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Uma publicação de Drummond Lacerda
1ª Edição:
Outubro / 2020
Revisão:
Raquel Cabral e Drummond Lacerda
Capa e Diagramação:
Junio Amaro
www.junioamaro.com.br
Sumário

Introdução..................................................................................................................... 7
Capítulo 1 - O sopro e o revestimento.............................................. 9
Capítulo 2 - Tipos de línguas estranhas.......................................... 19
Capítulo 3 - A profundidade de orar em línguas estranhas ....27
Capítulo 4 - A fé e o batismo com o Espírito Santo...................39
Sobre o autor.............................................................................................................43
Introdução

Falar em línguas estranhas é um daqueles assuntos


tão mal compreendidos ainda na Igreja. Embora muitos
irmãos falem e escrevam sobre o tema muitos ainda tem
dúvida sobre o assunto. Por isso, creio que este e-book
de forma simples e profunda irá te ajudar a ter luz sobre
essa verdade. Nele abordo sobre a diferença do sopro
do novo nascimento para o revestimento do batismo
no Espírito. Assim como os tipos de línguas estranhas e
a profundidade de viver uma vida orando no Espírito.
Por fim, veremos a fé necessária para ser batizado com
o Espírito Santo. Oro para que neste e-book você receba
revelação e viva uma transformação na sua jornada!

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CAPÍTULO 1

O sopro e o
revestimento

A comida está quente, nós sopramos para esfriar. A


vela em cima do bolo de aniversário será soprada para
ser apagada. Sopramos para respirar fundo. Esfriar,
apagar e respirar todos nós sopramos por algum mo-
tivo. Não é um mistério o motivo de soprarmos, mas
porque o nosso Deus sopra? Logo no início no Éden,
Deus sopra: “E formou o SENHOR Deus o homem do
pó da terra, e soprou em suas narinas o fôlego da vida;
e o homem foi feito alma vivente.“ (Gn 2.7) O sopro na
Bíblia simboliza a vida na própria pessoa do Espírito, ao
soprar do seu fôlego o homem passou a ter vida.

O Espírito Santo e o sopro do fôlego de vida estão


conectados: “Escondes o teu rosto, e ficam perturbados;
se lhes tiras o fôlego, morrem, e voltam para o seu pó.

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Envias o teu Espírito, e são criados, e assim renovas a
face da terra.” (Sl 104.29,30) O texto diz que quando
perdem o fôlego de vida morrem, mas quando o
Espírito é enviado eles vivem. No livro de Ezequiel o
Espírito Santo também é mostrado associado ao sopro e
a vida. “E ele me disse: Profetiza ao espírito, profetiza, ó
filho do homem, e dize ao espírito: Assim diz o Senhor
DEUS: Vem dos quatro ventos, ó espírito, e assopra
sobre estes mortos, para que vivam. E porei em vós o
meu Espírito, e vivereis, e vos porei na vossa terra; e
sabereis que eu, o SENHOR, disse isto, e o fiz, diz o
SENHOR.” (Ex 37.9,14)

No Éden o sopro trouxe vida da parte do Espírito.


No vale de ossos secos o sopro do Espírito trouxe vida
sobre um povo que estava morto. Com isso podemos
perceber que o motivo do sopro de Deus é dar vida pelo
seu Espírito aquilo está sem vida. Isso é muito impor-
tante para entendermos o que Jesus fez quando ressus-
citou:

“Disse-lhes, pois, Jesus outra vez: Paz seja convosco;


assim como o Pai me enviou, também eu vos envio a
vós. E, havendo dito isto, assoprou sobre eles e disse-
-lhes: Recebei o Espírito Santo.” (Jo 20.21,22)

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Jesus sopra como o Pai soprou no Éden para trazer
vida aqueles que estavam mortos espiritualmente. “Ele
vos deu vida, estando vós mortos nos vossos delitos
e pecados,” (Ef 2.1) Os discípulos como nós estavam
mortos em seus delitos e pecados, Jesus sopra para dar
vida e outorga o Espírito Santo para que Ele seja rece-
bido pelos discípulos. Como recebemos uma pessoa em
nossa casa, os discípulos depois de terem a vida, recebe-
ram “na casa do interior” o Espírito Santo.

Essa experiência de receber vida e a pessoa do Espí-


rito Santo a Bíblia chama de novo nascimento. “O que
é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Es-
pírito é espírito.” (Jo 3.6) Nascer do Espírito é receber
vida do Espírito. O nascimento do Espírito fala de uma
nova natureza que concede vida ao espírito do homem.
Quando alguém de forma genuína recebe o novo nasci-
mento recebe a vida de Deus em seu espírito e a própria
pessoa do Espírito Santo dentro de si. O Espírito Santo
passa a habitar no cristão e assim fica com ele para sem-
pre. (Jo 14.16)

Contudo, mesmo fazendo essa obra, Jesus pediu


para os discípulos ficarem em Jerusalém para serem
revestidos: “E eis que sobre vós envio a promessa de

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meu Pai; ficai, porém, na cidade de Jerusalém, até que do
alto sejais revestidos de poder” (Lc 24.49) Revestimento
indica vestir de novo, isso mostra que os discípulos
tinham sido vestidos e agora seriam revestidos. Essa
experiência de revestimento não pode ser a mesma
do novo nascimento, pois Jesus está indicando outra
experiência que eles teriam que esperar.

Observe o que Jesus disse: “ele enviaria a promessa


de meu Pai” A promessa era do Pai, mas sua ida ao céu
seria para enviar. Jesus é o agente e fundamento dessa
experiência. O próprio João Batista testemunha o pro-
tagonismo de Jesus para essa experiência: “E João tes-
tificou, dizendo: Eu vi o Espírito descer do céu como
pomba, e repousar sobre ele. E eu não o conhecia, mas
o que me mandou a batizar com água, esse me disse:
Sobre aquele que vires descer o Espírito, e sobre ele re-
pousar, esse é o que batiza com o Espírito Santo.” (Jo
1.32,33)

Jesus é o que batiza com o Espírito Santo, mas en-


quanto Ele esteve em carne e osso, não concedeu essa
experiência. Essa experiência foi prometida depois que
Ele soprou sobre os discípulos e mandou que esperas-
sem em Jerusalém. O revestimento é sinônimo do ba-

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tismo com o Espírito Santo. A palavra batismo fala de
mergulhar. A palavra batismo no grego baptismo era
usada nos tempos bíblicos no processo de tingimento
de tecidos. O evangelista Reinhard Bonke destaca, por
exemplo, que a roupa branca era mergulhada (batismo)
no tonel de tinta vermelho. Assim que a tinta tivesse
entranhado no tecido e modificado a cor do tecido o
processo estava terminado. O batismo com o Espíri-
to Santo é um mergulho na natureza do Espírito que
transforma a vida do cristão. No novo nascimento o Es-
pírito “mergulha” em nosso interior, no batismo somos
revestidos do poder do Espírito.

OS SINAIS DO BATISMO COM O ESPÍRITO


SANTO

Um dos sinais de alguém que foi batizado com o


Espírito Santo é a transformação de vida. Hábitos pe-
caminosos são vencidos pelo poder do Espírito Santo.
Quando falou sobre essa experiência Jesus disse: “Mas
recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir so-
bre vós; e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém
como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da
terra.” (At 1.8) O poder do Espírito Santo é para trans-
formar discípulos em testemunhas. Não, apenas através

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de palavras, mas de um caráter íntegro. O cristão bati-
zado com o Espírito Santo se transforma em testemu-
nha de Jesus.

Aliado a uma transformação de caráter, existe outro sinal


para essa experiência que é o falar em línguas estranhas.
Algumas pessoas querem dizer que o único sinal para o
batismo do Espírito Santo é a transformação de caráter,
mas esse sinal está presente em qualquer experiência com
Deus. Quando Deus tocou Jacó na coxa mudou o seu
nome para Israel. Isaias ao ver o Senhor teve seu lábio
purificado. Moises quando tirou as sandálias diante da
sarça ardente. Quando estamos em intimidade com Deus
somos transformados. O próprio novo nascimento já
muda hábitos e práticas.

Outras enfatizam que o sinal de que alguém foi batiza-


do no Espírito Santo são os outros dons do Espirito como
cura, profecia ou visões. Todavia, antes dessa experiência
muitos já eram usados com profecia e curas no Velho Tes-
tamento. Se profecia e curas fosse sinal de batismo no Es-
pírito Santo isso significaria dizer que Elias, Eliseu e tantos
outros foram batizados com o Espírito Santo. O que não é
verdadeiro, pois essa experiência só foi liberada por Jesus
depois de sua ressurreição e ascensão aos céus.

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O sinal de falar em línguas estranhas é um sinal não
presente em nenhuma pessoa na Velha Aliança, é um
sinal exclusivo da nova aliança. Este sinal por ser sonoro
e diferente de manifestações anteriores caracterizou
a experiência e ajudou os discípulos a reconhecerem
facilmente e rapidamente quem recebeu. Cornélio,
por exemplo, foi o primeiro não judeu a se converter.
Durante a mensagem ele e sua casa parecem crer na
mensagem de Pedro, pois no transcorrer da mensagem
o Espírito caiu sobre eles:

“Ainda Pedro falava estas coisas quando caiu o Es-


pírito Santo sobre todos os que ouviam a palavra. E os
fiéis que eram da circuncisão, que vieram com Pedro,
admiraram-se, porque também sobre os gentios foi der-
ramado o dom do Espírito Santo; porque os ouviam fa-
lando em línguas e engrandecendo a Deus.” (At 10.44-
46)

Ouvi-los falarem em línguas fez os discípulos reco-


nhecerem que eles haviam recebido o dom do Espirito.
Não foi mudança de caráter porque afinal de contas eles
perceberam rapidamente, e não está aqui relatado pro-
fecia, cura ou outro dom do Espírito. Em Pentecostes
“Todos ficaram cheios do Espírito Santo e passaram a

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falar em outras línguas, segundo o Espírito lhes conce-
dia que falassem.” (At 2.4) O primeiro derramamento
do Espírito em Pentecostes faz deles testemunhas do
poder de Deus e é sinalizado com o falar em línguas. A
descrição deste momento é marcada com essa dimen-
são jamais vista na Antiga Aliança sendo derramada
sobre todos os cento e vinte que estavam reunidos no
cenáculo. “E viram o que parecia línguas de fogo, que
se separaram e pousaram sobre cada um deles.” (At 2.3)

Percebemos as línguas como sinal na vida de um


grande pregador: Apolo. Ele era um pregador da Pa-
lavra fervoroso, eloquente e instruído no caminho do
Senhor e estava levando muitos a conhecerem a Jesus,
contudo ele só conhecia o batismo de João (At 18.24,25,
28). Quando Paulo encontrou Apolo e os que com ele
estavam, instruiu sobre o batismo em Jesus Cristo e im-
pôs as mãos sobre eles: “Ouvindo isso, eles foram ba-
tizados no nome do Senhor Jesus. Quando Paulo lhes
impôs as mãos, veio sobre eles o Espírito Santo, e co-
meçaram a falar em línguas e a profetizar.” (At 19.5,6)

Observe que no caso de Apolo ele já era um pregador


do evangelho com vidas conduzidas a Cristo. Algumas
pessoas me falam assim: “mas fulano é benção, Deus usa

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ele e o mesmo nunca foi batizado com o Espirito Santo.”
Contudo quem destacou a importância dessa experiên-
cia foi Jesus. Mesmo com discípulos que andaram com
ele todos os dias por três anos, ouvindo a Palavra de
Deus do próprio Cristo, vendo milagres extraordiná-
rios e que por fim viram Jesus Cristo ressuscitado, Jesus
os mandou esperar por esse revestimento. Tenho certe-
za que os discípulos no cenáculo poderiam pregar e ser
benção na vida de outros assim como Apolo antes de
Pentecostes, mas Jesus queria que eles esperassem para
serem revestidos de poder. Alguém pode pregar, cantar
e ser usado por Deus para abençoar muitas vidas, mas
assim como Apolo ele quer nos levar mais fundo para
uma experiência mais profunda.

Alguns dizem: “Eu tive uma experiência com a gló-


ria de Deus.” “Ou eu senti um fogo em meu interior”.
“Ou ouvi uma direção de Deus no meu interior que
mudou minha vida, mas não falei em línguas estranhas,
posso ter sido batizado sem falar em línguas?” Experi-
ências com Deus são gloriosas e maravilhosas, mas nem
por isso entram na categoria do batismo com o Espirito
Santo. Saulo no caminho de Damasco viu a luz e ou-
viu a voz do Senhor e sua vida nunca mais foi a mes-
ma. Moises viu a glória do Senhor na fenda da rocha.

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Pedro, Tiago e João viram o Senhor transfigurado no
monte da transfiguração. Essas experiências marcantes
e transformadoras foram incríveis, mas não foram ca-
tegorizadas como batismo com o Espirito Santo, pois
como já vimos o sinal de falar em línguas está presente
nesta experiência.

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CAPÍTULO 2

Tipos de línguas
estranhas

Em algumas ocasiões ouvi ministros dizerem para as


pessoas “orarem em espírito”. Ao dizer isso eles se refe-
riam a fazer uma oração silenciosa como se a expressão
“orar em espírito” fosse sinônimo de orar em silêncio.
Contudo, quem usou essa expressão foi o apóstolo Pau-
lo e é ele que precisa nos mostrar se ele se referia à ora-
ção silenciosa:

“Porque, se eu orar em língua desconhecida, o meu


espírito ora bem, mas o meu entendimento fica sem
fruto. Que farei, pois? Orarei com o espírito, mas tam-
bém orarei com o entendimento; cantarei com o espíri-
to, mas também cantarei com o entendimento.” (1 Cor
14.14,15)

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É muito claro dois tipos de oração aqui: oração com
entendimento e oração em espírito. Oração com enten-
dimento é a oração em um idioma que a pessoa conhe-
ce e oração em espírito é a oração em línguas. O termo
orar em espírito não é oração silenciosa, mas oração em
línguas, onde o espírito ora bem e o entendimento nāo
está produzindo o fruto das palavras em oração.

O mesmo Paulo diz que quem ora em línguas edifica


si mesmo (1 Cor 14.4) diz quando quem ora em línguas
deve orar: “com toda oração e súplica, orando em todo
tempo no Espírito e para isto vigiando com toda perse-
verança e súplica por todos os santos” (Ef 6.18) De uma
forma constante Paulo está chamando os crentes a ora-
rem em espírito. Não quando sentirem uma emoção,
arrepio ou tiverem em um culto animado, mas em todo
tempo. Se você já recebeu o batismo no Espírito Santo
deve orar em línguas estranhas com constância.

Pode parecer simples, mas o primeiro motivo pelo


qual devemos falar em línguas estranhas é para obede-
cer a Palavra que diz: orem em todo tempo no Espírito.
Alguns refutam essa ideia dizendo que Paulo disse que
nem todos falariam em línguas.

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“Porventura são todos apóstolos? são todos profetas?
são todos doutores? são todos operadores de milagres?
Têm todos o dom de curar? falam todos diversas lín-
guas? interpretam todos?” (1 Cor 12.28,29)

Esse texto fala de vários dons: apóstolos, profetas,


mestres, operadores de milagres, dom de curar e mos-
tra que cada um tem um dom diferente. As perguntas
são retóricas e as respostas são óbvias. Não, nem todos
são apóstolos. Nem todos são mestres. Nem todos são
profetas. Reparem que todos os dons aqui descritos vi-
sam abençoar e edificar o próximo. Quando chega até
a variedade de línguas também menciona a interpreta-
ção, pois nem todos têm línguas com variedade a ponto
de haver interpretação para edificar pessoas. Dois capí-
tulos adiante Paulo defende que se não houver interpre-
tação que fique calado na igreja. “E, se alguém falar em
língua desconhecida, faça-se isso por dois, ou quando
muito três, e por sua vez, e haja intérprete. Mas, se não
houver intérprete, esteja calado na igreja, e fale consigo
mesmo, e com Deus.” (1 Cor 14.27,28)

Essa língua para interpretação Deus não deu a


todos, ela visa edificar a igreja, pois é dita através da
interpretação no idioma conhecido. Se não houvesse

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interpretação a pessoa não deveria falar para o público,
mas só entre ela e Deus. Paulo no capítulo quatorze de
coríntios não está proibindo o falar em línguas, mas
defendendo a ordem do culto para que ninguém fique
falando em língua desconhecida para outros sem que
haja interpretação.

“Portanto, irmãos, procurai, com zelo, profetizar, e


não proibais falar línguas.” ( 1 Cor 14.39)

“De outra maneira, se tu bendisseres com o espírito,


como dirá o que ocupa o lugar de indouto, o Amém, so-
bre a tua ação de graças, visto que não sabe o que dizes?
Porque realmente tu dás bem as graças, mas o outro não
é edificado. Dou graças ao meu Deus, porque falo mais
línguas do que vós todos. Todavia eu antes quero falar
na igreja cinco palavras na minha própria inteligência,
para que possa também instruir os outros, do que dez
mil palavras em língua desconhecida.” (1 Cor 14.16-19)

Isso nos revela que existem diferentes tipos de línguas


estranhas. O primeiro tipo que quero mencionar são
as línguas que ninguém entende só Deus. “Porque o
que fala em língua desconhecida não fala aos homens,
senão a Deus; porque ninguém o entende, e em espírito

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fala mistérios.” (1 Cor 14.2) “ O que fala em língua
desconhecida edifica-se a si mesmo, mas o que profetiza
edifica a igreja.” (1 Cor 14.4) Neste tipo nenhuma
pessoa tem interpretação do que foi falado, pois só
Deus entende. Nessa oração o cristão é edificado. Se ele
estiver orando em línguas dessa forma deve ficar calado
na igreja, ou seja, para ministrar a outros e falar consigo
mesmo e com Deus, pois só o Senhor entende.

O segundo tipo são línguas com interpretação para


edificação de outros. Ou a própria pessoa quem fala ou
outra pessoa traz o sentido, o entendimento do que foi
dito em línguas estranhas no idioma conhecido. Repare
que esse não pode ser o mesmo tipo das línguas para
edificação pessoal, pois só Deus entende. Aqui existe
interpretação, ou seja, não apenas Deus entende, para
que assim a edificação seja de outro.

Recordo-me que estava na escola de oração do


Seminário Teológico Carisma orando em línguas para
minha própria edificação pessoal, eu e Deus na minha
cadeira. Foi quando em outra fileira uma irmã impôs
as mãos sobre outra irmã e começou orar em línguas
estranhas palavras que me pareciam diferentes. Lembro-
me que fiquei em silêncio e ouvindo-a orar. Palavras

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em português começaram a vir no meu interior e no
íntimo eu sabia que era interpretação do que ela tinha
orado em língua desconhecida. Depois que entreguei a
interpretação me lembro daquela irmã em lágrimas me
dizendo que eu tinha dito tudo que ela estava passando.
Aleluia!

A variedade de línguas também pode se manifestar


em um idioma que quem fala não sabe, mas que o outro
conhece para testemunho da verdade. Quando os dis-
cípulos falaram em línguas estranhas em Atos capítulo
dois vários judeus de diferentes regiões os ouviram fa-
lar na sua própria língua as grandezas de Deus.

“E, quando aquele som ocorreu, ajuntou-se uma


multidão, e estava confusa, porque cada um os ouvia
falar na sua própria língua. E todos pasmavam e se ma-
ravilhavam, dizendo uns aos outros: Pois quê! não são
galileus todos esses homens que estão falando? Como,
pois, os ouvimos, cada um, na nossa própria língua em
que somos nascidos? Partos e medos, elamitas e os que
habitam na Mesopotámia, Judéia, Capadócia, Ponto e
Ásia, E Frígia e Panfília, Egito e partes da Líbia, junto a
Cirene, e forasteiros romanos, tanto judeus como pro-
sélitos, Cretenses e árabes, todos nós temos ouvido em

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nossas próprias línguas falar das grandezas de Deus. E
todos se maravilhavam e estavam suspensos, dizendo
uns para os outros: Que quer isto dizer?” (At 2.6-12)

Certa vez estava orando com uma senhora de oração


e outra irmã na casa dela. Uma amiga da senhora esta-
va hospedada e ela não era cristã. Muito cética e muita
estudada em faculdades renomadas na Europa na área
de letras aquela mulher foi dormir e nós junto com essa
senhora fomos orar. Foi uma madrugada maravilhosa
de muita manifestação do Espírito. No outro dia a ami-
ga incrédula e muito culta foi tomar café e disse: “Eu
tentei dormir, mas fiquei ouvindo a oração de vocês.
Ouvi vocês primeiro orando em português, mas depois
cada um de vocês começou a orar em uma ramificação
bem antiga do aramaico. Tão antiga que os estudiosos
chamam de língua dos anjos.” Veja, eu mal sei falar por-
tuguês e agora estava orando pelo Espírito em aramai-
co antigo! Isto aconteceu num idioma que ela conhecia
para que aquela senhora de oração levasse o Evangelho
aquela hóspede incrédula! Glória a Deus!

Línguas com interpretação e línguas no idioma que


o outro conhece se manifestam na hora que Deus quer
com o propósito específico para edificação de outras

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pessoas. Nem todos possuem este fluir, pois ele visa mi-
nistrar a terceiros, assim como nem todos são profetas
ou mestres. Não podemos confundir estes dois tipos
com as línguas que só Deus entende, pois elas são para
edificação pessoal. E sobre estas línguas, Deus manda a
cada um de nós orarmos em todo tempo.

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CAPÍTULO 3

A profundidade de
orar em línguas
estranhas

Uma vez eu tentei entrar no computador do meu ir-


mão. Logo, percebi que havia uma senha, então fiquei
imaginando a senha. Tentei a data dele de nascimento.
Nada. O apelido dele. Nada. Quem sabe o sobrenome,
também nada. Até que desisti de ter acesso sozinho ao
computador dele. Liguei para o meu irmão e pedi a se-
nha. Ele me deu a palavra e eu consegui. A intimidade
profunda com Deus não é acessada pelo nosso mérito.
Nós vamos através de Jesus Cristo conduzidos pelo Es-
pírito Santo. Arrependimento, humildade, obediência,
ousadia são algumas das “senhas” que o Espírito nos dá
para entrarmos em uma intimidade mais profunda com

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o Pai. Uma dessas “senhas” são as línguas estranhas.
Isso porque línguas estranhas são palavras concedidas
pelo Espírito: “e passaram a falar em outras línguas, se-
gundo o Espírito lhes concedia que falassem.” (At 2.4)

Uma coisa é usar o que eu acho que é a “senha”, ou-


tra coisa sou eu falar a “senha” que o Espírito Santo me
concedeu. Veja, não sabemos agradecer, adorar e nem
orar a Deus como convém, mas o Espírito Santo sabe.

GRAÇAS, ADORAÇÃO E ORAÇÃO

“De outra maneira, se tu bendisseres com o espírito,


como dirá o que ocupa o lugar de indouto, o Amém,
sobre a tua ação de graças, visto que não sabe o que
dizes? Porque realmente tu dás bem as graças.” (1 Cor
14. 17,18)

“todos nós temos ouvido em nossas próprias línguas


falar das grandezas de Deus.” (At 2.11)

“E da mesma maneira também o Espírito ajuda as


nossas fraquezas; porque não sabemos o que havemos
de pedir como convém, mas o mesmo Espírito interce-
de por nós com gemidos inexprimíveis. E aquele que

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examina os corações sabe qual é a intenção do Espírito;
e é ele que segundo Deus intercede pelos santos.” (Rm
8.26,27)

Observe com calma cada uma dessas práticas. A pri-


meira é a gratidão. O Apóstolo Paulo diz que quem da
graças em espírito, ou seja, em línguas estranhas agra-
dece bem. Embora no texto ele demonstre preocupação
com o indouto não entender as línguas estranhas para
ser capaz de concordar dizendo amém, repare que ele
fala da qualidade da ação de graças: “tu dás bem as gra-
ças”. Se existe um jeito bom de dar graças também há
uma forma ruim de dar graças, entretanto através das
línguas que o Espírito Santo concede o selo de qualida-
de das graças está garantido.

Lucas em Atos dos apóstolos também nos diz que


após receberem as línguas estranhas os estrangeiros ju-
deus os ouviram falar as grandezas de Deus. Interes-
sante ver isso porque Jesus disse que o Espírito Santo
iria o glorificar: “Mas, quando vier aquele Espírito de
verdade, ele vos guiará em toda a verdade; (...) Ele me
glorificará, porque há de receber do que é meu, e vo-lo
há de anunciar.” (Jo 14.13,14)

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O Espírito Santo nos guia a verdade da adoração ge-
nuína, pois Ele penetra as profundezas de Deus. “Mas
Deus no-las revelou pelo seu Espírito; porque o Espírito
penetra todas as coisas, ainda as profundezas de Deus.”
(1 Cor 2.10) Por penetrar as profundezas de Deus o
Espírito nos revela. Assim quando temos a revelação e
vemos mais precisamente ao Senhor somos conduzidos
a falar das grandezas de Deus. Isso nos mostra que ado-
ração profunda é precedida por revelação genuína. E
essa revelação passa pelo Espírito que nos concede as
palavras adequadas para adorar a Deus.

Além das graças e da adoração, outra área que re-


cebemos a “senha” do Espírito é na oração. O apóstolo
Paulo é categórico em nos dizer que nós não sabemos
orar como convém. Orar como convém diz respeito a
orar como convém em cada situação e momento especí-
fico da vida. Nós precisamos da ajuda do Espírito Santo,
porque observe o que diz o texto: “E aquele que exami-
na os corações sabe qual é a intenção do Espírito; e é o
Espírito que segundo Deus intercede pelos santos.” (Rm
8.27) O Espírito Santo intercede pelos santos segundo
a vontade de Deus. Agora, se o Espírito dá aos homens
palavras estranhas ao entendimento do homem, mas
que só Deus entende, Ele logicamente está concedendo

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palavras que estão em coerência com a vontade de Deus
para nossa vida. Permita-me dizer isso de outra forma.
O Espírito Santo por meio da oração em outras línguas
intercede por mim ao Pai segundo a vontade de Deus.

Isto é muito poderoso, pois toda a oração feita


segundo a vontade de Deus, Ele ouve e se ouve temos
certeza que recebemos o que pedimos. “E esta é a
confiança que temos para com ele: que, se pedirmos
alguma coisa segundo a sua vontade, ele nos ouve. E, se
sabemos que ele nos ouve quanto ao que lhe pedimos,
estamos certos de que obtemos os pedidos que lhe
temos feito.” (1 Jo 5. 14,15) Obedeça ao conselho do
apóstolo Paulo: “Porque, se eu orar em outra língua,
o meu espírito ora de fato, mas a minha mente fica
infrutífera. Que farei, pois? Orarei com o espírito, mas
também orarei com a mente; cantarei com o espírito,
mas também cantarei com a mente.” (1 Cor 14.14,15)
Não abandone a oração em português, mas gaste tempo
também cantando e orando em espírito. Orando mais
em outras línguas quem sabe você perceberá coisas que
nem tinha pedido em português se manifestarem no
seu dia-a-dia.

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CONDUÇÃO

“Vede também as naus que, sendo tão grandes, e


levadas de impetuosos ventos, se viram com um bem
pequeno leme para onde quer a vontade daquele que
as governa. Assim também a língua é um pequeno
membro, e gloria-se de grandes coisas.” (Tg 3.3,4) O
apóstolo Tiago ensina que a língua é como um leme para
um navio, pequena, mas responsável pela condução da
vida do homem. Creio que se o apóstolo Tiago fosse
usar um símbolo de direção, hoje, para nos ensinar
sobre as palavras ele teria usado não um leme, mas o
volante de um carro. Como o leme o volante é pequeno,
mas responsável pelo carro virar à esquerda ou à direita.
As palavras que saem da boca do homem o dirigem
em uma direção determinada. A língua, como leme ou
volante, pode levar a direções de vida ou morte. Por
isso, Salomão diz que “a vida e morte estão no poder da
língua.” (Pv 18.21) Josué e Calebe usaram suas palavras
com fé quando espiaram a terra e entraram na Terra
Prometida. Os outros espias declararam incredulidade
e morreram no deserto. Palavras nos direcionam para a
promessa ou para morrer no deserto.

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Esse é um dos motivos pelo qual todo cristão precisa
andar falando com Deus, confessando a Palavra e tendo
louvor e adoração nos lábios. Para nos conduzir ainda
mais profundo no que o Senhor tem para nós, ele nos deu
línguas estranhas para que possamos orar em todo tempo
no Espírito. Se as palavras direcionam a vida de uma pes-
soa, onde as línguas estranhas levam a vida de um cristão?
Agora veja, as línguas estranhas são concedidas pelo Es-
pírito Santo, o “volante” da nossa boca está sendo usado
então por ele. Através do idioma concedido por Ele estou
sendo conduzido onde o Espírito deseja.

Isso seria o equivalente a deixar o banco do moto-


rista, sentar no banco do carona e deixar o Espírito as-
sumir o “volante”. Muitos de nós queremos ir a lugares
espirituais e termos experiências mais profundas, mas
não sabemos como. O Espírito Santo sabe. Por isso ao
orar em línguas estranhas, Ele pode te levar onde você
não pode ir sozinho. É lindo como a Bíblia utiliza-se de
figuras de linguagem para falar de lugares espirituais. O
chamado “esconderijo do altíssimo” relatado no Salmo
91 fala de um lugar em Deus de esconderijo onde medo,
desânimo e ansiedade não podem nos encontrar. Nes-
te lugar quem está cansado é renovado pela sombra do
Onipotente.

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Se você está cansado ore a Deus com seu entendi-
mento, mas também em línguas estranhas deixe o “vo-
lante” com o Espírito porque Ele sabe o caminho para
o esconderijo do altíssimo. Medo, preocupação, desâ-
nimo podem até rondar sua vida, mas não vão achar
seu coração porque ele está no esconderijo, na fortaleza
do Senhor. Nesse lugar você receberá descanso para sua
alma. O profeta Isaias profetizou esse descanso associa-
do às línguas estranhas: “Pelo que por lábios gaguejan-
tes e por língua estranha falará o SENHOR a este povo,
ao qual ele disse: Este é o descanso, dai descanso ao
cansado; e este é o refrigério; mas não quiseram ouvir.”
(Is 28.11,12) Experimente então parar de reclamar da
situação que está passando e entrar em seu quarto para
o momento de oração e gastar um tempo falando em
línguas estranhas, talvez você perceba que seu quarto se
transformou no esconderijo do Altíssimo.

FOGO

O apóstolo Tiago não compara as palavras apenas


com leme de um navio, mas com fogo: “Vede quão
grande bosque um pequeno fogo incendeia. A língua
também é um fogo; como mundo de iniquidade, a lín-
gua está posta entre os nossos membros, e contamina

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todo o corpo, e inflama o curso da natureza, e é infla-
mada pelo inferno.” (Tg 3.5,6) Quando Tiago diz isso
está falando da língua que é inflamada pelo inferno e
traz destruição. Mas e se a língua for inflamada pelo
céu?

Em Pentecostes vieram línguas como de fogo sobre


cada um deles (At 2.4). A simbologia usada foi fogo
para as línguas. Dentre varias funções do fogo nas Es-
crituras percebemos três que se destacam: purificação,
aquecimento e iluminação.

Fogo era usado pelo ourives para purificar metais.


Por isso, diz que o Senhor se assentará para purificar o
seu povo como o ourives: “Porque ele será como o fogo
do ourives e como o sabão dos lavandeiros. E assentar-
-se-á como fundidor e purificador de prata; e purificará
os filhos de Levi, e os refinará como ouro e como prata;
então ao SENHOR trarão oferta em justiça.” (Ml 3.3,4)

O ourives para purificar a prata a colocava no fogo


não para destrui-la, mas para tirar as impurezas que
agarravam no metal. Veja, aqueles que não creem em
Deus provarão o fogo do juízo no inferno, mas nós
cristãos podemos ser purificados pelo fogo do Espírito.

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Não precisamos ter medo do fogo porque ele veio para
nos purificar. O fogo purificador não é para os puros,
mas para purificar os impuros. Não é o metal, mas o
fogo que purificará. Você e eu somos a prata, o metal
nobre de Deus, mas nós não podemos arrancar a impu-
reza sozinhos precisamos do Ourives e o seu fogo.

O ourives deixava a prata no fogo até que ele pudesse


ver seu rosto refletido na prata como um espelho. Deus
quer nos purificar no fogo até que sejamos um reflexo
preciso de quem Ele é. Pedro tinha negado Jesus três ve-
zes. Tomé não tinha acreditado na ressurreição. Todos os
apóstolos abandonaram Jesus no Getsêmani. Contudo o
fogo purificou Pedro de sua infidelidade, Tomé de sua des-
crença e os apóstolos da covardia, a tal ponto que eles se
tornaram na terra o reflexo do Cristo ressuscitado.

O fogo também fala de aquecimento. No frio para se


esquentar as pessoas se utilizavam do fogo para prover
aquecimento. O fogo aquece corações desfazendo toda
frieza espiritual. Ele é instrumento de avivamento. Mui-
tos falam de frieza, mas tem na ponta da língua fogo para
aquecimento do interior. Tiago diz: “Vede quão grande
bosque um pequeno fogo incendeia. A língua também é
um fogo” Basta um pequeno fogo para incendiar o grande

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bosque da nossa existência. Mesmo que esteja frio espiri-
tualmente ore em outras línguas, este pequeno fogo pode
incendiar você.

O texto também diz: “inflama o curso da natureza”


(Tg 3.6) A expressão inflamar denota estimular. Quando
inflamamos o papel, o estimulamos a virar cinzas. Uma
vida inflamada pelo inferno estimula à velha natureza
a destruição, mas a língua inflamada pelo céu estimula
a nova natureza a obedecer ao que Deus diz. É por isso
que muitos que oram em línguas se sentem fortalecidos
e encorajados a permanecer em obedecer ao Senhor. O
fogo de Deus inflama a nova natureza. Não é a toa que
quem ora em línguas edifica a si mesmo.

Por fim, o fogo é responsável pela iluminação. Quan-


do o Salmista disse: “Lâmpada para os meus pés é tua
palavra, e luz para o meu caminho.” (Sl 119.105) Ele não
estava se referindo a luz elétrica, pois naquele tempo
não existia. Ao dizer lâmpada estava se referindo ao
fogo que era capaz de iluminar o caminho por onde an-
dar. Muitas pessoas antes de orar não conseguem ver
como Deus vai fazer, mas depois de incendiadas pelo
fogo na oração conseguem dizer com convicção: “Deus
está no controle e eu verei a ação sobrenatural de Deus.”

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A luz não é barulhenta. Ao ligar a luz no seu quarto a
luz não grita: “Ali está o armário e a cama”. Pela luz você
discerne. Pela luz silenciosa do fogo no seu interior
você discerne o que é de Deus e o que não é! Não perca
a direção por esperar por fora o que Deus está fazendo
por dentro. Muitas direções e visões da parte de Deus
estão esperando você se incendiar com as palavras que
o Espírito Santo te concede para que sejam liberadas.

Adoração, oração, condução e o fogo são formas que


Deus usa para edificar a vida de quem ora em outras
línguas. Em meio a tantos desafios que passamos pre-
cisamos focar em nossa edificação por meio da oração
em Espírito: “Mas vós, amados, edificando-vos a vós
mesmos sobre a vossa santíssima fé, orando no Espírito
Santo.” (Jd 20) É edificado por dentro que você ficará
firme neste mundo inseguro.

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CAPÍTULO 4

A fé e o batismo
com o Espírito
Santo

A salvação está disponível a todos, mas só os que


creem, recebem. O perdão de Deus está disponível a
todos os cristãos, porém só os que creem e confessam
seus pecados são perdoados. A paz de Deus está aces-
sível a todo o cristão, mas só a fé faz o cristão vive-la.
Se para todas as bênçãos, o princípio primeiro é crer
para poder receber, o batismo com Espírito Santo não
poderia ser diferente.

Ao dar a grande comissão Jesus disse que quem crê


falaria em novas línguas. “Estes sinais acompanharão
os que crerem: em meu nome expulsarão demônios;

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falarão novas línguas;” (Mc 16.19) Isso nos mostra que a
fé é requisito para falar em línguas. Quem não crê então,
não recebe. Se a fé é tão importante para o batismo com
o Espirito, vamos entender algumas verdades sobre fé.

Fé não é sentimento. Muitas pessoas fantasiam a ex-


periência do batismo com o Espirito Santo. Esperam
sentir uma emoção x, ver um anjo ou sentir um arre-
pio, embora tudo isso seja possível, precisamos apenas
crer no Senhor e na Sua Promessa. Foi Ele quem disse
que nos batizaria com o seu Espírito e Ele é Fiel para
cumprir. Já conheci pessoas que não sentiram nada na
alma ou no corpo, mas perceberam dentro de si línguas
estranhas e pela fé falaram e depois testemunharam de
algo que sentiram enquanto pela fé falavam em novas
línguas.

Fé busca sem ansiedade. A fé deve nos levar a buscar


o batismo com o Espírito Santo, a pedir ao Senhor, e
deve descansar sabendo que Deus vai conceder. Algu-
mas pessoas por terem buscado em algumas ocasiões e
não recebido, começam a desenvolver uma ansiedade
que leva a pressa e a confusão. Começam a toda hora a
se questionar o porquê não falam em línguas e toda vez
que vão buscar o fazem com ansiedade e preocupação.

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Se este é seu caso entre no descanso da fé. Não deixe
tentativas frustradas governarem sua crença. Desfrute
da presença do Senhor. É no descanso e não na ansie-
dade que recebemos.

Fé repousa na graça e não no mérito. Já ministrei


o batismo com Espírito Santo em muitos lugares e um
dos maiores bloqueios que percebi para as pessoas não
receberem é o senso de que não merecem. Isso é irôni-
co, pois na verdade ninguém merece. Você pode subir
monte, fazer jejum, orar, ler a bíblia e nunca vai mere-
cer o batismo com o Espírito Santo. Precisamos é claro
buscar, mas necessitamos nos lembrar de que recebe-
mos pela graça e isto não vem de nós, mas de Deus. Se
você se sente não merecedor do batismo com o Espíri-
to Santo, você é o maior candidato a receber. Cornélio
como vimos, foi o primeiro gentio a se converter, ele
não era nascido de novo, não era batizado nas águas,
quando Pedro pregou para ele no capítulo dez do livro
de Atos. Contudo no decorrer da mensagem ele creu
e foi batizado com o Espirito Santo e falou em novas
línguas. Não merecer, não é empecilho, é fundamento
para receber.

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Fé não opera, mas coopera. É o Espirito de Deus que
opera em nós e nos concede as línguas estranhas: “To-
dos ficaram cheios do Espírito Santo e passaram a falar
em outras línguas, segundo o Espírito lhes concedia que
falassem.” (At 2.4) O Espírito concede no interior. Nós
pedimos, Ele concede. Todavia, uma vez concedida às
línguas a fé nos leva a cooperar falando. Os discípulos
passaram a falar em línguas. Como certa vez um pas-
tor disse: “as pessoas às vezes estão buscando o batismo
com o Espírito Santo como se fosse soluço”. Você já teve
soluço? Ele é involuntário, você pode querer parar, mas
não consegue. Pois o soluço tomou “posse” da sua boca.
Falar em línguas não é soluço. Deus concede, mas você
precisa crer e falar.

“Minha oração é que você seja cheio do


Espírito Santo e viva uma vida orando em
línguas estranhas em todo tempo, indo assim
mais profundo em Deus a ponto de se trans-
formar em uma testemunha do Senhor Jesus
nesta terra! Em nome de Jesus!”

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Sobre o autor

Drummond Lacerda dos Santos - casado com Ra-


quel C. C. dos Santos. Formado em Jornalismo, bacha-
rel em Teologia e tem como formação ministerial: Es-
cola Bíblica de Formação de Líderes, Escola do Clamor
e o Seminário Teológico Carisma. Atualmente, reside
em Belo Horizonte – MG. Congrega na Igreja Batista
da Lagoinha onde atua como pastor. É conferencista do
Ministério Vento no Fogo, professor no Seminário Teo-
lógico Carisma da Igreja Batista da Lagoinha e também
leciona em outros seminários.

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