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DIREITO PROCESSUAL PENAL II – PROFESSORA VALÉRIA

Questões para serem entregues no dia da prova:

1) Analise a possibilidade de ser argüida por um meio de exceção, tanto a ilegitimidade ad


causam como a ilegitimidade ad processum.
R: A corrente doutrinária majoritária entende que as exceções elencadas no art. 95 do Código de
Processo Penal, referem-se a pressupostos processuais, e ainda, que incluem os dois tipos de
Ilegitimidade, tanto ad causam quanto a ad processum, entendendo ainda que existe a possibilidade de
arguí-las, tendo ambas o mesmo efeito, que é a nulidade do Processo criminal.

2) Mévio é réu em uma ação penal, pela pratica de três furtos. No curso da demanda o MP
toma conhecimento da prática de um quarto furto, praticado em continuidade delitiva com as
infrações anteriores. Após a condenação de Mévio pela prática dos três furtos é possível o
ajuizamento de uma nova ação penal visando condena-lo pela prática do quarto furto?
R:

3) Manuel seqüestra Maria e a arrasta por diversas cidades, já que muda de cativeiro de tempo
em tempo. Acabou sendo descoberto, vindo a ser processado na comarca onde localizou-se o
primeiro cativeiro, Rio de Janeiro. O membro do MP de São Paulo, tendo conhecimento da
passagem da vítima pela cidade de Santo Amaro, resolveu também denunciar Manuel pelo
crime de seqüestro. Pergunta-se:

A) É possível o tramite concomitante de ambas as ações?


R: Não, de acordo com o art. 71 do CPP, o juiz prevento é o da comarca localizada onde se deu o
primeiro cativeiro. A segunda ação deverá ser extinta.

B) E se uma das ações tiver sido proferida sentença penal condenatória? Seria possível a
continuação da segunda ação?
R: Não, pois deverá ser argüida a exceção de coisa julgada.

Outras questões dadas nas aulas:


4) O recebimento da denúncia ou queixa interrompe a prescrição. Se foi recebida pelo juiz
incompetente e depois ratificada pelo juiz competente, qual interrompe a prescrição?
R: A ratificação do juiz competente é que interrompe a prescrição. Essa regra aplica-se para qualquer
incompetência, inclusive ratione materiae.

5) É possível a suspensão do processo criminal até que seja apurada em outro juízo a filiação
da vítima para fins de aplicação de agravante previsto no art. 61, II, CP?
R: Não, preceitua o art. 92 do CPP que as questões prejudiciais incidem sobre a existência da infração
penal e não apenas em circunstancias de agravamento de pena.

6) Cabe suspensão do IP em casos de questão pendente no juízo civil?


R: Não, segundo o art. 92 do CPP a suspensão não ocorre no IP, somente sendo cabível na hipótese de
ação penal. O IP prosseguirá até que se dê início a ação criminal.

7) A suspensão da ação penal só ocorrerá em casos de pendência da questão prejudicial no


juízo civil?
R: Não, em determinados casos a ação civil poderá ainda nem estar em curso.

8) Na hipótese do art. 92 do CPP, se a ação penal não foi suspensa e sobrevier a sentença civil
conflitante com a ação penal, o que o réu deverá fazer?
R: Depende da sentença: se for ABSOLUTÓRIA, nada mais caberá fazer, aplicando-se o princípio da
reformatio pro societatis, que é a vedação da reforma em favor da sociedade. Se a sentença for
CONDENATÓRIA, cabe ao réu a ação de revisão de sentença.

9) O juiz poderá julgar a qualquer tempo a incompetência relativa? (consultar a sum. 33 STJ e
correntes doutrinárias)
R: A incompetência absoluta é um “defeito” que pode ser suscitado pelo juiz (ex-officio), ou qualquer
das partes poderá alegar enquanto o processo está em andamento, porém, em se tratando de
incompetência relativa, o juiz não pode reconhecê-la de ofício (Súmula 33 do STJ - "A incompetência
relativa não pode ser declarada de ofício."). A incompetência relativa só pode ser alegada pelo réu,
nunca pelo juiz. Deve ser alegada nos autos, no primeiro momento oportuno, sob pena de preclusão. O
silêncio do réu faz com que o juiz se torne competente.
Há a formalidade para alegar incompetência relativa, portanto deve ser feita em peça
separada da contestação, a peça cabível é a Exceção de incompetência relativa.
O STJ entende que a incompetência relativa pode admitida ao ser alegada na contestação, por
não causar prejuízo para o autor.

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