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RECEPTOR DE RESÍDUOS
UNIÃO DA VITÓRIA
2006
1
SILMARA TEREZINHA PIRES CORDEIRO
RECEPTOR DE RESÍDUOS
UNIÃO DA VITÓRIA
2006
2
Dedico este trabalho a meus familiares
por sua compreensão e apoio.
3
AGRADECIMENTOS
pesquisa.
4
Seiscentos e sessenta e seis
5
SUMÁRIO
1.INTRODUÇÃO.............................................................................................. 07
2. OBJETIVOS ................................................................................................ 09
3. JUSTIFICATIVA........................................................................................... 10
5. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA....................................................................... 13
5.1.1.1 Geologia.............................................................................................. 13
5.1.2 Hidrografia............................................................................................... 15
5.1.3 Hidrogeologia........................................................................................... 19
5.1.4 Relevo .................................................................................................... 20
5.1.5 Solos....................................................................................................... 21
5.1.6 Mineralogia dos Solos........................................................................... 23
5.1.7 Clima........................................................................................................ 25
9 CONCLUSÕES.......................................................................................... 41
10 RECOMENDAÇÕES................................................................................. 43
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................... 45
ANEXOS.................................................................................................... 50
6
1 INTRODUÇÃO
morte considera-se como “cidade dos pés juntos” e “última morada”. ( BOLIVAR,
2001)
práticas funerárias.
7
Hídricos, Luiz Eduardo Cheida, (ANEXO 1) que considera o potencial e efetiva
central do município, em terreno com pouco desnível, tais dados levantados serão
MATOS, 2001 afirma que aos estudos sobre cemitérios e meio ambiente
1
PACHECO, A. et al. O problema geo-ambiental da localização de cemitérios em meio urbano.
CEPAS, nov.1997.
8
corpos depende das características físicas do solo onde o cemitério está
implantado.
conservação de cemitérios.
não foram efetuados estudos do meio físico, configurando, portanto áreas de risco
2 OBJETIVOS
citados anteriormente.
alcançados:
9
a) Levantamento da bibliografia existente sobre o assunto e assuntos
correlacionados;
3 JUSTIFICATIVA
com os mesmos, afirmando ainda que na época não havia uma normatização
implantados.
2
idem
3
SILVA, M. Cemitérios: fonte potencial de contaminação dos aqüíferos livres. Revista
Saneamento Ambiental, São Paulo, n. 71, 2000,
4
MATOS, B. A Avaliação da ocorrência e do transporte de microorganismos no aqüífero
Freático do Cemitério de Vila Nova Cachoerinha, município de São Paulo. São Paulo, 2001.
Tese (Doutorado) – Instituto de Geociências, Universidade de São Paulo.
10
Denotando a importância do estudo integrado do meio físico no município de
União da Vitória para estabelecimento de medidas que possam ser utilizados para
adequação dos cemitérios existentes e locação de novos que possam vir a ser
implantados. (FIG. 1 )
11
Fig. 02 Rota de União da Vitória – Curitiba via Br 476
Vitória, fazendo divisa com a cidade de Porto União no Estado de Santa Catarina.
(FIG. 2)
as seguintes: Latitude sul: 26° 13’ 45” ; Longitude oeste: 51° 04’ 58”, e seu fuso
(HORT 1990)
12
OLIVEIRA (2003), afirma que União da Vitória encontra-se situado
5 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
5.1.1 Geologia
13
Fig. 03 Mapa Geológico do Estado do Paraná
arenito, foi coberta por espessas camadas de lavas básicas que atingem em
certos trechos do Estado do Paraná até 1.200 metros de espessura, sendo que
em União da Vitória começa, à margem direita do Rio Iguaçu (BR 476 sentido
14
comuns nos planaltos do município. Pode-se encontrar rochas magmáticas
saibro, nesta Era ocorrem ainda a formação de várzea nos vales do Rio Iguaçu e
seus afluentes, resultantes de aluviões recentes que tiveram início nesse período,
5.1.2 Hidrografia
15
Fonte: Copel, 2005
Paranaguá. Sendo está última, com 300Km2 de área, é uma das mais importantes
país. Boa parte da população, cerca de 80% das sedes municipais, é abastecida
Furnas, Itararé, Rio Bonito, Botucatu (Aqüífero Guarani), Serra Geral, Caiuá,
16
O principal rio é o Iguaçú, (FIG. 5) cujas nascentes se encontram na Serra
17
periodicamente conforme FIG. 6 e em níveis superiores a 5 metros de acordo com
a tabela 01.
18
1935 10 8,16 747,77 3267 1981 01 5,79 745,40 1804
1938 07 6,82 746,43 2383 1982 11 6,45 746,06 2161
1939 12 5,63 745,24 1717 1983 07 10,42 750,03 4979
1946 03 6,73 746,34 2334 1984 08 5,94 745,55 1850
1947 10 5,74 745,35 1777 1987 05 6,28 745,89 2078
1948 08 5,08 744,69 1443 1988 05 5,56 745,17 1678
1950 10 5,42 745,03 1610 1989 09 5,78 745,39 1801
1953 11 5,30 744,91 1550 1990 01 6,33 745,94 2108
1954 05 6,85 746,46 2403 1992 07 8,89 748,50 3808
1955 06 6,12 745,73 1985 1993 10 7,27 746,88 2658
1957 08 7,28 746,89 2675 1995 01 6,76 746,37 2349
1961 11 5,75 745,36 1783 1996 07 5,19 744,80 1495
1965 07 5,14 744,75 1472 1997 10 6,66 746,27 2297
1970 12 5,32 744,93 1560 1998 10 7,20 746,81 2614
1971 01 6,89 746,50 2429 1999 07 5,70 745,31 1748
1972 08 5,84 745,45 1833 2000 09 6,49 746,10 2174
2004 10 5,13 744,81 1470
2005 09
Tab. 1 Histórico dos níveis acima de 5 metros do Rio Iguaçu em União da Vitória
Fonte: Copel, 2005
5.1.3 Hidrogeologia
O Estado do Paraná apresenta uma característica peculiar quanto ao seu
OLIVEIRA (2003), ressalta que através da ação dos ventos sobre o deserto
19
tarde o areal que formava as dunas do deserto, foi sepultado pela lava , num dos
estimada de 1,3 milhões de Km², que se estende pelo Brasil (840.000 km²),
Argentina (355.000 km²), Uruguai (58.500 km²) e Paraguai (58.500 km²). A área de
afloramento na bacia é de 150.000 km², superfície por onde infiltra a água que
5.1.4 Relevo
20
Fig. 07 Vista aérea de União da Vitória demonstrando seu relevo.
limites orientais correspondem à Serra Geral (São Paulo, Paraná, Santa Catarina,
e Rio Grande do Sul), nessa região muitas vezes a erosão isola na frente da
escarpa porções de arenito capeadas por basalto (ou porções somente de arenito
Rio Iguaçú (Br 476 sentido Curitiba-União da Vitória via Ponte dos Arcos),
21
de Leão que são ramificações da Serra da Fartura, divisor de águas Iguaçú-
menos acidentada.
nos vales dos rios Iguaçú, Vermelho, da Prata e dos Banhados, são formações
do Baú.
5.1.5 Solos
GUERRA et al. (1999), afirma que o fator mais diretamente afetado pela
ação humana de caráter irracional seja o solo por ela ocupado, e destaca a
22
contudo os benéficos gerados por eles não correspondem as necessidades
os mesmos ácidos e pouco férteis. “Elúvio constitui a rocha alterada “in situ”, isto
23
Os três cemitérios estudados encontram-se em regiões geologicamente bem
conhecidas. No CVF, há predomínio de sedimentos terciarios da Bacia de São
Paulo, onde ocorre alternância de solos argilosos e areno-argilosos. O CVNC
localiza-se em terreno predominantemente arenoso, com níveis mais argilosos. No
CAB há predomínio de sedimentos quaternários marinhos que são arenosos, com
alta porosidade e permeabilidade. Com relação às características hidrogeológicas
verificou-se que, no CVNC, o nível d'água variou entre 4 e 9 de profundidade, o
que caracteriza a existência de um aquífero suspenso. Este tipo de aquífero
também foi encontrado no CVF, onde o nível do lençol freático variou entre 4 e
12m. No CAB, localizado em área plana, o nível de água foi encontrado numa
profundidade que variava de 0,60 a 2,20m e era influenciado, pelo regime de
marés.
Estas diferenças geológicas e do nível do lençol freático, influenciaram na
qualidade bacteriológica das águas estudadas. O solo arenoso, que possibilita
uma permeabilidade maior e o nível do lençol freático de pequena profundidade
encontrados no CAB poderia favorecer a passagem de bactérias do solo e dos
túmulos para as águas subterrâneas. Isto poderia explicar os maiores níveis de CF,
EF, CSR, de bactérias heterotróficas aeróbias e de bactérias lipolíticas, nesse
cemitério,em relação aos demais. Neste tipo de terreno, parece haver uma
condição de aerobiose, (que pode ser verificada pela quantidade elevada de
bactérias heterotróficas aeróbias) e passagem de matéria orgânica para o lençol
freático, onde as proteínas seriam convertidas a nitrato, que se acumula nessas
águas... - coliformes totais (CT) - coliformes fecais (CF) - - estreptococos
fecais (EF) - - clostrídios sulfito redutores (CSR) -- bactérias proteolíticas
(PROT) (MARTINS et al., 1991).
24
resistência ao intemperismo. Já os minerais secundários são formados pela
rochas pobres originando solos com baixos teores de elementos úteis às plantas
(Ca, Mg, K e P), quase estéreis, onde a riqueza está no equilíbrio biológico, em
5
Jabur. J. C. O Grupo São Bento no Rio Grande do Sul. Boletim de Geografia. Maringa: UEM,
n.3,v.3,jan.1985,p.109-152
25
uma rocha com bons teores de Ca, Mg e K, origina solos de melhor utilidade para
as plantas.
subterrâneas.
5.1.7 Clima
O clima do estado do Paraná classificado por Maack (1981) com base em
para região. Em altitudes superiores a 700m, o clima foi classificado como Cfb-
com tendência a chuvas nos meses de verão, sem estação seca definida. As
temperaturas médias anuais dos meses mais quentes são superiores a 20,6°C e
União da Vitória, localizado na região sul do estado do Paraná sendo divisa com o
22°C e onze meses do ano com temperaturas médias superiores a 10°C, este tipo
26
19,7 mm, sendo este o mais chuvoso, e em agosto, o mês mais seco, com 78,2
da Igreja passando para o poder civil. Ficou estabelecido pela lei e pelo costume,
que nenhum enterramento poderia ser realizado fora dos cemitérios; com
patrimoniais.
águas quanto a poluição por efluentes, não sendo específica para cemitérios, por
6
**MILARÉ , E. Cemitério e Meio Ambiente. Texto apresentado Simpósio Funerária Brasil 97.
SINCESP. São Paulo. 1997.
27
O código Sanitário do Estado do Paraná, editado em 1975 (Lei
Mortuárias, reza:
Ambiental.
28
O Código Sanitário de São Paulo – Decreto 12.342 de 1978 em sua seção
II trata dos Cemitérios, apresenta parâmetros técnicos definidos nos artigos 151,
152, 153, 154 e 155 (ANEXO 3)
árvores de grande porte no interior dos cemitérios, pode ser responsável pela
29
6 POSSÍVEIS IMPACTOS ESPERADOS
precisar o tipo de solo que ocorre nos Cemitérios Municipal Central e de São
higiênico. Mulder (1954) apud Bower, citados por Martins et al. (1991) registram
cemitérios que podem estar utilizando esta água através da instalação de poços.
30
Analisadas as amostras de águas subterrâneas de três cemitérios
clostrídios sulfito redutores em relação aos coliformes fecais, na maior parte das
adequados para avaliação das condições sanitárias deste tipo de água. Foi
31
6.1 Contaminação por Necrochorume
32
O maior impacto causado ao meio físico é o extravasamento do
ou pelo contato dos corpos com a água subterrânea. Trata-se de uma solução
de patogenicidade.
de necrochorume.
corpo humano sofre putrefação, sendo esta a destruição dos tecidos do corpo
33
por ação das bactérias e enzimas, resultando na dissolução gradual dos tecidos
o odor causado por alguns desses gases e por pequena quantidade de mercaptan
putrefação pode ser observada 24 horas após a morte dependendo das condições
decomposição do corpo pode durar desde alguns meses até vários anos,
clima tropical para que o cadáver possa ser decomposto; em clima temperado, a
decomposição pode durar dez anos. Durante esse processo ocorre o rompimento
34
poços para o uso diário, os usuários eventualmente corre o risco de saúde, pois
este pode vincular doenças como febre tifóde, paratifóide, cólera e outras.
embora em quantidade inferior a E. coli, mas podem sobreviver por tempo maior
(GELDREICH,1970)
35
Tab. 2 Quadro de Patógenos humanos comuns em água
Adaptado de OMS (1979) KESWICK (1984); INTERNACIONAL COMMITTEE OF TAXONOMY OF
VIRUS- ICTV (1995); MADIGAN et al. (1997).
solos úmido, com menor atividade microbiana, em ambiente mais alcalinos e com
36
temperaturas mais baixas, alguns sofrem inativação na presença de atividade
microbiana, mas outros são protegidos pela adsorção, podendo sobreviver por
varia muito, tendo em média dois a três meses, no entanto já foram observados
BATELLO, 2000)
é a massa branca, mole de aspecto céreo, que se forma nos diversos tecidos e
37
órgãos do cadáver. Segundo POUNDER (1995),um ambiente quente, úmido e
Cabe salientar que em solos com elevada percentagem de argila não são
CONSERVAÇÃO DE CADÁVERES
metais pesados.
38
SILVA (1998) destacou que por não haver normatização específica, o formol
MATOS, 2001 afirma que aos estudos sobre cemitérios e meio ambiente
aqüíferos.
39
hídricos por microorganismos, que proliferam no processo de decomposição dos
corpos. Sendo o aqüífero freático contaminado na área interna dos cemitérios esta
nas pessoas que venham a utilizar desta água captada através de poços rasos.
com os mesmos, afirmando ainda que na época não havia uma normatização
implantados.
7
idem
8
SILVA , M. Cemitérios: fonte potencial de contaminação dos aqüíferos livres. Revista
Saneamento Ambiental, São Paulo, n. 71, 2000,
9
MATOS, B. A Avaliação da ocorrência e do transporte de microorganismos no aqüífero
Freático do Cemitério de Vila Nova Cachoerinha, município de São Paulo. São Paulo, 2001.
Tese(Doutorado) – Instituto de Geociências, Universidade de São Paulo.
40
PACHECO10 citado por ROMANÓ, em 2003 considera os cemitérios como
nada mais sendo do que depósito de corpos humanos, que necessitam de uma
conservação de cemitérios.
10
PACHECO, A. et al. O problema geo-ambiental da localização de cemitérios em meio urbano.
CEPAS, nov.1997.
41
9 CONCLUSÃO
do Rio Iguaçu.
42
sistema de injeção de efluentes em solos, pois em alguns casos, pode haver a
percolação das águas pluviais através dos túmulos e solo provoca a migração de
Desde os tempos imemoriais, o solo tem sido utilizado pelo homem para
Pacheco assevera que "Todo cemitério é um risco potencial para o meio ambiente,
43
área interna do cemitério, esta contaminação poderá fluir para regiões próximas,
aumentando o risco de saúde nas pessoas que venham a utilizar desta água
cuidados especial por parte das autoridades ambientais dos serviços de saúde e
da população.
10 RECOMENDAÇÕES
sanitários;
44
4. Os cemitérios também devem constar da lista de fontes potenciais de
saponificados;
cemiterial.
45
REFERÊNCIAS
46
ELLERT, N.; ROSA FILHO, E. A geofísica aplicada na detecção de lixo urbano
enterrado. Exemplo: Curitiba, Paraná- BR. In CONGRESSO BRASILEIRO DE
AGUAS SUBTERRÂNEAS, 5., 1988, São Paulo. Anais... São Paulo: ABAS, p.
237-246. 1988.
47
KOTT, J. S. Proteolytic microorganisms. In: Speck, M. L. Compedium of
methodos for the microbiological examination of foods. Washington, D,C.
American Public Healh Assocation, p. 184-8 1976
MENDES, J. C. Conheça o solo brasileiro, Ed. Polígono, São Paulo p.46 1968.
48
PACHECO, A. et al. O problema geo-ambiental da localização de cemitérios em
meio urbano. CEPAS, NOV. 1997.
49
RIGOTI, A. Estudo Geofísico para determinação da profundidade ao nível
d’água (lençol freático) em área de possível implantação de aterro sanitário
no município de Rio Negrinho – SC. Curitiba: Serrana Engenharia, 2001.
50
LISTA DE FIGURAS
VITÓRIA............................................................................................11
1983............................................................................................17
RELEVO............................................................................................20
51
LISTA DE TABELAS
EM UNIÃO DA VITÓRIA...................................................................18
52
ANEXOS
Cemitérios.........................................................................................27
53
RESOLUÇÃONº019/04-SEMA
O Secretário de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, no uso das
atribuições que lhe são conferidas pela Lei nº 10.066, de 27.07.92, Lei nº 11.352,
de
13.02.96, Lei nº 8.485, de 03.06.87, pelo Decreto nº 4514 de 23.07.01 e Decreto
nº 11, de 01.01.03,
CONSIDERANDO que a proteção do meio ambiente é um dever do Poder
Público,
conforme dispõe o art. 225, § 1º, da Constituição Federal do Brasil;
CONSIDERANDO que a proteção do meio ambiente é um dever do Poder Público
Estadual, conforme dispõe o art. 207, § 1º, da Constituição Estadual do Paraná;
CONSIDERANDO que a realização do Estudo Prévio de Impacto Ambiental -
EPIA e o seu respectivo Relatório de Impacto Ambiental - RIMA, instrumentos da
Política Nacional
do Meio Ambiente instituídos pela Lei Federal n.º 6.938, de 31 de agosto de 1981,
e regulados pela Resolução n.º 001, de 23 de janeiro de 1986, do Conselho
Nacional de
Meio Ambiente - CONAMA, são obrigatórios para os empreendimentos que,
mesmo que potencialmente, causem significativa degradação ambiental, conforme
disposição dos
artigos 225, § 1º, inciso IV, e art. 207, § 1º, inciso V, da Constituição Federal e
Estadual, respectivamente;
CONSIDERANDO a necessidade de regulamentação da instrução e trâmite de
processos
de licenciamento ambiental de cemitérios;
CONSIDERANDO o contido na Política Nacional de Meio Ambiente - Lei Federal
n.º 6.938, de 31 de agosto de 1981 e nas resoluções CONAMA de nº 01/86,
237/97 e 335/03,
os quais disciplinam o Sistema de Licenciamento Ambiental, estabelecendo
procedimentos e critérios, visando a melhoria contínua e o aprimoramento da
gestão ambiental;
CONSIDERANDO a necessidade de dar efetividade ao princípio da prevenção,
consagrado, em seu artigo 2º, incisos I, IV e IX, bem como no princípio n.º 15, da
Declaração do Rio de Janeiro de 1992;
CONSIDERANDO que a competência concorrente dos Estados-Membros para
legislar sobre a proteção do meio ambiente e suas formas de poluição, conforme
determina o art. 24, da Constituição Federal do Brasil, permite aos Estados editar
normas mais protetoras do meio ambiente em relação às normas federais;
54
Estabelecer requisitos e condições técnicas para a implantação de cemitérios
destinados ao sepultamento, no que tange à proteção e à preservação do
ambiente, em particular do solo e das águas subterrâneas.
Art. 1º Os cemitérios horizontais e verticais deverão ser submetidos ao processo
de licenciamento ambiental, nos termos desta Resolução e dos demais
dispositivos legais cabíveis.
Art. 2º Para efeito desta Resolução serão adotadas as seguintes definições:
I – cemitério: área destinada a sepultamentos;
a) cemitério horizontal: é aquele localizado em área descoberta compreendendo
os cemitérios tradicionais e os cemitérios parques ou jardins;
b) cemitério parque ou jardim: é aquele predominantemente recoberto por jardins,
isento de construções tumulares, e no qual as sepulturas são identificadas por
uma lápide, ao nível do chão, de pequenas dimensões;
c) cemitério vertical: é um edifício de um ou mais pavimentos dotados de
compartimentos destinados a sepultamentos;
d) cemitérios de animais: cemitérios destinados a sepultamentos de animais.
II – sepultar ou inumar: é o ato de colocar pessoa falecida, membros amputados e
restos mortais em local adequado;
III – sepultura: espaço unitário, destinado a sepultamentos;
IV - construção tumular: é uma construção erigida em uma sepultura, dotada ou
não de compartimentos para sepultamento, compreendendo-se:
a) jazigo: é o compartimento destinado a sepultamento contido;
b) carneiro ou gaveta: é a unidade de cada um dos compartimentos para
sepultamentos existentes em uma construção tumular.
c) cripta: compartimento destinado a sepultamento no interior de edificações,
templos ou suas dependências;
V - lóculo: é o compartimento destinado a sepultamento contido no cemitério
vertical;
55
Art. 3º Dependerá de Estudo Prévio de Impacto Ambiental - EPIA e do respectivo
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA, a ser elaborado por equipe
multidisciplinar, a concessão de Licença Prévia de toda e qualquer implantação e
ampliação de cemitérios,
de acordo com o que estabelece o art. 225, § 1º, inciso IV, da Constituição Federal
do Brasil e a Resolução do CONAMA nº 001, de 23 de janeiro de 1986.
I - O Estudo Prévio de Impacto Ambiental - EPIA dependerá de aprovação do
Instituto Ambiental do Paraná - IAP.
II - O Estudo Prévio do Impacto Ambiental será submetido à consulta popular,
mediante audiências públicas, promovidas pelo Instituto Ambiental do Paraná -
IAP, nos termos da Resolução do CONAMA n.º 001, de 23 de janeiro de 1986.
Art. 4° Os projetos de implantação ou ampliação dos cemitérios, submetidos ao
licenciamento do Instituto Ambiental do Paraná – IAP e constantes do EPIA/RIMA
deverão atender aos seguintes requisitos mínimos:
56
permeabilidade diferentes só devem ser aceitos, condicionados a estudos
eológicos e hidrogeológicos, fundamentados em conjunto com a tecnologia de
sepultamento empregada, os quais demonstrem existir uma condição equivalente
de segurança, pela
profundidade do lençol freático e pelo uso e importância das águas subterrâneas
no local,
bem como pelas condições do projeto;
V - O nível inferior das sepulturas deverá estar a uma distância mínima de 1,5m
(um
metro e meio) acima do mais alto nível do lençol freático, devendo os fundos dos
jazigos
possuírem uma contenção para o necrochorume;
VI - Resíduos sólidos relacionados à exumação dos corpos, tais como urnas e
material descartável (luvas, sacos plásticos, etc.) deverão ter o mesmo tratamento
dado
aos resíduos sólidos gerados pelos serviços de saúde, de acordo com a
legislação
vigente (Resolução CONAMA nº 5, de 1993);
VII - Deverão ser implantados sistemas de poços de monitoramento, instalados
em
conformidade com a norma vigente - ABNT NBR 13.895 - Construção de Poços de
Monitoramento e Amostragem, estrategicamente localizados a montante e a
jusante da
área do cemitério, com relação ao sentido de escoamento freático:
a) os poços deverão ser amostrados e as águas subterrâneas analisadas, antes
do início de operação do cemitério, para o estabelecimento da qualidade original
do
aqüífero freático, de acordo com os padrões da Portaria nº 1469/2000, do
Ministério da Saúde e suas sucessoras;
b) os poços deverão ser amostrados, em conformidade com a norma NBR 13.895
e as amostras de água analisadas para os seguintes parâmetros: sólidos totais
dissolvidos, dureza total, pH, cloretos, chumbo total, ferro total, fosfato total,
nitrogênio
amoniacal, nitrogênio nitrato, coliformes fecais, bactérias heterotróficas e
mesófilas,
salmonella sp., cálcio e magnésio. As amostras deverão obedecer a seguinte
tabela:
Cemitérios implantados até 1 (um) ano Amostragem trimestral
Cemitérios implantados de 1 (um) ano a
5 (cinco) anos
Amostragem semestral
Cemitérios implantados acima de 5
(cinco) anos
Amostragem anual
c) caso ocorram indícios de contaminação, deverão ser analisados novamente os
parâmetros de qualidade da água estabelecidos na Portaria nº 1469/2000 do
Ministério da
Saúde ou sua sucessora, efetuando a descontaminação do mesmo, através de
projeto
57
específico, devidamente previsto no EPIA/RIMA, devendo ainda, ser companhado
de Anotação de Responsabilidade Técnica - ART;
58
§ 1º O cemitério que, na data de publicação desta Resolução, estiver operando
sem a devida licença ambiental, deverá requerer a regularização de seu
empreendimento junto ao Instituto Ambiental do Paraná – IAP, no prazo de 180
(cento e oitenta) dias.
§ 2º Os cemitérios já implantados e licenciados deverão proceder a um exame
ambiental, nos termos do inciso VIII, letra "b", do art. 4º, no prazo improrrogável de
180
(cento e oitenta) dias, a partir da publicação desta Resolução, devendo o mesmo
ser
entregue ao Instituto Ambiental do Paraná - IAP.
Art. 7º Os cemitérios já existentes, a instalar ou a ampliar em municípios com
população
inferior a 30.000 (trinta mil) habitantes, não integrantes de regiões conurbadas e
com
capacidade limitada a 500 jazigos, poderão ter o procedimento de licenciamento
simplificado, a critério do IAP e nos termos da Resolução nº 031/98 -SEMA.
Art. 8º O descumprimento das disposições desta Resolução, dos termos das
Licenças
Ambientais e de eventual Termo de Ajustamento de Conduta sujeitará o infrator às
penalidades previstas na Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, e em outros
dispositivos normativos pertinentes, sem prejuízo do dever de recuperar os danos
ambientais causados, na forma do art. 225, § 4º, da Constituição Federal do
Brasil, e do
art. 14, § 1o, da Lei n. 6.938, de 1981.
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