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12/2010
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ENTOMOLOGIA URBANA:
TEORIA E PRÁTICA
Orientadora:
Dra. Rosa Maria Tubaki
Co-orientador:
MSc. Francisco José Zorzenon
12/2010
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Agradecimentos
Agradeço primeiramente aos meus amados pais, que me deram a vida e são
responsáveis pelo que sou hoje.
Ao meu co-orientador e amigo “Chico”, por estar ao meu lado em mais uma
etapa da minha vida, me auxiliando, aconselhando, fazendo parte do meu crescimento
como pessoa e como profissional, sempre com muita paciência e descontração.
Ao Dr. Délsio Natal e o Dr. Paulo Urbinatti, por serem tão atenciosos, me
auxiliando com envio de trabalhos e fotos que foram muito importantes para meu
trabalho e pelo conhecimento passado sobre Culicídeos.
A minha família pela alegria, calor humano e amor e aos amigos pelos momentos
de descontração, aos amigos do curso, por compartilharem suas experiências, as
meninas da SUCEN, pelas dicas, a Ivy, pela ajuda com trabalhos e a todos que de
alguma forma me auxiliaram a chegar até aqui.
iv
RESUMO
ABSTRACT
The cemeteries have features that allow the creation of mosquitoes, which can
have medical importance as vectors of diseases and how the urban pests are. The
objective of this work was to conduct a survey of larvae and preventive measures in the
cemetery Campo Grande (Bairro Campo Grande, São Paulo, SP). The sampling was
done in a cemetery, where containers were observed in 1052 permanent, with weekly
inspections, from March to August 2010, a total of 23 inspections. In 504 (47.9%) had
permanent containers effective prevention, cemented with containers, or with plants,
soil, sand or gravel to the surface, preventing any accumulation of water. The containers
that have accumulated standing water were 64 (6%) and 51 were not permanent, but
these were only counted those which have accumulated. There were more vessels in
sunny local than shady, probably due to exposure to rain and some water containers
accumulated repeatedly. 167 larvae were collected throughout the period, with three
species: Aedes aegypti (12%), Aedes albopictus (54.5%) and Aedes fluviatilis (33.5%).
All larvae were collected in permanent containers. In positive breeding sites that were
shaded were Ae. aegypti and Ae. albopictus and positive breeding sites in sunny,
collected only Ae. fluviatilis. The Ae. aegypti breeding sites were always collected in the
containers that contained Ae. albopictus and always outnumbered. The presence of
water containers in the positive presence of containers with larvae had a close
relationship with the highest accumulated rainfall in the week preceding the surveys.
The best way to prevent larvae development is avoiding the accumulation of water
therefore is necessary a rigorous inspection and care with the containers from the
cemetery Campo Grande in relating to the preventing of water.accumulation .
SUMÁRIO
Página
1. INTRODUÇÃO.....................................................................................................01
1.1. Ordem Diptera................................................................................................01
1.2. Aedes aegypti.................................................................................................05
1.3. Aedes albopictus............................................................................................07
1.4. Aedes fluviatilis...............................................................................................08
1.5. Culex quinquefasciatus..................................................................................10
1.6. Justificativa.....................................................................................................11
2. OBJETIVOS........................................................................................................ 12
3. MATERIAL E MÉTODOS....................................................................................13
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO...........................................................................16
5. CONCLUSÃO......................................................................................................30
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................31
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................32
viii
LISTA DE FIGURAS
Páginas
1. Fêmea adulta de Aedes aegypti (detalhe do escudo)................................05
2. Fêmea adulta de Aedes albopictus (detalhe do escudo)...........................08
3. Fêmea adulta de Aedes fluviatilis..............................................................09
4. Culex quinquefasciatus (fêmea adulta)......................................................10
5. Cemitério Campo Grande..........................................................................13
6. Vaso de amianto cimentado e floreira de cimento com plantas.................18
7. Gráfico dos recipientes sem prevenção efetiva em condições de insolação
e sombreamento no Cemitério Campos Grande, São Paulo, Março a Agosto de
2010......................................................................................................................19
8. Gráfico dos recipientes não permanentes em condição de insolação e
sombreamento no Cemitério Campo Grande, São Paulo, Março a Agosto de
2010......................................................................................................................20
9. Gráfico dos recipientes observados nas inspeções (visitas a cada 7 dias)
com água mais de uma vez no Cemitério Campo Grande, São Paulo, Março a
Agosto de 2010....................................................................................................21
10. Gráfico das larvas de Culicidae coletadas no Cemitério Campo Grande,
São Paulo, Março a Agosto de 2010...................................................................22
11. Imagem do Google Earth com os locais positivos para o desenvolvimento
de larvas..............................................................................................................22
12. Gráfico da pluviosidade acumulada na região de Santo Amaro e total de
larvas na região estudada do Cemitério Campo Grande, São Paulo, Março a
Agosto de 2010...................................................................................................25
13. Gráfico da pluviosidade acumulada no mês de março, na região de Santo
Amaro, São Paulo, 2010.....................................................................................26
14. Gráfico da pluviosidade acumulada no mês de abril, na região de Santo
Amaro, São Paulo, 2010.....................................................................................26
15. Gráfico da pluviosidade acumulada no mês de maio, na região de Santo
Amaro, São Paulo, 2010.....................................................................................27
ix
LISTA DE TABELAS
Páginas
1. Introdução
(CAPINERA, 2008).
Os ovos são elípticos ou ovóides (FORATTINI, 1996), podem ser
resistentes à dessecação, como ocorre na tribo Aedini, ou não, como ocorre
nos mosquitos dos gêneros Culex, Anopheles, Culiseta e Toxorhynchites
(MULLEN et al. 2009). Os mosquitos têm dois modos distintos de oviposição,
podendo ser de forma isolada ou aglomerada, que se postos flutuando no meio
aquático, denomina-se jangada. Também podem ser observadas posturas nas
quais as massas de ovos são fixadas a certos substratos como folhas de
plantas aquáticas, isso ocorrendo com representantes da tribo Mansoniini
(FORATTINI, 2002).
As larvas são aquáticas, livres e metapneústicas, com a cabeça dotada
de antenas e partes bucais desenvolvidas, bem como tórax e abdome distintos
(FORATTINI, 1996). Podem ser filtradoras, filtrando matéria orgânica presente
no meio aquático, podem triturar ou morder substâncias submersas, raspar
superfícies de objetos ou ser predadoras (FORATTINI, 2002; CAPINERA,
2008), como no gênero Toxorhynchites, um mosquito promissor para controle
biológico de mosquitos pragas e vetores (MULLEN et al., 2009).
As partículas alimentares das larvas são classificadas como grande
(1mm), fina (1mm a 50 µm) e ultrafina (50 µm a 0,5 µm). As partículas ultrafinas
são as mais passives de serem ingeridas, principalmente pelas larvas
filtradoras, que não discriminam o que ingerem. Este aspecto é importante para
uma aplicação prática de controle com larvicidas, que quando aplicados sob a
forma de pó espalhado na superfície líquida, pela falta de seletividade, são
ingeridas por estas larvas, exercendo sua ação letal (FORATTINI, 2002).
Segundo Consoli & Lourenço-de-Oliveira (1998), há fatores que podem
influenciar no desenvolvimento das larvas, como temperatura, luz, salinidade,
poluentes orgânicos e inorgânicos, movimentos da água, relações com a
vegetação aquática, produtos químicos derivados de plantas e relações com
animais. As diferentes relações das larvas com o ambiente fazem com que
estas tenham uma riqueza de características que são muito utilizadas na
taxonomia (MULLEN et al., 2009).
A pupa possui segmento abdominal móvel, permanecendo abaixo da
linha de superfície da água e não se alimentando (WALKER, 1994). No estágio
4
1.6. Justificativa
2. Objetivos
3. Material e Métodos
coleta, onde cada uma foi isolada em frasco de vidro de 2,5cm de diâmetro por
4cm de profundidade, devidamente identificado, alimentadas com ração
comercial para peixes ornamentais. As exúvias larvais, os adultos e no caso de
machos, também as genitálias, foram conservadas para posterior identificação.
Utilizou-se a chave de Forattini (2002), para a identificação das
espécies.
As espécies coletadas foram armazenadas no banco de dados Specify
6, na coleção de Culicídeos do Laboratório de Entomologia Médica da SUCEN.
Os mosquitos foram comparados quanto à riqueza e abundância nos
diferentes criadouros do cemitério estudado pela contagem do número de
espécies.
16
4. Resultados e Discussão
Tabela 3 – Distribuição dos recipientes não permanentes que acumularam água por
forma e material no cemitério Campo Grande, São Paulo, Março a Agosto de 2010.
Forma Material Quantidade %
Vasilhame barro 4 7,8
Vaso plástico escuro 2 3,9
plástico retangular 1 2
plástico transparente 1 2
Envoltório do
vaso plástico transparente 24 47
Copo vidro 2 3,9
plástico de 50 mL branco 2 3,9
plástico de 310 mL
transparente 2 3,9
plástico de 200 mL branco 5 9,8
Garrafa plástica de 500 mL
transparente 4 7,8
Saco plástico 3 6
Prato porcelana 1 2
Total 51 100
comparado com Ae. aegypti, mostrando a ocupação desta espécie, que talvez
tenha aumentado pelo declínio da outra, ou ela mesma de alguma forma
provocou este declínio.
A positividade de criadouros com presença de larvas teve uma estreita
relação com a pluviosidade acumulada na semana que antecedeu as coletas,
onde a alta incidência de chuva foi um fator essencial. Mesmo nos feriados do
dia das mães e dos pais, a chuva continuou sendo o principal fator para
manutenção de criadouros. Na semana após o dia das mães, que choveu,
houve positividade e muitos criadouros sem larvas, mas com condições ideais
para seu desenvolvimento, enquanto que na semana após o dia dos pais, foi
um período seco, onde apesar de existirem muitos vasos com flores, houve
poucos focos com água e condições para o desenvolvimento de larvas.
Barrera Rodriguez et al. (1982), observaram no cemitério de Caracas,
que o feriado do dia das mães intensificou a quantidade de criadouros, devido
a maior visitação e presença de vasos e O’Meara et al. (1992a) observaram
que os vasos com flores frescas obtiveram maior positividade neste feriado em
comparação com os outros dias, em que os vasos com flores artificiais tiveram
maior importância.
Segundo Urbinatti et al. (2007), em sua coleta de Ae. albopictus no
Parque Ecológico do Tietê, os resultados positivos foram influenciados pela
pluviosidade, onde a temperatura não influenciou no processo. Os resultados
da coleta podem ter sido influenciados pelo esvaziamento do criadouro,
deixando-o seco no momento das coletas, fazendo assim uma prevenção para
o desenvolvimento de futuras larvas. Honório & Lourenço-de-Oliveira (2001),
também observaram uma maior incidência de Ae. albopictus no período de
maior pluviosidade em seu estudo com armadilhas.
25
larvas.
No mês de maio a chuva foi menor do que nos dois meses anteriores,
mas não foi somente em uma semana (Figura 15) e foi o mês que ocorreu um
feriado, permitindo uma maior oferta de recipientes para acumular água. Neste
mês foram encontradas 69 larvas.
Como podemos observar na figura 18, o mês de agosto foi o com menor
pluviosidade, onde apesar de haver o feriado do dia dos pais, foi um período
extremamente seco, não tendo água para acumular nos recipientes
disponíveis.
Pelo fato de terem sido encontradas poucas larvas, alguns fatores que
seriam considerados para termos informações sobre preferência de oviposição
em determinados criadouros e desenvolvimento de larvas em determinados
locais não puderam ser considerados. Estes fatores são o tipo e o tamanho do
recipiente que mais permite o desenvolvimento de larvas, a preferência das
larvas por determinadas temperaturas, umidade relativa do ar e pelas
condições da água, em relação a quantidade, temperatura e pH.
30
5. Conclusão
6. Considerações finais
7. Referências bibliográficas
SILVA, V. C.; SCHERER, P. O.; FALCÃO, S. S.; ALENCAR, J.; CUNHA, S. P.;
RODRIGUES, I. M.; PINHEIRO, N. L. Diversidade de criadouros e tipos
de imóveis freqüentados por Aedes albopictus e Aedes aegypti. Rev.
Saúde Pública, São Paulo, SP, v. 40, n. 06, 1106 – 1111. 2006.