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Homenagem ao

Centenrio de Mrio Quintana

Editado:raquelmmonteiro@hotmail.com

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MARIO QUINTANA POR MARIO QUINTANA ( texto escrito pelo poeta para a revista Isto de 14/11/1984 ) Nasci em Alegrete, em 30 de julho de 1906. Creio que foi a principal coisa que me aconteceu. E agora pedem-me que fale sobre mim mesmo. Bem! Eu sempre achei que toda confisso no transfigurada pela arte indecente. Minha vida est nos meus poemas, meus poemas so eu mesmo, nunca escrevi uma vrgula que no fosse uma confisso. Ah! mas o que querem so detalhes, cruezas, fofocas... A vai! Estou com 78 anos, mas sem idade. Idades s h duas: ou se est vivo ou morto. Neste ltimo caso idade demais, pois foi-nos prometida a Eternidade. Nasci no rigor do inverno, temperatura: 1grau; e ainda por cima prematuramente, o que me deixava meio complexado, pois achava que no astava pronto. At que um dia descobri que algum to completo como Winston Churchill nascera prematuro - o mesmo tendo acontecido a sir Isaac Newton! Excusez du peu... Prefiro citar a opinio dos outros sobre mim. Dizem que sou modesto. Pelo contrrio, sou to orgulhoso que acho que nunca escrevi algo minha altura.

Quem no compreende um olhar tampouco compreender uma longa explicao.

No importa saber se a gente acredita em Deus: o importante saber se Deus acredita na gente...

O despertador um acidente de trfego de sono..

O pior dos problemas da gente que ningum tem nada com isso.

Todos esses que a esto atravancando meu caminho, eles passaro... eu passarinho!

Esta vida uma estranha hospedaria,

De onde se parte quase sempre s tontas,


Pois nunca as nossas malas esto prontas,

E a nossa conta nunca est em dia.

No te abras com teu amigo Que ele um outro amigo tem. E o amigo do teu amigo Possui amigos tambm...

O tempo a insnia da eternidade.

A alma essa coisa que nos pergunta se a alma existe.

O segredo no correr atrs das borboletas... cuidar do jardim para que elas venham at voc.

Bilhete Se tu me amas, ama-me baixinho. No o grites de cima dos telhados, deixa em paz os passarinhos. Deixa em paz a mim!

Se me queres, enfim,
tem de ser bem devagarinho, amada, que a vida breve, e o amor mais breve ainda.

Sempre me senti isolado nessas reunies sociais: o excesso de gente impede de ver as pessoas...

30/07/1906 05/05/1994

Editado:raquelmmonteiro@hotmail.com

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