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Não Sei

Já andei por todos os lugares, lagos, rios e mares


Mas nunca nas águas caminho. Mesmo assim não
afundei.
Cavalguei por entre relva e floresta, odiei um pouco,
amei o que resta
Já estive tão longe e sozinho... Ainda assim , tão
perdido encontrei.

Roí cada canto do asfalto, de carro, a pé, voando ou de


salto
Tropecei num barranco tão fundo... Logo então me
equilibrei
Encontrei as barreiras disformes, aprendi a andar nos
conformes
Já caí da beirada do mundo. Ainda assim levantei

Revolvi toda a lama perdida, lutei , batalhei pela vida


E agora encontrei a movediça, a nau, frágil pó , virou
rei
De madeira, de pau, de borracha, a certeza me diz o
que acha
E respondo solene a preguiça: Ainda não sei.
Oribes Neto

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