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Fogo Fátuo

Ora, tudo fonte de solfejos, ratos dopados edipianos,


piano e flauta: Era errônea. Atroz placenta, semente
fértil outrora terrestre; ou bucólica, apática, gamela
úmida, assuntuosa. Demais da superfície da ferida
fosfórica da tumba da caixa de Pandora. Descobri que
nada sei. Só sei que apenas nada respeito sobre aquilo
que aprendi. Apregôo o certo e prego e assumo o
esquerdo como destro, e canhota a mão direita,
servente de mordomo à esquerda, rota da sulfura que
dopa e sangra restos de Tupã. Guarnecida pelo veto
permanente respeita a lei taxativa de “belo e
complexo”. Nada a declarar.
Pelo visto apenas leio o que não escrevo. Não
entendo, assim não pretendo quem sabe um dia.
Sorrateiro, lépido e fagueiro, escorre nas veias,
implanta a semente do sonho e passa despercebido, o
feixe de espasmos na contração do ventre: a ferida
pungente. Erros crassos desconcertantes, benéficos às
durezas da porta do juramento da partida. Resta o pátio
escuro daquele pobre tímido fátuo rebanho de
pensamentos e das formas da fogueira temporária que
teima em gerar temerosas duvidas e certezas.

Oribes Neto

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