Análise
UNOPAR ANÁLISE MATEMÁTICA
Análise Matemática
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ISBN 978-85-8482-272-0
CDD 510
2016
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Sumário
Unidade 1 | Conjuntos Numéricos 7
Seção 1 - Análise e o processo de demonstrações matemáticas 11
1.1 | Considerações sobre os números 11
1.2 | Processo lógico dedutivo para demonstrações matemáticas 24
1.2.1 | Elementos da Lógica 24
1.2.2 | Conceituando demonstrações matemáticas 31
1.2.3 | Procedimentos para demonstrações matemáticas 35
Por meio de leis para casos específicos podemos transpor para acontecimentos
mais gerais, como os estudos de limites, continuidades, cálculo diferencial e integral,
equações diferenciais, análise numérica, dentre outros. Desde o surgimento do
cálculo, a análise permeou todas as áreas da matemática devido a aplicações de
muitos de seus conceitos.
Bons Estudos!
CONJUNTOS NUMÉRICOS
Bons estudos!
8 Conjuntos Numéricos
U1
Introdução à unidade
Conjuntos Numéricos 9
U1
10 Conjuntos Numéricos
U1
Seção 1
Análise e o Processo de Demonstrações
Matemáticas
Introdução à seção
Nesta seção, estudaremos conceitos relacionados aos números, mas é papel da
análise justificar o conceito de infinito aplicado, por exemplo, nas dízimas periódicas
e números irracionais, para justificar tais conceitos utilizando o processo lógico
dedutivo adotado nas demonstrações matemáticas. O estudo da análise é alicerçado
no conjunto dos números reais, deste modo, realizaremos considerações sobre esses
números e posteriormente provaremos alguns resultados referentes aos números.
Conjuntos Numéricos 11
U1
Podemos ter outras sequências que envolvem operações como, por exemplo, a
potenciação e que requerem um processo de generalização. Após a generalização
dessas sequências, precisamos provar, matematicamente, o que veremos
posteriormente ao abordarmos as demonstrações matemáticas.
12 Conjuntos Numéricos
U1
Todo número inteiro maior ou igual a dois pode ser representado por fatores
de números primos. Essa decomposição será única, podendo mudar apenas a
ordem dos fatores.
Propriedades da adição
Conjuntos Numéricos 13
U1
a+(b+c)=(a+b)+c
15 + ( 12 + 4 ) = ( 15 + 12 ) + 4
15 + 16 = 27 + 4
31 = 31
a+b=b+a
18 + 6 = 6 + 18
24 = 24
n+0=n
17 + 0 = 17
Propriedades da multiplicação
a*(b*c)=(a*b)*c
20 * ( 5 * 7 ) = ( 20 * 5 ) * 7
20 * 35 = 100 * 7
700 = 700
14 Conjuntos Numéricos
U1
a*b=b*a
70 * 50 = 50 * 70
3500 = 3500
n*1=n
19 * 1 = 19
a*(b+c)=(a*b)+(a*c)
7 * ( 40 + 50 ) = ( 7 * 40 ) + ( 7 * 50 )
7* 90 = 280 + 350
630 = 630
• x + 2 = 0, em que x= -2
• 2x + 10 = 0, em que x= -5
• 4y + 4 = 0, em que y= -1
Conjuntos Numéricos 15
U1
como a união do conjunto dos números naturais, o conjunto dos opostos dos
números naturais e o zero. E ainda é denotado pela letra Z (Zahlen = número em
alemão), sendo escrito como Z = {..., -4, -3, -2, -1, 0, 1, 2, 3, 4,...}.
z + (-z) = 0
76 + (-76) = 0
a - b = a + (- b).
16 Conjuntos Numéricos
U1
Outro conceito primitivo é o de medir, sendo que contar e medir são elementos
associados às atividades matemáticas. Porém, apesar de considerarmos os naturais
adequados para realizar contagens, podem não ser suficientes para realizar
medidas, nas quais surge a necessidade de subdividir a unidade, e emerge dessa
ação o conceito de fracionar, ou seja, dividimos uma unidade em partes.
Conjuntos Numéricos 17
U1
Notamos que a ordem dos números racionais será crescente, ou seja, indicamos
da esquerda para a direita. Adotamos que um número racional r é menor do que
outro número racional s se a diferença r - s é positiva. No caso dessa diferença r - s
ser negativa, indicamos que o número r é maior do que s.
A seguir, definiremos a adição de dois números racionais a/b e c/d, de modo que:
Quanto ao produto de dois números racionais a/b e c/d, podemos definir como:
Para todo q=a/b nos racionais, sendo q diferente de zero, existe q -1=b/a nos
racionais, tal que q × q -1 = 1.
18 Conjuntos Numéricos
U1
Por exemplo, 3/4 pode ser representado como 0,75 e ainda 3/2 pode ser
indicado como 1,5. Mas ao indicarmos 1/3 nesta representação, obtemos uma
divisão que sempre possui resto, ou seja, teremos 0,333... e esse procedimento
não é possível de ser concluído. Atribuímos a esses pontos indicados na parte
fracionária a indicação de uma sequência infinita de algarismos, a qual trataremos
posteriormente, associada ao conceito de limite.
a) 0,5555... = 0,5
b) 1,3333... = 1,3
c) 23,2323... = 23,23
d) 0,7777... = 0,7
e) 4,2333... = 4,23
a) 0,4444...
b) 5,454545...
Conjuntos Numéricos 19
U1
a) 2,47777...
b) 0,51333...
Podemos reescrever uma dízima periódica como uma soma infinita de números
decimais.
10 D - D = 6
20 Conjuntos Numéricos
U1
9D=6
D=
Temos que pelo teorema de Pitágoras a² = b²+ c², assim a² = 1² + 1², ou seja,
a²= 2, o que implica em a = .
= 1,414213562373095...
Trata-se de uma dízima não periódica, ou seja, não pode ser escrita na forma
de fração, isto é, não há geratriz para esse número, que é a condição para termos
um número racional.
Conjuntos Numéricos 21
U1
Por meio de uma noção intuitiva para lidar com os conjuntos naturais, inteiros,
racionais, irracionais e reais, podemos realizar a distinção entre os conjuntos a
partir da natureza do número pertencente a cada um dos conjuntos, como, por
exemplo:
N = {0, 1, 2, 3, ... n, n+1, ...}, em que os naturais são os números inteiros não
negativos incluindo o zero.
Z = {... – n -1, - n, ... , -2 , -1 , 0 , 1 , 2, ..., n, n+1, ...}, formado pelos números inteiros
negativos, positivos e o zero.
A partir disso, adotamos o conjunto dos números reais como a união dos
racionais com os irracionais e geralmente se ilustra esse conjunto por meio do
diagrama de Venn-Euler indicado a seguir:
22 Conjuntos Numéricos
U1
Conjuntos Numéricos 23
U1
a) Um número par.
b) Maior que 90.
c) Menor que 80.
d) Divisível por 3.
e) Um cubo perfeito.
24 Conjuntos Numéricos
U1
Dedutivos
I. Se todas as premissas são verdadeiras, a conclusão deve ser
verdadeira.
II. Toda a informação ou conteúdo fatual na conclusão já estava
contida nas premissas, pelo menos implicitamente.
Indutivos
I. Se todas as premissas são verdadeiras, a conclusão é
provavelmente verdadeira, mas não necessariamente.
II. A conclusão contém informação não presente, mesmo
implicitamente, nas premissas.
Conjuntos Numéricos 25
U1
Dentre os exemplos, temos proposições que são verdadeiras e outras que são
falsas, para assumir que uma proposição é verdadeira precisamos demonstrá-la
matematicamente; para assumir que é falsa basta apresentar um contraexemplo,
veremos as formas de demonstrações posteriormente.
No caso de termos uma proposição que não é passível de atribuir valor lógico,
denominamos de uma conjectura. Podemos destacar como exemplo a conjectura
26 Conjuntos Numéricos
U1
Todo número ímpar maior que cinco pode ser expresso como soma de três
números primos.
Conjuntos Numéricos 27
U1
p ~p
V F
F V
Fonte: A autora (2015).
Observamos que para negar uma proposição do tipo ∀ x: p(x) temos que afirmar
que ∃ x: ~p(x).
28 Conjuntos Numéricos
U1
Conjuntos Numéricos 29
U1
Ao afirmarmos que um número é primo se, e somente se, possuir dois divisores,
a sua negação será um número não é primo ou não possui dois divisores.
Observamos que temos proposições que são tidas como equivalentes, por
exemplo, p → q é equivalente a ~q � → ~p, podemos verificar por meio de uma
tabela verdade essa equivalência, vejamos o caso da contrapositiva:
30 Conjuntos Numéricos
U1
V F F V F F V
F V V F V V V
F F V V V V V
Fonte: A autora (2015).
Observe que na parte destacada temos uma coluna com resultados apenas
verdadeiros, isso ocorre, pois a coluna de p � → q possui os mesmos valores lógicos
de ~q � → ~p. Quando aplicarmos a bicondicional e tivermos todos os resultados
verdadeiros, temos uma tautologia, ou seja, há uma equivalência lógica: se tivermos
todos os resultados falsos, então será uma contradição, e se tivermos resultados
verdadeiros e falsos teremos uma contingência. Outro exemplo é a redução por
absurdo em que p � → q é equivalente a p ^ ~q � → F, vejamos a tabela verdade:
Conjuntos Numéricos 31
U1
32 Conjuntos Numéricos
U1
Conjuntos Numéricos 33
U1
1
Tradução nossa: “[...] rationality is dense everywhere in human being life, either at an individual or a
collective level. By “rationality” is meant here the system of the criteria or rules mobilized when one have to
make choices, to take decisions, or to perform judgements. [...] These rules and criteria could originate in
opinion, belief or knowing but in all case they are organized in a structure, which allows decision-making”.
2
Tradução nossa: “Rationality allows us to reason and to decide, it is then the foundation of any proving
process. How we see rationality in general, and its relation to mathematics in particular, is a key point for
34 Conjuntos Numéricos
U1
Considere a proposição:
q: n é um número par.
Conjuntos Numéricos 35
U1
n ² = (2k + 1)²
36 Conjuntos Numéricos
U1
x² - 6x + 5 = (2k)² -6(2k) +5
Conjuntos Numéricos 37
U1
DEMONSTRAÇÃO: se n é par, n = 2k, logo n2 = 4k2 = 2(2k2), ou seja, um número par.
2 é um número irracional.
38 Conjuntos Numéricos
U1
a2
2 =�
b2
Segue que,
2b² = a²
Temos que 2b² é um número inteiro par, isso implica em a² ser um número
inteiro par, logo a também é par, deste modo, podemos assumir a = 2c, sendo c
um número inteiro. Substituindo o a temos:
2b² = (2c)²
2b² = 4c²
b²= 2c²
Segue que, deste modo, a fração a não será irredutível, ou seja, temos um
b
absurdo. Logo, 2 é um número irracional.
Conjuntos Numéricos 39
U1
40 Conjuntos Numéricos
U1
Seção 2
Conjuntos Numéricos
Introdução à seção
Aos nos depararmos com a teoria elementar dos números, tratamos apenas a
aritmética básica do conjunto dos números naturais e, pelo princípio da extensão,
os números inteiros e os demais conjuntos numéricos. Porém, mesmo nessa
abordagem, precisamos recorrer à teoria elementar dos conjuntos e introdução
da lógica matemática.
Sendo n um número natural, denotamos por s(n) o seu sucessor. Deste modo,
Conjuntos Numéricos 41
U1
II) Todo número natural tem um único sucessor, que também é um número natural.
III) Se dois números naturais têm o mesmo sucessor, então eles são iguais entre si.
Suponha que para cada natural n se tenha uma afirmativa P(n) que satisfaça
às seguintes propriedades:
I) P(a) é verdadeira.
Então:
42 Conjuntos Numéricos
U1
A partir disso, é possível conhecer f (n) para todo número natural n, neste caso
temos uma função com recorrência. Assim, se denominarmos de X o conjunto
dos números naturais n em que se pode determinar f (n) por meio de:
I) 1 ∈ X
II) n ∈ X ⇒ s(n) ∈ X.
Prova de I) Sendo assim, P(1) é verdadeira, pois 1 ≠ s(1), pois o 1 não é sucessor
de número algum, logo o 1 não é sucessor de si próprio.
Conjuntos Numéricos 43
U1
Todo número inteiro maior ou igual a dois pode ser representado por fatores
de números primos. Essa decomposição será única, podendo mudar apenas a
ordem dos fatores.
44 Conjuntos Numéricos
U1
2.2.1 Grupos
Mostramos anteriormente que os conjuntos numéricos satisfazem algumas
propriedades, no caso de satisfazer um número mínimo para alguma operação
binária, podemos classificar como:
Conjuntos Numéricos 45
U1
I) Associativa:
No caso do tipo de operação que indicamos por *, se for uma adição temos
então um grupo denominado de aditivo, e quando for uma multiplicação temos
um grupo denominado de multiplicativo.
46 Conjuntos Numéricos
U1
IV) Comutativa:
2.2.2 Anéis
Temos que um conjunto A não vazio é um anel se os elementos podem ser
adicionados e multiplicados, ou seja, existem leis de composição interna em que
são dadas duas operações (x, y) → x + y e (x, y) → x.y aos pares de elementos de A
em A, satisfazendo aos seguintes axiomas para todo x, y e z ∈ A:
I) Associativa:
(x + y) + z = x + (y + z)
x + (-x) = (-x) + x = 0
IV) Comutatividade:
x+y=y+x
Conjuntos Numéricos 47
U1
I) Associativa:
(x.y).z = x.(y.z)
II) Distributiva:
OBSERVAÇÕES
Considere o anel ( A , + , .)
II) Para cada elemento x ∈ A, seu inverso em relação à adição pode ser denominado
de elemento oposto de a e é indicado por -x.
48 Conjuntos Numéricos
U1
Conjuntos Numéricos 49
U1
A demonstração é válida?
- Princípio da Indução.
50 Conjuntos Numéricos
U1
a) N = os números naturais.
b) P= números pares.
c) I= números ímpares.
d) A = números menores que 7 (sem listar os elementos).
e) B = números múltiplos de cinco.
f) C = números quadrados perfeitos.
g) D = números cubos perfeitos.
Conjuntos Numéricos 51
U1
52 Conjuntos Numéricos
U1
Referências
Conjuntos Numéricos 53
Unidade 2
CONJUNTOS FINITOS
E INFINITOS
Bons estudos.
U2
Introdução à unidade
Seção 1
Noções sobre conjuntos
Segundo Boyer (1974), diversos matemáticos como Augustus De Morgan (1806-
1871) e George Boole (1815-1864), ao desenvolverem princípios lógicos, também
contribuíram para o desenvolvimento da teoria dos conjuntos. Boole publicou em
1854 uma obra em que apresentou seus estudos que deram origem à álgebra de
Boole, na qual utilizou relações entre conjuntos. Porém o processo axiomático da
teoria dos conjuntos ocorreu por volta de 1890, sendo iniciado por Georg Cantor
(1845-1918), tomando como base a teoria dos números.
Fonte: <http://famous-mathematicians.org/wp-content/uploads/2013/07/
Georg_Cantor2-228x300.jpg>. Acesso em: 10 ago. 2015.
� A
x∈
x∉ A
A ⊂ B� � e B ⊃ A
A ⊂ B� � e B ⊂ A , ou seja, A ⊆ B
∅ ou {}
A B = { x : x ∈ A ou x ∈ B}
Ac = { x : x ∈ U e x ∉ A}
A − B = { x : x ∈ A e x ∉ B}
PROPRIEDADE 1:
A ∩ ( B ∪ C ) = ( A ∩ B) ∪ ( A ∩ C ) .
DEMONSTRAÇÃO: Seja x ∈ A ∩ ( B ∪ C ) ou seja, x ∈ x ∈ logo x ∈ u x ∈ assim x
∈ A B u x ∈ A C deste modo x ∈ u A ∩ C podemos concluir que x ∈ Por outro
lado, se x ∈ x ∈ u A ∩ C isto implica que x ∈ A B u x ∈ C e ainda x ∈ x ∈ u x
∈C sendo assim, x ∈ x ∈ de modo que x ∈ Segue que a igualdade é verdadeira.
PROPRIEDADE 2:
( A ∪ B)
C
= � Ac ∩ B c .
DEMONSTRAÇÃO: Seja x ∈ assim x ∉ a A ∪ B ou seja, x ∉ A� x ∉ B logo x ∈ x
∈ isto implica que x ∈ Por outro lado, se x ∈ então x ∈ x ∈ deste modo, x ∉�� A x
∉� B consequentemente x ∉ A ∪ B assim x ∈ Podemos concluir que a igualdade
é verdadeira.
PROPRIEDADE 3:
A ⊂ B�⇔
� A − B =� .
DEMONSTRAÇÃO: Temos que demonstrar duas condicionais, isto é:
I) A ⊂ B → A – B = ∅
II) A – B = ∅ → A ⊂ B
1.2.1 Funções
Gerônimo e Franco (2006) abordam alguns matemáticos que contribuíram
para o desenvolvimento de funções, entre eles: René Descartes (1596-1650);
Gottfried Wilhelm Von Leibniz (1646-716); Joseph-Louis Lagrange (1736-1813);
Georg Friedrich Bernhard Riemann (1826-1866). Destacamos que Leonhard Euler
Im(f) = { f(x)/ x ∈� A}
EXEMPLO:
PROPOSIÇÃO 1:
contraexemplo.
PROPOSIÇÃO 2:
Seja y ∈� f(A) ∪ f(B), assim y ∈� f(A) ou y ∈� f(B) existe x em que f(x) = y em que
x ∈� A ou x ∈� B, segue que x ∈� A ∪ B , logo f(x) ∈� f(A ∪ B), como y=f(x), y ∈� f(A
∪ B), o que implica em f(A) ∪ f(B) ⊂ f(A ∪ B).
Por I) e II) a proposição f(A ∪ B) = f(A) ∪ f(B) é verdadeira.
f -1(B) = {x ∈ A/ f(x) ∈ B}
f -1(U) ⊂ f -1(V).
DEMONSTRAÇÃO: Seja x ∈ f -1(U), sendo assim, existe y = f(x) tal que y ∈ f(U)
e x ∈ U, segue que U ⊂ V, logo x ∈ V e y ∈ f(V), como y = f(x) então x ∈ f -1(V), o
que implica em f -1(U) ⊂ f -1(V).
Seja f: X → Y uma função, mostre que f é injetiva se, e somente se, quaisquer que
sejam A, B ⊂ X, f(A∩B) = f(A) ∩f(B).
DEMONSTRAÇÃO:
Se f é injetiva segue que f(x1) = f(x2) implica x1 = x2. Seja y ∈ f(A ∩B), deste
modo, existe x = x1 = x2 tal que f(x) = y e x ∈ A ∩B, sendo assim x ∈ A e x ∈ B,
logo f(x) ∈ f(A) e f(x) ∈ f(B), deste modo, f(x) ∈ f(A) ∩ f(B), segue que f(x) = y logo
y ∈ f(A) ∩ f(B) o que implica f(A ∩ B) ⊂ f(A) ∩ f(B). Por outro lado, se y ∈ f(A) ∩
f(B), temos que y ∈ f(A) e y ∈ f(B), deste modo, existe x1 = x2 tal que x1 ∈ A e x2 ∈
B, no qual f (x1) = y e f(x2) = y, pois a f é injetiva. Considerando x = x1 = x2 temos
que x ∈ A ∩ B, ou seja, f(x) ∈ f(A ∩ B), logo f(x) = y ∈ f(A ∩B), sendo assim, f(A) ∩
f(B) ⊂ f(A∩B), temos que f(A ∩ B) = f(A) ∩ f(B).
Nesse sentido, Cantor adota conjuntos de modo que as totalidades desses conjuntos
possuem propriedades que não são atendidas pelos objetos dessas totalidades.
Devido aos estudos de Cantor, pode-se provar que existem conjuntos que não
são equipotentes, como um conjunto infinito ser indicado em correspondência
com uma de suas partes próprias. Os estudos sobre os tipos de infinitude, nos quais
destacamos os números transfinitos, deram origem à definição de continuidade
aplicada no cálculo diferencial e integral.
# |∅ |= 0
# | {0}| = 1
# | {0, 1} | = 2
# |{0, 1, 2} | = 3
...
Outro resultado é que dados dois conjuntos A e B, temos que #|A| ≤ #|B| se
existe f: A → B injetiva, ou ainda, se A é equipotente a um subconjunto de B. Por
meio da teoria dos conjuntos, pode-se deduzir de todo conjunto outro conjunto
de cardinalidade superior. Vejamos um exemplo:
Considere um conjunto A, tal que A = {0, 1, 2}. Indicamos por P(A) o conjunto
das partes de A, ou seja, o conjunto formado pelos subconjuntos de A, sendo assim:
P(A) = {∅, {0}, {1}, {2}, {1, 2}, {1, 3}, {2, 3}, {1,2, 3}}
DEMONSTRAÇÃO: Seja a função definida por f: N→2N tal que f(n) = 2n, temos
que mostrar que f é injetora. Para mostrar que f é injetora, consideremos que se
n1≠n2 então f(n1) ≠f(n2). Suponha que f(n1) = f(n2) que implica em n1 = n2, sendo
assim, f(n1)=2n1 e f(n2)=2n2, considere n1≠n2 e f(n1)=f(n2), deste modo, 2n1=2n2 o
que é um absurdo, logo a f é injetora. Temos que 2N é um subconjunto próprio
de N e existe uma correspondência biunívoca com N, segue que N é infinito.
EXEMPLO 1:
EXEMPLO 2
A seguir ilustramos uma relação dos naturais aos inteiros, cuja função f: N→Z
é definida por:
Todo conjunto que possui uma relação de equivalência com o conjunto dos
números naturais.
EXEMPLO 1:
EXEMPLO 2:
Note que cada grupo de frações possui um número finito de elementos. Para
enumerar, por exemplo, os racionais positivos, basta escrever todos os grupos,
um após o outro, na ordem crescente das somas correspondentes. Deste modo,
todos os números racionais serão indicados, ou seja, teremos a sequência a seguir
para os racionais positivos:
Sendo assim, a correspondência biunívoca dos naturais aos racionais pode ser
indicada por:
TEOREMA
COROLÁRIO 1
COROLÁRIO 2
enumerável.
COROLÁRIO 3
Considere X1, X2, X3, ..., Xn, ... conjuntos enumeráveis, então a união
...
...
Seção 2
Números Reais
Introdução à seção
Segundo Ávila (2001), diversos matemáticos no século XIX trataram da
construção dos números reais, dentre eles Richard Dedekind, Karl Weierstrass,
Charles Meray e Georg Cantor, mas as teorias consistentes foram de Cantor
e Dedekind, nas quais nos apoiaremos para abordar sobre a axiomatização do
conjunto dos números reais.
Sejam os corpos dos reais com as operações da adição e multiplicação, tal que
(R, +, .), e os elementos x, y e z em R, temos:
Para a adição:
IV) Associatividade: x + ( y + z) = (x + y) + z
V) Comutatividade: x + y = y + x
Para a multiplicação:
II) Unidade: x . 1 = 1 . x = x
V) Comutatividade: x . y = y . x
x w
12) Seja y ≠ 0 e z ≠ 0, assim . =
y z
x w
13) Seja y ≠ 0 e z ≠ 0, assim = implica em x.z = y.w
y z
A equação ax + b = 0 em que x é uma incógnita e a, b constantes,
14) possui única solução se a≠0; não possui solução se a = 0 e b ≠ 0; e
possui infinitas soluções se a = 0 e b = 0.
Fonte: O autor (2015).
II) Considere x ∈ K, temos que exatamente uma das três possibilidades ocorre: ou
x = 0 ou x ∈ P ou −x ∈ P, sendo que 0 é o elemento neutro da adição.
2.1.2 Intervalos
Além dos conceitos de maior e menor, podemos analisar intervalos, de modo
que entre dois números inteiros existem infinitos números reais. Por exemplo:
1,09 ; 1,009 ; 1,0009 ; 1,1 ; 1,3 ; 1,4 ; 1,89 ; 1,988 ; 1,9987 ...
5,001 ; 5,002 ; 5,003 ; 5,01 ; 5,02 ; 5,05 ; 5,099 ; 5,999 ; 5,9999 ...
Neste caso, o intervalo de números reais pode ser entendido como o conjunto
de números reais entre dois extremos, que indicamos como a e b, podendo a e b
pertencer ou não ao conjunto. Os números a e b são os limites do intervalo, sendo a
diferença p - q, denominada de amplitude do intervalo. No caso do intervalo incluir a e
b, o intervalo é denominado de fechado e, caso contrário, o intervalo é denominado
aberto. No quadro a seguir indicamos intervalos em termos notacionais:
EXEMPLO 1
EXEMPLO 2
II) O módulo ou valor absoluto de um número real será o seu simétrico, no caso
de ser um número negativo.
x = x se x ≥ 0 e x = − x se x < 0
Por exemplo, temos que o |5|= 5 e o |-2| = 2. Uma das aplicações do conceito
de módulo é para a raiz quadrada de um número, neste caso temos que:
x2 = x
I) 52= 5= 5
II) (-3) 2 = −3 = 3
A seguir apresentamos propriedades relativas ao módulo ou valor absoluto.
EXEMPLO 1
7
3 x + 2 = 5 ⇒ 3 x + 2 = 5 ou 3x + 2 = -5 ⇒ x = 1 ou x = -
3
EXEMPLO 2
5 x + 4 = −3
Neste caso, a equação não possui solução, pois o valor absoluto de um número
não resulta em número negativo.
EXEMPLO 3
-7
3 x + 2 > 5 ⇒ 3 x + 2 < −5 ou 3x + 2 > 5 ⇒ x < ou x > 1
3
7
S = −∞, − ]1, +∞[
3
Para mostrar que existe essa bijeção, basta definirmos a função f: R → ]0,1[ tal que:
Sendo que essa função possui uma bijeção entre R e ]0,1[, ou seja, é injetora e
sobrejetora.
ak = 0,bk1bk2 ...bkn...
PROPRIEDADE 1
PROPRIEDADE 2
x ≤ s, para todo x ∈ A
PROPRIEDADE 3
x ≥ i, para todo x ∈ A
Esse axioma que é satisfeito em R garante que os reais são um corpo ordenado
completo. Mostraremos um contraexemplo para demonstrar que o axioma do
supremo não é satisfeito no conjunto dos racionais.
Considere uma sucessão de intervalos fechados encaixados [a1, b1] ⊇ [a2, b2] ⊇
· · · ⊇ [an, bn] ⊇ [an+1, bn+1] ⊇ · · · com limn→∞ bn − an = 0, existe um único elemento
que é comum a todos os intervalos [an, bn].
- Intervalos em R.
Referências
LIMA, E. L. Um curso de análise. IMPA, Projeto Euclides. Rio de Janeiro: IMPA, 2004.
SEQUÊNCIAS E SÉRIES
DE NÚMEROS REAIS
Bons estudos.
Introdução à unidade
Seção 1
Sequências Numéricas
Introdução à seção
Constantemente nos deparamos com conjuntos em que os elementos estão
ordenados. Na própria natureza temos padrões e regularidades nos quais podemos
estabelecer sequências. Denominamos de sequência ou sucessão qualquer
conjunto ordenado.
(a1, a2, a3, ... , ... , an, ...) em que temos a1 como primeiro termo, a2 como
segundo termo, ... , an como n-ésimo termo.
EXEMPLO:
O conjunto dos múltiplos de cinco indicados por X=(0, 5, 10, 15, 20, ...) é um
caso de sequência numérica infinita.
Definição: uma sequência real (ou sucessão) é uma função f: N → R que associa
a cada número natural n um número real f(n). O valor numérico f(n) é o termo de
ordem n da sequência. Do modo como definimos a sequência, o domínio de f é
um conjunto infinito, mas o contradomínio poderá ser finito ou infinito. O domínio
de uma sequência é indicado por Dom(f)=N e a imagem de uma sequência por
Im(f)={a1, a2, a3, ...}.
EXEMPLO:
(Osec-SP - adaptado) Um jardim tem uma torneira e dez roseiras dispostas em linha
reta. A torneira dista 50 m da primeira roseira e cada roseira dista 2 m da seguinte.
Um jardineiro, para regar as roseiras, enche um balde na torneira e despeja seu
conteúdo na primeira. Volta à torneira e despeja seu conteúdo na segunda Volta à
torneira e repete a operação para cada roseira seguinte. Após regar a última roseira
e voltar à torneira para deixar o balde, ele terá andado quantos metros?
S= 100+104+108+112+116+120+124+128+132+136 = 1180
X = (1, 7, 13, 19, ...) neste caso a razão será r = 6, ou seja, temos uma sequência
crescente.
Y = (-17,- 17,- 17, ...) neste caso a razão será r = 0, ou seja, temos uma sequência
constante.
Z = (50, 40, 30, 20, ...) neste caso a razão será r = -10, ou seja, temos uma
sequência decrescente.
Definição: considere a sequência (a1, a2, a3, ... , an, ...) em progressão aritmética e
de razão r. Segue que:
a2 = a1 + 1.r
a3 = a2 + r = (a1 + r) + r = a1 + 2r
a4 = a3 + r = (a1 + 2r) + r = a1 + 3r
an = a1 + (n – 1) . r
EXEMPLO 1:
b) Quantas linhas foram escritas neste livro, considerando que a 17ª página está
completa?
SOLUÇÃO:
8 55 -
... ...
n
Fonte: O autor (2015).
Pela tabela, podemos perceber que no segundo dia ele conclui a primeira
página e, a partir do segundo dia, a cada cinco dias uma nova página vai sendo
escrita, deste modo, podemos construir a função que relaciona o número de dias
(n − 2)
(n) com o número de páginas escritas (f(n)), ou seja, f ( n) = 1 + . Assim,
5
(n − 2)
para 17 páginas escritas teremos 17 = 1 + , ou seja, n = 82.
5
b) Utilizando a tabela do item a podemos estabelecer a relação f(n) = 20 + (n-1)5.
Assim, em 82 dias conforme obtemos no item anterior, teremos escrito 425 linhas.
EXEMPLO 2:
Uma bola é lançada do topo de uma torre. Ao cair no vácuo, percorre 9,8 m após
um segundo de queda, 19,6 m após dois segundos de queda, 29,4 m após três
segundos de queda, e assim sucessivamente. Sabendo que a altura desta torre é
de 196 metros, responda os itens a seguir.
SOLUÇÃO:
Note que, 19,6 – 9,8 =9,8 e que 29,4 – 19,6 = 9,8. Podemos observar uma
progressão aritmética em que a razão é 9,8 sendo uma PA decrescente, assim,
adotando a razão como r = – 9,80 temos que:
an= a1+(n-1).r
EXEMPLO 3:
1 + 2 + 3 + ... + 98 + 99 + 100.
SOLUÇÃO:
1 + 2 + 3 + 4 + 5 + 6 + 7 + 8 + 9 + 10 = 55
1+10 = 11
2+ 9 = 11
3+ 8 = 11
4+ 7 = 11
5+ 6 = 11
Fazendo de modo análogo a soma dos termos de 1 até 100 podemos verificar
que a soma dos termos é igual a 5050.
Como eram 50 somas iguais de 101, o resultado só poderia ser 50 x 101, e essa
multiplicação ele fizera “de cabeça”. Este menino chamava-se Gauss.
Deste modo,
Segue que,
Riquinho, que é muito esperto, disse a seu pai que, em vez da mesada
de R$ 300,00, gostaria de receber um pouquinho a cada dia: R$ 1,00 no
primeiro dia de cada mês e, a cada dia, R$ 1,00 a mais que no dia anterior.
Seu Juca concordou, mas, ao final do primeiro mês, logo percebeu
que havia saído no prejuízo. Calcule quanto, em um mês com 30 dias,
Riquinho receberá a mais do que receberia com a mesada de R$ 300,00.
SOLUÇÃO: Receberá R$ 165,00
Fonte do desafio 1: <http://www.profezequias.net/papg.html>. Acesso
em: 11 set. 2015.
1
2 3 4
3 4 5 6 7
4 5 6 7 8 9 10
5 6 7 8 9 10 11 12 13
6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
...........
...........
SOLUÇÃO:
Item a)
Como a linha 1 temos (2.1-1) = 1 termo.
Como a linha 2 temos (2.2-1) = 3 termos.
Como a linha 3 temos (2.3-1) = 5 termos.
Como a linha 4 temos (2.4-1) = 7 termos.
Portanto a linha n terá (2n-1) termos, assim a linha 50 tem portanto
(2.50-1) = 99 termos.
Item b)
Como o primeiro termo da linha 50 é 50, e como ela forma uma
progressão aritmética de razão 1 e tem 99 termos, o seu último termo é
50 + (99-1).1 = 148. Logo a linha 50 é a sequência 50, 51, 52, 53, ..., 148.
Segue que a soma dos seus termos será 9801.
Item c)
Seja q(n) a quantidade de números na n-ésima linha. Observando que
a quantidade de números na 1º linha é 1, na 2º é 3, na 3º é 5, e assim
sucessivamente, temos q(n) = 2n -1.
S = n + (n+1) + (n + 2) + ... + [n + q(n) -1]
S = q(n) . n + { 1 + 2 + ... + [q(n) -1] }
S = q(n) . n + { q(n). [(q(n) - 1]/2 }
Sabendo que q(n) = 2n - 1, segue que,
S = (2n -1)2.
Fonte do desafio 2: <http://www.anchietaba.com.br/portal/canal-
damatematica/resolucao/ufrj_vest2004_resposta.pdf>. Acesso em: 11
set. 2015.
EXEMPLO:
SOLUÇÃO: Construindo uma tabela para verificar o rendimento mensal dos juros
temos:
3 2.880 17.280
... .... ...
n j 10.000 (1+0,2)n
Fonte: O autor (2015).
Assim, o montante (M) que é o acúmulo do capital inicial e os juros do período será:
M = 10000. (1+0,2)3
M = 17.280,00
Além desse exemplo, podemos observar padrões geométricos nos fractais que
dão origens a sequências com caracterizações de uma PG.
EXEMPLO:
X= (4, 16, 64, 256, ...) neste caso a razão será q = 4, ou seja, temos uma sequência
crescente.
Y = (180, 90, 45, ...) neste caso a razão será q = 1/2, ou seja, temos uma sequência
decrescente.
Z = (-6, 12, -24, 48, ...) neste caso a razão será q = -2, ou seja, temos uma sequência
oscilante.
W = (13, 13, 13, 13, ...) neste caso a razão será q = 1, ou seja, temos uma sequência
constante.
q = a2 / a1 = a3 / a2 = a4 / a3 = an / an-1
Quanto ao termo geral de uma PG, podemos obtê-lo por meio da seguinte
generalização:
a2 / a1 = q → a2 = a1 . q
a3 / a2 = q → a3 = a2 . q → a3 = a1 . q . q → a3 = a1 . q2
a4 / a3 = q → a4 = a3 . q → a4 = a1 . q2 . q → a4 = a1 . q3
Temos que:
( a1, a1. q, a1. q², a1. q³, a1. q4, ..., a1.q(n-1))
Deste modo, o termo geral para qualquer n pertencente aos naturais é definido por:
an = a1 .q(n-1)
an = ak .q(n-k)
EXEMPLO:
( n,
1
n )
2n + 1
Fonte: O autor (2015).
dados discretos, isso ocorre porque o domínio é o conjunto dos números naturais.
DEMOSTRAÇÃO: precisamos mostrar que para todo ɛ > 0 existe um número N>0,
tal que se n for um inteiro e se n > N, então:
n
| 2n + 1 |< ɛ
2n − 2n − 1
|
2. ( 2n + 1)
|< ɛ
−1
| 2. 2n + 1 |< ɛ
( )
<ɛ
1
2. ( 2n + 1)
1
2n + 1 > 2ε
n> 1 − 2ε
4ε
1 − 2ε
Para que a afirmação seja válida, consideramos N = e se n for um número
4ε
1 3
Verificando a proposição para ε = , então N = , reescrevendo a proposição
8 2
anterior com esses dados temos:
n
Se n >
3 1
, então | 2n + 1 |< .
2 8
2ª)
3ª) lim an ± bn =
n →∞
an lim an
5ª) lim = n→∞
n →∞ b
n
lim bn
n →∞
EXEMPLO:
1
Classificaremos a sequência , primeiramente verificaremos quais são os termos
n
dessa sequência:
Número
Termo da sequência
inteiro
1 1
1
2 2
1
3 3
1
4 4
... ...
n
Fonte: O autor (2015).
EXEMPLO:
1
Representaremos graficamente a sequência para analisarmos os limitantes.
n
Temos os seguintes pares ordenados para essa sequência:
Definição: uma sequência (an) é limitada se, e somente se, possuir limitantes
superior e inferior.
1
Baseadas nas análises realizadas na sequência , podemos
n
verificar que a sequência converge ou diverge?
Seção 2
Séries Numéricas
Introdução à seção
Vimos anteriormente o conceito de uma sequência numérica de números reais.
Nesta seção, trataremos de séries numéricas que estão relacionadas à soma de
elementos de uma sequência real. Temos que para a operação de adição definida
nos reais podemos aplicar a propriedade associativa, ou seja, se somarmos 23
+ (34+56) = (23 + 34) + 56, assim em uma sequência finita podemos agrupar
os termos de modo apropriado e realizarmos a adição. Mas como realizar esse
procedimento para sequências infinitas?
Mesmo não adotando procedimento para séries infinitas, essa foi uma das
primeiras somas de sequências. Somente por volta de 1350 é que temos registros
de soma de sequências por meio de procedimentos de cálculos infinitesimais.
n , ou seja:
Como, por exemplo, a soma da sequência
n
2
1 2 3 n
+ + + ... + n + ... = 2
2 4 8 2
Nesse mesmo período, Oresme contribuiu com o desenvolvimento matemático,
apresentou a primeira demonstração de que a série harmônica é divergente, isto é:
1 1 1 1
+ + + ... + + ... = + ∞
2 3 4 n
Concluímos que cada soma entre parênteses será maior ou igual a ½, assim
podemos indicar que:
1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
+( + ) + ( + + + ) + ( + + ... + ) + ... ≥ + + + ... = + ∞
2 3 4 5 6 7 8 9 10 16 2 2 2
x3 x5 x 7 .
arctg x = x − + − + ...
3 5 7
x2 x3 x4
ln(1+x) = x - + - + ...
2 3 4
EXEMPLO 1:
1 1 1 1 1
+ + + +. . . =
π 2
(2π ) (3π ) (4π )
2 2 2
6
EXEMPLO 2:
1 1 1 1 π2
+ + + =
12 22 32 42 6
Neste caso, temos a soma de uma PG de infinitos termos, segue que a razão é
1 1 1
q= +e a soma
+ dos
+ termos
... dessa sequência pode ser indicada por:
10 10 1032
1 1 1
+ 2 + 3 + ...
10 10 10
3 3 3 1
+ + + ... =
10 100 1000 3
1
Essa série pode ser entendida como a soma de uma PG infinita de razão . Na
1 2
a1
qual podemos aplicar que S = . Assim S = 2 = 1
1− q 1−
1
2
A partir dos exemplos apresentados, definiremos os conceitos relacionados a séries.
Definição: uma série infinita é uma expressão que pode ser escrita na forma
∞
∑a
n =1
n = a1 + a 2 + a 3 + .....
Em que os números a1, a2, a3, ... são denominados de termos da série e an de
termo geral da série. Retomando um exemplo anterior
1 1 1
0,111... = 0,1 + 0,01 + 0,001 +... = + 2 + 3 + ...
10 10 10
1 1 1 1
s 2 = 0,1 + 0, 01 = + = + 2
10 100 10 10
1 1 1 1 1 1
s3 = 0,1 + 0, 01 + 0, 001 = + + = + 2+ 3
10 100 1000 10 10 10
1 1 1 1 1 1 1 1
s 4 = 0,1 + 0, 01 + 0, 001 + 0, 0001 = + + + = + 2+ 3+ 4
10 100 1000 10000 10 10 10 10
Segue que s1, s2, s3, s4,... pode ser entendida como uma sequência cujos
resultados das somas se aproximam de 1/9.
Considere que,
1 1 1 1
sn = + 2 + 3 + ... + n
10 10 10 10
1 1 1 1 1 1
s n = 2 + 3 + 4 + ... + n + n +1
10 10 10 10 10 10
Segue que:
1 1 1
lims = lim 9 1 − 10
n →+∞
n
n →+∞
n
=
9
Ou seja, tivemos o valor de 1/9 que é o esperado para a soma dessa série. Neste
procedimento, construímos uma sequência de somas infinitas e aplicamos o limite
para verificar o valor de convergência dessa série. Deste modo,
1
0,11111... =
9
∑a
n =1
n = a1 + a 2 + a 3 + .....
s2 = a1 + a2
s3 = a1 + a2 + a3
...
n
sn = a1 + a2 + a3 +...+an = sn-1 + an = ∑a k =1
k
Definição: Considere ∑
• (aa
11
nn
+ b n ) série e (sn) a sequência de somas parciais
uma
associada a essa série. Se lim s n = S , tal que S < ∞ temos que a série
n →+∞
∑
• (aa
11
nn
+ bn )
+∞
Observamos que as notações a1 + a2 + a3 +...+ an + ….= ∑a
n =1
n = ∑ an = ∑ an
1
EXEMPLO 1:
1 1
Considere a série • (na
∑11
+b )
n cujon o termo geral é dado por a n =
n
. Temos que a
s1 = 1
1
s2 = 1 +
2
1 1
s3 = 1 + +
2 3
...
1 1 1
s n = 1 + + + ...
2 3 n
EXEMPLO 2:
∞
1 1 1 1 1
∑ n ! = 1 + 1 + 2 + 3! + 4! + ... + n ! + ... = e
0
s0 = 1
s1 = 1 + 1 = 2
1
s2 = 1 + 1 + = 2 + 0,5 = 2,5
2!
1 1 1
s3 = 1 + 1 + + = 2,5 + = 2, 5 + 0,166666666 = 2, 666666667
2! 3! 6
1 1 1 1
s4 = 1 + 1 + + + = 2, 666666667... + = 2, 708333334...
2! 3! 4 ! 24
1 1 1 1 1
s5 = 1 + 1 + + + + = 2, 708333334... + = 2, 716666667...
2! 3! 4 ! 5! 120
1 1 1 1 1 1
s6 = 1 + 1 + + + + + = 2, 716666667... + = 2, 718055556...
2! 3! 4 ! 5! 6 ! 720
1 1 1 1 1 1 1
s7 = 1 + 1 + + + + + + = 2, 718055556... + = 2, 718255969...
2! 3! 4 ! 5! 6 ! 7 ! 5040
1 1 1 1 1 1 1 1
s8 = 1 + 1 + + + + + + + = 2, 718255969... + = 2, 718278771...
2! 3! 4 ! 5! 6 ! 7 ! 8! 40320
1 1 1 1 1 1 1 1 1
s9 = 1 + 1 + + + + + + + + = 2, 718278771... + = 2, 718281527...
2! 3! 4 ! 5! 6 ! 7 ! 8! 9 ! 362880
1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
s10 = 1 + 1 + + + + + + + + + = 2, 718281527.... + = 2, 718281803...
2! 3! 4 ! 5! 6 ! 7 ! 8! 9 ! 10 ! 3628800
Note que a partir da sétima soma parcial obtemos precisão de quatro casas
decimais.
I) Se ∑
• (aa converge
+ b ) então lima = 0 .
nn n
n →+∞
n
• (na são
II) As séries do tipo ∑
11
)
+ bdivergentes, devido an n lim n = +∞ .
n→+∞
11
divergência da série ∑
• (aa . + b )
11
nn n
V) Se ∑
• (aa é+convergente,
11
b ) nn
uma série ∑
n • (ba 11
nn bn )
+construída a partir de ∑
• (aa com
11
+b )
nn n
o acréscimo ou retirada de termos, neste caso essa nova série será convergente,
para uma número geralmente diferente da soma ∑
• (aa . + b )
11
nn n
VI) Se ∑
• (aa e+∑
11
•b ()ba
nn
11
n nn +
são ) séries que convergem para S e R respectivamente,
b nduas
temos os seguintes casos:
3º) Caso: Se ∑
11
+b ) e ∑
• (aa converge
nn • (ba n
11
nn b n ) então
+diverge, ∑ (a
1
n + b n ) diverge.
4º) Caso: Se ∑ 11
+ b ) e k ≠ 0, então ∑
• (aa diverge
nn n • (ka b )
a +diverge.
11
nn n
Observamos que se ∑
• (aa e+∑
11
•b ()bann
11
n nn +são ) séries que divergem, não se pode
b nduas
EXEMPLO 1:
1 1
As séries ∑2
1
n−1
e ∑2
3
n−1
convergem para números distintos.
EXEMPLO 2:
As séries ∑2
1
n−1
e ∑b n = 3 − 5 + 12 + 1 + 2 + 4 + 8 + 16 + .....divergem.
EXEMPLO 3:
As séries ∑2 n
e ∑ −2 n
são divergentes e ∑ (2 n
− 2n ) é convergente a 0.
∑ ar
0
n
= a + ar + ar 2 + ...
∑ ar
n =k
n −k
= a + ar + ar 2 + ar 3 + ...
EXEMPLO 1:
∞
1 1 1 1 1
Segue que 0,1 + 0,01+ 0,001 + 0,0001 + ... = + 2 + 3 + 4 + ...∑ n
10 10 10 10 1 10
trata-se de uma série geométrica cuja razão r = 1/10 e a = 1.
EXEMPLO 2:
∞
Temos que 3 − 3.2 + 3.22 − 3.23 + 3.24 −..... = ∑ 3.(−2) n
trata-se de uma série
geométrica de razão r = −2 e a = 3. 0
a
1º) Caso: será convergente para S = se r < 1 .
1− r
2º) Caso: será divergente, se r ≥ 1 .
DEMONSTRAÇÃO:
sn = (n+1).a
Assim,
lim s n = ±∞
n →+∞
3º) Caso: r ↑
≠ 11
Considere a sequência das somas parciais (sn):
s n = a + ar + ar 2 + ar 3 + ... + ar n −1
rs n = ar + ar 2 + ar 3 + ... + ar n −1 + ar n
Subtraindo a primeira expressão da segunda temos que:
s n − rs n = a − ar n .
Deste modo,
a(1 − r n )
sn = .
1− r
a
a(1 − r n ) ; se r <1
lim s n = lim = 1 − r
n →+∞ n →+∞ 1− r ∞;
se r >1
2.3.2 Série-p
∞
1
Observe a seguinte estrutura de série ∑n
n=1
p
, sendo que p>0, essa estrutura é
∞
1
Um caso particular desse tipo de série ∑n
n=1
que denominamos de série
•k
Definição teste da integral: Considere a série ∑ ak com termos positivos e seja f a
k
função geradora de (ak ) . Se f é decrescente e contínua em [a;+∞), então:
+∞
•∑ ak
kk
é convergente se, e somente, se ∫ f ( x).dx for convergente.
a
∞
1
Por exemplo, ao aplicarmos o teste da integral na série ∑n
n=1
2
temos um
b
lim ∫ x − p dx =
b →∞ 1
b
x − p +1
lim
b →∞ − p + 1
=
1
1
lim(b1− p − 1)
1 − p b→∞
1 1 1
lim( p −1 − 1) =
1− p b →∞ b 1− p
∞
5º) Caso: para p = 0 temos que, a série-p é indicada por ∑ 1 que é uma série que
n=1
diverge.
+∞
(−1) k +1
EXEMPLO 2: ∑
k =1 k
+∞
cos( k .π )
EXEMPLO 3: ∑ k =1 k
Se 0 < L < +∞ temos que ambas são convergentes ou ambas são divergentes.
EXEMPLO:
Considere a série
1 1 1 1
1 − − + + − ...
4 9 16 25
∞
Dada uma série ∑a
n=1
n esta será absolutamente convergente se e somente
∑
n=1
an for convergente.
•k
Se ∑ ak é uma série de termos não nulos então, resolvendo o
k
ak +1
L = lim
k →+∞ ak
Temos que:
1º) Caso: se L •k
< 1, então ∑ ak converge absolutamente e, portanto, converge.
k
2º) Caso: se L = 1, então nada se pode afirmar sobre ∑ ak . •k
k
3º) Caso: se L •k
> 1, então ∑ ak diverge.
k
∞
4 4 4 4 4
comparar com a série
n=1
∑3 n
=+
3 9
+
27
+...+ n +... que é uma série
3
1 4 4
geométrica de razão que será convergente. Assim n < n o que implica
3 3 +1 3
∞
4
que a série ∑ n será convergente.
n =1 3 + 1
∞
1. Verifique se a série ∑a n = 1 + 1 − 1 + 1 − 1 + ....é convergente ou
divergente. 1
- Conceituação de sequências.
- Progressões aritméticas.
- Progressões geométricas.
- Sequências convergentes e divergentes.
- Sequências monótonas.
- Sequências limitadas.
- Conceituação de séries.
- Somas parciais de séries.
- Teste da divergência e propriedades de séries.
- Séries geométricas.
- Séries-p.
- Séries alternadas.
- Séries absolutas.
- Testes de convergências para séries.
1
Considere a série ∑ n(n + 1) para resolução dos exercícios
de 3 a 5. 1
Referências
TOPOLOGIA DA RETA
E APLICAÇÕES
Bons estudos.
Introdução à unidade
Seção 1
Topologia da Reta
Introdução à seção
Segundo Boyer (1974), por volta do início do século XX, as contribuições de
Poincaré, com o trabalho denominado de analysis situs, a teoria dos conjuntos de
Cantor e os estudos de Brouwer deram origem à topologia. Veremos a seguir os
conceitos desse ramo da matemática.
3ª) Propriedade: é válida a desigualdade triangular, ou seja, d(x, y) ≤ d(x, z) + d(z, y).
DEMONSTRAÇÃO:
d(x, y) = | x – y |
= | (x – z) + (z – y) |
≤ |x–z|+|z–y|
≤ d(x, z) + d(z, y)
Definição: Considere o número real a pertencente aos reais e seja ε > 0, de modo
que a vizinhança de a com raio ε é definida em termos notacionais por:
2ª) Propriedade: Considere Vε (a) = {a} de modo que a ≠ b assim existe ε > 0 tal que:
Vε (a) ∩ Vε (b) = ∅
OBSERVAÇÕES:
2º Caso: se um conjunto X possui algum ponto interior, ele deve ter pelo menos
um intervalo aberto, assim será infinito.
DEMONSTRAÇÃO: Temos que mostrar que int (X) ⊂ int (int(X)), de modo que
tenhamos int(X) = int (int (X)), ou seja, int (X) será um conjunto aberto. Segue que
se X ⊂ Y implica em int (X) ⊂ int(Y). Assim x ∈ int (X) implica em que existe Vε (x) tal
que Vε (x) ⊂ X, isto é, existe Vε (x), tal que int(Vε (a)) ⊂ int(X). Segue que o conjunto
Vε (x) é aberto e temos int(Vε (x)) = Vε(x) deste modo, x ∈ int(X) implica que existe
Vε (x), tal que Vε (x) ⊂ int(X) implica em x ∈ int (int(X)), ou seja, int(X) ⊂ int (int (X)) .
EXEMPLO 1:
EXEMPLO 2:
Temos que o conjunto vazio é aberto. Segue que um conjunto qualquer X só pode
deixar de ser aberto se existir em X algum ponto que não seja interior. Como não
existe nenhum ponto no vazio, temos que admitir que este conjunto é aberto.
EXEMPLO 3:
EXEMPLO 4:
EXEMPLO 5:
Um intervalo, sendo limitado ou não, será um conjunto aberto se, e somente se,
for um intervalo aberto. Temos ainda que todo conjunto aberto não vazio é não
enumerável. Deste modo, os conjuntos Q e Z, seus subconjuntos, os conjuntos
finitos da reta não são abertos. Além disso, nenhum conjunto composto apenas
por números irracionais pode ser aberto, pois não possui intervalos.
EXEMPLO 1:
1 1
Se considerarmos a interseção infinita da família do conjunto − , para n=
n n
1, 2, 3,... temos que a interseção resultará no conjunto {0} que não é um conjunto
aberto. Observe que {0} é o conjunto unitário do vazio, que possui o conjunto
vazio como elemento.
EXEMPLO 2:
Todo conjunto aberto contido nos números reais é uma união de intervalos abertos.
EXEMPLO:
Definição: Um conjunto X ⊂ R será fechado se, e somente se, todo ponto aderente
a X pertence a X.
1
Os conceitos de ínfimo e supremo foram abordados na Unidade 2.
Um conjunto ser denso implica que todo ponto de Y é limite de uma sequência
de pontos de X. Por meio dessa definição, podemos constatar que os racionais
Q são densos nos reais, ou seja, em R. Segue que os R-Q, isto é, os irracionais,
também são densos em R.
EXEMPLO 1:
EXEMPLO 2:
EXEMPLO 3:
EXEMPLO 4:
EXEMPLO 5:
EXEMPLO 6:
EXEMPLO 7:
EXEMPLO 8:
Existem conjuntos que não são fechados nem abertos, como, por exemplo, os
racionais Q e os irracionais R-Q.
Por termos uma proposição bicondicional, temos que provar a recíproca, ou seja,
sendo X um conjunto aberto mostraremos que Xc é fechado. Considere que x ∉ X,
temos que x ∈ Xc assumindo que X é aberto, há uma vizinhança de x contida no
conjunto X o que implica que esse ponto x não pode ser ponto de acumulação de A.
EXEMPLO 1:
EXEMPLO 2:
Considere o conjunto X = {1, 1/2, 1/3, ..., 1/n, ...}, temos que 0 é ponto de acumulação
a direita do conjunto, mas não a esquerda de X.
Seção 2
Aplicações da análise real
Introdução à seção
Nas unidades anteriores abordamos o conceito de função, esse é um conceito
de grande relevância em um curso de Análise Matemática. Segundo Ávila (2001),
os estudos sobre funções se deram a partir do século XVII. Nessa época, com o
surgimento da Geometria Analítica, muitos problemas eram resolvidos utilizando as
variáveis e incógnitas que podiam ser representadas por meio dos eixos coordenados.
2.1 Limites
Como vimos anteriormente, podemos entender um número real como um
ponto de uma reta. Também definimos vizinhança de um ponto: de modo geral, é
qualquer conjunto que contenha um ponto x internamente, sendo que entendemos
vizinhança, quando não explicitado, como um intervalo aberto. Às vezes, há o caso
de termos uma vizinhança excluindo o próprio ponto que indicaremos por V'. Ainda
relacionando com o conceito de ponto de acumulação de um conjunto X, temos
que x é ponto de acumulação do conjunto X, se em toda vizinhança de x há algum
elemento de X diferente do ponto. No caso de um ponto não ser de acumulação
teremos um ponto isolado. E teremos um conjunto discreto para todo conjunto
em que os elementos são todos pontos isolados. Vejamos a seguir um caso.
EXEMPLO:
A=
n
Sendo que essa função é dada por f: N → R tal que f(n) = , temos a
seguinte representação: n +1
reais, temos uma indeterminação para o x= -1, sendo que poderíamos representar a
x
função por f: R-{-1} → R, tal que f(x) = , e a representação gráfica seria dada por:
x +1
EXEMPLO:
x2 −1
f ( x) = .
x −1
Observe que o domínio da f será os R – {1}. De modo que temos que investigar
o que ocorre com a f(x) quando se aproxima de algum número quando x assume
valores próximos de 1. Verificamos na tabela a seguir valores de x próximos do
número 1 e os correspondentes valores de f(x).
Observamos que para um valor de x cada vez mais próximo de 1, a f(x) está
cada vez mais próxima de 2. Simbolicamente, temos que lim f ( x) = 2. Note que,
x →1
lim f ( x) = 2 não significa que x vai assumir o valor 1 e nem que a f(x) vai assumir
x →1
o valor 2. Podemos inferir que no ponto x=1 temos um ponto de acumulação em
que o ponto não pertence ao conjunto.
Segue que x ↑1
≠ 1, assim
x 2 − 1 ( x − 1) ( x + 1)
f ( x) = = = x +1
x −1 x −1
Deste modo, a função f se comporta como a função g dada por g ( x) = x +1 ,
ou seja, f(x) = g(x) para todo x ≠
↑11. Como a representação gráfica da função g é uma
reta, temos que a representação de f é a mesma reta, apenas excluímos o ponto
(1,2), pois x ≠
↑11.
a) lim x →0+ f ( x)
b) lim x →0− f ( x)
c) lim x →0 f ( x)
d) lim x →+∞ f ( x)
e) lim x →−∞ f ( x)
f) lim x →2 f ( x)
EXEMPLO:
sen ( x )
Seja a f: R-{0} → R tal que f(x) = � , a representação gráfica é dada por:
x
Com x tendendo a 1.
lim f ( x) = L ou lim x →a f ( x) = L
x→a
EXEMPLO:
Observamos que quando x = 5, f(x) não está determinada, sendo o limite lateral
a esquerda igual a- ∞ e a direita igual a + ∞, temos que lim f(x) não existe.
x→5
I) f(a) existe.
Observamos que se uma ou mais destas três condições não for satisfeita, temos
um caso de uma função f que é descontínua em a. Vejamos a seguir alguns casos
de funções contínuas:
EXEMPLO 1:
EXEMPLO 2:
p( x)
As funções do tipo racional f(x) =
q( x)
7x
Representação gráfica de f(x) =
x² + 2
EXEMPLO 3:
EXEMPLO 4:
EXEMPLO 5:
EXEMPLO 6:
Teorema: Se uma função f com domínio D possui limite L com x → a, então |f(x)|
tem limite |L|.
Por meio desse teorema podemos constatar que se uma função f é contínua
em x=a, então o módulo dessa função, ou seja, a |f(X)| também será contínua
nesse ponto. Isto é:
lim x →a | f ( x) |=| f (a ) |
Teorema: Se uma função f com domínio D possui limite L com x → a e se A< L<
B, então existe δ > 0, tal que x pertence à interseção da vizinhança de a com D,
ou seja, V´δ (a) D implica em A < f(x) < B.
Corolário 2: Se uma função f com domínio D possui limite diferente de zero com
x → a, então existe δ > 0, tal que x pertence a V´δ (a)∩D e implica em f(x) > L/2 se
L>0 e f(x)< L/2 se L<0, isto é, |f(x)| > |L|/2 em V´δ (a)∩D.
II) Considere uma constante k, assim k.f(x) possui limite e lim k.f(x) = k.lim f(x).
III) f(x) . g(x) possui limite e lim [f(x) . g(x)] = lim f(x) . lim g(x).
f ( x) limf ( x )
IV) Se tivermos lim g(x) ≠ 0 , então f(x)/(gx) possui limite e lim = .
g ( x) limg ( x )
EXEMPLO:
1
Considere a função f, dada por f ( x) = .
x2
Figura 4.19 | Exemplo de função com limites infinitos
lim f ( x) = +∞ .
x → 0−
lim f ( x) = +∞ .
x → 0+
Segue que como os limites laterais convergem para o mesmo valor, implica que:
lim f ( x) = +∞ .
x →0
Teorema: Uma condição necessária e suficiente para que uma função f com
domínio D possua limite L com x → a é que, para toda sequência xn pertencente
a D- {a}, ter xn → a implica em f(xn) → L.
Corolário: uma condição necessária e suficiente para que uma função f com
domínio D possua limite para x → a é que f(xn) possua limite para qualquer que
seja a sequência xn pertencente a D- {a}, quando xn → a.
Teorema: uma condição necessária e suficiente para que uma função f(x) com
domínio D possua limite com x → a é que dado qualquer ε > 0 existe δ > 0 tal que:
- Conceitos topológicos.
- Ponto Interior.
- Vizinhança.
- Conjuntos abertos.
- Ponto aderente.
- Fecho de um conjunto.
- Conjunto fechado.
- Conjunto denso.
- Ponto de fronteira.
- Ponto de acumulação.
- Conjuntos compactos.
- Conceito de continuidade.
- Limites infinitos.
a) Conjunto aberto:
b) Conjunto fechado:
c) Conjunto denso:
d) Conjunto compacto:
d) lim f(x)
x→4
e) lim f(x)
x→+∞
f) lim f(x)
x→−∞
senx
x ,x ≠ 0
a) f ( x) = em x = 0.
0, x = 0
x 2 , x ≥ −1
b) f ( x) = em x = - 1.
1− | x |, x < −1
x 2 − 3x + 7
c) f ( x) = , em x = -1.
x2 + 1
Referências