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Prelúdio ao sono II

E eis o sono que adormece


Nos murmúrios, se lamenta.
Se teima em não pedir conselhos,
Os noturnos ébrios atormenta.

E eis a praxe, que de regras se agoura,


Se a via vaga é vã nas taperas,
Onde se visa a vera das de agora,
Doçura mediante espasmo, contínua nas eras.

E se o martírio que se tem vivência encontra,


A verdadeira afã que quase morta se afronta,
Com ego em vil poro de porcelana,

Então, a mágoa contida em cada espasmo


Que absorve a doce essência do espirro orgasmo,
Vai do ventre ao tumor de quem se ama.

Oribes Neto

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