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matemática II
Elementos de
matemática II
Presidente
Rodrigo Galindo
Conselho Acadêmico
Alberto S. Santana
Ana Lucia Jankovic Barduchi
Camila Cardoso Rotella
Cristiane Lisandra Danna
Danielly Nunes Andrade Noé
Emanuel Santana
Grasiele Aparecida Lourenço
Lidiane Cristina Vivaldini Olo
Paulo Heraldo Costa do Valle
Thatiane Cristina dos Santos de Carvalho Ribeiro
Revisão Técnica
Junior Francisco Dias
Vagner Luis Zanin
Editorial
Adilson Braga Fontes
André Augusto de Andrade Ramos
Cristiane Lisandra Danna
Diogo Ribeiro Garcia
Emanuel Santana
Erick Silva Griep
Lidiane Cristina Vivaldini Olo
ISBN 978-85-522-0171-7
CDD 510
2017
Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Avenida Paris, 675 – Parque Residencial João Piza
CEP: 86041-100 — Londrina — PR
e-mail: editora.educacional@kroton.com.br
Homepage: http://www.kroton.com.br/
Sumário
Trigonometria no triângulo
Convite ao estudo
Como você faria se alguém o desafiasse a calcular a altura de
um prédio de maneira indireta, ou seja, sem subir ao seu topo
ou utilizar equipamentos específicos?
Figura 1.1 | (a) ilustração de Tales de Mileto; (b) estátua de Pitágoras de Samos
(a) (b)
U1 - Trigonometria no triângulo 9
Vamos voltar também à situação hipotética apresentada no
Convite ao estudo? Suponhamos que você é docente de certa turma
do ensino médio em início de carreira, com a tarefa de elaborar uma
atividade prática com o objetivo de discutir e aferir se as paredes da
sala de aula estão no esquadro, ou seja, se formam um ângulo reto,
sem utilizar a ferramenta esquadro.
10 U1 - Trigonometria no triângulo
Pesquise mais
Para mais detalhes sobre Trigonometria, acesse o link disponível em:
<http://www.uel.br/projetos/matessencial/trigonom/trigo00.htm>.
Acesso em: 3 mar. 2017. Elaborado pelo professor Ulysses Sodré, da
Universidade Estadual de Londrina, esse site traz, além de vários outros
assuntos, alguns dos conceitos relacionados com a Trigonometria:
notações utilizadas, exemplos numéricos e aplicações práticas, com
linguagem bastante acessível. Vale a pena conferir!
(a) (b)
U1 - Trigonometria no triângulo 11
Lembre-se
Dois triângulos são semelhantes quando satisfazem ao menos um dos
critérios a seguir:
12 U1 - Trigonometria no triângulo
Assimile
Teorema de Tales
AB DE
=
BC EF
Figura 1.4 | Feixe de retas paralelas sobre retas transversais
Atenção
Um conjunto de três ou mais retas paralelas em um plano é chamado de
feixe de retas paralelas. Na Figura 1.4, as retas r, s e t formam um feixe
de retas paralelas ( r //s //t ). Já as retas u e v, que cortam o feixe de retas
paralelas, são chamadas de retas transversais. Nesse feixe de retas:
U1 - Trigonometria no triângulo 13
Vamos traçar os segmentos DM e EN , paralelos a u, obtendo
os paralelogramos ABMD e BCNE, tais que AB ≡ DM e BC ≡ EN ,
como mostra a figura a seguir.
Figura 1.5 | Feixe de retas paralelas sobre retas transversais e construção dos
paralelogramos ABMD e BCNE (1º caso)
14 U1 - Trigonometria no triângulo
Reflita
A expressão “sem perda de generalidade” é muito comum em
demonstrações que usam uma suposição, nesse caso a medida m. Os
demais casos podem ser demonstrados de maneira semelhante. Como
seria, por exemplo, a demonstração para uma medida m escolhida de tal
( )
maneira que med AB = 5m e med BC = 4m ? ( )
Figura 1.6 | Feixe de retas paralelas sobre retas transversais, divididos em uma
quantidade inteira de vezes (2º caso)
AB 2m 2 DE 2n 2
= = = =
BC 3m 3 e EF 3n 3
Portanto, AB DE .
=
BC EF
U1 - Trigonometria no triângulo 15
Atenção
No 2º caso, demonstramos o teorema de Tales considerando que é
possível obter uma medida m que divide os segmentos AB e BC
uma quantidade inteira de partes. Quando isso acontece, dizemos
que esses segmentos são comensuráveis. Por escapar do conteúdo
deste livro, admitiremos sem prova o caso no qual AB e BC são
incomensuráveis, ou seja, quando não é possível obter uma unidade de
medida na qual seja possível dividir os segmentos em uma quantidade
inteira de partes.
Exemplificando
Suponha que você foi desafiado a calcular a largura de um rio utilizando
apenas uma trena e seus conhecimentos acerca do assunto. Além disso,
você não pode atravessá-lo para realizar medições na outra margem.
Tomando alguns pontos como referência, você realizou algumas
medições e construiu o esquema a seguir.
Figura 1.7 | Esquema para calcular a largura de um rio
AB AD 12 9 252
= ⇒ = ⇒ 9 ⋅ BC = 12 ⋅ 21 ⇒ BC = ⇒ BC = 28
BC DE BC 21 9
16 U1 - Trigonometria no triângulo
Os triângulos semelhantes, em especial os triângulos retângulos,
são de grande importância para a resolução de situações-problema,
principalmente aqueles que envolvem a determinação de distâncias
inacessíveis. Vamos relembrar seus elementos?
• Lados: AB , BC e AC .
^ ^ ^
• Ângulos internos: BAC , ABC e ACB.
• Medidas dos lados:
a : medida de BC
b : medida de AC
c : medida de AB
• Medidas dos ângulos:
^ ^
A : medida de BAC
^ ^
B : medida de ABC
^ ^
C : medida de ACB
O lado BC , oposto ao ângulo reto, é chamado hipotenusa, e os
lados AB e BC , adjacentes ao ângulo reto, são chamados catetos.
U1 - Trigonometria no triângulo 17
Atenção
Teorema de Pitágoras
Você provavelmente deve se recordar da afirmação: “o quadrado
da hipotenusa é igual à soma dos quadrados dos catetos”.
Assimile
Teorema de Pitágoras
18 U1 - Trigonometria no triângulo
Figura 1.10 | Procedimento utilizado pelos egípcios para demarcar ângulo reto
U1 - Trigonometria no triângulo 19
Agora, vamos calcular a área do quadrado EFGH. Como há pelo
menos duas maneiras distintas de calcular essa área, podemos escrever
uma igualdade entre elas:
1ª maneira: adicionando
a área do quadrado 2ª maneira: elevando
ABCD1ª e maneira : adicionando
a dos quatro ao quadrado
2ª maneira : elevando a
a área do quadrado ABCD ao quadrado a medida
triângulos retângulos.
e a dos quatro triângulos medida
de seu de
lado.seu lado.
retângulos.
b⋅c
(b + c )
2 2
a + 4⋅ =
2
a 2 +2bc = b 2 +22bc + c 2
a2 = b2 + c 2
20 U1 - Trigonometria no triângulo
Em que:
• a: medida da hipotenusa.
• b e c: medidas dos catetos.
• h: medida da altura relativa à hipotenusa.
• m e n: medidas das projeções dos catetos sobre a hipotenusa.
Vamos obter as relações métricas entre o triângulo maior e um
dos triângulos menores, digamos o triângulo DBA. De fato, dados dois
triângulos semelhantes, seus lados correspondentes são proporcionais.
Vamos comparar os triângulos e escrever as relações.
a c
c b a b =
= = c n
n h c h a⋅n = c ⋅c
c ⋅h = b⋅n a⋅h = b⋅c
c2 = a ⋅ n
U1 - Trigonometria no triângulo 21
Distância entre dois pontos no plano cartesiano
Podemos ainda utilizar o teorema de Pitágoras para calcular a
distância entre dois pontos do plano cartesiano. Observe como podemos
determinar a distância entre os pontos B ( 3, 8 ) e C (10, 2 ), por exemplo.
Para isso, determinamos o ponto A de modo que o triângulo ABC seja
retângulo.
Note que AB = 8 − 2 = 6 e AC = 2 − 10 = 8 .
22 U1 - Trigonometria no triângulo
Figura 1.15 | Triângulo retângulo obtido no procedimento utilizado pelos egípcios para
demarcar ângulo reto
U1 - Trigonometria no triângulo 23
Avançando na prática
Descrição da situação-problema
Suponha ainda que você é docente de certa turma do ensino
médio e estão estudando os conjuntos numéricos, especificamente
os números irracionais. Considere que, em uma das aulas, é
necessário representar um número irracional geometricamente na
reta numérica, utilizando régua, compasso e um par de esquadros.
Qual seria um passo a passo interessante para realizar essa tarefa?
Resolução da situação-problema
Com base no que estudamos nesta seção, podemos utilizar
novamente o conceito do teorema de Pitágoras. Por exemplo, veja
como representar o número irracional 13 na reta numérica.
1. Inicialmente, construímos um triângulo retângulo com
catetos medindo 2 cm e 3 cm com o auxílio do par de esquadros.
Figura 1.16 | Construção do triângulo retângulo com catetos medindo 2 cm e 3 cm
a 2 = b 2 + c 2 ⇒ a 2 = 22 + 32 ⇒ a 2 = 13 ⇒ a = 13
24 U1 - Trigonometria no triângulo
3. Por fim, transportamos para a reta numérica a medida da
hipotenusa do triângulo utilizando o compasso.
U1 - Trigonometria no triângulo 25
Faça valer a pena
1. A Figura 1.18 representa parte do mapa de um bairro em que a linha de
divisão entre os terrenos A e B e as ruas Minas Gerais e Alagoas são paralelas.
Além disso, a rua Bahia é perpendicular às ruas Minas Gerais e Alagoas.
26 U1 - Trigonometria no triângulo
Figura 1.19 | Estrada reta e pontos de referência
c) 3
4
U1 - Trigonometria no triângulo 27
d) 4
3
e) 5
3
28 U1 - Trigonometria no triângulo
Seção 1.2
Trigonometria no triângulo retângulo
Diálogo aberto
U1 - Trigonometria no triângulo 29
Razões trigonométricas
Considere duas semirretas de mesma origem em O, formando
um ângulo agudo, digamos, de medida 30°. Veja a Figura 1.20.
Figura 1.21 | Construção dos triângulos retângulos A1B1O e A2B2O (as medidas
consideradas não estão necessariamente em verdadeira grandeza)
_ 2, 3 cm
A1B1 ~ _ 4, 6 cm
OB1 ~ OA1 = 4 cm
_ 3, 5 cm
A2B2 ~ _ 6, 9 cm
OB2 ~ OA2 = 6 cm
30 U1 - Trigonometria no triângulo
Calculando a razão entre esses lados, temos:
No triângulo A1B1O :
_ 2, 3 ~
A1B1 ~ _ 0, 5
OB1 4, 6
OA1 _ 4 _
~ ~ 0, 9
OB1 4, 6
_ 2, 3 ~
A1B1 ~
= _ 0, 6
OA1 4
No triângulo A2B2O :
_ 3, 5 ~
A2B2 ~ _ 0, 5
OB2 6, 9
_ 6 ~
OA2 ~ _ 0, 9
OB2 6, 9
_ 3, 5 ~
A2B2 ~ _ 0, 6
OA2 6
Figura 1.22 | Construção dos triângulos retângulos A3B3O , A4B4O , ... An BnO , (as
medidas consideradas não estão necessariamente em verdadeira grandeza)
U1 - Trigonometria no triângulo 31
Nesses triângulos semelhantes, temos uma igualdade entre as
seguintes razões envolvendo as medidas desses triângulos:
Pesquise mais
No objeto interativo, disponível no link: <https://www.geogebra.org/m/
M3vta5Uv#material/GPnb5U5Z>. Acesso em: 10 mar. 2017, é possível
simular as razões trigonométricas. Ao alterar o tamanho, o formato ou
a medida dos ângulos agudos nos triângulos retângulos, a simulação
mostra que a igualdade entre as razões é mantida. Vale a pena conferir!
32 U1 - Trigonometria no triângulo
Assimile
Considerando um triângulo retângulo e fixando um de seus ângulos
agudos α , temos:
Figura 1.23 | Triângulo retângulo ABC e ângulo agudo grandeza
(cateto oposto)
(cateto adjacente)
Fonte: elaborada pelo autor.
b
sen α =
a
c
cos α =
a
b
tg α =
c
Vocabulário
Adjacente: que está posto ao lado, situado em local próximo.
U1 - Trigonometria no triângulo 33
Com essas razões trigonométricas, podemos determinar a medida
de um lado do triângulo retângulo, conhecendo a medida de um ângulo
e de outro lado. Também é possível determinar a medida de um ângulo
conhecendo a medida de dois lados.
• sen2 α. + cos2 α = 1
Essa última igualdade é chamada relação fundamental da trigonometria.
Para demonstrá-la, utilize o teorema de Pitágoras.
Atenção
2
Não podemos confundir sen α , que é igual a ( sen α )2 , com
(
sen α 2 , que é igual a sen α ⋅ α . )
34 U1 - Trigonometria no triângulo
Valores para o seno, cosseno e tangente no triângulo retângulo
Anteriormente, no tópico de “Razões trigonométricas”, ao construir os
triângulos semelhantes A1B1O e A2B2O , obtemos valores aproximados
nas razões.
A1B1 A2B2 ~
_ 0, 5
=
OB1 OB2
OA1 OA2 _
= ~ 0, 9
OB1 OB2
A1B1 A2B2 _
= ~ 0, 6
OA1 OA2
Reflita
Por que os ângulos de medidas 30°, 45° e 60° são conhecidos como
ângulos notáveis?
U1 - Trigonometria no triângulo 35
Considere um triângulo equilátero de lado a. Sabemos que cada um
de seus ângulos internos mede 60°. Traçando a altura h e pelo teorema
de Pitágoras, temos:
2
a a2 a2 3a 2 a 3
a2 = h2 + ⇒ a2 = h2 + ⇒ a2 − = h2 ⇒ h2 = ⇒h=
2 4 4 4 2
a
1
• sen 30° = 2 =
a 2
a 3
3
• cos 30° = 2 =
a 2
a
2 1 3 3
• tg30° = = ⋅ =
a 3 3 3 3
2
a 3
3
• sen 60° = 2 =
a 2
a
1
• cos 60° = 2 =
a 2
36 U1 - Trigonometria no triângulo
a 3
• tg 60° = 2 = 3
a
2
x 2 = a 2 + a 2 ⇒ x 2 = 2a 2 ⇒ x = a 2
Assim, podemos calcular as razões trigonométricas de 45°.
a 1 2 2
• sen 45° = = ⋅ =
a 2 2 2 2
a 2
• cos 45° = =
a 2 2
a
• tg 45° = = 1
a
U1 - Trigonometria no triângulo 37
Tabela 1.1 | Valores do seno, cosseno e tangente para os ângulos notáveis
Pesquise mais
Veja uma tabela trigonométrica com aproximação de cinco casas
decimais disponível em: <http://www.ufrgs.br/biomec/materiais/
Tabela%20Trigonometrica.pdf>. Acesso em: 27 mar. 2017.
Dica
Além de consultar a tabela, você pode usar uma calculadora científica
para obter os valores do seno, cosseno e tangente de um ângulo. Para
obter o seno do ângulo de, por exemplo, efetuamos:
Figura 1.28 | Sequência de teclas para obter o valor de sen 47°
38 U1 - Trigonometria no triângulo
Também é possível determinar a medida do ângulo α dado sen α ,
−1 −1 −1
cos α ou tg α usandoafunção sen , cos ou tg ,respectivamente.
Para determinar a medida do ângulo ao qual cos α = 0, 974 , por
exemplo, efetuamos:
Figura 1.29 | Sequência de teclas para obter a medida do ângulo ao qual
cos α = 0, 974
Exemplificando
Ao decolar, um avião percorre um trajeto retilíneo que forma com
o solo um ângulo de 25°. Seu deslocamento horizontal é de 2500
m. Determine a altura aproximada H atingida pelo avião e a distância
aproximada percorrida d, conforme a figura a seguir.
Figura 1.30 | Representação do trajeto de um avião ao decolar pirâmide (os
elementos ilustrados não estão em proporção)
U1 - Trigonometria no triângulo 39
Resolução: como a altura é perpendicular ao solo, o triângulo formado
é retângulo. A razão entre as medidas do cateto oposto e do cateto
adjacente é dada por:
H
tg 25° =
2 500
2 500
cos 25° =
d
H H
tg 25° = ⇒ 0, 466 = ⇒ H = 2 500 ⋅ 0, 466 ⇒ H = 1165
2 500 2 500
40 U1 - Trigonometria no triângulo
• Porcas, parafusos ou outro tipo de material para contrapeso.
• Tesouras e fita adesiva.
A montagem é simples e o teodolito ficaria como na figura a seguir.
Figura 1.31 | Teodolito construído com canudos, barbante e transferidor de papel
U1 - Trigonometria no triângulo 41
Conhecendo a medida do ângulo BAC � , do cateto d, e com
base nos conteúdos desta seção, é possível obter a medida h2 e,
consequentemente, a altura da árvore ( h1 + h2 ).
Cabe agora a você documentar tudo por meio de um plano de
aula. Explique, detalhadamente, os materiais necessários e o passo
a passo da construção do teodolito, assim como o processo de
medição dos ângulos, as justificativas teóricas, o tempo disponível
para a prática, os conteúdos matemáticos envolvidos e os resultados
esperados, dentre outros aspectos.
Avançando na prática
Figura 1.33 | (a) escada construída em um prédio público; (b) secção vertical da escada
(a) (b)
largura do
degrau (piso)
altura do
degrau
(espelho)
42 U1 - Trigonometria no triângulo
Jorge tem a responsabilidade de verificar se o piso e o espelho dessa
escada estão de acordo com a norma NBR 9050 (ABNT, 2004). Que
tal ajudar nosso personagem na resolução dessa situação-problema?
Resolução da situação-problema
Observando o item (b) da figura, notamos que o comprimento
total dos quatro degraus é de 1,20 m. Para calcular a largura de
cada degrau, basta dividir esse comprimento pela quantidade de
degraus, ou seja, 1, 20 . Como cada piso tem 30 cm, eles
= 0, 3
4
estão de acordo com a NBR 9050 (ABNT, 2004).
Agora, vamos verificar os espelhos. Com base no que estudamos
x 3 x
nesta seção, podemos utilizar a relação tg 30° para
= ⇒ = a
determinar ⇒ 3 x = 1, 2
altura total dos quatro degraus. Vamos indicar essa1,medida
20 3 x.1, 20
por
x 3 x 1, 20 3
tg 30° = ⇒ = ⇒ 3 x = 1, 20 3 ⇒ x = ⇒ x = 0, 4 3
1, 20 3 1, 20 3
U1 - Trigonometria no triângulo 43
Reflita
Por que é importante estabelecer normas tão rigorosas a respeito do
dimensionamento de escadas fixas? Na escada de certo metrô de Nova
York, um degrau é pouco mais de 2 cm mais alto que os demais, o
que é suficiente para que muitas pessoas que passem por ali acabem
tropeçando. Não acredita? Veja o vídeo demonstrando esse fato curioso
em: <https://youtu.be/ap-22FjgoE4>. Acesso em: 9 mar. 2017.
b)
25 3
3
c) 25 3
2
d) 12,5 m
e) 20 m
44 U1 - Trigonometria no triângulo
Figura 1.34 | Processo de medição da altura da torre
a) 80 m
b) 57,14 m
c) 137,14 m
d) 40 m
e) 97,14 m
U1 - Trigonometria no triângulo 45
46 U1 - Trigonometria no triângulo
Seção 1.3
Trigonometria em um triângulo qualquer
Diálogo aberto
U1 - Trigonometria no triângulo 47
Por ora, precisaremos admitir duas relações que podem ser
demonstradas e serão estudadas com mais detalhes na próxima unidade.
Assimile
Considere um ângulo obtuso AOB � = α , com 90° < α < 180° , e seu
�
suplemento BOC = 180° − α , conforme ilustra a Figura 1.35
Figura 1.35 | Ângulo obtuso α e seu suplemento
48 U1 - Trigonometria no triângulo
Exemplificando
1
Veja como podemos calcular sen 150° ,=cos (180° ,°=sen
sen135 cos
−−150 °()180
132 °=e=sen 135
° −30
sen
cos 170° °=°.=)° =
(180 − cos
132
− cos ) 45
(°180 °−=170
= °sen − °°
48
2
1
• sen 150° = sen (180° − 150° ) = sen 30° =
2
2
• cos 135° = − cos (180° − 135° ) = − cos 45° = −
2
• sen 132° = sen (180° − 132° ) = sen 48° ~_� 0, 743
• cos 170° = − cos (180° − 170° ) = − cos 10° = −0, 985
sen 132°cos 170(Os
= sen 180 °cos (180
− 132
° = −valores ) =° −sen
°de ° )°=e� −0cos
17048 , 743
10° =foram
−0, 985
consultados em uma tabela
trigonométrica. Utilize uma calculadora científica para verificar essas igualdades.
Assimile
Segundo a lei dos senos, em um triângulo ABC qualquer, a medida de
um lado é proporcional ao seno do ângulo oposto (vide Figura 1.36).
a b c
^= ^= ^
sen A sen B sen C
U1 - Trigonometria no triângulo 49
Sem perda de generalidade, vamos fazer a demonstração para
um triângulo acutângulo, ou seja, que possui os ângulos internos
agudos. Considere um triângulo ABC e duas de suas alturas,
conforme Figura 1.37.
^ ^ a b
a ⋅ sen B = b ⋅ sen A ⇒ ^= ^(I)
sen A sen B
^
Utilizando a razão sen B no triângulo retângulo ABD, temos:
^AD ^
sen B = ⇒ AD = c ⋅ sen B
c
^ no triângulo retângulo ACD, temos:
Utilizando a razão senC
^ AD ^
sen C = ⇒ AD = b ⋅ sen C
b
Comparando essas duas igualdades, tem-se:
50 U1 - Trigonometria no triângulo
^ ^ b c
c ⋅ sen B = b ⋅ sen C ⇒ ^= ^ (II)
sen B sen C
Assimile
Segundo a lei dos cossenos, em um triângulo ABC qualquer, o quadrado
da medida de um dos lados é igual à soma dos quadrados das medidas
dos outros lados, subtraído o dobro do produto das medidas desses
lados pelo cosseno do ângulo formado por eles (vide Figura 1.38).
Figura 1.38 | Triângulo ABC qualquer e medidas dos lados
a 2 = b 2 + c 2 − 2bc ⋅ cos A
^
b 2 = a 2 + c 2 − 2ac ⋅ cos B
^
c 2 = a 2 + b 2 − 2ab ⋅ cos c
U1 - Trigonometria no triângulo 51
Novamente, sem perda de generalidade, vamos fazer a
demonstração para um triângulo acutângulo. Considere um
triângulo ABC e uma de suas alturas, conforme Figura 1.39.
Figura 1.39 | Triângulo ABC acutângulo e uma de suas alturas
^
Utilizando a razão cos A e o teorema de Pitágoras no triângulo
retângulo ACD, temos:
^ AD ^
cos A = ⇒ AD = b ⋅ cos A
b
( ) ( ) ( )
2 ^
b 2 = AD + h 2 ⇒ h 2 = b 2 − AD ⇒ h 2 = b 2 − b ⋅ cos A ⇒ h 2 = b 2 − b 2 ⋅ cos ^
A (I)
( ) ( ) ( )
2 2 2
^
a 2 = h 2 + BD ⇒ a 2 = h 2 + c − AD ⇒ h 2 = a 2 − c − b ⋅ cos A ⇒
(
⇒ h 2 = a 2 − c 2 − 2bc ⋅ cos A + b 2 ⋅ cos2 A ⇒
^ ^
)
^ ^ ^
⇒ h = a − c + 2bc ⋅ cos A − b ⋅ cos A − b 2 ⋅ cos2 A
2 2 2 2
(II)
52 U1 - Trigonometria no triângulo
Pesquise mais
A demonstração da lei dos senos e da lei dos cossenos para um
triângulo qualquer (acutângulo, retângulo ou obtusângulo) pode
ser encontrada em: <http://pessoal.sercomtel.com.br/matematica/
trigonom/trigo05.htm>. Acesso em: 15 mar. 2017. Nas demonstrações
da lei dos senos, são utilizadas propriedades dos triângulos inscritos
em uma circunferência. Vale a pena conferir!
Assimile
A área de um triângulo ABC qualquer é igual ao semiproduto das medidas
de dois lados do triângulo pelo seno do ângulo formado por eles (vide
Figura 1.40).
ab ^ ac ^ bc ^
A= ⋅ sen C A= ⋅ sen B A= ⋅ sen A
2 2 2
U1 - Trigonometria no triângulo 53
Mais uma vez, sem perda de generalidade, vamos demonstrar a
validade dessas expressões para triângulos acutângulos. Considere
um triângulo ABC e uma de suas alturas, conforme Figura 1.41.
^
Utilizando a razão sen A no triângulo retângulo ABD, temos:
^ h ^
sen A = ⇒ h = c ⋅ sen A
c
b⋅h
Agora, vamos utilizar a expressão A = citada anteriormente
para calcular a área desse triângulo. 2
A=
b⋅h
⇒A=
b ⋅ c ⋅ sen A
⇒A=
bc ( ^
⋅ sen A
)
^
2 2 2
De maneira semelhante, é possível obter as demais expressões.
Também é possível demonstrar esse resultado para triângulos
obtusângulos e para triângulos retângulos.
54 U1 - Trigonometria no triângulo
Reflita
Dependendo das medidas conhecidas, podemos utilizar uma fórmula
diferente para calcula a área do triângulo. Conhecendo as medidas da
base (b) e da altura (h), utilizamos a fórmula A = b ⋅ h . Já conhecendo as
2 ^
medidas de dois lados (b e c) e do ângulo formado por eles (A ),
utilizamos a fórmula A = bc ⋅ sen ^
A . Mas e se conhecermos apenas as
2
medidas dos três lados? Será que existe uma fórmula para calcular a área
desse triângulo? Se você ficou curioso, pesquise pela fórmula de Herão,
cujo nome é em homenagem ao matemático Herão de Alexandria, que
viveu por volta da segunda metade do século I d.C. E porque não existe
uma fórmula para calcular a área de um triângulo conhecendo apenas
as medidas dos três ângulos?
U1 - Trigonometria no triângulo 55
Figura 1.42 | Triângulo ABC e altura relativa ao lado BC
( ) ( )
2 2
1 2
2 a2 + b2 − c 2 4a 2 b 2 − a 2 + b 2 − c 2
2
h =b −
2a
2
(
a + b2 − c 2 = b2 −
4a 2
) =
4a 2
=
=
( 2ab )
2
(
− a2 + b2 − c 2 )
2
( ) (
( 2ab ) + a 2 + b 2 − c 2 ⋅ ( 2ab ) − a 2 + b 2 − c 2
= = )
4a 2 4a 2
=
( ) (
= )
a 2 + 2ab + b 2 − c 2 ⋅ c 2 − a 2 − 2ab + c 2 ( a + b )2 − c 2 ⋅ c 2 − ( a − b )2
=
4a 2 4a 2
=
{(a + b ) + c ⋅ (a + b ) − c } ⋅ {c + (a − b ) . c − (a + b )} =
4a 2
=
[a + b + c ] ⋅ [a + b − c ] ⋅ [c + a − b ] . [c − a + b ]
4a 2
56 U1 - Trigonometria no triângulo
Atenção
Nos cálculos anteriores são utilizados, por mais de uma vez, os seguintes
produtos notáveis:
(x + y )
2
= x 2 + 2 xy + y 2
(x − y )
2
= x 2 − 2 xy + y 2
x2 − y 2 = ( x + y ) ( x − y )
a + b + c = 2 p
a + b − c = a + b + c − 2c = 2 p − 2c = 2 ( p − c )
c + a − b = a + b + c − 2b = 2 p − 2b = 2 ( p − b )
c − a + b = a + b + c − 2a = 2 p − 2a = 2 p − a
( )
Substituindo essas expressões em (5), temos:
2p ⋅ 2 ( p − c ) ⋅ 2 ( p − b ) ⋅ 2 ( p − a ) 2
h2 = ⇒h= p ( p − a) ( p − b) ( p − c )
4a 2 a
Assimile
Dado um triângulo ABC qualquer de lados a, b e c, temos:
U1 - Trigonometria no triângulo 57
• O raio r da circunferência inscrita é dado por:
r=
( p − a) ( p − b) ( p − c )
p
a+b+c
Em que p é o semiperímetro do triângulo, isto é, p = .
2
58 U1 - Trigonometria no triângulo
Figura 1.43 | Uso do teodolito para medir a altura de uma árvore, formando um
triângulo que não é retângulo
Avançando na prática
U1 - Trigonometria no triângulo 59
Resolução da situação-problema
Mas você já ouviu a expressão “resolva o triângulo”? Resolver
um triângulo qualquer significa calcular seus elementos principais:
^ ^ ^
A , B , C , a, b e c. Para isso, é necessário que sejam fornecidos,
no mínimo, três informações sobre o triângulo, sendo uma delas,
pelo menos, o comprimento de um dos segmentos do triângulo
(lado, altura, mediana, bissetriz, etc.). Como já mencionado, os
problemas desse tipo recaem num dos quatro problemas clássicos
de resolução de triângulos quaisquer, listados a seguir.
1. Resolver um triângulo, conhecendo um lado (a) e dois ângulos
^ ^
adjacentes a ele ( B e C ).
2. Resolver um triângulo, conhecendo dois lados (b e c) e o
^
ângulo que eles formam ( A ).
3. Resolver um triângulo, conhecendo os três lados (a, b e c).
4. Resolver um triângulo, conhecendo dois lados (a e b) e o
ângulo oposto a um deles.
Vamos discutir o último caso. Considere um triângulo ABC, no
^ ^ ^
qual são conhecidos a, b e A . Precisamos calcular c, B e C .
Há mais de um método para isso, dependendo da ordem em que
^
eles são calculados. Por exemplo, a medida do ângulo B pode ser
obtida com o auxílio de uma tabela trigonométrica ou calculadora
científica ao aplicar diretamente a lei dos senos.
a b ^ b ^
^= ^ ⇒ sen B = ⋅ sen A
sen A sen B a
^
Em seguida, com a medida do ângulo B obtida, podemos
^
calcular a medida do ângulo C .
^
(
C = 180 − A + B )
^ ^
60 U1 - Trigonometria no triângulo
Que tal agora elaborar um plano de aula contendo uma
maneira de resolver os triângulos dos demais casos? A resolução
do último caso nos “dá dicas” sobre os demais. Você poderá prever
um momento de discussão com os alunos, possibilitando que eles
apresentem outras maneiras de resolver cada caso, buscando
sempre a simplificações de cálculo. Esse estudo pode ser útil para
o desenvolvimento da atividade proposta no tópico Sem medo de
errar, apresentado anteriormente.
U1 - Trigonometria no triângulo 61
2. Considere uma circunferência construída por um compasso com
abertura de 60°. Sabe-se que o comprimento das hastes desse compasso,
da ponta até o parafuso de fixação, é de 8 cm, conforme Figura 1.45.
62 U1 - Trigonometria no triângulo
Figura 1.46 | Triângulo formado pelas cidades Uberlândia, Uberaba e Patos de Minas
U1 - Trigonometria no triângulo 63
64 U1 - Trigonometria no triângulo
Referências
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR. 9050: 2004. Disponível em:
<http://www.pessoacomdeficiencia.gov.br/app/sites/default/files/arquivos/%5Bfield_
generico_imagens-filefield-description%5D_24.pdf>. Acesso em: 29 jun. 2017.
BOYER, Carl Benjamin. História da matemática. Tradução de Elza F. Gomide. São Paulo:
Edgard Blucher, 1974.
CASSAR, Vólia Bomfim. Direito do trabalho. 9. ed. rev. e atual. São Paulo: Método,
2014. (Obra completa e didática, com jurisprudência e caso práticos, sobre o Direito do
Trabalho e os tópicos estudados nesta unidade)
CHAVANTE, Eduardo Rodrigues. Convergências: Matemática. São Paulo: Edições SM,
2015. v. 4.
IEZZI, Gelson et al. Fundamentos de matemática elementar: trigonometria. São Paulo:
Atual, 1993. v. 3.
ROSA NETO, Eduardo Aparecido da; BALESTRI, Rodrigo Dias. Matemática: interação e
tecnologia. São Paulo: Leya, 2013. v.1.
RIBEIRO, Jackson da Silva. Matemática: Ciência, linguagem e tecnologia. 2. ed. São
Paulo: Scipione, 2013. v. 3.
U1 - Trigonometria no triângulo 65
Unidade 2
Funções e identidades
trigonométricas
Convite ao estudo
Você já participou ou teve oportunidade de assistir a uma
prova de atletismo? Já percebeu que na posição de largada de
algumas provas, os atletas estão em posições diferentes, ou
seja, estão “desalinhados”? Além disso, eles não podem sair de
suas raias até a linha de chegada. Por quê?
Figura 2.1 | Trajetos das raias de uma prova de 200 m (os elementos
ilustrados não estão em proporção)
Exemplificando
60 1
360 18, 84
= ⇒ 18, 84 ⋅ 60 = 360 ⋅ l1 ⇒
60 l1
1130, 4
⇒ l1 = ⇒ l1 ≅ 3,14
360
Medida (°) Comprimento (cm)
3,14
}
360 π ⋅ r{ = 31, 4
2⋅ ≠
5 cm
60 2
360 31, 4
= ⇒ 31, 4 ⋅ 60 = 360 ⋅ l 2 ⇒
60 l2
1884
⇒ l2 = ⇒ l 2 ≅ 5, 23
360
( ) ( )
Portanto, med AB = med CD = 60°ϒ, mas 1 = 3,14 < 2 = 5, 23 ,
como citado anteriormente.
Dica
Algumas calculadoras científicas oferecem três opções para a unidade
de medida de ângulo: graus (Deg), radianos (Rad) ou grados (Gra). Essas
opções são úteis para realizar uma conversão de medida angular ou
calcular o valor do seno, cosseno ou tangente de um ângulo em radianos.
Circunferência trigonométrica
Considere novamente um ponto na circunferência, deslocando-
se de A para B. Em algumas situações, poderíamos questionar: em qual
sentido esse ponto se desloca: horário ou anti-horário? E se esse ponto
Atenção
É importante destacar que, como o raio da circunferência trigonométrica
é 1 unidade, a medida do arco em radianos é numericamente igual ao
seu comprimento. Portanto, daqui em diante, deixaremos de utilizar a
notação rad para indicar um arco na circunferência trigonométrica.
a) b)
Assimile
α + k ⋅ 360° ou α + k ⋅ 2π , com k ∈
O arco AP de medida α é chamado 1ª determinação positiva dos
côngruos a ele.
Figura 2.8 | (a) variação de sinal no eixo dos senos; (b) variação de sinal no eixo
dos cossenos
a) b)
2º Q 1º Q }2º Q 1º Q
}
} }
sen 135ϒ ° =sen 45ϒ ° e cos 135ϒ ° =− cos 45°ϒ
}3º Q 1º Q
} }3º Q 1º Q
}
sen 225ϒ ° =− sen 45°ϒ e cos 225ϒ ° =− cos 45°ϒ
4º Q 1º Q }4º Q 1º Q
}
} }
sen 315°ϒ =− sen 45°ϒ e cos 315ϒ ° =cos 45ϒ °
Assimile
Redução do 4º
sen ( 360° − α ) = − sen α sen ( 2π − α ) = − sen α
quadrante para o 1º
quadrante: cos ( 360° − α ) = cos α cos ( 2π − α ) = cos α
AT AT
tg α = = = AT
OA 1
Pesquise mais
Além do seno, cosseno e tangente, existem outras relações que também
estão associadas aos valores dessas razões trigonométricas, entre elas as
chamadas cotangente (cotg), secante (sec) e cossecante (cossec):
1 1 1
cotg α = , sec α = e cos sec α = , respeitadas
tg α cos α sen α
Pesquise mais
No endereço eletrônico, disponível em: <https://www.youtube.com/
user/ogeogebra/featured>. Acesso em: 8 maio 2017, você encontra
diversas videoaulas nos aspectos técnicos do GeoGebra, com aplicações
do seu uso em variadas situações do processo de ensino e aprendizagem
de Matemática. Vale a pena conferir!
Avançando na prática
Resolução da situação-problema
Supondo que a medida do raio de cada semicircunferência é
constante, os atletas têm razão em desconfiar sobre a desvantagem
do atleta da 1ª raia?
O percurso realizado pelos atletas, da largada até o final da curva,
indicada pela linha tracejada no esquema da figura anterior, é um
arco de circunferência. Para analisarmos se o atleta da 1ª raia está em
desvantagem em relação ao atleta da 8ª raia, precisamos calcular a
distância, em metros, do percurso desses dois participantes.
Com base no que estudamos nesta seção, podemos calcular esse
comprimento utilizando uma regra de três simples.
• Atleta da 1ª raia:
360 2 ⋅ π ⋅ r = 128, 74
20,5
167,8
180 −12,2
x
360 2 ⋅ π ⋅ r = 185, 26
29,5
116,6
180 −( 51,2 +12,2 )
x
360 185, 26
= ⇒
116, 6 x
⇒ 116, 6 ⋅ 185, 26 = 360 x ⇒
116, 6 ⋅ 185, 26
⇒x= ⇒ x � 60, 00
360
Portanto, os dois participantes percorrem a mesma distância
de 60 m, ou seja, não há razão para desconfiar sobre uma possível
desvantagem do atleta da 1ª raia.
Agora, que tal calcular qual deve ser a medida aproximada do
ângulo das demais raias, de modo que a distância percorrida pelos
outros participantes seja a mesma que a dos atletas da 1ª e da 8ª raia?
11π
d) + k ⋅ 2π , com k ∈
6
5π
e) + k ⋅ 2π , com k ∈
3
Assimile
Tabela 2.1 | Valores do seno para ângulos notáveis e cuja redução ao 1º quadrante
é um ângulo notável
π
≠ π
≠ π
≠ π
≠ 7π
≠ 11π
≠
x 0 2π
≠
6 4 3 2 4 6
1 2 3 2 1
y = sen x 0 1 − − 0
2 2 2 2 2
( x, y ) ( 0, 0 ) π 1 π 2 π 3
, 4 , 2 3 , 2
6 2
π
2 , 1
7π
4
,−
2
2
11π
6
1
,−
2
( 2π , 0 )
( )
No entanto, como D f = , existem infinitos pontos para x e,
consequentemente, infinitos pares ordenados ( x, y ) . Logo, entre
dois pontos qualquer da figura anterior, há infinitos pontos. Unindo
esses pontos de acordo com a lei de correspondência f, obtemos
o gráfico de f. Para ficar mais claro, vamos comparar, lado a lado, os
valores na circunferência trigonométrica e no gráfico da função seno,
para ângulos menores que uma volta completa.
π π
+ 2kπ ,
• A função é crescente para x ∈ − + 2kπ e
2 2
π 3π
decrescente para x ∈ + 2kπ , + 2kπ , com k ∈ . Isso
2 2
fica evidente na circunferência trigonométrica, pois, à medida que x
aumenta, os valores de sen x aumentam do 4º para o 1º quadrante,
e diminuem do 2º para o 3º quadrante.
• Dado um valor x ∈ , temos sen ( x ) = − sen ( − x ) . Quando
isso ocorre, isto é, f ( x ) = −f ( − x ) para todo x ∈ D ( f ) , dizemos que
f é uma função ímpar. Isso também fica evidente devido à simetria
dos pontos na circunferência trigonométrica em relação ao eixo
horizontal. Observe no gráfico que:
18 ( )
− −1 () − 1
− (0) 67 64 47 44
8 4−14
67 8 64 47 448
} 0 64748 ≠ ≠ π
3≠
π π 3π≠
≠ = − sen ( −≠
sen π π) sen = − sen − sen = − sen −
2 2 2 2
Função cosseno
De maneira semelhante, podemos definir a função cosseno.
π
≠ π
≠ π
≠ π
≠ 7π
≠ 11π
≠
x 0 2π
≠
6 4 3 2 4 6
3 1
y = sen x 1
2
0 − 2 3
1
2 2 2 2 2
( x, y )
π 3 π 2
( 0, 1) , ,
6 2 4 2
π 1
3, 2
π
, 0
2
7π
,
2
4 2
11π
6
,
3
2 ( 2π , 1)
Reflita
Se a curva que descreve o gráfico da função seno pode ser chamada
de senoide, como podemos chamar a curva que descreve o gráfico da
função cosseno?
π
também que sen x + = cos x . Isso equivale a dizer que o
2
Reflita
Se dois arcos na circunferência trigonométrica são simétricos em
relação ao eixo x, os valores dos cossenos desses arcos são iguais ou
são opostos? E no caso dos senos?
π
gráfico de n ( x ) = sen x −
3
é semelhante ao gráfico de
π
−
f ( x ) = sen x , porém transladado horizontalmente 3 = π
1 3
π
unidades para a direita, pois d = − < 0 . Logo, Im ( n ) = [ −1, 1] e o
período é 2≠ π. 3
Exemplificando
Combinando as características dos parâmetros, podemos construir
x π
o gráfico da função p ( x ) = 3 + 2 ⋅ sen + , por exemplo,
2 6
comparando com o gráfico da função f ( x ) = sen x . Nesse caso, o
gráfico de p ( x ) é semelhante ao gráfico de f ( x ) , porém:
Reflita
π 3π
• É crescente para x ∈ 0, + kπ ∪ kπ , + kπ (1º e 3º
2 2
π 3π
quadrantes) e decrescente para x ∈ + kπ , kπ ∪ + kπ , 2kπ
2 2
Pesquise mais
Você pode consultar um estudo detalhado sobre as propriedades
algébricas e características gráficas das funções seno, cosseno e tangente
e também das demais funções trigonométricas no endereço eletrônico,
disponível em: em: <http://www.uel.br/projetos/matessencial/trigonom/
trigo07.htm>. Acesso em: 28 abr. 2017. Vale a pena conferir!
Em seguida, crie uma reta paralela ao eixo x, passando por A ' . Agora,
defina o ponto B (α , sen α ) , digitando B = (α , sin(α )) no campo
Entrada. Por fim, clique com o botão direito sobre o ponto B e acione o
comando Habilitar Rastro. Depois, arraste o botão do controle deslizante
ou clique com o botão direito sobre ele e acione o comando Animar.
Durante a construção, é importante utilizar várias imagens obtidas
por captura da tela. Ao final, você deverá obter uma figura como
exemplificada a seguir, em que a cada ponto da circunferência é criado
o ponto correspondente e, consequentemente, sua representação
gráfica (senoide) no rastro criado pela animação.
Figura 2.29 | Imagem obtida por captura de tela pelo software GeoGebra, na
construção do gráfico da função seno com correspondência entre os pontos da
circunferência trigonométrica
Avançando na prática
Resolução da situação-problema
Você vai precisar definir os parâmetros a, b, c e d de maneira que
possibilite alterar os seus valores posteriormente. Para isso, utilize a
ferramenta Controle Deslizante e clique em qualquer lugar
da área gráfica. Na janela que irá abrir, digite o nome “a” e tecle
Enter. Repita esse procedimento para criar um controle deslizante
para cada um dos parâmetros b, c e d. No campo Entrada, digite
f(x)=a+b*sin(c*x+d) para plotar o gráfico da função. Agora, é
possível arrastar os botões dos controles deslizantes para verificar o
que ocorre com o gráfico de ao alterar os valores dos parâmetros
a, b, c e d. Ao final da construção, você deverá obter um objeto
interativo semelhante ao disponível em: <https://www.geogebra.
org/m/M3vta5Uv#material/wdetmPun>. Acesso em: 28 abr. 2017.
π
d) g ( x ) = −5 + 3 ⋅ cos x +
2
e) g ( x ) = −5 + 3 ⋅ cos ( x + π )
π
3. A função tangente f : → , com x≠ + kπ e k ∈ , dada por
2
f ( x ) = tg x , é periódica e seu período é p = π . Para justificar isso, basta
π
g ( x ) = 3 + tg 3 x − tem o seu período alterado, se compararmos ao
2
gráfico de f ( x ) .
π
Assinale a alternativa que contém o período da função g ( x ) = 3 + tg 3 x − .
2
a) π
b)
π
3
c) 2π
≠
π
d)
2
e)
π
6
Reflita
Fórmulas de transformação
As fórmulas de transformação que vamos descrever a seguir
podem ser demonstradas, porém não é o nosso enfoque nesse
momento, devido à extensão dos cálculos. Vamos deduzir apenas a
primeira delas.
Na circunferência trigonométrica a seguir, considere A, B e C as
extremidades dos ângulos de medidas a , −b , e a + b , respectivamente.
( AB )
2 2 2
= cos a − cos ( −b ) + sen a − sen ( −b )
(CD )
2 2 2
= 1 − cos ( a + b ) + sen ( a + b ) − 0
= (1 − cos ( a + b ) ) + ( sen ( a + b ) )
2 2
= 1 − 2 cos ( a + b ) + 1
= 2 − 2 cos ( a + b )
Mas AB = CD , então:
( AB )
2
= (CD )
2
π
podemos utilizar a relação sen x + = cos x na igualdade (I).
2
Assimile
Seno da soma e da diferença:
≠π π π
Válida para a ≠
2
≠,
↑ + kπ b≠ + kπ e (a + b ) ≠ + kπ , com
k∈ . 2 2
Relações trigonométricas
Já estudamos duas relações fundamentais envolvendo seno,
sen x 2 2
cosseno e tangente, a citar: tg x = e sen x + cos x = 1. Além
cos x
dessas, existem outras que também estão associadas aos valores
1
dessas razões, entre elas cotangente cotg x = , com x ≠ kπ ;
1 π tg x
secante sec x = , com x ≠ + kπ ; e cossecante
cos x 2
1
cossec x = , com x ≠ kπ , sendo k ∈ .
sen x
π
Válida para todo x ≠ + kπ , com k ∈ .
2
2 2
Dividimos os dois membros da igualdade sen x + cos x = 1
2
por sen x :
sen2 x cos2 x 1
sen2 x + cos2 x = 1 ⇒ + = ⇒ 1 + cotg2 x = cossec 2 x
sen x sen x sen2 x
2 2
Equações trigonométricas
Em diversas situações, precisamos resolver uma equação
trigonométrica, ou seja, determinar todos os valores que a satisfazem.
Por exemplo, para resolver uma equação trigonométrica do tipo
Pesquise mais
No endereço eletrônico, disponível em: <http://sites.uem.br/profmat/
ClaudioSaldan.pdf> (Acesso em: 5 maio 2017), é explicada uma
construção no software GeoGebra, de forma a obter a solução de
[
equações trigonométricas elementares, no intervalo 0, 2π . As demais ]
soluções são dadas utilizando a notação de arcos côngruos.
π
De modo geral, temos, para α ≠ + kπ e k ∈ :
2
tg x = tg α ⇔ x = α + kπ
Portanto, o conjunto solução da equação tg x = tg α é dado por:
S = {x ∈ | x = α + kπ≠ , com k ∈ }
π
Para o caso α = + kπ e k ∈ , o conjunto solução é vazio, isto
2
é, S = ∅ , pois a tangente desses arcos não existe.
Exemplificando
3 π
Para a equação sen x = , por exemplo, além da solução x = ,
2 3
2π 7π
temos as soluções x = e x= . Para determinarmos todas as
3 3
3
soluções da equação sen x = , devemos escrever as expressões
2
que determinam todos os arcos côngruos aos arcos positivos de primeira
Figura 2.38 | Imagem obtida por captura de tela na verificação das fórmulas de
transformação do seno
Avançando na prática
2 ⋅ tg a
• tg ( 2a ) =
1 − tg2 a
Fórmulas do arco metade:
a 1 − cos a
• sen =±
2 2
a 1 + cos a
• cos = ±
2 2
a 1 − cos a
• tg = ±
2
1 + cos a
tg a + tg a 2 ⋅ tg a
• tg ( a + a ) = ⇒ tg ( 2a ) =
1 − tg a ⋅ tg a 1 − tg2 a
(I)
Da mesma maneira:
cos ( 2a ) = cos
123
2
a − sen2 a ⇒ cos ( 2a ) = 1 − sen2 a − sen2 a ⇒ cos ( 2a ) = 1 − 2 ⋅ sen2 a
1− sen2 a
(II)
a
Substituindo a por na igualdade (I), temos a fórmula do
2
cosseno do arco metade:
a a a a 1 + cos a
cos 2 ⋅ = 2 ⋅ cos2 − 1 ⇒ cos a = 2 ⋅ cos2 − 1 ⇒ cos = ±
2 2 2 2 2
a
Já substituindo a por na igualdade (II), temos a fórmula do
seno do arco metade: 2
a a a a 1 − cos a
cos 2 ⋅ = 1 − 2 ⋅ sen2 ⇒ cos a = 1 − 2 ⋅ sen2 ⇒ sen = ±
2 2 2 2 2
I) − 3
6− 2
II)
4
III) 6 + 2
4
Assinale a alternativa que associa corretamente a razão trigonométrica ao seu
respectivo valor, com a letra e o símbolo romano correspondente.
a) A – I; B – II; C – III.
b) A – II; B – I; C – III.
c) A – III; B – I; C – II.
d) A – II; B – III; C – I.
e) A – III; B – II; C – I.
π 3
a) P , 0 e Q 0,
3 4
π 3
b) P , 0 e Q 0,
6 2
π 3
c) P , 0 e Q 0,
3 2
π 3
d) P , 0 e Q 0,
6 4
π 3
e) P ( 0, 0 ) e Q ,
3 4
a)
π
7
b) π
5
c)
π
4
d)
π
3
e) π
6
Funções exponenciais,
funções logarítmicas e
progressões
Convite ao estudo
Para demonstrar a importância de pequenos investimentos,
certo palestrante lançou uma pergunta aparentemente simples:
Assimile
m
n
am = a n
Exemplos:
5 −2 2
−5 1 1 1 3 2 22 4
3 = = 5 = 2 = = 2 =
3 3 243 3 3 9
Dica
No caso das potências com expoente irracional, ou seja, potências
m *
do tipo a , em que a ∈ + e m é irracional, podemos calcular
as potências por meio de aproximações utilizando uma calculadora
científica. Como 6 ≅ 2, 449, utilize uma calculadora e verifique que
2 6 ≅ 22,449 ≅ 5, 46, por exemplo.
Assimile
De maneira, geral, para a e b reais e m e n inteiros, temos:
• a m ⋅ a n = a m + n , com a ≠ 0 se m ≤ 0 ou n ≤ 0 ;
• a m : a n = a m −n , com a ≠ 0 ;
(a )
n
• m
= a m ⋅ n , com a ≠ 0 se m ≤ 0 ou n ≤ 0 ;
• a m ⋅ a n = a m + n , com a ≠ 0 se m ≤ 0 ou n ≤ 0 ;
( a ⋅ b ) = an ⋅ bn , com a ⋅ b ≠ 0 se n ≤ 0 ;
n
•
Exemplos:
23 ⋅ 22 = 23 + 2 = 25
65
65 : 6 2 = = 65 − 2 = 63
62
(5 )
3
2
= 52 ⋅ 3 = 56
(2 ⋅ 3)
4
= 24 ⋅ 3 4
3
12 123
(12 : 7 )
3
= = 3 = 123 : 73
7 7
Função exponencial
Assimile
Reflita
1 1
−2 f (−2) = 3−2 = −2, 9
9
1 1
−1 f (−1) = 3−1 = −1, 3
3
0 f (0) = 30 = 1 ( 0, 1)
1 f (1) = 31 = 3 (1, 3 )
2 f (2) = 32 = 9 ( 2, 9 )
Lembre-se
• Se a > 1:
ax > ay ⇔ x > y
• Se 0 < a < 1:
ax < ay ⇔ x > y
x
Na inequação 2 ≥ 8 , temos a > 1, então a igualdade se mantém:
2 x ≥ 8 ⇒ 2 x ≥ 23 ⇒ x ≥ 3
Portanto, o conjunto solução da inequação 2x ≥ 8 é
S = {x ∈ | x ≥ 3} .
Exemplificando
t M =c+ j
0 M ( 0 ) = 1000
144 42444 3
3 M ( 2 ) =1123,60
= 1000 ⋅ (1 + 0, 06 )
3
≅ 1191, 02 → R$ 1191, 02
144 42444 3
4 M ( 3 ) =119102
,
= 1000 ⋅ (1 + 0, 06 )
4
≅ 1262, 48 → R$ 1262, 48
M ( t ) = M ( t − 1) + M ( t − 1) ⋅ i = 1000 ⋅ (1 + 0, 06 ) ⋅ (1 + 0, 06 ) =
t −1
14442444 3
t M ( t −1)
= 1000 ⋅ (1 + 0, 06 )
t
Assimile
De modo geral, o cálculo do montante no sistema de juros compostos
pode ser interpretado como uma função M : → *+ definida
() ( )
t
por M t = c ⋅ 1 + i , sendo c um número real não nulo, t e
i números reais positivos (ambas restrições com base no contexto
financeiro). A taxa de juros deve ser escrita na forma decimal, sendo que
o tempo e a taxa devem estar na mesma unidade de medida de tempo.
Reflita
Pesquise mais
Além das situações envolvendo juros compostos, há várias outras que
podem ser relacionadas à função exponencial. No endereço eletrônico
a seguir, há exemplos de aplicações na lei de resfriamento dos corpos,
curvas de aprendizagem, crescimento populacional e desintegração
radioativa. Vale a pena conferir!
M ( n ) = 5000 + 300 n
Avançando na prática
Resolução da situação-problema
Em qualquer atividade envolvendo ideias de probabilidade, é
importante propor uma quantidade considerável de repetições para
certo evento. Vamos considerar 250 pedaços de cartolina ou papel-
cartão de forma quadrada, todos com a mesma medida e com um
dos lados pintados.
Explique a ideia aos alunos: ao lançar aleatoriamente esses 250
papéis sobre uma mesa, vamos retirar todos aqueles que caíram
com a parte pintada voltada para cima; depois, vamos repetir o
procedimento com os papéis que sobraram, e assim sucessivamente,
até que todos os papéis sejam retirados.
Assim como o investimento com um centavo, a ideia é bastante
simples. No caso do centavo, os valores são dobrados a cada dia. Já no
experimento, a cada lançamento, aproximadamente, metade dos papéis
deve cair com a parte pintada voltada para cima, pois a probabilidade
de isso ocorrer para cada pedaço é de 50%. Antes de discutir isso com
os alunos, seria interessante questioná-los a respeito da quantidade de
lançamentos necessários para que sobre apenas um pedaço sobre a
b) g ( x ) = −2 ; h ( x ) = 2− x ; m ( x ) = −2 x .
−x
c) g ( x ) = −2 ; h ( x ) = −2− x ; m ( x ) = 2− x .
x
d) g ( x ) = 2 ; h ( x ) = −2− x ; m ( x ) = −2 x .
−x
e) g ( x ) = −2 ; h ( x ) = 2− x ; m ( x ) = −2 x .
−x
Logaritmo
Assimile
loga b = x ⇔ a x = b
No logaritmo, podemos destacar os seguintes elementos:
Dica
Em uma calculadora científica, podemos realizar cálculos de logaritmo
decimal com a tecla , ou de logaritmo natural com a tecla .
Veja como efetuar log10 950 :
Figura 3.11 | Sequência de teclas para calcular log10 950
Reflita
• log1 9 = x ⇔ 1x = 9
• log2 ( −4 ) = x ⇔ 2 x = − 4
Consequências da definição
Por consequência da definição de logaritmo, temos os seguintes
casos que são muito úteis para simplificar os cálculos envolvendo
logaritmos, dados a > 0 , b > 0 e a ≠ 1.
• O logaritmo de 1 em qualquer base é igual a zero.
loga 1 = 0 ⇔ a0 = 1
• O logaritmo da própria base é igual a 1.
loga a = 1 ⇔ a1 = a
• O logaritmo de uma potência da base é igual ao expoente.
loga a n = x ⇔ a x = a n ⇒ x = n
• A potência de base a e o expoente loga b é igual a b .
loga b = x ⇔ a x = b ⇒ aloga b = b
• Se dois logaritmos em uma mesma base são iguais, então os
logaritmandos também são iguais.
loga b = loga c = x
loga b = x ⇒ a = b x
loga b = loga c ⇔ b = c
x
b = c
loga c = x ⇒ a = c
Esta última propriedade é muito importante para resolvermos uma
equação logarítmica, ou seja, uma equação cuja incógnita está no
logaritmando, na base ou em ambos.
Há também as propriedades operatórias e a mudança de base dos
logaritmos, que estudaremos a seguir.
Assimile
logc b
• Mudança de base (com c ≠ 1): loga b =
logc a
A mudança de base é muito útil quando precisamos operar com
logaritmos de bases diferentes.
Exemplos:
• log5 8 = log5 ( 2 ⋅ 4 ) = log5 2 + loga 4
10
• log4 5 = log4 = log4 10 − log4 2
2
• log100 = log102 = 2 ⋅ log10
log10 6 log 6
log3 6
•= =
log10 3 log 3
Pesquise mais
Você pode consultar a demonstração das propriedades dos logaritmos
no endereço eletrônico a seguir. Nele, também há um levantamento
histórico dos logaritmos e diversos problemas do cotidiano que
envolvem logaritmo. Vale a pena conferir!
log2 x log2 x
log4 x = log2 3 ⇒ = log2 3 ⇒ = log2 3 ⇒ log2 x = 2 ⋅ log2 3
log2 4 2 ⋅ log2 2
4c = c (1 + 0,15 ) ⇒ 4 = 115
t
, t ⇒ log115
, 4 = log115 , t⇒
, 115
, 2 = t log115
⇒ 2 log115 , 115
, ⇒t ≅ 2 ⋅ 4, 959 ⇒ t ≅ 9, 918
Portanto, para quadruplicar o seu capital, você deve deixar seu dinheiro
investido por 10 anos.
Função logarítmica
Estudamos, na seção anterior, a função exponencial f : → *+,
dada por f ( x ) = a x , com a > 0 e a ≠ 1, que associa a cada número
x
real x uma única potência a , também real. Essa função está definida
de modo que seu contradomínio é igual à sua imagem, ou seja,
D ( f ) = CD ( f ) = *+. Com isso, obtemos uma função bijetora, isto é,
para todo x1, x2 ∈ D ( f ) com x1 ≠ x2 temos f ( x1 ) ≠ f ( x2 ) . Então,
podemos determinar a sua função inversa f −1 . Para isso, trocamos
x por y , e vice versa.
y = ax → x = ay
Agora, aplicamos a definição de logaritmo e isolamos y .
x = a y ⇒ loga x = y
Portanto, f −1 ( x ) = loga x . Essa é a função logarítmica.
Assimile
x f ( x ) = log2 x ( x, y )
1 1 1 1
f = log2 = - 3 8 , − 3
8 8 8
1 1 1 1
f = log2 = - 2 4 , − 2
4 4 4
1 1 1 1
f = log2 = - 1 2 , − 1
2 2 2
1 1 1 1
g = log1/ 2 = 2 4 , 2
4 4 4
1 1 1 1
g = log1/ 2 = 1 2 , 1
2 2 2
Avançando na prática
Logaritmo e terremotos
Descrição da situação-problema
Suponha que você é docente de certa turma do Ensino Médio.
Como complemento ao trabalho com os logaritmos, uma proposta
de abordagem é por meio da escala Richter, utilizada para medir a
magnitude ou intensidade dos terremotos. Que tal elaborar um plano
de aula interessante para esse contexto?
Resolução da situação-problema
Utilizando um aparelho chamado sismógrafo, é possível determinar
a intensidade de um terremoto na escala Richter, desenvolvida em
1935, pelo sismólogo norte-americano Charles Richter (1900-1985).
Nessa escala, a intensidade I de um terremoto é um número que
parte de I = 0 até I = 8, 9 para o maior terremoto registrado, dado
pela função I = 2 log E , na qual E representa a energia
3 −3
7 ⋅ 10
2 E 2 E 3 E E
I= log −3 ⇒ 8 = 3 log −3 ⇒ 8 ⋅ 2 = log −3 ⇒ 12 = log −3 ⇒
3 7 ⋅ 10 7 ⋅ 10 7 ⋅ 10 7 ⋅ 10
E
log
7⋅10−3 E
⇒ 1012 = 10 ⇒ 1012 = ⇒ E = 7 ⋅ 1012 ⋅ 10−3 ⇒ E = 7 ⋅ 109
7 ⋅ 10−3
Sequências
Assim como na situação com juros, associamos as sequências ao
conceito de função.
Assimile
Progressão aritmética
Situações envolvendo grandezas que sofrem variações iguais em
intervalos de tempo iguais são muito comuns, por exemplo, situações
envolvendo juros simples. Já vimos que, em uma aplicação de R$ 5.000,00,
por um período de sete meses a uma taxa mensal de 6% sob o regime de
juros simples, a cada período de tempo os juros são calculados considerando
o capital inicial, ou seja, o crescimento do montante é constante e pode ser
representado pela sequência:
Assimile
Uma progressão aritmética (PA) é uma sequência de números reais,
na qual a diferença entre cada termo (a partir do segundo) e o termo
anterior é constante. Essa diferença recebe o nome de razão da PA e é
representada pela letra r .
Exemplos:
• (10, 15, 20, 25, 30, ...) é uma PA infinita de razão r = 5 , em
que a1 = 10 . Essa PA é crescente.
• ( 20, 10, 0, − 10, − 20, − 30, ...)
é uma PA infinita de razão
r = −10 e a1 = 20 . Essa PA é decrescente.
• ( 5, 5, 5, 5, ...) é uma PA infinita de razão r = 0 e a1 = 5 . Essa
PA é constante.
Por consequência, em uma PA ( a1, a2 , a3 , ..., an −1, an , ...)
de razão r , para avançar um termo, basta somar r ao termo
imediatamente anterior:
Assimile
a1 = a1 + 0 ⋅ r
a2 = a1 + 1⋅ r
a3 = a2 + r = ( a1 + r ) + r = a1 + 2r
a4 = a3 + r = ( a1 + 2r ) + r = a1 + 3r
a5 = a4 + r = ( a1 + 3r ) + r = a1 + 4r
an = an −1 + r = a1 + ( n − 1) r
Reflita
Assimile
A soma dos n primeiros termos de uma PA é dada por:
n ( a1 + an )
Sn =
2
Em que Sn é a soma dos n primeiros termos, a1 é o primeiro termo,
n é a quantidade de termos e an é o enésimo termo.
Progressão geométrica
Situações envolvendo grandezas que crescem ou decrescem
através do produto por uma taxa constante podem ser resolvidas com
o auxílio da função exponencial, conforme estudamos na Seção 3.1. Lá,
vimos que, em uma aplicação de R$ 5.000,00, por um período de sete
meses a uma taxa mensal de 6% sob o regime de juros compostos, a
cada período de tempo os juros são calculados sobre o montante do
período anterior, e pode ser representado pela sequência:
(5000; 5000 ⋅1, 06; 5000 ⋅1, 06 ; 5000 ⋅1, 06 ; 5000 ⋅1, 06 ; 5000 ⋅1, 06 ; 5000 ⋅1, 06 ; 5000 ⋅1, 06 )
2 3 4 5 6 7
Assimile
Uma progressão geométrica (PG) é uma sequência de números reais em
que, a partir do segundo, o quociente entre um termo e seu antecessor
resulta em uma constante. Esse quociente recebe o nome de razão da
PG e é representado pela letra q .
Exemplos:
• (1, − 5, 25, − 125, 625, ...) , como q = −5 , essa PG é alternante.
1
• −64, − 16, − 4, − 1, − 1 , ... , como a1 = −64 e q = , essa
4 4
PG é crescente.
1
• 18, 6, 20, 2 , 2 , ... , como a1 = 18 e q = , essa PG é
3 9 3
decrescente.
De maneira semelhante à apresentada para a PA, é possível deduzir
as seguintes fórmulas do termo geral da PG. Que tal deduzir essas
fórmulas como exercício?
Assimile
an = an −1 ⋅ q , com n ∈ *e n ≥2
an = a1 ⋅ q (
n −1)
O termo geral também pode ser calculado por:
Sn ⋅ q = a1 ⋅ q + a2 ⋅ q + a3 ⋅ q + ... + an −2 ⋅ q + an −1 ⋅ q + an ⋅ q ⇒
⇒ Sn ⋅ q = a2 + a3 + a4 + ... + an −1 + an + an ⋅ q (II)
( n −1)
Como an = a1 ⋅ q , podemos reescrever essa última igualdade
da seguinte maneira:
Sn − Sn ⋅ q = a1 − an ⋅ q
Sn (1 − q ) = a1 − a1 ⋅ q (
n −1)
⋅q
Sn (1 − q ) = a1 − a1 ⋅ q n
Sn (1 − q ) = a1 1 − q n( )
a (1 − q )
1
n
Sn = , com q ≠ 1
1− q
Sn =
(
a1 1 − q n ) , com q ≠ 1
1− q
Em que Sn é a soma dos n termos, a1 é o primeiro termo, n é a
quantidade de termos e q é a razão.
Sn =
(
a1 1 − q n ) ⇒S =
(
1 1 − 26 ) = 63
1− q
6
(1 − 2 )
Verificando: 1 + 2 + 4 + 8 + 16 + 32 = 63 .
É possível também demonstrar a fórmula que permite calcular o limite
da soma dos termos de uma PG infinita (ou simplesmente soma dos
infinitos termos da PG), porém não é o nosso enfoque nesse momento.
Assimile
A fórmula que permite calcular o limite da soma dos termos de uma PG
infinita de razão 0 < q < 1 é dada por:
a1
lim Sn
n→ ∞ 1− q
a1 a 1 1 4
lim Sn = 1 = = =
n→ ∞ 1− q 1− q 1− 1 3 3
4 4
4
Portanto, o limite da soma dos infinitos termos da PG é , isto é,
3
4.
lim Sn =
n→ ∞ 3
Pesquise mais
No endereço eletrônico a seguir está disponível um estudo mais
aprofundado sobre as sequências reais. Há também a demonstração de
outros resultados acerca das progressões aritméticas e geométricas e
alguns exercícios resolvidos. Vale a pena conferir!
Exemplificando
Suponha que você fará um investimento no valor de R$ 15.000,00. O
investimento tem rendimento de 0,6% ao mês no sistema de juros compostos.
c) Supondo que você não realize saques nem depósitos nesse investimento,
6
após quanto tempo você terá do valor investido inicialmente?
5
an = a1 ⋅ q n −1 ⇒ an = 15090 ⋅ 1, 006n −1
6
c) Para obter do valor investido inicialmente, temos:
5
6 6 6
an = ⋅ 15000 ⇒ 15000 ⋅ 1, 006n = 15000 ⇒ 1, 006n = ⇒
5 5 5
6
⇒ log1,006 1, 006n = log1,006 ⇒ n = 30, 48
5
6
Como n deve ser inteiro, n = 31, ou seja, você terá do valor
investido inicialmente após 31 meses. 5
xn 0 3 6 9 12 15 ...
1
f ( xn ) 1 8 64 512 4096 ...
8
Assimile
Avançando na prática
Resolução da situação-problema
A sequência dos grãos de trigo é uma PG, tal que o primeiro termo
é a1 = 1 e a razão é q = 2 , ou seja, (1, 2, 4, 8, 16, ...) . Desse modo,
podemos calcular a soma dos n = 64 termos com a fórmula da
soma dos termos de uma PG finita:
Sn =
(
a1 1 − q n ) ⇒S =
(
1 1 − 264 ) = 1− 2 64
= 264 − 1 = 18 446 744 073 709 551615
1− q
60
(1 − 2 ) −1
Números complexos
Convite ao estudo
Como você faria se alguém lhe desafiasse a dividir um segmento
de 10 unidades em duas partes, cujo produto é 40? O matemático
italiano Girolamo Cardano (1501-1576) publicou esse problema,
aparentemente simples, em seu famoso livro Ars magna. Ainda
nesse livro, Cardano deduziu uma fórmula para resolver equações
3
de terceiro grau do tipo x + ax + b = 0 . Mais tarde, Rafael
Bombelli (1526-1573), que era admirador de Cardano, utilizou
essa fórmula para resolver a equação cúbica x 3 − 15 x − 4 = 0
, chegando à solução x = 4 , que é verdadeira. No entanto,
para chegar a essa solução, foi preciso resolver uma expressão
envolvendo a raiz quadrada de um número negativo, −121 ,
que não faz sentido no conjunto dos números reais.
5+ −15 + 5 − −15 = 5 + 5 = 10
E ainda multiplica:
(5 + )( ) ( )
2
−15 5 − −15 = 25 + 5 −15 − 5 −15 − −15 = 25 − ( −15 ) = 40
Pesquise mais
Ficou curioso sobre o nome de fórmula de Tartáglia-Cardano? Imaginou
que Cardano foi o descobridor original dela? Saiba que há uma história
interessante entre Cardano e o matemático Niccolo Tartaglia (c.1500-
1557). Ela envolve conversas por cartas, juramentos e arrependimento.
Pesquise mais!
2 3 2 3
−4 4 −15 −4 4 −15
x=3− + + + − 2 − 2 + 3
3
2 2
3
= 3 2 + −121 + 3 2 − −121
x = 3 2 + −121 + 3 2 − −121
=2+ −1 + 2 − −1
=4
Portanto, ele obteve x = 4 como uma solução da equação, que
pode ser facilmente verificado:
x 3 − 15 x − 4 = 43 − 15 ⋅ 4 − 4 = 0
Esse fato evidenciou o que Bombelli desconfiava: realmente,
existe uma solução para uma equação envolvendo o cálculo da raiz
quadrada de um número negativo em um dos membros, desde que
fossem válidas as propriedades operatórias das operações, tais como
comutativa, distributiva, entre outras.
Inspirados por esse trabalho, vários outros matemáticos dedicaram-
se ao estudo das raízes quadradas de números negativos, pois ainda
havia muito a se investigar sobre esse novo conjunto que surgia.
3 + 4 ⋅ ( −1) = 3 + 2 −1 = 2 + 4i
z = x + yi
z = x + yi
Assimile
Exemplificando
Veja como podemos representar, em um plano de Argand-Gauss, os
pontos (afixos) associados a alguns números complexos na forma algébrica.
z1 = 3 + 4i P1 ( 3, 4 )
z2 = −2 + 2i P2 ( −2, 2 )
z3 = −4 + −2i P3 ( −4, − 2 )
z4 = 4 − 5i P4 ( 4, − 5 )
z5 = 6 P5 ( 6, 0 )
z6 = 5i P6 ( 0, 5 )
Avançando na prática
Resolução da situação-problema
Uma sugestão para uma abordagem por meio da história da
Matemática é propor algumas questões para os alunos responderem,
por exemplo:
1. Antigamente, uma equação precisava ter uma formulação baseada
em um contexto real, isto é, em uma necessidade. Por mais simples que
a situação parecesse, poderia recair em uma equação envolvendo um
cálculo com raiz quadrada de um número negativo. Qual foi o problema
A)
B)
D)
E)
a
{ + di ⇔ a = c e b = d
+ bi = c{
z1 z2
Por exemplo:
16
• z1 = 4 − 2i é igual a z2 = − i 4 , pois:
4
16
Re ( z1 ) = 4 = = Re ( z2 ) e Im ( z1 ) = −2 = − 4 = Im ( z2 )
4
• z1 = 3 − i não é igual a z2 = 3 + i , pois:
Re ( z1 ) = 3 = Re ( z2 ) , mas Im ( z1 ) = −1 ≠ 1 = Im ( z2 )
Reflita
Dados dois números complexos, além de afirmar se eles são iguais ou
diferentes, podemos realizar a adição, subtração, multiplicação e divisão
entre eles. No entanto, não podemos verificar se um é maior que o
outro, ou seja, estabelecer uma relação de ordem entre eles. Em sua
opinião, porque isso não é possível? Reflita!
= 15 + i + 28 = 43 + i
Pesquise mais
Você deve se recordar de uma questão da seção anterior que deixou
os antigos matemáticos instigados na construção do “novo” conjunto
numérico: como entender algebricamente uma soma a + bi ,
considerando que as parcelas a e bi são de espécies diferentes? Era
como somar laranjas e maçãs atualmente.
Quem tomou a si essa difícil tarefa foi Wiliam Rowan Hamilton (1805-1865).
Assimile
(12
a + bi ) + ( c + di ) = ( a + c ) + ( b + d ) i
4 4 3 12 4 4 3
z1 z2
(12
a + bi ) + ( −a − bi ) = ( a − a ) + ( b − b ) i = 0 + 0i
4 4 3 1424 3
z1 elemento
oposto de z1
(12
a + bi ) − ( c + di ) = ( a − c ) + ( b − d ) i
4 4 3 12 4 4 3
z1 z2
(12
a + bi ) ⋅ ( c + di ) = ac + ad i + bc i + bd i{2 = ( ac − bd ) + ( ad + bc ) i
4 4 3 12 4 4 3 −1
z1 z2
Reflita
Agora, represente, em um plano de Argand-Gauss, os afixos de um
número complexo e de seu conjugado. O que você percebeu sobre
a posição deles em relação ao eixo y ? Em quais casos temos z = z ?
(5 + )( ) ( )
2
−15 5 − −15 = 52 + 15 = 25 + 15 = 40
Assimile
z3 = z ⋅ z ⋅ z =
= ( 2 + 3i ) ( 2 + 3i ) ( 2 + 3i ) =
(
= 4 + 6i + 6i + 9i 2 ) ( 2 + 3i ) =
= ( −5 + 12i ) ( 2 + 3i ) =
= −10 − 15i + 24i + 36i 2 =
= −46 + 9i
Na próxima seção, veremos uma maneira mais prática de calcular
potenciação de números complexos, dessa vez representando o
número complexo na forma trigonométrica. Ela é chamada de primeira
fórmula De Moivre.
Figura 4.8 | Imagem obtida por captura de tela na representação dos vetores
correspondentes aos números complexos z1 = −2 + 4i , z2 = 6 + i e z1 + z2 = 4 + 5i
pelo software GeoGebra
Avançando na prática
Resolução da situação-problema
Ao definir as operações de adição e multiplicação com números
complexos, é possível verificar algumas propriedades que facilitam
cálculos envolvendo esses números.
z1 ⋅ ( z2 + z3 ) = ( a + bi ) ( c + di ) + ( e + fi ) =
= ( a + bi ) ( ce − df ) + ( cf + de ) i =
= a ( ce − df ) − b ( cf + de ) + a ( cf + de ) + b ( ce − df ) i =
cf − bde + ( acf + ade + bce − bdf ) i =
= ace − adf − bc
= ( ac − bd ) e − ( ad + bc ) f + ( ac − bd ) f + ( ad + bc ) e i =
= ( ac − bd ) + ( ad + bc ) i ( e + fi ) =
= z1 ⋅ z2 + z1 ⋅ z3
Agora, elabore um plano de aula para arquivar a demonstração
dessa e das demais propriedades.
Se julgar conveniente, ao invés de utilizar a forma algébrica
z = a + bi , você pode representar o número complexo por um par
ordenado de números reais ( a, b ) , como foi sugerido por Hamilton
na seção Pesquise mais desta unidade.
z
d)
a+b
z
e) 2
a + b2
3. Uma equação quadrática ax 2 + bx + c = 0 tal que ∆ = b2 − 4ac < 0
(OP )
2
= a2 + b2 ⇒ z = a2 + b2
b b
sen α = cos α =
⇒ b = z ⋅ sen ⇒ b = z ⋅ cos α
z z
Portanto:
z = z ( cos α + i sen α )
(
= z1 z2 cos α1 cos α 2 + i cos α1 sen α 2 + i sen α1 cos α 2 + i 2 sen α1 sen α 2 )
= z1 z2 cos α1 cos α 2 − sen α1 sen α 2 + i ( cos α1 sen α 2 + sen α1 cos α 2 )
Portanto:
Assimile
Para um número complexo na forma trigonométrica
z = z ( cos α + i sen α ) , a potência z n , n ∈ é dada por:
z n = z cos ( nα ) + i sen ( nα )
n
z − w = d ( z, w ) = (c − a ) + (d − b )
2 2
Exemplificando
Você deve saber que as imagens na tela de um computador ou
televisão são formadas por pequenos pontos, chamados pixels. Se a
imagem de resolução da tela é 800x600 pixels, por exemplo, ela tem
800 ⋅ 600 = 480 000 pixels organizados em 800 colunas e 600
linhas. Quando essa imagem é refletida, rotacionada ou sua escala é
alterada, na verdade, está “mudando” a posição dos pixels que a formam.
Basicamente, essas transformações se resumem a quatro: rotação,
reflexão, escala e translação.
z1 ⋅ z2 = 3 ( cos 30° + i sen 30° ) ⋅ 1( cos 90° + i sen 90° )
= 3 ⋅ 1cos ( 30° + 90° ) + i sen ( 30° + 90° )
= 3 ( cos 120° + i sen 120° )
Pesquise mais
Os números complexos surgiram como uma das maiores contribuições
ao desenvolvimento da Álgebra. Em algum momento da história da
Matemática, notou-se que, para resolver equações que envolvessem
raízes quadradas de números negativos, somente os números reais
não eram suficientes, portanto precisava-se de algo a mais. A partir de
Cardano, foram muitos anos de estudos, com contribuições de diversos
matemáticos, como a formalização rigorosa de Gauss, até surgirem os
números complexos e toda a teoria matemática que estudamos até aqui.
Avançando na prática
Resolução da situação-problema
A 1ª fórmula de De Moivre permite calcular a potência z n , n ∈ , para
um número complexo na forma trigonométrica z = z ( cos α + i sen α ) ,
por meio da seguinte relação:
z n = z cos ( nα ) + i sen ( nα )
n
c) z1 = 2 + i 2 e z2 = −4 3 + 4i ; (
) ( )
2, 2 e −4 3 , 4
d) z1 = − 2 + i 2 e z2 = −4 3 + 4i ; ( − 2, 2 ) e ( −4 3 , 4 )
e) z1 = 2 2 − i 2 e z2 = −4 3 − 4i ; ( 2, − 2 ) e ( −4 3 , − 4 )
A)
B)