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Apresentação:
Em meados de 1840 Gemmy Fairley, um rapaz de 13 anos, é expulso do navio em que viajava e despe-
jado no extremo norte da Austrália, onde é acolhido pelos aborígenes. Dezasseis anos mais tarde regressa ao
mundo dos europeus, com a chegada dos primeiros colonos àquela área: homens e mulheres que tentam
construir o seu lar num local estranho e inóspito, carregados de esperanças e receios.
Abrigado pelos McIvor, a família das crianças com quem estabeleceu o primeiro contacto, Gemmy
parece ter garantido um lugar na comunidade, mas o medo e a desconfiança pairam no ar e existe uma
grande ambiguidade no sentimento dos colonos, que oscila entre o fascínio e a repulsa. Recordando a
Babilónia é o magnífico retrato de um continente e um fascinante relato sobre as dificuldades sentidas pelos
colonos durante o seu primeiro contacto com o desconhecido.
David Malouf nasceu em 1934 em Brisbane, Austrália, e foi educado na Brisbane Grammar School, na
Universidade de Queensland, onde trabalhou no departamento de Inglês após concluir a licenciatura. Entre
1959 e 1968 viveu em vários países europeus, tendo dado aulas em Londres e Birkenhead. De regresso à
Austrália ensinou literatura inglesa na Universidade de Sidney. Mais tarde, a partir de 1977, decidiu tornar-
-se escritor a tempo inteiro, passando a habitar em Campagnatica, na Itália, até 1985, ano em que mais uma
vez voltou para a Austrália. Editou seis livros de poesia e cooperou numa antologia de poesia australiana; es-
creveu novelas, uma autobiografia e três librettos de ópera. Recebeu também vários prémios literários austra-
lianos e internacionais. É o autor de Uma Vida Imaginária.
Apresentação:
Em Cada Pedra um Voo Imóvel reúne toda a obra de Fiama Hasse Pais Brandão no campo da
ficção e do teatro. Como diz Gastão Cruz na nota explicativa, «Fiama não foi, propriamente, uma
ficcionista, na medida em que somente publicou uma narrativa relativamente longa, Sob o Olhar
de Medeia, e deixou alguns contos, quase todos postumamente editados (a excepção é Movimento
Perpétuo, que saiu em 1991, com a designação de “novela poética”, e foi, em 2005, incluído na
recolha Contos da Imagem). Os restantes textos em prosa, não falando, é claro, dos ensaísticos e de
investigação literária, são, como já dissemos, poemas (os de Em Cada Pedra um Voo Imóvel,
O Aquário, Falar sobre o Falado), ou reflexões poéticas sobre temas ligados à literatura, o caso
de O Retratado. Dentro deste conceito de diversidade de modos de escrita, fará, sem dúvida,
sentido não só incluir neste volume os dois primeiros livros de Fiama Hasse Pais Brandão, como
colocar todo o conjunto sob o signo do belo título da sua obra de estreia: Em Cada Pedra um Voo
Imóvel.»
Apresentação:
A NARRATIVA DE ARTHUR GORDON PYM
DE NANTUCKET
Contendo os detalhes de um motim
e de uma atroz mortandade
a bordo do brigue americano Grampus, em rota para
os mares do sul, no mês de Junho de 1827.
Com o relato da reconquista do navio pelos Sobreviventes;
do seu naufrágio e posteriores horríveis padecimentos
devidos à fome; de sua livração pela
escuna britânica Jane Guy; do breve cruzeiro desta última no
oceano Antárctico, da captura dela e do massacre da
sua tripulação entre um grupo de ilhas no
PARALELO 84 DE LATITUDE SUL
A par das incríveis aventuras e descobertas
AINDA MAIS A SUL
às quais essa aflitiva calamidade deu origem.
Apresentação:
«Silêncio a Silêncio. Telas negras em que se desenhou o negro estelar, evoluções de manchas, linhas que preser-
vam a espacialidade da natureza. Imagens vídeo que enunciam modificações intencionais as quais respeitam o
mundo presente vivido e a constituição do mundo circundante, só aparentemente exterior às paixões humanas. A
arte tomada como lugar de aparição da ética é este o trabalho singular de Moirika Reker Gilberto Reis.»
«Será a dicotomia entre saber e ignorância, entre luz e escuridão, aberta pela perda da história da origem e pelo
esquecimento da ancestral inserção do homem nos ciclos da natureza, evocada através de referências antropológicas,
e prolongada pela chamada de atenção à actualidade cultural de rasura de todos os valores, condensada nas palavras
de um poema, insuperável? Estará o lugar ocupado pelos rituais iniciáticos das sociedades tradicionais, que assegura-
ram outrora a transmissão de saberes e a passagem consciente e responsável à idade adulta, para sempre vazio? O si-
lêncio, espaço infinito no corpo do desenho, por aquém de toda a imagem, funde o dentro e o fora, o que está em
cima e o que está em baixo, e preserva a possibilidade de configurar este não-lugar, esta u-topia em cada hic et nunc
da sua presença, onde a estética é, potencialmente, ética, voltando a incarnar a sua origem.»
Gisela Rosenthal