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Lúcifer ou Lúcifer Calaritano (em italiano San Lucifero) (m. 370 ou 371) foi um bispo de
Cagliari na Sardenha e é um santo cristão conhecido, sobretudo, pelo sua oposição ao
arianismo. No Concílio de Milão em 354 defendeu Atanásio de Alexandria e se opôs a
arianos poderosos, o que fez o imperador Cosntantino II, simpatizante dos arianos, confiná-
lo por três dias no palácio. Durante seu confinamento, Lúcifer debateu tão veementemente
com o imperador que ele acabou por ser banido, primeiro para a Palestina e depois, para
Tebas, no Egito. No exílio escreveu duras cartas ao imperador, que o pôs sob o risco de
martírio.
Após a morte de Constantino e a ascensão de Juliano, Lúcifer foi solto em 362. Entretanto
não pode se reconciliar com os antigos arianos. Ele consagrou o bispo Paulino, sem
licença, criando assim um cisma. Possivelmente foi excomungado. Nos dá uma pista disso
os escritos de Santo Ambrósio, Santo Agostinho e São Jerônimo, que referem-se a seus
seguidores como luciferianos, uma divisão que surgiu no início do século V. Jerônimo em
seu ALTERCATIO LUCIFERIANI ET ORTHODOXI (Altercação entre Luciferianos e
Ortodoxos) demonstra quase tudo que se sabe sobre Lúcifer e suas ideias. Inclui-se entre
os principais escritos do bispo de Cagliari: DE NON CONVENIENDO CUM HAERETICIS,
DE REGIBUS APOSTATICIS, e DE S. ATANASIO.
Sua festa, no calendário da Igreja Católica é dia 20 de maio. Seu nome demonstra que
Lúcifer não era, pelo menos no século IV, apenas um sinônimo para Satã. Todavia, com os
movimentos a partir do século XIX houve certa confusão, dando a entender que luciferianos
(diferentemente do sentindo teológico que é apresentado aqui) fossem satanistas. É de se
observar que isso não faz com que seu culto seja suprimido ou sua canonização
reavaliada. Muito embora ele não seja muito citado para evitar mal-entendidos e
escândalos.
Uma capela na Catedral de Caligliari é dedicada a São Lúcifer (talvez a única no mundo).
Maria Josefina Luísa de Savóia, rainha consorte, esposa de Luís XVIII de França está
enterrada lá.
São Lúcifer, no Concílio de Milão (354), defendeu violentamente Santo Atanásio de
Alexandria e suas ideias, a ponto de ser também exilado pelo imperador Constâncio II, que
havia aderido à doutrina ariana. Juntamente com o bispo, outro santo foi exilado, Eusébio
de Vercelli, defensor da plena divindade de Cristo. Escreveu obras contrárias às heresias,
sempre criticando duramente o arianismo, de modo que, seus seguidores eram chamados
luciferianos, que posteriormente foram liderados por São Gregório de Elvira. A seu respeito,
escreveu São Jerônimo na Altercatio Luciferiani Et Orthodoxi.