Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Infelizmente, n�o h� bonito sem sen�o, nem prazer sem amargura. Que mel n�o deixa
um travo de veneno? Perguntava o poeta de Jovem Cativa, e eu creio que nenhum, nem
sequer o de alvissareiro.
Eram duas horas da tarde. Havia pouca gente na loja de Paula Brito, cinco pessoas
apenas. Lu�s da Costa entrou com o rosto fechado como homem que vem pejado de
alguma not�cia. Apertou a m�o a quatro das pessoas presentes; a quinta apenas
recebeu um cumprimento, porque n�o se conheciam. Houve um r�pido instante de
sil�ncio que Lu�s da Costa aproveitou para tirar o len�o da algibeira e enxugar o
rosto. Depois, olhou para todos, e soltou secamente estas palavras:
�Sim, senhor.
Lu�s da Costa, imaginando que o sil�ncio era efeito da bomba que acabava de
queimar, entrou a referir os pormenores da fuga da mo�a em quest�o. Falou de um
namoro com um alferes, da oposi��o do major ao casamento, do desespero dos pobres
namorados, cujo cora��o, mais eloq�ente que a honra, adotara o alvitre de saltar
por cima de moinhos.
�Hoje de manh�.
�Oh!
�De nome.
�N�o formo id�ia nenhuma. Menciono o fato por duas circunst�ncias. A primeira �
que a mo�a � muito bonita...
�Conhece-a?
�Ah! Conhece-o?
�Sou eu.