente 2 do ponto O.
x2 + y2 ≤ 9
(2) E, representa o conjunto de pontos cuja distância à
origem é menor que 2

Reta e circunferência | 79
Tarefa 19
Comparando as expressões (1) e (2) induz-se que a condição
Escreve a equação cartesiana da
esfera com centro em (1, 2, 1) e raio 2.
Representa o conjunto de pontos do plano cuja distância ao ponto O é igual ou
inferior a 2, representa o círculo de centro O e raio 2.

Esfera

Seja S uma esfera de centro A (a, b, c) e de raio r. O ponto P (x, y, z) pertence


à esfera se e só se r
O que se traduz por,
r2, Equação cartesiana de uma esfera.

Exemplo

Vamos escrever a equação de esfera de centro na origem do referencial


Nota e raio 3.
A determinação do pé da x2 + y2 + z2 9
perpendicular traçada do ponto
para a reta consiste na procura do
ponto de interseção de duas retas, a Exemplo: Pé da perpendicular
reta dada e a perpendicular a esta,
passando pelo ponto dado.
A distância de um ponto P a
Determina o pé da perpendicular traçada por Q (2, 4) para a reta r de
uma reta r é , por definição, o
comprimento do segmento que une equação y = x + 1
o ponto com o pé da perpendicular
traçada por P para r.
Poderás determinar essa distância Um vetor diretor da reta dada é (1, 1).
seguindo os passos:
1. Determinar o pé da perpendicular Neste caso o vetor = P – Q = (x, y) – (2, 4) = (x – 2, y – 4) é perpendicular
traçado por P para r; ao vetor (1, 1) (sendo P um ponto genérico da reta perpendicular à reta
2. Determinar a distância entre dois dada). Então, utilizando a condição de perpendicularidade de vectotes,
pontos, P e o pé daperpendicular.
temos
1 (x – 2) + 1 (y – 4 ) = 0
x - 2+ y – 4= 0

Simplificando,
x+y-6=0
Para determinar o pé da perpendicular há que determinar o ponto de
interseção das retas y = x + 1 e x + y -4= 0.
Resolvendo o sistema temos que o pé da perpendicular traçado de Q para
a reta r é ( , ).

80 | Geometria analítica
EXERCÍCIOS E PROBLEMAS

1. Representa graficamente as retas de equação


a) y = 2x + 3
b) 2y + 3x = 4
c) y – 3 = 0
d) x = -2

2.Determina, analiticamente, a reta que passa pelos pontos:


a) (1, 2) e (3, 4)
b) (-1, 6) e (3, 2)
c) (0, 0) e (2, 1)

3.Determina uma equação da mediatriz de cada um dos segmentos cujos extremos se indicam:
a) A (0, 0) ; B (6, 6)
b) A (2, 1) ; B (7, 1)
c) A (1, 2) ; B (-3, 5)

4. Escreve equações das circunferências de centro C e raio r:


a) C (0, 0) r = 5
b) C (-2, 0) r = 1
c) C (3, -2) r= 2

5. Dados os pontos A (1, 2) e B (4, 6), determina:


a) Uma condição que defina a reta que passa por B e é perpendicular a AB
b) Um ponto C do eixo dos y de modo que [ABC] seja retângulo em B

6. Define analiticamente o conjunto dos pontos equidistantes dos pontos (1, 3) e (-3, 5).
O ponto (4, 2) pertence a esse conjunto?

7. Representa graficamente , num mesmo referencial, as retas de equação:


a) y = x + 1
b) y = -x + 1
c) y = -3x + 1

Reta e circunferência | 81
M E T A S

possivel espaço para imagem ou aplicação gráficaItatur sus


eum expe none doloribusa quatio. Itatas et laccustor sant
Analisar gráficos
elicillum quatur, de funções
ventio. Et quistereais
eruntdeeosvariável real
exerro cullestiae
porist aborit la conserit et, voloreprecte sunt pos nonsector
apis eos es sequi
Reconhecer dempore sed gráficas
propriedades quias aut eanis sam, officiet
analíticas em
accatiusda doluptatur ressumquam dolorempori ut exerem
funções reaisdolori
et quam nobis de variável real qui aut qui idest fugit
alitati orecusa
verspero comnis volut ilit, inuscipsae sus nus as et aciatur?
Porporeped
Efetuar quo maiocom
operações exernat.
polinómios
Ic to maio. Itasimusaped ma dolorro inis sit voluptatur sam
quossi nulluptate poriatium venda si doluptatem alit aces
Resolver problemas
experiae nones envolvendo
debisci od qui sunt. funções
polinomiais e racionais
Doluptat ea isitis sundaeroruntsimples.
quistia vel milicia nos aut
eosae parumquisque nis cum, odignat emoditatis re, omnis
quam, sam enda dolesti nihitibus, ne que ipsam et, te re
nulparc ipsus, expe venest, necum aut faccull oribusam dent
elest, cus quas ne aut et mil esequistibus etumet atur, et mo-
lest as sequisime vendis discit eliquunt esti vendantem sam
fugia quiam raerspe nobit quuntur moluptium hil il minvend
igendipsam explita tatecab int parum quod evellitatis ius
enda am ut arion rest que ipis nem si con es dolorem ut quo
Unidade Temática 3 | Gráficos e Funções

Revisão do conceito de função


Função real de variável real
Polinómios
Funções polinomiais
Funções racionais
Unidade Temática 3 | Gráficos e funções

Conteúdos Generalidades sobre funções


Revisão do conceito de função
Produto cartesiano Um dos objetivos da Matemática é explorar conceitos que permitam
Formas de definir uma função estudar uma grande variedade de situações concretas. Para uma melhor
Função real de variável real: compreensão dos fenómenos que ocorrem nos dias de hoje, é essencial
Representação gráfica aperfeiçoar e ampliar os conhecimentos sobre funções.
Estudo analítico: generalidades

Recorre-se, neste tema, a atividades de carácter intuitivo baseadas,


sempre que possível, nas relações do dia-a-dia em várias situações
concretas, com o objectivo de explorar o conceito de função, tanto nos
seus aspetos gráficos como algumas das suas propriedades analíticas.
Pela sua importância e utilidade, realçam-se as transformações dos
gráficos no estudo das funções polinomiais e racionais, nos seus casos
mais simples. Os gráficos de funções estão presentes em muitos aspetos
da vida real, por exemplo nos exames laboratoriais, no registo dos
sismógrafos, no registo dos batimentos cardíacos e em muitos outros.

Revisão do conceito de função

A noção de aplicação ou função surge para nos ajudar a compreender as


relações entre os fenómenos físicos, biológicos, económicos, sociais...

Ao relacionarmos a tarifa de um Táxi com a distância percorrida ou, a


produção de um campo de milho ao longo dos anos ou, a temperatura
de um local para cada hora do dia, a intensidade da fotossíntese realizada
por uma planta em função da intensidade de luz a que ela é exposta,
deparamo-nos com a necessidade, ou a conveniência, de estabelecer
Tuk Tuk - Timor
uma correspondência entre dois conjuntos de elementos variáveis bem
definidos.

Produto cartesiano

Dados dois conjuntos A e B não vazios, definimos produto cartesiano entre


A e B, denotado por AxB, como o conjunto de todos os pares ordenados
da forma (x,y) onde x pertence ao primeiro conjunto A e y pertence ao
segundo conjunto B. Ou seja,

84
Exemplo

Dados A={a,b,c,d} e B={1,2,3},

O produto cartesiano AxB é formado por 12 pares ordenados e será dado


por: AxB= {(a,1),(a,2),(a,3),(b,1),(b,2),(b,3),(c,1),(c,2),(c,3),(d,1),(d,2),(d,3)}

Nota que

Se A possui m elementos e B possui n elementos, então AxB possui


mxn elementos.
Qualquer subconjunto de AxB representa uma correspondência entre
os conjuntos e designa-se por relação binária entre A e B.

Exemplo

Se A = {1,2} e B = {3,4}, o produto cartesiano é AxB={(1,3),(1,4),(2,3), (2,4)}


e neste caso, temos algumas relações possíveis em AxB, tais como:
R1 = {(1,3),(1,4)}
R2 = {(1,3)}
R3 = {(2,3),(2,4)}

Formas de definir uma função

Existem relações binárias entre dois conjuntos, onde a cada elemento do


conjunto de partida se faz corresponder de forma unívoca (um e só um)
a um elemento do conjunto de chegada por um processo, ou regra bem
determinada.

Ou seja,
Uma relação R: A B é unívoca se para cada x A, existe um e só um
y B, tal que y = R(x). Então, R diz-se uma aplicação ou função de A em B.

Mas, já deves ter reparado que as funções surgem representadas de


diversas formas. Recorda algumas destas formas.

Generalidades sobre funções | 85


Através de um texto em que se explicita como as variáveis se relacionam.

Exemplo

Perguntou-se a sete indivíduos qual o município de que eram naturais.


As respostas obtidas permitem estabelecer a seguinte correspondência:

No registo da relação, verifica-se que o “António é natural do município de


Aileu”. Dito de modo mais formal, o elemento “António” do conjunto de
partida, corresponde ao elemento “Aileu” do conjunto de chegada, através
da relação “ser natural de” definida entre um conjunto de indivíduos e um
conjunto dos municípios.

Tabela
Um quadro de dupla entrada onde se assinalam quais os valores que
tarefa 1
uma variável (dependente) assume relativamente à outra variável
Sejam os conjuntos A= {1,2,3} e
B= {1,3,4,5} de números reais e a (independente);
relação definida por
R={(x,y) A×B : y =2x-1}.
Qual dos gráficos cartesianos abaixo, Exemplo
representa a relação R?
Numa cidade C, as temperaturas médias mensais (graus centígrados)
observadas ao longo de um determinado ano, são as que estão indicadas
na tabela:

Nesta tabela, verifica-se que a temperatura média mensal na cidade C,


varia ao longo dos meses do ano, assumindo o valor mínimo e negativo
no mês de janeiro e o valor máximo de 21ºC nos meses de Julho e Agosto.

Em muitas situações, nomeadamente, quando os conjuntos envolvidos


são numéricos e os seus elementos podem ser dispostos por certa ordem
(ou numa escala), a correspondência torna-se mais fácil de interpretar se
além de usarmos uma tabela, a representarmos através de uma imagem
gráfica.

86 | Gráficos e funções
Representação gráfica
Os gráficos não são mais são do que representações visuais de uma relação
tarefa 2
entre duas variáveis. Estas representações gráficas podem ser obtidas
Sejam os conjuntos A = {1, 2, 3, 4, 5} e
num esboço em papel ou num desenho no quadro da sala ou, através de B = {-2, -1, 0, 1, 2, 4, 6, 8, 10} e a
relação R= {(x,y): y = x(x - 3)} definida
uma imagem mais precisa em escala milimétrica ou, numa aplicação do
sobre A×B.
computador ou calculadora gráfica.
Apresenta R de uma forma explícita
e constrói o gráfico cartesiano desta
relação.
Ao subconjunto constituído por todos
os pares ordenados da relação R, chama-se Gráfico de R.

A informação do exemplo anterior é apresentada no seguinte gráfico


cartesiano onde os meses são representados por ordem numérica e,
onde se observa mais visualmente como se distribuíram as temperaturas
médias mensais ao longo do ano.

tarefa 3
Na maioria dos países da Europa,
Exemplo a temperatura é indicada na escala
Celsius (C). No norte da Europa e
nos Estados Unidos, usa-se a escala
Ao observar o crescimento de determinada planta registámos, numa Fahrenheit (F).

tabela de duas entradas, a altura em milímetros ao longo de cada um dos Considera a expressão analítica que te
permite transformar graus Celcius em
7 dias da semana. A medição é efetuada uma única vez em cada dia, a graus Fahrenheit:
uma hora determinada.

a) Passa para o teu caderno e


completa a tabela que ajuda a
descrever a conversão:
b) Qual foi a expressão que obtiveste
na última coluna?
c) Justifica que esta relação é uma
função real de variável real e indica
quais as variáveis que intervêm na
função
d) Calcula mais alguns valores para
a função e tenta esboçar uma sua
representação gráfica.

Generalidades sobre funções | 87


Os dados obtidos podem ser também organizados e apresentados através
tarefa 4
do gráfico seguinte:
O gráfico seguinte, relaciona a
distância (em Km) percorrida com o
tempo (em minutos) gasto por um
comboio que percorre toda uma certa
linha.

a) Quantos quilómetros foram


percorridos pelo comboio desde a
Expressão analítica
origem até ao destino? Ou seja, uma fórmula, ou expressão algébrica, que modela a relação
b) Quanto tempo demorou a percorrer existente entre as duas variáveis.
os primeiros 8 Km?
c) Quantos quilómetros tinham
percorrido o comboio ao fim de 8 Exemplo
minutos?
A área de um quadrado de lado l é dada pela fórmula: A = l2 .
d) Sabemos que o comboio só parou
nas estações. Quantas estações
existem nesta linha? Qual a distância
entre as estações? Exemplo

e) Demorou o mesmo tempo em Na Física, quando um objeto que emite um som de frequência 10 kHz
todas as paragens? Tenta encontrar
uma justificação para esse facto.
se move com velocidade v (m/s) relativamente a um observador fixo,
a frequência de som que este recebe é dada por f (v) = 10c/(c - v) kHz,
onde c = 340 m/s representa a velocidade do som. A cada velocidade v (entre
0 e 340) corresponde, por meio desta fórmula, a frequência percebida.

Função real de variável real

Uma função numérica é uma


correspondência entre con-
juntos numéricos que fun-
ciona como uma máquina
em que introduzimos um
número x (do conjunto de
partida A) e dela saindo um
outro número y (do conjunto
de chegada B), obtido por alguma forma ou regra especial de transformação.

88 | Gráficos e funções
Seja f(x) a regra a que se faz referência. Nota
o conhecimento de uma função
f : A → B, fica completo quando estão
Escrevemos para indicar que se trata de uma função de A em B, perfeitamente definidos o conjunto
tal que a cada elemento x A (A é o conjunto de partida) designa-se de A e a regra que permite determinar a
imagem de cada objeto.
“objeto” a que corresponde um único elemento y B (B é o conjunto de
chegada) designado de “imagem” ou “transformado”, que lhe é associado
pela regra y = f (x).

Quando o conjunto A e o conjunto B são subconjuntos de IR, dizemos que


f é uma função real de variável real.

Representação gráfica

tarefa 5
A representação gráfica de uma função real de variável real é importante Quais os gráficos que representam
porque fornece informação rápida e intuitiva acerca das suas propriedades. funções?

Na maioria das funções reais de variável real apenas se pode representar


uma parte do seu gráfico, torna-se por vezes necessário conjugar a
observação gráfica com o estudo analítico a partir da expressão algébrica.

Nota

uma curva representa o gráfico de uma função se qualquer reta


vertical que imagines cruza a curva, no máximo, em um ponto.

Partindo de uma função real de variável real definida por: y = f(x), obtemos
as seguintes transformações.

Simetrias:
• y = -f(x) é simétrico em relação ao eixo das abcissas.
• y = f(-x) é simétrico em relação ao eixo das ordenadas.
• y = -f(-x) é simétrico em relação à origem do referencial.

Generalidades sobre funções | 89


Deslocações verticais e horizontais:

Exemplo

Sejam os gráficos das funções definidas por:


y = f(x-1) ; y = f(x-2) ; y = f(x+1) ; y = f(x+2) ; y = f(x+3) ; y = f(x+4).

No mesmo referencial cartesiano, uma representação gráfica destas


funções é a seguinte:

Se subtrairmos ou adicionarmos uma constante a à variável independente:


• f(x-a) é uma translação de f(x) associada ao vetor horizontal (a,0)
• f(x+a) é uma translação de f(x) associada ao vetor horizontal (-a,0)

Exemplo

Sejam os gráficos das funções definidas por:


y = f(x)-1 ; y = f(x)-2 ; y = f(x)-3 ; y = f(x)+1 ; y = f(x)+2.
tarefa 6
A figura representa graficamente uma
função f de domínio [-1, 5]. No mesmo referencial cartesiano, uma representação gráfica para estas
funções é a seguinte:

Esboça o gráfico de cada uma das


seguintes funções:
a(x) = f(x) – 1
b(x) = f(x +2)
c(x) = f(x +2) - 1
d(x) = - f(x)
e(x) = f(-x)

90 | Gráficos e funções
Se adicionarmos ou subtrairmos uma constante b a f(x):

• f(x)+b é uma translação de f(x) associada ao vetor vertical (0,b)


• f(x)-b é uma translação de f(x) associada ao vetor vertical (0,-b)

De um modo geral, quando se considera que a função é definida pela


expressão y = f(x - a)+b , a sua representação gráfica pode ser obtida
a partir de uma translação do gráfico de y= f(x) associada ao vetor
oblíquo (a,b).

Estudo analítico: generalidades

Uma função está caracterizada quando se conhece o conjunto de


partida ou, o seu domínio, o conjunto de chegada e, a regra que permite
determinar a imagem de cada objeto.

A representação gráfica envolve normalmente a determinação de pontos


notáveis e propriedades específicas de uma função que não podem ser
obtidas exclusivamente pela leitura do seu gráfico, o qual se identifica
com o conjunto de pontos do plano, cujas coordenadas são os pares
ordenados (x, f(x)) do produto cartesiano AxB.

Mas, no estudo intuitivo de propriedades das funções e dos seus gráficos,


há muitos outros aspetos que importa considerar. Destacam-se os
seguintes:

O subconjunto de A (conjunto de partida) que contém todos os objetos da


função identifica-se por Domínio e representa-se por Df.

O subconjunto de B (conjunto de chegada) constituído por todas as


imagens, identifica-se por Imagem ou Contradomínio da função e
representa-se por

Generalidades sobre funções | 91


Exemplo

A figura representa um referencial cartesiano com o gráfico de uma


função f.

O Domínio da função é o intervalo real [-2; 6,5].


O contradomínio é o intervalo real [-1,2].

De particular interesse analítico, são os pontos em que y = f(x) interseta


(se acontece) os eixos coordenados.

• Os pontos do eixo das ordenadas têm abcissa nula. Se o gráfico de


uma função interseta o eixo Oy, então o ponto tem de coordenadas
(0, f(0)).

tarefa 7 No exemplo, o gráfico da função cruza o eixo Oy no ponto (0, 2).


Considera três reservatórios cilíndricos
idênticos R1, R2 e R3,
inicialmente vazios que
começam a receber
água. Os gráficos abaixo • Designam-se de zeros da função, os pontos do eixo das abcissas com
representam o nível da
água nos reservatórios em função do ordenada nula. Procuram-se as soluções da equação f(x) = 0 , x Df.
tempo, decorrido desde o início do
processo.
No exemplo, o gráfico da função cruza o eixo Ox nos pontos (-2, 0),
(3,0) e (5,0). Diz-se que os zeros de f são o conjunto { -2, 3, 5}.

Estudar a variação do sinal de uma função consiste em saber quais os


Pela forma dos gráficos, procura valores de x Df que são solução da condição f(x) < 0 ou, que são solução
descrever como foi a entrada de água
em cada um dos reservatórios? da condição f(x) > 0.

A visualização do gráfico da função permite registar num quadro, quais os


valores do domínio em que a imagem deste gráfico se situa acima do eixo
Ox (função é positiva) ou, se situa abaixo do eixo Ox (função é negativa).

92 | Gráficos e funções
No exemplo, o comportamento da função representada pode ser
resumido no seguinte quadro de variação de sinal:

Nota
Ou seja,
Significa crescente
Significa decrescente
Significa constante

No exemplo, a monotonia da função pode ser registada num quadro de


variação.

Observando a representação gráfica de f verifica-se que:


f é crescente (sentido estrito) em [-2;0] [4;6,5]
f é decrescente (sentido estrito) em [0;1] [2;4]
f é constante em [1;2]

Sejam x1 e x2, quaisquer dois objetos de um intervalo I Df . Diz-se que:


f é constante,
f é crescente (sentido estrito) se
f é decrescente (sentido estrito) se .
Nota
Estudar uma função quanto à
monotonia passa por conhecer os
intervalos de maior amplitude em que
O máximo e o mínimo absolutos de uma função são respetivamente, a função cresce ou decresce.

caso existam, o valor máximo e mínimo do conjunto das imagens Uma função crescente ou decrescente
em todo o seu domínio diz-se
(contradomínio) da função. monótona.

• Diz-se que uma função f admite um máximo relativo (ou local) no


ponto a do seu domínio, se f toma junto a este ponto apenas valores
inferiores ou iguais ao valor de f(a). O ponto a diz-se um maximizante
relativo da função e f(a) é um máximo relativo da função.
• Diz-se que uma f admite um mínimo relativo (ou local) no ponto b do
seu domínio, se f toma junto a este ponto apenas valores superiores
ou iguais a f(b). Ou seja, o ponto b diz-se um minimizante relativo da
função e f(b) é um mínimo relativo da função.

Generalidades sobre funções | 93


No exemplo anterior, verificamos que:
-1 é um mínimo absoluto da função e 4 é um minimizante absoluto.
1,5 é um máximo relativo e (6,5) é maximizante relativo.
2 é máximo absoluto da função e 0 é maximizante absoluto.

Observa o seguinte exemplo de uma função par.

Se a representação gráfica de uma função é simétrica em relação ao eixo


Oy, então a função diz-se par. Ou seja, f é par se, para todo o x Df, se tem
que f (x) = f (-x).

Observa o seguinte exemplo de uma função ímpar.

Se a representação gráfica de uma função é simétrica em relação à origem


do referencial, então a função diz-se ímpar. Ou seja, f é ímpar se, para
todo o x Df, se tem que f (x) = - f (-x).

Nota que há funções que não são pares nem ímpares.

Se o contradomínio de uma função f coincidir com o conjunto de chegada,


então f diz-se uma função sobrejetiva.

94 | Gráficos e funções
Podemos dizer que f é injetiva se a quaisquer dois Tarefa 8
objetos distintos do seu domínio correspondem Os gráficos seguintes correspondem a
imagens distintas. funções pares? Ímpares? Nem pares
nem ímpares?

Se a função é injetiva então qualquer reta paralela ao eixo Ox interseta o


seu gráfico em apenas um ponto.

Uma função simultaneamente injetiva e sobrejetiva diz-se bijetiva.

Exemplo

A função é bijetiva.

Exemplo

A função g: { -2,1,0,1,2} → { 0,1, 2, 3, 4}, tal que não é injetiva,


porque, g(-2)=g(2) e -2 ≠ 2 e, também não é sobrejetiva, pois, CDg={0,1,4},
diferente do conjunto de chegada.

Generalidades sobre funções | 95


EXERCÍCIOS E PROBLEMAS

1. Em uma cidade existe uma rotunda circular, conforme se vê na figura.


Se um observador estiver no centro da rotunda (ponto A) e um automóvel der uma volta completa na rotunda,
qual dos gráficos seguintes melhor descreve a distância a que se encontra do observador.

2. O gráfico seguinte representa a quantidade de gasolina existente no depósito de um carro durante uma viagem.

a) O gráfico representa uma função? Justifica.


b) Explica o que terá acontecido na viagem no momento correspondente no gráfico à linha a tracejado.
c) Sabendo que a viagem envolveu dois tipos de percurso: um em cidade e outro em estrada, indica, justificando,
qual poderá ser a parte do gráfico correspondente ao percurso na cidade.
d) No contexto da situação, atribui coordenadas hipotéticas aos pontos A, B, C, D, E, F, G e H e apresenta os
resultados numa tabela que descreve a viagem realizada.
e) Com os dados da tabela, determina quais foram os consumos de gasolina para cada um dos percursos.

3. A tabela seguinte representa a variação de monotonia de uma função f.

a) Indica os intervalos onde a função é crescente ou decrescente.


b) Indica, se existirem, os zeros de f e os intervalos de variação de sinal da função.
c) Esboça uma possível representação gráfica para a função f. Explica como procedeste.

96 | Gráficos e funções
4. A figura representa graficamente uma função f real de variável real.

a) Indica qual o Domínio e o Contradomínio de f.


b) Indica os zeros da função.
c) Constrói o quadro de variação de sinal e indica o maior intervalo em que f(x) ≤ 0.
d) Indica um intervalo em que a função seja simultaneamente decrescente e positiva.
e) Determina o conjunto solução de cada uma das condições:
i) f(x) < 2
ii) f(x) ≥ 1
iii) f(x) = -1
f) A função é bijetiva? Justifica.

5. Observa os gráficos das funções que se seguem e indica para cada uma delas:

Generalidades sobre funções | 97


a) Domínio, o Contradomínio;
b) Os intervalos de variação do sinal e os zeros dos gráficos I e V;
c) Os intervalos de crescimento e decrescimento dos gráficos I e V;
d) Os extremos relativos e os extremos absolutos dos gráficos I e V, se existirem;

6. O João cronometrou o tempo que o irmão José demorou a tomar um duche e reparou que:

demorou 1 minuto e 33 segundos a molhar-se;

ensaboou-se com a torneira fechada e voltou a abrir a torneira 4 minutos e 4segundos após o início do duche;

terminou o duche, quando tinham decorrido 6 minutos e 33 segundos.

O João verificou que a torneira do duche tem um débito de água de 500 ml em 2,42 segundos.

a) Determina quanto tempo demorou o José a ensaboar-se. Apresenta todos os cálculos.


b) Quantos litros de água foram gastos pelo José no duche?
c) Que percentagem de água poupou pelo facto de ter fechado a torneira enquanto se ensaboava?
d) Qual dos seguintes gráficos descreve o banho do José? Explica a tua resposta.

98 | Gráficos e funções
7. A emissão de dióxido de carbono (CO2) tem contribuído de forma significativa para o aumento do efeito de
estufa. A quantidade de dióxido de carbono (CO2) emitida por um veículo automóvel pode ser calculada a partir
da fórmula seguinte:

• Q = N×E, em que Q é a quantidade de CO2 emitida durante a utilização da viatura, em gramas;

• N é o número de quilómetros percorridos pela viatura;

• E é o valor médio de emissão de CO2 em g/km (depende do veículo).

a) O Pedro mora a cerca de 1,7 km da escola e a mãe leva-o todas as manhãs de carro. O carro emite em média
90g de CO2 por cada quilómetro percorrido.
Que quantidade de CO2 emitirá o carro da mãe do Pedro nestas viagens, durante os nove meses escolares?

b) O pai do Pedro utiliza um veículo da empresa que tem uma emissão média de CO2 de cerca de 179 g/km. A
empresa tem um compromisso ambiental - cada um dos seus veículos não pode emitir mais do que 1 tonelada
de CO2 por ano.
Qual é o número máximo de quilómetros que o pai do Pedro pode fazer por ano de modo a cumprir o compromisso
ambiental estabelecido pela empresa?
Apresenta todos os cálculos que efetuares.

Generalidades sobre funções | 99


Conteúdos: Funções polinomiais e racionais

Polinómios de grau n
Polinómios de grau n
Operações algébricas
Função polinomial
Um polinómio é uma expressão racional inteira que envolve um número
finito de operações caracterizadas exclusivamente pela adição algébrica,
Funções polinomiais
Função afim a multiplicação e a potenciação de expoente inteiro natural da variável.
Função valor absoluto
Função quadrática
Função cúbica Um polinómio de grau n na variável IR, é uma expressão
na forma em
Funções racionais que são números reais com designados por
Fração algébrica
Função fracionária coeficientes polinomiais e n é um número inteiro positivo que indica o
Função proporção inversa
grau do polinómio.

Exemplo

é um polinómio de grau 0.
é um polinómio de grau 1.
é um polinómio incompleto de grau 7.
é um polinómio completo de grau 3.

Uma expressão polinomial com um único termo chama-se monómio. Se


tem dois termos diz-se um binómio. Três termos é um trinómio, ….

Exemplo

 … são monómios.
 … não são monómios
 , é um binómio (soma de dois termos não semelhantes )
, é um trinómio (soma de três termos não semelhantes),

Referência histórica Operações algébricas com polinómios de grau n


François Viete (1540-1603), advogado
e matemático francês, interessado
em decifrar códigos secretos nas Sejam os polinómios de grau n
mensagens espanholas, ficou
na história da álgebra, por ter
estabelecido fórmulas que relacionam
os coeficientes com as raízes de um
polinómio.

Os polinómios A(x) e B(x) dizem-se idênticos se e só se os coeficientes dos


termos semelhantes (mesmo grau) são iguais, isto é:

100 | Gráficos e funções


Exemplo

Determinar os números reais p e m de modo que os polinómios


Tarefa 9
seguintes sejam idênticos.
Indica o grau de cada um dos
polinómios e ordena-os segundo as
potências decrescentes da variável:

Verifica-se que:
• Se o maior dos expoentes da variável de coeficiente não nulo é o Tarefa 10
inteiro natural n, então o grau do polinómio na variável é n. Determina os valores dos parâmetros
reais a e b, de modo a sejam idênticos
os seguintes polinómios:
• Um polinómio diz-se completo quando estão presentes todos os
termos, desde os termos de maior grau até ao termo independente
(grau zero).

• Um polinómio é nulo quando para qualquer valor real de x se tem


P Ou seja, quando todos os seus coeficientes
são nulos

• Reduzir e ordenar um polinómio é escrever este polinómio


sem termos semelhantes e ordenado segundo as potências
decrescentes (ou crescentes) da variável.

Adição e Subtração

A adição de dois polinómios A(x) e B(x) é uma operação algébrica que


resulta em outro polinómio (soma) de grau igual ao maior grau dos dois
polinómios e cujos coeficientes são a soma dos coeficientes semelhantes,
isto é:

Funções polinomiais e racionais | 101


Exemplo
Um algorítmo
é uma sequência de instruções
ou processos executados numa
determinada sequência ou ordem,
tendo em vista obter um resultado ou
verificar uma condição. Começa-se por ordenar os polinómios segundo as potências
decrescentes da variável x e adicionam-se os termos semelhantes de
cada polinómio… Podemos dispor o cálculo com o seguinte algoritmo:

Para subtrair dois polinómios adiciona-se o primeiro polinómio com o


simétrico do segundo polinómio. Ou seja,

Tarefa 11
Considera os polinómios: Multiplicação

a) Indica qual o grau de cada um dos A multiplicação de dois polinómios A(x) e B(x) é uma operação algébrica
polinómios. que resulta em outro polinómio (produto) de grau igual à soma dos graus
b) Calcula com a forma de polinómio dos dois polinómios e cujos termos são obtidos multiplicando cada termo
irredutível:
do primeiro polinómio por todos os termos do segundo e somando-se os
resultados obtidos, isto é:

Exemplo

102 | Gráficos e funções


Começamos por ordenar os polinómios segundo as potências
decrescentes da variável x e multiplica-se cada termo do 2º polinómio
por cada termo do 1º polinómio e, assim sucessivamente.
Podemos dispor o cálculo com o seguinte algoritmo.

Então, o produto

Nota que o grau do produto de dois polinómios é igual à soma dos


graus dos termos de maior grau de cada um dos polinómios fatores.

Há produtos de polinómios que aparecem com muita frequência e com


variadas aplicações em Matemática e que nos merecem especial atenção.
Estes casos são conhecidos como casos notáveis de multiplicação de
polinómios: o quadrado de um binómio e a diferença de quadrados.

Recorda que:
• O quadrado do binómio obtém-se adicionando o quadrado do
primeiro termo com o dobro do produto do primeiro pelo segundo e
com o quadrado do segundo termo.

Exemplo

• O produto de dois binómios que só diferem no sinal de um dos termos


é igual à diferença dos quadrados dos termos.

Exemplo

Funções polinomiais e racionais | 103


Divisão

Um polinómio D (x) de grau m é divisível por outro polinómio d(x) (não


nulo e de grau n), com m ≥ n, se existir um outro polinómio (quociente)
Q(x) de grau (m - n), tal que: D(x)= Q(x).d(x)

Exemplo

Então A(x) e divisível por B(x) e o quociente é o polinómio


 de grau 2, tal que:
então

Tal como na operação de divisão usual entre números naturais, a divisão


inteira de polinómios consiste em obter um quociente e um resto, tal que,
o produto do quociente pelo divisor mais o resto seja igual ao dividendo.

D(x) =Q(x).d(x) + R(x)


Sejam, D(x) um polinómio (Dividendo) e d(x) um polinómio divisor, não
nulo. Então, dividir os polinómios D(x) por d(x), representa-se D(x):d(x),
e significa obter um outro polinómio Q(x)- Quociente e um polinómio
Resto, tais que:
D(x) =Q(x).d(x) + R(x) , sendo
Q(x) o quociente inteiro da divisão (grau Q(x) = grau D(x) - grau d(x))
R(x) o resto da divisão (grau R(x) < grau d(x)).

Para determinar o quociente e o resto na divisão inteira entre dois


polinómios vamos utilizar um algoritmo cujos passos são os seguintes:

Método da divisão sucessiva (algoritmo de Euclides)


1. Ordenar os polinómios, dividendo e divisor, segundo potências
decrescentes de x.
2. Dividir o primeiro termo do dividendo D(x) pelo primeiro termo do
divisor d(x), para obter o primeiro termo do quociente Q(x).
3. Multiplicar o primeiro termo de Q(x) obtido por d(x) e adicionar o
simétrico (subtrair) do resultado a D(x).
4. Repetir o segundo passo até que o grau do resto seja menor que
o grau de d(x).

104 | Gráficos e funções


Exemplo

Determinar o quociente e o resto da divisão de


Tarefa 12
por
Efectua a divisão dos polinómios:
Pelo algoritmo de Euclides, temos que:

Exemplo

Efetua a divisão entre os polinómios: Tarefa 13


Determina o quociente e o resto da
divisão de:

Pelo algoritmo de Euclides, temos que:

Recorda que quando o dividendo é divisível pelo divisor, o resto da divisão


é igual a zero e, a divisão diz-se exata.

Uma situação particular, é a divisão entre polinómios em que o divisor é


um binómio do 1º grau que se reduz ao tipo x – α .
Devido à sua importância prática, apresenta-se a seguir um algoritmo
simples que permite determinar os coeficientes do polinómio quociente e
o resto da divisão, conhecido como Regra de Ruffini:

Funções polinomiais e racionais | 105


Regra de Ruffini
Referência histórica
Paolo Ruffini (1765-1822), médico e Seja um polinómio
matemático italiano, católico devoto, qualquer de grau e
autor da obra Dell’immortalità dell’
anima” publicada em Modena no o quociente da divisão de  por um binómio do tipo (x – α), e,
ano de 1806 e dedicada ao Papa Pio cujo resto designamos por
VII. Mas, seria na matemática que se
viria a notabilizar com a publicação
de vários trabalhos onde se destaca
‘o melhor método para determinação Aplicando a relação fundamental da divisão, temos:
da raiz de uma equação numérica de
qualquer grau’.

Pelo princípio da identidade de polinómios, efetuando-se o produto e


igualando-se membro a membro os coeficientes com a mesma potência,
obtemos as seguintes identidades:

O esquema seguinte, é o algoritmo que traduz a regra que permite dispor


os coeficientes de forma a economizar tempo com operações:

De acordo com o esquema apresentado,


1. Começa-se por alinhar os coeficientes do polinómio dividendo
ordenados segundo as potências decrescentes da variável x, incluindo
os coeficientes nulos, se existirem;
2. No canto mais à esquerda coloca-se o valor de a que anula o divisor;
3. Copia-se o 1º coeficiente (da esquerda para a direita) do dividendo
para o nível inferior à linha;
4. Multiplica-se o coeficiente anterior por a e coloca-se o produto
obtido imediatamente abaixo do 2º coeficiente do dividendo e
adicionam-se os dois valores;
5. Repete-se o processo anterior até ao final;
6. O último coeficiente abaixo da 2ª linha é o resto da divisão.

106 | Gráficos e funções


Exemplo

Dividir o polinómio

Nota
o grau do polinómio quociente é
igual à diferença entre os graus do
polinómio dividendo e do polinómio
divisor.

Então, como Q(x) é um polinómio de grau (3-1) = 2, temos:

Exemplo

Dividir o polinómio Tarefa 14


Determina por dois processos
diferentes o polinómio tal que:

Tarefa 15
Escreve um polinómio do 2.º grau
que admite como raízes reais 1 e 2 e
dividido pelo binómio (x +1) dá
resto 3.
e, neste caso é o quociente
obtido no algoritmo e o Resto é o mesmo.

Funções polinomiais e racionais | 107


Exemplo
Tarefa 16
Utiliza a regra de Ruffini para
Mostrar que  é divisível por
determinar o quociente e resto, Neste caso, aplica-se duas vezes a regra de Ruffini.
nas divisões entre os seguintes
polinómios:

Teorema do Resto
Seja uma solução da equação polinomial P(x), então o resto da
divisão inteira de P(x) pelo binómio (x – α) é P (α).

Demonstração
A divisão inteira implica que existe um polinómio quociente Q(x),não
nulo e de grau inferior em uma unidade ao do polinómio P(x) e o resto
R é uma constante, tal que P(x) = Q(x)(x - α) + P(α). Podemos escrever:

Como consequência do teorema do Resto, verifica se o polinómio P(x)


é divisível por (x – α), então P(α) = 0, ou seja α é uma solução
(ou raiz) de P(x).

Exemplo

Tarefa 17
Determinar o valor de k de modo a que seja zero o resto da divisão do
Determina de modo que a
polinómio
divisão de

Pelo Teorema do Resto, temos que

108 | Gráficos e funções


Se raízes reais de um polinómio então o
Tarefa 18
polinómio pode ser decomposto (fatorizado) em um produto de fatores
Verifica que 0, 1 e 2 são raízes de
binómios, tais que: 
onde é o coeficiente do termo de maior grau.
e escreve P(x) na forma fatorizada.

Exemplo

Fatorizar o polinómio  sabendo que


é divisível pelo polinómio 

 pois pela fórmula resolvente de


Tarefa 19
uma equação de 2º grau, 
Considera o polinómio
Se o polinómio A(x) é divisível por B(x), então admite também as
raízes 2 e 1.
a) Verifica que −1 é um zero triplo de
Neste caso, aplica-se duas vezes a regra de Ruffini, vem que: P(x) .
b) Decompõe P(x) num produto de
fatores binómios de grau menor ou
igual a 1.

Tarefa 20
Fatoriza os seguintes polinómios:

Escrevendo o polinómio na forma fatorizada, vem: sabendo que admite 1 como raiz
dupla.

Funções Polinomiais

Consideremos, em IR, as funções:


f( ) = +1
g( ) = 2 2 - 3 + 8
h( ) = 3 + 2
Cada uma delas é representada por um polinómio. Por isso dizem-se
funções polinomiais.

Função polinomial é toda a função representável por um polinómio.


Funções polinomiais e racionais | 109
Função Afim

Uma função diz-se polinomial de primeiro grau quando existem


constantes reais a, b, (a ≠ 0 ) tais que 

Observamos que:
a) Se a ≠ 0 e b ≠ 0, temos que  define uma função afim.

Propriedades gráficas:
• O gráfico é uma reta oblíqua de equação
• Para se obter uma imagem do gráfico de uma função afim é suficiente
encontrar dois pontos distintos e traçar a reta que
os contém.
• é o declive ou coeficiente angular da reta AB.
• O ponto é o ponto de interseção da reta de equação
com o eixo Oy.

Propriedades analíticas:
• Df = IR
• CDf = IR
• Zeros:
• Variação de sinal: Toma o sinal do coeficiente para todo o

• Crescente ou decrescente e não tem extremos


• É injetiva e sobrejetiva (bijetiva).

110 | Gráficos e funções


b) Se a ≠ 0 e b = 0, temos que define uma função linear.

Propriedades gráficas:
Tarefa 21
• O gráfico é uma reta oblíqua de equação  que cruza a origem A conversão da medida de
do plano cartesiano e exprime que entre as variáveis x e y existe uma temperatura de graus Fahrenheit (˚F)
para Celsius (˚C) é uma função afim.
proporcionalidade direta, visto que o quociente entre estes dois
Escreva esta regra sabendo que
valores é sempre constante e igual a 0˚C = 32˚F e 100˚C = 212˚F.

Em termos analíticos:
• Df = IR
• CDf= IR
• Zeros: , zeros={0}
• Variação de sinal: Toma o sinal do coeficiente para todo o

• Crescente ou decrescente e não tem extremos


• É injetiva e sobrejetiva (bijetiva).

Exemplo

Ao se verter água para um recipiente de forma cilíndrica, a altura h


depende do volume v de líquido despejado. Supondo que base do
recipiente tem 2x10-1 dm2 de área. Então, a relação que permite
determinar h em função de v é dada por: h(v) =5.v (v≥0).

Qual será a altura do nível da água vertida quando o volume é de 1 litro?


Ora, o volume do cilindro de altura é dado pela fórmula
em que r é o raio do círculo da base. Sabe-se que 1litro=1 dm3.
Então, Ou seja, a altura do recipiente é de 2dm.

Funções polinomiais e racionais | 111


Estas grandezas são diretamente proporcionais?
São, porque é constante a razão

c) Se a = 0, temos que  define uma função constante.

Propriedades gráficas:
• O gráfico é uma reta paralela ou coincidente (se b=0) ao eixo Ox que cruza
Tarefa 22
o eixo Oy no ponto de ordenada igual a b.
Um ladrão conseguiu evadir-se da
prisão onde havia sido aprisionado
pela polícia. Conseguiu furtar uma
viatura e, quando é detetada a
sua fuga está a 20 km de distância,
deslocando-se a uma velocidade de
72 Km/hora.
Os polícias, ao perceberem a sua fuga
vão no se encalço com uma velocidade
de 108 km/hora. A distância entre o
lugar onde o ladrão esteve detido e a
fronteira da liberdade é de 183,3 km.
Conseguirá este ladrão escapar-se à
polícia?
Em termos analíticos:
• Df = IR
• CDf=
• Constante, para todo o
• Zeros: não tem, Se = 0 então a função é nula.
• Variação de sinal: Toma o sinal do parâmetro ( ≠ 0). É não injetiva
e não sobrejectiva.

Exemplo

O Manuel todas as semanas enche o depósito do seu carro com gasóleo.


O preço de um litro de gasóleo durante seis semanas consecutivas
pode ser representado pelo gráfico seguinte:

O que podes concluir acerca do preço do gasóleo nestas seis semanas?


Conclui-se que o preço do gasóleo se manteve constante durante as
seis semanas e igual 1,21 $.

112 | Gráficos e funções


Escreve uma expressão que modela a situação.
A situação pode ser expressa por o custo (em $) do litro de gasóleo
ao longo do tempo t (em semanas) e modelado por c(t) =1,21 (t >0).

Qual o domínio e contradomínio da função c?


Domínio = , Contradominio= {1,21}.

Funções definidas por ramos

Há funções que são definidas em partes distintas do seu domínio por


expressões diferentes. Estas funções dizem-se funções definidas por
ramos, troços ou intervalos

Exemplo

A função f que faz corresponder a cada número real positivo o seu triplo e
a cada número real não positivo, o seu dobro mais uma unidade.

A função é definida por expressões polinomiais de 1º grau, em


partes diferentes do seu domínio. Diz-se, por isso, uma função afim
por ramos.

O Domínio e o contradomínio da função f é IR.

Se esboçares o gráfico de f, verificas que, quando a variável x≤0, tem-se


uma semirreta com origem no ponto (0,1) e que passa no ponto (-1,-1)
e, quando x>0, tem-se uma semirreta contida numa reta que passa na
origem do referencial e no ponto (1,3).

(Nota que o ponto (0,0) não pertençe à semirreta).

Funções polinomiais e racionais | 113


Exemplo

Se consideramos a correspondência que a cada número real faz


Tarefa 23
corresponder o seu valor absoluto, obtemos uma função afim por ramos
Um estabelecimento comercial
oferece descontos aos seus clientes: muito especial. Ou seja,
· 10% em compras até 100 $.
· 15% em compras superiores a 100 $.
Seja D a função que ao valor
das compras associa o desconto
correspondente. Define a função D Para se obter uma representação gráfica da função valor absoluto,
gráfica e analiticamente. representa-se e que corresponde a
traçar duas semirretas com origem em (0,0) e contidas nas retas bissetrizes
dos quadrantes pares e ímpares, respetivamente.

Observa que:
• D

• Zeros: x=0, zeros={0}
• A função é não negativa para todo
• O gráfico é simétrico em relação ao eixo Oy. Ou seja, tem-se que
para todo o

A partir do estudo da função valor absoluto, observamos propriedades


similares em outras funções que envolvem a expressão de módulo, ou
valor absoluto.

114 | Gráficos e funções


Exemplo

Traçar o gráfico das funções definidas, em IR, por:


,

Tarefa 24
Determina, se existirem, os pontos de
interseção com os eixos coordenados,
dos gráficos representativos de cada
uma das funções reais de variável real:

Para se obter o gráfico das funções do tipo , basta


efetuar o deslocamento do gráfico da função valor absoluto, definida por
na vertical - Translação associada ao vetor

Exemplo

Traçar o gráfico das funções definidas, em IR, por:


,

Tarefa 25
Estuda a variação de sinal de cada
uma das funções, definidas em IR, por:

Para se obter o gráfico das funções do tipo basta


efetuar o deslocamento do gráfico da função valor absoluto, definida por
na horizontal - Translação associada ao vetor

Funções polinomiais e racionais | 115


Exemplo

Tarefa 26 Esboçar o gráfico da função de ramos, definida, em IR, por:


Sejam as funções tais que: Indica a sua expressão analítica.

Ora, o gráfico da função obtém-se deslocando o gráfico da função


Quais as representações gráficas que
corresponde a cada uma das funções? y=|x|, na vertical-Translação associada ao vetor (0,-2), seguida de uma
deslocação, na horizontal-Translação associada o vetor (-3,0). Ou seja,
o gráfico desloca-se por translação associada ao vetor oblíquo (-3,-2).

A função pode ser definida por ramos, tal que:

Representa graficamente a função


afim
Nota
a) A partir deste gráfico obtém
o gráfico da função h, tal que Se a função é definida então, o
.
respetivo gráfico obtém-se a partir do gráfico da função
b) Define uma expressão para h(x),
sem usar os módulos. mantendo os pontos de ordenada positiva ou nula e transformando
os pontos de ordenada negativa através de uma simetria em relação
ao eixo Ox (Verifica!)

Tarefa 27
Considera as seguintes funções reais,
definidas por: Função Quadrática

Quando um satélite artificial é colocado


em órbita geoestacionária, ele emite um
a) Representa-as, num mesmo
referencial cartesiano.
conjunto de ondas eletromagnéticas que
b) Compara os gráficos obtidos com
poderão ser captadas pela antena
gráfico da função absoluto. Que parabólica ou radar, uma vez que o feixe
concluis?
de raios atingirá a antena recetora que

116 | Gráficos e funções


tem formato parabólico e então ocorrerá a reflexão desses raios para um
Propriedade refletora da
único lugar (foco da parábola). parábola:

Com o mesmo princípio, os raios luminosos refletidos por um holofote Quando, a partir de um qualquer
ponto exterior, se traça um segmento
ou pelos faróis de um automóvel ou moto, são espelhados por dentro e de reta paralelo ao eixo da parábola,
refletidos paralelamente ao eixo que contém a lâmpada (foco) e o vértice este encontra a parábola num ponto
que reflete um segmento de reta que
da parábola. passa pelo foco e faz com a curva um
ângulo igual ao do primeiro segmento.

Uma função é uma função quadrática (ou polinomial de


segundo grau), quando existem constantes reais a, b, c tais que

Seja a função que a cada valor faz corresponder o seu quadrado.


Ou seja,

Propriedades gráficas:
Começa, por exemplo, por calcular as imagens de alguns pontos do
gráfico da função.

Representando os pontos no referencial cartesiano, verifica-se


que estes se situam sobre uma parábola com vértice na origem e
concavidade voltada para cima. A parábola é simétrica em relação ao
eixo das ordenadas Oy.

Propriedades analíticas:


• A interseção com os eixos é na origem do referencial
• f é positiva em IR\ {0}
• f é decrescente em
• f é uma função par.

Observemos propriedades gráficas e analíticas noutras funções


quadráticas, obtendo os gráficos respetivos por transformações simples
do gráfico da função definida por

Funções polinomiais e racionais | 117


Exemplo

Traçar o gráfico das funções definidas, em IR, por:


,

Para cada valor de obtêm-se contraindo


(|a|>1) ou alongando (|a|<1), na horizontal, o gráfico da função f.
Se então a parábola inverte o sentido da concavidade e o gráfico
de g é simétrico em relação ao eixo Ox.

Exemplo

Traçar o gráfico das funções


definidas, em IR, por:
,

Para cada valor de obtêm-se adicionando


k unidades às imagens da função f. Ou seja, o gráfico da função g é
uma deslocação do gráfico da função f ao longo do eixo vertical Oy-
Translação segundo o vetor (0,k), de modo a que o vértice da parábola
representativa de

Exemplo

Traçar o gráfico das funções definidas, em IR, por:

118 | Gráficos e funções


Tarefa 28
Considera as funções definidas em
IR, por:

a) Esboça o gráfico de cada uma das


funções.
Para cada valor de tem por gráfico b) Compara os gráficos obtidos
a deslocação do gráfico da função f ao longo do eixo horizontal com gráfico da função Que
concluis?
Ox- Translação segundo o vetor (h,0), de modo a que o vértice da
parábola representativa de

Exemplo

Traçar o gráfico da função quadrática definida por


A representação gráfica desta função pode ser obtida a partir de
transformações sucessivas do gráfico da função

Tarefa 29
Considera a parábola de equação

a) Transforma a equação dada na


forma
b) Indica as coordenadas do vértice e
a equação do eixo de simetria.
c) Descreve, uma sequência de
transformações simples que te
permitem obter a parábola, a partir do
gráfico

1º) O gráfico de deslocando-se sobre o eixo Ox


(na horizontal) 3/4 da unidade para a esquerda;
2º) O gráfico de , contrai-se na vertical,
provocada pelo fator multiplicador 3;
3º) O gráfico de desloca-se sobre o
eixo Oy (na vertical) duas unidades para baixo;
4º) O gráfico obtido é uma parábola de concavidade voltada para cima
( a > 0), com vértice em e eixo de simetria a reta de equação

Funções polinomiais e racionais | 119


Seja, agora, a função quadrática de domínio IR, definida por
Nota
as deslocações sucessivas paralelas
aos eixos coordenados da parábola de
equação representam
graficamente funções quadráticas,
definidas por uma expressão
designatória na forma Algebricamente, tem-se que:

• O gráfico representativo da função quadrática é uma parábola de


concavidade voltada para cima (se a > 0) ou de concavidade voltada
para baixo (se a < 0).

• Se a função quadrática pode ser expressa por


em que a parábola tem vértice em e eixo
de simetria a reta vertical

• A interseção da parábola com o eixo Ox pode obter-se calculando


Referência histórica: os zeros, que são soluções (ou raízes) da equação de segundo grau,
Bhaskara foi um astrólogo indiano caso existem, podem ser obtidas pela fórmula
que viveu de 1114 a 1185. A sua
obra mais famosa é o Lilavati, um resolvente de uma equação de 2º grau
livro com problemas simples de
Aritmética, Geometria Plana (medidas
e trigonometria) e Combinatória. A
palavra ‘Lilavati’ é um nome próprio
de mulher que, pensa-se, seria uma
homenagem à sua filha.
Na álgebra, Bhaskara ficou célebre
com a sua fórmula resolvente de uma
equação quadrática.

120 | Gráficos e funções


• Quanto à variação de crescimento e extremos:

Nota
Vértice da parábola v

• Quanto à variação de sinal:

Funções polinomiais e racionais | 121


O quadro resume o estudo da variação de sinal de uma função quadrática.

Exemplo

Qual é o conjunto solução da inequação


Tem-se que, a inequação é equivalente a
A solução desta inequação pode ser obtida do estudo da variação
do sinal da função quadrática definida, em IR, por
Para o efeito, determinamos os zeros

Observando o esboço do gráfico da


função, temos que esta é negativa no
intervalo [-3,1], que corresponde à
solução da condição

Tarefa 30
Seja a função quadrática definida, em Exemplo
IR por:
Atira-se uma pedra ao ar, num instante t0. Durante o movimento,
a altitude da pedra, medida a partir do solo (em metros), em cada
a) Calcula os zeros da função
instante t (segundos) é dada por
b) Representa graficamente a função e
indica quais as coordenadas do vértice Qual a altura máxima que a pedra atinge? Em que instante?
da parábola.
c) Indica os intervalos de monotonia,
os extremos e o contradomínio de f. Ora, sendo
d) Constrói um quadro de variação de
sinal de f.

122 | Gráficos e funções


Concluímos que (2, 22) são as coordenadas do vértice da parábola
que apresenta uma concavidade voltada para baixo (justifica!).
Então, a pedra atinge a altura máxima de 22 metros, dois segundos
após o lançamento.

Exemplo

Estudar a função quadrática definida em IR por


• Dg=IR
• Interseções com eixo Ox (Zeros): x = 1 e x= -2

• g é positiva em ]-2, 1[ e negativa em


• O gráfico de g é uma parábola com a concavidade voltada para
baixo.
• Para saber o CDg e a variação de crescimento da função, precisamos
saber quais as coordenadas do vértice da parábola.
Como o eixo de simetria contém o vértice da parábola, o eixo de
simetria tem de equação que corresponde à abcissa do
ponto médio do segmento de reta cujos extremos são os zeros de g.
Para saber qual a ordenada do vértice, basta calcular a imagem de -12
pela função f, ou seja,
Então, as coordenadas do vértice são

• g é crescente em e decrescente em

Função Cúbica

Uma função polinomial f : IR→IR é uma função cúbica (ou polinomial de


terceiro grau), quando existem constantes reais a, b, c ,d (a ≠ 0), tais que

Funções polinomiais e racionais | 123


Exemplo

Em, [0,+∞[, o volume V de um cubo em função da medida da sua aresta é


dado pela expressão

Seja, em IR, a função que faz corresponder a cada número o seu cubo,
definida por:

Para representar graficamente f(x)=x3 começa-se, por exemplo por


calcular as imagens de alguns pontos do gráfico da função.

Representam-se os pontos no referencial


cartesiano, verifica-se que:
• A curva representativa de f apresenta
uma concavidade voltada para baixo se
x < 0 e uma concavidade voltada para
cima se x > 0.
• Não tem eixos de simetria.

Propriedades analíticas:
Referência histórica:

Tartáglia, matemático italiano do sec.
XV é hoje lembrado com o nome da • f é uma função impar, ou seja,
fórmula Cardano-Tartáglia para a
resolução de alguns tipos de equações • f (0) = 0 e f (x) > 0 ( positiva)
do 3º grau (*) que o seu compatriota
Girolamo Cardano (1501-1576) viria • f é crescente em IR
a publicar no seu livro “Ars Magna”,
em 1545.
• A função não tem pontos extremos e CDf = IR.
(*) Para uma discussão sobre a
determinação exata das soluções de
uma equação de 3ºgrau (método de
Tartaglia, visita o site www.history. Exemplo
mcs.st-andrews.ac.uk/history/
HistTopics/Quadratic_etc_equations. Estudar analiticamente a função cúbica definida, em IR por ,
html)
com a seguinte representação gráfica:

124 | Gráficos e funções



Tarefa 31
• A curva representativa de f tem
Considera as funções definidas em IR
concavidade voltada para baixo se x < 0 e por:
a concavidade voltada para cima se x > 0.
Não tem eixos de simetria nem simetrias
em relação aos eixos coordenados (f não
é par nem ímpar)
• Zeros de f = {-1, 0, 1 }
a) Esboça o gráfico de cada uma das
funções.
b) Compara os gráficos obtidos
com gráfico da função Que
• f é estritamente crescente em e decrescente
concluis?
em
• A função tem um máximo relativo (local) igual a e um
mínimo relativo igual a

Funções racionais

Quando dividimos dois polinómios nem sempre se obtém por resultado


outro polinómio (divisão exata). Isto é, os polinómios não são divisíveis
entre si e o quociente obtido é uma expressão racional não inteira, ou
fracionária.

Fração algébrica

Uma fração algébrica é uma expressão racional da forma onde


são polinómios de grau 0

Os polinómios são, respetivamente, o numerador e o


denominador da expressão racional.

Exemplo

A expressão

Funções polinomiais e racionais | 125


Exemplo

A expressão uma fração racional de domínio D=IR (Verifica!)

Uma fração algébrica anula-se para os valores do seu domínio que


anulam o numerador. Ou seja,

Exemplo

Apesar de 1 e -1 anularem o numerador só -1 é solução porque 1


também anula o denominador.

Uma função real de variável real f é uma função racional fracionária


quando a sua expressão analítica é uma fração algébrica.

Função proporção inversa

Exemplo

Sabendo que a área de um terreno retangular é de 560 m2, escreve a


expressão que te permite determinar as suas dimensões.

A função proporção inversa é uma função racional fracionária, definida


por:

Se k = 1, a função proporcionalidade inversa representa a função inverso.


Esta função caracteriza-se por

126 | Gráficos e funções


O gráfico da função representa uma
curva, designada de hipérbole equilátera.

No caso geral da função de proporção inversa,

• O gráfico de uma função definida por é uma


hipérbole.
• Observa a influência do parâmetro “k” na função dada:

Observam-se as seguintes propriedades analíticas:


• Df = CDf= IR\{0}
Tarefa 32
• O gráfico de f não interseta o eixo Oy (pois x ≠ 0) Esboça o gráfico de começando
por construir uma tabela de valores,
• Não tem zeros. O gráfico de f não interseta o eixo Ox, (pois
para cada uma das situações
) seguintes:

• A função não tem máximos nem mínimos.


• A função é ímpar para todo o O gráfico é
simétrico em relação à origem do referencial.
• f é decrescente (k>0) ou crescente (k<0).
• Quanto à variação de sinal, a função é positiva em ]-∞,0[ se Que concluis, quanto ao aspeto
gráfico das funções?
e negativa em ]-∞,0[ se ; a função é negativa em ]0,+∞[ se
e positiva em ]0,+∞[ se .

Funções polinomiais e racionais | 127


Nota que

A representação gráfica de obtém-se a


partir do gráfico da função inverso, usando transformações
cartesianas simples:

Exemplo

Seja a função real de variável real definida por


A representação gráfica desta função pode ser obtida a partir de
transformações, no plano, do gráfico da função , segundo a
seguinte descrição:

128 | Gráficos e funções


Exemplo

Uma espécie rara de insetos foi descoberta numa floresta de Timor. Para
proteger esta espécie, os cientistas fizeram transportar alguns destes
insetos para uma área protegida. A população de insetos, t meses após
ter sido deslocada, era dada pela função

a) Qual domínio da função no contexto do problema?


Tem-se em IR que o domínio da função é . No
contexto do problema, 2+0,01t é sempre diferente de zero, visto que a
variável t representa o tempo.
b) Quantos insetos foram transportados?
Para se saber quantos insetos foram transportados, basta calcular a
população no momento inicial da contagem, ou seja quando t =0.
Temos que (foram transportados 250 insetos).
c) Qual a população, passados 5 anos?
Passados 5 anos são 5x12= 60 meses e
5960 é a população aproximada de insetos após 5 anos.
d) Passados quantos anos a população atinge 10000 elementos?
Para saber quanto tempo para que a população atinge 10000 insetos,
basta resolver a equação

uma vez que


Então, 130 meses correspondem a 10 anos e 10 meses, tempo decorrido
para que a população de insetos atinge 10000 elementos.

Funções polinomiais e racionais | 129


EXERCÍCIOS E PROBLEMAS

1. Determina todos os valores de de modo a que o polinómio 


seja um polinómio de:
a) Grau 1
b) Grau 2
c) Grau 3

2. A expressão  representa o volume (em cm3) de uma caixa com a forma


de um paralelepípedo, em função de uma das suas arestas .
Determina o valor de aresta a de modo que o volume da caixa seja 24 cm3.

3. Considere a função polinomial de 4º grau, definida por


a) Mostra que f é uma função par.
b) Determina os zeros de f.

(Sugestão: considera uma mudança de variável De


seguida, determina os valores de x, da equação inicial a partir dos valores de t encontrados. Este
método para a determinação das soluções de uma equação de 4º grau, chama-se método da equação
biquadrada.)

4. Dados os polinómios:

Determina:
a)
b)

5. Sobre um polinómio do 3º grau, sabe-se que:


• O coeficiente do termo de maior grau é igual a 1;
• É divisível por

Determina

6. Sobre um polinómio sabe-se que:




Determina P(2).

130 | Gráficos e funções


7. Determina os parâmetros A, B e C na seguinte identidade

8. Determina as constantes reais a, b, c para as quais o polinómio


é idêntico a

9. Determina o quociente Q e o resto R da divisão do polinómio

10. Numa divisão de polinómios, o divisor é e o resto é


Determina qual o dividendo.

11. Numa divisão de polinómios, o dividendo é eo


resto é Determina qual o divisor.

12. Determina os valores de α, para que o polinómio seja divisível pelo


binómio ( − 1).

13. Decompõe em factores os seguintes polinómios:


sabendo que é divisível por
sabendo que é divisível por
sabendo que ( -1) é uma raíz dupla do polinómio.

14. Considera a função definida em IR, por


a) Constrói o gráfico da função
b) Determina qual o domínio, contradomínio, variação e zeros da função f.
c) Escreve uma expressão por ramos que defina a função.

15. Um carro de transporte de mercadorias tem o seguinte tarifário:


• Taxa de saída – 3 $;
• 2 $ por quilómetro para os primeiros 10 km;
• 1,5 $ por quilómetro para os que excedem os primeiros 10 km.

Um cliente utiliza com frequência este transporte em distâncias variáveis que não excedem os 20 km. Para
determinar com facilidade o custo a pagar em cada transporte necessita de conhecer a função C que a cada
distância d faça corresponder o respetivo custo C.
Escreve a expressão que define a função C e representa a função graficamente.

Funções polinomiais e racionais | 131


16. Numa pequena padaria há um padeiro ao seu serviço. Mas, quando as encomendas são superiores a 600
pães, é necessário contratar mais outro funcionário. O gráfico mostra os resultados no mês de Janeiro.

a) Define uma expressão para a função f.


b) Calcula f(0) e explica o significado desse valor no contexto da situação.
c) Qual o número mínimo de pães para se obter um lucro igual ou superior a 1000 $?

17. A trajetória descrita por uma bola de golfe tem a forma de uma parábola. Num terreno plano a distância
percorrida pela bola foi de 30 metros e a altura máxima atingida foi de 9 metros. Escreve uma equação para
a trajetória da bola.

18. Num laboratório foi estudada uma colónia de bactérias. Às oito horas, foi feita a primeira contagem e as
seguintes de hora a hora. Verificou-se que N, o número de bactérias em milhares, decorridas h horas, é dado
por N (h) = - h2 + 4h + 9.
a) Quantas bactérias havia às oito horas?
b) Qual foi o resultado da segunda contagem?
c) Calcula N(2) – N(1) e interpreta o resultado no contexto do problema.
d) Em que período do dia o número de bactérias foi superior a 9000?
e) Descreve a evolução da colónia desde as 8 até às 13 horas.

19. Apesar do avanço da tecnologia resultar na produção de calculadoras cada vez mais potentes e compactas,
atualmente o preço destas tem baixado substancialmente. Para um certo tipo de calculadoras, estima-se que
o preço daqui a x meses seja de dólares.
a) Qual será o preço daqui a cinco meses?
b) De quanto será a queda no preço durante o 5.º mês?
c) Em que mês o preço baixará para 180 dólares?
d) O que acontece ao preço à medida que o tempo passa?

132 | Gráficos e funções


20. Estabelece a correspondência entre as expressões designatórias e os gráficos representados na figura.

Funções polinomiais e racionais | 133


SOLUÇÕES b.1) 53/9
b.2) 56/11
b.3) 21/11
UT1. Números e Álgebra
Subtema 1 - Os números
13.a)

2.

3. 3

5. 4211; 3349; -6285


b)

6. a) -21ºC
b) 8cm
c)45 garrafas
d)50lts

7. a.1) 66,(6)
14)
a.2) 4,8
a.3) 1333,(3) b)32,8$

8. 11,86m

9. a.1) > a.2) = a.3) <

b.1) b.2) b.3)


b.4)

c.1) Falsa c.2) Verdadeira


c.3) Verdadeira c.4) Falsa
c.5) Falsa
15. a) 1ª regra 4, 66 2ª regra 4,66
b) 1ª regra 0,24 2ª regra 0,24
10. a) 5/2
c) 1ª regra 23,45 2ª regra 23,44
b) 1/6
d) 1ª regra 8,12 2ª regra 8,12
c) 47/30
e) 1ª regra 0,22 2ª regra 0,22
d) 32/15
e) -11/15
16. a) Defeito: 5,2360 Excesso: 2,2361 Erro: 10-4
b) Defeito: 4,3778 Excesso: 4,3779 Erro: 10-4
11. a) Finita b)Finita
c) Defeito: 0,9142 Excesso: 0,9143 Erro: 10-4
c)Infinita periódica d)Infinita periódica
d) Defeito: 5,5909 Excesso: 5,5911 Erro: 2×10-4
e)Infinita não periódica

17) 112 = 121


12. a.1) 16/9
1112 = 12321
a.2) 106/45
11112 = 1234321
a.3) 15/11
111112 = 123454321

134 | Matemática - Manual do aluno


18. a) 3375/8 d) -
b) 1/2 e) 8/3
c) 415 f) 3
d) 1/2 g) 3
e) (5/3) 3/2

f) 3/210 28. 11 /15

19) O erro está em não respeitar a ordem das operações: Subtema 2 - Equações e inequações
(1/3) ÷ 3 × 2 = 3 × 2 = 1
2 -2 -2 0 -2 4

29. É um quadrado de lado 4cm


20. a) 9,1 × 10-26g
b) 5,46 × 10-3g 30. a) R
b) R0+ \ {1}
21. a) 6,57 × 102 c) R
b) 2,36702 × 10 3
d) R\{0,1, -1}
c) 1,327 × 10 -2

d) 1,6 × 10-5 31. a) Em , possível não universal. Em , impossível


e) 1,5 × 10 -2
b) Em , impossível
c) Em , universal
22. a) 3.3 × 108 d) Em , universal
b) 3,6 × 10-10 e) Em , impossível
c) 2,25 × 10 -26

32. a) Impossível
23. a) /2 b) Impossível
b) 5 c) Possível não universal
c) 7 d) Impossível
d) 28
e) -2 33. a) x = 1 ou x = -4
f) 12 - 6 b)x = 0 ou x = -2
c) x = 2/3
24. a) 3 +4 d) x = 0 ou x = -2
b) -
c) 2 + 3 34. a) O número é 2
b) Os números são 2 e -2
25. a) /2
b) -( +3)/3 35. a) Não é equação do 2º grau
c) -(3 +6 )/10 b) Equação do 2º grau completa
c) Não é equação do 2º grau
26) -(1 - )/2 d) Equação do 2º grau completa

27. a) 3 /2 36. a) x = 3 ou x = 1
b) 2 b) { }
c) c) x = 2 ou x = 1

Soluções | 135
d) x = 6 ou x = 4 b) (19/5 ; 1/5)
e) x = -1 ou x = 34

37. a) (x - 2)(2x - 3) = 132 x = 9,98


b) x - x = 3x
2
x=4

38. a) Δ > 0, 2 raízes reais


b) Δ > 0, 2 raízes reais
c) Δ > 0, 2 raízes reais
d) Δ = 0, 1 raiz real dupla
e) Δ > 0, 2 raízes reais
f) Δ < 0, não há raízes reais
c) (-1 ; 3)

39. a) x = 1 ou x = -1
b) { }

40. a) -26/3 ; +∞
b) -∞ ; -45/4
c) 243/28 ; +∞
d) -∞ ; 1
e) 0 , +∞

41. É zero

42. a) -∞; - /2 U /2 ; +∞
46. a) (8/7 ; 9/7)
b) { }
b) { }
c) -2 ;0
c) (5/2 ; 5/2)
d) { }
d) (-1 ; -15/4)

Subtema 3 - Sistemas de equações


47. a) b) c)

44. a) (-1 ; 2)
b) (0 ; 0) 48. a) -27
b) 64
45. a) (0 , 7)
c) -38

49. a) (-1/11 ; 8/11)


b) (-6/5 ; 18/5)
c) (-3 ; 4)

50. a) Impossível, não existem soluções


b) Possível determinado (0; -1,5)
c) Possível determinado (1 ; 40)
d) Possível determinado (-0,902 ; -0,326)

136 | Matemática - Manual do aluno


51. a) A = 1500 m2 8.1) -3 /2
b) Em 10 viagens 8.2) -29 /2
c) A 180km 8.3) -2

52. a) 35 9.1) Excesso: 9,350 Defeito 9,348 Erro 2 × 10-3


b) 3627 9.2) Excesso: 4,096 Defeito : 4,094 Erro 2 × 10-3
c) -4/3 9.3) Excesso 12,169 Defeito 12,161 Erro 7 × 10-3

53. a) (1 ; -2 ; 3) 10.1)
b) ( 5 ; -2 ; 4) 10.2.1) Entre 4,402 m e 4,398 m
c) (7/6 ; -13/2 ; 17/3) 10.2.2) Entre 1,118 m2 e 1,122 m2
10.2.3) Entre 1,614 m e 1,61 m

Exercícios de fim Subtema 1


Exercícios de fim Subtema 2
1) a.1) 1,56203 × 10 2

1.2) 1,367 × 10-2 1.1) R\{ -1 }


1.3) 3,456 × 10 -3
1.2) -3;+∞
1.4.) 3,21 × 107 1.3) R
1.4) R
2.1) 10-5 1.5) R\{ 2 }
2.2) 10 1.6) R\{ -3/2 }
2.3) 1
2.4) 25 2.1) { -4 ; 4 }
2.5) 3 9
2.2) { -2 ; }
2.3) { -1 }
3.1) 7/2 2.4) { 0 ; -3/4 }
3.2) -303/25 2.5) { -2 ; 2 }
3.3) 4/9 2.6) { 1 }
3.4) 38/33 2.7) { -2 ; 2 }
3.5) 59/18
3.1) -∞ ; -4
4.1) 2/9 3.2) -∞ ; -7/4
4.2) 13/3 3.3)
3.4) -1 ; +∞
6.1) 18 + 6
6.2) 7 - 6 4.1) É solução
4.2) -∞ ; 4/7
7.1) 4.3.1) Possível não universal
7.2) 5 /9 4.3.2) Impossível
7.3) 2 -2
7.4) 5 - (5 )/2 5) x 10 ; 4/3

Soluções | 137
6.1) { 1 ; -5 } 7) (-2 ; 1)
6.2) { 17/8 ; 7/8 }
6.3) { }
6.4) { } UT2. Geometria Analítica
6.5) { 0 ; 2 } Subtema 1 - Cálculo vetorial
6.6) -5/2 ; -1/2
6.7) R 1) a.1) Duas
6.8) 7/6 ; 11/6 a.2) Podemos considerar quatro sentidos: de A para D (mesmo
sentido de B para C); de D para A (mesmo sentido de C para B);
6.9) R
de A para B (mesmo sentido de D para C); de B para A (mesmo
sentido de C para D).
7.1) 3 m e 7 m b.1) [CD]
7.2) 20 m b.2) [C, D]
7.3) 6,3 m3 b.3) [A, D], [D, A], [A, B], [B, C], [B, C], [C, B], [C, D], [D, C]
b.4) Dois
8) Dois, seis e sete
2)
9.1) 6 ; +∞ a)
9.2) 1/5 ; +∞ b)
9.3) { 7 } c)

Exercícios de fim Subtema 3
3) Por exemplo, considera o cubo de aresta 4 cm e cujo centro
coincidir com a origem do referencial.
1.1) (-15/4 ; -29/4)
As coordenadas dos seus vértices são: (2, -2, -2), (2, 2, -2),
1.2) Não tem solução (-2, 2, -2), (-2, -2, -2), (2, -2, 2), (2, 2, 2), (-2, 2, 2), ( -2, -2, 2)
1.3) (6 ; -5/6)
1.4) (-1 ; -3)

2.1) Impossível
2.2) Possível Indeterminado
2.3) Possível Determinado (19/3 ; -5/3)
2.4) Impossível
2.5) Possível Determinado (6 ; 4)
2.6) Possível Determinado (1 ; 40)

3.1) 10 cestos com defeito


4) A (0, -2, 0) B (3, -2, 0) C (3, 2, 0)

4.1) (1 ; 0 ; -3) D (0, 2, 0) E (0, -2, 2) F (3, -2, 2)

4.2) (2/3 ; 26/3 ; 28/3) G (3, 2, 2) H (0, 2, 2) E (0, -2, 2).

4.3) (11/5 ; 64/5 ; 39/5)


5) a) ( , )

5) Os números são 27 e 13 b) ( 1, )

c) ( , 1 ).
6) Os números são 32 e 25

138 | Matemática - Manual do aluno


6) D (4,5 ; 2,7) 14) x = 2 - 2k e y = 3 + 2k, com k .

7) Dois dos vetores definidos pelos pontos dados são: 15) x = -2 + k


(2, -3) = B – A ; ( 2, 4) = C - B e 2 x 4 – (-3) x 2 ≠ 0. y = 2 - 2k com k .
Os pontos não são colineares. z = 4 + k,
Nota: Outros vetores perpendiculares a (3, 5) são, por exemplo,
(-5, 3); (10, -6); ( , -1)
16) x2 + y2 = 25

8) a) 2
17) a) (x + 3)2 + (y + 1)2 = 1
b) 10
b) x2 + (y - 2)2 = 4
c) 13

18) Círculo de centro C (0, 0) e raio 3.


9) . : 2 x 2 + 1 x (-1) = 4 - 1 = 3
. : 2 x 2 + (-1) x 4 = 0

10) (12/5 ; -9/5)


(-12/5 ; 9/5)

11 a) 8
b) -16
c) 16

Subtema 2 - Reta e Circunferência

12)
19) (x -1)2 + (y -2)2 + (z - 1)2 4
a) É dado um ponto A (3, 4) da reta e um vetor diretor é o da
reta 5x – 2y = 3, ou seja y = (5/2) x – 3/2, de vetor diretor (2, 5).
Exercícios de fim Subtema 1 - Cálculo vetorial
Utilizando o procedimento da pág. 76, a reta pedida tem de
equação, 5x -2y -7 = 0.
b) É dado um ponto B (2, 4) e um vetor diretor da reta 2x +3y = 5
( y = (-2/3)x + 5/3) que é ( 3, -2).
1.a) F ; ;
Um vetor perpendicular a este é (2, 3).
A reta pedida tem de equação, 2x + 3y -1 6 = 0. 2.a) . = 4 – 1 = 3 e . =4–4=0
b) . = || |||| ||cos α
13)
. =4+4=8
8= x x cos α
cos α = = α ≈ 370

c) ,

3.a)

Soluções | 139
b) (2, 6) ou (-2, -2) d)

4.a) 600 ; b) (3, 3 ) ou (-3, -3 )

Exercícios de fim Subtema 2 - Reta e Circunferência

4.a) 14km
1)
b) 6 minutos
c) 8km
2.a) y = x + 1
d) 3 estações
b) y = -x + 5
e) E1 = 1 minuto, E2 = E3 = 2 minutos
c) y = x

5) 2,4,5;
3.a) y = -x + 6 ;

b) x =
6)
c) 8x – 6y + 29 = 0

4.a) x2 + y2 = 25
b) (x + 2)2 + y2 = 1
c) (x − 3)2 + (x + 2)2 = 4

5.a) 3(x – 4) + 4 (y – 6) = 0
b) (0, 9) 7) R1-Linear, fluxo constante; R2- Início fluxo rápido depois mais
lento; R3- Início do fluxo lento e mais rápido no final.

6.) -2x + y -6 = 0 Não.


8) Os gráficos 1, 2, 4 e 5: nem par nem ímpar;
Gráfico 6: par;

UT3. Gráficos e funções Gráfico 3: ímpar.

Subtema 1 - Generalidades sobre funções


Subtema 2 - Funções polinomiais e racionais
1. (a);
9.a) grau 1; x +2
2. R={(1,-2),(2,-2),(3,0),(4,4),(5,10)}; b) grau 12 ;
c) grau 5 ;
3. a)
10) a = 1 ,b = -1

b) F = 1,8x + 32 11.a) grau Q = 3, grau R = 2;


c) A fórmula que converte Fahrenheit em Celsius é unívoca
o o
b.1)
e transforma a variável independente (graus oC) em a variável b.2)
dependente (graus oF). b.3)

12.a)

140 | Matemática - Manual do aluno


b)

13.a)
b)

14)
24)

15)

16.a)
b)
c)
d) 25)
e)
f)

17.a) k = -4
b) k = -17

18)

19.a)

26. a) f (C); (D)

19.b) b)

20.a)
b)
c)

21) F = 1,8C + 32

c)
22)
(t tempo, em horas) e , então o ladrão só
27.a)
percorreu uma distância (aprox.) de 60,3 km, pelo que não
conseguiu escapar-se.

23)

Soluções | 141
28.a)

32)

29.a)

b) V = ( -2, 5), eixo de simetria, x = -2.


c) 1º Deslocamento na vertical – translação associada ao vetor
(0,5); 2º Deslocamento na horizontal- translação associada ao
vetor (-2,0); 3º Simetria em relação ao eixo Ox.

30.a) Zero zeros f = { -1, 1/3 }


b) Exercícios de fim Subtema 1 - Generalidades sobre funções

1. a)

2. a) Sim, é uma correspondência unívoca.


b) Aconteceu uma paragem. A distância mantêm-se constante.
c) Percurso AD - Cidade (maior consumo) ; percurso EH - Estrada
(menor consumo)
d)…
e)…

3.a) Constante [-4,-1]; Crescente em {-1,2]u[6,+∞[; decrescente


em [-4,6]
c) f é estritamente decrescente em ] -∞, -2/3 ]; estritamente b) 2 e 6 são zeros; f é negativa em [-4,2[; f é positiva em
crescente em [ -2/3, +∞ [ . Não tem máximos e tem um mínimo [4,6[U]6,+∞[
absoluto igual a -7/3. As coordenadas do vértice são (-2/3; -7/3). c) …
d) x -3 1
y
4. a) Df=]-3,+∞[; CDf=[-1,1[U{2}
b) zeros ={-1,2}
31)

142 | Matemática - Manual do aluno


c) Exercícios de fim Subtema 2 - Funções polinomiais e racionais

1. a) K = 3
b) k = -2
c) k = -2 k = 3
d)

2) a = 2 cm

f é decrescente e positiva em [-2,-1[


3.a) …
e) i. f(x)<2 x ]-3,4[
b) zeros f = {-3, -2, 2, 3}
ii. f(x)≥1 x [4,+∞[
iii. f(x)=-1 x=0
4.a) 45x2 - 10x - 3
f) Não é injetiva nem sobrejetiva, logo não é bijetiva.
b) -16x5 + 16x4 + 4x6 -3x2 -2x - 2

5. a) DI=]-∞, +∞[; CDI = ]-∞,3] , zeros = {-4, -1, 1, 4} 5) P(x) = x3 + 9x2 - 34x + 24

DII = ]-∞,+∞[; CDII = ]-2, 2] , zeros = IZ


6) P(2) = 6
DIII = ]-∞, +∞[; DIV = ]-∞,3] , zeros = {-2}

DIV = ]-∞,+∞[; CDIV = ]-∞, 1[ U {2} zeros = {-1,2} 7) A = 1, B = -1, C = 0


DV = ]-∞, +∞[; CDV = [-3,+∞[ zeros= {-4,-2,-1,1,2,4}
8) a = 1/5; b = 2/5; c = -3/5
DVI = ]-∞, 1[ U ]1, +∞[; CDVI =]-∞, 0[ U ]0, +∞[ zeros = não tem

9) Q(x) = x - 7, R(x) = 3x - 20
b)

10) D(x) = x4 + x3 - x2 + 3x -3

11) d(x) = x + 2

c) I é crescente ]-∞,-2]U[0,2]; decrescente em [-2,0]U[2, +∞[;


12) α = -1
V é crescente [-3,-3/2]U[0,3/2]U[4,+∞[; decrescente em ]-∞,-3]
U[-3/2,0]U[3/2,3]
13.a) A(x) = (x -1)(x - 5)(x -6)
b) B(x) = (x2 - 4)(x + 3)(x + 5)
d) I- (-1) é mínimo relativo; não tem mínimos absolutos; 3 é
c) C(x) = 3(x + 1)2(x - 1)(x + 3/2)
máximo absoluto;
V- (-3) é mínimo absoluto; (-1) é mínimo relativo; 1 é máximo
relativo; não em máximos absolutos; 14)

6. a) 2 minutos e 31 segundos
b) 50 litros
c) 57,46%

7.a) 60588 g/CO2


b) 5586 km.

Soluções | 143
b) Df = R, CDf = ]-∞, 1]; zeros = {0, 2}, crescente em ]-∞, 1],
decrescente em [1, +∞ [, positiva em ]0, 2[, negativa em ]-∞, 0[
U ]2, +∞ [

15) C(d) = 3 + 2d, d 10


32 + (10 - d)1,5; d 10

16.a) f(x) = -2500 + 5x, x 600


-6000 + 10x, x 600
b) f(0) = -2500. Custo inicial de investimento em matérias primas
e outros.
c) 700 pães

17) y = 234(x - 15)2 + 9

18.a) 9000 bactérias;


b) 1200 bactérias
c) 1000, variação do nº de bactérias entre o 2º e 1º dia
d) entre as 8 e as 12 horas.
e) …

19) a(x) → P3 b(x) → P6 c(x) → P5


d(x) → P7 e(x) → P4 f(x) → P1
g(x) → P8 h(x)→P2.

20.a) 187,5$
b) 1,786$
c) 14º mês
d) tende a estabilizar em torno de 175$.

144 | Matemática - Manual do aluno

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