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Maio de 2010  DIÁRIO DO SENADO FEDERAL  Sexta-feira  28  24797 

Nada mais havendo a tratar, está encerrada a Antes de passar a palavra ao Sr. Lúcio Bolonha
presente sessão, agradecendo, portanto, a compre- Funaro, indago ao relator se quer fazer uso da palavra.
ensão de todos. Depois, não é? O Senador Alvaro Dias.
Sessão encerrada às 14h53. Então, passo a palavra ao Sr. Lúcio Bolonha Fu-
Senador Heráclito Fortes Presidente naro, para manifestações que julgar necessária.
SR. LÚCIO BOLONHA FUNARO: Eu queria dar
SUBSECRETARIA DE APOIO ÀS COMISSÕES
bom-dia a todos os senadores, aqui presentes, a to-
ESPECIAIS E PARLAMENTARES DE INQUÉRITO
dos os presentes aqui, na Casa. Não tenho nenhuma
COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO, manifestação a fazer. Estou aqui, à disposição dos
CRIADA PELO REQUERIMENTO Nº 201, de 2007, senhores para quaisquer perguntas ou dúvidas que
ADITADO PELOS REQUERIMENTOS Nºs 217 E os senhores tenham a respeito de qualquer assunto.
Estou à disposição.
1.324, DE 2007, 515, 1.391, DE 2008, 623, DE 2009,
SENADOR INÁCIO ARRUDA (PCdoB – CE):
E 25, DE 2010. COMPOSTA DE 11 SENADORES
Sr. Presidente.
TITULARES E 7 SUPLENTES DESTINADA A APU-
SR. PRESIDENTE SENADOR HERÁCLITO FOR-
RAR NO PRAZO DE SESSENTA DIAS, A LIBERA-
TES (DEM – PI): Com a palavra o relator.
ÇÃO, PELO GOVERNO FEDERAL, DE RECUR-
SENADOR INÁCIO ARRUDA (PCdoB – CE):
SOS PÚBLICOS PARA ORGANIZAÇÕES NÃO
Sras. e Srs. Senadores, Sr. Depoente, a vinda do se-
GOVERNAMENTAIS – ONGs – E PARA ORGANI-
nhor até essa comissão se deveu ao fato de termos
ZAÇÕES DE SOCIEDADE CIVIL DE INTERESSE
tido uma denúncia, que circulou nos jornais do país, de
PÚBLICO – OSCIPs -, BEM COMO A UTILIZAÇÃO
operações irregulares de uma instituição, cooperativa.
POR ESSAS ENTIDADES, DESSES RECURSOS E
De fato, não se trata de uma Organização Não Gover-
DE OUTROS POR ELAS RECEBIDOS DO EXTE-
namental, mas a comissão aprovou essa decisão de
RIOR, A PARTIR DO ANO DE 1999
trazer V. Exa. para tratar desse assunto aqui, nessa
ATÉ 30 DE ABRIL DE 2009.
comissão, que, embora não sendo objeto da Comis-
ATA DA 33ª REUNIÃO são Parlamentar de Inquérito, o senhor foi convocado,
e, nessa condição, nós não vamos, então, perder a
Ata Circunstanciada da 33ª Reunião, iniciada às oportunidade de indagar sobre essa operação que o
onze horas e quinze minutos, do dia vinte e oito de senhor mesmo anunciou que foi realizada com a BAN-
abril de 2010, na Sala nº 2 da Ala Senador Nilo Coe- COOP, que é uma cooperativa de crédito bancário para
lho. Com a presença dos Senadores Heráclito Fortes construção de moradias, pelo Sindicato dos Bancários,
(DEM – PI) – Presidente, Álvaro Dias (PSDB – PR), através dessa cooperativa, para os seus filiados.
Fátima Cleide (PT – RO) e Eduardo Suplicy (PT – Então, é importante – que o senhor foi convocado
SP). Oportunidade em ocorreu o depoimento do Se- por esta razão – que o senhor explique, então, o que
nhor Lúcio Bolonha Funaro. aconteceu, qual é a razão da participação do senhor
SR. PRESIDENTE SENADOR HERÁCLITO FOR- nesse episódio.
TES (DEM – PI): Declaro aberta a 33ª Reunião da SR. PRESIDENTE SENADOR HERÁCLITO FOR-
Comissão Parlamentar de Inquérito, criada pelo Re- TES (DEM – PI): Com a palavra o Sr. Lúcio Funaro.
querimento 201/2007, aditada pelo Requerimento 217, SR. LÚCIO BOLONHA FUNARO: Senador, cor-
1324, 515/08, 1391/08, 623/09 e 25/2010, composta de reção... Na verdade, eu não fui convocado; eu fui con-
onze senadores titulares e sete suplentes, destinada a vidado. Então, eu não estou aqui na condição de con-
apurar, no prazo de 180 dias, a liberação, pelo Governo vocado. Então, só para esclarecer, queria deixar claro
Federal, de recursos públicos para Organizações Não que eu não fui convocado. Eu estou aqui, na condição
Governamentais, ONG’s, e para Organizações de So- de convidado. Então, só para esclarecer. Obrigado.
ciedade Civil de Interesse Público, OSCIPs, bem como SENADOR INÁCIO ARRUDA (PCdoB – CE):
a utilização, por estas entidades, desses recursos e Mas o senhor poderia esclarecer qual foi o motivo da
todos por ela recebido do exterior, a partir de 99 até a denúncia?
data de 30 de abril de 2009. SR. LÚCIO BOLONHA FUNARO: Não entendi
Essa reunião destina-se à oitiva do Sr. Lúcio Bo- a pergunta de senhor.
lonha Funaro e atende ao convite feito pelo Senador SENADOR INÁCIO ARRUDA (PCdoB – CE):
Alvaro Dias. Solicito que seja feita a introdução do de- Eu quero que o senhor esclareça qual foi o motivo, a
poente a este recinto. razão da denúncia, feita pelo senhor, de que a BAN-
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COOP operava, oferecendo uma espécie de pedágio se o Fundo está respondendo as suas normas e ao
de 12%. seu padrão, é o gestor e o administrador. Ou seja, o
SR. LÚCIO BOLONHA FUNARO: Eu acho que gestor é controlado pelo administrador, que deve pas-
o senhor está enganado. Eu nunca afirmei que a BAN- sar as informações à CVM, que, no caso de observar
COOP cobrava. A BANCOOP é uma pessoa jurídica. alguma irregularidade, passa a atuar(F) o Fundo ou
Como é que uma pessoa jurídica vai cobrar? pede alguma verificação no Fundo.
SENADOR INÁCIO ARRUDA (PCdoB – CE): SENADOR ALVARO DIAS (PSDB – PA): Com a
Os seus dirigentes. sua experiência de mercado, há justificativa para uma
SR. LÚCIO BOLONHA FUNARO: Sobre os diri- cooperativa tomar esse dinheiro do Fundo e emprestar
gentes da BANCOOP e sobre esse caso, por orientação a uma cooperativa?
dos meus advogados, eu vou me recusar a falar. SR. LÚCIO BOLONHA FUNARO: Com a experi-
SENADOR INÁCIO ARRUDA (PCdoB – CE): ência que eu tenho de mercado financeiro, eu só vejo
Bom, Sr. Presidente, vamos examinar... Se o depoente dois motivos para a BANCOOP criar um FIDC. Primeiro,
se recusa a responder às perguntas, a relatoria não ela está com falta de caixa, ou seja, ela precisa ante-
tem que indagar se é uma recusa do depoente. cipar os seus recebíveis, para tocar as obras que ela
SR. PRESIDENTE SENADOR HERÁCLITO tem em andamento hoje. Segundo, aproveitar alguma
FORTES (DEM – PI): Com a palavra o Senador Al- condição favorável ao mercado. No caso específico
varo Dias. da BANCOOP, o que seria uma condição favorável de
SENADOR ALVARO DIAS (PSDB – PA): Sr. Pre- mercado? Uma condição excelente para comprar um
sidente, Sr. Relator, Senador Inácio Arruda, Sr. Funaro, terreno, ou um material, com um preço... um material
convidado para esta oitiva. Como nós vamos tratar de de construção, com preço mais acessível, mas, pelo
uma relação negocial entre os fundos de pensão com visto, parece que não foi isso, porque eles criaram um
a BANCOOP, eu gostaria que o nosso convidado pu- FIDC, e o FIDC não foi levado até o final, teve proble-
desse fazer uma exposição como funciona esse FIDC ma no FIDC, e a obra também não foi ao final. Então,
e qual o papel do gestor e administrador no Fundo e onde o dinheiro foi, eu não sei.
na CVM. Essa é uma pergunta apenas para esclare- SENADOR ALVARO DIAS (PSDB – PA): Essa
cimento técnico, a fim de que, depois, eu possa fazer é uma... Pelo menos, como leigo, o que sei é que é
as outras questões. Eu gostaria, portanto, que o nosso uma operação própria para valores significativos, e a
convidado pudesse nos esclarecer a esse respeito. BANCOOP--
SR. LÚCIO BOLONHA FUNARO: Pois não, se- SR. LÚCIO BOLONHA FUNARO: É uma opera-
nador. O FIDC é um Fundo de Investimento em Direi- ção para valores explicativos. Pelo o que eu vi, a BAN-
tos Creditórios, é um instrumento utilizado tanto por COOP chegou a ser a oitava construtora residencial,
empresas privadas como por bancos, no qual eles aí, uma época... Acho que há dois anos atrás. Quando
depositam todos os seus recebíveis, ou os recebíveis ele faz uma operação dessas, você tem três tipos...
que eles escolhem, dentro de um Fundo, que é auto- Quando você faz construção, você tem três tipos de
rizado a funcionar pela CVM, e esses recebíveis, que obra: preço fechado, administração ou por empreitada.
são depositados, ou esses créditos que estão dentro No caso da BANCOOP, o que parece que aconteceu é
desse Fundo, são usados para dar cobertura aos in- que houve um descasamento entre o índice de corre-
vestimentos que os investidores estão fazendo naquele ção que ele vendia às unidades e o índice de correção
Fundo, ou seja, nada mais é do que uma operação de dos contratos dele, ou uma tremenda má administra-
desconto de recebíveis. Um FIDC é uma operação de ção, porque, senão, não se explica por que tem esse
desconto de recebíveis. O administrador, a função do problema de caixa, essas unidades não entregues. Ou
administrador de um Fundo é ter a certeza absoluta seja, ele pode ter vendido a obra corrigida por IGP-M
de que o gestor está cumprindo todos os regulamen- e contratado a obra por administração, e estimou que
tos aos quais aquele Fundo está sujeito. Então, essa o custo da obra ia ser 500 mil, e a obra foi para um
é a função do gestor. milhão. Ele fez um risco que não é um risco inerente
Nesse caso específico da BANCOOP, vale res- à cooperativa; a cooperativa está para ajudar o coo-
saltar, porque eu já vi várias matérias descritas, nas perado, não fazer o cooperado correr risco. Esta é a
quais os dirigentes da BANCOOP dizem que o Fundo minha opinião.
foi autorizado pela CVM... Qualquer Fundo, para fun- Para o senhor entender mais. O senhor, que é
cionar, precisa da autorização da CVM. A CVM, a úni- do Estado do Paraná, qual é a função de uma coo-
ca coisa que ela faz, ela dá um CNPJ para o Fundo, perativa agrícola no Estado do Paraná? É ajudar o
e quem fiscaliza e passa as informações para a CVM, produtor a ter onde estocar, vender no melhor preço,
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a ter linha de crédito de financiamento mais barato, a SR. LÚCIO BOLONHA FUNARO: Ele que me
poder comprar insumo mais barato. Essa é a função apresentou o Sr. João Vaccari.
de uma cooperativa; não especular. No caso, aí, houve SENADOR ALVARO DIAS (PSDB – PA): Bem,
especulação ou uma tremenda má administração, não eu creio que um fato que eu vou abordar agora não é
tem outra explicação. sigilo, porque já foi divulgado na revista Veja, de gran-
SENADOR ALVARO DIAS (PSDB – PA): Vamos de circulação nacional. Divulgou que, em um dos seus
a uma indagação sobre uma participação mais direta depoimentos ao Ministério Público, o senhor afirmou
sua com o Sr. Vaccari. Em depoimento a esta CPI... Em que o Vaccari era o administrador informal da relação
depoimento a uma comissão da Casa – o Sr. Vaccari, entre o PT e os fundos de pensão das empresas esta-
se não me engano, foi à Comissão de Direitos Huma- tais, bancos, corretoras, e que, para isso, ele cobrava
nos -, o Sr. Vaccari afirmou que encontrou o senhor propina, que variava de 10 a 15%, que 12% era o nú-
uma única vez, acompanhado do Deputado Valdemar mero mágico para o tesoureiro. Eu creio que, aí, não
Costa Neto. O senhor esteve com o Sr. Vaccari apenas há quebra de sigilo da sua parte, porque foi o próprio
uma vez ou mais de uma vez? Ministério Público que divulgou esse fato. Eu apenas
SR. LÚCIO BOLONHA FUNARO: Mentira dele. gostaria que o senhor confirmasse e, se pudesse, apro-
Estive com ele mais de uma vez. fundasse essa questão. Ficou claro para o senhor que
SENADOR ALVARO DIAS (PSDB – PA): Mui- o Sr. Vaccari intermediava esses negócios dos fundos
tas vezes? de pensão, dos três grandes fundos de pensão, com
SR. LÚCIO BOLONHA FUNARO: Algumas ve- bancos, especialmente bancos que apareceram na CPI
zes. dos Correios, envolvidos com o chamado ‘escândalo
SENADOR ALVARO DIAS (PSDB – PA): E qual do mensalão’. Então, eu gostaria que o senhor pudes-
assunto tratado nesses encontros? se esclarecer esses fatos. Como é que foi que chegou
SR. LÚCIO BOLONHA FUNARO: O assunto, por ao seu conhecimento esses percentuais de propinas?
orientação dos meus advogados, eu vou me reservar A propina de 10%, de 15%, de 12%, enfim... Gostaria
ao direito de não falar. que o senhor pudesse esclarecer esse fato.
SENADOR ALVARO DIAS (PSDB – PA): Mas SR. LÚCIO BOLONHA FUNARO: Senador, o que
esse assunto o senhor não pode falar porque é parte eu posso esclarecer para o senhor, e vou deixar aqui
do depoimento prestado ao Ministério Público ou é dito, é que o Sr. João Vaccari, todo mundo, no merca-
outra razão? do financeiro, comenta que tem um relacionamento
SR. LÚCIO BOLONHA FUNARO: Também não muito próximo com o Grupo Schahin, que tem banco,
posso revelar para o senhor. O que eu posso falar é construtora e outras empresas. Esse grupo – eu vou
que, com certeza, o assunto que eu fui tratar com ele deixar, aqui, documentos com o senhor – é investiga-
não é relativo à BANCOOP, porque eu nunca tive nada do pelo Ministério Público de São Paulo, pela Justiça
de construção e nem nada com a BANCOOP. Federal de São Paulo, pela Polícia Civil de São Paulo,
SENADOR ALVARO DIAS (PSDB – PA): Era como um dos grupos que cometeram as maiores frau-
relativo ao PT, à campanha? des financeiras, nos últimos anos, no Estado de São
SR. LÚCIO BOLONHA FUNARO: Também não, Paulo, e esse grupo, conforme outros documentos que
porque eu não tenho nada... Não tenho nenhum contato eu vou deixar aqui para o senhor, tem, hoje, só com a
com o PT, nem nenhuma ligação com partido político PETROBRAS, sete bilhões de dólares em contratos. O
nenhum. Era... relatório, ao qual eu vou deixar para o senhor, é um do
SENADOR ALVARO DIAS (PSDB – PA): Qual Ministério Público de São Paulo, aqui, do GAECO, Gru-
a natureza do sigilo, então, que o senhor não pode po de Ação e Combate ao Crime Organizado, no qual
revelar? tem a mais ampla explicação, aqui, sobre as atividades
SR. LÚCIO BOLONHA FUNARO: O que eu posso ilícitas do Banco Schahin e do Grupo Schahin.
falar para o senhor é que os encontros que eu tive com SENADOR ALVARO DIAS (PSDB – PA): Só
ele foram sobre operações financeiras. Pronto. para não perder a oportunidade. A relação de Vaccari
SR. PRESIDENTE SENADOR HERÁCLITO FOR- com esse grupo é jurídica ou é apenas informal? Ela
TES (DEM – PI): O Deputado Valdemar Costa Neto é formal ou informal?
atua no mercado financeiro? SR. LÚCIO BOLONHA FUNARO: Não posso
SR. LÚCIO BOLONHA FUNARO: Que eu sai- confirmar. O que dizem no mercado é que é quase
ba, não. umbilical.
SR. PRESIDENTE SENADOR HERÁCLITO FOR- SENADOR ALVARO DIAS (PSDB – PA): É uma
TES (DEM – PI): Qual seria a participação do...? parceria.
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SR. LÚCIO BOLONHA FUNARO: Talvez quem SR. LÚCIO BOLONHA FUNARO: Chama Cen-
possa explicar melhor para o senhor é o caixa do ban- trais Elétricas Belém.
co, o Sr. Kenji Otsuki, que é o homem da propina do SENADOR INÁCIO ARRUDA (PCdoB – CE):
Banco Schahin. Qual é... É o município? Tem nome o município?
SENADOR ALVARO DIAS (PSDB – PA): Esse SR. LÚCIO BOLONHA FUNARO: Rondônia.
é que tem a relação direta com o Sr. Vaccari. SENADOR INÁCIO ARRUDA (PCdoB – CE):
SR. LÚCIO BOLONHA FUNARO: Talvez ele e Município de Rondônia, no Estado...
os próprios proprietários do grupo. Não sei... Não pos- SR. LÚCIO BOLONHA FUNARO: Não, Município
so afirmar, senador. O que eu estou deixando para o de Vilhena, no Estado de Rondônia.
senhor é o que o Ministério Público do Estado de São SENADOR INÁCIO ARRUDA (PCdoB – CE):
Paulo apurou. Não sou eu que estou dizendo. Então, E a barragem... Essa CEBEL, ela tem um empreendi-
aqui, todos os crimes, efetuados pelo Grupo Schahin, mento, chamado Barragem de Apertadinho?
explícitos e já em andamento na Justiça. Talvez como SR. LÚCIO BOLONHA FUNARO: O aprovei-
esta Casa tenha mais agilidade do que a Justiça, para tamento hidrelétrico chama Apertadinho. Aqui está o
requisitar documentos e analisar documentos, talvez contrato com a PETROBRAS. Eu estou deixando aqui,
seja um ponto de partida para o senhor poder tocar na atenção do senhor.
daqui pra frente. SENADOR INÁCIO ARRUDA (PCdoB – CE): O
SR. PRESIDENTE SENADOR HERÁCLITO FOR- senhor tem participação direta...
TES (DEM – PI): Por orientação do debate. Sr. Presiden- SR. LÚCIO BOLONHA FUNARO: Não, senhor.
te indaga de V. Sa. se V. Sa. tem, ou teve, algum negócio SENADOR INÁCIO ARRUDA (PCdoB – CE):
com o Grupo Schahin, V. Sa. ou suas empresas. [ininteligível] em administrar?
SR. LÚCIO BOLONHA FUNARO: Eu, pesso- SR. LÚCIO BOLONHA FUNARO: Nem adminis-
almente, nunca tive nenhum negócio com o Grupo
tro e nem participação direta.
Schahin.
SENADOR ALVARO DIAS (PSDB – PA): Já que
SR. PRESIDENTE SENADOR HERÁCLITO FOR-
veio à baila... Pois não...
TES (DEM – PI): Empresa dirigidas.
SENADOR INÁCIO ARRUDA (PCdoB – CE):
SR. LÚCIO BOLONHA FUNARO: Dirigidas por
Nessas circunstâncias, Sr. Presidente... Acho que, tal-
mim, também não.
vez, seja necessário que possamos... Que, aqui, está no
SR. PRESIDENTE SENADOR HERÁCLITO FOR-
vermelho. Não sei se é porque eu sou comunista...
TES (DEM – PI): Em nenhum momento?
[risos]
SR. LÚCIO BOLONHA FUNARO: Não, senhor.
Tem uma empresa, a qual eu possuo um contrato de SENADOR ALVARO DIAS (PSDB – PA): O outro
representação, uma empresa internacional, que chama aqui. Esse aí está verde.
Gawei, cuja uma das empresas das quais ela controla SENADOR INÁCIO ARRUDA (PCdoB – CE):
teve negócio com o Grupo Schahin. Bom, Sr. Presidente, nós vamos pedir, em requerimen-
SR. PRESIDENTE SENADOR HERÁCLITO FOR- to, a ser aprovado evidentemente(F) pela maioria da
TES (DEM – PI): Uma empresa internacional? Casa, da comissão, a quebra do sigilo dessa empresa,
SR. LÚCIO BOLONHA FUNARO: Eu tenho um que é operada pelo nosso... que é representada pelo
contrato de prestação de serviços com uma empresa nosso depoente, para que a gente possa ter a con-
de Londres. Essa empresa de Londres controla várias firmação dessas transações, e se tem participação...
empresas no Brasil. Uma dessas empresas das quais Quer dizer, a Schahin tem participação, também, com
ela controla teve um contrato com o Grupo Schahin. essa empresa que o senhor representa?
SR. PRESIDENTE SENADOR HERÁCLITO FOR- SR. LÚCIO BOLONHA FUNARO: Graças a Deus,
TES (DEM – PI): Contrato de que natureza? não.
SR. LÚCIO BOLONHA FUNARO: Contrato de SENADOR INÁCIO ARRUDA (PCdoB – CE): En-
construção. tão, nós vamos aproveitar a oportunidade para fazer a
SR. PRESIDENTE SENADOR HERÁCLITO FOR- quebra de sigilo da empresa que o senhor representa,
TES (DEM – PI): De construção. para que a gente possa ter essas informações, já que,
SR. LÚCIO BOLONHA FUNARO: De uma pe- de alguma sorte, há um empreendimento, que o se-
quena central hidrelétrica. Inclusive desmoronou a nhor mesmo citou, de relação da Construtora Schahin
barragem. com a Barragem, que, embora ela tenha rompido, me
SENADOR INÁCIO ARRUDA (PCdoB – CE): parece que ela foi construída em negociações com a
Qual é a empresa? empresa que o senhor representa.
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SR. LÚCIO BOLONHA FUNARO: Sim, senhor. SENADOR INÁCIO ARRUDA (PCdoB – CE): Eu
Queria deixar, também, aqui, com os senhores... Olha, não entendi ainda por que o senhor está fazendo ques-
aqui tem uma ação, que foi entrada, no Ministério do tão de frisar o nome da PETROBRAS. É bom o senhor
Trabalho, por um ex-funcionário da Schahin, denomi- explicar se há operação ilegal, se o senhor confirma
nado Mário Roberto Cabral, na qual ele cita o tipo de que há alguma operação ilegal entre essa empresa,
procedimento que esse grupo tem. Então, aqui, na entre o Banco Schahin e a PETROBRAS.
Cláusula 67 – vou até deixar marcado, para, depois, SR. LÚCIO BOLONHA FUNARO: O senhor co-
ficar mais fácil -, assim testemunha esse ex-funcionário, nhece alguma empresa que recebe da PETROBRAS
na sua inicial: “Corroborando tal assertiva, é imperio- um bilhão e meio de dólares, através da sua offshore,
so indicar que os atos gerenciais, controlados pelo para operar uma plataforma, aqui, no Brasil, e repassa
reclamante, não consistiam em mera contabilidade; para a controlada, que seria a Schahin Engenharia,
tratava-se de efetiva administração de caixa, onde o apenas dez dólares por ano?
mesmo controlava o caixa de aplicações financeiras SENADOR INÁCIO ARRUDA (PCdoB – CE): O
de clientes do banco”. senhor tem essa documentação?
SR. PRESIDENTE SENADOR HERÁCLITO SR. LÚCIO BOLONHA FUNARO: Já deixei ane-
FORTES (DEM – PI): Só um minuto. Com relação à xada aqui.
BANCOOP. SENADOR INÁCIO ARRUDA (PCdoB – CE):
SR. LÚCIO BOLONHA FUNARO: Calma, eu falei Porque o que o senhor está envolvendo é outro tema,
que ele... Um minutinho. é outra instituição, que o senhor está envolvendo no
SR. PRESIDENTE SENADOR HERÁCLITO FOR- seu depoimento.
TES (DEM – PI): Não, não, espera aí. Um minutinho SR. LÚCIO BOLONHA FUNARO: Já deixei ane-
não. xada a documentação, está aqui, anexada, e o contra-
SR. LÚCIO BOLONHA FUNARO: Com relação to, aqui, na qual ela recebe um bilhão e 200 milhões
à BANCOOP. de dólares da PETROBRAS, está aqui, e o contrato
SR. PRESIDENTE SENADOR HERÁCLITO FOR- entre a offshore, que é controlada pelos donos do
TES (DEM – PI): Não, não. Grupo Schahin e--
SR. LÚCIO BOLONHA FUNARO: Tem com re- SENADOR INÁCIO ARRUDA (PCdoB – CE):
lação à BANCCOP aqui. Qual é a ilegalidade que o senhor está examinando no
SR. PRESIDENTE SENADOR HERÁCLITO FOR- contrato? Quer dizer, esse contrato entre essa empresa
TES (DEM – PI): V. Sa. está enganado. Eu sou o Pre- e a PETROBRAS foi feito legalmente, com publicação,
sidente... Não, não. Estou fazendo a indagação. ou não foi feita?
SR. LÚCIO BOLONHA FUNARO: Desculpa, se- SR. LÚCIO BOLONHA FUNARO: Foi feito atra-
nhor. Está bom. É com relação à BANCOOP. vés de carta-convite.
SR. PRESIDENTE SENADOR HERÁCLITO FOR- SENADOR INÁCIO ARRUDA (PCdoB – CE):
TES (DEM – PI): É com relação à BANCOOP? Sim, mas isso não tem...
SR. LÚCIO BOLONHA FUNARO: É com rela- SR. LÚCIO BOLONHA FUNARO: Não tem pro-
ção à BANCOOP. blema nenhum. A ilegalidade que eu vejo é a seguin-
SR. PRESIDENTE SENADOR HERÁCLITO FOR- te: uma empresa offshore, sediada no paraíso fiscal
TES (DEM – PI): Não, era só isso, porque o tema des- de Delaware, nos Estados Unidos, que não recolhe
sa audiência é exatamente a BANCOOP. Queremos imposto no Brasil, não recolhe imposto nos Estados
saber apenas se tem conexão. Unidos, cujos acionistas são os mesmos acionistas do
SR. LÚCIO BOLONHA FUNARO: Tem conexão, Grupo Schahin, ou seja, uma offshore que não paga
porque eu não falei para o senhor que o modus operandi impostos no Brasil, que é controlada pelos mesmos
do banco é... Então, está aqui. Desculpa. “Financeiras acionistas do Grupo Schahin, assina um contrato com
dos clientes, feitos junto à segunda aclamada, através a PETROBRAS, no valor de um bilhão e meio de dó-
do Swiss Bank”, ou seja, está aqui o que eu narrei para lares. Essa mesma empresa offshore vem e contrata
o senhor, como é um banco, aqui, testemunhado(F) a Schahin Engenharia para operar essa plataforma de
pelo seu próprio funcionário, especializado em lava- petróleo e paga para a Schahin Engenharia somente
gem de dinheiro, um grupo especializado em lavagem dez dólares por ano.
de dinheiro, com contratos, ressaltando-se, de sete SENADOR INÁCIO ARRUDA (PCdoB – CE): O
bilhões de dólares com a PETROBRAS hoje, sete bi- senhor opera nesse paraíso fiscal?
lhões de dólares. SR. LÚCIO BOLONHA FUNARO: De Delaware.
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SENADOR INÁCIO ARRUDA (PCdoB – CE): SR. LÚCIO BOLONHA FUNARO: Rodrigues. O
Ah-hã. que eu vejo é o seguinte: que todas essas pessoas que
SR. LÚCIO BOLONHA FUNARO: Não, senhor. são oriundas do sistema bancário, do qual o Sr. João
Então, é uma operação estranha, porque a empresa Vaccari foi Presidente do Sindicato dos Bancários, e
offshore que recebe tudo; a que paga imposto para o que hoje estão no Governo, eles têm uma atração...
Brasil não recebe nada. É atípico. Sim, vamos dizer, para não dizer com outras palavras,
SENADOR ALVARO DIAS (PSDB – PR): Sr. fatal pelo setor de energia. Então é isso que a gen-
Presidente, é uma denúncia da maior gravidade e... te vê no cotidiano. Então você vê, ele é uma pessoa
evidentemente com conexão, e, mesmo sem conexão que não tem... não é engenheiro, a esperança e a fi-
com o BANCOOP, tenha ou não tenha conexão com nanceira dele já se revelou desastrosa até na própria
BANCOOP, é uma denúncia que não pode ser igno- administração da BANCOOP, e ele é conselheiro da
rada. A autoridade judiciária brasileira está convocada Itaipu Binacional.
a responsabilidade de investigar o fato. E o Senado SENADOR ALVARO DIAS (PSDB – PR): O se-
Federal não pode se omitir, evidentemente. Quanto nhor acha que esse fundo de pensão da Itaipu tam-
às minhas indagações, o Sr. Lúcio Funaro pode res- bém--
ponder tranquilamente, trazendo à baila assuntos que SR. LÚCIO BOLONHA FUNARO: Também pode
tenham conexão, ou que não tenham conexão com a sofrer ingerência dele, por que não? O fundo de pensão
BANCOOP. Eu creio que, se há falcatruas que devem da Itaipu, que chama FIBRA, pode sofrer ingerência
ser investigadas, elas devem ser apresentadas, para dele, assim como eu disse, em 2005, quando eu vim
que possam ser devidamente investigadas. depor aqui na CPMI dos Correios, que o mercado co-
E, nesse último momento, eu vi vir à baila a ques- mentava a atuação do Sr. João Vaccari sobre PREVI,
tão da energia, a questão energética do país, centrais FUNCEF e PETROS, e, na época, ninguém me deu
energéticas, e me vem à mente a neoenergia. Eu vejo atenção, e, agora, com a quebra de sigilo do FIDC e
um grande interesse envolvendo fundos de pensão da BANCOOP, se viu que os cotistas do FIDC eram
com o setor enérgico. Agora mesmo, a Belo Monte. E, só esses três fundos de pensão... Pode ser que o que
nessa conexão, o Sr. Vaccari transitando com muita eu estou falando agora também tenha... Seja no fu-
facilidade. Eu gostaria que o senhor dissesse o que turo, talvez, se Deus quiser, mais breve, comprovado
sabe a respeito disso, dessa conexão Vaccari, setor que faz sentido.
enérgico... Enfim, são valores significativos dos fundos SR. PRESIDENTE SENADOR HERÁCLITO FOR-
de pensão, os três maiores fundos, e também gostaria TES (DEM – PI): Queria, apenas, pedir a Secretaria
de indagar, já que é do mercado, se são só esses três que [ininteligível] imediatamente essas denúncias feitas
fundos mesmo ou se existem outros fundos envolvidos pelo Sr. Funaro para essa entidade que administra, ou
nessas transações pilotadas pelo Sr. Vaccari, em troca fiscaliza, fundo de pensão, que agora mudou o nome.
de comissão, segundo a sua denúncia ao Ministério Nós votamos, o ano passado, a aprovação.
Público. Gostaria que respondesse inicialmente essas SR. LÚCIO BOLONHA FUNARO: Era SPC, Se-
duas questões, que dizem respeito a essa questão... cretaria de Previdência Complementar, e agora eu não
Sintetizando, essas duas questões, energia e fundos sei como é o nome.
de pensão. SR. PRESIDENTE SENADOR HERÁCLITO FOR-
SR. LÚCIO BOLONHA FUNARO: Olha, o que TES (DEM – PI): É PREVIC. Que remeta, imediata-
eu posso dizer para o senhor é o seguinte: primeiro, o mente, para a PREVIC, essas denúncias feitas com
Sr. João Vaccari era, ou foi, conselheiro da Itaipu Bi- relação ao fundo de pensão da Itaipu Binacional, não
nacional. O Sr. João Vaccari tem sua origem no Banco é isso?
do Estado de São Paulo. O Sr. Wagner Pinheiro, que é SENADOR ALVARO DIAS (PSDB – PR): É a
hoje o Presidente da PETROS, também tem sua ori- FIBRA.
gem no Banco do Estado de São Paulo. O Presiden- SR. LÚCIO BOLONHA FUNARO: Exatamente.
te da NEOENERGIA, que é o Sr. Jailson Rodrigues, Tem que fazer um levantamento em todos esses fun-
era funcionário do Banco do Brasil. NEOENERGIA é dos de pensão, não é só no FIBRA, é em todos eles.
uma empresa que é controlada pelo Banco do Brasil Em absolutamente em todos eles.
Investimentos, pela PREVI e pela IBERDROLA, que SENADOR ALVARO DIAS (PSDB – PR): O se-
é uma multinacional espanhola. Então o que eu vejo nhor afirmou que o ex-Ministro José Dirceu teria rece-
é o seguinte-- bido da PORTUS, o Fundo de Pensão dos servidores
SR. PRESIDENTE SENADOR HERÁCLITO FOR- do setor portuário, o valor de 5,5 milhões a título de
TES (DEM – PI): Jailson... comissão, por ter intermediado as negociações com
Maio de 2010  DIÁRIO DO SENADO FEDERAL  Sexta-feira  28  24803 

esse fundo de pensão. Em que negociações? E como SR. LÚCIO BOLONHA FUNARO: Todos os do-
essas comissões são pagas? Elas são pagas oficial- cumentos referentes a essa transação.
mente, são contabilizadas essas comissões? E esses SENADOR ALVARO DIAS (PSDB – PR): Com
valores elevados dessas comissões? o shopping de Blumenau.
SR. LÚCIO BOLONHA FUNARO: Olha, normal- SR. LÚCIO BOLONHA FUNARO: Qual era o
mente essas comissões devem ser pagas em dinheiro valor do aluguel que esse percentual, que a funda-
vivo para não deixar rastro, mas como, ultimamente, ção continha no shopping, rendia? Qual é o valor da
a gente tem visto tanto rastro, possivelmente eu não venda? Qual é o valor que foi pago? Como foi pago?
posso afirmar como é que foi pago. Toda a transação. Fica fácil de saber se foi bom ne-
A outra pergunta, o senhor vai me desculpar, mais gócio para a fundação ou se foi um mau negócio para
uma vez, mas por orientação dos meus advogados, a fundação.
eu vou meu manter calado. SENADOR ALVARO DIAS (PSDB – PR): O que
SENADOR ALVARO DIAS (PSDB – PR): O se- se diz é que foi um péssimo negócio, e que a venda
nhor tem notícia que essas negociações pilotadas por ocorreu em 2004, um ano antes de explodir o escân-
José Dirceu tenham causado um grande prejuízo aos dalo do ‘Mensalão’. E esse dinheiro teria sido utilizado,
fundos de pensão? E como ocorreu isso? segundo voz corrente, exatamente para abastecer o
SR. LÚCIO BOLONHA FUNARO: Olha, eu não caixa do ‘Mensalão’.
tenho notícia, mas uma conclusão que a gente pode SR. LÚCIO BOLONHA FUNARO: Pode ser. Por
chegar, para que alguém pagaria uma comissão por um exemplo, esses contratos que eu entreguei aqui para
serviço se não for... Um serviço, assim, que não venha o senhor, do Grupo Schahin com a PETROBRAS,
a benefício da pessoa, ou seja, essa pessoa está pa- estranhamente o maior foi assinado no ano de 2008,
gando uma comissão para ele, e ela está comprando um ano que é de eleições. Municipais, mas tem elei-
alguma coisa no fundo de pensão, deve ter sido em
ções, não é?
benefício da empresa e não do fundo de pensão.
SENADOR ALVARO DIAS (PSDB – PR): É ver-
SENADOR ALVARO DIAS (PSDB – PR): Esta
dade que era cobrado um chamado “pedágio”, pe-
sua afirmação de que essas comissões são pagas em
dágio entre aspas, para conseguir ações facilitadas
espécie, isso é uma prática, atualmente, envolvendo
da PORTUS e que esse pedágio era repassado exa-
os fundos pensão e esses operadores ligados a par-
tamente para esse caixa de campanha, ou caixa do
tido político?
‘Mensalão’, enfim.
SR. LÚCIO BOLONHA FUNARO: Normalmen-
SR. LÚCIO BOLONHA FUNARO: Mais uma vez o
te, pelo o que a gente vê pelo noticiário, até por esse
senhor vai me desculpar, mas por orientação dos meus
último escândalo aí que estourou aqui em Brasília, do
‘Mensalão’ do DEM, é tudo da mesma espécie, não advogados, eu não vou responder essa pergunta. Mas
é, senador. é o que eu expliquei para o senhor--
SENADOR ALVARO DIAS (PSDB – PR): E so- SENADOR ALVARO DIAS (PSDB – PR): Mas o
bre esse dinheiro repassado, segundo consta aí pela senhor tem as informações. Não pode falar, mas tem
PORTUS, que teve que vender a sua participação em as informações sobre esse assunto.
Shopping Blumenau, justamente quando o imóvel es- SR. LÚCIO BOLONHA FUNARO: A informa-
tava valorizando, foi para obter dinheiro para efetuar ção--
esse pagamento de 5,5 milhões? SENADOR ALVARO DIAS (PSDB – PR): E as
SR. LÚCIO BOLONHA FUNARO: Senador, por transferiu ao Ministério Público.
orientação dos meus advogados, eu não vou respon- SR. LÚCIO BOLONHA FUNARO: A informação
der. Mas eu solicito a gentileza do senhor-- qualquer pessoa tem. É só pegar, ver o histórico da ne-
SENADOR ALVARO DIAS (PSDB – PR): Mas gociação e chegar a uma conclusão. Se eu falar para o
sábia. senhor que eu quero vender esse copo d’água por um
SR. LÚCIO BOLONHA FUNARO: Solicito a gen- milhão de reais, o senhor vai comprar? Não. Por zero o
tileza senhor e a gentileza do Presidente da comissão senhor vai comprar, porque não tem custo. Então--
que solicite à SPC todo o histórico da operação. E ao SENADOR ALVARO DIAS (PSDB – PR): Mas
analisar o histórico, se o senhor não entender, o se- esse tema consta do seu depoimento ao Ministério
nhor pode me chamar aqui com os documentos que Público?
eu explico para o senhor e deixo claro-- SR. LÚCIO BOLONHA FUNARO: Por orientação
SENADOR ALVARO DIAS (PSDB – PR): A sua dos meus advogados também não posso responder
sugestão é que a comissão requeira... essa questão.
24804  Sexta-feira  28  DIÁRIO DO SENADO FEDERAL  Maio de 2010

SENADOR ALVARO DIAS (PSDB – PR): O Sr. SR. LÚCIO BOLONHA FUNARO: Parece que,
Vaccari tinha, nessas transações de repasse de re- hoje em dia, ele mora em Miami, atua na área de im-
cursos – não sei se é do seu conhecimento, deve ser portação, exportação de petróleo. Não sei o que ele
-, Sr. Vaccari tinha uma relação direta com o Tesou- faz. Exatamente, eu não sei. Não tenho nenhum rela-
reiro Delúbio Soares ou era uma relação direta com cionamento com ele.
o José Dirceu? SR. PRESIDENTE SENADOR HERÁCLITO FOR-
SR. LÚCIO BOLONHA FUNARO: Isso eu posso TES (DEM – PI): Mas existe? Não é nenhuma--
afirmar, porque quando eu tive um encontro com ele, o SR. LÚCIO BOLONHA FUNARO: Existe uma
Deputado Valdemar Costa Neto me afirmou que quem pessoa que chama Fernando Moura? Existe. Eu já o
teria marcado a reunião foi o Delúbio. vi em São Paulo várias vezes, a não ser que seja o
SENADOR ALVARO DIAS (PSDB – PR): Então fantasma dele.
o contato era com o Delúbio. SR. PRESIDENTE SENADOR HERÁCLITO FOR-
SR. LÚCIO BOLONHA FUNARO: Não sei se ele TES (DEM – PI): Já foi dirigente da PETROBRAS?
teria também contrato direto, entendeu? Mas, na oca- SR. LÚCIO BOLONHA FUNARO: Não. Acho
sião da reunião que eu tive, o que o Deputado Valde- que não. Ele não teve nenhum cargo na PETROBRAS.
mar Costa Neto me afirmou é que quem tinha pedido Oficial não.
a reunião era o Sr. Delúbio Soares. SR. PRESIDENTE SENADOR HERÁCLITO FOR-
SENADOR ALVARO DIAS (PSDB – PR): O se- TES (DEM – PI): Mas atua como espécie de represen-
nhor tinha contatos com o José Dirceu? tante da PETROBRAS em Miami?
SR. LÚCIO BOLONHA FUNARO: Não. Não co- SR. LÚCIO BOLONHA FUNARO: O que a gen-
nheço o ex-Ministro José Dirceu. te escuta é que ele é muito ligado ao ex-Ministro José
SENADOR ALVARO DIAS (PSDB – PR): O se- Dirceu, e que ele faria de Miami... Operaria a expor-
nhor afirmou que emprestou três milhões ao Presidente
tação de etanol, via República Dominicana. Eu não
do PL para cobrir despesa de campanha do partido em
sei direito, porque eu não entendo muito dessa área
apoio à candidatura do Presidente Lula. Isso é verdade
de exportação. Mas o que a gente escuta é que ele
ou não é verdade?
operaria essa exportação etanol, via República Domi-
SR. LÚCIO BOLONHA FUNARO: Por orientação
nicana, porque, parece, quando fazem essa exporta-
dos meus advogados, eu também vou me recusar a
ção de etanol, fazem a base na República Dominica-
responder essa pergunta. Mas o senhor tire a conclu-
na. Porque a República Dominicana não tem nenhum
são pelo o que o senhor vê no noticiário.
problema com o etanol. Se o etanol brasileiro vai para
SENADOR ALVARO DIAS (PSDB – PR): O que
a República Dominicana e da República Dominicana
se vê no noticiário é a verdade?
SR. LÚCIO BOLONHA FUNARO: Dizem que a vai para os Estados Unidos, os Estados Unidos enca-
voz da imprensa é a voz da verdade, não é? Não sei. ram esse etanol, não como sendo brasileiro, mas da
SENADOR ALVARO DIAS (PSDB – PR): Deu República Dominicana. Então o que dizem é que ele
para entender. Deu para entender. [risos] operaria essa operação.
SR. LÚCIO BOLONHA FUNARO: Mas eu não Não sei se também é República Dominicana, mas
quis fazer o senhor entender, hein? é um desses países da América central.
SENADOR ALVARO DIAS (PSDB – PR): Deu SR. PRESIDENTE SENADOR HERÁCLITO FOR-
para entender. Pois não. TES (DEM – PI): Faz sentido.
SR. PRESIDENTE SENADOR HERÁCLITO FOR- SR. LÚCIO BOLONHA FUNARO: É o que di-
TES (DEM – PI): V. Sa. falou sobre PETROBRAS, zem.
sobre transação de PETROBRAS no período... V. Sa. SENADOR ALVARO DIAS (PSDB – PR): Sr.
conhece o Sr. Fernando Moura? Presidente, eu gostaria de indagar, então, ao Sr. Lú-
SR. LÚCIO BOLONHA FUNARO: De nome. cio Funaro--
SR. PRESIDENTE SENADOR HERÁCLITO FOR- ORADOR NÃO IDENTIFICADO: [pronunciamen-
TES (DEM – PI): Quais informações que tem sobre o to fora do microfone].
Sr. Fernando Moura? SR. PRESIDENTE SENADOR HERÁCLITO FOR-
SR. LÚCIO BOLONHA FUNARO: As informações TES (DEM – PI): Faz sentido.
que a gente tem é que ele é um ‘lobista’ aí ligado ao SENADOR ALVARO DIAS (PSDB – PR): Sobre
ex-Ministro José Dirceu. essas--
SR. PRESIDENTE SENADOR HERÁCLITO FOR- SR. LÚCIO BOLONHA FUNARO: Não é que eu
TES (DEM – PI): Atua em que área e aonde? não entendo, mas por uma pessoa que tem uma relati-
Maio de 2010  DIÁRIO DO SENADO FEDERAL  Sexta-feira  28  24805 

va inteligência – não precisa nem ser muito inteligente um acordo. Eu ia processar o administrador, o gestor e
– é fácil de você, pelo menos, subentender. ia atrás do meu dinheiro. Agora, como é a BANCOOP,
SENADOR ALVARO DIAS (PSDB – PR): Sr. eles fizeram acordo.
Presidente, quero indagar sobre os grandes negócios Para o senhor entender melhor, a cota subordina-
aí operados pelo Vaccari com conexão direta com o da funciona como um fundo de reserva de um consórcio.
Delúbio Soares. Se o governo tinha conhecimento des- Então, essa cota subordinada serviria, basicamente,
sas operações e apoiava, aprovava essas operações para cobrir um eventual problema que tenha de inadim-
e esse modelo de operação. plência de mutuário, ou alguma falha. E, na verdade, o
SR. LÚCIO BOLONHA FUNARO: Senador, como que se viu é que não tinha essa cota subordinada, ou
é que eu vou falar para o senhor se o Governo tinha não tinha, ou não executou, não sei o que aconteceu,
conhecimento ou não? Quando estourou o ‘Mensalão’, porque não acompanhei o processo. Mas o que se vê
o Presidente Lula afirmou que não conhecia, que não é isso. E o que se vê é que se chega depois de um
tinha noção do que era o ‘Mensalão’. Outro dia, já de- ano numa fundação, fundações que uma tem R$ 150
pois, por escrito, diz que sabia, que foi avisado o que bilhões de patrimônio, a outra tem 40, a outra tem 50.
era o ‘Mensalão’. Eu acredito que o Governo deve sa- Ou seja, nós estamos falando aí de quase R$ 230 bi-
ber o que o Sr. João Vaccari está fazendo. Agora, eu lhões, e chega à fundação e fala: “Olha, eu não tenho
não posso afirmar. Eu posso acreditar, acredito. Se o dinheiro para pagar, vou pagar só 6%”, e o dirigente do
senhor perguntar se eu sei o que um funcionário meu fundo aceita? O senhor aceitaria? O senhor iria contra
faz dentro da minha empresa, eu sei. Eu acredito que o gestor que tem lastro para cobrir esse problema da
o Governo deve saber o que o Sr. João Vaccari está falta de organização dele? Eu iria contra, ou o gestor
fazendo. ou contra o administrador, que no caso parece que foi
SENADOR ALVARO DIAS (PSDB – PR): Você a Planner Corretora e o Banco Bradesco. Será que o
poderia nos informar alguns dos grandes negócios, Banco Bradesco tem no caixa dele três, quatro milhões
nessa área, que foram celebrados, como a participa- para cobrir um problema de uma má administração de
ção de Vaccari como intermediário com bancos ou um funcionário dele? Ou será que é preciso perder o
com... Enfim? pobre do pensionista lá que trabalha para a PETROS,
SR. LÚCIO BOLONHA FUNARO: Olha, é sim- para FUNCEF e para a PREVIC? A resposta é que nós
ples. Eu não tenho poder de fazer isso porque eu não temos que analisar.
sou nem membro do Legislativo nem do Judiciário. SENADOR ALVARO DIAS (PSDB – PR): Sr. Pre-
Mas solicitando a quebra do sigilo desses três fundos sidente, eu já estou constrangido aqui porque pergun-
de pensões, que eu disse lá atrás, PREVIC, PETROS tei demais, mas eu vou fazer só mais uma pergunta e
e FUNCEF, e vendo quais são os investimentos que depois aí tem o Senador José Agripino e outros--
eles fizeram, de que maneira foi feito, com quem foi SENADOR JOSÉ AGRIPINO (DEM – RN): Sena-
feito, a que taxas foram feitos, vai ser fácil determinar dor Alvaro Dias, dentro da sua linha de raciocínio, eu
se houve ou não. Por exemplo: no caso desse FIDC da queria fazer um questionamento ao Dr. Lúcio Funaro.
BANCOOP, os três maiores fundos pensão do Brasil É muito difícil se entender o investimento de re-
vão e subscrevem integralmente esse FIDC. curso de um fundo de pensão como PREVIC, FUN-
Quando você faz um FIDC, você é obrigado a ter CEF, PETROS, NUCLEOS, para uma BANCOOP, sem
cota sênior e subordinada. O que é cota sênior? Cota que existisse uma cobertura de gente poderosa que
sênior é a cota onde está investido o dinheiro das fun- pudesse orientar esse investimento. Deixa-meeu fazer
dações. E a subordinada? É a que garante qualquer uma pergunta objetiva...
inadimplência que ocorra na cota sênior. Ou seja, se SR. LÚCIO BOLONHA FUNARO: Só um minu-
o sicrano não pagou a prestação para a BANCOOP, to. Só me antecipar e falar um negócio para o senhor.
ou o administrador vem e tira um pedaço da cota su- Qualquer – isso eu estou afirmando aqui, estou falan-
bordinada e passa para a sênior, ou seja, para que o do para o senhor e estou afirmando e assino embaixo.
investidor não tenha prejuízo. Aí o senhor vê o que Qualquer empresa, no Brasil, que emitisse um FIDC no
acontece. Todo o FIDC tem que ter esses dois tipos de valor de R$ 30 milhões e que fosse pedir para dividir
cota. Aí, depois de um ano, a BANCOOP vai aos fun- esse FIDC entre as três maiores fundações do Brasil,
dos de pensão, diz que não tem dinheiro, diz que não sabe qual é a chance de êxito dessa missão?
está quebrada, deixa de pagar uma taxa de 12,5% ao SENADOR JOSÉ AGRIPINO (DEM – RN): Acho
ano, passa a pagar uma taxa de 6%, e a fundação faz que zero.
o acordo. O senhor pergunta para mim: se eu fosse o SR. LÚCIO BOLONHA FUNARO: Tende a
cotista desse FIDC, o que eu faria? Eu não faria nunca zero.
24806  Sexta-feira  28  DIÁRIO DO SENADO FEDERAL  Maio de 2010

SENADOR ALVARO DIAS (PSDB – PR): Ação SR. LÚCIO BOLONHA FUNARO: Senador, a
entre amigos. primeira resposta que eu posso dar para o senhor é
SENADOR JOSÉ AGRIPINO (DEM – RN): En- o seguinte: Sr. Vagner Pinheiro, que é Presidente de
tão, o que eu quero chegar é o seguinte: devia existir PETROS, foi funcionário de carreira do Banespa. O Sr.
alguma força superior conduzindo, é claro. João Vaccari também.
SR. LÚCIO BOLONHA FUNARO: Mas foi isso O senhor se sentiria confortável na posição de
que eu falei há cinco anos atrás. presidente de um fundo de pensão, de comprar um
SENADOR JOSÉ AGRIPINO (DEM – RN): Isso. título de uma cooperativa da qual o presidente foi fun-
Perfeito. O Sr. Vaccari esteve fora das investigações de cionário da mesma empresa que o senhor?
tudo, porque o que se fomenta – nós não temos prova SENADOR ALVARO DIAS (PSDB – PR): Claro
– é de que os fundos de pensão sempre estiveram à que não.
disposição, de braços do PT, para financiamentos de SR. LÚCIO BOLONHA FUNARO: Ainda mais
interesse dos PT, inclusive até de campanhas eleito- quando o senhor não está lidando com o seu dinheiro
rais. Supõe-se, supõe-se. privado. Se o dinheiro é privado, o senhor faz o que o
Não se sabia que o Sr. Vaccari, que é tesourei- senhor quiser. O senhor sentiria confortável?
ro do PT, e que foi Presidente da BANCOOP, tinha SENADOR ALVARO DIAS (PSDB – PR): A su-
relações muito próximas com o Delúbio Soares, que posição é que, em razão da grande influência que
foi tesoureiro do PT, que era o homem de ‘Mensalão’, desfruta o Sr. Vaccari junto ao Governo, ele teria feito
e com o José Dirceu. E está dito na entrevista que o essa indicação para presidir esse fundo de pensão. E
senhor dá – acho que a Revista Veja -, e que consta depois passou a exercer o tráfico de influência.
do seu depoimento ao Ministério Público, constam SR. LÚCIO BOLONHA FUNARO: Ele é amigo,
indícios muito fortes de que havia uma relação mui- trabalharam juntos, militaram juntos no Sindicato dos
to próxima do Sr. João Vaccari, com o José Dirceu e Bancários de São Paulo. Então, ele tem uma possibi-
como Delúbio, que são pessoas flutuantes, supõe-se, lidade grande.
e que teriam canalizado, dentre outros, investimentos SENADOR ALVARO DIAS (PSDB – PR): Essa
desses fundos de pensão na BANCOOP, e etc. E aí a questão de quem indicou é até irrelevante. O que é
tal da propina dos 12%. relevante é, realmente, o fato dessa relação de pro-
O que o senhor pode nos dizer sobre isso? Por- miscuidade, de facilidade, de tráfico de influência e de
que eu acho o que país todo precisa saber do que está prejuízo ao erário, que se trata de dinheiro público.
acontecendo, porque fundo de pensão é fundo de pen- SR. LÚCIO BOLONHA FUNARO: É impossível,
são de funcionário. Sai do Banco Central, do Banco para fundos desse porte, fazerem aplicações aí da or-
do Brasil, da Caixa Econômica e fica aí, supõe-se, um dem de R$ 10 milhões, que foi o que cada um fez nes-
mundo de gente mal versando dinheiro de funcioná- se FIDC da BANCOOP, que parece que o valor total
rios. É nossa obrigação interferir sobre isso. E se há é R$ 30 milhões, esses fundos não costumam fazer
um viés de desconfiança fundada, porque esses ele- operações nesses valores.
mentos remetem uma desconfiança bastante fundada, SR. PRESIDENTE SENADOR HERÁCLITO FOR-
eu acho que a gente tem que emendar esses fios para TES (DEM – PI): Apenas para entendimento. Essa de-
chegar a conclusões. Eu acho que esse é o momen- cisão de valores dessa natureza é monocrática, é do
to importante para que a gente emende esses fios, Presidente ou passa por um conselho?
para chegar a conclusões. Basta uma boa conclusão SR. LÚCIO BOLONHA FUNARO: Eu não... A
para que a gente possa provocar uma providência no estrutura de um fundo de pensão é o seguinte: tem um
sentido da punição. Porque país da impunidade, não gerente de investimento, que tem uma autonomia – eu
vai levar a nada. Ou a gente chega a conclusões que não sei qual é – acima do gerente de investimento; tem
levem a punição, ou aqui, essa CPI, não vai chegar a o diretor de investimento, que tem outra autonomia,
conclusões em bem da sociedade nenhuma. e tem decisões que são unicamente deliberadas, ou
Então, eu acho que a nossa hora... Essa é a nos- pelo Presidente, ou pelo conselho de administração
sa hora de passar a limpo. O senhor fez delação(F) do fundo.
premiada ao Ministério Público... Eu acho que a hora Nesse caso, como o valor não é muito grande, eu
da gente tirar uma conclusão positiva é agora. Se a não acredito que tenha tido a influência do Presidente
gente conseguir fazer essas ilações que conduzam para liberar o recurso. Mas o senhor imagina quantas
a acusações frontais e irrefutáveis, e que remetam a propostas de investimentos de R$ 10 milhões deve ter
punição que nunca houve. Nunca houve punição às na mesa do gerente de investimento da PETROS, da
pessoas envolvidas. FUNCEF e da PREVIC?
Maio de 2010  DIÁRIO DO SENADO FEDERAL  Sexta-feira  28  24807 

SR. PRESIDENTE SENADOR HERÁCLITO SENADOR ALVARO DIAS (PSDB – PR): Então
FORTES (DEM – PI): Mas, no caso específico, é um é assunto do seu depoimento no Ministério Público.
operação de risco, uma vez que a solicitante está em Essa indagação que eu fiz foi respondida ao Ministé-
dificuldade financeira. rio Público.
SR. LÚCIO BOLONHA FUNARO: Mas, na época, SR. LÚCIO BOLONHA FUNARO: Vou reservar
ela não estava. Ela teve até um rating bom. Ela teve o direito de não me manifestar, senador.
um rating A da Standard&Poor’s, duplo A. O proble- SENADOR ALVARO DIAS (PSDB – PR): Mas
ma dessa operação toda, que eu vejo, primeiro: é o nem dizer se foi ou não foi?
conflito de interesse que tem aí entre o Presidente da SR. LÚCIO BOLONHA FUNARO: Vou reservar
BANCOOP e o relacionamento que ele tem com, pelo o direito por orientação dos meus advogados. Des-
menos, um presidente de fundo de pensão; segundo: culpe--
é a maneira como foi negociado, como foi negociado SENADOR ALVARO DIAS (PSDB – PR): É cla-
o acerto final, ou seja, o fundo chega e fala que não ro que foi.
tem dinheiro para pagar e baixa a taxa de 12,5% para SR. LÚCIO BOLONHA FUNARO: Eu tenho que
6%? Quem aprovou isso? Isso eu não entendo. Quem ser obediente.
aprovou isso? Por que não foram atrás do administra- SENADOR ALVARO DIAS (PSDB – PR): É evi-
dor, do gestor, tudo isso aí? É isso que tem que ir atrás. dente que foi. Diante da sua resposta, a conclusão é
Eu quero saber quem é que deliberou que podia fazer que foi.
esse acordo? Quem foi o responsável do Jurídico para Muito obrigado, Sr. Presidente. Desculpa aí, por-
fazer esse acordo? que eu exorbitei do meu tempo.
SENADOR ALVARO DIAS (PSDB – PR): Bem, SR. PRESIDENTE SENADOR HERÁCLITO FOR-
eu vou formular, então, as minhas últimas indagações TES (DEM – PI): Senador [ininteligível].
para que ele possa responder. Uma delas é se essas SENADOR JOSÉ AGRIPINO (DEM – RN): Uma per-
denúncias aí sobre a Schahin foram feitas também ao gunta só. Dr. Lúcio, o senhor conhece bem o Vaccari?
Ministério Público no seu depoimento. E, depois, eu SR. LÚCIO BOLONHA FUNARO: Tive algumas
gostaria de saber se o senhor sabe qual a relação do vezes com ele.
Sr. Vaccari com a SM, DTVM, e qual a participação SENADOR JOSÉ AGRIPINO (DEM – RN): Tem
dele na colocação do Fundo ASM, FIDC, FCVS? São evidência das amizades dele com o José Dirceu e
essas as questões. E, a última, se o senhor aceita uma com o Delúbio?
acareação com o Sr. João Vaccari Neto. SR. LÚCIO BOLONHA FUNARO: Evidência pelo
SR. LÚCIO BOLONHA FUNARO: A hora que que o Deputado Valdemar Costa Neto é da base aliada.
ele quiser. Era, na época que eu fui encontrar o Sr. João Vaccari,
Já quanto às denúncias contra o Grupo Schahin, Presidente do PL. E ele me disse que quem solicitou
não são denúncias, são fatos. E os fatos estão... Os para que o João Vaccari recebesse a gente foi o Val-
documentos foram entregues aqui para o Senador He- demar Costa Neto. Foi o Delúbio, desculpa.
ráclito Fortes, esses fatos já foram alvo de apuração SENADOR JOSÉ AGRIPINO (DEM – RN): Ou
aqui na Câmara pela Comissão de Fiscalização Finan- seja, uma relação íntima. Supõem-se.
ceira e Controle. Então, só... Estão na Justiça Cível e SR. LÚCIO BOLONHA FUNARO: Acredito
foram denunciadas à própria PETROBRAS, eu não sei que sim.
quais foram as providências que a PETROBRAS to- SENADOR JOSÉ AGRIPINO (DEM – RN): Su-
mou. Segundo: quando eu digo que é voz corrente no põe-se isso.
mercado financeiro da relação umbilical entre o Banco SR. LÚCIO BOLONHA FUNARO: Acredito
Schahin e o Sr. João Vaccari é só o senhor chamar ou- que sim.
tros membros do mercado financeiro aqui para depor, SENADOR JOSÉ AGRIPINO (DEM – RN): Eu
eles vão falar. Ou então pedir para o Banco Central ir acho, Presidente, que o Lúcio Funaro, que se disponha
lá e fazer uma verificação de como está sendo proce- a colaborar; tem limitações, que ele coloca como deter-
dimento dentro do Banco Schahin, como é que está minação do advogado, não permite que se complete.
os investimentos, onde está o dinheiro, da onde vem, Agora, eu acho que um cotejo de opiniões entre
que fundação tem dinheiro aplicado lá, tudo. É simples, ele e o João Vaccari, eu acho que se impõe, porque
é levantar. E vamos ver o que aparece. há coisas que um nega e o outro afirma, que são fun-
As outras duas perguntas, o senhor vai me des- damentais... São fundamentais. Então, eu gostaria,
culpar, mas por determinação dos meus advogados, presidente, de que essa acareação, a qual se refere
eu vou me reservar o direito de não responder. o Senador Alvaro Dias, fizesse parte da pauta da CPI
24808  Sexta-feira  28  DIÁRIO DO SENADO FEDERAL  Maio de 2010

das ONGs, para que a gente possa, finalmente, che- país todo saiba. Nós estamos tomando medidas ad-
gar a conclusões, porque nós estamos no campo das ministrativas nesse sentido.
insinuações, mas sem afirmações definitivas, que é o SENADOR ALVARO DIAS (PSDB – PR): Sr. Pre-
que nos interessa e o que precisamos. Por exemplo, sidente, eu creio que esta é a providência fundamental:
está sugerindo aqui uma quebra de sigilo dos fundos encaminhar ao Procurador-Geral da República todas
de pensão; tem que ser aprovado pela Comissão. as denúncias, que, como bem V. Exa. assevera, nós
SR. PRESIDENTE SENADOR HERÁCLITO FOR- temos aqui as dificuldades já conhecidas de aprovação,
TES (DEM – PI): Aprovado. Exatamente. de quebra de sigilo e outros requerimentos importan-
SENADOR JOSÉ AGRIPINO (DEM – RN): Tem tes para aprofundar a investigação. Esse caminho, de
que ser aprovado. Agora, aprova-se diante de evidên- remeter formalmente ao Procurador-Geral da Repú-
cias. A relação que se supõe promíscua desse Grupo blica, me parece ser o caminho eficiente. Dr. Roberto
Schahin, isso tudo tem que ser aprofundado, tem que Gurgel tem recebido, sempre com muita deferência, os
ser investigado. Eu acho que a colaboração do Lúcio encaminhamentos efetuados pelos partidos de oposi-
é importante, mas tem que haver um afunilamento. E ção; nós temos feito isso em relação à Petrobrás, por
as relações do Sr. João Vaccari com José Dirceu, com exemplo. Encaminhamos 18 representações e tem
Delúbio, que são supostamente notórias, são um indi- tomado as providências, determinado a instauração
cador importante. dos inquéritos correspondentes.
Então, eu acho que este assunto, o depoimento do Portanto, essa iniciativa de V. Exa. procede, é
Lúcio Funaro tem que ter segmento, para que a gente oportuna e deve ser encaminhada imediatamente.
possa chegar às conclusões que a CPI se propõe. SR. PRESIDENTE SENADOR HERÁCLITO FOR-
SR. LÚCIO BOLONHA FUNARO: Senador, um TES (DEM – PI): Acho até que isso seja um gesto
minuto, por favor. Para o senhor ver que não sou só eu desnecessário, porque o Ministério Público, diligente
que estou falando dos problemas que acontecessem como é, está presente aqui, ele tem um representan-
com o Grupo Schahin. No dia 24 de março de 2010, o te, e esses depoimentos são públicos. Apenas nós
Deputado Márcio Junqueira requer que sejam convi- estamos formalizando, para que fique demonstrado o
dados o Dr. Fausto de Sanctis, que é o Juiz de 6ª Vara interesse e a preocupação dessa Comissão. Senador
de São Paulo, o Sr. Sérgio Machado, Presidente da [ininteligível].
TRANSPETRO a Dra. Karen Kan, que é Promotora do SENADOR ALVARO DIAS (PSDB – PR): É im-
Ministério Público de São Paulo, e os representantes da portante convocar sempre a Procuradoria. O Ministério
Construtora Schahin, para prestarem esclarecimento Público depende, muitas vezes, de convocação, para
acerca de supostas propinas na construção de hospi- poder agir.
tais e navios petroleiros. Aprovado contra os votos dos SR. LÚCIO BOLONHA FUNARO: Outra coisa,
deputados Ademar Camilo, José Mentor, Luís Sérgio, senador. Outra coisa não, outro fato que me gerou es-
Paulo Rocha e Vanderlei Macris. Acho que, com ex- tranheza... O senhor iria num banco, tomaria dinheiro
ceção do Deputado Vanderlei Macris, aqui, todos os emprestado e depois doaria o dinheiro para a igreja?
outros são da base aliada. O senhor faria isso? Eu não entendo, porque a--
Então, você vê que já são fatos que já vem des- SENADOR ALVARO DIAS (PSDB – PR): Quem
pertando o interesse da Câmara. Não só da Câmara, é que fez isso?
como da Justiça e como da polícia do Estado de São SR. LÚCIO BOLONHA FUNARO: Eu não en-
Paulo. tendo, porque a BANCOOP emite um FIDC e, depois,
SR. PRESIDENTE SENADOR HERÁCLITO FOR- doa dinheiro para ONG.
TES (DEM – PI): Senador José Agripino, essa presi- SR. PRESIDENTE SENADOR HERÁCLITO FOR-
dência já toma, de imediato, a providência de remeter, TES (DEM – PI): Qual ONG?
ao Procurador-Geral da República e à Polícia Federal, SR. LÚCIO BOLONHA FUNARO: A ONG eu não
todas as denúncias aqui feitas, todo o depoimento, na sei, mas tem cheque da--
sua íntegra. Eu acho que é um gesto administrativo, SENADOR ALVARO DIAS (PSDB – PR): A Tra-
mas que demonstra a preocupação que a Comissão vessia?
tem em apurar os fatos. Evidentemente que, como a SR. LÚCIO BOLONHA FUNARO: Tem... Tem
Comissão, ela tem caráter político, nós não podemos da quebra de sigilo, pegaram doações da BANCOOP
negar isso, às vezes existem dificuldades para alguns para a ONG.
procedimentos. Não atingimos o quórum, nós temos SENADOR ALVARO DIAS (PSDB – PR): A ONG
dificuldades, mas não estamos parados. É bom que o ligada à BANCOOP é a Travessia.
Maio de 2010  DIÁRIO DO SENADO FEDERAL  Sexta-feira  28  24809 

SR. PRESIDENTE SENADOR HERÁCLITO FOR- pelos fundos de pensão destes bancos, porque nós es-
TES (DEM – PI): Travessia? tamos falando aqui de bancos, Banco do Brasil, Caixa
SENADOR ALVARO DIAS (PSDB – PR): Tra- Econômica... Eu vejo que a contradição, ela se dá em
vessia. Não é a música-- relação a projeto passado, porque no passado esses
SR. PRESIDENTE SENADOR HERÁCLITO FOR- mesmos bancos financiavam hotéis de luxo que não
TES (DEM – PI): Não tem nada a ver com Milton Nas- eram, de maneira alguma, uma questão de prioridade
cimento, não? dos trabalhadores.
SENADOR ALVARO DIAS (PSDB – PR): Não, Então, só uma consideração inicial, porque essa
não é inspiração do Milton Nascimento. Provavelmen- eu não poderia deixar passar. Mas, eu queria me dirigir
te, os responsáveis por essa ONG são os mesmos ao Sr. Lúcio Funaro, não é, eu vejo aqui que ele real-
responsáveis pela BANCOOP, não é? Se inspiraram mente tem... Está com a disposição de colaborar com
na música do Milton Nascimento. esta Comissão e dizer que, pelo que o senhor disse,
SR. PRESIDENTE SENADOR HERÁCLITO FOR- o senhor é investidor, embora as más línguas digam
TES (DEM – PI): Mas o Milton Nascimento devia entrar que o senhor é um “doleiro”. Eu vejo o senhor como
com uma ação. um investidor, não é? E o senhor já até informou aqui,
SENADOR ALVARO DIAS (PSDB – PR): Mas mas eu gostaria de ficar... Não entendi muito bem,
não estão cantando muito bem. gostaria de ter melhores informações, esclarecimen-
SENADORA FÁTIMA CLEIDE (PT – RO): Essa tos, até porque a Barragem de Apertadinho é no meu
ONG não é ligada a BANCOOP, é a [ininteligível] en- Estado de Rondônia e agora eu fico sabendo que o
tre eles, Itaú, Bradesco, Citibank... A Travessia não é senhor comprou da CEBEL – eu queria saber se é
ligada à BANCOOP. É o Sindicato dos Bancários e isso mesmo – esse empreendimento chamado Barra-
tem interesses de vários bancos... Bancários de vá- gem de Apertadinho, no Município de Vilhena, no meu
rios bancos. Estado de Rondônia, e que teria sido construído pela
SENADOR ALVARO DIAS (PSDB – PR): Esse Construtora Schahin, com financiamento do Banco
assunto, nós tratamos, inclusive, diante do próprio Schahin. É assim mesmo, não é? Procede? O senhor
Vaccari, porque ele participa do Sindicato dos Ban- comprou da CEBEL?
cários da BANCOOP e também da ONG Travessia; SR. LÚCIO BOLONHA FUNARO: Primeiro, eu
ele próprio pôde responder essa indagação quando não falei, em nenhum momento, que eu comprei. Acho
esteve aqui. que a senhora interpretou errado.
SR. PRESIDENTE SENADOR HERÁCLITO FOR- SENADORA FÁTIMA CLEIDE (PT – RO): Eu
TES (DEM – PI): Aliás, em vez de Travessia, ficaria estou pedindo esclarecimento, porque para mim não
melhor se o nome fosse “travessura”. ficou claro.
SENADORA FÁTIMA CLEIDE (PT – RO): Para SR. LÚCIO BOLONHA FUNARO: Eu expliquei
muita coisa nesse país, não é, Senador Heráclito? para a senhora que essa empresa é controlada por
SR. PRESIDENTE SENADOR HERÁCLITO FOR- outra empresa, com a qual eu tenho um contrato de
TES (DEM – PI): Como? prestação de serviço desde 2003. Eu não tenho ne-
SENADORA FÁTIMA CLEIDE (PT – RO): De nhum relacionamento direto com a CEBEL, só com a
todos os lados. Para muitas coisas nesse país. sua controladora.
SR. PRESIDENTE SENADOR HERÁCLITO FOR- Segundo, quanto ao fato da senhora ter mencio-
TES (DEM – PI): Falta só denunciar, senadora. Falta nado que alguns me chamam de “doleiro”, eu desafio
só denunciar. Eu acho que... Por exemplo, a quebra qualquer pessoa a pegar qualquer conta minha no ex-
do sigilo bancário e fiscal dessa ONG era uma grande terior, qualquer pessoa vir aqui e falar que comprou,
colaboração que nós dávamos ao país. vendeu dólar meu e tanto isso é verdade que quando
SENADORA FÁTIMA CLEIDE (PT – RO): Vamos teve a CPI do BANESTADO, eu não tive o meu nome
lá. Eu posso iniciar a minha participação nos trabalhos sequer citado.
do dia, Senador Heráclito? SENADORA FÁTIMA CLEIDE (PT – RO): Por
Bom, eu gostaria de iniciar fazendo algumas isso mesmo eu faço a consideração de que o senhor
considerações. Até gostaria de aprofundar, mas vou é investidor.
tentar me conter. A primeira observação que eu faço SR. LÚCIO BOLONHA FUNARO: Obrigado. En-
é que foi dito aqui a respeito da contradição de uma tão, eu estou só esclarecendo para a senhora, porque
cooperativa de bancários que tem bancários, não é, fica o tempo todo se repetindo esse fato: “Sr. Lúcio Fu-
que reúne bancários de todos os bancos, privados e naro é ‘doleiro’, Sr. Lúcio Funaro é ‘doleiro’”, até por-
públicos, ter financiamento para aquisição de moradia que se “doleiro” fosse igual boleiro, que quem gosta de
24810  Sexta-feira  28  DIÁRIO DO SENADO FEDERAL  Maio de 2010

dólar fosse igual boleiro, que gosta de bola, eu queria SENADORA FÁTIMA CLEIDE (PT – RO): Os
ser doleiro, mas não é o caso. fundos de pensão tiveram também participação na
Já com relação à Usina de Apertadinho, quem construção, no investimento dessa barragem?
construiu foi a Construtora Schahin, é no seu estado SR. LÚCIO BOLONHA FUNARO: Sim, senho-
mesmo, a senhora tem razão. Talvez tenha sido-- ra.
SENADORA FÁTIMA CLEIDE (PT – RO): Não, SENADORA FÁTIMA CLEIDE (PT – RO): Diante
do meu estado é a barragem. Do meu estado é a bar- do problema com o empreendimento, que é o rompi-
ragem. mento, nós temos uma informação de que os fundos
SR. LÚCIO BOLONHA FUNARO: Então, Aper- de pensão processaram V. Sa. pelo não pagamento
tadinho. Quanto a... Foi um acidente que teve, a cons- das aplicações dos fundos.
trução ficou a cargo de um consórcio que era cha- SR. LÚCIO BOLONHA FUNARO: Minha Se-
mado Consórcio Construtor Vilhena, dos quais eram nhoria?
integrantes a Construtora AIT (sic), que é do Ceará, SENADORA FÁTIMA CLEIDE (PT – RO): Sim,
e a Construtora Schahin... EIT – Empresa Industrial V. Sa. ou a empresa. Essa informação procede?
Técnica. Eu tenho o costume de falar AIT, desculpa. SR. LÚCIO BOLONHA FUNARO: Não procede.
A qual faltando... Eles tentaram e tem uma liminar do Tribunal de Ron-
SR. PRESIDENTE SENADOR HERÁCLITO FOR- dônia na qual diz que enquanto não for decidido o li-
TES (DEM – PI): Um cearense relatou aqui, ao meu tígio entre quem é o responsável e qual é o valor da
lado, que não permite injustiça contra empresa do responsabilidade entre Schahin e CEBEL, os fundos
seu estado. têm que esperar para ver qual é o valor que eles tem
SR. LÚCIO BOLONHA FUNARO: O que acon- que receber.
teceu foi que a empresa com a qual eu tenho contrato SENADORA FÁTIMA CLEIDE (PT – RO): O se-
adquiriu a maioria das ações da CEBEL, que é dona
nhor me desculpa, mas como está mesmo a situação
da Barragem de Apertadinho, no mês de setembro.
atual desse processo?
SENADORA FÁTIMA CLEIDE (PT – RO): E qual
SR. LÚCIO BOLONHA FUNARO: A empresa tem
a sua participação nessas empresas?
a receber do Grupo Schahin e da Construtora EIT. E
SR. LÚCIO BOLONHA FUNARO: Nenhuma. Só
tem que pagar os fundos de--
tenho contrato com a controladora de prestação de
SENADORA FÁTIMA CLEIDE (PT – RO): O se-
serviço. Quem é dono dessa empresa é um fundo.
nhor tem idéia do montante desse valor?
SENADORA FÁTIMA CLEIDE (PT – RO):Que
SR. LÚCIO BOLONHA FUNARO: Ela tem que
fundo?
SR. LÚCIO BOLONHA FUNARO: Como é que receber... A última reunião que eu tive com os advoga-
chama o fundo? TUINDORP. Quanto ao problema da dos faz um mês; ela tem para receber, está na Câmara
queda da barragem, quando faltava, mais ou menos, Arbitral, um valor da ordem de 600 milhões de reais e
21 dias para inaugurar, a barragem ruiu depois do en- tem que pagar, aos fundos, 230 milhões de reais.
chimento do lago; foi isso que aconteceu. SENADORA FÁTIMA CLEIDE (PT – RO): O se-
SENADORA FÁTIMA CLEIDE (PT – RO): Com nhor já foi investigado?
o rompimento dessa barragem, se não me engano em SR. PRESIDENTE SENADOR HERÁCLITO FOR-
janeiro de 2008-- TES (DEM – PI): Qual o valor da obra?
SR. LÚCIO BOLONHA FUNARO: O Banco SR. LÚCIO BOLONHA FUNARO: Valor da obra...
Schahin não financiou nada da obra. Quando foi feita a emissão era 150 milhões de reais,
SENADORA FÁTIMA CLEIDE (PT – RO): O com o antigo acionista. Queria ressaltar um porém aí,
Banco Schahin não financiou? que a empresa a qual eu trabalho, que é controlado-
SR. LÚCIO BOLONHA FUNARO: Nada, zero. ra, hoje, da CEBEL, não teve nenhum vínculo com a
SENADORA FÁTIMA CLEIDE (PT – RO): Com emissão de CCBs que foram compradas pelo fundos
o rompimento dessa barragem, o senhor acredita que de pensão.
a empresa para a qual o senhor trabalha teve preju- SENADOR INÁCIO ARRUDA (PCdoB – CE):
ízo? Mas o senhor que tem a receber? A empresa do se-
SR. LÚCIO BOLONHA FUNARO: A empresa nhor que tem a receber?
deve ter tido prejuízo. A CEBEL, que não é a empresa SR. LÚCIO BOLONHA FUNARO: Eu não sou
para a qual trabalho, a CEBEL... A empresa, cuja con- dono da empresa.
troladora da CEBEL eu trabalho, teve prejuízo. Não só SENADORA FÁTIMA CLEIDE (PT – RO): O se-
ela como os outros investidores também. nhor representa, então.
Maio de 2010  DIÁRIO DO SENADO FEDERAL  Sexta-feira  28  24811 

SR. LÚCIO BOLONHA FUNARO: Não, eu re- SR. LÚCIO BOLONHA FUNARO: Já tive inquéri-
presento a controladora, não a de baixo. tos lá e, até hoje, ou fui absolvido ou não foi julgado.
SENADOR INÁCIO ARRUDA (PCdoB – CE): SENADORA FÁTIMA CLEIDE (PT – RO): Pela
Melhor. Polícia Federal, o senhor já foi investigado?
SR. LÚCIO BOLONHA FUNARO: Não sei se SR. LÚCIO BOLONHA FUNARO: Já, naquela
é melhor ou pior, aí é a opinião do senhor. Com rela- Operação Satiagraha.
ção ao... SENADORA FÁTIMA CLEIDE (PT – RO): Pelo
SENADOR INÁCIO ARRUDA (PCdoB – CE): Ministério Público Federal, o senhor fez--
E qual é o montante que a sua representada tem a SR. LÚCIO BOLONHA FUNARO: Fui o único que
receber? tive a prisão decretada sem ter um grampo telefônico
SR. LÚCIO BOLONHA FUNARO: Ela pede na meu. É um absurdo.
Justiça, na Câmara Arbitral, 600 milhões de reais. SENADORA FÁTIMA CLEIDE (PT – RO): Mas
SENADOR INÁCIO ARRUDA (PCdoB – CE): o senhor foi preso, então?
Bom, quanto era a obra que o senhor falou? SR. LÚCIO BOLONHA FUNARO: Não, não esta-
SR. LÚCIO BOLONHA FUNARO: A obra é... Co- va no Brasil. Estava nos Estados Unidos na época.
meçou com 150 milhões, depois foram injetados mais SENADORA FÁTIMA CLEIDE (PT – RO): Pelo Mi-
60 milhões. Acho que o custo hoje está em 280, fora nistério Público Federal, o senhor já foi investigado?
a perca com a venda de energia elétrica, fora a multa SR. LÚCIO BOLONHA FUNARO: Não sei infor-
que a empresa teve que assumir, com o IBAMA, de 100 mar para a senhora.
milhões de reais, fora o [ininteligível] que a empresa SENADORA FÁTIMA CLEIDE (PT – RO): O se-
assinou para não deixar o meio ambiente do Estado nhor colabora de livre e espontânea vontade com o
de Rondônia e tem que pagar todo mês o custo... Ministério Público, é isso?
SENADOR INÁCIO ARRUDA (PCdoB – CE): SR. LÚCIO BOLONHA FUNARO: Não, não, por-
São os compromissos da sua representada-- que diante de um escândalo de dimensão nacional, que
SR. LÚCIO BOLONHA FUNARO: São os com- nem o Mensalão, o qual eu tinha nada a ver...
promissos que a empresa assumiu, porque ela não SENADORA FÁTIMA CLEIDE (PT – RO): Bom,
poderia deixar o estado e nem a cidade de Vilhena eu vou tentar ser bem objetiva aqui, para a gente poder...
desamparada. Então, como a empresa presa o lado O senhor conhece o Sr. Ricardo Sérgio de Oliveira?
social, ela assinou um TAC com o Ministério Público, SR. LÚCIO BOLONHA FUNARO: Conheço.
assinou um TAC com a SEDAM, que é o órgão respon- SENADORA FÁTIMA CLEIDE (PT – RO): Que
sável pelo meio ambiente do Estado de Rondônia, foi relação o senhor tem com ele?
multada, pelo IBAMA, em 50 milhões. Foi multada, pela SR. LÚCIO BOLONHA FUNARO: Meu amigo
SEDAM, em 50 milhões, deixou de auferir receitas com pessoal.
a venda de energia da ordem, em três anos, de 150 SENADORA FÁTIMA CLEIDE (PT – RO): O se-
milhões de reais, deixou de receber o CCC, que é a nhor conhece o Sr. José Carlos Batista?
Conta de Crédito Consumo de Combustível, mais 100 SR. LÚCIO BOLONHA FUNARO: Conheço tam-
milhões de reais; por isso que o valor da causa, hoje, bém.
está nesse valor que eu expliquei para o senhor. SENADORA FÁTIMA CLEIDE (PT – RO): Tam-
SENADOR INÁCIO ARRUDA (PCdoB – CE): Esse bém é seu amigo pessoal?
valor é cobrado diretamente do Banco Schahin? SR. LÚCIO BOLONHA FUNARO: Também.
SR. LÚCIO BOLONHA FUNARO: É cobrado do SENADORA FÁTIMA CLEIDE (PT – RO): E tem
Consórcio Construtor Vilhena, do qual fazem parte a alguma relação comercial com ele?
EIT – Empresa Industrial Técnica, com sede no Ceará, SR. LÚCIO BOLONHA FUNARO: Ele é meu
e a Schahin Engenharia. funcionário.
SENADORA FÁTIMA CLEIDE (PT – RO): É um SENADORA FÁTIMA CLEIDE (PT – RO): Tenho
bom recurso, não é? O senhor poderia me responder dito, Sr. Presidente, muito obrigada.
se já foi investigado pela Comissão de Valores Imo- SR. PRESIDENTE SENADOR HERÁCLITO FOR-
biliários? TES (DEM – PI): Senadora, eu pediria a colaboração
SR. LÚCIO BOLONHA FUNARO: Não tenho de V. Exa.; foram dois nomes citados aí. Se esclare-
nenhuma condenação na Comissão de Valores Imo- cesse, não só para--
biliários. Nenhuma. SENADORA FÁTIMA CLEIDE (PT – RO): Sr.
SENADORA FÁTIMA CLEIDE (PT – RO): Mas Presidente, é uma questão muito íntima. Eu gostaria
já foi investigado? só que ele dissesse e elucidasse na próxima--
24812  Sexta-feira  28  DIÁRIO DO SENADO FEDERAL  Maio de 2010

SR. PRESIDENTE SENADOR HERÁCLITO FOR- É apenas para facilitar, inclusive, a imprensa que está
TES (DEM – PI): Essa Comissão... V. Exa. vai me aqui. Pode ser que alguém não--
permitir, mas essa Comissão não é para assuntos de SENADORA FÁTIMA CLEIDE (PT – RO): Eu
intimidade da Senadora. acredito que a imprensa saiba, porque eu também fui
SENADORA FÁTIMA CLEIDE (PT – RO): Não é buscar a informação via imprensa. Por isso que não
intimidade, não, Sr. Presidente. Assim como foram fei- gostaria de falar aqui, agora, porque nem sempre o
tas várias questões, eu também me reservo ao direito que vem da imprensa, de primeira mão, a gente pode
de fazer as perguntas que eu entendo que devam ser estar repetindo.
feitas. Eu perguntei se ele conhece duas pessoas, ele Então, eu acredito que o Sr. Lúcio Funaro, que co-
falou que sim. Nas próximas reuniões, nas próximas nhece as pessoas que eu aqui citei, poderia dizer quem
audiências dessa-- são, para satisfazer a curiosidade da Comissão.
SENADOR INÁCIO ARRUDA (PCdoB – CE): O SR. PRESIDENTE SENADOR HERÁCLITO FOR-
Senador Heráclito quer saber quem são as pessoas. TES (DEM – PI): Eu agradeço a compreensão de V.
SR. PRESIDENTE SENADOR HERÁCLITO FOR- Exa.
TES (DEM – PI): Quem são as pessoas? SR. LÚCIO BOLONHA FUNARO: O Sr. Ricardo
SENADORA FÁTIMA CLEIDE (PT – RO): Eu Sérgio de Oliveira, como o senhor pediu para eu escla-
também não tenho aqui nenhum interesse de expor recer, é o ex-diretor de área internacional do Banco do
essas pessoas. Só gostaria de saber da relação dele Brasil, é amigo meu, jogo tênis com ele, é amigo meu
com essas pessoas. Nas próximas audiências públicas, pessoal; o Sr. José Carlos Batista... Não é João Carlos,
Sr. Presidente, quando for necessário, então eu direi é José Carlos Batista, é funcionário meu.
o porque que perguntei isso aqui, agora. O senhor me SENADOR INÁCIO ARRUDA (PCdoB – CE): Sr.
perdoe, mas eu gostaria de me reservar ao direito de Presidente, só para auxílio, embora eu ressalte que a
fazer uma pergunta rápida e direta. Comissão não trata exatamente desse caso da BAN-
SENADOR ALVARO DIAS (PSDB – PR): Presi- COOP, porque não é um caso de ONG, mas eu acho
dente, realmente é um direito da senadora. que nós deveríamos, para efeito de demonstrativo,
SR. PRESIDENTE SENADOR HERÁCLITO FOR- ter também esses termos de ajuste de conduta que o
TES (DEM – PI): Claro, mas-- senhor fez com o Ministério Público e com a sua re-
SENADORA FÁTIMA CLEIDE (PT – RO): Aqui presentada lá, nessa construção, porque eu acho que
foram falados vários nomes que eu gostaria de tecer é importante para esclarecimentos, que podem ser
vários comentários sobre eles. Eu não estou querendo feitos diretamente pelo senhor e pode também fazer
fazer isso agora, Sr. Presidente. diretamente ao Ministério Público, que é um--
SR. PRESIDENTE SENADOR HERÁCLITO FOR- SR. LÚCIO BOLONHA FUNARO: Eu solicito
TES (DEM – PI): V. Exa. me desculpe. Vários nomes para o senhor, fica até mais fácil para o senhor, que
foram falados: José Dirceu todo mundo sabe quem é; o senhor solicite ao Deputado Moreira Mendes, que
o Vaccari todos nós sabemos. Esses dois nomes eu também é do estado da senadora, a cópia, ele conduz
não sei do que se trata. uma PFC para apurar os motivos dos acidentes dessa
SENADORA FÁTIMA CLEIDE (PT – RO): Ele barragem; que o senhor solicite a cópia para ele dos
falou Fernando Moura, eu também não sei quem é e TACs que foram assinados, porque ele tem toda essa
não perguntei agora, mas vou saber quem é, vou pro- documentação, porque ele fez uma Audiência Pública
curar saber quem é. aqui, na Câmara, para apurar quais foram as causas
SR. PRESIDENTE SENADOR HERÁCLITO FOR- do acidente e ele tem tudo.
TES (DEM – PI): O Fernando Moura... Foi explicado SENADOR ALVARO DIAS (PSDB – PR): Sr.
quem é o Fernando Moura, e esses dois nomes não. Presidente, é regimental e prerrogativa da CPI; V. Exa.,
É apenas uma colaboração, talvez, que ele possa é uma sugestão que eu faço e se houver concordân-
dizer quem são. O ruim é os nomes serem citados, cia do relator também, V. Exa. poderia solicitar, do
tudo bem. Ministério Público, a transferência, na forma do sigilo
SENADORA FÁTIMA CLEIDE (PT – RO): Bom, necessário, do depoimento do Sr. Lúcio Vaccari ao
eu conheço o Sr. Ricardo Sérgio e o Sr. João Carlos Ministério Público.
Batista apenas por notícias. Ele, eu acho que pode SR. LÚCIO BOLONHA FUNARO: Lúcio Funa-
explicar melhor quem são. Se é uma relação pessoal, ro, por favor.
funcionário, então... SENADOR ALVARO DIAS (PSDB – PR): Des-
SR. PRESIDENTE SENADOR HERÁCLITO FOR- culpa, desculpa. Essa aí é uma fusão dos nomes, é
TES (DEM – PI): Eu vou pedir, então, a ele que faça... acareação já.
Maio de 2010  DIÁRIO DO SENADO FEDERAL  Sexta-feira  28  24813 

SENADOR INÁCIO ARRUDA (PCdoB – CE): dado, ele é um visitante. Eu estou sendo alertado aqui,
Relação pode ser de amizade ou de negócio. Deputado Tripoli, que não pode.
SENADOR ALVARO DIAS (PSDB – PR): Nós Agora, há uma solução para isso. V. Exa. encami-
já estamos antecipando a acareação. O depoimento nha por escrito e eu ou qualquer um dos companheiros,
do Sr. Lúcio Funaro ao Ministério Público Federal, a então... V. Exa. tem aí o questionamento?
transferência do sigilo desse depoimento à CPI. SR. RICARDO TRIPOLI: Não, não tenho, eu ia
SR. PRESIDENTE SENADOR HERÁCLITO FOR- formular verbalmente.
TES (DEM – PI): A solicitação de V. Exa. está acatada SR. PRESIDENTE SENADOR HERÁCLITO FOR-
e tomaremos as devidas providências. TES (DEM – PI): Manda por escrito e manda a pro-
SENADOR INÁCIO ARRUDA (PCdoB – CE): vidência.
Sr. Presidente, qualquer remessa também, assim, de SR. RICARDO TRIPOLI: Eu só gostaria de dizer
documentos da nossa CPI, deverá ser feita, embora o que nós estamos acompanhando isso na Comissão de
senhor já tenha se antecipado e o Ministério Público Fiscalização e Controle, sobre a questão do BANCOOP
possa receber e participa diretamente da nossa CPI, também, daí a importância e a preocupação nossa de
na verdade, a remessa da documentação deverá ser colocar essas questões também, mas sem problema
feita ao final dos trabalhos da CPI, embora o Ministério nenhum a gente vai atuar também lá e muito provavel-
Público já tenha acesso porque o depoimento é públi- mente teremos lá um debate, uma discussão, sobre
co, então já foi dado publicamente. essa questão, na nossa Comissão de Fiscalização e
Agora, mas se é oficialmente, nós temos que Controle também. Muito obrigado.
esperar o encerramento da CPI ou a apresentação SR. PRESIDENTE SENADOR HERÁCLITO FOR-
do relatório onde nós, evidentemente, acataremos a TES (DEM – PI): Infelizmente, ainda tentei aqui um
decisão, a [ininteligível] de V. Exa., que é de remeter recurso, mas, infelizmente, eu estou preso, mas que-
remos agradecer a colaboração. Eu acho importan-
todo o material ao Ministério Público. Agora, receber o
te... Eu acho que em um momento como esse a união
material e informações, nós podemos requisitar.
de esforços para o esclarecimento desses fatos, eles
SENADOR ALVARO DIAS (PSDB – PR): Exa-
são relevantes para o país, de forma que agradeço e
tamente, mas não ao final, porque é ao contrário. A
receberemos com a maior satisfação esse... Senador
requisição de informações junto a órgãos oficiais, es-
Alvaro Dias.
pecialmente o Ministério Público, ocorre durante os
SENADOR ALVARO DIAS (PSDB – PR): Sr.
trabalhos da CPI, exatamente para orientar, inclusive,
Presidente, eu creio que receber por escrito seria in-
o relatório de V. Exa. ao final.
teressante, inclusive antes do depoimento de João
SENADOR INÁCIO ARRUDA (PCdoB – CE):
Vaccari Neto, que ocorrerá no próximo dia 4. Seria in-
Ok. teressante se nós pudéssemos ter as informações da
SR. PRESIDENTE SENADOR HERÁCLITO FOR- Câmara dos Deputados, que está trabalhando também
TES (DEM – PI): Mais algum senador deseja questio- esse assunto. Apenas isso, Sr. Presidente.
nar? Eu tenho uma solicitação... Senador Suplicy? Eu SR. PRESIDENTE SENADOR HERÁCLITO FOR-
tenho uma solicitação aqui e quero consultar, desde TES (DEM – PI): Estou recebendo documentações
que não haja nenhuma objeção, o Deputado Ricardo entregues pelo Sr. Funaro e estou determinando a
Tripoli, que se encontra nessa Comissão, pediu-me devida autuação à Secretaria da Mesa.
que analisasse a possibilidade de concedê-lo a pala- SENADOR ALVARO DIAS (PSDB – PR): Eu
vra. Da minha parte, eu acho positiva a colaboração pediria, Sr. Presidente, que V. Exa. encaminhasse có-
de um parlamentar que se dispõe a vir aqui, de forma pia dessa documentação aos integrantes da CPI, pelo
que, se não houver nenhuma objeção, como parece menos ao meu gabinete, que tenho interesse.
que não há, eu concedo a palavra, então, ao Deputa- SR. PRESIDENTE SENADOR HERÁCLITO FOR-
do Ricardo Tripoli. TES (DEM – PI): Eu atenderei à V. Exa., mas quero
SR. RICARDO TRIPOLI: Sr. Presidente... comunicá-lo e aos demais companheiros, inclusive
SENADORA FÁTIMA CLEIDE (PT – RO): Sr. a imprensa, que estamos colocando tudo na página.
Presidente... Com licença, deputado, mas eu acho que Então, quem quiser acesso à essa documentação,
nada obsta, mas é uma CPI do Senado, não é? Então, logo mais já poderá fazê-lo sem nenhuma dificulda-
só para a gente registrar que a CPI é do Senado. de. Sr. Relator.
SR. PRESIDENTE SENADOR HERÁCLITO FOR- Indago mais uma vez se algum senador... Al-
TES (DEM – PI): Eu fiz exatamente... Tive o cuidado gum senador deseja fazer uso da palavra ou posso
de fazer esse registro, está bem claro. Ele é um convi- encerrar? Bom, nada mais havendo a tratar... Antes,
24814  Sexta-feira  28  DIÁRIO DO SENADO FEDERAL  Maio de 2010

porém, eu quero agradecer a presença do Sr. Funaro Internet e seus efeitos no combate a pedofilia, com os
a esta Comissão, que aceitou a um convite formula- seguintes convidados: Pedro Abramovay, Secretário de
do, não foi necessário a convocação, ele veio como Assuntos Legislativos do Ministério da Justiça; Ronal-
convidado, e agradecer pela disposição de se, caso a do Lemos, Coordenador do CTS da Fundação Getúlio
Comissão decida, se submeter a uma acareação com Vargas; Carlos Gregório, Coordenador do Instituto para
o Sr. Vaccari. o Desenvolvimento da Justiça (II justicia) e do “Memo-
Nada mais havendo a tratar, está encerrada a radum de Montevideo”; David Brassanini, Adido do FBI
presente sessão. Muito obrigado. no Brasil; Carlos Eduardo Miguel Sobral, Coordenador
SR. LÚCIO BOLONHA FUNARO: Obrigado, da URCC/DPF; Stenio Santos Sousa, Coordenador
senador. GECOP/DPF; André Ubaldino, Procurador de Justiça
Sessão encerrada às 12h41. do MP/MG; Priscila Costa Shneirer, Coordenadora do
Senador Heráclito Fortes Presidente Grupo de Combate aos Crimes Cibernéticos do MPF/
SUBSECRETARIA DE APOIO ÀS COMISSÕES SP; Thiago Tavares Nunes de Oliveira, Presidente da
ESPECIAIS E PARLAMENTARES DE INQUÉRITO SaferNet Brasil; Demi Getshcko, Presidente do NIC.br
e representante no CGI.br e um representante da Po-
COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO, lícia Civil; n.º 449/10, requer ao representante legal da
CRIADA PELO REQUERIMENTO Nº 200, de 2008, empresa Google Brasil Internet Ltda, que informe, no
DE AUTORIA DO SENADOR MAGNO MALTA E prazo de 05 (cinco) dias, sob pena de desobediência,
OUTROS SENHORES SENADORES, COMPOS- todas as informações sigilosas acerca das notifica-
TA DE SETE TITULARES E CINCO SUPLENTES, ções efetuadas ao National Center for Missing and Ex-
NOS TERMOS DO § 4º DO ART. 145 DO REGI- ploited Child – NCMEC referente às URLs constantes
MENTO INTERNO DO SENADO FEDERAL, PARA, dos arquivos eletrônicos gravados no CD­ROM anexo,
NO PRAZO DE CENTO E VINTE DIAS, APURAR A bem como identifique, dentre as URLs constantes dos
UTILIZAÇÃO DA INTERNET NA PRÁTICA DE CRI- documentos eletrônicos contidos no CD­ROM anexo,
MES DE “PEDOFILIA”, BEM COMO A RELAÇÃO quais continham indícios de quaisquer dos crimes tipi-
DESSES CRIMES COM O CRIME ORGANIZADO. ficados na Lei Federal 11.829/08. Caso a URL esteja
inativa ou tenha sido removida, informe também a data
ATA DA 70ª REUNIÃO de desativação e o motivo que gerou a remoção. A re-
Ata Circunstanciada da 70ª Reunião, realizada em lação completa das URLs deve ser informada em meio
28 de abril de 2010, às quatorze horas e vinte e cinco magnético e em versão impressa; n.º 450/10, requer
minutos, na Sala nº 13 da Ala Senador Alexandre Costa. ao representante legal da empresa Google Brasil Inter-
Na oportunidade foram aprovados os Requerimentos: n.º net Ltda, que informe, no prazo de 05 (cinco) dias, sob
443/10, requerendo seja requisitado a 2ª Vara Criminal pena de desobediência, todas as informações sigilosas
da Comarca de Franca no Estado de São Paulo, cópia acerca das notificações efetuadas ao National Center
integral dos autos do Processo n.º 559/2010, que tem for Missing and Exploited Child – NCMEC referente às
por indiciado o Padre José Afonso; n.º 444/10, que a URLs constantes dos arquivos eletrônicos gravados no
CPI realize diligência em Curitiba, no Estado do Paraná, CD­ROM anexo, bem como identifique, dentre as URLs
em data a ser designada pelo Presidente desta Comis- constantes dos documentos eletrônicos contidos no CD­
são, objetivando tomar depoimento do padre Enaldo da ROM anexo, quais continham indícios de quaisquer dos
Mota, suspeita de envolvimento em casos de pedofilia crimes tipificados na Lei Federal 11.829/08. Caso a URL
que estão sob investigação da Polícia Civil na Comarca esteja inativa ou tenha sido removida, informe também
de Arapiraca; n.º 445/10, requer seja realizada audiên- a data de desativação e o motivo que gerou a remoção.
cia pública no Município de Franca no Estado de São A relação completa das URLs deve ser informada em
Paulo, em data a ser designada pelo Presidente desta meio magnético e em versão impressa; n.º 451/10, re-
Comissão, objetivando a apuração de casos de pedofilia quer ao representante legal da empresa Google Brasil
naquela Comarca; n.º 446/10, requer seja convocado o Internet Ltda, que informe, no prazo de 05 (cinco) dias,
Padre José Afonso, a prestar depoimento perante esta sob pena de desobediência, todas as informações si-
CPI, em data a ser definida; n.º 447/10, seja convidado gilosas acerca das notificações efetuadas ao National
a prestar assessoria técnica a esta CPI, até o término Center for Missing and Exploited Child – NCMEC refe-
das suas atividades, o Eng. De software Leandro Nu- rente aos UIDs e CMMs do Orkut constantes dos arqui-
nes dos Santos, Diretor de Tecnologia da SaferNet Bra- vos eletrônicos gravados no CD­ROM anexo, bem como
sil; n.º 448/10 requer seja realizada audiência pública identifique, dentre os UIDs e CMMs constantes dos do-
desta CPI com o objetivo de discutir o “Marco Civil da cumentos eletrônicos contidos no CD­ROM anexo, quais

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