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Ministério da Saúde

Fundação Oswaldo Cruz


Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca
Departamento de Saúde e Saneamento Ambiental
Curso de Especialização em Engenharia Sanitária e Ambiental

Gestão dos
Resíduos Sólidos

Por:
Profa MSc. Valéria Borba
do Nascimento

Revisão de:
Prof. Dr Odir Clécio da
Cruz Roque

FIOCRUZ/ ENSP / DSSA


2007
Profª Valéria Borba do Nasciment o – Prof. Odir Clécio da Cruz Roque Gestão dos Resíduos Sólidos 2

Nascimento, Valéria Borba do & Roque, Odir Clécio


da Cruz.

Apostila de Gestão dos Resíduos Sólidos. 1ª ed.


Rio de Janeiro;

Escola Nacional de Saúde Pública – ENSP/ DSSA


Nº pág. 120. Agosto 2007

Curso de Especialização em Engenharia Sanitária e


Controle Ambiental
Profª Valéria Borba do Nasciment o – Prof. Odir Clécio da Cruz Roque Gestão dos Resíduos Sólidos 3

Gestão Integrada dos Resíduos Sólidos


Objetivos : O objetivo desta apostila é identificar as condições técnicas de tratamento e destinação final
dos resíduos sólidos urbanos e formular os critérios para seu funcionamento a partir da gestão integrada.

Bibliografia Básica:
BRASIL. Fundação Nacional de Saúde. Manual de Saneamento, 4ª ed. Ver. Brasília: FUNASA, 2006

CASTILHOS JUNIOR, A.B. Coord. Resíduos Sólidos Urbanos: Aterro sustentável para municípios de
pequeno porte / Rio de Janeiro: ABES, RiMa, 2003 . Projeto PROSAB.

D’ALMEIDA, M.L.O., VILHENA, A. Coord. Lixo Municipal: Manual de Gerenciamento Integrado


– 2ª ed. São Paulo: IPT/CEMPRE, 2000. (Publicação IPT2622)

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Pesquisa Nacional de Saneamento


Básico. Rio de Janeiro, 2002. CD ROM.

Legislação pertinente ao tema.

OPS – Organização Panamericana de Saúde, Guias para el Desarrolo del Setor d Aseo Urbano en
Latino America Y el Caribe, OPS, Washington D.C., 1991

PEREIRA NETO, J.T., Manual de Compostagem, UNICEF, Belo Horizonte, 1996.

TCHOBANOGLOUS, G..; THEISEN, H..; VIRGIl, S.A. Integrated solid waste manangement –
engineering principles and managemente Issues. MacGraw -Hill, Boston, Massachusetts, New York,
1993.

Curriculum Vitae: Valéria Borba do Nascimento


Engª Civil-FTESM, Espec. Engª de Saúde Pública-ENSP/FIOCRUZ e em Docência Superior -
ISEP, Espec. Biossegurança em Saúde-IPEC/FIOCRUZ, Mestre em Ciências-ENSP/FIOCRUZ,
Doutoranda em Ciências-ENSP/FIOCRUZ. Trabalha como consultora de projetos e de obras de
Engenharia de Saúde Pública na FUNASA. É consultora da UNESCO em Engenharia Civil e
Sanitária. Profª convidada do CESA/UERJ nas disciplinas de Gestão Ambiental I e II,
Tratamento e Destino dos Resíduos Sólidos. É Profª da disciplina de Resíduos Sólidos,
Biossegurança e Resíduos na ENSP/FIOCRUZ. Trabalhou como assistente da Coord. Geral de
Resíduos da FIOCRUZ e colaboradora da Coord. geral de Resíduos da UERJ. Foi tutora de
Curso à Distância em Gestão Integrada de Resíduos e Impacto Ambiental/FIOCRUZ. Perita em
construção civil. Tem várias orientações de monografias e co-orientação de mestrado concluída,
Publicações em eventos nacionais e internacionais, Menção Honrosa em trabalho no Seminário
Internacional da FUNASA. É co-autora do livro Plano de Gerenciamento de Resíduos da
FIOCRUZ. Desenvolveu alguns Procedimentos Operacionais Padrão com o Núcleo de
Biossegurança da Vice Presidência da FIOCRUZ. Trabalhou como Supervisora Ambiental no
Comitê Olímpico do RJ e fazendo parte da Comissão de Meio Ambiente do RJ para os Jogos Rio
2007.
Profª Valéria Borba do Nasciment o – Prof. Odir Clécio da Cruz Roque Gestão dos Resíduos Sólidos 4

GESTÃO DOS RESÍDUS SÓLIDOS

Por:
M.Sc. Profª Valéria Borba do Nascimento

Revisão de:
Dr Prof. Odir Clécio da Cruz Roque

Agosto/2007
Rio de Janeiro
Profª Valéria Borba do Nasciment o – Prof. Odir Clécio da Cruz Roque Gestão dos Resíduos Sólidos 5

Dedico esta apostila aos alunos dos


Cursos de Engenharia Sanitária para
que possam fazer bom uso do mesmo,
motivando-os à responsabilidade de um
dia poderem contribuir para a melhoria
da qualidade de vida da população
brasileira.
Profª Valéria Borba do Nasciment o – Prof. Odir Clécio da Cruz Roque Gestão dos Resíduos Sólidos 6

Vi ontem um bicho

Na imundície do pátio

Catando comida entre os detritos.

Quando achava alguma coisa,

Não examinava nem cheirava:

Engolia com voracidade.

O bicho não era um cão,

Não era um gato,

Não era um rato.

O bicho, meu Deus, era um homem.

Manuel Bandeira, O Bicho


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SUMÁRIO

1.0 – Importância do Conteúdo da Disciplina, 10

2.0 - Os Resíduos Sólidos,11


2.1 – Introdução, 11
2.2 – O Lixo que se produz, 11
2.3 – A Evolução da História do Lixo, 14
2.4 – Os princípios relacionados com o lixo, 15
2.5 – Conferência Mundial e Estilo de Vida, 16
2.6 – Rio 92 e os Resíduos Sólidos, 18
2.7 – Estrutura de Comunicação Infra estrutura e Mobilização Social, 19

3.0 – Os Maiores Problemas do Mundo e seu Gerenciamento, 20


3.1 – Os Resíduos Sólidos no Brasil, 21

4.0 – Estudos Iniciais dos Resíduos, 24


4.1 – Classificação dos RS, 24
4.2 – Classificação de acordo com a Norma NBR10.004/ 2004, 26
4.3 – A Composição dos Resíduos, 29
4.4 – Propriedades Físicas dos RS, 29
4.5 – Estudos de Análise Gravimétrica, 35
4.6 – Propriedades Químicas dos RS, 39
4.7 – Propriedades Biológicas dos RS, 39

5.0 – Considerações Legislativas e Institucionais, 41


5.1 – Formas Institucionais,43
5.2 - Estudos Administrativos e Organizacionais, 43
5.3 – Responsabilidade da Fiscalização,45
5.4 – Legislação Aplicada, 46
5.5 – A Resolução Conama, 47
5.6 – Licença Ambiental, 48

6.0 – O Lixo e Seus Impactos no Ambiente e na Saúde Pública, 50


6.1 – A Contaminação por metais, 50
6.2 – Os Impactos de RS no Ambiente, 53
6.3 – Estudos de Impactos Ambientais, 55

7.0 – Diagnóstico da Situação Atual, 57

8.0 – Gestão Integrada de RS, 59


8.1 – Limpeza Pública, 62
8.2 – Principais Atividades LP, 63
8.3 – Manipulação dos RSU, 65
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7.0 – Estudos Iniciais dos Resíduos Sólidos Urbanos, 21


7.1 – Classificação dos Resíduos Sólidos, 22
7.2 – Classificação de Acordo com a NBR – 10.004/ 1987, 24
7.3 – A Composição dos Resíduos, 24
7.4 – Propriedades Físicas dos Resíduos Sólidos, 25
7.5 – Propriedades Químicas dos Resíduos Sólidos, 31
7.6 – Propriedades Biológicas dos Resíduos Sólidos, 32

8.0 – Considerações Legislativas e Institucionais, 33


8.1 – Formas Institucionais, 35
8.2 – Estudos Administrativos e Organizacionais, 35
8.3 – Responsabilidade da Fiscalização, 37
8.4 – Legislação Aplicada, 37
8.5 – Licença Ambiental, 38

9.0 - Gestão Integrada dos Resíduos Sólidos,40


9.1 – Os Princípios do Sistema de Gestão de Limpeza Urbana, 40
9.2 – Aspectos de Gestão Ambiental, 41
9.3 – Limpeza Pública, 41
9.4 – Principais Atividades Executada Pela Empresa de Limpeza Pública, 43
9.5 – Gestão Econômica- Financeira Municipal, 43
9.6 – Os Passos Para um Processo de Licitação, 44
9.7 – Diagnóstico da Situação Atual, 44
9.8 – Pensando no Projeto de Investimento, 45

10.0 – Manipulação dos Resíduos Sólidos Urbanos, 46


10.1 – Acondicionamento, 46
10.2 – Coleta, 48

11.0 – Estações de Transferência, 51

12.0 – Limpeza de Logradouros, 51

13.0 – Disposição Final dos Resíduos Sólidos – 56


13.1 – Formas de Disposição Final, 56
13.2 – Classificação dos Aterros Conforme a Técnica de Execução, 58
13.3 – Concepção Sobre Aterros Sanitários, 58
13.4 – Seleção de Locais Para Aterros Sanitários, 58
13.5 – Metodologia, 58
13.6 – Tratamento e Captação de Líquidos Percolado, 60
13.7 – Métodos, 60
13.8 – Planos de Execução do Aterro Sanitário, 60
13.9 – Planos de Projetos de um Aterro Controlado ou Sanitário, 61

14.0 – Tratamento de Resíduos Sólidos, 63


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15.0 – Incineração, 63
13.12 – Classificação dos Incineradores, 64
13.13 – Segregação dos Materiais, 65

14.0 – Compostagem, 67

15.0 – Aspectos Diversos do Lixo e Seus Impactos, 68


17.1 – Resolução CONAMA, 68
17.2 – Impactos do Lixo na Saúde Pública, 69
17.3 – Os Seres que Habitam o Lixo, 70
17.4 – Controle de Vetores Relacionados a Vazadouros de Lixo, 71
17.5 – Principais Controles, 72

16.0 – Aspectos Diversos do Lixo e Seus Impactos no Ambiente, 82


18.1 – Os Perigos Oferecidos aos Seres Humanos, 82
18.2 – Resíduos Perigosos Encontrados nos Resíduos Sólidos, 82
18.3 – A Contaminação por Metais, 83
18.4 – Impactos dos Resíduos Sólidos no Ambiente, 85
18.5 – Fatores que Contribuem na Contaminação do Ambiente, 86
18.6 - Estudos de Impactos Ambiental, 87

Referências Bibliográficas, 90
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1.0 – Gestão dos Resíduos Sólidos

Valéria Borba do Nascimento, M.Sc.

¾ 1.1 – Importância do Conteúdo da Disciplina

A abordagem sobre Tratamento e Disposição Final dos Resíduos Sólidos tem relevada
importância para o Curso de Especialização em Engenharia Sanitária e do Meio Ambiente.
Sendo assim esses profissionais precisam ter conhecimentos suficientes sobre os conceitos e o
manejo para a construção do processo de desenvolvimento na área. Por este motivo este manual
se propõe abordar sobre os aspectos técnicos, sanitários, econômicos, visuais, sócio culturais
entre outros, possibilitando a compreensão de técnicas compatíveis com a realidade do tratamento
e disposição final dos resíduos.

No Brasil e principalmente nos centros urbanos, existe falta de capacitação técnica para
enfrentar as questões de Saneamento Básico, além das ocasionadas pelas dificuldades
econômicas e de difíceis soluções. Necessita-se, portanto, de aprimoramento por parte dos
profissionais de Engenharia Sanitária, Engenharia Civil, Arquitetura, Biologia, Toxicologia,
Geologia, Geofísica, Geografia, Planejamento Urbano, Química, Direito, Biologia, Agronomia,
Topografia, Medicina preventiva, Epidemiologia, Enfermagem, Economia além de político e
administrativo, enfim juntos colaborarem nas ações de saneamento e se poder desfrutar na
melhoraria da qualidade de vida, na saúde do homem e do meio em que vivemos.

Aproveitem bem este manual, ele é a sua base profissional no tema de Tratamento e
Disposição Final dos Resíduos.

Bons Estudos!!
Profª Valéria Borba do Nasciment o – Prof. Odir Clécio da Cruz Roque Gestão dos Resíduos Sólidos 11

2.0 - OS RESÍDUOS SÓLIDOS

¾ 2.1 – Introdução
Este capítulo introduz o tema sobre Resíduos Sólidos, a partir do enfoque da gestão
integrada de resíduos e voltando-se ao cenário de melhorias para o homem e o meio ambiente.
Sabemos que o homem faz parte da natureza e tem como um dos seus maiores desafios à busca
de melhores soluções para o resultado das suas atividades produtivas, onde estas deverão de
alguma forma, voltar para o ecossistema natural.

O objetivo desta apostila é orientar os alunos da Pós graduação em Engenharia Sanitária e


do Meio Ambiente, sobre os procedimentos adotados na gestão dos resíduos sólidos urbanos,
visando o aperfeiçoamento desses profissionais.

Entre os temas que este Manual aborda, ressaltam-se os conceitos, a história, os estudos
iniciais do lixo, considerações legislativas e institucionais, gestão integrada de resíduos sólidos
municipais, diagnóstico da situação existente, projetos de investimentos, educação ambiental e
segurança do trabalho, tratamento dos resíduos voltados a reciclagem, compostagem e a
disposição final dos resíduos em aterros. A síntese baseou-se em bibliografia de autores
renomados, manuais de resíduos, dados estatísticos do Ibge, notas de aula de professores ao longo
de minha formação em Engenharia de saúde pública.

Este manual torna-se necessário, uma vez que é importante sintetizar as principais
informações que estão documentadas em diversas fontes bibliográficas e que devem ser
destacadas durante a celebração da pós graduação em Engenharia sanitária, evitando-se mais
custos e tempo de pesquisa para o atendimento das informações que se fazem necessárias sobre a
temática dos resíduos sólidos urbanos.

2.2 – O lixo que se produz


Nas suas origens a natureza está sempre limpa e o lixo que ela produz, sempre é retornado
de onde veio. Mesmo que seja de uma forma drástica, como uma queimada natural; um animal
que cai morto ao chão; ou simplesmente, uma folha ao cair do galho, a natureza cuidará de
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restabelecer seu equilíbrio, criando condições para que, através desta degradação, se consiga a
existência da vida plena e harmoniosa.

Cada vez mais o homem vem transformando as matérias primas em produtos acabados e
produzindo quantidades cada vez maiores de resíduos sem se preocupar com o meio ambiente,
gerando desperdícios e até mesmo comprometendo a sua saúde. O aumento populacional, o
desenvolvimento da industrialização, e a tendência de se dispor inadequadamente os resíduos
gerados são fatos e desafios de todos os países. Os rastros do desenvolvimento e a falta de
sensibilidade do homem denunciam claramente o desequilíbrio no ecossistema, provocando
desarmonia e conseqüências gravíssimas na saúde da população, influenciando diretamente para
a má qualidade de vida, principalmente nos países em desenvolvimento.

Desde a Revolução Industrial houve uma aceleração no processo da utilização dos bens
de consumo, implicando no aumento do uso das reservas do planeta e resultando em aumento da
geração de resíduos sem a mínima preocupação se este processo era inadequado ao meio
ambiente e ao planeta.

No final do século XX, o homem vem refletir sobre o conceito de inesgotabilidade , e


segundo Lima “... podemos afirmar que o lixo urbano é inesgotável em vista de sua origem.”
[Lima, 1995] tendo seus reflexos de comprometimento numa questão mais ampla de degradação
da biosfera, e a qualidade de vida que envolve o homem, o meio e enfim o planeta.

Aproximadamente 30 anos atrás, os componentes do lixo, eram mais orgânicos, ou seja,


haviam mais cascas de frutas, alimentos, tecidos etc. e os objetos tinham maior durabilidade, mas
hoje em dia o lixo mudou em quantidade e qualidade, tanto que o termo lixo, foi substituído por
resíduos sólidos, após haver maior consciência sobre o Meio Ambiente. Então, os técnicos
puderam rever os danos ambientais causados por objetos que poderiam ser reaproveitados por
outras atividades humanas ou em dada cultura dinâmica.

O Saneamento do Meio da Fundacentro UFMG, vol 2. 1992 comentam: há materiais e


substâncias que fogem à denominação mais simples de lixo e usamos para nos referir ao que não
podemos mais utilizar, não desejamos mais e queremos descartar.
Profª Valéria Borba do Nasciment o – Prof. Odir Clécio da Cruz Roque Gestão dos Resíduos Sólidos 13

Para efeito deste texto, a palavra “lixo“, deve ser entendida como todo material sólido
resultante das atividades domiciliares, comerciais, industriais e públicas das zonas urbanas e não
mais utilizável. O termo mais genérico “resíduo” será utilizado numa concepção abrangente que
considere dejetos sólidos, líquidos e gasosos, ou produtos com possibilidades de serem
reutilizados e reciclados.
Quanto às dificuldades em se dispor adequadamente, geram problemas: Técnicos;
Políticos; Econômicos; Sociais; Ambientais e Sanitários.

Fig 1 - Impacto Ambiental no aterro de Gramacho.


Fonte:Nascimento,2003.

O lixo é a marca de nossa história, o sinal de uma presença que o corpo deixou
de lado, refugou, que se transforma, assim em testemunho, em signo de nossa
passagem. E isso faz com tudo aquilo que inventamos e substituímos na busca
de conforto para nosso corpo, e para o corpo de nosso espaço, na tarefa de “ek-
sistir”, existir fora de nós mesmos, de nosso ensimesmamento. E assim fazemos
até o dia em que não é mais possível nada inventar e o nosso próprio corpo,
como cadáver ou como coisa que não marca, se transformará também em apenas
um rastro de nossa passagem. [Valadares, 2000]
Profª Valéria Borba do Nasciment o – Prof. Odir Clécio da Cruz Roque Gestão dos Resíduos Sólidos 14

¾ 2.3 - A Evolução da história do Lixo


Ao estudar mais um pouco sobre os Resíduos Sólidos, se poderá conhecer e identificar as
situações conflitantes e as tendências que envolvem o tema: Ao longo da história o homem
sobreviveu utilizando-se da caça, pesca, criação de animais, extração agrícola, utilizando os
recursos naturais para suas necessidades e conforto, com isso o que se gerava eram rejeitos
conhecidos pela natureza, na maioria das vezes um lixo orgânico que não traziam grandes
comprometimentos para sua decomposição no meio ambiente.

Mas a humanidade vem despertando reação radicais perante as idéias de subsistência,


passando a ter hábitos sedentários e cada vez mais se agrupando, começaram então a buscar mais
conforto, cultivavam plantas e tenderam a criar animais. Em conseqüência desta situação, surgiu
uma nova fase, que foi chamada de Revolução Agrícola, ou Revolução Neolítica. Com a
mudança de hábitos as aglomerações humanas transformaram as aldeias neolíticas em cidades, os
produtos do trabalho repartidos a base de troca – escambo, a crescente oferta de novas técnicas e
novos materiais resultaram em cidades mais populosas, dita Revolução Urbana.

Os parisienses, por exemplo, jogavam lixo em qualquer lugar da cidade e em 2000 AC a


Cidade-Luz foi construída sobre esses acúmulos de lixos. Já em Roma, fundada em 753 AC,
também se jogava o lixo em qualquer lugar, as condições sanitárias eram tão precárias que
disseminavam freqüentes epidemias na cidade.

No Séc. XVIII, houve um acelerado aumento no consumo dos recursos naturais, a


chamada Revolução Industrial, grandes foram às mudanças de hábitos dos cidadãos do planeta.
A evolução considerável de novas tecnologias e busca de descobertas sucessivas de produtos e
equipamentos geram imensuráveis quantidades de resíduos, crescendo também a necessidade da
destinação desses já que traziam incômodos pelo odor, aparência ou grande quantidade de
vetores. Ainda hoje, no terceiro milênio DC, o planeta terra vem sofrendo com o problema dos
resíduos, vários são os países, que não sabem o que fazer com seus próprios resíduos oriundos de
todas as aglomerações humanas e suas atividades econômicas, o destino final desses ainda causa
danos à população e ao meio em que habitam,
Profª Valéria Borba do Nasciment o – Prof. Odir Clécio da Cruz Roque Gestão dos Resíduos Sólidos 15

Em especial, os países do Continente Africano, além de seus próprios problemas de


resíduos, ainda recebem dos países mais desenvolvidos seus lixos a troco de ilusórias melhorias,
causando um maior dano à sua população e seu espaço físico.

Pode-se reconhecer acentuada importância atingida, no final dos séc. XX com a seleção
dos materiais que o lixo compõe, pois a partir daí foi reentroduzido novo ciclo produtivo como
matéria prima, podendo ou não ser integrante de uma série de atividades industriais com
obtenção de bons preços no mercado. A reciclagem de boa parte dos resíduos sólidos vem
tomando grande dimensão na aceitação em todo o mundo, e este tipo de reaproveitamento tem
suas vantagens sociais, econômicas e sanitárias, reduzindo a tão necessária energia que se
extrai do planeta.

Nesse contexto a Organização Mundial de Saúde – OMS diz que saneamento é o controle
de todos os fatores do meio físico do homem, que exercem ou podem exercer efeito prejudicial ao
seu bem estar físico, mental ou social. As funções básicas compreendem: Abastecimento de água;
Eliminação das águas servidas – esgoto; Coleta e destinação final do lixo; Melhorias
domisanitárias.

¾ 2.4 - Os princípios relacionados com o lixo

O Lixo e o homem sempre mantiveram estreito relacionamento. E podemos assim dizer


que a sua produção começa com a criação da humanidade. Nascimento em 2002 aborda sobre a
pouca importância dada aos resíduos sólidos nos Congressos de Engenharia Sanitária no país, ao
longo dos anos e melhorando gradativamente até os dias de hoje.

Ressalta Fonseca (2001) sobre o lixo:


- Antropogenia: estudo da geração, da origem do homem e dos fenômenos de sua reprodução. O
lixo é antropogênico, pois, diante da história, a produção do lixo começa com a criação do
homem.
- Heregeneidade – o lixo compreende uma grande variedade de componentes originários de
várias fontes. Como residencial, hospitalar, varrição, poda, comercial, feira, entulhos, industrial,
ou seja sua composição é heterogênea, dificultando portanto a coleta, remoção e destino final.
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- Marginalidade – o lixo não tem a mesma importância dada à água, aos esgotos, à energia,
transporte. Inclusive Nascimento, 2002 aborda sobre a pouca importância dada aos resíduos
sólidos nos Congressos de Engenharia Sanitária do País ao longo dos anos e que vem melhorando
gradativamente até os dias de hoje.
- Inesgotabilidade – Questão ligada à antropogenia, o lixo é inesgotável e aumenta de forma
contínua conforme o crescimento populacional.
- Irreversibilidade - Sempre que houver aumento populacional, haverá maior consumo, que por
sua vez, faz aumentar a produção acompanhada da competitividade, num processo contínuo
crescente, inesgotável e irreversível.

¾ 2.5 - Conferências Mundiais e Estilo de Vida

Em 1972, a Conferência de Estocolmo, é reconhecida como um importante marco na


análise dos problemas ambientais. Já em 1987, a Comissão Brundtland apresentou o relatório
“Nosso Futuro Comum”, no qual se estabeleceu o conceito de Desenvolvimento Sustentável. A
Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento realizada no Rio
de Janeiro em 1992, proporcionaram possibilidades reais de um futuro mais sustentável e seguro
sobre o gerenciamento dos Resíduos Sólidos.

O tratado da ECO-92 sobre o consumo e estilo de vida estimula estudos minuciosos e


debates entre movimentos sociais e ONGs. Os problemas globais e mais sérios ligados ao
ambiente e ao desenvolvimento que o mundo atual está enfrentando, tem sua origem na ordem
econômica mundial, marcada pelo consumo e pela produção sempre crescentes, que esvaziam e
contaminam os nossos recursos naturais, criando e perpetuando desigualdades graves entre
e dentro das várias nações. É essencial desenvolver novos valores culturais e éticos,
transformar estruturas econômicas e reorientar os nossos estilos de vida. Quanto ao
Desenvolvimento Sustentável e as Estratégias de Sustentabilidade teremos nesse sentido:

● Desenvolvimento Sustentável : Baseia-se nas dimensões :


o Ecológica – Ambiental
o Cultural – Demográfica
o Social – Institucional
o Política
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● Estratégias da Sustentabilidade: Há necessidade de se desenvolver através :


o Cooperação
o Planejamento estratégico
o Informação
o Desenvolvimento Institucional
o Capacitação e Treinamento

As Principais causas básicas aplicáveis aos consumidores foram discutidas no Fórum


das Ong’s, no “Tratado da Rio-92 sobre o Consumo e Estilo de Vida” e tem por fim, estimular
estudos minuciosos e debates entre os movimentos sociais e as ONGs, voltados para atividades
adaptadas aos contextos locais e regionais.
As causas primárias dos fatores referentes ao consumo e à produção sustentável, aplicável aos
consumidores bem como aos produtores são:
ƒ Revalorização – Temos de perceber com realismo o fato de que a qualidade de vida é
baseada no desenvolvimento das relações humanas, na criatividade, nas expressões culturais e
artísticas, na propriedade intelectual, no respeito à natureza e à forma de vida, e de que ela
não depende do aumento de consumo e valores materiais não essenciais.

ƒ Reestruturação – O sistema econômico deve ser reestruturado, não se baseando na produção


e no consumo de valores materiais não essenciais que favorecem poucas pessoas. Deve
concentrar-se, porém, na produção de matérias de primeira necessidade humana – água,
alimentos, habitação, educação e cuidados com a saúde, que favorecem todas as pessoas.
O sistema macro- econômicos devem ser reestruturados com o fim de incluir nos preços de
todas as mercadorias e serviços, os custos sociais incluindo também o trabalho feito nos
setores informais e sem remuneração. Desde que os países industrializados consomem uma
proporção imensa dos recursos naturais do mundo inteiro, desde que eles criam a maior parte
da poluição global, eles devem assumir a responsabilidade principal para restaurar o meio
ambiente natural e para compensar as vítimas da degradação ambiental.

ƒ Redistribuição – O conceito referente ao espaço ambiental, onde todo mundo tem o direito a
partes eqüitativas da água, alimentos, ar, solo e outros recursos dentro da capacidade da terra,
deve ser a base para a produção e o consumo eqüitativos.
Enquanto o crescimento da população global é um perigo à saúde do planeta, deve-se admitir
que o crescimento da população Norte, devido aos níveis de consumo per capita
extremamente alto representa uma ameaça imediata ao meio ambiente de proporções maiores
do que o crescimento da população no sul.

ƒ Redução – O consumo e a produção devem ser diminuídos de acordo com a capacidade


regenativa da terra. devido à crise ecológica e de desenvolvimento, esta transição deve ser
completada dentro de algumas décadas a fim de evitar danos irreversíveis à vida na terra.
A produção e o consumo de produtos absoletos não deve ser mantido; deve ser reduzido o
consumo de produtos transportados através de distâncias longas, os processos produtivos
criando resíduos tóxicos, perigosos e radioativos devem ser parados.
Deve-se dar prioridade à redução de consumo ao invés de usar de novo ou reciclar os
produtos.
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ƒ Reutilizar - A produção de mercadorias deve ser efetuada em ciclos fechados, onde o uso
das substâncias deve ser repetido ao máximo. As mercadorias devem ser produzidas de
maneira que tenham longa durabilidade, alta eficiência e que possam ser consertadas com
facilidade. Depois da redução do consumo deve-se dar prioridade ao repedido ao invés da
reciclagem dos produtos.

ƒ Reciclagem – As indústrias e o governo devem assumir a responsabilidade plena pelo


tratamento apropriado durante todo o processo de fabricação. Caso houver refugos
industriais, eles devem ser manipulados no lugar de fabricação e não devem ser
transportados através das fronteiras nacionais.
As unidades de reciclagem descentralizadas e situadas localmente devem ter prioridade sobre
as unidades de reciclagem centralizadas e de grande escala, devido à sua possibilidade de
criar mais empregos e devido ao uso geralmente inferior de energia e transporte. A
incineração de resíduos não deve ser considerada como uma alternativa à reciclagem.

ƒ Revalorização – Conduzir, primeiro uma auto- avaliação de nosso próprio estilo de


vida preferido com respeito aos elementos deste tratado, comprometendo- nos a fazer
qualquer mudança que se torne necessária.
Desenvolver novos conceitos de riqueza e indicadores ligados ao desenvolvimento
de indivíduos, comunidades e nações apoiando modelos novos de
desenvolvimento sócio-econômicos e humano, eqüitativos e sustentáveis
ambientalmente, reconhecendo toda a extensão das aspirações humanas.

¾ 2.6 - Rio 92 e os Resíduos


No Rio de Janeiro em 1992 foi elaborada a Agenda 21. A Agenda 21 refere-se aos
resíduos domésticos e a outros resíduos não perigosos, sendo que o objetivo principal é tratar o
gerenciamento destes resíduos sob o conceito de gerenciamento integrado que contemple o ciclo
de vida da produção e o consumo de bens e serviços. Traçar programas de gerenciamento de
resíduos sólidos, que contemplem a hierarquização dos objetivos: promoção do tratamento e da
disposição final; expansão da cobertura de coleta; minimização da geração de resíduos;
maximização da reutilização e da reciclagem ambientalmente adequadas.

Agenda 21: Promover o desenvolvimento sustentável no século 21: melhor qualidade de vida no
presente sem comprometer o futuro
Capítulo 20: Manejo ambientalmente saudável dos resíduos perigosos, incluindo a prevenção do
tráfico internacional ilícito de resíduos perigosos.
Capítulo 21: Manejo ambientalmente saudável dos resíduos sólidos e questões relacionadas com
esgotos.
Capítulo 22: Manejo seguro e ambientalmente saudável dos resíduos radioativos
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Priorizar cada um segundo e as condições de cada país e cada cidade:


No Brasil a maior parte do lixo urbano é coletado, mas grande parte da população ainda
convive com problemas de destinação final desses resíduos. São 30,5% de lixo expostos a céu
aberto, dividindo pobreza, foco de vetores, desmoronamentos, falta de cidadania, queixas de
problemas ligados à saúde pública. Pouca ou nenhuma preocupação sanitária é enfrentada,
diariamente com o abandono do lixo, mais evidenciada junto à população carente. Fato que clama
por medidas emergentes e manutenção da qualidade ambiental constante.

No Brasil soluções inovadoras vêm dando certo em muitos municípios, as administrações


tomaram a iniciativa, contando com o esforço e a colaboração dos moradores da cidade. Na
maioria das vezes foram gerados novos empregos e novas oportunidades de negócios, conforme a
realidade e recursos disponíveis. Mas ainda a situação brasileira ainda é preocupante.

¾ 2.7 - Estrutura de Comunicação, informação e mobilização social

A informação sobre os serviços de limpeza urbana pode melhorar em muito a gestão


integrada de resíduos. Faz-se necessário garantir eficiente estrutura de comunicação para
incentivar o envolvimento dos trabalhadores com a comunidade nos debates em torno das
questões referentes aos resíduos e à necessidade de mudança de comportamento. A educação
para a limpeza urbana deve atuar junto a diversos segmentos da sociedade utilizando formas de
linguagem e de abordagem apropriadas a cada contexto. Seu objetivo fundamental é o de mudar
conceitos e hábitos culturais através da explicação das diversas implicações entre os problemas
ambientais e os maus hábitos cotidianos em relação a geração de resíduos. A minimização é
ponto chave neste contexto. É preciso desenvolver atividades de mobilização social, voltadas
para a limpeza urbana. Para que isso se dê da melhor forma é necessário uma equipe
multidisciplinar, várias estratégias de ação, dentre elas: ( CAMPOS , 2000)

Abordagem direta Individual


Porta a porta (residências, comércio,
Abordagem em veículos
etc)
Abordagem de rua

Grupos – palestras, seminários, cursos, oficinas, gincanas, teatro.


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Campanhas de massa – eventos de impacto, exposições, distribuição de botons, adesivos, cartazes


e peças publicitárias utilização dos meios de comunicação de massa.

Devem ser utilizados todos os recursos didáticos e de informação, com linguagem apropriada
a cada segmento do público alvo, contemplando cartilhas, boletins, cartazes, jogos pedagógicos,
lixeirinhas plásticas para utilização em veículos com mensagens educativas, adesivos, etc.

¾ 3.0 – OS MAIORES PROBLEMAS DO MUNDO E SEU GERENCIAMENTO

A produção de lixo no Brasil está por volta dos 149 mil toneladas de lixo por dia.
(IBGE,2000) Na maioria dos países industrializados como EUA, Japão, Alemanha, continua
crescente a geração de resíduos como exemplo podemos salientar as montanha de resíduos
tecnológicos como os high–tech que contêm metais tóxicos e prejudiciais à saúde, com mercúrio,
níquel, cádmio, arsênico e chumbo e até final de 2004 previram aproximadamente 315 milhões
de micros em todo o mundo descartados. Analisando estes resíduos - crescem mais três vezes,
que o lixo municipal. Vem sendo discutida a Legislação sobre o assunto.

A União Européia estima que em seus países membros, a produção de resíduos deva
aumentar em 45% até 2020. Nos Estados Unidos a produção de resíduos duplicou nos últimos 40
anos, passando de 88 milhões para mais de 232 milhões de toneladas por ano, segundo a EPA –
Agencia de Proteção Ambiental do País. O Japão é líder em reciclagem, com 50% de seus
resíduos e iniciativas bem-sucedidas na área, praticamente dobrou nos últimos 15 anos, quanto
aos Estados Unidos chega a 28% o índice de reciclagem no país de acordo com a EPA.

Alguns índices sobre a composição dos resíduos em alguns países em 1999:


Brasil – 53, 5 % são matéria orgânica; Índia – 78 % de matéria orgânica
México – 54,4 % de matéria orgânica; Peru – 51,4 matéria orgânica
Japão – 49,5 % outros resíduos; Estados Unidos – 44 % são papel e papelão
Europa – 36 % são papel e papelão; Suécia – 30 % papel e papelão

Dados sobre formas de gerenciamento:


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Japão – 62,5 % incineração; Inglaterra – 34,5 incineração.


Alemanha – 25,5 % incineração; França – 15,5 % incineração; Holanda – 11,5 incineração.

Entre as providências sobre o desperdício, a União Européia incentivou a indústria a


fabricar produtos e serviços que gerem menos lixo e aos consumidores a escolherem esses
produtos. O Princípio do poluidor pagador, transferindo ao gerador dos resíduos os custos para
tratá-los. As substâncias perigosas são identificadas e os produtores responsáveis pela coleta,
tratamento e reciclagem do lixo gerado pelos seus produtos. Por fim, o Princípio da
Proximidade pelo qual o lixo deve ser tratado o mais perto possível da sua fonte.

Entre as providências já tomadas pelos países membros estão à criação da etiqueta


ecológica para ajudar os consumidores a identificar produtos verdes, ou ecologicamente corretos;
medidas para reduzir em 65% o despejo de lixo biodegradável em aterros sanitários de 2006 a
2016, além de programas de coleta seletiva de sucesso em toda a Europa.

¾ 3.1 - Os Resíduos no Brasil

Desde o séc. XVI no Brasil- Colônia colocavam o lixo em pequenos barris e assim os
senhores e também escravos, achavam que o ideal era livrarem-se deles em águas: os rios, beiras
das praias, pois assim iriam embora mais rápido.
No Município do Rio de Janeiro, além das águas, os resíduos também eram deixados em
uma grande vala que atravessava a cidade nas épocas de chuvas, traziam grandes transtornos a
população da cidade, pois ao transbordarem, lixos e detritos se espalhavam aumentando as
ocorrência de vetores e surtos epidêmicos conduzindo aos graves transtornos a Saúde Pública. Já
na década de 1930, no Rio de Janeiro, onde a sociedade se aglomerava mais e mais, montaram
um aterro na ponta do Caju, local de praia, onde D. João VI, na sua estadia pelo Rio de Janeiro,
costumava banhar-se no local, cuja área local era conhecida como Balneário Imperial.

Com o decorrer dos anos agravaram-se os problemas de saneamento que assolavam no


centro do Município, resolveram não mais usar para despejos as praias ou o Campo de Santana.
Interessando-se então em 1865, com a Ilha do Governador e de Sapucaia como indicados para o
despejo do lixo. Com o tempo, foi observado o grave erro de esses serem lugares impróprios, pois
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com a grande quantidade de lixo, ressaltava-se a deficiência de transporte pelo mar e os resíduos
ainda provocavam poluição das águas da Baía de Guanabara.

Em 1971, no VI Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental o lixo começa


a ser chamado de Resíduos Sólidos, mas quase não aparece entre os temas do congresso. Mas
apenas no VIII Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental em 1975 foi proposto
que o lixo fosse incluído como o terceiro elemento do saneamento básico, além de diversos
comentários sobre o desperdício.
A mudança deve partir de cada indivíduo. O ser humano, neste fim de
século, deverá ter consciência de que os recursos naturais são finitos e que
gerenciá-los mal pode acarretar prejuízos irrecuperáveis. Por este motivo, a
preocupação com o desperdício tem conquistado cada vez mais adeptos. No
Brasil, a cultura do desperdício pode ser explicada pela baixa tecnologia que faz
mau uso dos recursos, nível de educação baixo, mão de obra mal treinada que
adotam técnicas inadequadas ou absoletas, o controle e o gerenciamento.
(kligerman, 2000)

Entre as pesquisas mais relevantes sobre os resíduos sólidos no Brasil, destacamos a


Pesquisa Nacional sobre Saneamento Básico - PNSB, realizada pelo IBGE em 2000:

- São gerados cerca de 230.000 ton/dia de resíduos no Brasil, com uma geração per capita de 1,35
kg/hab.dia.

- A abrangência da coleta de resíduos sólidos, no Brasil, foi verificada em 5.475 dos 5.507
municípios brasileiros (IBGE, 2002).

- Dentre os municípios que realizavam coleta regular de resíduos, somente 1/3 apresentava
atendimento de 100% dos domicílios.

- A maioria dos municípios realizava os serviços de limpeza urbana, coleta de resíduos sólidos e
remoção de entulhos.

- Apenas cerca de 450 municípios brasileiros têm coleta diferenciada como a participação da
coleta seletiva e reciclagem. (ABRELPE, 2003, IBGE, 2002).
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- No entanto diferenças regionais significativas são observadas; a região que mais produz resíduo é a
sudeste (62%) e com a maior taxa de geração por habitante. A produção per capita no Brasil pode,
portanto variar de 0,5 a 2,0 kg/hab.dia.

- A Região Sudeste é responsável por aproximadamente 62% dos resíduos sólidos no País, e é
onde se encontrava a maior concentração populacional.

- No tratamento do lixo dos municípios brasileiros (IBGE, 1989), apenas 0,2% dos resíduos
recebiam tratamentos – compostagem, reciclagem ou incineração, mas atualmente vem
aumentando a triagem de recicláveis.
- Em 2000, no Brasil, existiam aproximadamente 24.340 catadores de lixo, 22,2% do total ou
5.393 são crianças menores de 14 anos. Alguns municípios estão implantados o “Programa de
Erradicação do trabalho infantil”. Sendo que os jovens recebem alimentação, reforço escolar,
atividades recreativas, cursos profissionalizantes e as crianças são atendidos em creches e
escolas.
- O lixo rural também mudou se acumulando nas próprias fazendas ao longo das estradas,
contaminando o ambiente, seja com embalagens de agrotóxicos, ou embalagens plásticas entre
outros. (SILVA, 2005)

- Para a destinação final dos resíduos sólidos no Brasil, considera-se o percentual por quantidade
(em peso) dos resíduos. Podendo ser visto:

- A tabela 1 indica a população por regiões brasileiras, a quantidade de resíduo gerado e a taxa de geração
por habitante ou volume percapta:

Tabela 1 - Distribuição Regional da Quantidade de Resíduos Gerada/Dia no Brasil

- Na fig. x a destinação final dos resíduos sólidos domiciliares no Brasil, a partir de 1991 até o
ano de 2000, acentuou a partir de meados da década de 1990 pois se reduziram os índices
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inflacionários e o aumento de consumo por parte da população, melhorando os índices de


resíduos depositados em aterros controlados e sanitário.

Figura 2 – Evolução da Destinação Final de Resíduos no Brasil


Fonte: JUCÁ (2002)

Cenário da Coleta nos Municípios Brasileiros (IBGE/2000)


Dos 5.507 municípios brasileiros: 451 fazem a coleta seletiva; 352 fazem a reciclagem
3.567 fazem a coleta especial de resíduos; 4.690 fazem a remoção de entulhos

Cenário dos Resíduos Serviços de Saúde (IBGE/2000)


1989 - 019 municípios com aterros especiais;
2.000 - 539 municípios com aterros especiais

¾ 4.0 - ESTUDOS INICIAIS DOS RESÍDUOS

O estudo consiste em conhecer os resíduos e sua dinamização d ao longo da história.

4.1 – Classificação dos Resíduos Sólidos:


Podemos classificá-los quanto a sua procedência:
- Resíduos urbanos ou públicos, Resíduos especiais, Resíduos das áreas rurais.

4.1.1 - Resíduos Sólidos Urbanos ou Públicos ou Municipais, classificam-se:


ƒ Domiciliar - São geralmente os gerados da vida diária das residências, incluem: trapos,
garrafas, papéis, resíduos de asseio, plásticos, latas, cascas de frutas, legumes, e alguns
resíduos considerados tóxicos como: tintas, lâmpadas, baterias, frascos de aerossóis e
inseticidas de domicílios, remédios e outros.
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ƒ Públicos - Oriundos dos logradouros, praças, galerias, podas de árvores, feiras livres,
limpeza das praias, eventos, varrição das vias públicas e outros. Constituídos de
embalagens, galhos e folhas, móveis grandes, entulhos de obras jogados indevidamente.

ƒ Comerciais - Originados dos diversos estabelecimentos comerciais, bancos, e outros.


Podemos citar entre outros: papéis, plásticos, resíduos de asseios, embalagens em geral.

ƒ Entulhos - Resíduos de obras, demolições, solos de escavações, por exemplo. Geralmente


o entulho é um material inerte, e com possibilidades de reaproveitamento. Alguns deles
são: tijolos, pedras, fios, cerâmicas, metais, vidros, madeiras, isopor.

4.1.2 – Os Resíduos Sólidos Especiais


São os provenientes dos serviços de saúde, hospitais, cemitérios e as indústrias. O
gerenciamento destes resíduos deve ser diferenciado com um sistema de coleta especial, para que
os riscos inerentes destes resíduos não tragam riscos ambientais e ou a saúde pública.
A destinação final dos rejeitos radioativos provenientes dos serviços de saúde como das
atividades industriais é determinado por normas técnicas especiais, sob responsabilidade da
Comissão Nacional de Energia Nuclear – CNEM. Sendo que a destinação final dos resíduos
provenientes de portos, aeroportos, terminais ferroviários e rodoviários, necessitam de cuidados
especiais, medidas preventivas e controle da introdução de agentes promotores de doenças,
procurando-se evitar as epidemias. Os resíduos especiais são:

ƒ Hospitalar e Serviços de saúde - São produzidos em hospitais, clínicas, laboratórios,


farmácias, clínicas veterinárias, postos de saúde. São eles: agulhas, seringas, sangue
coagulado, gazes, bandagens, algodão, órgãos e tecidos removidos, meios de culturas e
animais usados em testes, filmes fotográficos de raios X .
O lixo hospitalar podem ser: Sépticos – contaminados e provém do trato das doenças. Os
não sépticos é o restante com características de lixo domiciliar, comercial.

ƒ Cemitérios - São resíduos provenientes da operação de cemitérios municipais, acumulados


em focos de microorganismos, cinzas, excreções humanas, resíduos de operação de
necrópoles, roupas, calçados, cadáveres, restos de caixões, varrição, flores, e outros
asquerosos e desnecessárias matérias, além de resíduos de matéria orgânica em
decomposição, grave proliferação de microorganismos necro - chorume , (devido os corpos
animais ou humanos em putrefação), marcapassos com acionamento por fonte energética
nuclear (que até o momento não foram estabelecidas normas de remoção pré-
sepultamento), necessitando de constantes precauções higiênicas e intervenção da Saúde
Pública.

ƒ Industrial - São aqueles resíduos oriundos das atividades industriais, bastante


diversificado, e geralmente considerado tóxico. Podemos citar: cinzas, lodos, óleos,
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resíduos alcalinos ou ácidos, plásticos, papéis, madeiras, fibras, borracha, metal escórias,
vidros, cerâmicas. No Brasil há necessidade de que as pesquisas se aprofundem mais
acerca desta diversidade de resíduos, pois estes vêm trazendo conseqüências desastrosas ao
meio ambiente e a saúde pública, devido a disposições freqüentemente inadequadas.

ƒ Atômico - Consistem em rejeitos radioativos. Eles liberam continuamente partículas


minúsculas dotadas de intensa energia. Provocando diversas interações nos cromossomos
das células dos seres vivos passando características deficientes na hereditariedade. Estes
lixos provenientes de usinas e submarinos atômicos ou fábricas que empregam substâncias
radioativas devem procurar manter o lixo em compartimentos seguros e isolados. O Brasil
ainda não estabeleceu o depósito final, ficando os mesmos em tambores a céu aberto, e
outra parte em piscinas de concreto para este fim.

ƒ Lixo espacial - São os resíduos de mais de quatro mil satélites artificiais, que circulam pelo
espaço, formando entulho cósmico de parafusos, carcaças explodidas, ferramentas, tanque
de combustíveis, luvas dos astronautas e outros. Estes já causam preocupações devido a
problemas de trânsito no espaço.

ƒ Portos, aeroportos, terminais rodoviários - Constituem os resíduos sépticos, pois podem


conter germes patogênicos que veiculam doenças provenientes de outras cidade, estados, e
países. Citando-se: restos de alimentos, material de higiene, asseio pessoal. Os resíduos
assépticos destes locais podem ser considerados como domiciliares.

4.1.3 - Resíduos Sólidos das Áreas Rurais


ƒ Resíduos sólidos das atividades pecuária, agrícolas - Embalagens de adubos, defensivos
agrícolas, restos de colheita, ração, esterco animal embalagens de agroquímicos diversos e
outros. Estes resíduos têm seus destino final inadequados geralmente por falta de coleta,
são eles jogados em qualquer lugar no solo, nos rios, queimados ou enterrados.

¾ 4.2 - Classificação de acordo com a Norma NBR 10.004/2004


A classificação dos resíduos sólidos deverá ser feita de acordo com as normas vigentes.
Esta classificação é padronizada a nível nacional, pelas Normas da ABNT –– NBR 10004/04 –
Resíduos Sólidos Classificação. Os Resíduos Sólidos apresentam a seguinte classificação:
Classe I – Perigosos
Classe II - Não Perigosos
Resíduos classe IIA – Não Inertes
Resíduos classe IIB – Inertes
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A Norma 10.004 trata da classificação dos resíduos quanto a sua periculosidade, ou seja
scaracterística apresentada pelo resíduo em função de suas propriedades físicas, químicas ou
infecto contagiosas que apresentam risco potencial a saúde publica e ao meio ambiente. Outras
normas como a NBR 10005 – Lixiviação de Resíduos, NBR 10006 – Solubilização de Resíduos,
NBR 10007– Amostragem de Resíduos, são normas complementares à de classificação e que
devem ser consultadas.

ƒ Classe I – Resíduos Perigosos

“São resíduos sólidos ou misturas de resíduos que, em função de suas


propriedades físicas, químicas ou infecto-contagiosas possam apresentar
risco à saúde pública, provocando ou contribuindo de forma significativa
para um aumento de mortalidade ou da incidência de doenças e/ou,
presentar efeitos adversos ao meio ambiente, quando manuseados ou
dispostos de forma inadequada. São também considerados como resíduos
perigosos os resíduos que apresentarem uma das seguintes características:
Inflamabilidade, Corrosividade, Reatividade, Toxicidade ou
Patogenicidade” (NBR 10004).

Os Resíduos classe I – Perigosos são aqueles que apresentam periculosidade, conforme


uma das características descritas resumidamente: ( A classificação mais detalhada poderá ser
vista na NBR 2004/2004)
ƒ Inflamabilidade é a capacidade de determinadas substâncias gerarem incêndios durante o
armazenamento, transporte ou disposição,
ƒ Corrosividade é o potencial que determinadas substâncias podem apresentar de agir
sobre equipamentos, ou destruir tecido animal ou humano quando em contato;
ƒ Reatividade é a potencialidade explosiva nas condições ambientes de temperatura e
pressão que determinadas substâncias apresentam; elas podem reagir violentamente,
formando outras substâncias explosivas;
ƒ Patogenicidade é uma característica de substâncias apresentarem riscos de contaminação
ƒ microorganismos patogênicos, proteínas virais, e outros elementos descritos no Anexo 1,
ƒ capazes de produzir doenças em homens, animais ou vegetais.
ƒ Toxicidade é a capacidade de determinadas substâncias causar, em maior ou menor grau,
ƒ um efeito adverso em conseqüência de sua interação com o organismo; em caso agudo
poderá causar efeito adverso grave, ou mesmo levar a morte, após exposição a uma dose
elevada ou a repetidas doses em curto espaço de tempo.

Os Resíduos classe II - Não perigosos


Os códigos para alguns resíduos desta classe encontram-se: resíduo de restaurante, sucata
de metais ferrosos, sucatas de metais não ferrosos, resíduo de papel e papelão, resíduos de
borracha, mas não devem apresentar características de periculosidade
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- Classe IIA – Resíduos Não Inertes


“São os resíduos sólidos que não se enquadram na Classe I – perigosos, ou na Classe II B -
inertes”. Estes resíduos podem ter propriedades tais como: combustibilidade, biodegradabilidade
ou solubilidade em água”. (ABNT - NBR 10004)

- Classe II B - Resíduos Inertes


“Quaisquer resíduos que, quando amostrados de forma representativa, segundo ABNT NBR
10007, e submetidos a um contato dinâmico e estático com água destilada ou desionizada, à
temperatura ambiente, conforme ABNT NBR 10006, não tiverem nenhum de seus constituintes
solubilizados a concentrações superiores aos padrões de potabilidade de água, excetuando-se os
padrões de aspecto, cor, turbidez, dureza e sabor” (ABNT – NBR 10004)

As definições mais específicas segundo a NBR 10004/2004 são:

1) Periculosidade de um resíduo: Característica apresentada por um resíduo que, em função de


suas propriedades físicas, químicas ou infecto-contagiosas, pode apresentar: a) risco à saúde
pública, provocando mortalidade, incidência de doenças ou acentuando seus índices; b) riscos ao
meio ambiente, quando o resíduo for gerenciado de forma inadequada.

2) Toxicidade: Propriedade potencial que o agente tóxico possui de provocar, em maior ou


menor grau, um efeito adverso em conseqüência de sua interação com o organismo.
3) Agente tóxico: Qualquer substância ou mistura cuja inalação, ingestão ou absorção cutânea
tenha sido cientificamente comprovada como tendo efeito adverso (tóxico, carcinogênico,
mutagênico, teratogênico ou ecotoxicológico).

4) Toxicidade aguda: Propriedade potencial que o agente tóxico possui de provocar um efeito
adverso grave, ou mesmo morte, em conseqüência de sua interação com o organismo, após
exposição a uma única dose elevada ou a repetidas doses em curto espaço de tempo.

5) Agente teratogênico: Qualquer substância, mistura, organismo, agente físico ou estado de


deficiência que, estando presente durante a vida embrionária ou fetal, produz uma alteração na
estrutura ou função do individuo dela resultante.

6) Agente mutagênico: Qualquer substância, mistura, agente físico ou biológico cuja inalação,
ingestão
ou absorção cutânea possa elevar as taxas espontâneas de danos ao material genético e ainda
provocar ou aumentar a freqüência de defeitos genéticos.

7) Agente carcinogênico: Substâncias, misturas, agentes físicos ou biológicos cuja inalação


ingestão e absorção cutânea possa desenvolver câncer ou aumentar sua freqüência. O câncer é o
resultado de processo anormal, não controlado da diferenciação e proliferação celular, podendo
ser iniciado por alteração mutacional.

8) Agente ecotóxico: Substâncias ou misturas que apresentem ou possam apresentar riscos para
um ou vários compartimentos ambientais.
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9) DL50 (oral, ratos): Dose letal para 50% da população dos ratos testados, quando administrada
por via oral (DL – dose letal).

10) CL50 (inalação, ratos): Concentração de uma substância que, quando administrada por via
respiratória, acarreta a morte de 50% da população de ratos exposta (CL – concentração letal).

11) DL50 (dérmica, coelhos): Dose letal para 50% da população de coelhos testados, quando
administrada em contato com a pele (DL – dose letal

¾ 4.3 - A Composição dos Resíduos


As características do lixo variam conforme as atividades geradoras, podendo ser identificadas
de acordo com os fatores dominantes, características industriais, comerciais, turísticos, com o
clima, costumes, estágios econômicos e sociais, nível educacional, número de habitantes do local.

¾ Quanto a natureza dos resíduos, Podem variar assim sendo:


¾ Orgânico - papel, papelão, plástico biodegradável, madeira, restos de alimentos, tecidos.
¾ Inorgânico - metal, vidro, areia, terra, pedras.
¾ Biodegradável - papel, papelão, restos de alimentos, tecidos.
¾ Não biodegradável - borracha, plásticos, isopor.
¾ Degradação Rápida - alimentos, papel, papelão.
¾ Degradação Lenta - couro, madeira, tecidos.

¾ 4.4 - Propriedades Físicas dos Resíduos Sólidos


Qualquer que seja a classificação do lixo, deve-se caracterizar e conhecer os aspectos
relativos à sua produção, pois são elementos importantes para o planejamento correto do serviço
de limpeza pública sob o ponto de vista técnico e econômico.
Cada sociedade produz um tipo de lixo, uma mistura de materiais que varia em função de
hábitos e costumes da população, do clima e da estação e das atividades econômicas, que muda
ao longo do tempo. A identificação periódica das características do lixo de cada localidade é a
primeira etapa para uma correta administração do problema referente aos resíduos sólidos.
São elas: Físicas, Qímicas e Biológicas, são as qualidades especiais para seu emprego
apropriado.
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a- Teor de umidade - Varia com a quantidade de água contida no lixo, por unidade de volume, e
em função da sua composição, tem influência decisiva nos processo de tratamento, visando gerar
ou recuperar energia, assim como nos processos biológicos, onde atua na decomposição dos
materiais biodegradáveis. Determina-se submetendo a amostra a um processo de pesagem e
posterior secagem a 105° Celsius . O peso perdido na secagem representa o valor da água
existente na amostra. O percentual é dado por:

Tu = Pia – Pfa x 100


Pia

Onde Tu = teor de umidade; Pia= Peso inicial da amostra; Pfa= Peso final da amostra

b -Peso Específico – ou Densidade Aparente - É a relação entre o peso e o volume por eles
ocupados (Kgf/m3). É de extrema importância para a determinação e dimensionamento dos
equipamentos e instalações. É também um dos indicadores do grau de industrialização e da
diminuição do desperdício. O peso específico varia com a evolução dos hábitos e costumes. No
início do Séc. XX, o peso específico em média nos países industrializados estava por volta de 500
a 800 kgf/m3, atualmente fica em torno de 150 a 300 kgf/m3 [ Pinto, 1979 ]. Mesmo assim há um
aumento na produção de resíduos por habitante e uma acentuada melhora na qualidade de vida.

Método Direto: Para calcular a densidade recomenda-se o uso de resíduos em determinado


recipiente, podendo ser uma bombona por exemplo, com aproximadamente de 200 litros, e após
cheio deve ser deixado cair 3 vezes desde uma altura de 10 cm.

Densidade = Peso dos resíduos sólidos ( kg)


Volume que ocupam os res. Sol. no recipiente ( m3)

c - Combustibilidade – É a condição dos resíduos demonstrarem capacidade de pegar fogo,


sendo imprescindível o seu conhecimento por motivos de segurança.
Quanto o Poder Calorífico é a capacidade potencial de um material desprender determinada
quantidade de calor .É de suma importância sua determinação nas usinas de incineração.
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Calcula-se o Resíduo Seco que é o material remanescente do processo. Determinando-se:

Rs = (100-Tu)%

d - Compressividade - É o grau de compactação , que indica a redução de volume quando


submetida a uma pressão determinada, normalmente varia de 3 a 5 vezes. É importante para o
dimensionamento de equipamentos compactadores. A compressividade do lixo situa-se entre 1:3
e 1:4, para uma pressão equivalente a 4 Kg/cm2, torna-se possível calcular os equipamentos
de compactação.

e - Teor de matéria orgânica - É a quantidade em peso seco de matéria orgânica contida na


massa de lixo, e podem indicar a velocidade de decomposição. O teor de matéria orgânica define
a demanda bioquímica de oxigênio (DBO) requerida durante a estabilização da matéria orgânica
decomponível. A quantidade de matéria orgânica oxidável pela ação biológica e sua relação
carbono/ nitrogênio indicam a capacidade dos resíduos em decomposição de se constituírem em
compostos orgânicos bioestabilizados, mais resistentes às espécies consumidoras.

f - Produção per capita – É a quantidade de lixo que cada habitante gera num dia, diretamente
ligada ao padrão de consumo. No Brasil segundo a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico
2000 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística mostra que nas metrópoles com mais de
um milhão de habitantes, cada morador produz em média 1,5 kg de lixo /dia. E nas cidades até
10 mil habitantes um habitante produz uma média de 0,66 kg de lixo/dia. PPC [ KG/HAB/DIA]
Para mercados: KG/dia/banca ou Kg/ dia/m2; ou Kg/ dia/ m2 ou na varrição kg/ dia/km.

¾ Os Centros de Massa
Há necessidade de se determinar os Centros de Massa de produção de lixo. Estes centros
de massa servirão para estudo posterior na utilização de um “modelo de transporte”, na avaliação
econômica das alternativas de instalações de “destino final”. Poderá se levar em conta que a
produção de lixo domiciliar per capta varia de forma significativa com o poder aquisitivo da
população, para isso utiliza-se da divisão populacional em termos de renda familiar e apresenta-
se no Plano de gerenciamento da área de estudo. O zoneamento proposto poderá ser dividido em
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micro áreas homogêneas para as quais serão feitas projeções de populações e produção de lixo
domiciliar.

ƒ Método de estimativa indireta:


Produção per capta de resíduos sólidos e sua densidade, sem discriminações qualitativas.

onde PPC = quantidade total coletada (Kg/dia)


população total atendida( habitantes/dia)

ou PPC = quantidade total de resíduos dispostos em aterro ( kg/dia)


população total atendida ( habitantes /dia)

É possível que as produções per capita, nos dois métodos dêem diferentes, o projetista deverá
analisar a causa desta diferença e determinar se deve ou não ser aceita.

ƒ Método de estimativa direta:


Análise quantitativa do lixo. Exemplo:
É interessante determinar a composição média do lixo, durante as quatro estações do ano,
determinando os valores máximos e mínimos. Escolher os três grupos de classe social: pobre,
média e rica. Após escolher bairros e quarteirões para coletar amostras em períodos específicos
nos grupos selecionados conforme a percentagem da população em relação à área estuda. Se a
população tem 50% na classe pobre, também se pensará numa amostra de 50% deste grupo, e
assim sucessivamente conforme a avaliação e classificação para os impostos prediais.

Obter o mapa de situação da zona de estudo, localizar as fontes de geração de resíduos


não domiciliares, localizar as zonas e os itinerários de coleta e a área de disposição final dos
resíduos. Selecionar 4 amostras de 100kg, em tambores de 200l, para facilitar seu manuseio, por
exemplo o lixo das casas com finais iguais ( 5, 15, 25, 35, etc...). Selecione para estudo
quantitativo, os grupos de imóveis da área separando as amostras em classes sociais – A; B; C,
oportunamente o ideal seria selecionar também, amostras representativas para cada estação do
ano.
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Fazer a descarga, em pátio coberto ou aberto rapidamente e após romper os sacos


plásticos que estão acondicionando os resíduos, homogeneizando-os. Separar ainda os resíduos
das pilhas de forma a descartar os materiais de grande volume ou mais rígidos, divide-se em onze
pilhas secundárias em um pátio cobrindo os resíduos com lona, de forma que fiquem bem
variados e aleatórias. Após selecionar por quarteamento as pilhas, deverá então a primeira
amostra ser separada em um saco plástico de 5 litros, fechar e enviar para análise da umidade
em laboratório.

Quanto ao restante das dez pilhas existentes, separar quatro pilhas com aproximadamente
150l, retirar os resíduos como pedras, vidros, latas, sendo que o restante das pilhas, executar o
quarteamento e após o retalhamento dos resíduos em partículas de até 2 cm, selecione até que se
obtenha 5 litros, que será a segunda amostra para análise da composição química e
parâmetros físico- químicos.

Para o cálculo da densidade, pesar os resíduos dos tambores na origem, medir o volume
coletor, estabelecendo a razão : peso/volume;
ƒ Para obter a densidade do veículo coletor, divide-se o peso transportado em toneladas
pelo volume que ocupa no veículo. Por certo esta densidade deverá ser maior.
ƒ Para a densidade no aterro, mede-se o peso com o volume topográfico.
ƒ Calcula-se a produção per capta – ppc. Pela média dos sete dias expressados em % , na
relação entre peso por pessoa.
ƒ Durante sete dias consecutivos, pesam-se as amostras para se obter o peso total da média
destes dias. Separando-se alguns componentes, como: papel, papelão, material orgânico
putrescível, plástico mole e duro, vidro, madeira, couro, osso, trapo, terra, metais ferrosos,
metais não ferrosos e outros.

As amostras para determinação da produção de lixo geralmente duram 8 dias e as análises da


mesma 7 dias. Isto é assim porque o lixo que se recolhe no primeiro dia se descarta por consider-
se uma amostra viciada.
Obs: Por pesagem de caminhões: determina-se a cobertura, ou seja o percentual da popualação
que no momento da análise tem serviço de coleta. Posteriormente durante oito dias, se pesam
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todos os caminhões que levam o lixo ao aterro ou vazadouros. A pesagem do primeiro dia se
descarta,, e aos resultados da pesagem dos 7 dias subseqüentes se aplica a fórmula:

PPC = soma de pesos de tosos os caminhões


= hab x 11 .
( população total x cobertura) [kg/hab/dia].
A cobertura é admensional

g - PH ou Potencial Hidrogeniônico – determina-se o material do lixo para saber se é de


natureza ácida ou básica.
Na prática:
1- Toma-se uma amostra pequena de lixo que se quer determinar o PH, e tritura ou picota até
ficar em pequenas partículas;
2- Toma-se um copo comum e nele coloca-se uma xícara de café do picotado e três xícaras
de água limpa;
3- Com uma colher de sobremesa, mexe-se a mistura por 10 minutos;
4- Ffiltra-se a mistura em um funil com uma mecha de algodão hidrófito colocado
internamente no gargalo;
5- Da solução filtrada toma-se três gotas e adiciona-se uma gota de azul de bromotinol e
mistura-se em um pires.

Resultado: A interpretação da determinação é baseada na coloração do líquido apresentado pela


mistura das gotas do filtrado com o azul de bromotinol . Assim :
1 – amarela – o meio é ácido com ph menor do que 6
2 – verde – a reação é neutra ou levemente alcalina, com ph entre a faixa de 6,0 a 7,6.
3 – azul – a reação é alcalina ou básica, com ph maior do que 7,6.

h - Composição gravimétrica – representa o percentual de cada componente em relação ao peso


total do lixo. No Brasil o maior percentual é a matéria orgânica putrecível – e segundo o papel e
papelão.
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Componentes 1º dia 2º dia 3º dia 4º dia 5º dia 6º dia 7º dia Média


kg % kg % kg % kg % kg % Kg % kg %
Metal
Vidro
Terra
Res. Org.
Papel
Plástico
Madeira
Outros
Total
Tabela para se quantificar os resíduos sólidos

ƒ 4.4 - Estudos da Análise Gravimétrica


Faz-se necessário o estudo e análise gravimétrica do lixo, que é uma das propriedades
físicas dos resíduos sólidos para que a partir destes obtenha-se parâmetros como teor de
umidade, peso específico. Estes dados também podem ajudar nas especificações e no
dimensionamento dos equipamentos , assim como também permitem a determinação do
potencial de reciclagem de cada área, possibilitando então a redução do volume de lixo
disposto nos aterros.

Este parâmetro poderá auxiliar na possível definição das áreas para implantação de
cooperativas de catadores de coleta seletiva, além disso, dá possibilidades de se resgatar
importante consciência ecológica entre cidadãos, empresários e políticas públicas. Ao se refletir
sobre a análise gravimétrica podemos chegar a uma possível busca de racionalizar os enormes
volumes gerados e até quem sabe buscar uma nova moral para que seja possível diminuir a
intensidade desse consumo que ora vem sendo acrescido, inclusive sendo desperdiçado quando
enterrados ou deixados a céu aberto.

Os resíduos são recolhidos em diversas áreas e após são coletadas amostras aleatórias de
lixo domiciliar que serão analisadas conforme a área territorial, a densidade populacional e a
quantidade de lixo coletada nas diversas regiões, não esquecendo de que estes podem ser
influenciados por fatores sazonais para que não se determine a análise gravimétrica equivocada
do lixo gerado.
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As tabelas 2 e 3 apresentam respectivamente as séries históricas da composição


gravimétrica do lixo domiciliar de São Paulo e do Rio de Janeiro, realizada pela COMLURB,
responsável pelos serviços de limpeza pública da cidade.

Tabela 2 Composição gravimétrica do lixo domiciliar de São Paulo

Tabela 3. Composição gravimétrica do lixo domiciliar do Rio de Janeiro

Na figura 2 visualizam-se os dados do Rio de Janeiro sobre a série histórica e observa-se a


queda da porcentagem de papel no lixo (provavelmente em função do processo de segregação
prévia) e o crescimento do percentual de plástico.
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Figura 2. Série Histórica


Fonte: COMLURB, 2002

A composição gravimétrica permite uma estimativa quanto aos materiais


putrescíveis,recicláveis e combustíveis. A tabela 6 indica os variados componentes com as suas
respectivas classificações. A partir da década de 80 começa a valorização da reciclagem.

o Fatores que influenciam na produção de resíduos :


Através destas características, podemos indicar diversos fatores que influenciam na produção
dos resíduos, dentre eles:
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ƒ Fatores Climáticos
Chuvas - aumento do teor de umidade; Estações do Ano - folhas no outono
ƒ Festas Populares
Carnaval - aumento de vidro e metal não ferroso; Natal/ Ano Novo/ Páscoa - aumento de
embalagens e aumento de matéria orgânica.
ƒ Férias Escolares - esvaziamento de áreas da cidade
ƒ Hábitos - Variação do poder aquisitivo ao longo do mês - consumo maior de
supérfluos perto do recebimento do salário; Diferença de consumo entre os dias
úteis e o final de semana; Lançamentos de novos produtos; Promoções de grandes
estabelecimentos comerciais.

¾ Nos países Orientais, e Ocidentais a composição gravimétrica dos resíduos sólidos


urbanos variam conforme o nível de desenvolvimento do país, podendo ser inclusive
identificado diversas mudanças de hábitos e tendências.

o Análise identificada pela COMLURB em 1998, a partir dos resíduos coletados:


- Substituição do papel/papelão pelo plástico em embalagens;
- Mudanças na área de alimentos prontos e semi- prontos;
- Maior reciclagem de materiais, que para muitos é o ideal para a racionalização de energia, e que
para outros uma boa fonte de lucros;
- Maior ou menor poder aquisitivo da população, que pode ser observada através da quantidade
de matéria orgânica encontrada nos lixos domiciliares;
- Maior quantidade de matéria orgânica nas favelas, nos subúrbios e nos bairros da zona oeste ,
acima de 50% , indicando uma maior manipulação destes alimentos nas residências;
- Deficiência na armazenagem e aquisição de produtos , maior desperdício nas perdas prematura
dos gêneros alimentícios;
- Tendência de aumento do vidro, (ótimo indicador da melhora do padrão de consumo da
população) e aumento no consumo de plástico de embalagens (nem sempre linear);
- Tendência de estabilização dos principais parâmetros.
- Variações da matéria orgânica antes do Plano Real, e após este Plano;
- Dados de gravimetria fortemente influenciados pela crise do dólar,. com aumento da matéria
orgânica e do plástico em detrimento do vidro;
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o Existem diversos procedimentos alternativos para a análise física do lixo, quando não se
tem condição de montar laboratórios bem equipados, mas de qualquer forma é
interessante que se tenha a determinação do peso específico, o teor de umidade, e a
composição gravimétrica.

¾ 4.5 – Propriedades Químicas dos Resíduos Sólidos


a - pH - indica o teor de concentração de íons de hidrogênio (H), em solução caracterizando a
acidez ou alcalinidade do material;

b - Teores de cinzas ou teores diversos– é muito interessante quando se estuda o tratamento do


lixo. Geralmente determina-se matéria orgânica, carbono, hidrogênio, nitrogênio, potássio, cálcio,
sódio, fósforo, resíduos mineral total, resíduo mineral solúvel e gordura, e elementos metálicos,
são de importância conhecer a quantidade presente na massa de resíduos para se poder analisar os
processos de tratamento apropriados a mesma massa de resíduos.

c - Relação C: N - a relação carbono /nitrogênio indica a capacidade de decomposição da matéria


orgânica (degradabilidade, e o grau de decomposição da matéria orgânica presente no lixo) nos
processos de tratamento/disposição final para se constituírem em compostos orgânico bio-
estabilizados. Tendo em vista que os microrganismos responsáveis pela decomposição da
matéria orgânica necessitam de carbono para seu desenvolvimento e de nitrogênio para a síntese
de proteínas. Quanto maior a relação, menos avançado é o estágio de degradação do lixo.

¾ 4.6 - Propriedades Biológicas dos Resíduos Sólidos


a) População microbiana – os resíduos sólidos apresentam, quando em estado de decomposição,
materiais orgânicos detentores de um potencial energético com capacidade de realizar a nutrição,
mantendo o mecanismo de respiração e as atividades de locomoção dos micro organismos. Os
principais microorganismos responsáveis por essa decomposição são bactérias e fungos. Assim,
o estudo dessa população microbiana, bem como dos patogênicos encontrados nos resíduos,
juntamente com as características químicas, permitem que se estabeleçam métodos de tratamento
e disposição final do lixo, de forma mais adequada.
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É importante analisar a população microbiana e os agentes patogênicos no lixo, para que sejam
discriminados os métodos de tratamento e disposição mais adequada.

Exemplo: Parâmetros físico-químicos do lixo domiciliar - Região Metropolitana Belém


DETERMINAÇÃO VARIAÇÃO VALORES MÉDIOS
Umidade % (1) 66,1 -78,2 73,6
PH 3,2- 7,0 -
Mat Orgânica % (1) 65,1 – 86,3 78,8
Sólidos Voláteis %(1) 70,4 – 92,4 83,7
Nitrogênio % (1) 1,1 – 2,4 1,6
Fósforo % (1) 0,1 – 0,5 0,3
Potássio % (1) 0,7 – 1,4 1,0
Carbono % (1) 28,2 – 34,4 31,7
Hidrogênio% (1) 2,1 – 5,6 3,6
Enxofre % (1) 0,1 – 0,3 0,2
Poder Calorífico Superior (k cal/ kg) 3666 – 4628 4243
Poder Calorífico Inferior (k cal/ kg) 402 – 1072 623
Relação C/ N 13,7 – 31,3 20,8
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¾ 5.0 – CONSIDERAÇÕES LEGISLATIVAS E INSTITUCIONAIS.

A abordagem jurídica da questão ambiental tornou-se mais ampla e integrada, quando por
resultado da Conferência de Estocolmo, em 1972.
Foi promulgada a Constituição Federal de 1988 e de forma inédita e pioneira, inseriu-se
na Lei Maior do país, um capítulo dedicado ao meio ambiente.
Novas dimensões legais adequadas e necessidade de um desenvolvimento sócio
econômico sustentável levaram então a legislação brasileira ganhar um novo suporte com os
princípios e diretrizes contidos nos documentos aprovados pela Conferência do Rio, a ECO-92
em 1992.
A legislação brasileira é considerada uma das mais avançadas do mundo,
mas a verdade é que esse volumoso e acelerado processo legislativo tem
dificultado a sua correta aplicação. Pode-se observar a realidade brasileira tendo
uma defasagem entre o ordenado jurídico e a realidade ambiental no país.
Muitas das vezes estes dispositivos legais vigentes tão complexos e de difícil
solução são cumpridos em parte ou não são cumpridos. NASCIMENTO, 2002.

A instituições da área de resíduos sólidos com interface no planejamento


urbano/ambiental, leva à elaboração de diretrizes e programas para desenvolver e proteger o meio
ambiente.
Podendo-se citar a Lei Federal nº 6.938/81 que regula a estrutura administrativa e os
instrumentos para a proteção ambiental, que dispõe: “A Política Nacional de Meio Ambiente tem
por objetivo a preservação, melhoria, e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida,
visando assegurar, no país, condições ao desenvolvimento sócio-econômico, aos interesses da
segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana”.

Ainda no artigo décimo, do mencionado instrumento legal, determina o licenciamento


prévio, por órgãos estaduais competente, integrantes do SISNAMA – Sistema Nacional do Meio
Ambiente, para a construção, instalação, ampliação e funcionamento de estabelecimento e
atividades utilizadores de recursos ambientais, considerados efetiva ou potencialmente
poluidores, bem como aqueles capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental.
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Destaca-se ainda por sua importância ao detalhar a estrutura do SISNAMA, a


regulamentação da constituição, e o funcionamento e as competências do CONAMA - Conselho
Nacional de Meio Ambiente. Inúmeras dificuldades ao longo de anos para a aplicação adequada
dos princípios e disposições da Resolução CONAMA 001/86, evitando assim potencial poluição,
ou degradação ambiental. Para minimizar essas dificuldades, o CONAMA, criou Grupos de
Trabalho representados por Ministérios, pelo IBAMA, ABEMA, ANAMMA, Órgãos estaduais
de meio ambiente em vários estados.

A necessidade de se gerenciar de maneira sustentável os resíduos sólidos urbanos vem ao


encontro aos órgãos da esfera estadual, e municipal. Enquanto os órgãos no nível estadual são
responsáveis pelo controle ambiental, os órgãos municipais desenvolvem alternativas para o bom
planejamento urbano , a segurança e a saúde pública.

Ao se considerar o nível Municipal e Estadual, consideramos a estrutura e a disponibilidades


diferentes de cada administração municipal, com relativa autonomia, e diferentes situações sócio-
políticos. A forma ideal para se ter cooperações inter governamentais entre Estado e Municípios é
a organização e a transferência de dados das priorizações para analisar os riscos e as remediações
dos problemas existentes nas áreas de planejamento urbano/ ambiental. Já na esfera municipal, as
instituições político-administrativas têm autonomia, através de legislações municipais próprias
como a Lei Orgânica do Município do Rio de Janeiro.

Em nível estadual, busca-se interação, com os instrumentos do planejamento ambiental,


com as áreas de proteção ambiental - APA e com as áreas de proteção aos mananciais - APM.
Também é possível afirmar a sintonia com os instrumentos de avaliação de impactos ambientais
EIA-RIMA, pois oferecem processos de avaliação de projetos de grande porte, ou proteção das
regiões não urbanas, tornando um instrumento importante nas análises de projetos para a
disposição final de resíduos sólidos. Mas que em municípios pequenos tornam-se inviáveis
devido ao seu alto custo, onde as pesquisas destes instrumentos dificultam ainda mais o destino
adequado de seus resíduos. Convém estarmos sempre atentos para a Legislação vigente.
Profª Valéria Borba do Nasciment o – Prof. Odir Clécio da Cruz Roque Gestão dos Resíduos Sólidos 43

¾ 5.1 - Formas Institucionais


Além dos Aspectos Técnicos e Econômicos é de grande importância o estudo e as análises
dos aspectos institucionais, de forma a garantir o pleno desenvolvimento do Gerenciamento do
Sistema de Limpeza Pública da área de estudo.

¾ 5.2 - Estudos Administrativos e Organizacionais


Os instrumentos legais constituem no embasamento para o plano de estudo do
gerenciamento municipal conforme adaptação do trabalho de Nabhan et all em 1979:
ƒ Aspectos Administrativos-São vários modelos organizacionais alternativos que podem
ser aplicados na implantação de um sistema de limpeza pública. São diversas as formas
de administração: Administração direta, autarquia, fundação e empresa.

ƒ Administração Direta - Este modelo tem a vantagem de assumir a natureza tributária


como taxas, seus bens e rendas são impenhoráveis, gozam de imunidade tributária no que
se refere ao patrimônio, a renda e aos serviços vinculados às suas finalidades ou delas
decorrentes. Como desvantagem pode-se dizer que não dispõe de autonomia
administrativa, em matéria de pessoal e de aquisição, é tolhida sua faixa de remuneração
para os funcionários e são definidas por normas. Nas licitações têm interpretações
restritivas, sua capacidade financeira depende integralmente da elaboração orçamentária.

ƒ Autarquia – Este modelo apresenta como vantagem personalidade jurídica de direito


público, podendo contrair direitos e obrigações em seu próprio nome, possui autonomia
financeira e administrativa embora restritiva, suas receitas assumem natureza tributária
como taxa; seus bens e rendas são impenhoráveis. Como desvantagem este modelo não
apresenta adequação à execução de serviços comerciais e industriais, como podem ser
considerados os de limpeza pública; não desfrutam em matéria de pessoal e de aquisição,
não é ampla, tolhida por disposições normativas, a elaboração orçamentária depende de
aprovação legislativa.

ƒ Fundação - Oferecem vantagens análogas as das formas empresariais, sujeitam-se ao


controle do Ministério Público, possibilita a fluente dinamização do empreendimento
perseguido pela entidade. Restrita as hipóteses de atendimento de objetivos não
lucrativos, dessa forma seria inconveniente sua adoção para institucionalizar o serviço em
questão.

ƒ Empresarial – Para o gerenciamento dos serviços de limpeza pública são as empresas de


economia mista, isto é sob regime legal misto que são sujeitas a lei das sociedades por
ações. Restam as sociedades anônimas de capital misto e as empresas públicas. As de
sociedades anônimas são constituídas do capital oriunda de fontes privadas e uma parcela
majoritária, oriunda dos cofres públicos. As empresas públicas são constituídas de capital
exclusivamente pública, podem assumir diferentes configurações salientando-se a
empresa pública na forma de sociedade anônima por ações.
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De modo geral analisando as vantagens e as desvantagens dos modelos institucionais


apresentados, opta-se pela adoção da forma empresarial como sendo a mais adequada, a
empresa poderá ser de sociedade anônima de capital misto ou público. Entretanto, dado o
caráter dos serviços a serem prestados e considerados inclusive a possibilidade dos
Municípios subsidiarem parte dos custos, torna-se quase que imperiosa a adoção de uma
empresa pública, pois seria difícil a captação de recursos privados para uma atividade não
lucrativa cujo objetivo principal é a prestação de serviços à comunidade.

EXEMPLO:
¾ Alternativas de Organização Institucional para a Gestão de Resíduos:
1 – Unidade da Administração Direta Municipal (secretarias, departamentos, divisão..)
2 – Autarquia municipal de limpeza urbana
3 – Empresa pública municipal de limpeza urbana
4 – Empresa de economia mista municipal de limpeza urbana
5 – Autarquia municipal de saneamento (água, esgoto, e resíduos sólidos)
6 – Autarquia intermunicipal de limpeza urbana
7 – Autarquia intermunicipal de saneamento
8 – Empresa pública intermunicipal (regional) de limpeza urbana
9 – Empresa de economia mista intermunicipal (regional) de limpeza urbana
10 – Empresa pública intermunicipal (regional) de saneamento ambiental
11 – Empresa de economia mista intermunicipal de saneamento ambiental

¾ Resumindo : Administração direta; Autarquia de limpeza urbana; Autarquia de saneamento


ambiental; Empresa pública; Empresa economia mista
o Delegação da Operação dos SLUs :
a) Terceirização – contratos de prestação de serviços: Contratos de médio prazo compatíveis com á vida útil
dos equipamentos necessários (caminhões e outros veículos , máquinas)
b) Delegação a terceiro – privado, em regime de concessão através de licitação: Concessão parcial ou total de
serviços – contratos de prazos mais longos para amortização de investimentos de vida útil maior aterros,
usinas e instalações similiares; Exigência de constituição de órgão regulador (autarquia ou empresa pública)
de mesmo âmbito (local ou regional)

¾ Importantes Ferramentas de Trabalho:

- Lei de Crimes Ambientais


- Políticas Estaduais de Resíduos Sólidos
- Estatuto das Cidades
- Termos de Ajustamento de Conduta
- ICMs Ecológicos
- Normas Técnicas e Resoluções do CONAMA
- Fóruns Nacional, Estaduais e Municipais
- Investimentos do Governo Federal
- Curso de Capacitação para o setor
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- Decretos
- Lei de Limpeza Urbana
- Regulamentos
- Norma da ABNT

ƒ Termos de Ajustamento de Conduta: Ministério Público firma Termo de Ajustamento


de Conduta, com os municípios e prazos para solução dos problemas;

ƒ ICMs Ecológicos – São índices de repasse aos municípios, ligados a termos ecológicos
ou ambientais;

ƒ Estatuto da Cidade : Lei nº 10.257 de 10/07/2001 – Municípios com mais de 20 mil


habitantes deverão elaborar e aprovar Planos Diretores no prazo de 5 anos;

ƒ Política Nacional para os temas dos resíduos: Tramitam na Câmara Federal vários
projetos lei, aguardam autorizações para formalizar legalmente as ações.

¾ 5.3 - Responsabilidade da Fiscalização


ESPONSABILIDADE DE FISCALIZAÇÃO

TIPO DE RESÍDUOS GESTOR FISCALIZAÇÃO


Doméstico Peq Ger Pref. Municipal Pref Municipal
Comercial Peq Gerador Pref. Municipal Pref Municipal
Comerrcial Gde Gerador Pref. Municipal Pref Municipal
Público Pref. Municipal Pref Municipal
Industrial Gerador OEMA
Serviços de Saúde Gerador Pref. Munic., OEMA
Radioativos Gerador CNEM , OEMA
Agrícolas Gerador IBAMA , OEMA
Portos Aeroportos Gerador Gov. Fed. , OEMA
Entulho Peq gerador Pref. Municipal Pref. Municipal
Entulho Gde Gerador Gerador Pref Munic., OEMA
IPT , 2000
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¾ 5.4 – Legislação Aplicada

Normas ABNT :
- ABNR NBR 8.843 - Aeroporto Gerenciamento Res. Sólidos
- ABNT NBR - 9.191Sacos Plásticos para Acondicion. Lixo
- ABNT NBR 10004: 2004 – Classificação
- ABNT NBR 10005:2004 – Procedimento para obtenção de extrato lixiviado de resíduos sólidos
- ABNT NBR 10006:2004 – Procedimento p/ obtenção de extrato solubilizado de res. sólidos
- ABNT NBR 10007:2004 – Amostragem de resíduos sólidos
- ABNT NBR 11174 - Armazenamento de resíduos classes II – não inertes e III – inertes
- ABNT NBR 11175 – Incineração de resíduos sólidos
- ABNT NBR 12808:1993 – Resíduos de serviço de saúde – Classificação
- ABNT NBR 12235 – Armazenamento de resíduos sólidos perigosos
- ABNT NBR - 12.807; 12.808; 12.809; 12.810Resíduos de Serviço de Saúde
- ABNT NBR 12980 – Coleta, Varrição e Acondicioamento de Resíduos sólidos urbanos
- ABNT NBR 13221 – Transporte Terrestre de Resíduos
- ABNT NBR13.463 - Coleta de Resíduos Sólidos
- ABNT NBR 13591 - Compostagem
- ABNT NBR 14599 - Coletor Compactador (req. Segur)

- Resolução CONAMA
- Portaria Minter - 053/79
- RS Serviços de Saúde , Portos, Aeroportos, Terminais Ferrov, e Rodov. - 05/93
- Lic Ambiental RS Industriais - 06/88
- EIA/ RIMA atividades impactantes incluindo aterro sanitário – 01/ 86
- Lic atividades essencialmente poluidoras - 02/85
- RDC 358/2005 – resíduos de serviços de saúd

- Resolução ANVISA
- RDC 306/2004 – gerenciamento de resíduos de serviços de saúde

¾ 5.5 - A RESOLUÇÃO CONAMA

A Resolução do CONAMA 001 de 23 de janeiro de 1986 confere:


Qualquer alteração nas propriedades física, químicas e biológicas do meio ambiente, causada
por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou
indiretamente, afetem:
• A saúde, a segurança e o bem-estar da população;
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• As atividades sociais e econômicas;


• A biota
• As condições estéticas e sanitárias do meio ambiente;
• A qualidade dos recursos naturais.

Área Contaminada - é uma área onde há comprovadamente poluição, por análise, causada por
quaisquer substâncias ou resíduos que nela tenham sido depositados, acumulados, armazenados,
enterrados ou infiltrados, determinando impactos negativos sobre os bens a proteger.
Bens a proteger - são componentes do meio ambiente protegidos pela Política Nacional do Meio
Ambiente.

Os Impactos do lixo na Saúde Pública

Ao se dispor do lixo no solo à céu aberto, estas áreas darão condições significativas para a
sobrevivência de animais, com disponibilidade de alimentos, água, e esconderijo. O que
constitui-se em grande problema devido a nocividade ao homem e implica em fonte contínua de
agentes patogênicos.

A natureza tenta limpar todo o lixo produzido, mas muitas vezes a poluição é tão grande
que o lixo passa a ser preferência de vários seres vivos. É possível correlacionar o surgimento de
algumas doenças com animais transmissores, por isso é muito importante se estudar o
envolvimento do lixo com os aspectos sanitários, biológicos, sócio-econômicos e
epidemiológicos.

¾ ATENÇÃO:
Há dificuldade de estabelecer uma relação direta entre o inadequado manejo dos resíduos
sólidos municipais e a saúde. Algumas estatísticas apresentam que as condições da saúde e a
falta de saneamento podem ser reconhecidas entre as causas e às enfermidades que são
muitas, entre elas ocorrem a pobreza, a desnutrição e a carência dos serviços de saneamento
básico e principalmente o manejo deficiente dos resíduos sólidos.
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Poderíamos Relacionar Entre Tantos Fatores: adaptado, OPS 1978


• Pouca atração dos RS comuns tem sobre os principais profissionais e pesquisadores.
• O descuido das autoridades públicas em questões da saúde, relacionados com o setor
específico de resíduos;
• A ausência da capacitação sobre ambiente e saúde e principalmente dos profissionais que
operam nos serviços de resíduos sólidos de onde predominam os engenheiros;
• Importação de tecnologias de países que não se assemelham ao nosso, dado as condições
locais serem bem diferentes;
• A presença de novos produtos, o manejo e a integridade dos ambiente que estão expostos
e particularmente os trabalhadores envolvidos neste manejos;
• Em sítios onde foram gerados. Com exposições ocupacionais e causando acidentes;
• Durante o transporte , e envolvimento com acidentes;
• Nos sítios onde se armazenam e se depositam para seu tratamento;
• Em instalações inadequadas e insuficientes para o manejo destes resíduos;
• Podem ocorrem em qualquer lugar,inclusive áreas urbanas;
• Todas as áreas sem controle como barrancos, terrenos baldios, zonas industriais, rios,
lagos, praias costeiras, todos podem ser considerados como sítios perigosos e áreas de
risco para a saúde humana.

¾ 5.6 - Licença Ambiental

Licenciamento Ambiental: É o procedimento no qual o poder público, representado por


órgãos ambientais, autoriza e acompanha a implantação e a operação de atividades, que utilizam
recursos naturais ou que sejam consideradas efetivas ou potencialmente poluidoras. É obrigação
do empreendedor, prevista em lei, buscar o licenciamento ambiental junto ao órgão competente,
desde as etapas iniciais de seu planejamento e instalação até a sua efetiva operação.
Atividades ligadas ao tema de resíduos sólidos: tratamento e destinação de resíduos
industriais – líquidos e sólidos; tratamento/ disposição de resíduos especais tais como: de
agroquímicos e sua embalagens usadas e de serviço de saúde, entre outros; tratamento e
destinação de resíduos sólidos urbanos, inclusive aqueles provenientes de fossas; recuperação de
áreas contaminadas ou degradadas
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Tipos de Licenças Ambientais:


Licença Prévia – LP; Licença de Instalação – LI, Licença de Operação – LO: Resolução nº
237/1997.

LP – concedida na fase preliminar do planejamento do empreendimento ou atividade aprovando


sua localização e concepção, atestando a viabilidade ambiental e estabelecendo os requisitos
básicos e condicionantes a serem atendidos nas próximas fases de sua implementação;

LI – autoriza a instalação do empreendimento ou atividade de acordo com as especificações


constantes dos planos, programas e projetos aprovados, incluindo as medidas de controle
ambientais e demais condicionantes, da qual constituem motivo determinante;

LO – autoriza a operação da atividade ou empreendimento, após a verificação do efetivo


cumprimento do que consta das licenças anteriores, com as medidas de controle ambiental e
condicionantes determinados para a operação.

Passos necessários para o requerimento da licença: Atenção aos prazos de validade das
licenças!

ƒ Identificar o tipo de licença a ser requerida


ƒ Identificar a quem pedir a licença
ƒ Solicitar no Órgão Ambiental o Cadastro da Atividade
ƒ Requerimento da Licença: taxa de custos do processo, documentos solicitados, cadastro
preenchido
ƒ Formalização / Abertura de Processo

Exigências Ambientais -

EXIGÊNCIAS O QUE É IMPORTÂNCIA PROCEDIMENTOS


Comprovante de Nota Fiscal Empresa responsável
Verificar se a empresa
destinação de por sua destinação
contratada está
resíduos sólidos final devidamente
autorizada para
exercer atividade
Manifesto de Formulário Próprio Controla os resíduos Controla os resíduos
Resíduos gerados desde a
origem até a disp final
Inventário de Sistema de controle e Conhecer tipos e os Objetiva conhecer os
Resíduos cadastramento destinos dos resíduos tipos de os destinos
industriais dados aos resíduos
industriais
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¾ 6.0 - O LIXO E SEUS IMPACTOS NO MEIO AMBIENTE


E NA SAÚDE PÚBLICA

O gerenciamento de área contaminadas tem sua importância na redução dos riscos


decorrentes da existência das poluições geradas pelo lixo que causam danos à população e ao
ambiente, e através de medidas impliquem em assegurar formas de intervenções mais adequadas.

A quantidade de metais pesados disponíveis no meio ambiente tem sido objeto de estudos
por diversos pesquisadores nos últimos anos. No solo, estes metais vêm interando entre a
atmosfera e a crosta terrestre, bem como o substrato para ecossistemas agrícolas e naturais, e
reduzindo consideravelmente a produtividade do solo.

- Materiais para pintura como tintas, solventes, pigmentos, vernizes;


- Produtos para jardinagem e animais como pesticidas, inseticidas, repelentes, herbicidas;
- Produtos para motores como óleos lubrificantes, fluídos de freio e transmissão, baterias;
- Outros Itens como pilhas, baterias de celulares, remédios e alimentos, vencidos , frascos de
aerossóis em geral, lâmpadas fluorescentes;

¾ 6.1 - A contaminação por metais:

Cádmio -
. Encontrado em baterias pilhas, plásticos, ligas metálicas, pigmentos, papéis, resíduos de
galvanoplastia, é altamente tóxico para plantas e animais, no organismo humano o maior dano é
através dos alimentos causando assim um acumulo crônico nos rins, e alterações morfológicas e
funcionais, principalmente nos intestinos. Tem efeito ocasionando dores reumáticas e mialgias,
distúrbios metabólicos levando à osteoporese, Tem-se sugerido que é carcinogênico para o
homem, apesar de auxiliar no desenvolvimento de doenças cardiovasculares - hipertensão.

Chumbo
. Encontrado em tintas, como as de sinalização de rua, impermeabilizantes, anticorrosivos,
cerâmica, vidro, plásticos, inseticidas, embalagens e pilhas ao longo de tempo de residência, se
faz principalmente pela inalação, seguido da ingestão. No meio ambiente é associado à baixa
solubilidade e liberdade relativa decorrentes da degradação microbiana, esse metal produz efeito
acumulativo e acaba acessível à cadeia alimentar e ao metabolismo humano. Pode causar perda
de memória, dor de cabeça, irritabilidade,tremores musculares, lentidão de raciocínio, alucinação,
anemia depressão, paralisia, também provoca complicações renais, hipertensão, doenças cérebro
vasculares, perda de apetite, distúrbios digestivos e cólicas abdominais.
Reduz a fertilidade, aumenta a incidência de abortos espontâneos, assim como o câncer renal
encontra-se em estudo.
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Manganês
. Encontrado em ligas com alumínio, magnésio e ferro fundido, é essencial na produção de aço,
encontra-se em pilhas secas, cerâmicas, tintas, remédios, fungicidas e fertilizantes entre outros.
. a principal entrada de manganês no organismo humano é através da absorção oral, inalação de
poeiras e fumos , também ingestão de água contaminada. Leva a desordem crônica do sistema
nervoso central, conhecida como manganismo ou Parkison mangânico, e causam ainda problemas
respiratórios como bronquite e pneumonia.

Mercúrio
. Encontrado em equipamentos e aparelhos elétricos de medida, produtos farmacêuticos,
lâmpadas de néon, fluorescente e de arco de mercúrio, interruptores, baterias, pilhas, tintas,
amaciantes, anti-sépticos, fungicidas, termômetros, interruptores, e outros. Têm grande
capacidade de bioacumulação quando se encontra no ambiente, e através da cadeia trófica
(relativa a nutrição), podendo através da ingestão de organismos aquáticos atingidos pela
contaminação ambiental, gerar sérios agravos à saúde. É utilizado nos processo de fabricação de
muitos instrumentos médicos, e científicos, farmacêuticos e lâmpadas fluorescentes, empregado
na amalgamar ouro e prata, fabricação de ligas de alumínio, inseticidas e herbicidas, aditivos de
tintas, e outros. É elemento tóxico para homens e animais de grande porte, é mais tóxico que o
chumbo, afeta o sistema nervoso, gerando alterações de comportamento, perda de memória,
tremor, dormência, formigamento e alterações visuais e auditivas. Na cavidade oral, causa
gengivite, estomatite e sialorréia (salivação aumentada). Pode ainda provocar danos aos rins e ao
sistema respiratório, além de causar irritações na pele e nas mucosas.

Níquel
. Utilizado na fabricação de baterias de celulares. Ingressa no organismo humano através da
inalação de poeiras e fumos, por meio da pele em contato com sais, ligas ou soluções , ou através
da ingestão de alimentos contaminados., o níquel e seus compostos aumentam o risco de câncer
no pulmão, na cavidade nasal. Na laringe e no estômago. Causa irritação crônica do aparelho
respiratório superior, irritação e fibrose pulmonar (pneumoconiose), e bronquite asmática, além
de aumentar a susceptibilidade às infecções respiratórias e dermatites alérgicas de contato.

Zinco
. Encontrado nas pilhas e baterias, assim como a disposição inadequada de resíduos sólidos. É um
dos metais mais perigosos para a biosfera, em concentrações excessivas de zinco no solo, há
absorção pelas plantas e efeitos adversos nas colheitas, na alimentação humana e nos animais
domésticos. Em combinação com o cobre, níquel e cromo, o zinco torna-se fitotóxico. O aumento
das concentrações de metais pesados nas águas superficiais, impede ou dificulta a sua utilização.
A penetração é através da inalação, e a ingestão e a passagem pela pele , também ocorrem. O
zinco, causa irritação na pele, nos olhos e nas mucosas do nariz e garganta, e nos brônquios, irrita
os aparelhos digestivo e respiratório e deteriorização dentária, além de provocar perfuração do
septo nasal e dermatites, e também a obstrução das glândulas sebáceas, estudos recentes
responsabilizam o zinco pelo surgimento de câncer nos testículos humanos.
Em concentrações altas podem ser toleradas sem causar danos à saúde humana em geral,
entretanto , concentrações muito baixa são tóxicos aos peixes , principalmente quando estes são
indispensáveis à economia da região, ou quando a água para consumo humano foi contaminada
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através de poluição por excessivas concentrações no solo, possibilita também absorção pelas
plantas que adversamente aparecem nas colheitas, na alimentação humana e de animais
domésticos.

No Município do Rio de Janeiro existe a coleta seletiva de pilhas e baterias, iniciada em


julho de 1998, por iniciativa da Companhia Municipal de Limpeza Urbana – Comlurb, através de
coletores verdes, espalhados em diversos locais da cidade, após o recolhimento essas pilhas e
baterias são armazenada em blocos de concreto lacrados, até que se descubra uma forma mais
segura de reciclá-las. Existe campanha na rede de serviços autorizados para conscientização dos
perigos das disposições inadequadas de pilhas e baterias usadas, baseadas na Resolução
CONAMA 257, de 22 de julho de 1999, para que estas sejam repassadas aos fabricantes ou
importadores a fim de adotarem procedimentos de reutilização, reciclagem ou disposição e
tratamento adequados. Campanhas como esta deveriam também educar e conscientizar a
população e empresários, dos procedimentos inadequados que vêm tomando e quanto a todos os
lixos perigosos, e disposições inseguras, e a partir daí, gerar maior responsabilidade quanto às
disposições finais, ecologicamente aceitáveis.

¾ 6.2 - Os Impactos dos Resíduos Sólidos no Ambiente

Quando o lixo é disposto sem destino final adequado vários são os fatores que influenciarão
na contaminação de áreas relacionadas a disposição inadequada: Torna-se necessário
ANALISAR O SISTEMA IMPACTADO através do Ambiente Físico, Ambiente Biológico, e
Ambiente Sócio Cultural.
Ambiente físico:
Planos da vizinhança, proximidade às casas e demais estabelecimentos, condições de acesso
e condições viáveis e de trânsito da área contaminada, o clima a meteorologia incluindo a direção
que prevalece do vento, natureza dos usos para terra, a topografia existente, o impacto estético ou
visual, os solos a geologia, a higrologia das águas superficiais e subterrâneas e as conexões
hidráulicas das áreas a serem estudadas, os usos existentes e propostos das águas receptoras,
incluindo função de poços e tomada pública e privadas de água potável.

Ambiente biológico
A flora a fauna, os habitats frágeis, a delimitação das terras úmidas, as espécies raras em
perigo de extinção ou de importância comercial.
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Ambiente Sócio Cultural


O uso anterior e a consideração de toda importância histórica, da área contaminada, o uso da
terra e o caráter demográfico, das áreas circundantes, a educação, a conscientização e
sensibilidade do público perante o ambiente contaminado, as preocupações das pessoas em torno
do problema, os insetos, o ruído, o pó, o humo ou questões com a saúde, o processo tradicional de
participação pública, o nível de educação quanto o saneamento e a saúde pública, os costumes e
atividades relativas, a cooperação.

Embora a poluição do solo geralmente não seja tão visível ou imediatamente perceptível,
seus efeitos podem ser muito nocivos, uma vez que o solo é um compartimento
ambiental que não se move e não se renova rapidamente,
ao contrário do ar e da água. [ Brasil,1983]

Geralmente a complexidade que envolve o estudo de áreas contaminadas é bastante difícil,


devido a diversidade dos contaminantes orgânicos e inorgânicos, e das vias de contaminação
como o ar, a água o contato direto, pelas plantas e pela cadeia alimentar, do quadro geológico e
hidrológico dos diferentes locais e do uso atual e futuro da área considerada .

De qualquer forma algum dia, os impactos gerados pela contaminação do lixo, poderá chegar
ao corpo humano, seja através da respiração, da poeira, ou da água que se contamina pelo solo,
ou até mesmo através dos alimentos produzidos.

Fatores que contribuem na contaminação do Ambiente face os Resíduos Sólidos

ƒ O tipo de solo que é influenciado na percolação, na recarga do aqüífero, na emissão dos


contaminantes e na velocidade de transporte;

ƒ Cobertura vegetal e características da vegetação quando influi nas velocidades de infiltração


das águas, da evaporação e na erosão do solo;

ƒ Pluviosidade , pois afeta a umidade do solo, percolação, velocidade e escoamento das águas
e recarga dos aqüíferos, além de remover as partículas e vapores da atmosfera;
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ƒ Prever Sistema de Monitoramento, geotécnico e ambiental para avaliar o impacto da área


de disposição de lixo, deverá ter contínuo monitoramento incluindo o controle dos vetores
propagadores de doenças;

ƒ A temperatura, influenciando na volatização dos contaminantes, bem como na cinética de


reação;

ƒ Composição hidrogeologia e geoquímica - afetando a extensão e direção do transporte dos


contaminantes;

ƒ Localização das drenagens, seus fluxos e usos poderão alterar significativamente a


migração dos contaminantes e determinar grandes áreas de contaminação e exposições
humanas;

ƒ Flora e fauna , podendo ser utilizados pelo homem como fonte de alimento facilitando, desta
forma, a exposição humana;

ƒ Obras públicas - canais de drenagem podem facilitar o movimento dos contaminantes;

ƒ Velocidade dos ventos - pode influenciar na volatização dos contaminantes e erosão dos
solos.

No Brasil o número de áreas contaminadas é elevado, pois há situação precária na coleta e


disposição final, estima-se que anualmente 996 mil toneladas de resíduos estejam sendo
inadequadamente dispostos no solo e que 949 mil são enquadrados nas classes I e II. (CETESB-
1997). Formas estas estão os aterros sanitários, lixões, áreas de estocagem em indústrias. Além
da provável existência de locais clandestinos, o quê elevaria ainda mais estes índices de
contaminação ambiental.

¾ 6.3 - Estudo de Impacto Ambiental


Procede-se descrevendo de forma detalhada as características do projeto ou atividades
com intenção de determinar mudanças produzidas no meio ambiente. Devem-se descrever as
ações a executar para impedir ou minimizar os efeitos negativos que possam ser previstos sobre o
ambiente, a sociedade e a cultura. O elemento do EIA pretende regular os usos do solo e a
ordenação territorial, é um instrumento preventivo e tem a necessidade de conservar, proteger e
melhorar o ambiente contribuindo para não deteriora a Saúde Pública e os recursos naturais.

A avaliação do Impacto Ambiental em geral é de responsabilidade de uma Comissão de


Meio Ambiente ou Comissão Regional respectiva.
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- Como fazer?
- Analisar o projeto?
- Estudar a situação pré- operacional do meio?

Elaborar um relatório com a situação pré operacional do meio, identificando as variáveis


possíveis a serem modificadas, fazendo-se um inventário do meio e se realizando a valoração de
cada possibilidade. Após compara-se a seleção. Finalmente opta-se pelas medidas de correção a
determinação de impactos residuais que teriam lugar depois de aplicá-las, um programa para
acompanhar e controlar as alterações registradas e em alguns casos estudos complementares
como, por exemplo, um Plano de abandono do projeto e ou recuperação do ambiente.

Estudo Impacto Ambiental para as Atividades com os Resíduos


Impacto Ambiental para os Resíduos Sólidos :
• Identificação das alterações produzidas
• Inventário do meio
• Ponderação de impactos
• Valoração de impactos
• Definição de medidas corretivas

ƒ O que identificar ?
Elementos a serem identificados: clima, geologia e geomorfologia, hidrogeologia,
vegetação, fauna, paisagem, meio, meio socioeconômico.

ƒ O que avaliar ?
Avaliação de Impactos: A seleção depende em grande parte do autor, e entre os mais
utilizados estão:
• Magnitude: grau de afetação de impacto concreto sobre determinado fator;
• Sinal : identifica o impacto em positivo (+) e negativo (-) ou indiferente (0);
• Escala espacial ou extensão : tem em conta a superfície espacial afetada;
• Duração ou persistência: escala temporal em que atua o impacto;
• Momento: fase temporal podendo ser a curto, médio e longos prazos;
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• Certeza: nível de probabilidade de se produzir impacto pode ser certo, provável,


improvável e desconhecido;
• Reversibilidade: uma vez produzido o impacto, o sistema afetado poderá voltar ao
estado inicial, se forem aplicadas medidas corretivas;
• Sinergia: refere-se `a ação do impacto total superior à soma de impactos parciais;
• Presença de medidas corretiva: aplicadas a determinado impacto e em que graus –
altos, médios e baixos;

ƒ E quais são os métodos?


Quanto aos métodos de Avaliação existem vários: Listas de revisão; Métodos matriciais
simples; Sobreposição de transparências; Métodos matriciais complexo como a mais conhecida a
Matriz de Leopold.

ƒ Que medidas prevenir ?


Quanto as mitigações para diminuírem os impactos de determinado projeto deve-se ter em
mente : Evitar produzir impactos, e após se não for possível atuar em medidas corretivas.

ƒ Entre as alternativas podemos citar:


• Evitar impactos ou parte de impactos do projeto
• Minimizar a magnitude dos impactos
• Retificar, reparar e restaurar o ambiente impactado
• Evitar ações adversas ao ambiente
• Restaurar nos casos extremos o estado inicial que foi impactado
• Reduzir através do tempo os impactos com medidas de preservação e manutenção
• Compensar os impactos por substituição dos recursos afetados.
ƒ Nos casos de impactos positivos:
• Melhorar a capacidade de ações técnicas nos recursos existente
• Aumentar a área do recurso ambiental existente
• Desenvolver recursos ambientais em áreas onde estão ausentes
• Diversificar e incrementar diversidades de habitats espécies ou outros recursos
ambientais
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ƒ DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ATUAL

IDENTIFICAÇÃO DO PROBLEMA
SITUAÇÃO ATUAL
DIAGNÓSTICO TÉCNICO
PROPOSTA PROJETO INVESTIMENTO

Exemplo
Este estudo foi elaborado a partir da análise de uma série de informações obtidas através
de levantamentos “in loco”, complementados pelos estudos e relatórios já existentes relacionados,
direta ou indiretamente, com o problema.
O quadro geral da área de estudo é composto por caracterização, situação da infra-
estrutura, atividades econômicas e históricas municipais. A situação atual é articulada ao
processo de desenvolvimento, observado seu planejamento e possíveis possibilidades de
reversão, perpassando pela sensibilização na ampliação dos espaços de decisão.

Informações Gerais:
- Recopilação de informação adicional: Par iniciar o projeto, necessita-se de diversos dados e
fontes apropriadas de informações:
- Informação geral: dados geográficos, demográficos e climáticos;
- Mapas topográficos da cidade;
- Plantas da cidade com suas divisões por bairros, sentidos de ruas, parques, mercados, escolas....
- Dados gerais de geografia política do município e redondezas;
- Informação sobre leis nacionais, estaduais e municipais que afetem o serviço;
- Nome das autoridades, organizações sócias, Ongs, empresas privadas, etc que tenham a ver com
o gerenciamento de resíduos sólidos.

No Diagnóstico elabora-se o Levantamento e Análise da Situação Existente:

Segundo o IBAM:
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PLANO DE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS


PLANO DE GESTÃO INTEGRADA
SÓLIDOS - PGIRS DE RESÍDUOS
SÓLIDOS - PGIRS
1a etapa DIAGNÓSTICO
1a etapa DIAGNÓSTICO
2a etapa DIRETRIZES E METAS
2a etapa DIRETRIZES E METAS

INSTRUMENTOS
INSTRUMENTOS
Estrutura administrativa
3a etapa
3a etapa Estrutura
Estrutura administrativa
financeira
Arcabouçofinanceira
Estrutura legal
Arcabouço
Custos legal
SOCIAL Custos TECNICO-
SOCIAL
Política de RH TECNICO-
OPERACIONAL
Política de
Comunicação e RH Estrutura OPERACIONAL
técnico-operacional
Comunicação
informação e Estrutura técnico-operacional
Estrutura de fiscalização
informação
Programa educativo Estrutura de fiscalização
e controle social
Programa educativo e controle social

1a Etapa: Diagnóstico
2a Etapa: Diretrizes e metas
3a Etapa: Estruturação do Plano Instrumentos

Obs: Ler material distribuído em sala de aula


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¾ 8.0 – GESTÃO INTEGRADA DOS RESÍDUOS SÓLIDOS

Manejar Los Resíduos Sólidos Teniendo Em Cuenta Aspectos Políticos, Institucionales,


Sociales, Financeiros, Econômicos, Técnicos, Ambientales Y De Salud, Com Tecnologia
Específicas Para Cada Componente Del Sistema De Aseo. (OPS)

Denomina-se gerenciamento integrado dos resíduos sólidos urbanos o conjunto de


operações desenvolvidas para dar aos resíduos produzidos em uma área o destino global mais
adequado desde o ponto de vista ambiental, especialmente no que concerne aos aspectos de
caráter sanitário e ambiental, de acordo com suas características, volume, procedência, custo de
tratamento, possibilidades de recuperação e de comercialização e diretrizes administrativas neste
campo. (Monteiro, 2001)

Interessados :
Governo Federal, Governo Local, Setor Formal, Setor Privado, ONG’s, Setor Informal,
Catadores, Comunidade, Geradores

Os Princípios do Sistema de gestão de Limpeza Urbana


• Garantir mecanismos de articulação institucional e de integração setorial entre o Plano
e as demais políticas públicas municipais;
• Promover a articulação orgânica dos diversos agentes locais e regionais, vinculados às
atividades de normatização, planejamento, coordenação, regulação, controle e
execução dos serviços para garantir a racionalidade e eficiência do setor;
• Trabalhar com a sociedade civil organizada desde a concepção até a implementação
do Plano Integrado de Resíduos Sólidos;
• Fomentar a constituição de fóruns ou outras formas organizativas correlatas no nível
local,
• Promover a inclusão social e institucional dos catadores no processo de gestão.
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Em um projeto de gestão integrada de resíduos sólidos se deve levar em conta os


diferentes níveis de gestão: nacional, estadual, municipal ou distrital e local. Em nível de gestão
nacionais e estaduais se referem principalmente sobre as políticas e estratégias com aspectos
legislativos e regulação, ambientais e institucionais. Quanto aos aspectos de gestão dos RS no
âmbito local, este têm maior envolvimento com a execução do projeto técnico de gerenciamento
integrada para a cidade ou grupo de cidades, e provisão de elementos de decisão política legal,
administrativa, sociocultural, financeira e de infra estrutura de obras e equipamentos para se ter
objetivos.

No âmbito da gestão de limpeza pública tanto nacional, estadual e municipal, esforços são
necessários para se conhecer a situação existente, através de um diagnóstico da situação e a
respeito do gerenciamento de RSU, e através de perguntas é possível conhecer a situação. Após
fixar as políticas e estratégias elaborando um plano nacional com metas de gerenciamento,
disposição final, coleta, reciclagem e minimização.
Determinar as metas de apoio para permitir a execução do plano, e identificando as
necessidades de legislação, regulação e normativas, tanto ambientais como econômicas.
Estabelecendo instrumentos financeiros como linhas de crédito de pré-investimento em RSU,
para os municípios. Estabelecer planos de capacitação técnica, de educação sanitária de consultas
à cidadania e de participação comunitária.

Aspectos da Gestão Municipal


A Gestão Integral de Resíduos Sólidos Urbanos, muitas vezes se confunde como Projeto
Técnico de Engenharia. A diferença está justamente entre os conceitos que se completam.

1- Projeto Técnico ou de Engenharia: respondem as perguntas:


Por quê? O quê? Como? Quanto? Quando?
2 - Elaboração das Ações: Minimização; Reciclagem; Coleta e Tratamentos; Disposição final.
3 - Gestão Integrada: Proporciona base para que o projeto de engenharia seja convertido e
viável: desde os pontos de vista: Político, Legal, Financeiro, Ambiental, Social, Tecnológico.
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Problemas Encontrados na Política Específica dos Resíduos Sólidos:


Declara a Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental e a Organização
Panamericana de Saúde em Curso de Gestão Integrada: (CREA, 2000) a ineficiência do setor,
fazendo com que os escassos recursos aplicados sejam perdidos em pouco tempo:

• Falta de uma diretriz nacional para o setor, que deveria se dada através da aprovação
de uma Política Nacional de Resíduos Sólidos;
• Falta capacitação técnica no nível local capaz de operacionalizar satisfatoriamente os
Serviços de Limpeza Urbana;
• Falta conhecimento sobre os problemas relacionados à geração dos resíduos, seu
descarte aleatório e os tratamentos possíveis e como proceder com relação ao lixo;
• Falta capacidade institucional e gerencial no nível do município;
• Falta a construção de um diagnóstico participativo e do desenvolvimento de soluções
compartilhadas com os diversos segmentos da prefeitura (saúde, educação, meio
ambiente, infra-estrutura, desenvolvimento social, trabalho e geração de renda,
cultura, limpeza urbana, habitação) com as lideranças municipais, órgãos da esfera
federal, poder legislativo e judiciário, promotoria pública, Ongs, lideranças
comunitárias, servidores públicos, associação de catadores, escolares e comunidade;
• Falta legislação específica sobre o tema nos três níveis de governo;
• Falta instrumento legal que permita a cobrança pela prestação dos serviços;
• Falta financiamento para o setor;
• Falta priorização do setor pelo poder público local;
• Falta o controle social dos serviços;
• Faltam instrumentos que aplicados conjuntamente possam favorecer a sustentabilidade
dos serviços;
• Falta sistemas eficazes de coleta seletiva que previlegiem a geração de renda e
priorizem as populações trabalhadoras informais possam a ser parceiros prioritários;
• Faltam equipamentos adequados;
• Faltam cursos de capacitação profissional (planejamento, operação e participação
cidadã).
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8.1 – Limpeza Pública


Nos aspectos relacionados com este serviço deve ser observada a legislação federal e
estadual. Ressaltam-se as condições da saúde pública e ambiente, higiene e coletividade.
Quanto aos aspectos legais deve ser observado a Portaria nº. 53 de 01/03/79, do
Ministério do Interior e a Lei nº. 6.938 de 31/08/81.
Há casos em que vários municípios têm o mesmo interesse em participar ativamente de
alguns projetos – os chamados Consórcio Intermunicipal, sendo que a participação comunitária
envolvendo palestras, conferências, campanhas educativas entre outras é de extrema importância.

a) Planejamento – Deve ser baseado na realidade local, considerando-se a


disponibilidade de recursos da Prefeitura. Através do Diagnóstico é possível conhecer a situação,
a estrutura administrativa municipal, seu funcionamento, recursos, legislação pertinente, aspectos
técnicos, quantificação e tipos de lixo produzido, forma de coletar e destinação final. Mediante
estabelecer prioridades, definir estratégias e fixar objetivos e metas.

Deve ser feito um Diagnóstico a partir de informações obtidas no Cadastro Técnico


Imobiliário Municipal, ou outros dados levantados especificamente. A sua análise indicarão
propostas técnicas, de operação, medidas para sensibilizar e conscientizar a comunidade
(campanhas etc). Neste planejamento são estabelecidas as ações necessárias à execução do
programa e à operação do sistema, para o que é fundamental garantir recursos orçamentários.

b) Execução - A prefeitura deve definir clara e formalmente o órgão ou entidade


responsável pela prestação dos serviços de limpeza urbana integral. A Prefeitura pode optar pela
realização das tarefas de forma direta, (através da própria administração ou entidades da
administração indireta) ou pela concessão parcial ou total dos serviços a firmas particulares,
mantendo a fiscalização e o controle, e atendendo a todos os usuários.

c) Estrutura Administrativa – O diagnóstico indica a formulação do programa e a


definição da estrutura administrativa mais adequada à sua execução, e mostra as necessidades de
recursos. Conhecer a qualificação do pessoal disponível, o responsável pela execução de
atividades específicas (coleta, varrição, administração) para onde vão as demandas (relocação,
novas contratações, capacitação e treinamento). É necessário conhecer os equipamentos, sua
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utilização programada, aquisição, controle, condições locais execução correta dos serviços,
operação, manutenção e avaliação permanente. No caso de modernização dos serviços , buscar
outras fontes de recursos para investimento como empréstimos, convênios caso não seja
suficiente os recursos próprios.

d) Cobranças pelos Serviços - Podem ser remunerados através da cobrança de tributos (


imposto, contribuição de melhoria e taxa – é a mais adequada) ou tarifas. No caso de resíduos
especiais – volumes excessivos ou com riscos de contaminação recomenda-se a adoção de
alíquotas diferenciadas, em outros casos, por exemplo, retirada de entulho de material de
desaterro a aplicação da tarifa é aconselhável.

Qualquer que seja a modalidade de cobrança a Prefeitura deve manter registro preciso dos
recursos despendidos na execução dos serviços de limpeza, onde apareçam os custos
administrativos de órgão responsável pelos serviços de limpeza urbana e os custos dos serviços
(por tipo), considerando-se as despesas com pessoal, material, depreciação e manutenção de
veículos, máquinas e equipamentos e instalações.
ƒ A taxa só pode ser criada ou alterada através da lei, aprovada pelo Legislativo, ainda que
seus mecanismos operacionais possam ser estabelecidos por regulamento aprovado no
âmbito do Executivo. A cobrança junto com o IPTU representa economia significativa.
ƒ A tarifa pode ser regulamentada por ato do executivo, tendo as vantagens de atualização
permanente e de procedimentos mais simples de apuração de custos e de cobranças.

¾ 8.2- Principais atividades executadas pela empresa de Limpeza Pública:

Planejamento e controle
Operação do sistema
Manutenção de máquinas e
viaturas

Gestão econômica- financeira Municipal


Consiste em manter a empresa, pública ou privada dentro de condições
sustentáveis em um balanço econômico–financeiro. O resto de seus custos deve ser
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subsidiado através de recursos provenientes de entradas fiscais gerais. Para a saída escolhe-se
um planejamento de 15 a 20 anos, se prevêem ano a ano as necessidades de investimento e os
custos da matriz de planejamento ou previsão da quantidade de lixo a operar ano a ano, em
cada um dos componentes do projeto.

ANO TON COLETA


INVESTIMENTO PGTO DÍVIDA OPERAÇÃO
2001
2002
2003
.......
2020

O exemplo acima mostra como pode ser elaborada uma tabela para:
coleta, varrição, coleta seletiva, aterro sanitário, campanhas sócio culturais entre outras.

Os principais custos envolvidos nos sistemas de limpeza pública tem como objetivo a
fundamentação e análise econômica de alternativas dos custos que vão desde a coleta a
disposição final. Buscar apresentar uma pré-seleção das opções do levantamento, fundamentado
basicamente na análise de atributos relativos a aspectos técnicos, de saúde pública e de proteção
do meio ambiente para cada situação individualmente.

¾ 8.3 - Manipulação dos Resíduos Sólidos Urbanos

As cidades crescem e o lixo muda em quantidade e qualidade. Existem algumas fases na


manipulação do lixo que consiste em:

Acondicionamento
Coleta
Transporte
Tratamento
Disposição Final
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¾ Alguns problemas no manejo de Resíduos Sólidos Domésticos:


• Despreparo das pessoas que lidam com os resíduos sólidos para segregar e acondicionar
• Falta de dispositivos adequados para acondicionamento desses resíduos
• Escassez de informações sobre os resíduos que são passíveis de reciclabilidade e que
possuem
• características de toxicidade
• Espaço inexistente ou inadequado para estocagem dos res.sol.domésticos
• Escassez de informações e de orientações corretas sobre segregação de res.sol. domésticos
• Diferentes características da via pública em relação ao manejo de res sol. Domésticos

¾ 8.4 - Acondicionamento do Lixo Urbano:


Para enviar os resíduos sólidos, em locais afastados do seu ponto de geração, esta fase
deverá atender algumas questões de aspectos sanitários, e de bem estar.
“A fase Acondicionamento é onde começam os problemas de limpeza urbana.”

a) Responsabilidade do Acondicionamento
ƒ Do produtor
ƒ Do poder público : estabelecer padrões, controlar e fiscalizar, educar os usuários sobre
as vantagens sanitárias e operacionais

b) Objetivos do acondicionamento
ƒ Higiene e Saúde Pública – Evitar vetores, odores, risco de contaminação, propagação de
doenças;
ƒ Evitar problemas estéticos
ƒ Necessidade de adequar os recipientes à coleta :
• Padronização de recipientes: dificuldades
• Melhor acondicionamento
• Adequação à coleta:
• Atender às condições sanitárias

No segmento do pré-acondicionamento e do acondicionamento, a responsabilidade é


diretamente da população, mas o departamento local de saúde, ou o serviço de limpeza pública
deverá ter autoridade para exigir este acondicionamento adequado. No RJ está sendo implantado
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uma nova experiência: os contêineres enterrados – tem proteção contra intempéries, fácil manejo,
recebe resíduos volumosos.

ƒ Sistema Manual : Uma melhora no acondicionamento são os sacos plásticos tendo


economia sensível de tempo com aproximadamente 30% . Mas não servem para coleta de
resíduos de grande porte, nem resíduos cortantes, e apresentam problemas no aterros.

ƒ Recipientes mais utilizados:


• Sacos plásticos – de forma geral: lixo doméstico, lixo institucional, lixo urbano,
resíduos serv saúde;
• Recipientes primários rígidos – latas, tambores, cestos;
• Coletores urbanos comunitários e institucionais – cestos estacionários,
contêineres, lutocar;
• Coletores grandes – caçambas;
• Coletores para coleta seletiva – para resíduos secos, úmidos e multi seletiva ;

Podemos chamar esta fase abrangente de Serviços de Limpeza , sendo de responsabilidade


das Administrações Municipais. Geralmente absorvem entre 7 e alguns até 15% dos recursos de
um orçamento municipal, e 50% destes, são destinados à coleta e ao transporte do lixo.

¾ 8.5 - Coleta dos Resíduos Sólidos Urbanos


A coleta é a ligação entre o acondicionamento inicial na residência e o sistema de
disposição final. Para que envolvimento ocorra de forma satisfatória o poder público deve
garantir a universalidade do serviço prestado, ou seja, todo cidadão deve ser servido pela coleta
de lixo domiciliar, e a regularidade da coleta, isto é os veículos coletores devem passar
regularmente nos mesmos locais, dias e horários.

A norma ABNT 12980 ( ABNT,1993) define os diferentes tipos de serviço de coleta de


lixo. (NBR-12980 e 13463)
• Coleta domiciliar ou convencional
• Coleta de resíduos provenientes de varrição de ruas
• Coleta de feira e praias
• Coleta de resíduos de serviço de saúde, hospitais e outros afins
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A coleta tem sua importância econômica, e deve ser estudada em detalhes, atendendo:
A coleta seletiva que tem por objetivo recolher os resíduos segregados na origem. Essa
modalidade de coleta está ligada à Reciclagem.
a) Principais Categorias de Coleta:
• Resíduos domiciliares;
• Resíduos públicos;
• Resíduos Especiais

b) Planejamento da Coleta
Discutir e explicar detalhadamente os roteiros com os motoristas e com as guarnições de
Coleta. Delimitar em mapa, as zonas de atendimento da coleta, levando em consideração a
população urbana e rural, o número de domicílios, o número médio de moradores por domicílio,
a população flutuante, os aspectos culturais, costumes e hábitos da população e o uso dos espaços
públicos.
Considera-se que a vida útil de caminhões é de 7 anos. Observar a capacidade de coleta
diária do veículo. Atenção a expectativas dos caminhões por emergências, enguiços, acidentes
etc. Vejam quantos motoristas, ajudantes se necessitará a cada ano. Lembrar que se deverá orçar
quantos caminhões deverão entrar em manutenção. Planejar de forma eficiente uma matriz para
os anos a seguirem de forma que se observe sempre a coleta diária conforme a população prevista
e revendo se é suficiente até chegar determinado ano a que se pretende o projeto

c) Tipos de veículos por atividade.


Resíduos domiciliares e comerciais:
• Caminhões compactadores
• Caminhões com carroceria de madeira
• Caminhões basculantes
• Veículos utilitários
• Carretas rebocáveis /carroças tração animal

Resíduos de estabelecimentos de saúde:


• Utilitário tipo furgão ou similares
• Caminhões compactadores

Resíduos públicos:
• Caminhões com carroceria de madeira
• Caminhões de carroceria metálica basculante
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• Carretas rebocáveis
• Carroças de tração animal

Resíduos da construção civil (terra, entulho, etc.):


• Caminhões de carroceria metálica basculante
• Caminhões tipo Brook, com caçambas estacionárias
• Carroças de tração animal

Coleta seletiva:
• Carrinhos de madeira
• Carroças de tração animal
• Caminhões com carroceria de madeira
• Caminhões com carroceria fechada (tipo baú)
• Caminhões compactadores

d) Áreas de difícil acesso: Por exemplo para o trator

e) Freqüência : Diária, Alternada, nuca superior a 3 dias

f) Horários e Turnos : Diurno – Logradouros e área de uso residencial;


Noturno – zonas comerciais, grandes fluxos de veículos e pedestres.

g) Aspectos Humanos e de Segurança do Trabalho : Alfabetização dos garis,


cumprimento da legislação, informações e treinamentos sistemáticos,uso do uniforme e outros
equipamento de proteção individual e coletivo – EPI/ EPC,condições de trabalho dignas:
instalações físicas.

h) Aspectos do Planejamento da Coleta : Dependem da quantidade gerada em cada


estabelecimento, tratamento na fonte e as formas de acondicionamento e estocagem dos resíduos

i) Coleta de Animais Mortos – coleta especial: deve ser realizada pela administração
pública e após destinação final em aterros.
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j) Resíduos de Coleta Especial – Rever a NBR 10004, observando resíduos perigosos, não
inertes, deverá também ser consultado os órgãos ambientais de cada estado; os resíduos
radioativos são de competência exclusiva da Comissão Nacional de Energia Nuclear – CNEN

l) Resíduos Sólidos em Zonas Rurais - Consiste em substituir os locais de vazamento


abertos, coleta com certa regularidade podendo ser uma vez por semana, tendo o cuidado com o
tamanho da caçamba que melhor adapte a este tipo de operação

m) Projeto do Sistema de Coleta


A eficiência de um sistema de coleta depende da correta coordenação de vários fatores,
tais como: capacidade do veículo, número de homens por veículo, tipos de lixo a coletar, número
de viagens por dia para um distância determinada alo local de disposição final
A necessidade de se prever futuros equipamentos de coleta.

Nº de caminhões = produção máxima de lixo a transportar


Cap. Transporte por caminhão (ton) x nº de viagens

n) Coleta Seletiva
É comum se falar muito em coleta seletiva, sua rentabilidade, freqüência, mas não
se tem considerado os diferentes graus e formas com que podemos realizá-la. A coleta torna-
se mais complexa pois aumentam os tempos de percurso e adoção ou sofisticação dos
veículos. E onde o custo do serviço de coleta e eliminação dos RSU fica em 70 a 80%, torna
este fator ainda mais relevante devido ao seu encarecimento.
A determinação de custo é baseada na separação dos elementos proporcionais à
importância dos serviços, a garantir os elementos independentes da quilometragem percorrida
pelos veículos de coleta, que são os custos fixos (custo de estrutura).
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¾ 8.6 - Estações de Transferência


As áreas de disposição final dos resíduos sólidos em muitas cidade fica bem distante do
ponto gerado, por isso há uma grade inconveniente antes de percorrer estas distâncias com o
veículo coletor, onde o projeto foi concebido para a coleta e não para o transporte.
A estrutura mais simples de uma estação de transferência se compõe de uma plataforma
elevada cerca de três metros em relação ao nível do solo. Esta plataforma é acessível aos
veículos de coleta por meio de uma rampa de acesso e suas dimensões devem permitir a manobra
de um veículo coletor. Os caminhões de coleta descarregam diretamente sobre umas tremonhas
que por gravidade lançam os resíduos sobre contenedores de grande capacidade. Exemplo 25 a 50
m3 .
Algumas vezes, se instalam compactadores fixos sob a bases das tremonhas, para estes
recebam o lixo por gravidade e o compactem dentro dos grandes contenedores, reduzindo o
volume do lixo e aumentando a capacidade de carga dos contenedores. A medida que enchem,
são removidos e transportados para o local de tratamento por caminhões equipados com
dispositivos especiais para suas operação. Em geral é necessária a instalação de estações de
transferência quando se produz uma quantidade de resíduos considerável e a distância de
transporte ao lugar de tratamento é superior a 15 – 20 km.
A área de transferência em muitas vezes tem sua importância econômica e deve ser planejada e
administrada conforme o projeto de rotas de coleta, freqüência, coleta, horários, equipamento e
pessoal.

Tipos de estações de transferência


• Estação de transferência de carga direta
• Estação de transferência de armazenamento e carga
• Estação de transferência mista

Vantagens
- Economia de transporte, Economia de trabalho, Economia de energia, Versatilidade,
Redução da frente de descarga nos aterro, Possibilidades de reciclagem.
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¾ 8.7 - Limpeza de Logradouros


É difícil definir o que se entende por uma rua limpa. Mas uma rua que não se areia,
papéis, embalagens folhas, manchas de óleo, ou de gordura, e que a poeira não cubra os
pavimentos podemos considerar então uma rua limpa. A rua é limpa dependendo dos parâmetros
de estética e de higiene que observamos.
A sujeira encontrada devido a atividade humana: depende da personalidade e os costumes
dos cidadãos. As sujeiras são numerosas: poeiras atmosféricas, desgaste de pavimento,
vazamentos de veículos, latas de lixo transbordando ou mal fechadas, detritos e resíduos diversos
como papéis, jornais, embalagens, propagandas, sãos, copinhos, bilhetes de transporte coletivos,
cartões telefônicos usados, sujeiras acidentais, perdas de mercadorias, folhas de árvores e galhos,
dejetos de cães e gatos, cavalos etc

A Quantidade varia em função da localidade, depende do modo de limpeza de cada


empregado, nos cálculos devem-se incluir as terras arrastadas pelas chuvas, podendo ser
considerado 3 a 5 g/ m2, em dias sem grade risco de erro.

A periodicidade da limpeza das ruas depende: Freqüência da varrição depende do volume


de recursos que a prefeitura destina a limpeza da cidade.
Dependendo: importância da rua e seu tráfego, e horário, largura das ruas e das calçadas, nível de
limpeza desejado, quantidade de resíduos e de sujeira habituais, recursos disponíveis para mão de
obra e ferramentas.

A manutenção para manter limpa a via pública os pavimentos lisos sem juntas facilitam a
limpeza e a lavagem, porém a circulação muitas vezes exige que os pavimentos sejam ásperos,
antiderrapantes e obrigando o profissional de engenharia a fazer uma opção.

As sarjetas devem ser lisas, para facilitar a circulação, de concreto liso, ou materiais pré-
fabricados, ou asfaltados, deve ter declividade longitudinal suficiente para para garantir a
evacuação das águas de chuva ou de lavagem, não utilizem declives menores que 1 cm/m para
evitar poças ou entupimentos. As calçadas devem apresentar certo grau de rugosidade para evitar
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escorregões em tempos de chuva. As cerâmicas calcáreas ou de cimento são igualmente


convenientes.
Os obstáculos naturais ou artificiais na via pública e seu mobiliário costumam ser um
problema para a varrição manual ou mecânica.

O exemplo abaixo mostra a o rendimento do bom varredor:


RENDIMENTO POR VARREDOR KM/ VARREDOR/ TURNO DE TRAB DIÁRIO
CIDADE TIPO DE Nº DE HABS % RENDIMENTO
VARRIÇÃO VARRED. (MILHÕES) COBERTUR KM/ DIA
VARRID. A RUAS
MEC PAVIM.

o Tipos de serviços
• Varrição de sarjetas e logradouros
• Coleta de resíduos
• Limpeza bocas de lobo
• Capina
• Roçagem
• Limpeza de feiras livres, praças, praias
• Poda de árvores
• Limpeza de valas e canais
• Lavação de logradouros
• Limpeza de locais após eventos
• Remoção de entulho
• Limpeza de praias, parques e jardins
• Inspeção e controle das atividades
• Pinturas de meio fios
• Remoção de faixas e cartazes de publicidade
• Dragagem de materiais (terra, entulho, obj volumosos) acumulados em córregos e
lagoas.
• outros

o Utensílios E Equipamentos
• Vassoura
• Lutocar
• Pá, finco e rastelo
• Chave de ralo
• Cestas coletoras
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• Garfo de 4 e 10 dentes
• Forcado de dez dentes Gadanho

ƒ Métodos de Capinação
• Manual
• Química

Manual
• Ferramentas : enxada, forcado, ancinho, pá quadrada, gadanho
• Remoção: carrinho de mão, saco plástico, contêiner plástico, caixa estacionária tipo
brooks
• Vantagens: demanda menor tempo e menos trabalhadores, facilita a remoção da
vegetação (seca rapidamente) se bem executada (técnica e produto adequados) oferece
baixo risco ao meio ambiente;

• Desvantagens : mão-de-obra qualificada, método específico e restritivo em muitos


casos, sendo sempre um meio auxiliar, oferece riscos ao meio ambiente se executada
em, desconformidade com os requisitos técnicos.

Geração per capita de resíduos domiciliares


Lixo domiciliar e 650 gr/hab.dia Guia Didático sobre Lixo no Mar –
comercial, excluindo Secret.de MA de SP, 1997 1
dos gdes geradores
Municpios com 500 gr/ hab.dia IPT/ CEMPRE,1995
menos de 5.000 hab 2
Cidade de S. Paulo 850 gr /hab.dia IPT/CEMPRE,1995 3

Capina Química
• Vantagens: demanda menor tempo e menos trabalhadores.

• Facilita a remoção da vegetação (seca rapidamente) e se bem executada (técnica e


produto adequados) oferece baixo risco ao meio ambiente;

• Desvantagens:
• Mão-de-obra qualificada;
• Método específico e restritivo em muitos casos sendo sempre um meio
auxiliar;
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• Oferece riscos ao meio ambiente se executada em desconformidade com os


requisitos técnicos;
• Equipamentos e ferramentas requerem diversos cuidados no manuseio,
limpeza e manutenção.

Métodos de Roçagem
• Manual;
• Ferramentas: foice, forcado, ancinho, rastelo;
• Mecânica;
• Equipamentos: ceifadeira costal, ceifadeira lateral, trator ceifadeira, trator
ceifadeira lateral, trator agrícola com implemento para roçagem.

Observação:
O dimensionamento de pessoal para a capina, roçagem, limpeza de monumentos e
equipamentos urbanos bem como de remoção de propaganda, deve ser efetuado de acordo com a
ocorrência destas necessidades, podendo, em alguns casos, ser utilizado o pessoal da varrição.

“OS GARIS DEVEM TRABALHAR COM TODOS OS EP I RECOMENDADOS”

Limpeza de Bocas de Lobo/ Caixas Coletoras


O dimensionamento de pessoal para essa atividade dependerá da quantidade e tipo do
sistema de drenagem pluvial existente. É importante ressaltar que a limpeza deverá ser feita no
mínimo uma vez por ano no período que antecede as chuvas. Vale lembrar que a existência de
um bom sistema de varrição das vias públicas possibilita a redução significativa do volume de
resíduos lançados diretamente ou carreados para as bocas de lobo.
São utilizadas pás, garfos, enxadas e carrinhos de mão na remoção dos resíduos acumulados.

Vários dos dirigentes governamentais sequer têm consciência da gravidade pela falta de
critérios no gerenciamento desses resíduos, podendo ocasionar uma desarticulação na
administração e envolvimento de graves problemas sanitários, ambientais e econômicos.

A preocupação se estende pelo aumento populacional dos habitantes da cidade, a coleta, a


falta de espaço, a situação para um destino final adequado e as alternativas de tratamento que
deverão receber depois de coletado, os riscos epidemiológicos relacionados com a saúde pública
da cidade e também com aqueles que manuseiam, assim como os impactos com o meio ambiente,
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os desperdícios de energia que o lixo vem perdendo quando enterrado, o valor econômico, e
finalmente a questão da ética e responsabilidade.

Em várias cidades brasileiras, a falta de regras, aliada a forma descompromissada de


retirar o lixo próximo do cidadão, dispondo os resíduos em locais inadequados, prejudicando o
interesse coletivo, tem se tornado uma constante, com prejuízos incalculáveis, e pressupostas
soluções insustentáveis.

Alternativas devem ser avaliadas para os problemas que ocorrem nas grandes cidades,
quando não se encontram áreas para o lixo recolhido, pois com o crescimento do volume de
resíduos, diminuem as áreas municipais destinadas aos aterros, aliado ao fato que os programas
de reciclagem e compostagem ainda não são bem difundidos pelas comunidades, agravando ainda
mais a problemática apresentada.

Existem possibilidades ou tendências para inversão do quadro em relação aos resíduos


municipais, como as hipóteses de diminuição de desperdícios das matérias primas, aumento da
coleta seletiva, crescimento dos índices de reciclagem e prolongamento da vida útil dos aterros.

EX. DE FORMULÁRIO P/ ESTUDO DE COLETA


! – Estudo sobre:
2 – Equipe de estudo
Nome Tarefa designada
Nome Tarefa designada
3 – Informações Básicas
Distrito
Código de rota
Superfície ha.
4 – Nº. de contenedores
5 – Dias de coleta
Diária 3 Vezes
2 Vezes 1 Vez
6 – Jornada de Trabalho
7 – Ferramentas de Trabalho
Pás Garfos Enxadas Carrinhos Mão
8 – Tipos de Veículo coletor
Características
Ano de Fabricação
Capacidade m3
Procedência - país
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Exemplo de Tempo gasto no roteiro da coleta:

SITUAÇÃO TIPO DISTÂNCIA HORA INIC HORA DURA MÉDIA


KM FINAL ÇÃO KM/H
Saída da garagem 1 0 - 0
Coleta na 1ª 2 0,5 07:15’ 07:27 12’
parada
Deslocamento p/ 1
o roteiro nº1
Coleta do 1º
roteiro
Parada nº 2
Deslocamento p/
o roteiro nº 2
Coleta do 2º
roteiro
Deslocamento p/
Setor de
Transferência
OBS: TIPO 1 – coleta TIPO 2 – transporte fora da OBS:
rota

Fases do Ciclo do Projeto :

PROBLEMA
PRÉ INVESTIMENTO
INVESTIMENTO
OPERAÇÃO
AVAL. RESULTADOS

O aluno poderá estar identificando os problemas da gestão de resíduos municipais, de


forma geral e particular, dentro das fases e dos elos da cadeia de eliminação de resíduos,
recomendo que comparem as soluções que existem com algumas que poderiam melhorar as
operações, pois enriquecerá as análises e facilitará o conjunto de tarefas que se poderá estar
implementando.
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¾ 9.0 - TRATAMENTO

Tratar os resíduos sólidos urbanos significa quer prepará-los para algum tipo de
reaproveitamento, quer reduzir seu volume, quer reduzir seu potencial de poluição ambiental, ou
seu potencial de agressão à saúde humana. Pode ser considerado como fortemente dependente de
seu manejo e acondicionamento em sua própria fonte de geração.

A importância da decomposição dos resíduos na natureza:

Segundo Ghislane & Ritter (2006) O lixo é composto de três fases:

a) Fase Sólida: Resíduos Orgânicos - matéria putrefata - restos de comida e matéria não putrefata
- madeira, papel, plástico, etc.
Resíduos Inorgânicos: metais pesados e os vidros.

b) Fase Liquida: Chorume ou Lixiviados - é o liquido com grande potencial contaminante que se
filtra através dos resíduos sólidos em decomposição arrastando consigo materiais em suspensão.

c) Fase Gasosa: Biogás - O gás de um aterro é composto de vários gases, que estão presentes em
grandes quantidades (gases principais) e de pequenas quantidades (oligogases). Gases principais:
metano (CH4) e dióxido de carbono (CO2) e Oligogases: amônia (NH3), hidrogênio (H2), ácido
sulfúrico (H2S), Nitrogênio (N2) e oxigênio (O2).

O lixo não dura eternamente. Parte dele, formada principalmente por substâncias
orgânicas, desaparece com o tempo, graças à atividade de micróbios de compositores que vivem
livremente na natureza. Em primeiro lugar, esses micróbios consomem rapidamente as carnes dos
animais, frutos e substancias orgânicas de fácil digestão. As embalagens de papel e papelão são
degradadas durante um tempo mais prolongado, ou seja, demoram mais para se decompor.
Finalmente, as substâncias duras, como ossos e cascos, sofrem uma decomposição mais lenta,
que podem durar anos.

Entretanto, não há microorganismo capaz de decompor certos produtos fabricados


artificialmente pelo ser humano, como plásticos, isopor e alguns detergentes. Embora
constituídos por substâncias orgânicas, esses produtos sofreram tantas alterações na sua
composição química que as enzimas fabricadas até agora pelos micróbios são incapazes de
reconhecer e decompor estes materiais. Tais compostos, chamados de não-biodegradáveis,
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tendem a permanecer indefinidamente nos locais onde foram jogados, a não ser que sejam
destruídos por processos químicos, ou por ações físicas, como a dos raios ultravioleta do Sol.

Existe ainda no lixo o grupo dos compostos inorgânicos, originário dos minerais, como
vidros e latas de alumínio, que também não serve de alimento aos micróbios e permanece no
ambiente por tempo indeterminado.

¾ 9.1 - A Incineração

A Incineração de Resíduos Sólidos é processo de oxidação à alta temperatura que destrói ou


reduz o volume ou recupera materiais ou substancias. [NBR- 1265]. Este processo é considerado
como um Método de Tratamento, e consiste na queima controlada dos resíduos sólidos, através
de equipamento, dispositivo, aparato ou qualquer estrutura usada para transformar os resíduos
sólidos, semi sólidos ou líquidos em material inerte e inofensivo, e poderá reduzir seu volume e
peso sensivelmente.
Este sistema é um processo de combustão controlada que transforma a fração orgânica dos
resíduos sólidos urbanos em materiais inertes (cinzas) e gases. Não é um sistema de eliminação
total, pois gera as cinzas, escória e gases, porém reduz os resíduos em peso e volume. Sendo
aproximadamente a redução de peso em 70%, de volume em 80% a 90%, dependendo do
conteúdo que foi incinerado.

• Problema com Incineradores:


Esta tecnologia térmica poderá trazer problemas com a combustão incompleta e poderão
aparecer resíduos gasosos, cinzas e escórias e água. Os resíduos gasosos do lixo incinerado são
o anidrido carbônico - CO2, o nitrogênio - N2, oxigênio - O2,o anidrido sulfuroso - SO2 , esta
combustão incompleta poderá aparecer o óxido de carbono - CO , fuligem e dissociação do
nitrogênio como NO, e N2 O3 .

Quanto as sobras da incineração, as cinzas, são captadas na base e as voláteis, por filtros de
gases, elas contêm metais pesados e dioxinas e são consideradas como tóxicas, devendo portanto
serem levadas para o aterro sanitário. Quanto a água indicará uma maior umidade nos resíduos, e
prejudicará a recuperação da energia.
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Os metais - mercúrio cádmio, chumbo e outros, os elementos químicos - carbono,


hidrogênio, oxigênio, e os elementos que formam gases ácidos corrosivos - enxofre, cloro
orgânico e nitrogênio, além de dificultarem o processo, podem indicar cuidados operacionais para
não ocasionar desastres ao meio ambiente.

Classificação dos Incineradores:


Os incineradores poderão ser estáticos ou dinâmicos.
- Os estáticos ou de batelada processam em menor volume, mas sua tecnologia permite que
funcione em bateladas.
- Já os dinâmicos que são mais complexos e necessitam de equipamentos auxiliares, são operados
com maior capacidade volumétrica e seu funcionamento é contínuo.

As vantagens e desvantagens dos Incineradores:


Vantagens da Incineração do Lixo
• Reduz o volume, o peso, e a necessidade de áreas para aterros;
• Reduz o impacto ambiental, reduz a preocupação com a monitoração do lençol
freático;
• Reduz a toxidez, e a periculosidade do resíduo quando há estabilidade do calor,
inclusive poderá descontaminar solo com resíduos tóxicos;
• Recuperação de energia para fins industriais ou domiciliares.
• Aceite de qualquer tipo de resíduo, desde que compatível com este tratamento.

Desvantagens da Incineração do Lixo


• Custo elevado de instalações, manutenção e operação dos incineradores;
• Mão de obra qualificada, de difícil oferta na supervisão e operação de incineradores;
• Problemas operacionais exigem maior manutenção quando a composição dos
resíduos varia;
• Emissões de particulados, de difícil consenso quanto ao limite dos componentes da
classe das dioxinas e furanos;
• Utilização de tecnologia de ponta;
• Menor aproveitamento de energia se comparado aos outros processos.

O rendimento na incineração dependerá do calor gerado na combustão, chamada


temperatura de ignição e ao queimar, temperatura de inflamação, a câmara de combustão chega a
800° e outros a 1600°C, e da regulagem da quantidade de ar que deverá ser mantida. Outros
Métodos também podem ser usados para o tratamento. Podendo citar o Lixo Hospitalar:
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Esterilização a vapor (autoclaves), Desinfecção química, Inativação térmica, Esterilização por


gases, Radiações ionizantes, Microondas.

No Brasil, os incineradores em uso, são muito poucos, não chegam a duas dezenas devido
ao seu alto custo, e além da agravante na dificuldade do controle da emissão de gases,
manutenção de filtros e precipitadores eletrostáticos, sendo apenas utilizado com a finalidade em
especial para os resíduos hospitalares e industriais. Além do que as pesquisas são incipientes,
mas com tendências aproximadas aos modelos dos países bem desenvolvidos, o que para o país
tem demonstrado ser um grande equívoco, com diversas tomadas de decisões frente as avaliações
de riscos destes equipamentos e de forma não bem operada.

A Incineração é um Método muito criticado e no Lixo dos Serviços de Saúde no Brasil


não é obrigatória, mas tem sua importância, através dele é possível a redução deste volume alem
de incinerar substâncias perigosas como acetona, metanol, xileno, metais tóxicos de baterias de
equipamentos médicos, resultando na necessidade do correto rigor operacional.

Há necessidade do EIA/ RIMA, para incineradores de Lixo Municipal que exceda 40t/dia
e capacidades menores é definida pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente.

¾ 9.2 - SEGREGAÇÃO DE MATERIAIS

Segregação de Resíduos Sólidos


O objetivo principal é a reciclagem que consiste em recuperar materiais constituintes que
possam apresentar valor econômico. Ao serem reaproveitados, poderão ser reentroduzidos no
ciclo de alternativas para produção como matéria prima, e ainda criará uma forma atraente de
resolver o problema do destino final com a proteção ambiental. A segregação pode também
reduzir o custo de transporte em certos casos, quando, por exemplo, se dá o transporte das
embalagens.

Principais vantagens da reciclagem :


• Economia de matérias-primas virgens, sejam bens renováveis ou não;
• Economia de energia;
• Combate os impactos negativos ao meio ambiente;
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• Geração de empregos;
• Reduz o quantum de resíduos para disposição final,
• Aumenta a vida útil dos aterros.

Análise das principais vantagens e desvantagens em termos ambientais e econômicos:


• Custo com coleta seletiva, nem sempre vantajosa e não elimina a coleta convencional,
e que deverão ser implantadas campanhas para conscientização da população;
• Custo da instalação com as unidades de reciclagem;
• Custo com as transformações das indústrias e a adequação com a nova matéria prima;
• Problemas ambientais quanto aos cuidados adequados com os processos de recicláveis
e efluentes resultante deste processo.

Atualmente a Reciclagem começa a ser aceita entre empresários, ambientalistas e a


população, aos poucos a sociedade vem aderindo a idéia de coleta seletiva, segregada junto a
fonte geradora, repensando sobre o reaproveitamento e dado algumas vantagens econômicas,
sociais e sanitárias.

A Coleta para a Reciclagem


Na atividade da coleta seletiva, será necessário planejar o estudo da coleta. Ela consiste
na separação do lixo orgânico no domicílio, do não orgânico para o centro de reciclagens.
Quando não há coleta seletiva torna-se grande o desperdício, pois os transportes da
simples coleta e misturam-se os materiais orgânicos dos inorgânicos, o que poderá ser reciclado
ou não, e rejeitos que poderiam ser reciclados mais facilmente podem ser objetos de polêmica
sobre a periculosidade.

O surgimento dos catadores que garimpam nas ruas ou em diversos lixões, cresce a cada
dia, tenta solucionar sua sobrevivência alimentar e de suas famílias, passos deverão ser dados
para o inicio de uma proposta adequando uma coleta dinâmica através de cooperativas e
associações de catadores de lixo, resgatando a cidadania e ao mesmo tempo reduzindo o
desperdício dos rejeitos enterrados. Paralelamente vem se estabelecendo uma industria para
convenientes e captação das embalagens ( latas, vidros etc.), nos próprios supermercados.
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A Comercialização dos rejeitos:

O importante :
• Os compradores:Sucateiros, Aparistas, ou Industrias recicladoras.
• Conhecer os papéis comercializados
• Ter quantidade mínima para retirada
• Esquema para remoção,
• Freqüência da retirada.
• Ampliação da cobertura dos serviços de coleta seletiva.
• Cobrança de serviços de coleta seletiva mais eficientes

Principais recicláveis são: os papéis papelões, latas, vidros, plásticos, metais, madeira,
matéria orgânica. Uma instalação de reciclagem poderá ser apenas para a separação dos
materiais, mesmo que sem beneficiamento algum para sua comercialização, ou poderá servir para
integrar os rejeitos das industrias e obter comercialização entre eles.
Alguns municípios começam implantar a coleta diferenciada que segrega o lixo úmido do lixo
seco.

A reciclagem pode ser feita de duas formas: A 1ª consiste na separação dos componentes
presentes no lixo, dando origem na coleta seletiva. A 2ª forma de efetur a reciclagem é partindo
dos lixos brutos, ou seja planejando um tratamento global dos resíduos sólidos urbanos mediante
a técnica de mineração e metalúrgica, tais como trituração, peneiramento e classificação
pneumática no que concerne à preparação do resíduos e separação das frações leve e sistemas de
classificação por via úmida, eletromagnética, eletrostática, óticos e flutuação por espumas para a
obtenção e depuração de metais e vidros.

O fracasso de algumas experiência tem tido sua origem na equivocada consideração da


reciclagem como produção. Ou seja, tem havido erro nas perspectivas como produto de venda,
pois nem sempre cobrem os custos e benefícios. As possíveis falhas nos resultados obtidos
derivam-se dos fatores: falta de operatividade tecnológica, deficiente solução comercial na venda
dos produtos obtidos e deficiência de gestão administrativa.

Reciclagem dos materiais: Pesquisar: papel e papelão, metais, vidros, plásticos, pilhas e baterias,
lâmpadas, osso, tecido e couro, entulhos, tetra pack.
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Justifica-se a recuperação quando a diferença de qualidade com as matérias


prima fique compensada pela diferença de preços.

¾ 9.3 - COMPOSTAGEM

Compostagem
Refere-se ao tratamento biológico dos componentes orgânicos e sua degradação, que
poderá ser aeróbia, anaeróbia, ou mista, cujas ações são estabelecidas pela própria ação de
microorganismos presentes nestes resíduos através de processos físicos, químicos e biológicos.
As bactérias atuantes são termofílicas, desenvolvendo-se o processo a temperaturas
compreendidas entre 50 e 70º C, o que produz a eliminação dos germes patogênicos e a
inocuidade do produto. O processo inclui a separação manual ou mecanizada da maior parte dos
metais, vidros e plásticos. A decomposição pode ser natural ou acelerada (em digestores). No
primeiro caso tem duração de 90 e 45 dias no segundo.

Segundo Monteiro (2001), podemos considerar a compostagem como um processo de


reciclagem no qual se recupera a fração orgânica dos resíduos, utilizando-a em sua condição de
composto(condicionador orgânico) em atividade agrícolas. A matéria orgânica nesse processo de
compostagem atinge dois estágios:
• A digestão que é a fase de fermentação, onde a matéria alcança a bio estabilização;
• A maturação, onde a matéria orgânica atinge a humidificação.

O composto utilizado na agricultura


Poderá apresentar duas formas:
• Cru, onde a matéria é triturada e homogênea. Este deverá ser analisado pois a relação
Carbono:Nitrogênio poderá ser elevado e prejudicar as plantas, devido as atividades
dos microorganismos;
• Curado, onde a matéria é digerida e bioestabilizada. Este é o processo final da
compostagem, as plantas apresentam níveis baixos de C:N, e não são concorrentes
com a atividade microbiológica.
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A compostagem é produzida a partir do resíduos orgânicos e pode propiciar as áreas


agrícolas agredidas por fertilizantes químicos, pode também ser mais um beneficiamento dos
despejos de resíduos nas áreas de lixões.
Os vegetais precisam para sobreviverem do N,P,K e os compostos orgânico tem estes
elementos, ofertando assim condições mais saudáveis sem a necessidade de adicionar
fertilizantes.

Leiras para compostagem, BH, 2003

O processo inclui a separação manual ou mecanizada da maior parte dos metais, vidros e
plásticos. A decomposição pode ser natural ou acelerada (em digestores). No primeiro caso tem
duração de 3 meses e no 2º de 45 dias. Como resultado do processo de compostagem, o volume
dos detritos orgânicos pode ver-se reduzido entre 50 a 85%. O produto terminado é uma
substância de cor café escuro denominado composto ou em alguns lugares de húmus. A
compostagem é um processo de reciclagem, no qual se recupera a fração orgânica dos resíduo,
utilizando-a em sua condição de composto ou condicionador orgânico, em atividade agrícolas.
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¾ 10 - DISPOSIÇÃO FINAL DOS RESÍDUOS SÓLIDOS

Processamento do Lixo
Há casos em que o lixo antes de ser processado sofre beneficiamento visando melhores
resultados e geralmente se aplica no lixo urbano. Poderá ser por:
1- Trituração, que reduz o volume, através de moinhos trituradores.
2- Compactação que poderá reduzir o volume de lixo em 1/3 a 1/5.
3- Incineração, que transforma os rejeitos em materiais inertes, reduzindo peso e volume.
4- Aterro Sanitário, que é o método de disposição final propriamente dito.

10.1 - Formas de Disposição Final dos Resíduos Sólidos Urbanos:

ƒ Lançamento em áreas afastadas, em água, ou como utilização do lixo cru como


adubo ou ração: Geralmente esta maneira de se dispor dos resíduos demonstram o grave
problema da falta de técnicas, caracterizando despreparo, pouca condição de recursos
econômicos e o desconhecimento dos aspectos sanitários e ambientais.

ƒ Aterro Comum – Lixão : Ao se dispor inadequadamente dos resíduos sólidos urbanos


sobre o solo sem proteção ao meio ambiente, estes vem causar impactos negativos ao
ambiente e problemas diversos à Saúde Pública. Estas medidas poderiam ser revertidas
se cuidadosamente fossem implementadas condições sustentáveis de proteção aos
principais problemas de infra estruturas e meios de saneamento.

ƒ Aterro Controlado: Uma vez a evidente forma indesejável dos vazadouros, e o método
do aterro controlado vem dispor dos resíduos sólidos urbanos de forma a causarem
potencial danos ou riscos à segurança da população ou danos ambientais.

Parece óbvio, que todos os tipos de esforços para promover técnicas que reduzam a poluição
localizada por resíduos sólidos e outros, deva ser preferível ao lixão, mas uma vez dispostos,
mesmo sendo esta área menor, ela ainda comprometerá a qualidade do solo e das águas
subterrâneas.
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O método de aterro controlado geralmente não se opta a impermeabilizar a base das


disposições dos resíduos, utilizam-se apenas técnicas de engenharia para confiná-los através de
cobrimento com camada de material inerte após cada jornada de trabalho ou a intervalos menores
se for necessário.
Mas há pouca qualidade nos critérios das condições ambientais locais, falta os
procedimentos em Sistema de Tratamento dos Gases gerados ou Tratamentos do Chorume,
líquido que percola na área do aterro.

ƒ Aterros sanitários manuais: São usados em pequenas localidades, produzem uma


pequena quantidade de lixo, (+-10 ton/dia, ou seja, até 10.000 à 20.000 hab). Os aterros
manuais ajustam-se perfeitamente à definição de aterro sanitário.

As operações unitárias de escavar para preparar o terreno e para retirar material de


cobertura são feitas com máquinas pesadas, a cada três ou quatro meses que as operações de
movimento, o transporte e acomodação do lixo. Ferramentas: carrinho de mão, picaretas e pás.

Ainda hoje administrações públicas desenvolvem técnicas de aprimoramento em aterros,


para evitar danos à Saúde Pública.

Algumas definições:
Gás bioquímico (GBQ), gás de aterro ou biogás - Mistura de gases produzidos pela ação
biológica na matéria orgânica em condições anaeróbias, composta principalmente de dióxido de
carbono e metano em composições variáveis.

Lixiviação - Deslocamento ou arraste, por meio líquido, de certas substâncias contidas nos
resíduos sólidos urbanos.

Percolado - Líquido que passou através de um meio poroso.

Sumeiro ou chorume - Líquido, produzido pela decomposição de substâncias contidas nos


resíduos sólidos, que tem como características a cor escura, o mau cheiro e a elevada DBO
(demanda bioquímica de oxigênio).
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¾ 10.2 - Aterro Sanitário

Conforme ABNT em 1983 define:


Aterro Sanitário de resíduos sólidos urbanos - Técnica de
disposição de resíduos sólidos no solo, sem causar danos ou riscos à saúde
pública e à sua segurança, minimizando os impactos ambientais, método este que
utiliza princípios de engenharia para confinar os resíduos sólidos a menor área
possível e reduzi-los ao menor volume permissível, cobrindo-os com uma
camada de terra na conclusão de cada jornada de trabalho, ou a intervalos
menores se for necessário.

Infelizmente no Brasil ainda torna-se simplificada esta técnica, pois geralmente adotam
formas mais simplificadas, devido à falta de recursos econômicos. Os resíduos compactados são
idealizados por especialista para ocupar menor volume possível e maior vida útil nos aterros,
além de se prever estabilidade ao terreno e uso futuro.

Classificação conforme a técnica de execução:

ƒ Aterro de superfície são aqueles usados em locais planos cujos métodos operacionais

são definidos de trincheira, de rampa ou de área.

ƒ Aterro de depressões são aqueles que utilizados em áreas de baixo valor comercial como
lagoas, mangues, terrenos com depressões ou ondulações

Concepção sobre Aterros Sanitários

Devido ao aumento na quantidade de resíduos gerados e a falta de disponibilidade para


áreas de disposição, pode ser entendido como o local onde o lixo deve ser purificado e
minimização dos impactos ambientais. Para isso há necessidade de acelerar a sua inertização, e
retirar proveito dele.
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O levantamento de materiais impermeabilizantes utilizados em Aterro Sanitários dá


condições significativas para o Sistema de Impermeabilização garantir uma impermeabilização
inferior ou superior ou ambos, e garantir a retenção mínima exigida.

Em relação aos aspectos os aspectos geotécnicos e hidrogeológicas, o subsolo de um


aterro deve atender às seguintes condições: O subsolo ou camada de suporte deve ser de origem
natural (barreira geológica) ou pode ser construída artificialmente por camadas (barreiras técnica)
com uma baixa permeabilidade (K= 10-7 cm/seg) e se possível deve ter uma alta capacidade de
absorção (contudo argiloso).

Há um desafio fundamental ao se implantar o sistema proposto, pois as perspectivas para


a execução são devido à viabilidade técnica e aos investimentos para implantação e manutenção
do aterro sanitário. Ressalta-se que já no anteprojeto, a concepção, a metodologia de operação,
justificativa e elementos de projeto, deverão ser apresentados obrigatoriamente. Deverão ser
elaborados diretrizes para implementação do Estudo de Impacto Ambiental (EIA), e do
respectivo Relatório de Impacto Ambiental (RIMA), de acordo com as resolução para municípios
de grande porte e de pequeno porte que determina a abrangência e os procedimentos e critérios de
elaboração.

Partes constituintes do projeto e forma de apresentação


Os projetos apresentados devem ser obrigatoriamente constituídos das seguintes partes:
• Memorial descritivo;
• Memorial técnico;
• Cronograma de execução e estimativa de custos;
• Desenhos;
• Eventuais anexos.

Responsabilidade e autoria do projeto

O projeto deve ser de responsabilidade e subscrito por profissional devidamente


habilitado no CREA. Todos os documentos e plantas relativas ao projeto devem ter assinatura e
número de registro no CREA do profissional, com indicação da “Anotação da Responsabilidade
Técnica”.

A documentação deve ser encaminhada ao Órgão Seccional Estadual de Controle da Poluição e


Proteção Ambiental - OECPPA, por carta. Devem fazer parte deste encaminhamento os seguintes
documentos: No RJ será a FEEMA.
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• Carta solicitando a análise do projeto e parecer, assinada por representante legal da


prefeitura do município onde se localiza o aterro sanitário;
• Projeto completo e seus anexos;
• Anotação de responsabilidade técnica.

Condições específicas

Memorial descritivo
O memorial descritivo deve conter as seguintes partes:
a) informações cadastrais;
b) informações sobre os resíduos a serem dispostos
no aterro sanitário;
c) caracterização do local destinado ao aterro sanitário;
d) concepção e justificativa do projeto;
e) descrição e especificações dos elementos do projeto;
f) operação do aterro sanitário;
g) uso futuro da área do aterro sanitário.

Informações sobre os resíduos a serem dispostos no aterro sanitário:

• Devem ser fornecidas as seguintes informações:


• Origem, qualidade e quantidade diária e mensal,
• Freqüência e horário de recebimento;
• Características dos equipamentos de transporte;
• Massa específica dos resíduos.

¾ 10.3 - Seleção de Locais para Aterros Sanitários


A escolha do lugar é um elemento fundamental para um projeto de aterro controlado, a
área escolhida irá condicionar seu funcionamento e operação, tanto do ponto de vista técnico
quanto ambiental e sanitário. Deve ser levado em conta: Aspectos Técnicos, Econômicos e
Construtivos, Ambientais, Políticos Legais e Sociais. Para a escolha do local adequado de um
aterro devemos considerar estudos relacionados a hidrologia, a geologia e geotecnia.

Seleção de Áreas

A NBR 8419/1992 aponta os critérios básicos para a seleção de áreas para aterros de
resíduos:

Na justificativa da escolha do local destinado ao aterro sanitário, deve ser considerado o seguinte:

• Zoneamento ambiental;
• Zoneamento urbano;
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• Acessos;
• Vizinhança;
• Economia de transporte;
• Titulação da área escolhida;
• Economia operacional do aterro sanitário (jazida, etc.);
• Infra-estrutura urbana;
• Bacia e sub-bacia hidrográfica onde o aterro sanitário se localizará.

O Projeto

Localização e caracterização topográfica: Deve ser apresentado um levantamento


planialtimétrico, em escala não inferior a 1:2000, com indicação da área do aterro sanitário e sua
vizinhança, locando-o relativamente a pontos geográficos conhecidos, tais como ruas, estradas,
ferrovias, rios e mananciais de abastecimento.

Deve ser apresentado, também, um levantamento planialtimétrico da área do aterro sanitário, em


escala não inferior a 1:1000.

Caracterização geológica e geotécnica: Deve ser apresentada investigação geológica e


geotécnica do terreno envolvido no aterro sanitário, que contribua objetivamente para a avaliação
dos riscos de poluição das águas e das condições de estabilidade dos maciços.

Caracterização climatológica: Devem ser apresentados valores mensais preexistentes


correspondentes ao maior período de observação da precipitação e evapotranspiração.

Caracterização e uso de água e solo: Devem ser indicados os usos dos corpos de água
próximos, bem como dos poços e outras coleções hídricas.

Concepção e justificativa de projeto: Devem ser apresentadas a concepção e a metodologia de


operação adotadas, justificando-as face às suas finalidades.

Descrição e especificações dos elementos de projeto: Todos os elementos de projeto devem ser
suficientemente descritos e especificados, com apresentação de desenhos, esquemas, detalhes,
etc.

Sistema de drenagem superficial: Deve ser previsto sistema de drenagem das águas superficiais
que tendam a escoar para a área do aterro sanitário, bem como das águas que se precipitam
diretamente sobre essa área.

Sistema de drenagem e remoção de percolado: Deve ser previsto um sistema para drenagem e
remoção dos líquidos que percolam através dos resíduos dispostos, quando solicitado pelo
OECPPA.

Sistema de tratamento do percolado: Deve ser previsto um sistema de tratamento para o


líquido percolado coletado, quando solicitado pelo OECPPA.

Impermeabilização inferior e/ou superior: Deve ser prevista uma impermeabilização inferior
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e/ou superior do aterro sanitário, rever a necessidade de impermeabilização, deve ser indicado: a)
o tipo de impermeabilização adotado; b) os materiais empregados, com suas especificações e
características segundo as correspondentes normas brasileiras.

Sistema de drenagem de gás: Deve ser previsto um sistema para a drenagem de gás, que pode
ser integrado ao sistema de drenagem de líquido percolado. Deve ser apresentada uma descrição
de todos os elementos constituintes do sistema com indicação:
• Disposição em planta desses elementos, em escala não inferior a 1:2000;
• Dos materiais utilizados com suas especificações;
• Dos cortes e detalhes necessários à perfeita visualização do sistema.

Operação do aterro sanitário: Acessos e isolamento da área do aterro sanitário Deve(m) ser
indicado(s) em planta o(s) acesso(s) à área do aterro sanitário, bem como as medidas a serem
tomadas para garantir o seu uso, mesmo em dias de chuva. Devem ser apresentados a forma de
isolamento do aterro sanitário e os dispositivos de segurança para evitar a interferência de
pessoas estranhas, bem como para coibir possíveis efeitos na vizinhança..

Preparo do local de disposição: Devem ser indicadas as medidas a serem tomadas para o
preparo da área antes da disposição dos resíduos sólidos.

Memorial técnico: O memorial técnico deve conter no mínimo o seguinte:


• Cálculo dos elementos do projeto;
• Vida útil do aterro sanitário;
• Sistema de drenagem superficial;
• Sistema de drenagem e remoção de percolado;
• Sistema de drenagem de gás;
• Sistema de tratamento de percolado;
• Cálculo de estabilidade dos maciços de terra e dos resíduos sólidos dispostos.
• Nota: As alíneas d) e f) são condicionadas a 5.1.6.2 e 5.1.6.3.

Cálculo dos elementos de projeto: Deve ser apresentado o dimensionamento de todos os


elementos de projeto, devendo ser indicados:
• Dados e parâmetros de projeto;
• Critérios, fórmulas e hipóteses de cálculo;
• Justificativas;
• Resultados.

Prazo de operação do aterro sanitário: Devem ser apresentados:


o A quantidade de resíduos sólidos a ser disposta (diária e anual);
o O peso específico adotado;
o A capacidade prevista para a área;
o Oprazo de operação do aterro sanitário, estimado
• Em função da quantidade de resíduos sólidos a ser disposta e capacidade da área.

Sistema de drenagem superficial: Devem ser apresentados todos os parâmetros e fórmulas


utilizadas para o dimensionamento dos canais e singularidades do sistema de drenagem
superficial:
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• Intensidade de chuva;
• Tempo de recorrência (período de retorno);
• Duração;
• Coeficiente do escoamento superficial.

Sistema de drenagem e remoção de percolado: Devem ser apresentados os parâmetros e


fórmulas utilizadas para o dimensionamento dos elementos integrantes do sistema de drenagem e
remoção de percolado.

Sistema de drenagem de gás: Devem ser apresentados os parâmetros e fórmulas utilizadas


para o dimensionamento dos elementos integrantes do sistema de drenagem de gás.

Sistema de tratamento de percolado: Devem ser apresentados os parâmetros e fórmulas


utilizadas para o dimensionamento dos elementos integrantes do sistema de tratamento de
percolado.

Cálculo de estabilidade: Devem ser apresentados as hipóteses, os parâmetros e as fórmulas


utilizadas para o cálculo de estabilidade de taludes, bermas de equilíbrio e recalques diferenciais.

Apresentação das estimativas de custo e cronograma: A estimativa de custo deve incluir os


custos de implantação do aterro sanitário, bem como da operação e manutenção, especificando,
entre outros, os custos de:

• Equipamentos utilizados;
• Mão-de-obra empregada;
• Materiais utilizados;
• Instalações e serviços de apoio.

Plano de encerramento e cuidados para fechamento do aterro: Por ocasião do encerramento


da operação do aterro, devem ser tomadas medidas de forma a:
• Minimizar a necessidade de manutenção futura;
• Minimizar ou evitar a liberação de líquido percolado contaminado e/ou gases para
o lençol de águas subterrâneas, para os corpos d’água superficiais ou para a
atmosfera.

Plano de encerramento: Devem constar:


• Os métodos e as etapas a serem seguidas no fechamento total ou parcial do aterro;
• O projeto e construção da cobertura final, de forma a minimizar a infiltração de
água na célula, exigir pouca manutenção, não estar sujeita a erosão, acomodar
assentamento sem fratura e possuir um coeficiente de permeabilidade inferior ao
solo natural da área do aterro;
• A data aproximada para o início das atividades de encerramento;
• Uma estimativa dos tipos e da quantidade de resíduos que devem estar presentes
no aterro, quando encerrado;
• Usos programados para a área do aterro após seu fechamento;
• Monitoramento das águas após o término das operações;
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• Atividades de manutenção da área;


• Provisão dos recursos financeiros necessários para a execução das tarefas previstas
neste plano.

• Nota: Todas as obras para o total encerramento da instalação devem ser realizadas até no
máximo seis meses após o recebimento da última carga de resíduos.

Atividade após o encerramento do aterro: Monitoramento das águas subterrâneas, por um


período de 20 anos após o fechamento da instalação.

Nota: Este período pode ser reduzido, uma vez constatado o término da geração de líquido
percolado, ou então estendido caso se acredite ser insuficiente.

• Manutenção dos sistemas de drenagem e de detecção de vazamento de líquido


percolado até o término da sua geração.

• Manutenção da cobertura de modo a corrigir rachaduras ou erosão.

• Manutenção do sistema de tratamento de líquido percolado, se existente, até o


término da geração desse líquido ou até que esse líquido (influente no sistema)
atenda aos padrões legais de emissão.

• Manutenção do sistema de coleta de gases (se existente) até que seja comprovado
o término de sua geração.

• Pode ser exigido do responsável pela área a manutenção do isolamento do local,


caso exista risco de acidente para pessoas ou animais com acesso a ela.

Podemos salientar a exclusão das áreas: Rever a legislação pertinentes.


• Áreas de proteção e captação de água potável;
• Áreas de inundações;
• Áreas de solos porosos e de alta permeabilidade;
• Áreas de pântanos, brejos ou mangues;
• Áreas sujeitas a perigos de desmoronamento, avalanches;
• Áreas a menos de 200 m de zonas povoadas e a 500m;
• Áreas a menos de 1500 m dos pequenos aeroportos com aviões de pequeno porte e
para 3000 m de aviões de turbina;
• Parques nacionais, áreas de proteção da natureza e monumento naturais, com flora
e fauna importante;
• Locais ou patrimônios histórico, religioso ou cultural;
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• Áreas de planície sujeitas a inundação dos rios com período de retorno de uma vez
a cada 100 metros.

Decisão Final
Para avaliação final de um lugar para o aterro é necessária uma avaliação de impacto
ambiental. As autoridades interessadas deverá decidir qual a localização prioritária. A decisão
final é um processo político, onde se devem incluir aspectos ambientais, econômicos e sociais,
inclusive com a participação de todos os membros importantes da comunidade local

Metodologia
ƒ Levantamentos Básicos: escolha do terreno, levantamento topográfico, levantamento
geotécnico,
ƒ Estudos e projetos: estudos de viabilidade técnica e econômica, lay-out, ante projeto,
projeto técnico, projeto básico das edificações de apoio, memorial descritivo, memorial
técnico, especificação de mão de obra e equipamentos, cronograma de execução e
estimativa de custo.
ƒ Planos de execução do aterro sanitário: execução de obras fixas, preparo das:
• Vias de acesso, da área de emergência,
• Sistema de drenagem superficial de águas pluviais,
• Sistema de drenagem de líquidos percolados,
• Sistema de tratamento e captação dos líquidos percolados,
• Sistema de drenagem dos gases, preparo do leito do aterro (impermeabilização ou
selamento) - formação das células de lixo
• Cobertura final do aterro

Pode-se adotar o peso específico de 750 kg/ m3 para os resíduos que chegam ao aterro. A
quantidade de lixo produzido em todos os anos calendário, multiplica-se a produção diária de lixo
por 365 dias e dividi-se pelo peso específico compactado no aterro, já que o lixo diário sofre
compactação, degradação biológica e outros que aumentam seu peso específico com o tempo.
Suponhamos que este valor seja estabelecido em 850 kg/m3. Dessa forma teremos o volume de
m3 por ano.
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Tratamento e Captação dos Líquidos Percolados

• Reciclagem ou irrigação
• Lagoas de estabilização
• Ataques químicos
• Filtros biológicos
• Processos fotossintéticos

¾ 10.4 - Métodos

Método da trincheira – abre-se uma trincheira, e o lixo é disposto no fundo, compactado


e posteriormente recoberto com terra. A compactação dever ser no sentido ascendente, ou seja,
após a descarga do lixo o trator deve espalha´-lo no talude e em seguida compactá-lo de baixo
para cima, fazendo de 3 a 5 passadas até que todos os materiais volumosos estejam perfeitamente
adensados.
Talude na proporção de 1:1 ou 1:2 ou 1:3

Método da Área – é comumente usado em locais onde a topografia se apresenta de forma


irregular, e o lençol freático está no limite máximo.

Método da Rampa – método vantajoso economiza o transporte de material de cobertura de fora


do sistema. Alguns cuidados devem ser tomados na aplicação desse método, sendo um deles o de
manter um distanciamento mínimo de 2 metros entre o fundo da escavação e o lençol freático. O
material escavado deve permitir a formação de um talude consistente que resista a compactação.
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Planos de Execução do Aterro Sanitário.

ƒ Execução de tapumes, incluir uma guarita para controle do aterro, guarda de livros e

documentos, uma balança que dependerá da frota de coleta de lixo, prédio da administração

para dirigir as operações do aterro, galpão de manutenção e oficina cobertos , que também

servirá para guardar as ferramentas e peças de reposição.

ƒ Providenciar área em bom estado com fácil acesso para descarga dos resíduos em épocas de
chuvas, ou de emergência, inclusive ter estoque de material inerte para coberturas ou vias
internas de acesso;

ƒ Execução das vias internas e externas de acesso ao aterro;

ƒ Construção de drenos provisórios em caráter dinâmico, podendo ser feito; As valas e leiras
com terra batida ou com máquinas e os drenos definitivos construídos com tubos meia-cana
em concreto;

ƒ Elaboração do Sistema de Drenagem do chorume, que não deverá ultrapassar a massa do


aterro, e o volume é pequeno quando o aterro é bem executado Nos períodos de chuva o
chorume surgirá nas águas de percolação e fica bastante complexo sua determinação;

ƒ Elaboração do Sistema de Tratamento e Captação dos Líquidos Percolados que deverão ser
coletados por ramais que deverão chegar em único local, para serem tratados;

ƒ Execução de Sistema de Drenagem dos Gases devido a formação de CH4, CO2 e outros
resutantes da digestão anaeróbia;

ƒ Preparação do leito do Aterro e Impermeabilização para evitar a contaminação do lençol


freático e a migração de gases;
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ƒ Prever Sistema de Monitoramento, geotécnico e ambiental para avaliar o impacto do aterro,


deverá ter contínuo monitoramento incluindo o controle dos vetores propagadores de
doenças;

ƒ No fechamento do Aterro, deverá ser previsto a recuperação da área utilizada e sua ocupação.
Podendo servir para parques ecológicos, praças de esportes. Haverá necessidade de manter a
manutenção após sua vida útil, a cobertura final de terra para que se evite o aparecimento de
vetores, doenças;

Sistemas de Drenagem e Tratamento dos Percolados e Gases, deverão ser mantidos enquanto
apresentarem impactos poluidores.

¾ 10.5 - Planos de Projetos de um Aterro Controlado ou Aterro Sanitário

Deve ser precedido o projeto de engenharia as considerações fundamentais:


ƒ Quantidade de resíduos a dispor diariamente no aterro
ƒ Quantidade de material de cobertura que se dispõe
ƒ Vida útil do aterro
ƒ Fechamento final (consiste em realizar uma cobertura final, com o objetivo de fechar o
aterro como tal e poder reutilizá-lo)
ƒ Uso futuro da área aterrada

o O projeto deve contemplar um mínimo de aspectos para justificar suas instalações:

- Justificativa sob o aspecto social, e os problemas que envolvem a coleta e o transporte dos
resíduos para esta área,
- O estudo meteorológico a respeito dos ventos predominantes, e pluviometria,
- Sistema de drenagem de gases na zona do aterro, sistema de drenagem superficial e de líquidos
percolados,
- Estudo da capacidade total do aterro, descrição do fechamento do aterro: natural, ou artificial,
plano de operação do aterro, estudo de custos de implantação e operação, uso futuro da área
ocupada, estudo do impacto ambiental.
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Vista do Aterro Sanitário de Belo Horizonte, Vista de tratores compactando , BH, 2003
2003

Vista do Sist Drenagem – gabiões BH, 2003

Tratamentos dos Resíduos Sólidos


Os Métodos na Destinação Final segundo as Normas Operacionais, evita danos e riscos à
Saúde Pública, mas existem maiores vantagens quando estas ações são evitadas. O tipo de
material definirá as possibilidades de tratamento, seja através da recuperação, reciclagem ou
incineração.

O tratamento dos Resíduos Sólidos


Poderá ser feito em dois processos:
- Segregar os diversos componentes existentes no lixo visando a sua reciclagem e

conseqüente redução no volume aterrado;


Profª Valéria Borba do Nasciment o – Prof. Odir Clécio da Cruz Roque Gestão dos Resíduos Sólidos 99

- Incinerar o lixo visando a sua redução e inertização, se possível com recuperação de

energia. [Manual IPT-1998].

Ressalta-se porém que mesmo ao se estabelecer critérios de Incinerar ou Reciclar, sempre


haverá resíduos que dependerão da escolha de um aterro e que deixarão problemas para que a
natureza o recicle.

¾ 10.6 - Checagem para Visita a Aterro

( Universidad Católica de Valparaíso, Escuela de Ingenieria em Construcción Chile, 1997)

Ficha de Checagem
Dados do visitante
Nome , profissão, motivo da visita

Dados do aterro
Nome, localização, tipo de aterro, quantidade de ton. Diárias que recebe, horário de trabalho do
aterro

Questinonário observando-se as fases:


• Planificação;
• Projeto;
• Construção;
• Operação;
• Abandono;
• Meio físico natural;
• Meio sócio-econômico;
• Importância direta e indireta para o município

Tipos de Monitoramento e Análises de Campo e Laboratoriais


ƒ pH
ƒ temperatura
ƒ alcalinidade
ƒ oxigênio dissolvido
ƒ sólidos totais
ƒ sólidos dissolvidos
ƒ sólidos sedimentáveis
ƒ DQO
ƒ DBO
ƒ Dureza total
ƒ Condutividade
ƒ Nitrogênio total
ƒ Fósforo total
ƒ Estreptococos fecais
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ƒ Coliformes fecais
ƒ Metais (Al,Ag,As,Ba,Cd,Cr,Fé,Cu,Mn,Ni,Pb,Sn,Zn e Hg)

Após a instalação inicial e entrada em operação do empreendimento, os mesmos


parâmetros deverão ser determinados, com freqüência semestral e em amostras recolhidas nos
mesmo pontos, de forma a permitir a avaliação da evolução da qualidade das águas, por
comparação com essa referência inicial.

Pessoal Administrativo
Engenheiro de campo, encarregado geral, equipe de topografia completa, operador de máquinas
de terraplenagem (pá-carregadeira, retro-escavadeira, motoniveladora, rolo compactador, jerico
com grades rotativas etc), operador de caminhão basculante, operador de caminhão pipa,
operador de trator de esteiras, ajudantes de operação de máquinas de terraplenagem, auxiliares de
serviços gerais.

Estimativa do volume ocupado pela massa dos materiais (resíduos descartados + capeamento) a
ser disposta no aterro sanitário:

Prever:
Ano, projeções da expansão populacional, estimativa de geração de RSU (t/dia) Estimativa de
Atendimento com coleta (%da população), estimativa da massa de resíduos a coleta (t/dia),
estimativa da massa de resíduos a aterrar (t/dia), estimativa da massa de resíduos a aterrar (t/ ano)
estimativa do volume de materiais de cobertura (m3/ano) volume total simples (m3) volume total
acumulados (m3)
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Operação de Aterros Sanitários


São numerosos os fatores que incidem na construção de um aterro. Podem ser relacionados a três
grupos: os que se referem ao processamento dos resíduos, os relativos ao acondicionamento do
aterro e os métodos para depositar os resíduos.
Fases:
Macroprojeto e vida útil
V= 365 (nº dias no ano)x TD(ton diária coletada) / PV ( peso específico ou densidade do lixo
compactado no aterro)

Exemplo: Elabora uma matriz

Supondo-se população de 90000 habitntes em 2000, com taxa de crescimento de 2,5%


Geração per capta média de 0,9kg/dia, crescente em 1% ao ano

Modelo de Matriz para a Previsão de Lixo e Espaço para o Aterro Sanitário


Ano Hab k/H/D Cobert T/D M3/ano M3 M3 +
Acum 20%
2000 9200 0,90 0,80 66 26864 26864 32237
2001 94300 0,91 0,85 73 29549 56413 67696
2002 96658 0,92 0,90 80 32390 88803 106564
2003 99074 0,93 0,95 897 35395 124198 149038
2004 101551 0,94 1,00 95 38571 162769 195323
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¾ 11 - ASPECTOS DO LIXO E CONTROLE DE VETORES

Revendo a história começa na década de 70 a se considerar os aspectos de poluição,


reverem o que é imprescindível identificar, predizer, avaliar, interpretar, propor correções e
comunicar resultados sobre as relações de causa e efeito positivas e negativas entre projetos ou
programa em desenvolvimento e o meio físico, biológico e socioeconômico. reverem as questões
referentes ao crescimento da população com os diferentes grupos sociais, as deteriorações do
ambiente e o acelerado consumo dos recursos naturais e seus desperdícios. (Monteiro, 2001)

¾ Os Seres que Habitam o Lixo

Geralmente os focos primários sempre têm ligação direta ou indireta com a presença do
lixo. Podemos classificá-los em:
- Macrovetores, que são os ratos baratas, moscas, cães, aves, suínos, eqüinos, inclusive o
próprio homem .
- Microvetores como vermes, bactérias, fungos, actinomicetes e o que mais nos trazem
problemas patogênicos que são os vírus.

É possível relacionar a incidência de certas doenças com seus transmissores, estudos


foram feitos pelas ciências sanitárias, e a partir destes fatos iniciaram-se os serviços de coleta de
lixo domiciliar. Entre elas: doenças gastrintestinais, doenças oftálmicas, doenças de pele,
respiratórias etc.
Ao existir uma interdição na disposição destes resíduos, poderá ocasionar um maior
perigo, pois, será possível a dispersão da população de ratos e vetores em várias direções
trazendo riscos a população expostas nas áreas das mediações.

No Brasil já ocorreram vários problemas com a proliferação causada por ratos, que são
vetores de peste e leptospirose, as baratas que transmitem a poliomielite, e moscas que incidem
em de várias doenças, além de porcos nos casos de triquinose e a toxoplasmose que pode ser
encontrada dos urubus que rondam o lixo à céu aberto.
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Os actinomicetes, cogumelo do gênero actinomyces, geram as doenças actinomicose, que


são comuns aos homens e aos animais.
As baratas transmitem: infecções entéricas, enterites, hepatites, cólera, conjutivites,
tracoma,verminoses, e outras.

O LIXO FAZ MAL À SAÚDE

O Lixo mal cuidado atrai vetores de doenças

Ratos : Tifo, Peste, Leptospirose


Aedes Aegypit : dengue , febre amarela
Formigas : Febre Tifóide, Doenças Gastroentestinais
Mosquito: Febre Tifóide, Doenças Gastroentestinais
Baratas: Febre Tifóide, Tuberculose, Cólera e Doenças Gastroentestinais,
Hepatite,Conjuntivite
Escorpião: Dor, Alterações Respiratórias Cardíacas
Aranhas : Actinomicose

Controle de vetores Relacionados a Vazadouros de Lixo.

No controle de vetores, há inclusive a necessidade de prevenir as moléstias provenientes


da transmissão de doenças relacionadas.
O lixo é um dos habitas preferenciais da Musca domestica, por ser rico em substâncias
orgânicas em decomposição. Em virtude de seus hábitos estritamente relacionados com as
atividades humanas, esses insetos eventualmente podem se tornar vetores mecânicos de agentes
patogênicos porventura presentes nos resíduos causando doenças no Homem e em outros
animais, daí sua importância epidemiológica.

Deve-se estar atento quanto ao destino final do lixo, pois a densidade de moscas e outros
insetos vem relacionar-se com o total de resíduos sólidos trabalhados e com o tempo de
permanência do lixo descoberto. Pesquisas realizada próxima a aterros de lixo, puderam concluir
que as espécies de moscas encontradas a quase dois quilômetros da praça de operação, eram
coletadas em grande número de dípteros muscóides, prevalecendo a M. domestica e C.
megacephala, Sarcophagula sp. que apresentam grande relação com matéria fecal .
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Comprovando mais uma vez a importância sanitária das moscas como possíveis
veiculadores de patógenos. E observando-se nos dípteros a presença de bactérias Salmonella sp
e de diversas formas evolutivas de enteroparasitas humanos como por exemplo a Giardia
intestinalis, Trichuris trichiura, Ascaris lumbricóides, Entamoeba coli e outros.

Em locais de disposição inadequada de lixo a céu aberto, praticamente é certa a presença


de urubus, procurando alimentos que ocorrem na área, e desempenham função de recicladores de
matéria orgânica.
A população de garças Leucophoyx thula, aumenta consideravelmente, e concorrem para
a diminuição da proliferação de moscas, uma vez que essas aves alimentam-se das larvas dos
dípteros muscóides.
A presença de roedores no destino final do lixo, é verificada através de operações de
captura, observando-se a predomintante espécie: Mus musculus ( camundongo), Rattus rattus (
rato de forro), e está atribuída ao manejo e recebimento de lixo no destino final .

PRINCIPAIS CONTROLES:

¾ 11.1 - Baratas
Têm importância sanitária e representam o grupo de insetos mais antigos e de maior
capacidade de adaptação. Algumas espécies: Blatta orientalis, Periplaneta americana, Blatta
brunella

Controle As baratas não resistem a produtos fermentados como a mistura de cerveja e bórax.
Substâncias carrapaticidas devem ser utilizados nos animais domésticos, como o gado, os cavalos
e etc. Armadilhas com cola também muito utilizado. Os serviços Locais de Saúde poderão
orientar qual o melhor produto químico a utilizar nos diversos casos.
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o BARATAS : Espécies e Características Biológicas

ESPÉCIES DOMÉSTICAS
CARACTERÍSTICAS
BIOLÓGICAS Blattella Periplaneta
germanica americana
TAMANHO 12 – 16 mm 30 – 40 mm
COR Marrom Castanho
amarelado avermelhado
DEPOSIÇÃO DA OOTECA Não libera Libera
Nº DE OVOS / OOTECA 30 - 40 9 – 15
Nº DE OOTECAS 4 -5 10 - 90
Nº DE MUDAS 5-7 7 – 13
PERÍODO JOVEM 2 – 3 meses 15 meses
LONGEVIDADE 1 ano 3 – 4 anos
INCUBAÇÃO DOS OVOS 15 – 30 dias 30 – 60 dias
INTERVALO DE POSTURA 45 dias 6 dias
Nº DE DESCENDENTES 20 000 800
Nº DE DIAS PARA
PRODUZIR A PRIMEIRA 17 14
OOTECA

Fonte: Figueiredo, 2002

o Alta Capacidade de Adaptação E Reprodução

o Monitoramento
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o B) MOSCAS

o MOSCAS : Espécies e Informações Gerais

Ambiental Consultoria Técnica Ltda

o Informações gerais sobre as Moscas:


o
- Pertencem ao grupo dos insetos dípteros;
- Existem cerca de 110 mil espécies de moscas “verdadeiras”;
- São sinantrópicas; Têm atividade diurna;
- São fototrópicas positivas;
- Na fase adulta freqüentam ambientes quentes e secos;
- Têm dispersado ativas através do vôo, percorrendo por etapas distâncias de até 10 km em 24
horas, a uma velocidade aproximadamente de 6,5 km /h;
- Têm raio de ação de 100 a 500 metros do criadouro;
- Apresentam longevidade ao redor de 2 meses, sendo as fêmeas mais longevas do que os
machos;
- São coprófagas e necrófogoas, atuando na reciclagem de nutrientes do solo. Ambiental
Consultoria Técnica.
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• Contaminação :
É a presença de qualquer elemento (objeto, substância ou organismo) estranho e
indesejável na água, no alimento ou em qualquer produto.

Consideramos:
- Visível : fios de cabelo, lascas de madeira, partes do corpo de insetos, etc
- Invisíveis : microorganismos ou substâncias não detectáveis a olho num mas perigosos á saúde.

• Principais Doenças Veiculadas por Moscas:


- Doenças Gastrointestinais: Infecções Entéricas – Salmoneloses, Enterites, Shigeloses,
Disenterias Amebianas; Hepatites; Cólera.
- Doenças Oftálmicas : Conjuntivite, Tracoma
- Oitras Doenças: Verminoses; Milíases

• Agentes Etiológicos: Vírus, Bactérias, Fungos, Protozoários

• Matéria Orgânica em Decomposição


- Lixo orgânico – Esterco fresco – Dejetos animais, Cadáveres e carcaças, - Secreções de
lágrimas, Corrimentos nasais; Excreções; Esgoto; Vinhoto ou vinhaça; Alimentos decompostos;
Resíduos vegetais de jardins, Gramados e praças

• Locais de Infestação e Abrigos


- Comportamento exploratório do ambiente – atividade diurna – Orientação pelo odor e umidade
– Repouso em superfícies longas e estreitas, dentro e fora das edificações: rachaduras, muros e
cercas; fio elétricos; galhos de arbustos e árvores vegetação.

• Manejo Integrado de Pragas - “MIP”

- Etapas: - inspeção com coleta de informações e amostras


- identificação de espécies e diagnósticos da sitauação
- monitoramento com avaliação de infestação e de pontos críticos e de persistência
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- Planejamento de Metodologia de Controle


- não quimicas
- quimicas : escolha de produtos; técnicas de aplicação

- MIP
- Medidas de Controle Mecânico ou Barreiras de Acesso : telamento, cortinas anti-
moscas, cortinas de vento, armadilhas.
- Armadilhas luminosas com eletrocução: grade com barras carregadas eletricamente de
forma alternada causando descarga na passagem do inseto e provocando sua eletrocução.
- Armadilhas com superfícies adesivas
- Controle Biológico Natural: - Predadores de ovos e larvas – alguns besouros e certos
ácaros. Como os :

- Carcinops troglodytes, ,Macrocheles muscadomesticas


- Parasitóides de Pupários: micro-himenópteros “ vespinhas”: Spalangia endius;
Spalangia cameroni; Muscidifarax raptoroídes; Pachyrepoides vindemiae

¾ 11.2 - Roedores
Há muito a humanidade vem buscando o seu controle, causam prejuízos econômicos e de
ordem sanitária, seu hábito de roer está intimamente relacionado a necessidade de desgastar seus
dentes incisivo, que crescem contínuamente, além de vencer obstáculos e buscar alimentos ou
sítios de instalação de colônias. Estragam muito mais que consomem. Devastam plantações ,
hortas e pomares.

Transmitem grande número de doenças, quer por mordedura, ou por suas fezes e urina, ou
pela ação dos seus ectoparasitas.

• Identificação
A correta identificação de um animal a ser combatido é fundamental. As diferentes
espécies apresentam comportamentos distintos e as medidas de controle adotadas devem
considerá-los. A espécie é a unidade básica de classificação dos animais e, de modo simplificado,
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pode-se dizer que, além de semelhantes nas características morfológicas, seus cruzamentos entre
si são férteis.

Ainda de forma simples, a classificação dos animais obedece às seguintes categorias:

ESPÉCIE
Gênero - grupo de espécies
Família - grupo de gêneros
Ordem - grupo de famílias
Classe - grupo de ordens
Ramo - grupo de classes
Reino - grupo de ramos

Os roedores são assim classificados:

REINO : ANIMAL

RAMO : CHORDATA (Cordados) OU VERTEBRADOS

CLASSE : MAMMALIA ( Mamíferos)

ORDEM : RODENTIA (Roedores)
⇓ HYSTRICHOMORPHA (COENDU, ETC)
SUB ORDEM Rattus norvegicus
SCIUROMORPHA (ESQUILOS, ETC.)
Rattus rattus
FAMÍLIA MURIDAE Mus musculus
MYOMORPHA outros
FAMÍLIA CRICETIDAE Roedores
Silvestres
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HABILIDADES FÍSICAS

HABILIDADE RATAZANA RATO CAMUNDONGO

túneis com 2 a 3 m de
comprimento e ninhos
ESCAVAR com 25 cm de diâmetro

ESCALAR Excelente
Verticalmente
77 cm
SALTAR Horizontalmente Verticalmente
2,40m 25 cm
sem impulso
1,20m
Excelente
NADAR (pode ficar submersa
por 3 minutos)
BARBOSA, FIGUEIREDO, ROSA, 2002

HABILIDADES SENSORIAIS

Habilidade Qualificação
Olfato Muito apurado
Tato Bastante desenvolvido
(vibrissas e pelos táteis)
Audição Sensíveis a qualquer ruído
Visão Pobre acuidade visual
Paladar Muito desenvolvido
BARBOSA, Figueiredo, Rosa, 2002

¾ Preferências Alimentares: Geralmente presente no lixo disposto inadequadamente no


ambiente.
• Onívoros
• Preferem alimentos frescos aos estragados ou fermentados
• Preferem cereais (grãos quebrados)
• Frutas, carnes e peixes- horário de alimentação entre 17:00 e 19:00 horas
• Neofobia/neofilia
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¾ Importância Médica / Diferenças e Semelhanças

BARBOSA, FIGUEIREDO, ROSA, 2002

¾ Manejo Integrado de Roedores - “ MIP”

- O controle de roedores por manejo integrado engloba as seguintes principais atividades:


- Inspeção prévia, para determinar a grandeza do problema; Higienização da área, com remoção
do lixo; Manejo ambiental, com exclusão física através de rativedação; Programa de educação
sanitária;
Controle de Roedores

Monitoramento
Aplicação de rodenticidas

Avaliação dos resultados


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QUADRO COMPARATIVO DAS PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DOS ROEDORES


URBANOS

CARACTERÍSTICAS RATAZANAS RATOS CAMUNDONGOS


FAIXA DE PESO DO 150-600 80-300 10-20
ADULTO (g)
COMPRIMENTO
CORPO+CABEÇA (cm) 18-25 16-21 6-10
COMPRIMENTO DE 17 21 9
CAUDA (cm)
Áspero - cor variando entre Cor variando de preto ao
PÊLO castanho acizentado e cinza no dorso e de cinza Cinza pardacento
avermelhado ao branco no ventre
Pequenas e encostadas à Grandes e proeminentes Grandes e proeminentes
ORELHAS cabeça
Capsulares medindo de 12 Fusiformes medindo entre São pequenas com a forma
FEZES a 19 mm 8 e 12 mm de bastonetes (4 a 6 mm)
PERÍODO MÉDIO DE VIDA
(ANO) 01 01 01
RAIO DE AÇÃO (m) 45 60 09
MATURIDADE SEXUAL 2-3 2-3 1-2
(mês)
PERÍODO DE GESTAÇÃO 22 22 19
(dias)
Nº DE FILHOTES POR
NINHADA 8-10 4-8 4-8
Nº DE GESTAÇÕES/ANO 4-5 5-6 7-8
Nº DE FILHOTES/ANO 19-55 12-45 24-55
Nº DE CRIAS QUE
CHEGAM AO 20 20 30-35
DESMAME/ANO
NECESSIDADE
ALIMENTO/DIA (g) 20-30 15-30 02-03
NECESSIDADE DE
ÁGUA/DIA (ml) 15-30 10-30 02-03
BARBOSA, FIGUEIREDO, ROSA, 2002

- Como proceder: Inspecionar significa olhar com atenção em busca de quaisquer sinais que
caracterizem a presença de roedores no ambiente. Através de uma minuciosa e criteriosa inspeção
é possível detectar a espécie infestante, o grau e localização da infestação e os hábitos dos
roedores na área infestada (abrigo, fonte de alimento e movimentação). Além dos próprios
animais vivos, pode-se encontrar seus vestígios, suas ninheiras ou tudo isto ao mesmo tempo.

- Principais Vestígios: Ninheiras ou tocas. Fezes; Roeduras; Trilhas


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A Higienização Da Área É A Conduta Principal Para O Controle De Roedores.

¾ Esta higienização ou sanitização ambiental, inclui: Armazenamento e manuseio correto de


alimentos; Acondicionamento do lixo caseiro em latas à prova de ratos ou sua manutenção
em locais de difícil acesso a roedores; Armazenamento adequado de cereais e forragem, em
locais à prova de roedores (uso de rateiras); Remoção de entulhos; Manutenção da tubulação
de esgotamento sanitário, etc..

¾ O manejo ambiental requer algumas mudanças nas construções. Inclui:


• Vedação de aberturas de aeração, entradas de condutores de eletricidade ou vãos de qualquer
natureza, com telas de 6mm; Proteção de vãos sob portas ou janelas com placas de metal;
Instalação de golas metálicas (rateiras) em pilastras;
• Tem importância fundamental a educação sanitária individual e coletiva, visando uma
conscientização e internalização do processo preventivo da proliferação de roedores.

• Seguidos todos estes procedimentos, a etapa de controle químico torna-se mais bem sucedida,
menos onerosa e direcionada aos locais que apresentem infestações críticas e persistentes.

• O local enfocado deve estar sempre monitorado por meio de armadilhas e iscas, objetivando
caracterizar as áreas de risco para infestação. As armadilhas utilizadas para monitoramento
devem ser instaladas em locais de passagem, sendo atualmente a armadilha adesiva, o
instrumento de mais amplo uso para monitoramento de roedores;

• O uso de iscas atrativas sem raticida representam outra técnica que permite o monitoramento
da infestação por roedores, através do consumo da isca instalada.

¾ Somente a conjugação de técnicas disponíveis e o comprometimento dos profissionais


envolvidos em um Programa de Controle de Roedores resultará em uma desinfestação local
com baixo custo ambiental.
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O Medidas Preventivas
Abaixo estão relacionadas algumas medidas e proteção e rativedação de grande importância para
o controle de roedores.
Vazamento De Lixo: Nunca vazar lixo em terrenos baldios ou cantos do terreno. Removê-lo ou
enterrá-lo em valas no solo.

Acondicionamento Do Lixo: Juntar os restos de cozinha em vasilhas adequadas, de preferência


dentro de sacos plásticos para serem recolhidos pela coleta urbana.

Restos Alimentares: Em hospitais, cinemas, restaurantes e residências, são os pequenos restos


alimentares que mantêm as infestações de roedores. A insistência na limpeza diária, antes do
anoitecer, podem evitá-los.

Materiais De Construção: Madeiras, tijolos, telhas, devem ser arrumados de modo a não
servirem de abrigo a roedores. Especialmente, não devem ficar encostados a muros ou paredes,
podendo ser inspecionados por todos os lados.

Telamento: Fechar quaisquer aberturas de aeração, entradas de condutores de eletricidade ou


vãos adutores de qualquer natureza, com tela metálica forte com malha de 6mm amovível.

Fechamento De Vãos E Buracos - Rativedação : Vãos de portas ou janelas com mais de 6 mm


devem ser fechados com madeiras ou lâminas de metal. Buracos e vãos entre telhas e paredes
devem ser fechados com argamassa adequada.

Rateiras: São golas metálicas de 30 cm de aba. Devem ser colocadas em esteios ou pilastras de
sustentação de paióis ou de galinheiros com gaiolas suspensas. Colocá-las, no mínimo, a 70 cm
do chão.

¾ Raticidas

Características dos Raticidas : Efetivo; Toxicologicamente seguro; Palatável; Sintomas


gradativos; Específico; Fácil formulação ou pronto uso; Quimicamente estável; Presença de
antídoto; Baixo custo

Os principais tipos de formulações são:

1 – Iscas: Farinha; grânulos (iscas granuladas); pellets (iscas peletizadas); blocos (blocos
parafinados ou resinados). Como o roedor não gosta de mastigar pós, preferindo partículas
maiores, a forma de apresentação de isca mais bem aceita é a isca peletizada.. Os blocos
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parafinados ou resinados são uma opção de isca para locais onde haja umidade ou risco de
chuvas, como galerias de esgoto, enrocamentos, canais de irrigação e áreas externas de um
modo geral. São também indicados para estruturas aéreas, pois permitem fixação, com arame.
Isto torna-os indicados para o controle de Rattus rattus.

2 - Pós de Contato: Raticida em forma de pó finíssimo, para ser polvilhado em ninheiras,


locais de passagem e de abrigo de roedores. O pó adere às patas, pelos e corpo do animal, que
o ingere ao executar sua higiene corporal, ao lamber seu pelame. Muito indicado para locais
onde a oferta de alimentos é abundante o que leva as iscas a não despertarem o interesse do
roedor. Muito indicado para o combate a camundongos, pois sua ingestão alimentar é muito
baixa, tornando o processo de intoxicação por iscas muito longo (l 5 ou mais dias).

3 - Técnicas de Aplicação :
As técnicas de aplicação de raticidas resumem-se à: iscagem; polvilhamento. Alguns
artifícios para melhorar resultados no emprego de ratoeiras: deixá-las desarmadas, com iscas, por
alguns dias, para acondicionamento do roedor; amarrá-las em estruturas aéreas, para combate ao
rato preto e dispor algumas no forro; colocá-las perpendicularmente à parede com a isca voltada
para dentro e firmes no gatilho; utilizar uma quantidade de armadilhas superior à quantidade
estimada de ratos; abandonar a técnica, caso a captura cesse, pois significa que os ratos já
suspeitaram do “perigo”.

Atualmente, existem armadilhas adesivas ou com piso colante, com ou sem túnel de
abrigo, que prendem os roedores, que não conseguem liberar-se da superfície pegajosa e acabam
morrendo por “stress”. São muito indicadas para avaliação de nível populacional.

Controle Propriamente Dito

Estabelecido o diagnóstico e definida a área de trabalho, bem como das variáveis bióticas
e abióticas que facilitam a presença de roedores, o programa passa a abordar a fase de controle
propriamente dito;
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- Manejo ambiental; rativedação; higienização e ordenação do meio; definição de raticidas,


formulações e quantificação de produtos químicos; definição de técnicas de aplicação; métodos
complementares de controle; desinsetização contra ectoparasitas;

- Permanente anti ratização , impedimento constante do abrigo e aceso aos alimentos, uso de
telas, parede com material duro e liso no pavimento térreo, ausência de forros ou paredes duplas,
uso de defensas ou rateiras;

- Matar os ratos utilizando meios físicos (fogo, água, gesso, ultra-som), mecânicos, (pancadas,
ratoeiras, armadilhas); biológicos (o vírus é ineficaz, e as jibóias são problemáticas); físico-
químico. (furmigações com gases tóxicos, o monóxido de carbono, sulfureto de carbono,
acetileno, cloro, gás sulfuroso são perigosos e exigem pessoal treinado); e químicos (também
exigem pessoal treinado, utiliza-se iscas e raticidas, raticidas).

- Geralmente controle de ectoparasitas com pulverização de inseticidas.

- Uma isca simples e preferencial dos roedores é a ração composta de milho, aveia, óleo vegetal e
açúcar, também a adição da isca de farinha de peixe pode incrementar sensivelmente sua
atratividade.

- Ressalta-se que aves, cães e suínos apresentam maior sensibilidade aos anticoagulantes e os
métodos de aplicação devem considerar este fato.

Rio de Janeiro, 15 de julho de 2007

Boa sorte alunos!

Valéria Borba do Nascimento


valborba@ensp.fiocruz.br; valborba@gmail.com

Odir Clécio da Cruz Roque


odir@ensp.fiocruz.br
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FIM

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