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Universidade Metropolitana de Santos

Faculdade de Medicina Veterinária


Helmintologia Veterinária

Filo Plathyhelminthes
Classe Trematoda

Profa Dra Juliana M. Aguiar


Revisão
Helmintologia
HELMINTOLOGIA
Reino Animalia
Sub-reino Metazoa

Filo Filo Filo


Nemathelminthes Plathyhelminthes Acanthocephala

Classe Classes:
Nematoda Cestoda
Trematoda
Revisão
Filo Plathyhelminthes - Classificação
Ordem
Cyclophyllidea
Classe
Cestoda Ordem
Pseudophyllidea
Filo
Plathyhelminthes
Subclasse
Monogenea
Classe
Trematoda Subclasse
Digenea
Filo Plathyhelminthes

Classe Trematoda
 Subclasse Monogenea  Famílias:
 Ciclo Evolutivo Direto  Fasciolidae
 Parasitas externos de peixes  Dicrocoeliidae
 Paramphistomatidae
 Subclasse Digenea  Schistosomatidae
 Ciclo Evolutivo Indireto (HI)
 Exclusivamente em
vertebrados (HD)
 Trematódeos Digenéticos
 “Vermes em forma de Fasciolidae
Fasciolidae
folha”
Schistosomatidae
Schistosomatidae
Filo Plathyhelminthes
Classe Trematoda
Estrutura e funções Subclasse Digenea

 Adulto com ventosa – fixação


 Ventosa oral e ventosa ventral

 Superfície Corpórea
 Ausência de cavidade corpórea

 Sistema Reprodutor
 Monoicos OU Dioicos
▪ Fasciola OU Schistosoma
 Ovo de modo geral com 1 opérculo

 Sistema Digestivo
 Incompleto
Filo Plathyhelminthes
Classe Trematoda

Estrutura e funções Subclasse Digenea

Ovo
Miracidio

Adulto Esporocisto

* Cercária
Metacercária

*
Rédia
Filo Plathyhelminthes
Classe Trematoda

Estrutura e funções Subclasse Digenea

 Ciclo Evolutivo – Características

• Trematódeo: 1 ovo = 200 adultos


• Pedogênese: Reprodução assexuada onde a larva produz,
em seu interior, novas larvas (no HI), isoladamente.

 Ovo
▪ 130 a 150 μm x 60 a 90 μm
▪ Desenvolvimento do embrião em larva
piriforme ciliada – Miracídio.
▪ Miracídio emerge do opérculo do ovo.
Filo Plathyhelminthes
Classe Trematoda

Estrutura e funções Subclasse Digenea

Ciclo Evolutivo – Características


 Miracídio
Trematódeo: 1 ovo = 200 adultos
 220-500 μm x 70-80 μm - Não se alimenta
▪ Precisa de um molusco para se desenvolver (HI)
▪ Vida útil de 8 a 10 horas
▪ Adere ao caramujo por sucção e penetra (enzima) em seus tecidos moles
– 30’
 Perde os cílios – Esporocisto (saco alongado)
Filo Plathyhelminthes
Classe Trematoda

Estrutura e funções Subclasse Digenea

Ciclo Evolutivo – Características


Trematódeo: 1 ovo = 200 adultos
 Esporocistos
 600 a 700 μm
 Contém várias células germinativas - desenvolvem-se em Rédias
(Esporocistos filhas).

Rédia

 Rédias
 1 a 3 mm
 Formas larvais (ventosa oral)
 Migram para o hepatopâncreas do caramujo
Filo Plathyhelminthes
Classe Trematoda

Estrutura e funções Subclasse Digenea

Ciclo Evolutivo – Características


Trematódeo: 1 ovo = 200 adultos
 Cercárias
 300 μm de diâmetro e 600 μm de cauda
 Estágios finais - trematódeos jovens com cauda longa.
 Emergem do caramujo em quantidades consideráveis – nadam e fixam-se à
vegetação.
 Perdem a cauda e encistam-se – metacercária.

Caramujo produz cercárias (a partir de rédias)


Filo Plathyhelminthes
Classe Trematoda

Estrutura e funções Subclasse Digenea

Ciclo Evolutivo – Características


Trematódeo: 1 ovo = 200 adultos

 Metacercárias
 0.20 a 0.25 mm
 Encistadas com grande potencial de
sobrevivência – meses.
 Ingerida pelo HD e a parede externa é
removida mecanicamente – mastigação.
 Intestino.
 Migração para o local predileto –
Adultos.
Filo Plathyhelminthes
Classe Trematoda

Estrutura e funções Subclasse Digenea

Ciclo Evolutivo – Características


Trematódeo: 1 ovo = 200 adultos

Famílias
Fasciolidae
Schistosomatidae

Família Schistosomatidae
Desenvolvimento de cercárias SEM a forma de rédia.*
NÃO HÁ fase de metacercária *
Filo Plathyhelminthes
Classe Trematoda

Estrutura e funções Subclasse Digenea

Ovo
Miracidio

Adulto Esporocisto

* Cercária
Metacercária

*
Rédia
Filo Plathyhelminthes
Classe Trematoda

Estrutura e funções Subclasse Digenea


Família
Fasciolidae
Gêneros: Fasciola, Fascioloides e Fasciolopsis
Filo Plathyhelminthes
Classe Trematoda

Família Fasciolidae Subclasse Digenea

 Gênero Fasciola
 Espécies: Fasciola hepatica e Fasciola
gigantica
 FASCIOLOSE
 Trematóides hepáticos

 Morbidade disseminada e mortalidade


 Ovinos e bovinos
▪ Humanos
▪ Zoonose com ampla distribuição geográfica
Filo Plathyhelminthes
Classe Trematoda

Fasciola hepatica Subclasse Digenea


Família Fasciolidae

 Hospedeiros Definitivos
 Maioria dos mamíferos, inclusive o homem
▪ Ovinos e Bovinos mais importantes

 Hospedeiros Intermediários
 Caramujos do gênero Lymnae
▪ Lymnaea columela
 Água doce

 Localização
 Adultos vesícula e ductos biliares
 Imaturos em parênquima hepático
Filo Plathyhelminthes
Classe Trematoda

Morfologia Subclasse Digenea


Família Fasciolidae
Fasciola hepatica

 Trematódeo jovem
▪ 1 a 2 mm de comprimento
▪ Forma de lanceta
 Trematódeo adulto
▪ 3,5 cm de comprimento e 1 cm de largura
▪ Coloração castanho-acinzentada
▪ Forma de folha
▪ Extremidade anterior cônica
▪ Hermafroditas - fertilização cruzada e autofecundação.
 Ovo
▪ Visualizado microscopicamente
▪ Oval, operculado, amarelo e grande
▪ Contém células germinativas
Filo Plathyhelminthes
Classe Trematoda

Morfologia Subclasse Digenea


Família Fasciolidae
Fasciola hepatica
Filo Plathyhelminthes
Classe Trematoda

Ciclo Evolutivo Subclasse Digenea


Família Fasciolidae
Fasciola hepatica

Ambiente Externo – Fase larval

 Ovos são eliminados nas fezes dos HD, próximo à água.


Miracídio em 15 dias (25 a 30oC). Quando em contato com a
água, sai do ovo – deve localizar o molusco – Penetração –
glândulas digestivas.
 Esporocisto – rédias – cercárias (dentro do molusco).
 Cercárias abandonam o molusco (30 a 40 dias, 26ºC)
e se fixam à superfícies firmes (vegetação) – encistam-se
formando as metacercárias infectantes.
 Miracício até metacercária – 6 a 7 semanas
 Cada molusco libera uma média de 6 a 8 cercárias diariamente,
durante aproximadamente 3 meses.

 1 miracídio em 1 caramujo = 200 metacercárias


Filo Plathyhelminthes
Classe Trematoda

Ciclo Evolutivo Subclasse Digenea


Família Fasciolidae
Fasciola hepatica

 No Hospedeiro Definitivo – Fase adulta

 Metacercárias ingeridas pelo HD desencistam-se no ID.


 Migram através da parede intestinal, cruzam o peritôneo e
penetram na cápsula hepática.
 Trematóides jovens fazem túneis através do parênquima
hepático durante 6 a 8 semanas.
 Entram nos ductos biliares – vesícula biliar – adultos.
 Ovos nos ductos biliares – acúmulo dos ovos na vesícula biliar –
passam para ID e IG – fezes.

PPP: 17 a 18 semanas
Ciclo Evolutivo
Fasciola hepatica

O homem se
infecta, geralmente, ingerindo
folhas cruas cultivadas em
terrenos alagadiços
onde vive o molusco.
Cavidade
Penetra na parede abdominal
intestinal Penetra no fígado

Excistam no Adulto
duodeno
HOSPEDEIROS
DEFINITIVOS

Ingestão Ovos não-embrionados


Metacercária nas fezes

CARAMUJOS
PLANTAS AQUÁTICAS

Cercária livre Ovos


embrionados

Miracídio
Rédia
Esporocisto
Filo Plathyhelminthes
Classe Trematoda
Patogenia e Sinais Clínicos Subclasse Digenea
Família Fasciolidae
Fasciola hepatica

 Lesões pela fase migratória


▪ Destruição tecido hepático
▪ Necrose parcial ou total
 Parasitas adultos
▪ Resposta inflamatória na cápsula hepática - edema
▪ Diminuição do fluxo biliar – cirrose e insuficiência hepática.
▪ Fator toxigênico excretado pelo parasita - necrose
 Na primeira fase da doença o paciente apresenta febre,
mal-estar, dor abdominal (3 a 4 meses)
 Na segunda fase a sintomatologia é muito variável.
Filo Plathyhelminthes
Classe Trematoda
Patogenia e Sinais Clínicos Subclasse Digenea
Família Fasciolidae
Fasciola hepatica
Filo Plathyhelminthes
Classe Trematoda
Patogenia e Sinais Clínicos Subclasse Digenea
Família Fasciolidae
Fasciola hepatica

Fasciola hepatica em fígado bovino


Filo Plathyhelminthes
Classe Trematoda
Patogenia e Sinais Clínicos Subclasse Digenea
Família Fasciolidae
Fasciola hepatica

 Síndromes clínicas – quantidade e estágio de desenvolvimento do


parasita
 Severidade da doença é variável:
 Assintomáticos a evolução fatal

 Animais jovens e ovinos são mais suscetíveis


 Anemia, retardo do crescimento, decréscimo da produção de leite,
morte súbita
 A infecção humana varia entre 2,4 milhões de pessoas (ALVES;
MARTINS, 2013) a 17 milhões (BRAVO, 2007) em 40 países
(GOMES, 2006).
Filo Plathyhelminthes
Classe Trematoda

Epidemiologia Subclasse Digenea


Família Fasciolidae
Fasciola hepatica
Filo Plathyhelminthes
Classe Trematoda

Epidemiologia Subclasse Digenea


Família Fasciolidae
Fasciola hepatica
Filo Plathyhelminthes
Classe Trematoda

Epidemiologia Subclasse Digenea


Família Fasciolidae
Fasciola hepatica
Filo Plathyhelminthes
Classe Trematoda

Diagnóstico e tratamento Subclasse Digenea


Família Fasciolidae
Fasciola hepatica

 Sinais clínicos dos animais

 Epidemiologia

 Exame parasitológico de fezes


 Testes sorológicos
 Necrópsia
 Observações em matadouros

130 a 150 μm x 60 a 90 μm
 TRATAMENTO
 Cloridrato de emetina; Bitional (diclorofenol); Albendazol.
Filo Plathyhelminthes
Classe Trematoda

Controle Subclasse Digenea


Família Fasciolidae
Fasciola hepatica

 Educação sanitária:
 Esclarecimentos: diagnóstico e tratamento.

 Cuidado com água e verduras.

 Ambiente:
 Molusco.

 Diminuição das áreas alagadas – drenagem.

 Animais:
 Fasciolicidas – diminuição da quantidade de ovos no ambiente.

▪ Rafoxanida, closantel, triclabendazole


Classe Trematoda

Família
Schistosomatidae
Filo Plathyhelminthes

Classe Trematoda

 Famílias:
 Fasciolidae
 Dicrocoeliidae
 Paramphistomatidae
 Schistosomatidae

Fasciolidae
Schistosomatidae
Filo Plathyhelminthes
Classe Trematoda

Família Schistosomatidae Subclasse Digenea

 Gênero Schistosoma
 Espécies: Diversas!!!
 Schistosoma mansoni

 ESQUISTOSSOMOSE OU SHISTOSSOMOSE

 Barriga d’agua.
 Um dos mais importantes problemas
de saúde pública no Brasil
 Uma das doenças que mais mata em
regiões com sistema deficiente de
saneamento.
Filo Plathyhelminthes
Classe Trematoda

Schistosoma spp. Subclasse Digenea


Família Schistosomatidae

 S. mansoni: homem, roedores e bovinos


 Hospedeiros
Definitivos  S. bovis: ruminantes

 Diversos mamíferos  S. mattheei: rum e homem

 S. japonicum: homem e animais


 Hospedeiros domésticos
Intermediários  S. incognitum: suínos e cães
 Caramujos aquáticos
 S.nasalis: ruminantes e equinos
▪ Gênero Biomphalaria
Distribuição Geográfica Variada

Localização: Veias mesentéricas


Filo Plathyhelminthes
Classe Trematoda

Identificação Subclasse Digenea


Família Schistosomatidae
Schistosoma mansoni

 Corpo alongado e sexo separado


 Macho: Corpo alongado que se curva nas bordas
formando um canal ginecóforo – 1 cm de
comprimento.
 Fêmea: Corpo cilíndrico, mais fina que o macho
alojada no canal ginecóforo do macho.
 Ventosa oral e ventral

 Ovos
 150 µm x 60 µ de largura.
 Fusiformes com espinho lateral.
 Sem opérculo.
 Contém um miracídio completamente
desenvolvido.
Filo Plathyhelminthes
Classe Trematoda

Identificação Subclasse Digenea


Família Schistosomatidae
Schistosoma mansoni
Filo Plathyhelminthes
Classe Trematoda
Ciclo Evolutivo Subclasse Digenea
Família Schistosomatidae
Schistosoma mansoni

 Ambiente Externo – Fase larval

 Ovos liberados pelas fezes dos HD próximo à água.

 Eclosão do ovo na água (28ºC) em minutos.

 Miracídios penetram nas partes moles do molusco.

 Desenvolvimento em esporocistos – cercárias (cauda bifurcada).


 Não ocorre a fase de rédia.

 Cercárias móveis deixam molusco (30d pi) e penetram


ativamente na pele ou mucosa do HOSPEDEIRO DEFINITIVO.
 Não há metacercaria.
Filo Plathyhelminthes
Classe Trematoda

Ciclo Evolutivo Subclasse Digenea


Família Schistosomatidae
Schistosoma mansoni

 No Hospedeiro Definitivo

 Após penetração na pele as cercárias perdem a cauda bifurcada.

 Cercárias se transformam em esquistossômulos (trematódeos jovens).

 Via circulação sanguínea seguem para coração direito – pulmões (artérias


pulmonares) – coração esquerdo – organismo.

 Sistema porta-hepático – (30d pi) – sexualmente maduros.

 Migram para veias mesentéricas – cópula (reprodução sexuada)

 Nas veias mesentéricas a fêmea insere a cauda numa pequena vênula e os ovos são
depositados (300/dia) – 6 a 10 anos!

 Ovos migram para fígado (circulação) e chegam a submucosa intestinal – luz


Esporocisto - cercária
Filo Plathyhelminthes
Classe Trematoda
Patogenia e Sinais Clinicos Subclasse Digenea
Família Schistosomatidae
Schistosoma mansoni

 Formas larvares
 Penetração das cercárias: dermatite cercariana.
 Esquistossômulos - migração pelos pulmões: bronquite e
pneumonia.

 Parasitos adultos
 Presença do parasita: agressão traumática.
 Deposição dos ovos: reação inflamatória.

 Fase aguda (50 e 120 dias da infecção)


 Disseminação dos ovos - principalmente na parede do intestino -
colite aguda: cólica, diarreia com sangue, perda de apetite,
desconforto abdominal, flatulência.
Filo Plathyhelminthes
Classe Trematoda
Patogenia e Sinais Clinicos Subclasse Digenea
Família Schistosomatidae
Schistosoma mansoni

 Fase crônica
 Intestino: Diarreia muco-sanguinolenta, dor abdominal, diminuição do
peristaltismo e constipação constante
 Fígado: Ovos arrastados pela corrente sanguínea ficam retidos nos capilares - os
granulomas se acumulam: fibrose periportal
 Obstrução e hipertensão de vasos do sistema porta.

 Ascite (Barriga d’água)


 Hipertensão portal
 Ocorre da hepatoesplenomegalia

 Envolvimento neurológico
 Vermes ovos podem chegar ao SNC
Filo Plathyhelminthes
Classe Trematoda

Diagnostico/Tratamento Subclasse Digenea


Família Schistosomatidae
Schistosoma mansoni

 Quadro Clínico

 Ovos nas fezes


 Eclosão de miracídios
 Sorológicos

 Pos-mortem

 Praziquantel, albendazol e oxaminiquine


Filo Plathyhelminthes
Classe Trematoda
Controle Subclasse Digenea
Família Schistosomatidae
Schistosoma mansoni

 Educação Sanitária
 Pré-requisito de todas as medidas de controle

 Controle dos caramujos

 Destinação apropriada de fezes

 Tratamento dos infectados

 Saneamento básico
Bom fds!!!

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