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Fundamentação teórica
Os processos de eletrização foram percebidos desde os gregos, entretanto somente hoje tem-
se a conclusão de que um corpo pode sofrer eletrização de três maneiras. A primeira é a mais
conhecida, a eletrização por atrito na qual um corpo é atritado com o outro e ambos ficam
carregados com a mesma quantidade de carga, no entanto com sinais opostos. Já a eletrização
por indução, um corpo eletricamente carregado – através do seu campo elétrico- se equilibra
com um corpo eletricamente neutro, ambos, portanto, ficam carregados com sinais opostos.
Em contrapartida, a última espécie de eletrização – chamada de eletrização por contato-,
permite que um corpo carregado eletricamente carregue outro corpo outrora neutro, mas que
os dois fiquem com os mesmos sinais.
Um exemplo de eletrização por atrito em grande escala é o gerador de Van de Graff. Tal
aparelho é amplamente utilizado para a geração de energia nuclear, porquanto tais reações
necessitam de muita energia para a realização da quebra das moléculas. O princípio básico de
tal aparelho é, como já explicitado, a eletrização por atrito. Basicamente, há duas hastes
compostas por materiais não condutores e uma correia “condutora” que entra em contato
com ambas hastes. O contato entre a correia e as hastes permite a transmissão de eletricidade
para dois finíssimos fios condutores que, por sua vez, passam a corrente para a superfície do
gerador.
Um corpo quando carregado eletricamente gera um campo elétrico. Somente através desse
campo, por exemplo, a corrente pode ser transportada para os finíssimos fios existentes no
gerador de Graff. Um campo elétrico é um campo de força existente num corpo – somente
com outro corpo pode ser evidenciado um campo- que permite uma interação elétrica entre
dois corpos mesmo que estejam separados.
Ao contrário dos fios condutores de eletricidade do gerador de Van Graff, corpos não
condutores – ou isolantes- não sofrem nenhum tipo de efeito se colocados em interação com
um campo elétrico de outro corpo. No entanto, há a exceção para tal regra, tal restrição
chama- se descarga elétrica. Esse fenômeno só ocorre se o descarregador das cargas estiver
tão carregado que a carga contida nele é descarregada num isolante e é capaz de ionizá-lo,
tornando- o condutor.
Uma evidência extremamente ressaltante das descargas elétricas são os raios. O fenômeno do
raio consiste em descargas elétricas das nuvens entre elas mesmas ou das nuvens nos solos –
ou vice-versa. Tal fenômeno ocorre por conta das diferenças de polaridade entre o que
descarrega e o que sofre a descarga. A descarga ocorre somente se o que sofre a descarga
sofrer em um grau acima de sua dielétrica.
Mesmo que os dois corpos que se interagem estejam a quilômetros de distância, a descarga –
a partir do grau acima do resistido pelo receptor- pode ocorrer, porquanto o campo elétrico
que há entre eles permite a interação de cargas por inferência. O processo de eletrização que
ocorre, portanto, é a indução.
Uma recomendação muito comum que ouvimos quando está havendo uma tempestade de
raios é que não devemos ficar em locais altos ou “desertos”. Esse conselho baseia- se no Poder
das Pontas. A teoria do Poder das Pontas afirma que todos os corpos carregados eletricamente
têm a tendência de acumular suas cargas nas pontas de seu volume, ou seja, nas regiões que
possuem um menor raio. A base para o funcionamento dos pára- raios é a teoria do Poder das
Pontas. As regiões pontiagudas, que estão mais carregadas, tendem a liberar, por sua vez, suas
cargas em regiões também pontiagudas. É devido a esse fundamento que se recomenda, em
dias de raios, a não constância embaixo de árvores ou outros locais altos, porquanto tais
regiões igualam- se a pontas se relacionadas à superfície da terra, atraindo os raios. Os para-
raios, por isso, além de se localizarem nas regiões mais altas, possuem extremidade pontudas
para facilitar a atração das cargas.
http://www.fisica.ufs.br/egsantana/elecmagnet/campo_electrico/graaf/graaf.htm. Acesso em
24/04.
BONJORNO, Regina Azenha. Física Completa: ensino médio: volume único. São Paulo: FTD,
2000.