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CÁLCULO

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R721c Rogawski, Jon.


Cálculo [recurso eletrônico] / Jon Rogawski ; tradução Claus
Ivo Doering. – Dados eletrônicos. – Porto Alegre : Bookman, 2009.

Editado também como livro impresso em 2009.


ISBN 978-85-7780-411-5

1. Cálculo. 2. Matemática. I. Título.


CDU 517
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Catalogação na publicação: Renata de Souza Borges CRB-10/Prov-021/08
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53. Esboce os caminhos de maior subida começando em D e E. Temperatura da superfície (°F) Domingo, 18 de setembro de 2005

54. Usando a Figura 27, responda as questões seguintes.


(a) Em qual das localidades (A)-(E) a temperatura cresce no sentido
Leste?
(b) Em qual das localidades (A)-(E) a temperatura decresce mais ra-
pidamente no sentido Norte?
(c) Em qual sentido a temperatura cresce mais rapidamente na loca-
lidade (B)?

FIGURA 27

Compreensão adicional e desafios


55. Seja para . Escreva f como uma (a) Mostre que a curva de nível f (x, y) = c tem uma equação

função em coordenadas polares e use isso para encontrar


as curvas de nível de f.

56. Use um sistema algébrico computacional para esboçar o (b) Mostre que a curva de nível é vazia se e é uma hipérbole
gráfico de e seu mapa de contornos. se . Qual é a curva de nível para ?

15.2 Limites e continuidade em várias variáveis


y Nesta seção, estendemos os conceitos básicos de limites e continuidade ao contexto de
D*(P, r) exclui P
várias variáveis, concentrando o estudo em duas variáveis (os casos de três ou mais variá-
veis são análogos).
r
Para formular a definição de limite, definimos o disco aberto D(P, r) e o disco per-
furado D*(P, r) de raio r centrado em P = (a, b) (Figura 1):
P

Disco aberto D(P, r)


x

FIGURA 1 O disco aberto D(P, r) não Observe que D*(P, r) consiste em todos os pontos de D(P, r), exceto o próprio P.
inclui o círculo da fronteira. Lembre que, em uma variável, se for tão pequeno quanto
quisermos para x suficientemente próximo de a (mas não igual a a). Em duas variáveis,
dizemos que uma função f (x, y) com domínio tende ao limite L quando (x, y) tende a
P = (a, b) se |f (x, y) − L| for tão pequeno quanto quisermos para qualquer (x, y) de
que esteja num disco perfurado centrado em P de raio suficientemente pequeno [Figura
2(C)]. Escrevemos

A definição formal com é a seguinte.


CAPÍTULO 15 Derivação em Várias Variáveis 785

DEFINIÇÃO Limite Seja P = (a, b) um ponto do domínio de f (x, y). Então

se, para qualquer , existir um tal que

para todo dentro de

Observe que no limite em uma variável, f (x) tende a L quando x se aproxima de a


pela esquerda ou direita, como na Figura 2(A). No limite em várias variáveis, f (x, y) deve
tender a L independentemente da maneira pela qual (x, y) tende a (a, b) [Figura 2(B)].

Disco aberto
de raio

Em uma variável, podemos tender a Em duas variáveis, (x, y) pode tender a para todo
só por dois lados. ao longo de qualquer direção. ( ) dentro do disco perfurado.
FIGURA 2

■ EXEMPLO 1 Mostre que, para todo (a, b), (a) e (b)

Solução Para verificar (a), sejam f (x, y) = x e L = a. Devemos mostrar que, para qualquer
, podemos encontrar tal que

para qualquer

Mas, se , então

Portanto, (1) vale com :

para qualquer

Isso prova (a). A prova de (b) é análoga. ■

O teorema seguinte enumera as leis básicas para operar limites. As demonstrações


são análogas às provas das leis básicas de limites no caso de uma variável e, portanto,
são omitidas.
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TEOREMA 1 Leis de limites Suponha que existam e .


Então:

(i) Lei da adição:

(ii) Lei do múltiplo constante: para qualquer número k,

(iii) Lei do produto:

(iv) Lei do quociente: se , então

A continuidade de funções de duas variáveis é definida copiando o caso de uma úni-


ca variável: f é contínua em (a, b) se f (x, y) tender ao valor funcional f (a, b) quando
.

DEFINIÇÃO Continuidade Uma função f (x, y) é contínua num ponto P = (a, b) de seu
domínio se

Dizemos que f é contínua num conjunto se f for contínua em cada ponto de (ou,
simplesmente, contínua, se for o domínio de f).

Segue pela lei de limites que somas, múltiplos e produtos quaisquer de funções contí-
nuas são contínuos. Por exemplo, f (x, y) = x e g(x, y) = y são contínuas pelo Exemplo 1,
portanto podemos concluir que as funções potência são contínuas, com
quaisquer números inteiros m e n. Também podemos concluir que polinômios e funções
racionais [ou seja, quocientes P(x, y)/Q(x, y), onde P e Q são polinômios] são contínuos
em todos os pontos (a, b) em que . Como ocorre a uma variável, podemos
calcular limites de funções contínuas usando substituição.

■ EXEMPLO 2 Calculando limites por substituição Mostre que é


contínua. Calcule .

FIGURA 3 O gráfico de Solução A função f (x, y) é contínua em toda parte porque é uma função racional cujo
denominador nunca se anula (Figura 3). Podemos calcular o limite
.
usando substituição:
CAPÍTULO 15 Derivação em Várias Variáveis 787

Consideremos o caso especial em que f (x, y) é um produto f (x, y) = h(x) g(y), onde
h(x) e g(y) são contínuas. Pela lei do produto, o limite é igual a um produto:

■ EXEMPLO 3 Produto de funções de uma variável Calcule .

Solução Calculamos o limite como um produto de limites:

A composição é uma outra maneira de construir funções. Se f (x, y) for uma função
de duas variáveis e G(u) for uma função de uma variável, então a composta éa
função G(f (x, y)). De acordo com o teorema seguinte, a composta de funções contínuas é,
também, contínua (omitimos a prova).

TEOREMA 2 Composição de funções contínuas é contínua Se f (x, y) for contínua em (a, b)


e G(u) for contínua em c = f (a, b), então a função composta G(f (x, y)) será contínua
em (a, b).
FIGURA 4 O gráfico de
.
■ EXEMPLO 4 Escreva como uma função composta e calcule

Solução Temos , onde e (Figura 4).


Como G e f (e, portanto, H) são contínuas, podemos calcular o limite por substituição:

x
y
Enfatizamos que se , então f (x, y) deve tender a L quando (x, y)
se aproxima de (a, b) ao longo de qualquer caminho. No exemplo seguinte, provamos que
um limite não existe mostrando que f (x, y) tende a limites diferentes ao longo de retas pela
origem (Figura 5).

■ EXEMPLO 5 Mostrando que um limite não existe Examine numericamente


x
y . Prove que o limite não existe.
c=1 c=0
0,9 0,7 0,5 0,3 0,1

FIGURA 5 O gráfico de
Solução Inicialmente, examinemos uma tabela de valores de . A Ta-

. bela 1 sugere que f (x, y) atinge todos valores entre 0 e 1, por mais próximo que (x, y)
esteja de (0, 0).
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TABELA 1 Valores de

x −0,5 −0,4 −0,3 −0,2 −0,1 0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5
y
0,5 0,5 0,39 0,265 0,138 0,038 0 0,038 0,138 0,265 0,39 0,5
0,4 0,61 0,5 0,36 0,2 0,059 0 0,059 0,2 0,36 0,5 0,61
0,3 0,735 0,64 0,5 0,308 0,1 0 0,1 0,308 0,5 0,64 0,735
0,2 0,862 0,8 0,692 0,5 0,2 0 0,2 0,5 0,692 0,8 0,862
0,1 0,962 0,941 0,9 0,8 0,5 0 0,5 0,8 0,9 0,941 0,962

0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1

−0,1 0,962 0,941 0,9 0,8 0,5 0 0,5 0,8 0,9 0,941 0,962
−0,2 0,862 0,8 0,692 0,5 0,2 0 0,2 0,5 0,692 0,8 0,862
−0,3 0,735 0,640 0,5 0,308 0,1 0 0,1 0,308 0,5 0,640 0,735
−0,4 0,610 0,5 0,360 0,2 0,059 0 0,059 0,2 0,36 0,5 0,61
0,5 0,5 0,39 0,265 0,138 0,038 0 0,038 0,138 0,265 0,390 0,5

Por exemplo,

Assim, parece que f (x, y) não tende a valor fixado L algum, quando .
Agora, provemos que o limite não existe, mostrando que f (x, y) tende a limites di-
ferentes ao longo dos eixos x e y (Figura 5). Como para e
para ,

Esses dois limites são diferentes e, portanto, não existe. ■

y
0,3 0,1 0,1 0,3
ENTENDIMENTO CONCEITUAL Para entender melhor o comportamento de
0,5 0,4 0,2 c = 0 0,2 0,4 0,5
0,6 0,6 perto de (0, 0), observe que f é constante em cada reta y = mx:
0,7 0,7
0,8 0,8
0,9 0,9
c=1 x

Em outras palavras, as retas y = mx pela origem são as curvas de nível de f (Figura


6). Quando m varia, varia entre 0 e 1 e, assim, em cada disco centrado
na origem (0, 0), não importa quão pequeno o disco, f (x, y) atinge todos os valores
entre 0 e 1. Isso mostra, com muito mais detalhe, que não existe número L algum tal
f (x, y) atinge todos os valores
entre 0 e 1 em qualquer disco que |f (x, y) − L| seja arbitrariamente pequeno para qualquer (x, y) perto de (0, 0).
pequeno centrado na origem.

FIGURA 6 O mapa de contornos de Como sabemos do Cálculo a uma variável, não existe um método geral para calcular
. limites. O próximo exemplo mostra que as coordenadas polares podem ser úteis em
certos casos.
CAPÍTULO 15 Derivação em Várias Variáveis 789

z ■ EXEMPLO 6 Dois métodos para verificar um limite Prove que a função seguinte é contínua:

y
x

Solução O denominador de f é não-nulo para , portanto f é contínua na re-


gião (Figura 7). Para provar que f (x, y) é contínua em (0, 0), precisamos
verificar que

FIGURA 7 O gráfico de

. Primeiro método Usamos a desigualdade

A desigualdade é válida porque . Para , a divisão por ( )


fornece

Agora usamos o Teorema do Confronto (que é válido para limites em várias variáveis):

Concluímos que f (x, y) tende a f (0, 0) = 0, quando .

Segundo método Usamos coordenadas polares: . Então


e, para ,

Quando (x, y) tende a (0, 0), a variável r também tende a 0, portanto, novamente pelo
Teorema do Confronto, temos

15.2 RESUMO
• O disco aberto de raio r centrado em P = (a, b) é definido por

O disco perfurado D*(P, r) é D(P, r) sem o ponto P.


• Suponha que P = (a, b) seja um ponto do domínio de f (x, y). Então
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.

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