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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA

unesp “JÚLIO DE MESQUITA FILHO”


INSTITUTO DE BIOCIÊNCIAS – RIO
CLARO

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ENTOMOLOGIA URBANA: TEORIA E PRÁTICA

Levantamento de imaturos de espécies de mosquitos (Diptera:Culicidae) e


análise das medidas preventivas em relação ao acúmulo de água no
Cemitério Campo Grande, São Paulo, SP

Caroline Campos de Oliveira

Monografia apresentada ao Instituto


de Biociências do Campus de Rio
Claro, Universidade Estadual
Paulista, como parte dos requisitos
para obtenção do título de
Especialista em Entomologia
Urbana .

12/2010
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ENTOMOLOGIA URBANA:
TEORIA E PRÁTICA

Levantamento de imaturos de espécies de mosquitos (Diptera:Culicidae) e


análise das medidas preventivas em relação ao acúmulo de água no
Cemitério Campo Grande, São Paulo, SP

Caroline Campos de Oliveira

Orientadora:
Dra. Rosa Maria Tubaki
Co-orientador:
MSc. Francisco José Zorzenon

Monografia apresentada ao Instituto


de Biociências do Campus de Rio
Claro, Universidade Estadual
Paulista, como parte dos requisitos
para obtenção do título de
Especialista em Entomologia
Urbana .

12/2010
i

Dedico este trabalho ao bebê


que está chegando, que
chegue cheio de luz, cheio de
paz...
ii

Agradecimentos

Agradeço primeiramente aos meus amados pais, que me deram a vida e são
responsáveis pelo que sou hoje.

A minha orientadora Rosa Maria Tubaki, pelas orientações, correções, paciência,


atenção, ensinamentos e apoio na realização de meu trabalho, pela transmissão de
conhecimentos sobre Culicídeos e por disponibilizar o espaço do Laboratório de
Entomologia Médica da Superintendência de Controle de Endemias (SUCEN) para a
realização dos experimentos.

Ao meu co-orientador e amigo “Chico”, por estar ao meu lado em mais uma
etapa da minha vida, me auxiliando, aconselhando, fazendo parte do meu crescimento
como pessoa e como profissional, sempre com muita paciência e descontração.

Ao meu querido marido, amigo e também Especialista em Entomologia Urbana,


André, pela enorme paciência, pelos momentos felizes, pela ajuda com seus
conhecimentos, correções e dicas e por tudo que ele é de bom na minha vida.

Aos pesquisadores Luis F. Mucci e Regiane M. T. de Menezes, do laboratório de


Entomologia Médica da SUCEN, pelas correções, dicas, apoio e incentivo para a
realização deste trabalho.

Ao Dr. Délsio Natal e o Dr. Paulo Urbinatti, por serem tão atenciosos, me
auxiliando com envio de trabalhos e fotos que foram muito importantes para meu
trabalho e pelo conhecimento passado sobre Culicídeos.

Ao administrador e funcionários do cemitério Campo Grande, pelas informações


e auxílio para a realização do levantamento.

A equipe do Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE), pelos dados


disponibilizados e pela atenção.
iii

Aos professores da Pós em Entomologia Urbana, pelo conhecimento passado,


pela troca de experiências, pela amizade e pelas dicas.

A minha família pela alegria, calor humano e amor e aos amigos pelos momentos
de descontração, aos amigos do curso, por compartilharem suas experiências, as
meninas da SUCEN, pelas dicas, a Ivy, pela ajuda com trabalhos e a todos que de
alguma forma me auxiliaram a chegar até aqui.
iv

"Só no dia que acabar a última


gota de água limpa, que cair a
última árvore e que morrer o último
peixe, o homem branco descobrirá
que dinheiro não se come, não se
bebe, não se respira! "

Frase de um índio Sioux, do Século XIX


v

RESUMO

Os cemitérios em têm características que possibilitam a criação de mosquitos,


que podem ter importância médica como vetores de doenças, bem como por serem
pragas urbanas. O objetivo deste trabalho foi realizar um levantamento de larvas de
Culicidae e medidas preventivas no cemitério Campo Grande (Bairro Campo Grande,
São Paulo, SP). Realizou-se amostragem no cemitério, onde foram observados 1052
recipientes permanentes, com inspeções semanais, de Março a Agosto de 2010,
totalizando 23 inspeções. Em 504 (47,9%) recipientes permanentes havia prevenção
efetiva, com recipientes cimentados, ou com plantas e solo, solo, areia ou pedriscos até
a superfície, impedindo qualquer acúmulo de água. Os recipientes permanentes que
acumularam água foram 64 (6%) e os não permanentes foram 51, apenas sendo
contabilizados os que acumularam. Observou-se uma maior quantidade de recipientes
em locais insolados do que sombreados, provavelmente pela maior exposição a
chuvas, onde alguns recipientes acumularam água repetidas vezes. Coletou-se 167
larvas durante todo o período, sendo de três espécies: Aedes aegypti (12%), Aedes
albopictus (54,5%) e Aedes fluviatilis (33,5%). Não foram encontradas larvas de Culex
quinquefasciatus. Todas as larvas coletadas estavam em recipientes permanentes. Nos
criadouros positivos em locais sombreados foram coletadas larvas de Ae. aegypti e Ae.
albopictus e em criadouros positivos em locais insolados, coletou-se apenas larvas de
Ae. fluviatilis. Os Ae. aegypti coletados sempre estavam em criadouros que continham
Ae. albopictus e sempre em menor número. A presença de recipientes com água e
criadouros positivos teve uma estreita relação com a maior pluviosidade acumulada na
semana que antecedeu as coletas. A melhor forma de prevenir o desenvolvimento de
larvas é impedindo o acúmulo de água, sendo necessário uma inspeção mais rigorosa
dos locais, além de maiores cuidados com os recipientes do cemitério Campo Grande
em relação às medidas preventivas adotadas.

Palavra-chave: Cemitério, Criadouro, Aedes aegypti, Aedes albopictus, Aedes fluviatilis.


vi

ABSTRACT

The cemeteries have features that allow the creation of mosquitoes, which can
have medical importance as vectors of diseases and how the urban pests are. The
objective of this work was to conduct a survey of larvae and preventive measures in the
cemetery Campo Grande (Bairro Campo Grande, São Paulo, SP). The sampling was
done in a cemetery, where containers were observed in 1052 permanent, with weekly
inspections, from March to August 2010, a total of 23 inspections. In 504 (47.9%) had
permanent containers effective prevention, cemented with containers, or with plants,
soil, sand or gravel to the surface, preventing any accumulation of water. The containers
that have accumulated standing water were 64 (6%) and 51 were not permanent, but
these were only counted those which have accumulated. There were more vessels in
sunny local than shady, probably due to exposure to rain and some water containers
accumulated repeatedly. 167 larvae were collected throughout the period, with three
species: Aedes aegypti (12%), Aedes albopictus (54.5%) and Aedes fluviatilis (33.5%).
All larvae were collected in permanent containers. In positive breeding sites that were
shaded were Ae. aegypti and Ae. albopictus and positive breeding sites in sunny,
collected only Ae. fluviatilis. The Ae. aegypti breeding sites were always collected in the
containers that contained Ae. albopictus and always outnumbered. The presence of
water containers in the positive presence of containers with larvae had a close
relationship with the highest accumulated rainfall in the week preceding the surveys.
The best way to prevent larvae development is avoiding the accumulation of water
therefore is necessary a rigorous inspection and care with the containers from the
cemetery Campo Grande in relating to the preventing of water.accumulation .

Keyword: Cemetery, Breeding, Aedes aegypti, Aedes albopictus, Aedes fluviatilis.


vii

SUMÁRIO

Página

1. INTRODUÇÃO.....................................................................................................01
1.1. Ordem Diptera................................................................................................01
1.2. Aedes aegypti.................................................................................................05
1.3. Aedes albopictus............................................................................................07
1.4. Aedes fluviatilis...............................................................................................08
1.5. Culex quinquefasciatus..................................................................................10
1.6. Justificativa.....................................................................................................11
2. OBJETIVOS........................................................................................................ 12
3. MATERIAL E MÉTODOS....................................................................................13
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO...........................................................................16
5. CONCLUSÃO......................................................................................................30
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................31
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................32
viii

LISTA DE FIGURAS
Páginas
1. Fêmea adulta de Aedes aegypti (detalhe do escudo)................................05
2. Fêmea adulta de Aedes albopictus (detalhe do escudo)...........................08
3. Fêmea adulta de Aedes fluviatilis..............................................................09
4. Culex quinquefasciatus (fêmea adulta)......................................................10
5. Cemitério Campo Grande..........................................................................13
6. Vaso de amianto cimentado e floreira de cimento com plantas.................18
7. Gráfico dos recipientes sem prevenção efetiva em condições de insolação
e sombreamento no Cemitério Campos Grande, São Paulo, Março a Agosto de
2010......................................................................................................................19
8. Gráfico dos recipientes não permanentes em condição de insolação e
sombreamento no Cemitério Campo Grande, São Paulo, Março a Agosto de
2010......................................................................................................................20
9. Gráfico dos recipientes observados nas inspeções (visitas a cada 7 dias)
com água mais de uma vez no Cemitério Campo Grande, São Paulo, Março a
Agosto de 2010....................................................................................................21
10. Gráfico das larvas de Culicidae coletadas no Cemitério Campo Grande,
São Paulo, Março a Agosto de 2010...................................................................22
11. Imagem do Google Earth com os locais positivos para o desenvolvimento
de larvas..............................................................................................................22
12. Gráfico da pluviosidade acumulada na região de Santo Amaro e total de
larvas na região estudada do Cemitério Campo Grande, São Paulo, Março a
Agosto de 2010...................................................................................................25
13. Gráfico da pluviosidade acumulada no mês de março, na região de Santo
Amaro, São Paulo, 2010.....................................................................................26
14. Gráfico da pluviosidade acumulada no mês de abril, na região de Santo
Amaro, São Paulo, 2010.....................................................................................26
15. Gráfico da pluviosidade acumulada no mês de maio, na região de Santo
Amaro, São Paulo, 2010.....................................................................................27
ix

16. Gráfico da pluviosidade acumulada no mês de junho, na região de Santo


Amaro, São Paulo, 2010...................................................................................27
17. Gráfico da pluviosidade acumulada no mês de julho, na região de Santo
Amaro, São Paulo, 2010...................................................................................28
18. Gráfico da pluviosidade acumulada no mês de agosto, na região de Santo
Amaro, São Paulo, 2010...................................................................................28
x

LISTA DE TABELAS

Páginas

1. Distribuição dos recipientes permanentes por forma e material no


cemitério de Campo Grande, São Paulo, Março a Agosto de 2010. (n= total de
recipientes com água, N= total de recipientes, n/N=razão).................................16
2. Relação das medidas preventivas observadas em potenciais criadouros no
Cemitério de Campo Grande, São Paulo, SP, Março a Agosto de 2010.............17
3. Distribuição dos recipientes não permanentes que acumularam água por
forma e material no cemitério Campo Grande, São Paulo, Março a Agosto de
2010..................................................................................................................... 19
4. Recipientes que se tornaram criadouro, com a data, local, quantidade de
água e a relação de espécies encontradas, no cemitério Campo Grande, São
Paulo, de Março a Agosto de 2010...................................................................23
1

1. Introdução

Os mosquitos têm sido considerados incômodos à população humana


devido às suas picadas há muito tempo, entanto, após o século XIX, descobriu-
se que estes insetos também eram responsáveis pela transmissão de algumas
doenças. Com isso os estudos sobre sua biologia e sistemática passaram a ser
realizados de modo mais aprofundado (CONSOLI & LOURENÇO-DE-
OLIVEIRA, 1998).
Segundo Capinera (2008), a água é a chave para a abundância dos
mosquitos, por isso, qualquer local que acumule água pode estar suscetível ao
desenvolvimento dos mesmos. Um local importante para o desenvolvimento de
mosquitos são os cemitérios, que proporcionam condições para a criação das
larvas, sendo um foco de proliferação de vetores, principalmente se estes se
localizarem em regiões com grande circulação de pessoas em torno
(USHIZIMA, 2005).
Barrera Rodriguez et al. (1982), levantaram a importância da construção
de cemitérios sem a presença de vasos e nos já existentes usar sal nos vasos
de flores permanentes, aplicar ocasionalmente inseticidas e cobrir os vasos de
flores com areia para que os cemitérios não tenham condições para o
desenvolvimento de larvas de mosquito.
A vegetação existente e os vasos de cemitério permitem a proliferação
de mosquitos, sendo o principal fator para a manutenção de criadouros
(VEZZANI et. al, 2001). É necessário fazer uma prevenção eficiente nos
cemitérios, ou em qualquer local, para impedir o desenvolvimento destes
insetos e para isso é importante conhecer a sua biologia (VEZZANI, 2007).

1.1. Ordem Diptera

Os mosquitos pertencem a ordem Diptera, que tem como característica


principal, asas anteriores funcionais e posteriores modificadas em órgãos de
equilíbrio, denominados halteres. Há poucas espécies sem asas e nesse caso
são reconhecidas devido às suas peças bucais e caracteres do tórax. São
2

insetos holometábolos, que incluem os mosquitos, mutucas, moscas e


borrachudos. Os adultos podem ser vetores de doenças e as larvas, em geral
ápodas, podem infestar verduras e animais domésticos, ou viverem em
ambiente aquático (BARNES & RUPPERT, 1996; BUZZI, 1985).
Dentro da ordem Diptera, a subordem Nematocera, tem como principais
características, antenas longas multisegmentadas (CAPINERA, 2008) com
flagelômeros aproximadamente equivalentes, palpos maxilares com três a
cinco palpômeros, larvas com cabeças individualizadas e pupas geralmente
livres. Nesta subordem está a família Culicidae, à qual pertencem os mosquitos
(FORATTINI, 1996).
Esses insetos são cosmopolitas, deixando de habitar apenas a região
Antártica, sendo encontrados nas tundras do Ártico, nas florestas boreais,
desertos, florestas tropicais, em zonas de marés, em salinas, em montanhas
altas e planícies (MULLEN et al., 2009).
Em seu ciclo biológico, os mosquitos desenvolvem-se em diversas
coleções hídricas, participando da comunidade ali existente, ocupando nichos
ecológicos próprios, retirando o oxigênio diretamente do ar e da água. Podem
ser encontrados desde uma coleção líquida produzida pela precipitação pluvial
até a que apresenta teor de salinidade em grau considerável (FORATTINI,
1996; FORATTINI, 2002).
No que se refere às coleções de água doce, todo tipo é potencialmente
utilizável como habitat de formas imaturas de Culicídeos. Se algumas fêmeas
selecionam poças ou latrinas com águas servidas, outras preferem grandes
massas líquidas, como lagos e rios. Existem muitos tipos de especialização,
como pantanais, águas salobras, buracos em árvore, axilas de plantas,
conchas vazias de moluscos, entre outros. Todavia, o nível de especialização
de uma determinada espécie, não exclui a capacidade de ocupação de outros
habitats (FORATTINI, 2002).
A fase adulta do mosquito é destinada à reprodução e dispersão da
espécie, onde as fêmeas desenvolveram o hábito da hematofagia, implicando
em um ou mais repastos sanguíneos necessários para a conclusão do ciclo
gonotrófico, isto é, o amadurecimento dos ovos e subsequente postura
(FORATTINI, 1996). Tanto os machos como as fêmeas se alimentam de néctar
3

(CAPINERA, 2008).
Os ovos são elípticos ou ovóides (FORATTINI, 1996), podem ser
resistentes à dessecação, como ocorre na tribo Aedini, ou não, como ocorre
nos mosquitos dos gêneros Culex, Anopheles, Culiseta e Toxorhynchites
(MULLEN et al. 2009). Os mosquitos têm dois modos distintos de oviposição,
podendo ser de forma isolada ou aglomerada, que se postos flutuando no meio
aquático, denomina-se jangada. Também podem ser observadas posturas nas
quais as massas de ovos são fixadas a certos substratos como folhas de
plantas aquáticas, isso ocorrendo com representantes da tribo Mansoniini
(FORATTINI, 2002).
As larvas são aquáticas, livres e metapneústicas, com a cabeça dotada
de antenas e partes bucais desenvolvidas, bem como tórax e abdome distintos
(FORATTINI, 1996). Podem ser filtradoras, filtrando matéria orgânica presente
no meio aquático, podem triturar ou morder substâncias submersas, raspar
superfícies de objetos ou ser predadoras (FORATTINI, 2002; CAPINERA,
2008), como no gênero Toxorhynchites, um mosquito promissor para controle
biológico de mosquitos pragas e vetores (MULLEN et al., 2009).
As partículas alimentares das larvas são classificadas como grande
(1mm), fina (1mm a 50 µm) e ultrafina (50 µm a 0,5 µm). As partículas ultrafinas
são as mais passives de serem ingeridas, principalmente pelas larvas
filtradoras, que não discriminam o que ingerem. Este aspecto é importante para
uma aplicação prática de controle com larvicidas, que quando aplicados sob a
forma de pó espalhado na superfície líquida, pela falta de seletividade, são
ingeridas por estas larvas, exercendo sua ação letal (FORATTINI, 2002).
Segundo Consoli & Lourenço-de-Oliveira (1998), há fatores que podem
influenciar no desenvolvimento das larvas, como temperatura, luz, salinidade,
poluentes orgânicos e inorgânicos, movimentos da água, relações com a
vegetação aquática, produtos químicos derivados de plantas e relações com
animais. As diferentes relações das larvas com o ambiente fazem com que
estas tenham uma riqueza de características que são muito utilizadas na
taxonomia (MULLEN et al., 2009).
A pupa possui segmento abdominal móvel, permanecendo abaixo da
linha de superfície da água e não se alimentando (WALKER, 1994). No estágio
4

pupal, a cabeça e o tórax estão unidos formando o cefalotórax. Tanto as larvas


como as pupas possuem apenas um par de espiráculos (FORATTINI, 1996).
Nos adultos, há presença de escamas nas veias alares, os ocelos são
ausentes e o clípeo é desenvolvido. As pernas são longas e as tíbias são
desprovidas de espinhos distais. O pronoto é dividido em dois lobos, simétricos
em relação à linha mediana, diferentemente do mesonoto, em cujo escudo está
ausente a sutura transversal (FORATTINI, 1996). O abdome possui 10
segmentos, porém os segmentos visíveis são do primeiro ao sétimo ou oitavo
(SERVICE, 2008).
São insetos relativamente pequenos, usualmente de 3-6 mm de
comprimento, com espécies medindo 2mm e outras de até 19mm (SERVICE,
2008). O macho possui um par de antenas plumosas, diferentemente da
fêmea, que possui um par de antenas com pequenas cerdas (WALL &
SHEARER, 1997). De uma maneira geral o tamanho dos machos é inferior ao
da fêmea. A genitália masculina é muito utilizada para identificação dos
mosquitos, que muitas vezes não podem ser separados por espécie apenas
com a fêmea (FORATTINI, 1996).
A picada da fêmea do mosquito, além do incômodo, pode causar
reações de hipersensibilidade (WALL & SHEARER, 1997) e transmitir doenças
quando se trata de um mosquito vetor, como malária, dengue, filariose e febre
amarela, além de outras arboviroses. A malária é a doença mais impactante
causada por insetos no mundo, e é transmitida por mosquitos do gênero
Anopheles, porém, no caso da cidade de São Paulo, não é comum na área
urbana. As espécies mais comuns na área urbana são o Culex
quinquefasciatus, que além de causar incômodo pode transmitir arboviroses
que causam encefalites, o Aedes aegypti, transmissor da febre amarela e
dengue, o Aedes albopictus, cuja capacidade de transmitir em laboratório
dengue e febre amarela e o Aedes fluviatilis, vetor suspeito de arboviroses ao
homem. (GULLAN & CRANSTON, 2005; FORATTINI, 2002; NATAL et. al,
1997).
5

1.2. Aedes aegypti

O mosquito Ae. aegypti pertence ao subgênero Stegomyia,


originalmente do Velho Mundo, da região etiópica. Esta espécie inicialmente
era tida como criadas tipicamente em buracos de árvore, porém, adaptou-se
eficientemente aos criadouros artificiais, tornando-se espécie tipicamente
urbana (CONSOLI & LOURENÇO-DE-OLIVEIRA, 1998; FORATTINI, 2002).
Os exemplares de Ae. aegypti são escuros, com um desenho típico
formado por escamas prateadas no escudo em forma de lira (Figura 1). Os
palpos maxilares das fêmeas apresentam conjuntos de elementos claros e o
clípeo possui dois tufos de escamas prateadas. O tórax é recoberto de
escamas escuras e claras e as pernas são de aspecto listrado (FORATTINI,
2002).

Foto: F. J. Zorzenon & J. Justi Júnior, 2006.

Figura 1 – Fêmea adulta de Aedes aegypti (detalhe do escudo)

O hábito hematófago das fêmeas ocorre principalmente nos horários


diurnos, tendo os picos de atividade ao amanhecer e pouco antes do
crepúsculo vespertino. Raramente é encontrada a noite, porém, pode atacar o
homem quando aproxima-se de seu abrigo. Os machos acompanham as
fêmeas no seu hábito diurno, seguindo-as em seus abrigos domiciliares e
peridomiciliares, para efetuarem a cópula e obter substâncias açucaradas
6

(CONSOLI & LOURENÇO-DE-OLIVEIRA, 1998).


As fêmeas colocam em média 120 ovos, sendo que o estímulo para as
fêmeas realizarem as posturas depende do volume de sangue ingerido. Os
ovos são resistentes à dessecação por vários meses, permitindo que a fêmea
coloque os ovos nas paredes úmidas dos recipientes, acima da superfície
líquida (ZORZENON & JUSTI JUNIOR, 2006).
Estes mosquitos buscam criadouros preferencialmente com água limpa
e sombreados, sendo comum encontrá-los em criadouros artificiais, podendo
ser os abandonados pelo homem, como pneus, latas, vidros, cacos de garrafa,
pratos e vasos de cemitério, ou podendo ser os criadouros a céu aberto, como
caixas d’água, ralos, calhas, tonéis, latões e cisternas destampadas ou mal
tapadas e até lagos artificiais, piscinas e aquários abandonados (LOPES et al.,
1993; FORATTINI, 2002).
Além do incômodo causado, Ae. aegypti é o vetor da febre amarela
urbana e dengue (ZORZENON & JUSTI JUNIOR, 2006). A dengue é a principal
arbovirose que afeta o ser humano e constitui sério problema de saúde pública
no mundo. A fonte de infecção e reservatório vertebrado é o ser humano. Na
Ásia e África foi encontrado um ciclo selvagem envolvendo macacos
(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2005).
O comportamento social tem impacto direto com a sua ocorrência, tanto
direta como indiretamente, principalmente permitindo o desenvolvimento de
seu vetor em diversas situações. A aglomeração humana, aumento
populacional descontrolado, acúmulo de lixo, população desinformada ou
desmotivada, rede irregular ou inexistente de abastecimento de água faz surgir
uma grande quantidade de recipientes artificiais expostos, permitindo o
desenvolvimento de seu vetor (FORATTINI, 2002).
A transmissão se faz pela picada do Ae. aegypti, que após um repasto
de sangue infectado, está apto a transmitir o vírus depois de 8 a 12 dias de
incubação. A transmissão mecânica também é possível, quando o repasto é
interrompido e o mosquito, imediatamente, se alimenta de um hospedeiro
suscetível próximo. Não há transmissão por contato direto de um doente ou de
suas secreções com pessoa sadia, nem por intermédio de água ou alimento
(MINISTÉRIO DA SAUDE, 2005).
7

A Febre Amarela urbana, diferentemente da silvestre, encontra-se


estreitamente associada à existência de Ae. aegypti. É uma doença mais
controlada em comparação com a dengue, pela presença da vacina, porém a
melhor maneira de prevenir a doença em área urbana é prevenindo o
desenvolvimento do mosquito transmissor (FORATTINI, 2002).
Não é transmitida de pessoa para pessoa e seu período de incubação é
de três a seis dias após a picada do mosquito infectado. A viremia dura no
máximo sete dias e uma vez infectado, o mosquito pode transmitir o vírus
amarílico por toda sua vida (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2005).

1.3. Aedes albopictus

Também conhecido como “tigre asiático”, esta espécie tem como


distribuição original regiões biogeográficas como a oriental, a australásica, a
oceaniana e a paleártica. Graças ao transporte passivo de ovos resistentes à
dessecação e mesmo de formas imaturas nos invólucros usados de pneus,
esta espécie expandiu-se, atingindo na atualidade, os Continentes Norte e Sul-
americano, além da África, da Europa meridional e algumas ilhas do Oceano
Pacífico (FORATTINI, 2002).
O continente americano foi invadido recentemente, chegando ao sul dos
Estados Unidos em meados de 1985. Na Flórida, a descoberta inicial desta
espécie foi em cemitérios (O’MEARA, et al. 1992 a). No Brasil foi registrado seu
aparecimento em 1986, em Minas Gerais e no Rio de Janeiro, invadindo
progressivamente outros estados vizinhos, como Espírito Santo e São Paulo.
Sua entrada no Brasil deve ter sido através de portos no Espírito Santo, se
interiorizando via estrada de ferro, no Vale do Rio Doce (CONSOLI &
LOURENÇO-DE-OLIVEIRA, 1998).
Na Ásia essa espécie é a vetora de manutenção da dengue, mas até o
momento nas Américas não foi constatada sua relação com a transmissão do
vírus (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2005). Em laboratório, foi observado que o Ae.
albopictus pode se infectar com cerca de 23 arbovírus, onde está incluso os
vírus da dengue e febre amarela (MOORE & MITCHELL,1997).
8

Esse mosquito é semelhante ao Ae. Aegypti, porém uma característica


principal o diferencia da outra espécie, uma linha contínua no escudo (Figura
2), formada por escamas prateadas, ao invés do desenho em formato de lira
(FORATTINI,2002).

Foto: F. J. Zorzenon & J. Justi Júnior, 2006.

Figura 2 – Fêmea adulta de Aedes albopictus (detalhe do escudo).

Como este mosquito tem facilidade de frequentar ambientes silvestres,


rurais e urbanos, se for provada sua capacidade vetorial eficaz para a
transmissão da febre amarela silvestre, será um problema grave, pois trará
para perto da população uma doença que antes estava isolada (DA SILVA et
al., 2006).

1.4. Aedes fluviatilis

Ae. fluviatilis (Figura 3) pertence ao subgênero Ochlerotatus, o maior da


região Neotropical (CONSOLI & LOURENÇO-DE-OLIVEIRA, 1998). São
mosquitos cujo escudo é ornamentado com escamas estreitas de mais de uma
tonalidade, possuindo linhas ou manchas e apresentando grupos de escamas,
geralmente claras, nas pleuras. Atacam de dia e a noite, com a atividade
aumentada no crepúsculo vespertino. As fêmeas adultas são bastante ativas e
9

no ambiente natural florestado, tal atividade parece se exercer


preferencialmente na proximidade do solo (FORATTINI, 2002).

Figura 3 – Fêmea adulta de Aedes fluviatilis (Foto: Urbinatti, P.)

Os adultos apresentam a probóscide escura e a antena feminina é


dotada de escamas douradas no toro e no primeiro flagelômero. As feições das
formas adultas das fêmeas são extremamente variáveis em relação a
coloração das escamas da parte anterior do escudo e dos tergitos do abdome.
O significado de tais variações constitui questão ainda esperando por resposta
(FORATTINI, 2002).
Este mosquito tem a capacidade de se infectar em laboratório com o
Plasmodium gallinaceum (protozoário causador de malária em galinhas), o
vírus da febre amarela e Dirofilaria immitis. Tem o hábito de frequentar o
ambiente peridomiciliar, sendo encontrado em criadouros artificiais. É
encontrado em ambiente silvestre, semi-silvestre, suburbanos e urbanos,
criando-se quando em ambiente silvestre principalmente em escavações em
rochas que acumulam água das chuvas. Os ovos não são resistentes à
dessecação, resistindo no máximo 30 dias em condições de laboratório. É um
mosquito capaz de sugar mamíferos, aves e répteis, mostrando preferência
pelo ser humano em condições experimentais (CONSOLI & LOURENÇO-DE-
OLIVEIRA, 1998).
Essa espécie é encontrada nas Américas Central e do Sul, parecendo
porém ser predominantemente sul-americana. Estende-se desde o sul do
10

México até o norte da Argentina e a região meridional do Brasil, a leste da


Cordilheira dos Andes (FORATTINI, 2002).

1.5. Culex quinquefasciatus

Cx. quinquefasciatus pertence ao subgênero Culex, que no geral é de


porte médio, com a coloração amarronzada, sem brilho metálico e com as asas
predominantemente escuras (figura 4) (LANE, 1953). Os machos têm sempre
antenas fortemente plumosas e palpos maiores que a probóscide (CONSOLI &
LORENÇO-DE-OLIVEIRA, 1998). No abdome, os tergitos são inteiramente
escuros, ou têm faixas basais claras, além de manchas basolaterais dessa
tonalidade. Na larva a cabeça é mais larga do que longa, a antena é curta e o
sifão respiratório é longo. São essencialmente noturnos e seus criadouros são
muito diversificados (FORATTINI, 2002).

Foto: F. J. Zorzenon e J. Justi Júnior, 2006.

Figura 4 - Culex quinquefasciatus (fêmea adulta).

Os ovos de Cx. quinquefasciatus são depositados diretamente sobre a


água dos criadouros, em “jangadas”, não resistentes à dessecação. Na região
Neotropical o desenvolvimento larval ocorre no ano todo. O ciclo de ovo até
adulto varia de 10 a 46 dias no verão (ZORZENON & JUSTI JUNIOR, 2006).
Esta espécie é cosmopolita, ocorrendo principalmente nos trópicos,
11

sendo conhecido como mosquito doméstico tropical e considerada praga nas


regiões mais quentes que habita. É encontrado em maior quantidade nos
aglomerados urbanos, tornando-se raro à medida que as habitações vão se
afastando umas das outras. É o mosquito mais conhecido pelos habitantes,
pois ataca exatamente no horário destinado ao repouso, após a jornada de
trabalho ou estudo (CONSOLI & LOURENÇO-DE-OLIVEIRA, 1998).
Em seu trabalho, Silva & Lozovei (1996), observaram que em locais
sombreados há um desenvolvimento maior destes mosquitos. Estes culicídeos
também preferem criadouros ricos em matéria orgânica, que existem bastante
na área urbana, muitos por causa das modificações antrópicas, favorecendo
assim sua proliferação (SILVÉRIO et. al., 2007).
No Brasil, Cx. quinquefasciatus é o principal vetor da filariose
bancroftiana. O homem é o único hospedeiro definitivo da Wuchereria bancrofti,
e a noite é o período de aumento da microfilaremia periférica. Devido a este
culicídeo ter hábito noturno e preferência pelo sangue humano, ele é o mais
eficaz transmissor desta doença (CONSOLI & LOURENÇO-DE-OLIVEIRA,
1998).
Este mosquito também é um potencial transmissor da Febre do Nilo
Ocidental. O vírus desta doença tem como principal reservatório e amplificador
as aves, porém pode infectar humanos, alguns outros mamíferos e répteis.
Além da picada do mosquito, raramente a transmissão pode ocorrer através de
transfusão sanguínea, transplante de órgãos e aleitamento materno.
(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2005).

1.6. Justificativa

Os cemitérios em geral, têm características que possibilitam a criação de


mosquitos, que podem ter importância médica como vetores de doenças, bem
como por serem pragas urbanas que causam incômodo a população. Por isso,
é importante fazer um levantamento larvário dos Culicídeos em potenciais
criadouros e analisar as medidas preventivas adotadas para o desenvolvimento
destes mosquitos pelas suas administrações para impedir sua proliferação.
12

2. Objetivos

- Identificar as espécies de mosquitos presentes na área estudada do


cemitério Campo Grande (Bairro Campo Grande, São Paulo, SP).
- Descrever as variáveis físico-químicas e do ambiente relacionadas aos
criadouros.
- Analisar as medidas preventivas adotadas pelo cemitério, quanto ao
acúmulo de água.
13

3. Material e Métodos

O levantamento de imaturos de espécies de mosquitos foi realizado na


cidade de São Paulo, no Cemitério Campo Grande (figura 5) (Bairro Campo
Grande, São Paulo, SP), através de coletas semanais, entre 24/03/2010 a
25/08/2010, totalizando 23 coletas.
O cemitério Campo Grande foi fundado em 1953, possui 138.912 m²
(SINCEP, 2010), constituído de túmulos com esculturas, vasos, floreiras,
pequenos mausoléus, um espaço com jazigos diretamente no solo e ossários.
Em torno há casas, condomínios de prédios, colégios, pequenos
estabelecimentos e um terreno com um grande espaço aberto. Tanto no
cemitério como na região em torno há presença de árvores, concentradas
principalmente perto da administração do cemitério

Foto: Oliveira, C.C.

Figura 5 - Cemitério Campo Grande

A amostragem do cemitério abrangeu 6 quadras e 1590 túmulos. As


quadras situam-se ao lado da quadra geral, onde permanecem os jazigos não
permanentes, tendo uma grande circulação de pessoas. No lado oposto as
quadras estudadas, observam-se túmulos com características semelhantes aos
analisados. A administração situa-se na parte superior da região estudada e no
14

lado oposto há a Avenida Nossa Senhora do Sabará.


Procurou-se considerar na amostragem dos criadouros de modo a evitar
a interferência de fatores no resultado os seguintes pontos:
- insolação e sombreamento.
- pH
- Temperatura da água
- Umidade relativa do ar.
- Pluviosidade acumulada e temperatura diária da região de Santo
Amaro de Março a Agosto de 2010, obtidos pelo Centro de Gerenciamento de
Emergências do Município de São Paulo (CGE).
Foram observadas as medidas preventivas utilizadas pela administração
do cemitério em relação à prevenção da existência de criadouros, na forma da
busca de larvas em potenciais criadouros durante o monitoramento,
comparando as medidas tomadas e a eficiência delas no cemitério.
Para a coleta de larvas, utilizaram-se pipetas plásticas e frascos com
álcool 70% (para fixação de larvas) e vazios para o acondicionamento de larvas
vivas para a criação em laboratório, vasilhas de plástico para a deposição da
água examinada e um Becker para a medição aproximada da quantidade de
água nos recipientes.
Toda a água coletada dos recipientes para o estudo foi posteriormente
recolocada, para não influenciar nos resultados da avaliação das medidas
preventivas. Também foi analisada a quantidade aproximada de água contida
nos recipientes (em mL) e a quantidade de larvas presentes em cada um deles.
As larvas coletadas foram armazenadas em frascos com álcool 70% e
marcadas com a característica do criadouro, local específico e data em que
foram coletadas.
No laboratório de Entomologia Médica da SUCEN, São Paulo, SP, foi
feita a identificação das larvas coletadas. Para a identificação, as larvas foram
diafanizadas, deixando-as em KOH por 24 horas para clarificar, sendo depois
desidratadas em álcool 20%, 70%, 80%, 90% e 100%, ficando 10 minutos em
cada solução e posteriormente deixadas 10 minutos em Eugenol. Após estes
procedimentos, foram fixadas em lâmina com bálsamo do Canadá.
Algumas larvas foram mantidas vivas em água declorificada, após a
15

coleta, onde cada uma foi isolada em frasco de vidro de 2,5cm de diâmetro por
4cm de profundidade, devidamente identificado, alimentadas com ração
comercial para peixes ornamentais. As exúvias larvais, os adultos e no caso de
machos, também as genitálias, foram conservadas para posterior identificação.
Utilizou-se a chave de Forattini (2002), para a identificação das
espécies.
As espécies coletadas foram armazenadas no banco de dados Specify
6, na coleção de Culicídeos do Laboratório de Entomologia Médica da SUCEN.
Os mosquitos foram comparados quanto à riqueza e abundância nos
diferentes criadouros do cemitério estudado pela contagem do número de
espécies.
16

4. Resultados e Discussão

Dos 1590 túmulos observados, 634 continham um ou mais recipientes


permanentes, totalizando 1052 recipientes, onde 64 deles apresentaram
acúmulo de água pelo menos uma vez. Dos recipientes não permanentes, 51
apresentaram acúmulo de água. Os recipientes permanentes encontrados
foram vasos e floreiras dos seguintes materiais: amianto, cimento, granito,
mármore; vaso de latão, floreira de uma rocha não identificada e suporte de
amianto para encaixe do vaso de amianto. Os recipientes não permanentes
encontrados no cemitério foram copos e garrafas plásticas, vasos de flores de
plástico, copos de vidro, vasilhames de barro, sacos plásticos com flores e
prato de porcelana.
O tamanho e profundidade dos recipientes não foi algo relevante para
ser considerado na análise do acúmulo de água, pois estes estavam
submetidos com preenchimento de terra, areia, pedriscos, plantas ou cimento,
em diferentes quantidades, variando assim a capacidade do acúmulo, por isso
não foram considerados.

Tabela 1- Distribuição dos recipientes permanentes por forma e material no


cemitério de Campo Grande, São Paulo, Março a Agosto de 2010. (n= total de
recipientes com água, N= total de recipientes, n/N=razão).
Forma Material N n n/N
vaso Amianto 198 22 11,1%
Barro 3 - -
Cimento 38 2 5,2%
Granito 28 - -
Latão 1 - -
Mármore 15 4 26,6%
suporte Amianto 33 6 18,9%
floreira Amianto 30 1 3,3%
Cimento 371 18 4,8%
Granito 299 4 1,3%
Mármore 23 7 30,4%
rocha não-identificada 13 - -
Total 1052 64 6,1%
17

Dos recipientes permanentes que acumularam água, observando a


razão dos que acumularam pelo total, separados por tipos de recipientes
permanentes (Tabela 1), pode-se perceber que houve alguns que não
acumularam água e outros que mesmo com acúmulo, como eram em pequena
quantidade, não puderam ser considerados para análise da eficiência deles
como criadouro. Os recipientes que estavam em maior quantidade, como o
vaso de amianto, floreira de cimento e floreira de granito, obtiveram uma
porcentagem baixa, mostrando que mesmo tendo acúmulo, estes recipientes
não foram criadouros com um grande potencial.
Do total de recipientes permanentes, 504 não tinham condições de
acumular água devido ao fato de alguns estarem quebrados e outros com
medidas que impediram o acúmulo (Tabela 2). As medidas foram cimentar os
recipientes, plantar (figura 6) ou colocar terra até a boca do recipiente ou
completá-los com pedriscos. Apesar de não ter sido uma medida preventiva,
havia 37 floreiras que estavam quebradas, fazendo assim com que não se
tornassem um criadouro.

Tabela 2 - Relação das medidas preventivas observadas em potenciais


criadouros no Cemitério de Campo Grande, São Paulo, SP, março a agosto de 2010.
Medida preventiva vasos % floreiras %
Cimentado 16 11,5 85 25,9

Totalmente plantado 99 71,2 181 55,2

Totalmente com terra 23 16,5 59 18

Totalmente com pedriscos 1 0,8 3 0,9

Total 139 100 328 100


18

Foto: Oliveira, C.C.

Figura 6 - Vaso de amianto cimentado e floreira de cimento com plantas

De acordo com O’Meara et al. (1992b), uma medida utilizada nos


cemitérios, que impede o desenvolvimento das larvas de mosquito, são forros
de cobre. Em trabalho realizado em cemitérios da Flórida e em laboratório,
observou-se que as larvas de Ae. aegypti não conseguiam se desenvolver e as
poucas que não morreram logo no início, também não passaram do 4° estádio.
Nos recipientes não permanentes, não foi contabilizado o total, apenas
os que continham água, devido ao grande manejo que há destes (Tabela 3). O
local que acumulou mais água foi o plástico que envolve os vasos com flores,
tanto no local entre o vaso e o plástico, como também formavam-se pequenas
poças nas dobras destes plásticos.
19

Tabela 3 – Distribuição dos recipientes não permanentes que acumularam água por
forma e material no cemitério Campo Grande, São Paulo, Março a Agosto de 2010.
Forma Material Quantidade %
Vasilhame barro 4 7,8
Vaso plástico escuro 2 3,9
plástico retangular 1 2
plástico transparente 1 2
Envoltório do
vaso plástico transparente 24 47
Copo vidro 2 3,9
plástico de 50 mL branco 2 3,9
plástico de 310 mL
transparente 2 3,9
plástico de 200 mL branco 5 9,8
Garrafa plástica de 500 mL
transparente 4 7,8
Saco plástico 3 6
Prato porcelana 1 2
Total 51 100

Em relação a condições de insolação e sombreamento nos recipientes


permanentes que não tinham prevenção efetiva para o acúmulo de água, os
locais insolados foram ligeiramente mais representados do que os sombreados
(Figura 7).

Figura 7 – Recipientes sem prevenção efetiva em condições de


insolação e sombreamento no Cemitério Campos Grande, São Paulo, Março a
Agosto de 2010.
20

Nos recipientes não permanentes com acúmulo de água, houve mais


recipientes com acúmulo em locais insolados do que em sombreados (Figura
8).

Figura 8 – Recipientes não permanentes em condição de insolação e


sombreamento no Cemitério Campo Grande, São Paulo, Março a Agosto de
2010.

Em relação a recipientes onde foi encontrado acúmulo de água em mais


de um dia de coleta, ocorreu repetição em alguns deles permanentes e em
alguns não permanentes. Os locais com pouca repetição de acúmulo de água
foram em maior quantidade, decaindo conforme o aumento dos dias repetidos
(Figura 9).
21

Figura 9 - Recipientes observados nas inspeções (visitas a cada 7 dias) com


água mais de uma vez no Cemitério Campo Grande, São Paulo, Março a Agosto de
2010.

Foram coletadas 167 larvas durante todo o período, sendo de três


espécies: Ae. aegypti (12%), Ae. albopictus (54,5%) e Ae. fluviatilis (33,5%)
(Figura 10). Todas as larvas foram coletadas em recipientes permanentes.
Segundo Natal et al (1997), as espécies de Culicídeos de ocorrência em
cemitérios que têm registro na literatura de valor epidemiológico são Cx.
quinquefasciatus, Ae. aegypti, Ae. albopictus e Ae. fluviatilis, o que corrobora
com as larvas de culicídeos encontradas no cemitério Campo Grande, com
exclusão apenas de Cx. quinquefasciatus.
22

Figura 10 – Larvas de Culicidae coletadas no Cemitério Campo Grande,


São Paulo, Março a Agosto de 2010.

Nos criadouros positivos que estavam em locais sombreados foram


coletadas larvas de Ae. aegypti e Ae. albopictus. Enquanto que nos criadouros
positivos em locais insolados, coletaram-se apenas larvas de Ae. fluviatilis
(Figura 11).

Figura 11 - Imagem do Google Earth com os locais positivos para o


desenvolvimento de larvas. Q= Quadra/ T= Túmulo
23

Lopes et. al (1993), em levantamento feito da região sul do Brasil,


observou a predominância de Ae. fluviatilis em vasos de cemitério que estavam
sob uma alta incidência de luz solar e explica que isso deve-se ao fato destes
mosquitos se reproduzirem primariamente em depressões de rochas
ensolaradas. Honório & Lourenço-de-Oliveira (2001) observaram também a
preferência na oviposição em locais sombreados por Ae. albopictus.
Não houve variação do pH nos criadouros positivos, estando sempre em
torno de 7. No vaso de amianto da quadra 22, túmulo 175, foram encontradas
larvas em três dias diferentes de, mostrando a importância da adoção de
medidas preventivas relacionadas a coleta evitar o acúmulo de água no
cemitério para o desenvolvimento de larvas. O mesmo ocorreu na floreira de
amianto da quadra 26, túmulo 209, em que foram encontradas larvas em dois
dias diferentes de coleta.
No caso da quantidade de água acumulada nos criadouros positivos,
quantidade mínima foi de 300mL e a máxima foi de 1400mL

Tabela 4 – Recipientes que se tornaram criadouro, com a data, local,


quantidade de água e a relação de espécies encontradas, no cemitério Campo
Grande, São Paulo, de março a agosto de 2010.
Tipo de criadouro Data Quadra Túmulo Água (mL) Espécie / Quantidade
Vaso de amianto 31/3 18 130 300 Ae. albopictus - 30
Vaso de amianto 31/3 22 175 1200 Ae. fluviatilis - 47
Floreira de cimento 7/4 22 44 375 Ae. albopictus - 12 / Ae. aegypti - 2
Vaso de amianto 7/4 10 123 1400 Ae. fluviatilis - 1
Vaso de amianto 14/4 22 175 1000 Ae. fluviatilis - 6
Floreira de amianto 12/5 26 209 300 Ae. aegypti - 11 / Ae. albopictus- 30
Vaso de amianto 19/5 22 175 400 Ae. fluviatilis - 2
Floreira de amianto 19/5 26 209 500 Ae. aegypti - 7 / Ae. albopictus - 19

Os Ae. aegypti coletados sempre estavam presentes em criadouros que


continham Ae. albopictus e sempre estavam em menor número (Tabela 4).
Segundo Honório & Lourenço-de-Oliveira (2001), em trabalho com Ae. aegypti
e Ae. albopictus em armadilhas, Ae. albopictus também predominou sobre Ae.
aegypti nos criadouros analisados. Segundo Barrera Rodriguez et al. (1982), as
larvas de Ae. aegypti podem permanecer em criadouros em que existam outras
espécies de mosquitos, gerando interações que podem envolver competição.
No levantamento feito em cemitérios da Flórida, por O’Meara et al.
(1992a), Ae. albopictus, quando encontrado, se apresentou em maior número
24

comparado com Ae. aegypti, mostrando a ocupação desta espécie, que talvez
tenha aumentado pelo declínio da outra, ou ela mesma de alguma forma
provocou este declínio.
A positividade de criadouros com presença de larvas teve uma estreita
relação com a pluviosidade acumulada na semana que antecedeu as coletas,
onde a alta incidência de chuva foi um fator essencial. Mesmo nos feriados do
dia das mães e dos pais, a chuva continuou sendo o principal fator para
manutenção de criadouros. Na semana após o dia das mães, que choveu,
houve positividade e muitos criadouros sem larvas, mas com condições ideais
para seu desenvolvimento, enquanto que na semana após o dia dos pais, foi
um período seco, onde apesar de existirem muitos vasos com flores, houve
poucos focos com água e condições para o desenvolvimento de larvas.
Barrera Rodriguez et al. (1982), observaram no cemitério de Caracas,
que o feriado do dia das mães intensificou a quantidade de criadouros, devido
a maior visitação e presença de vasos e O’Meara et al. (1992a) observaram
que os vasos com flores frescas obtiveram maior positividade neste feriado em
comparação com os outros dias, em que os vasos com flores artificiais tiveram
maior importância.
Segundo Urbinatti et al. (2007), em sua coleta de Ae. albopictus no
Parque Ecológico do Tietê, os resultados positivos foram influenciados pela
pluviosidade, onde a temperatura não influenciou no processo. Os resultados
da coleta podem ter sido influenciados pelo esvaziamento do criadouro,
deixando-o seco no momento das coletas, fazendo assim uma prevenção para
o desenvolvimento de futuras larvas. Honório & Lourenço-de-Oliveira (2001),
também observaram uma maior incidência de Ae. albopictus no período de
maior pluviosidade em seu estudo com armadilhas.
25

Figura 12 – Pluviosidade acumulada na região de Santo Amaro e total de


larvas na região estudada do Cemitério Campo Grande, São Paulo, Março a
Agosto de 2010.

A pluviosidade do mês de julho foi maior que a de maio, e não foram


encontradas larvas, porém, as chuvas de julho se concentraram em apenas
uma semana, estando a maior parte do mês sem chuva. Nos meses de março,
abril e maio, que foram encontradas larvas, as chuvas estavam mais
espaçadas, não chovendo em somente uma semana do mês, mantendo os
recipientes com água por mais tempo, permitindo assim uma maior chance ao
desenvolvimento das larvas (Figura 12).
No mês de maio, também houve o feriado do dia das mães, onde
choveu neste período, fazendo com que mais criadouros estivessem
disponíveis para o desenvolvimento de larvas em comparação com o mês
anterior, mesmo tendo o mês anterior uma pluviosidade acumulada maior.
26

Figura 13 – Pluviosidade acumulada no mês de março, na região de


Santo Amaro, São Paulo, 2010.

Observa-se na figura 13, que em março a distribuição de chuvas foi


durante o mês todo, sendo encontradas 77 larvas.

Figura 14 – Pluviosidade acumulada no mês de abril, na região de Santo


Amaro, São Paulo, 2010.

No mês de abril, de acordo com a figura 14, a precipitação se


concentrou mais no início do mês, mas no final do mês anterior choveu
bastante e perto do fim de abril voltou a chover. Neste mês coletou-se 21
27

larvas.

Figura 15 – Pluviosidade acumulada no mês de maio, na região de


Santo Amaro, São Paulo, 2010.

No mês de maio a chuva foi menor do que nos dois meses anteriores,
mas não foi somente em uma semana (Figura 15) e foi o mês que ocorreu um
feriado, permitindo uma maior oferta de recipientes para acumular água. Neste
mês foram encontradas 69 larvas.

Figura 16 – Pluviosidade acumulada no mês de junho, na região de


Santo Amaro, São Paulo, 2010.
28

Como podemos observar na figura 16, no mês de junho precipitou


pouco, sendo um período predominantemente seco.

Figura 17 – Pluviosidade acumulada no mês de julho, na região de


Santo Amaro, São Paulo, 2010.

No mês de julho a chuva ocorreu em apenas uma semana (Figura 17) e


o mês anterior teve uma pluviosidade baixa, fazendo com que houvesse menos
recipientes com acúmulo de água. Neste mês não foram encontradas larvas.

Figura 18 – Pluviosidade acumulada no mês de agosto, na região de


Santo Amaro, São Paulo, 2010.
29

Como podemos observar na figura 18, o mês de agosto foi o com menor
pluviosidade, onde apesar de haver o feriado do dia dos pais, foi um período
extremamente seco, não tendo água para acumular nos recipientes
disponíveis.
Pelo fato de terem sido encontradas poucas larvas, alguns fatores que
seriam considerados para termos informações sobre preferência de oviposição
em determinados criadouros e desenvolvimento de larvas em determinados
locais não puderam ser considerados. Estes fatores são o tipo e o tamanho do
recipiente que mais permite o desenvolvimento de larvas, a preferência das
larvas por determinadas temperaturas, umidade relativa do ar e pelas
condições da água, em relação a quantidade, temperatura e pH.
30

5. Conclusão

melhor forma de prevenir o desenvolvimento de larvas é impedindo o


acúmulo de água, o que no Cemitério Campo Grande foi feito cimentando,
plantando, colocando terra, areia ou pedriscos até a parte superior do
recipiente, sem deixar espaço para o mínimo acúmulo de água.
Necessita-se de uma inspeção mais rigorosa e um cuidado maior com
os recipientes do cemitério Campo Grande em relação ao impedimento do
acúmulo de água.
Os locais insolados obtiveram um maior acúmulo de água em
comparação com os sombreados. Provavelmente se deve ao fato do local
insolado ter uma maior exposição à chuva, fazendo assim com que acumule
mais água.
As espécies Ae. aegypti, Ae. albopictus e Ae. fluviatilis são comuns em
cemitérios.
Ae. fluviatilis é mais comum de ser encontrado em locais insolados e Ae.
aegypti e Ae. albopictus são mais comuns de serem encontrados em locais
sombreados.
Mesmo que a quantidade mínima de água nos criadouros positivos
tenha sido de 300 mL e a máxima tenha sido de 1400 mL, não se pode afirmar
que em quantidades inferiores e superiores de água não haja possibilidade do
desenvolvimento larvário.
A chuva é um fator importante para a manutenção de criadouros sem
prevenção efetiva em cemitérios.
Necessitam-se de mais estudos para avaliar a preferência de oviposição
e de desenvolvimento das larvas em determinadas temperaturas e tipos de
materiais e volumes dos recipientes.
31

6. Considerações finais

Os recipientes permanentes que não acumularam água e nem tinham


uma prevenção efetiva, poderiam ter rachaduras não observadas nos
recipientes, no entanto, não deveriam estar sem medidas preventivas, já que
muitos que acumularam água estavam com condições visuais muito parecidas
com estes que não acumularam.
Em cemitérios onde a inspeção é rigorosa em relação ao acúmulo de
água e existe uma inspeção dos vasos trazidos pelas pessoas, com avisos
para os visitantes sobre como se devem trazer os recipientes e que serão
retirados se estiverem inadequados, provavelmente evite a ocorrência de
recipientes com a capacidade de se tornar um criadouro.
A região do bairro Campo Grande deve ter um trabalho realizado pelo
órgão responsável e moradores, relativamente eficiente contra o
desenvolvimento de mosquitos vetores da dengue e por este motivo pode-se
não ter encontrado uma grande quantidade de larvas nos recipientes que
estavam disponíveis como criadouros para o desenvolvimento de mosquitos.
O fato de não terem sido encontradas larvas nos recipientes não
permanentes provavelmente tenha ocorrido, devido à falta de matéria orgânica,
comparada a dos recipientes permanentes que estavam com oferta de água.
32

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