Você está na página 1de 140

AS DISTRAÇÕES DO

DIABO

CONTRA CRESCIMENTO DA IGREJA

A Palavra precisa crescer para que a Igreja possa crescer.

1
A IGREJA NÃO DEVE CAIR NAS DISTRAÇÔES

“Para que não sejamos vencidos por Satanás; porque não


ignoramos os seus ardis”. (cf II CORÍNTIOS 2.11).

Não durmamos, pois, como os demais, mas vigiemos, e


sejamos sóbrios. Porque os que dormem, dormem de noite,
e os que se embebedam, embebedam-se de noite. Mas nós,
que somos do dia, sejamos sóbrios, vestindo-nos da couraça
da fé e da caridade, e tendo por capacete a esperança da
salvação. (cf I TESSALONICENSES 5.6-8).

2
Índice

Dedicatória .............................................................................................................................................. 5

Agradecimentos....................................................................................................................................... 6

Introdução ............................................................................................................................................... 7

CAPÍTULO I

OS PRINCIPAIS MEIOS DE DISTRAÇÃO DO INIMIGO

I-DISTRAÇÃO ATRAVÉS DE CONFLITOS INTERNOS ................................................................... 26

1. Nas Famílias. .............................................................................................................................. 26

2. Na Igreja – Conflitos Interpessoais entre membros. ......................................................... 32

3. Na Liderança – Conflitos Entre Líderes. ............................................................................... 44

4. Ofensas e Escândalos ............................................................................................................... 49

II-DISTRAÇÃO ATRAVÉS DA TECNOLOGIA .................................................................................... 59

III-DISTRAÇÃO ATRAVÉS DE PROJETOS SOCIAIS......................................................................... 64

IV-DISTRAÇÃO ATRAVÉS DO SISTEMA DO MUNDO. .................................................................... 82

CAPÍTULO II

AS PRINCIPAIS CONSEQUÊNCIAS DA DISTRAÇÃO

I-ESFRIAMENTO DO AMOR BÍBLICO............................................................................................... 88

II-PERDA DA VERDADEIRA UNIDADE DO ESPÍRITO ................................................................... 91

III-PERDA DE FOCO ESPÍRITUAL ..................................................................................................... 96

IV-PERDA DA VISÃO EVANGELÍSTICA – MISSÕES....................................................................... 101

V-PERDA DE FOGO ESPÍRITUAL PARA UMA ORAÇÃO BÍBLICA. .............................................. 103

VI-PERDA DA VISÃO DA VONTADE DE DEUS. ............................................................................. 105

VII-PERDA DA VISÃO DA GLÓRIA DE DEUS. ................................................................................ 107

CAPÍTULO III

COMO VENCER AS DISTRAÇÕES NA IGREJA

I-AMOR BÍBLICO ............................................................................................................................... 109

II-DIÁLOGO & COMUNICAÇÃO ....................................................................................................... 114

3
III-PERDÃO ........................................................................................................................................ 119

IV-UNIDADE DO ESPÍRITO .............................................................................................................. 125

V-FIXAR OS OLHOS EM CRISTO ....................................................................................................... 131

VI-A ORAÇÃO COM ENTENDIMENTO ............................................................................................ 134

CONCIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................................................... 138

BIBLIOGRAFIA ...................................................................................................................................... 138

4
DEDICATÓRIA

Este livro vai ser dedicado especialmente ao meu pastor pelo seu
carinho e amor que sempre me deu como amigo e filho na fé,
respeitosamente: Dr. Paul E. Pritchard Jr. Um pastor, um líder e um servo do
Senhor.

5
AGRADECIMENTOS

Quero de fundo de coração agradecer a todos os membros da minha


Igreja e da equipe da Escola Fiel de Pregação pela sua dedicação no amor e
na unidade do Espírito para que este ministério seja o que ele é hoje. Todos
vocês são pessoas incríveis, cada um de vocês é um instrumento valioso nas
mãos do Senhor servindo para glória do seu ser e das maravilhosas obras das
suas mãos.

6
Introdução

A distração1 foi uma das armas mais poderosas que o Diabo tentou
usar tanto internamente quanto externamente para distrair e destruir a
Igreja de Cristo e consequentemente apagar o fogo missionário que se havia
nela pelo poder do Espírito Santo desde o evento do grande dia de
Pentecostes quando de repente veio do céu um som, como de um vento
veemente e impetuoso, e encheu toda a casa em que estavam assentados os
discípulos do Senhor.

E foram vistas por eles línguas repartidas, como que de fogo, as quais
pousaram sobre cada um deles e todos foram cheios do Espírito Santo, ele
objectivava destruí-la logo nos seus primeiros momentos da sua infância.
Satanás semeou o espírito da murmuração no meio da Igreja (cf Atos 6.1-8,).

E além da murmuração, ele também tentou semear no meio da Igreja


um espírito egoísta através de Ananias e Safira sua esposa (Atos 5.1-11).
Tudo isto servia como armação para distrair e destruir finalmente a Igreja.

É verdade que ele foi muito estratégico em seus astutos planos (cf II
Coríntios 2.11) mas todos eles foram completamente frustrados pelo Espírito
Santo o selo incorruptível da Igreja do Senhor. O espírito da insatisfação ou
murmuração, da confusão, das intrigas e do egoísmo devem ser totalmente
eliminados de raiz para não permitir que eles brotem e crescem no meio do
povo de Deus.

Na medida em que se levantavam esses mal-entenderes e mal-estares


entre os irmãos, a Igreja ficava distraída tentando encontrar uma solução

1
Distração – é a falta de atenção com relação a uma coisa ou situação. Ou é a separação do que já
estava junto ou concentrado. Também significa entretenimento; passatempo; divertimento. Tudo isso
corresponde ao que iremos tratar neste livro.

7
duradoura para as crises. Os apóstolos também passavam tempo todo
distraídos tentando dar um fim nelas, além de servir a mesa. Isto tem
colocado em causa o tempo deles para se dedicarem na oração e no
ministério da Palavra, que são os principais focos da Igreja como um todo.

Em nossas Igrejas hoje, também, não é nada diferente. Alguns líderes e


algumas Igrejas, não estão tendo tempo qualificado e suficiente nem para se
dedicarem na oração e no ministério da pregação da Palavra que são as
causas do reino de Deus, as consequências foram completamente
catastróficas e as Igrejas têm sofrido fortemente com isso.

A Pregação do Evangelho deixou de ser uma prioridade nobre das


Igrejas nestes últimos dias, porque há problemas que parecem não ter
soluções entre os irmãos e por conta desses problemas as Igrejas ficaram
distraídas e o perigo disso é que a maioria delas já se moldou ao sistema e se
sentem tranquilas no estado em que se encontram. Tudo isso transformou a
vida da Igreja e é razão pela qual temos hoje púlpitos pobres de nutrientes
espirituais para avivar as Igrejas e avivar consequentemente a obra
Missionária.

As Igrejas estão vivendo hoje uma forte tensão de problemas internos


constantes que são problemas as vezes originados dos nossos corações
egoístas (cf Gálatas 4.1-3). E, as Igrejas parecem perder a capacidade
espiritual e paciência para resolvê-los e encontrar soluções saudáveis e
duradouras para esses desentendimentos entre irmãos (cf I Coríntios 6.7).

O que pode nos ajudar como Igreja diante desta situação, é o


reconhecimento de que esses problemas não podem ser resolvidos sem que
a Igreja como um todo voltásse para a oração e ministério da Palavra. E que
não há como conseguir encontrar uma solução duradoura para estas crises
internas até que a Igreja como um todo optásse pelo caminho do diálogo
8
sincero e franco, a vivência do amor bíblico e zelo pela pura e saudável
unidade.

A Igreja deve colocar o reino de Deus como sua maior prioridade. A


Palavra de Deus, amor sincero, pura unidade e a oração, são remédios
suficientes para curar as feridas causadas pelas ofensas, escândalos, ódio,
raiva, e traições nos corações dos irmãos.

Você quer resolver os problemas da sua Igreja? Ora e Pregue a Palavra.


Deus tem a solução para as nossas crises, e ela pode ser encontrada apenas
quando aproximamos da sua Palavra, e o buscamos em oração com todo o
nosso coração e com humildade (cf II Crônica 14.7).

A Oração e a Palavra são as armas poderosas nos dados por Deus para
combater contra todos os ataques do Diabo que lança contra a Igreja viva de
Cristo (cf Colossenses 4.3). Não esqueça que o objetivo de Satanás é impedir
que a Igreja cresça, expanda e cumpra sua Missão com excelência. Os
problemas sem soluções são os meios que ele usa para impedir que as Igrejas
cresçam e cumpram a sua Missão com excelência.

É claro que os problemas nunca vão acabar, e temos uma Missão para
cumprir urgentemente porque o nosso Senhor está à porta (cf Apocalipse
22.12 e 20), ele está voltando e teremos que prestar-lhe contas (cf Mateus
25.19; Lucas 16.2). E não temos nenhuma promessa bíblica de que os
problemas vão acabar enquanto estamos aqui (cf Mateus 24.7-51; João 16.1-
6).

O fato disso, é que o homem para si mesmo é um problema e muitos


problemas (Romanos 3.23), e isto precisa ser reconhecido. É fácil ver que
quando entramos numa desavença, cada um procura acusar os outros e se
colocar como vítima, o fato de que ninguém quer assumir sua parte da culpa.

9
Eu pergunto assim: “Então se cada um de nós é tão santinho assim, de onde
vieram as desavenças?” É claro que o orgulho que nos conduz a esse
caminho.

Portanto, temos uma resposta bíblica bem afiada para mudar a nossa
visão dos fatos: “De onde vêm as guerras e pelejas entre vós? Porventura não
vêm disto, a saber, dos vossos deleites, que nos vossos membros guerreiam?”
(cf TIAGO 4.1a).

Da cobiça vem o sentimento do assassinato, tirar a vida do outro para


possuir os seus bens. Da inveja procede o sentimento da confusão, brigas
sem sentido, para alcançar alguma coisa, os resultados sempre voltam em
nada (cf TIAGO 4.1). Muitas brigas nas Igrejas procedem dêsse espírito
maligno que opera nos corações dos homens corruptos e perdidos (cf Efésios
1.2).

Pedis, e não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em vossos


deleites.” (cf TIAGO 4.2-3). Deus não atende qualquer oração que procede do
espírito cobiçoso, invejoso e egocêntrico. A nossa oração, ela não é atendida
quando guerreamos um contra outro, brigas que não ajudam na propagação
do Evangelho e na dignificação do seu santo nome. Deus responde a oração
feita em sua vontade.

As Igrejas não devem cair nas distrações. Líderes não devem cair nas
distrações, pois, uma Igreja distraída nunca terá tempo qualificado para se
dedicar nas causas do reino de Deus. É ridículo ver que há alguns líderes que
acham que são bons em resolver problemas e gostam de fazê-lo com a
consciência tranquila, e sempre gostam de viver no meio das tensões, corem
pra cá e corem pra lá, e pensam que estão fazendo a obra de Deus.

10
Uma vez liguei pra um pastor amigo meu, e perguntei-lhe como estava,
ele me respondeu: “Pastor, acabei de sair da Igreja agora, estou sem tempo,
passo semana inteira para resolver muitos problemas ligados às famílias, à
Igreja e muitas coisas, quase durmo muito tarde, porque eu passo quase a
noite inteira no telefone resolvendo problemas. Por favor ajuda-me em
oração”.

Sabe o que eu imaginei? Eu pensei assim: “então se este pastor passa


toda a semana resolvendo problemas, significa que ele não tem tempo
qualificado para orar e dedicar-se nos estudos da Palavra. Então, o que dizer
do seu púlpito? O que dizer da sua Igreja?” Fiz muitas perguntas para mim
mesmo, e sem respostas. Simplesmente, vi um pastor muito distraído e
confuso.

Isto é grave, e muito grave. Não podemos cair nas distrações do Diabo,
meus queridos irmãos e companheiros: Vamos orar e dedicar-nos no
ministério da Palavra, é para isto, somos chamados, a Igreja foi eleita pelo
Senhor para cumprir os propósitos do reino de Deus, não os nossos desejos
carnais e ambições egoístas que nos levam às brigas desnecessárias.

Satanás vai tentar criar incertezas no mundo através das (a) guerras,
entre nações e reinos mundiais, como consequências das guerras, virão (b)
fome em todo o planeta, (c) haverá catástrofes naturais em todos os lugares.
Num mundo completamente excitado, é que (d) ele levantará terríveis atos
de perseguições cruéis contra a Igreja e os cristãos serão aprisionados e
atormentados pelas autoridades, alguns serão mortos pelas torturas
desumanas.

(e) Serão odiados por todas as nações por causa do nome de Jesus. (f)
Muitos cristãos passarão pelos escândalos, haverá traições e ódio entre
irmãos, porque o próprio Senhor afirma que, quanto mais a iniquidade
11
cresce mais frio fica o amor de muitos (cf Mateus 24.12), esses muitos, são os
próprios cristãos.

Num mundo excitado, atormentado, manipulado, o amor em


esfriamento, irmãos se odiando, irmãos se insidiando (g) é que os falsos
profetas serão introduzidos no meio dos cristãos para trazer mensagens
enganadoras, (h) é claro que muitos cairão nesses enganos.

Do engano o (i) pecado aumentará e o amor diminuirá, a Igreja será


submetida a maior confusão interna da sua história. Para os cristãos atentos,
para as Igrejas atentas, é o fim dos tempos. É o mundo sendo preparado para
receber o Senhor da Glória nas nuvens.

Uma das estratégias do inimigo contra a Igreja, é causar confusão no


meio das pessoas, criar confusão entre irmãos nas Igrejas, porque somente
através da confusão que ele consegue tirar atenção das pessoas para não
perceberem as suas ações malignas, é assim que ele consegue estabelecer
suas bases para operar todos os males neste mundo contra a Igreja
verdadeira do Senhor.

É isso que ele está fazendo atualmente, ele está usando conflitos,
perseguições, fome para distrair a Igreja como um todo e o mundo inteiro
para poder despregar suas malícias no meio dos irmãos. Uma Igreja
desatenta será submetida a toda sorte de confusão causada pelo inimigo.

Apenas aqueles que são verdadeiramente escolhidos por Deus,


superarão todas essas crises e manterão firmes até o fim (cf Mateus 16.18)
porque a perseverança não é meritória, mas sim, é graça preservadora de
Deus para guardar os seus filhos seguros e incontamináveis. Somente os
salvos irromperão com as falsas doutrinas propagadas pelos falsos profetas
que estão operando no mundo para sujeitar o mundo a confusão.

12
Por isso, não é de admirar quanto ao que está acontecendo hoje no
mundo cristão, há profetas por todos os lados com mensagens
completamente pessoais e filosóficas, há apóstolos por todos os becos, há
milhares de profecias falsas, milagres por todos os lados, guerras, fome,
irmão litigando nos tribunais pagãos, brigas internas entre irmãos e muitos
dos irmãos desatentos foram levados a seguir todas estas palhaçadas, o que
prova que realmente não conhecem a Deus verdadeiramente. O verdadeiro
crente é aquele que crê na plena e perfeita Palavra de Deus e a observa de dia
e de noite (cf Salmos 1.2-3).

A Igreja como um todo, não deve perder tempo nas brigas, porém, as
brigas não são o foco da Missão da Igreja mas sim, a pregação do Evangelho
para a glória do nosso Bendito Deus. A Igreja tem uma Missão para cumprir,
ela pode perder tempo com coisas desnecessárias a volta dela.

Jesus é o nosso exemplo, ele nunca perdeu tempo desnecessariamente,


fazendo coisas exotéricas. Cada momento era precioso para o Senhor para
fazer a vontade daquele que o enviou. Ele teve inimigos que estavam
procurando sua morte (Lucas 19.47; Lucas 20.19; João 5.18; João 7.1).

Ele teve um discípulo traidor (Mateus 26.23; Marcos 14.18; João


13.11), ele teve uma família que não o honrava como Messias (Mateus 13.57;
Marcos 6.4), foi rejeitado pelos seus próprios compatriotas (Marcos 8.31;
Lucas 9.22). O profeta Isaías descreveu a Jesus como uma pessoa de dor
(Isaías 53.1-12).

Veja um exemplo brilhante na vida de Cristo: “Que, sendo em forma de


Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus” (cf FILIPENSES 2.6). Mas: “Ele
foi oprimido, mas não abriu a boca; como um cordeiro, foi levado ao
matadouro e, como ovelha muda perante os seus tosquiadores, ele não abriu
a boca” (cf ISAÍAS 53.7). Ele nunca se deixou levar pelas distrações do
13
inimigo. Jesus podia se defender dos seus inimigos, mas sabia que defender-
se deles, não era sua Missão.

Defender-se deles seria um tempo perdido. Satanás tentou de todas as


maneiras distrair o nosso Senhor. Jesus tinha uma Missão, e era única coisa
para se ocupar. Cada crente e cada líder, deve buscar a referência da vida a
partir da vida de Cristo, o nosso modelo perfeito, devemos possuir a
humildade do nosso Senhor.

Vemos o resultado do sofrimento de Cristo: “Pelo que lhe darei a parte


de muitos, e com os poderosos repartirá ele o despojo; porque derramou a
sua alma na morte, e foi contado com os transgressores; e levou sobre si o
pecado de muitos, e intercedeu pelos transgressores.” (cf ISAÍAS 53.12).

“Eis que o meu servo procederá com prudência; será exaltado, e


elevado, e mui sublime” (cf ISAÍAS 52.13) (Hebreus 5.8-9; Hebreus 2.10).
Jesus viveu pelas causas do reino do seu Pai, e nunca se deixou vacilar pelas
distrações do inimigo, por isso ele alcançou essa tamanha superioridade, e
perante ele todos os joelhos se dobrarão e toda a língua confessará que Jesus
é Rei.

É verdade que a Igreja não deve deixar os problemas internos dela, eles
devem merecer a sua atenção com cuidado e sabedoria para que eles não
venham a afetar a boa comunhão, testemunho, unidade e saúde dela, e
consequentemente causar a pregação vívida do Evangelho, mas eles devem
ser resolvidos com sabedoria como fizeram os apóstolos.

Temos que gastar as nossas energias e as nossas forças muito mais na


oração, nos estudos e na pregação da Palavra que são as causas do reino do
nosso Deus, do que perder tempo com as distrações do inimigo. Devemos
colocar cada coisa no seu respetivo lugar e dar-lha seu respectivo tempo,

14
como diz a Bíblia: “Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo
o propósito debaixo do céu” (cf ECLESIASTES 3.1).

O tempo é como o dinheiro, se o dinheiro for bem administrado dará


mais dinheiro, assim é o tempo. Deus nos colocou mordomos do seu tempo,
tempo é de Deus e ele nos pedirá contas do tempo que ele nos deu. Devemos
trabalhar fortemente para obtermos lucros do nosso tempo. Um tempo mal
administrado, resultará em perdas irreparáves.

Satanás gosta de pastores distraídos, gosta de Igrejas distraídas com


coisas dispensáveis. Satanás gosta de um pastor que é bom em resolver
problemas, ele o ajuda com mais problemas para resolver. Satanás gosta de
uma Igreja problemática e cheia de confusão, ele a ajuda com mais
problemas e mais confusão para ela viver.

Mas para a Igreja do nosso Senhor, diz a Bíblia: “Mas vós, não
aprendestes assim a Cristo, se é que o tendes ouvido e nele fostes ensinados,
como está a verdade em Jesus” (cf EFÉSIOS 4.20-21). O povo de Deus é um
povo sábio e entendido, porque de quem aprendemos, é Cristo. Amém.

Portanto a Bíblia diz o seguinte: Portanto, cingindo os lombos do vosso


entendimento, sede sóbrios e esperai inteiramente na graça que se vos
ofereceu na revelação de Jesus Cristo. (cf I PEDRO 1.13) “E já está próximo o
fim de todas as coisas; portanto, sede sóbrios e vigia em oração.” (cf I PEDRO
4.7), este é o estado em que a Igreja deve viver: VIGILÂNCIA, VIGILÂNCIA,
VIGILÂNCIA EM ORAÇÃO.

Inimigo tentou criar um espírito de murmuração bem no meio da


Igreja, mas percebendo isso pela sabedoria divina, os apóstolos mandaram
que os irmãos elegêssem os diáconos dentre eles para que eles cuidássem do

15
trabalho de servir à mesa e eles como apóstolos pudêssem se dedicar na
oração e no ministério da Palavra e a Igreja como um todo (cf Atos 6.1-6).

Com isso eles conseguiram evitar a maior catástrofe que poderia cair
sobre a Igreja recém-nascida. É uma boa lição para aprendermos que não
devemos engolir cada ísca enviada pelo inimigo para cativar as Igrejas nas
distrações. Não devemos ignorar suas artimanhas malignas, devemos manter
sempre vigilantes e sábios quando ele tenta-nos empurrar para suas
armadilhas. Vemos que as Igrejas que caíram nas distrações foram
completamente arrasadas e fecharam as suas portas.

A Igreja cresceu grandemente depois que a administração fosse


descentralizada e partilhada com sabedoria, e mandaram que a Igreja como
uma assembleia autónoma e democrática elegêsse “sete homens de boa
reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria” designados de diáconos,
são eles: Estêvão, homem cheio de fé e do Espírito Santo, e Filipe e
Prócoro, e Nicanor, e Timão, e Pármenas e Nicolau, prosélito de
Antioquia.

E esses sete homens que foram nomeados diáconos ou servos da Igreja,


que passaram a servir a mesa com dedicação e os apóstolos passaram a se
dedicar na oração e no ministério da Palavra. A Bíblia diz que: “ […] crescia a
palavra de Deus, e em Jerusalém se multiplicava muito o número dos
discípulos, e grande multidão dos sacerdotes obedecia à fé.” (cf ATOS 6.7-8).
A Igreja cresceu, a Igreja cresceu. Amém!

Na medida em que crescia a Palavra de Deus, crescia também o


número de crentes pelo Senhor. Sem o crescimento da Palavra, não pode
haver o crescimento da Igreja. É possível o crescimento da Igreja apenas com
o crescimento da Palavra. A Palavra precisa crescer para que a Igreja cresça.

16
Por isso que os líderes precisam se desapegar aos problemas internos
e externos de suas Igrejas e começam a investir tempo na oração e no
ministério da Palavra de Deus, para que a Igreja possa crescer. A Igreja não
cresce com manipulações, enganos, fingimentos, trapaças, que são
comportamentos provenientes do inferno.

Infelizmente, temos pastores que não têm tempo para estudar a Bíblia
e orar porque a Igreja está com problemas para resolver, outros perdem
tempo falando mal dos outros, manipulando os outros para os seus
interesses, coisas assim que nem devem ser nomeadas no nosso meio.

Não dedicando tempo para as causas do reino de Deus porque existe


muitos problemas a volta deles que precisam atender e a Igreja fica sem
frutos. Por isso que a Igreja não cresce e nunca desenvolve de uma maneira
saudável. A Igreja precisa estar atenta “Para que não sejamos vencidos por
Satanás; porque não ignoramos os seus ardis”. (cf II CORÍNTIOS 2.11), para
que não caiamos nas distracções do Diabo.

Podemos distrair até fazendo coisas boas.

É importante entendermos que o Diabo pode nos distrair até mesmo


fazendo as coisas boas. Servir a mesa pelos apóstolos, não era nada ruim,
mas isto os distraía demais que não estavam se dedicando no principal foco
que era orar e ministrar a Palavra. Temos outro exemplo disso: a Marta e sua
irmã Maria (Lucas 10.38-42).

Marta estava ocupada demais, distraída demais fazendo coisas de casa,


preparar comida para hóspede, aquilo era uma coisa de louvar da Marta, mas
aquilo roubava o tempo dela de escutar as Palavras de Jesus. Ela estava tão
ocupada que não podia aproveitar de Jesus a boa parte que não lhe será
tirada.

17
Disfrutar um tempo de qualidade com Jesus era uma das melhores
coisas que a Marta deveria priorizar. Ela pensava que receberia de Jesus
elogios e criticar a Maria como uma mulher irresponsável. Mas a Maria
estava dando prioridade às coisas da vida eterna, e não deste mundo que
acaba. A Igreja também deve aproveitar o seu melhor tempo para se dedicar
nas coisas que nunca mais acabarão.

Devemos tomar cuidado com o que nós ocupamos demais, pode ser
que estamos ajudando as pessoas, estamos passando tempo com amigos,
estamos fraternizando com membros da Igreja, estamos comemorando em
família, é bom que façamos tudo isto, mas, não podemos esquecer que, por
estas coisas podemos cair nas distracções, quando mal aproveitados, para
que não pudêssemos aproveitar e desfrutar do melhor que Jesus tem pra nós.

Nós como a Igreja do Senhor: “ […] deixemos todo o embaraço […]


olhando para Jesus, autor e consumador da fé, o qual pelo gozo que lhe
estava proposto, suportou a cruz, desprezando a afronta, e assentou-se à
destra do trono de Deus” (cf HEBREUS 12.1-2). Não devemos viver
insensatamente como o povo nos dias de Noé: (cf MATEUS 24.38-39).

Se a Igreja é unida só para fraternização dentro nos templos, Satanás


não vai preocupar tanto. Mas, quando a Igreja ora e prega com dedicação o
Evangelho, e cresça, é isto que deixa Satanás furioso. Diabo não quer que a
Igreja ore e cresça, ele não quer que o Evangelho seja pregado com dedicação
e veemência, ele não quer que a Glória do nosso Deus seja anunciada com
excelência. Por isso quando a Igreja não vive para a Glória de Deus, ele não
preocupa, ele até ajuda com recursos para isso. Porque quando a Igreja
cresce e a obra missionária avança que ele perde.

Só que a Igreja pode experimentar o seu crescimento apenas, quando


ela desapegar-se das distracções do inimigo e se dedica nas causas do reino –
18
oração e ministério da Palavra. A Igreja cresce com a oração e com o
ministério da Palavra. Hoje, temos muitas Igrejas distraídas por conta de
fortes ataques do inimigo e estas distracções tornaram-nas muito lentas em
seu crescimento e no desenvolvimento da obra missionária. Temos muitas
coisas e muitos problemas internos dentro das Igrejas e isto tem levado a
Igreja a perder a visão do reino.

É de suma importância vigiar o nosso andar para melhor obedecermos a Deus.


Temos muita oposição e a oposição é astuta. Satanás, o inimigo número um de
Deus, e o deus deste século tem pouco tempo para agir. Ele usará de todo o seu
poder para derrubar a obra de Deus. Não é conveniente ignorar ou
menosprezar os artifícios de Satanás.2

Portanto, pretendo iniciar este livro falando dos principais meios de


distracções do Diabo, no segundo capítulo vou-me dedicar nas principais
causas de distracções e no capítulo terceiro e ultimo quero mostrar algumas
soluções para as distrações que existe dentro das Igrejas.

Tenha uma leitura fantástica

2
GARDNER G. Calvin, As Ardilosas Estratagemas de Satanás, 1998, p.3

19
CAPÍTULO I

OS PRINCIPAIS MEIOS DE DISTRAÇÃO DO INIMIGO

Nascimento e crescimento da Igreja

A Igreja como Organismo vivo (corpo), ela nasce, cresce e desenvolve,


ela precisa de uma boa saúde para cumprir seus propósitos saudavelmente.
O livro de Atos nos deu registro da história da Igreja, segundo Lucas o autor
do livro, a Igreja iniciou seu grande passo de avivamento a partir da descida
do Espírito Santo no dia de Pentecostes sobre quase cento e vinte seguidores
de Jesus (cf Atos 1.15, Atos 2.1)

E vemos que a Igreja foi estreada com poder e autoridade para


cumprir vigorosamente sua Missão (cf Atos 2.2-13). Jesus ascendeu-se aos
Céus (cf Atos 1.9-11), e Espírito Santo desceu (cf Atos 2.1-4), e vemos que a
Igreja cheia do poder expandindo até aos confins da terra (cf Atos 1.8),
porque o propósito de Jesus para a sua Igreja, não é apenas para a sua
existência, mas também, para o seu crescimento e expansão.

Este fenómeno deixou o inimigo completamente arrasado e fortemente


ameaçado. Esse inimigo é chamado: Satanás. Satanás declarou um forte
ataque contra a Igreja poderosa de Cristo com o objetivo de impedir que ela
tenha um crescimento, e expansão saudável para cumprir com sucesso todos
os seus propósitos segundo a boa e perfeita vontade de Deus. Mas como
todos sabemos sem dúvida alguma de que “A história da igreja cristã é uma
história de fé, devoção e sacrifício.

Desde o seu início, a igreja tem sido uma comunidade de crentes


dedicados a seguir a Cristo e a proclamar sua mensagem de amor e salvação

20
ao mundo.”3 Por isso que ela expandiu além dos limites de controle do
inimigo.

Mais que ele tenta impedir que a Igreja cresça e expanda, muito mais
ela cresce, desenvolve e expande por todos os cantos do planeta. Hoje o
mundo inteiro tem a presença da Igreja, Evangelho foi pregado até nos países
mais fechados do mundo. Os países que aplicam leis contra a pregação do
Evangelho e contra a existência da Igreja, eles têm a Bíblia até nos seus
escritórios, sem saber como chegaram lá, isto, para prová-los que Deus
governa até os corações dos reis.

Ela cresce porque ela alimenta dos nutrientes divinos, ela cresce
porque é corpo vivo de Cristo, ela cresce porque é povo de Deus Todo-
Poderoso. Não existe nenhuma força que possa impedir que ela cresça e
expanda pela face da terra. A Igreja irá até aos confins da terra para cumprir
todos os propósitos de Deus de alcançar os eleitos através do Evangelho do
seu Filho.

Ela cresce porque Jesus é o seu General. Não existe nenhuma


possibilidade nem presente e nem futura de que Satanás terá vitória contra a
Igreja (cf Mateus 16.18). Por isso diz à Igreja: “Não chores, eis aqui o Leão da
tribo de Judá, a Raiz de Davi, que venceu para abrir o livro e desatar os seus
sete selos” (cf APOCALIPSE 5.5). Eis aqui o seu Deus; eis aqui o seu protector;
eis aqui aquele que te guarda seguro; eis aqui o seu Redentor, não há nada
que possa tirá-la das minhas mãos. Amém.

A Igreja não deve ficar triste, por causa das perseguições, das
tentações, e das aflições que enfrenta hoje (cf Tiago 1.2-4 e 12), porque o fim
será em glória (cf Romanos 8.18). Se o crescimento da Igreja dependêsse da
força, dos métodos e das estratégias dos crentes, ela teria morrido logo em
3
https://bibliotecadopregador.com.br

21
“Gênesis 3.15”, quando Deus declarou oficialmente ao mundo que o
Libertador viria e que nasceria de uma virgem (cf Isaías 7.14; Mateus 1.18-
25).

Pelo Espírito Santo e que seu objetivo seria de esmagar a cabeça da


serpente (cf Gênesis 3.15). O nascimento, a Missão e a vitória de Cristo foram
declarados publicamente, e isto tem deixado Satanás completamente infeliz.
De acordo com Paulo Serafim de Souza:

Deus prometeu um redentor para Adão e seus descendentes em Gênesis 3.15.


Essa promessa é o que os teólogos bíblicos chamam de protoevangelho, ou
seja, o primeiro anúncio daquele que viria para libertar o homem dos seus
pecados. Pelo desenvolvimento das profecias bíblicas e pelo Novo Testamento
sabemos que esse redentor é Jesus Cristo. Tanto no Antigo quanto no Novo
Testamento, a redenção, a libertação do pecado só possível por Jesus Cristo, o
Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.4

A Salvação para os crentes do Velho Testamento era possível apenas


pela fé no Libertador prometido, aquele que viria no futuro para salvar os
pecadores através da sua morte na cruz, enquanto para os crentes salvos do
Novo Testamento, a salvação é apenas pela fé no Libertador que veio e que
voltará nas nuvens (cf Atos 1.11) para buscar a sua Igreja. Isto como prova
de que Deus nunca desistiu-se do homem.

O homem peca contra a vontade santa de Deus, mesmo assim Deus


aplicou a sua justiça e o procurou para tê-lo de volta para restaurá-lo para
uma comunhão feliz. Mas é triste porque alguns homens rejeitaram o favor
misericordioso de Deus e continuaram revoltosos contra ele (cf Romanos
1.18-32).

4
SOUZA De Serafim Paulo, A MISSÃO DE DEUS REALIZADA PELA IGREJA DE DEUS, p.12

22
Desde lá, ele lutou de todas as frentes para que a promessa de Deus
falhásse, começando seus ataques matando Abel pelas mãos de Caim seu
irmão (Gênesis 4.1-14), porque a oferta de Abel declarava sua fé na
promessa do Redentor e Libertador prometido, e qualquer um que declarava
sua fé em Cristo prometido, também estaria declarando o oposto contra
Satanás. Abel creu na promessa do Redentor e sua oferta foi aceita como
pura adoração ao Senhor. “Portanto ofereçamos sempre por Ele a Deus o
sacrifício de louvor […] (cf HEBREUS 13.15).

O autor da Epístola aos hebreus dá-nos uma explicação inspirada da diferença


entre as duas ofertas: "Pela fé Abel ofereceu a Deus maior sacrifício do que
Caim […] dando Deus testemunho dos seus dons " (Hb. 11:4). Esta explicação
centraliza-se sobre a diferença do espírito manifestado pelos dois homens.
Sendo Abel um homem de fé, veio com o espírito correto e adorou de maneira
agradável a Deus.5

Ao matar o Abel, Satanás achava que a linhagem pela qual viria o


Salvador teria sido completamente destruída. Deus deu para Adão e Eva
outro filho no lugar de Abel, o qual deram o nome de Sete (Gênesis 4.25;
Gênesis 5.3).

Na realidade, Sete veio a ser aquele de quem Deus pôde depender para o
estabelecimento da pedra fundamental de Sua família. Ele foi "estabelecido" ou
"destinado" a assumir o trabalho e a missão de Abel. Caim perdeu o seu direito
de levar adiante a sublime esperança divina. Sete assumiria a responsabilidade
e o privilégio sobre os seus ombros. Através de sua linhagem Deus realizaria
Suas promessas.

E é importante entendermos que a morte de Abel aconteceu dentro dos


planos e propósitos sagrados de Deus. A morte de Abel não foi uma surpresa
para Deus, mas, sim uma demonstração de que os propósitos de Deus não

5
Gênesis (Comentário Bíblico Moody)

23
estão sujeitos a morte, ou a vontade humana. A morte não é o fim para Deus,
mas, sim a morte é o fim para Satanás e seus anjos e para os homens que o
seguem. Deus queria provar que pela morte de Jesus que Satanás seria
vencido.

Quando Jesus morreu, Satanás pensava que tudo tinha sido acabado, e
de repente ouviu uma voz de autoridade que dizia para a Igreja: “[…] Não
temas, eu sou o Primeiro e o Último e o que vive; fui morto, mas eis aqui
estou vivo para todo sempre. Amém! E tenho as chaves da morte e do
inferno” (cf APOCALÍPSE 1.17b -18).

E Jesus disse para a sua Igreja, que nada poderá impedir o seu
crescimento e expansão: Agora: “[…] ide por todo o mundo, e pregai o
Evangelho a toda criatura” (cf MARCOS 16:15), Portanto: “É-me dado todo o
poder no céu e na terra” (cf MATEUS 28.18b).

A Igreja não precisa lutar pela vitória, porém, Cristo já venceu na cruz,
resta a Igreja gozar sua vitória marchando e desfilando pelas ruas das
cidades, pelos quatro cantos do mundo anunciando a Glória do nosso Rei,
aquele que reina e reinará para todo sempre. Amém.

Satanás sabe perfeitamente que não tem condições para destruir a


Igreja (cf Mateus 16.18), então ele tenta de todas as formas para impedir que
ela cresça e cresça saudavelmente. Mas como não depende de nós, mas de
Cristo, nada pode impedir que ela supere as barreiras do seu crescimento,
pelo seu incomparável poder. Portanto, um dos meios que ele usa hoje como
seu último recurso para fazer funcionar seus infelizes e frustrados planos, é a
“DISTRAÇÃO”.

Ele distraiu este mundo para que eles fiquem apegados às suas ofertas
(cf Mateus 24.37-38; Lucas 17.26-30), ele “[…] cegou os entendimentos dos

24
incrédulos, para que não lhes resplandeça a luz do Evangelho da glória de
Cristo, que é a imagem de Deus (cf II CORÍNTIOS 4.4) e quer fazer o mesmo
com a Igreja. Que na verdade, ele está fazendo com que a Igreja seja
distraída.

É lamentável, que uma boa maioria das Igrejas, uma boa maioria dos
irmãos caiu nessas distrações do mundo. Hoje as pessoas estão valorizando
mais os pertences deste mundo, as pessoas estão amando mais esta vida.
Estão investindo os seus recursos, investindo a vida inteira ajuntando para
este mundo, pelo que tornaram ricos para com este mundo e pobres para
com o reino do Céu.

Satanás nunca vai parar de trazer novidades para este mundo. Ele
nunca vai parar de satisfazer os malditos desejos dos corações das pessoas,
tudo que os seus corações desejar, ele o daria (cf Mateus 4.8). A Igreja
precisa estar atenta contra os planos do inimigo. A distração é a sua arma e
última arma contra a Igreja nestes últimos dias.

Se a Igreja quer superar as tentações do diabo, ela precisa valorizar


tudo que Deus lhe provê e ser grata por tudo que ele é e faz em favor do seu
povo. A desvalorização das coisas espirituais e a ingratidão contra a bondade
provedora de Deus, é o caminho fácil para se ceder as distrações. Vencemos
as distrações quando damos valor as coisas espirituais e sermos gratos a
Deus por tudo que faz e fará em nosso favor (cf I Tessalonicenses 5.18).

25
I- DISTRAÇÃO ATRAVÉS DE CONFLITOS INTERNOS

1. Nas Famílias.

Na Igreja existe enormes problemas ligados às famílias. O diabo tem


transformado as famílias e lares em seu verdadeiro campo de batalha contra
a Igreja, contra Deus o autor da família e contra Cristo a cabeça das famílias.
Todos os dias Satanás ataca famílias de todas as frentes para assim distrair a
própria Igreja de Cristo antes que possa seguir para o destino de sua Missão.

A família está sofrendo constantemente fortes ataques do maior


inimigo de Deus nestes finais dos tempos. Crianças pequenas morrem, outras
sofrem estupros violentos, algumas são influenciadas pela prostituição,
fornicação, a cada dia os pais sofrem com os comportamentos dos seus filhos
sem o que fazer para evitá-los.

Os governos mundiais estão aprovando leis que proíbem os pais


punirem seus filhos para livrar suas almas da destruição tanto pela
sociedade quanto pela segunda morte (cf Provérbios 22.15; 23.14; 29.15).

É comum ver que “ […] hoje em dia os filhos desprezam os pais, as


filhas desprezam às mães, e as noras brigam com as sogras; e os piores
inimigos de qualquer pessoa são os próprios parentes” (cf MIQUÉIAS 7.b5-6
BLH).

Aqui a Bíblia nos apresenta um tipo de família tomada pela rebeldia


contra o próprio Criador. Uma família vencida pelas trevas. É o motivo pelo
qual as filhas estão perdendo a virgindade cedo, e engravidam sem uma
aliança de casamento segundo as instruções bíblicas. Os filhos não estão mais
obedecendo aos pais, fazem tudo da cabeça deles.

26
Os maridos não estão amando mais suas esposas, não estão sendo mais
fiéis a elas e não estão cuidando mais delas com carinho e respeito. As
esposas não estão submetendo mais aos seus maridos como manda a lei de
Deus. Então, temos uma família que está vivendo num mar da infidelidade e
desordem total. E isto pesa sobre as Igrejas.

Vemos que satanás já roubou, está roubando e estará roubando as


nossas famílias das nossas próprias mãos para serem usadas para servir as
trevas. Estamos perdendo nossos filhos e as nossas filhas diante dos nossos
próprios olhos. Hoje existe pais que todos os domingos vão a Igreja sem seus
filhos ao lado deles. Os filhos que nos são dados por Deus como herança
bendita, como diz a Bíblia:

Eis que os filhos são herança do SENHOR; e o fruto do ventre, o seu galardão.
Como flechas na mão de um homem valente, assim são os filhos da mocidade.
Bem-aventurado o homem que enche deles a sua aljava; não serão
envergonhados, mas falarão com os seus inimigos à porta. (cf SALMOS 127.3-
5)

São esses mesmos filhos que estão sendo destruídos pelo diabo através
das drogas, álcool, imoralidades e toda sorte de malícias. Hoje há muitos pais
que choram pelos seus filhos, seus corações partidos de tamanha dor e
tristeza.

Porque, quando estão preparando para os cultos, os filhos e as filhas


estão saindo para as baladas, tomar drogas, beber, prostituir, fornicar ou se
divertir com os amigos. Quando os pais vão para orar, eles não vão, quando
os pais vão para dormir os filhos estão aonde os pais não sabem.

A coisa mais chocante é que os filhos dos pastores e líderes das Igrejas
estão nesta lista. Mesmo depois de todas as lutas em conter o inimigo, ele

27
ainda invade as nossas famílias, tomando das nossas mãos debaixo das
nossas varas os nossos filhos e filhas.

Eu simplesmente posso clamar: “Deus, a ti, entrego e confio a minha


família: Eu, Teresa minha esposa. José meu primogénito, Michelline e
Yanny, minhas princesas – Família NFANDA”.

A maioria das famílias hoje são apenas instrumentos de Satanás para


distrair ou até mesmo destruir as Igrejas. E um exemplo perfeito disso: a
família de Ananias (cf Atos 5.1-10). A Igreja pode sofrer fortes derrotas no
campo da batalha por causa de uma família egoísta, como foi com o povo de
Israel por causa de ato egoísta de Acã, na batalha contra a cidade de Ai (cf
Josué 7.1-20).

E sabemos que a Igreja é um povo de Deus em uma guerra já vencida


contra exército do inimigo (cf Efésios 6.12-13), não pode haver sabotagens,
não pode haver espiões, por isso que a Igreja precisa estar vigilante tanto
para com os que entram quanto para os que estão do lado de dentro (cf Atos
20.29-30), aqueles que estão entre nós, mas que não são os nossos, mas são:
“Falsos irmãos” (cf I João 2.19).

Esta é a realidade que as Igrejas não devem ignorar por isso devem
agir com sabedoria. Satanás vai continuar lutando contra as famílias, e sua
família não é isenta desses ataques. Por isso que cada dia as Igrejas e seus
líderes precisam orar a Deus e pedir-lhe sabedoria, como fez o rei Salomão
que pediu: “Dá-me pois, agora, sabedoria e conhecimento, para que possa
sair e entrar perante este povo; porque quem poderia julgar a este teu tão
grande povo?” (cf II CRÔNICAS 1.10).

A Igreja é este povo de Deus, sem a sabedoria divina não vamos


conseguir dirigí-lo com amor e justiça e com retidão de coração.

28
E Satanás nunca vai parar de atacar as nossas famílias, porque só assim
ele consegue atacar e distrair a Igreja e colocar em causa a nossa prática de
dedicarmos na oração e no ministério da Palavra como culto a Deus. “Não
quero ser um portador de más notícias, mas aqui está um fato: o casamento
como instituição está falindo sob pesados ataques de várias forças na
sociedade.”6 E estes ataques têm um único autor: O Diabo e tem um único
alvo: Deus e a Sua Igreja.

A pergunta que nos resta fazer hoje como Igreja em Missões é: qual
deve ser a posição da Igreja diante desse senário?

No entanto, na Bíblia, a família tem a refleção ativa da glória de Deus


nela. Deus é o Autor de famílias, foi ele quem a instituiu para que nela,
podêsse manifestar seu amor e glória ao mundo.

A Igreja deve trabalhar fortemente para que através das famílias a


glória de Deus seja manifestada ao mundo. Uma família sã constitui uma
Igreja sã. Uma família sã, não é aquela que não enfrenta os seus ataques e
desafios, mas sim, aquela que apesar de ataques, a glória de Deus brilha.

Um dos trabalhos do pastor é ajudar as famílias a encontrar uma


solução duradoura para as suas crises e para que sejam felizes em Deus. E
isto se torna possível somente com oração e ensino da Palavra de Deus.

A família está presente no crescimento e na expansão da Igreja desde o


começo até agora. (cf I Timóteo 5.16; Tiago 1.27; Romanos 16.10-11; I
Coríntios 1.16; I Coríntios 16.15), por isso que as famílias precisam crescer e
sejam felizes para que a Igreja possa alcançar seu alvo.

6
Rodrigo Cardoso & Cristiane Cardoso; Casamento Blindado; Thomas Nelson Brasil - Rio de Janeiro,
2012, p. 17

29
A Igreja não cresce e não desenvolve sem famílias poderosas em Deus.
Por isso que pastores e Igrejas devem orar pelas famílias; a Igreja deve estar
presente na vida das famílias. Os pais devem lutar para que suas famílias
alcancem vitória contra o inimigo, e vitória está em Cristo. A vitória em
Cristo está na confiança que temos nele, na comunhão, na oração e na
vivência da sua Palavra. Como a Bíblia diz: “Sem fé, é impossível agradar-lhe,
porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe
e que é galardoador dos que o buscam” (cf HEBREUS 11.6).

A família sofre quando ela perde a sua comunhão com Deus. A família é
a cara de sua Igreja. A Igreja é uma estrutura familiar, por isso que somos
uma família em Cristo – Irmãos, e Filhos e filhas de Deus. De acordo com
Hernandes Dias Lopes:

“Deus escolheu-nos e destinou-nos para sermos membros de sua própria


família. A eleição da graça outorga a nós não apenas um novo nome, um novo
status legal e uma nova relação familiar, mas também uma nova imagem, a
imagem de Cristo (Rm 8.29).”7

Por isso que as Igrejas devem zelar pela unidade familiar, ela deve
ajudar as famílias para que possam crescer e cuidar delas, mas, ela precisa
fazê-lo de uma maneira adequada e justa, não permitindo que seus
problemas servem de meio da distração do Diabo.

O diabo está governando este mundo (II Coríntios 4.4) de mal para
pior, e as pessoas não estão percebendo seu curso, até a própria Igreja fora
levado às mesmas tentações.

A Igreja deve usar a sabedoria para lidar com estas situações, porque
existe alguns problemas familiares que acabam por afetar a própria Igreja:

7
Hernandes Dias Lopes, EFESIOS Igreja, a noiva gloriosa de Cristo, Editora Hagnos – SP, 2010, p.25

30
afeta a pura unidade, afeta o verdadeiro amor, e afeta seu testemunho vivo
perante o mundo.

E ela fica tempo todo tentando escapar dos seus embaraços. Por isso
que Deus não deu a liderança familiar para os pastores ou Igrejas, mas sim,
aos pais. Cada pai deve zelar em Cristo para lutar pela sobrevivência de sua
família. A responsabilidade de educar os filhos, a responsabilidade de
sustentar a família, a responsabilidade de proteger a família, é do pai da
família.

A Igreja deve ensinar isso para as famílias. A Igreja e o pastor servem


apenas de parceiros para ajudar as famílias a superarem suas crises através
da oração, ensino da palavra e atos de beneficência, mas não fazendo partes e
cúmplices nas crises delas.

Os problemas familiares as vezes pesam sobre as Igrejas quando esses


problemas foram mal gerenciados e mal resolvidos. Algumas vezes, quando o
pai da família perde a capacidade de dirigir sua família e isto pesa demais
sobre as Igrejas.

Por isso que o trabalho da Igreja é ajudar os pais das famílias a


restaurarem as forças das suas lideranças. As Igrejas devem ajudar os pais
das famílias a restaurarem as suas famílias. As Igrejas e seus pastores devem
cuidar para que não tornássem parte do problema e percam a capacidade de
contribuir para o bem delas.

Não podemos negar o fato de que existe problemas de algumas famílias


que são apenas meras armadilhas do inimigo contra a Igreja. As Igrejas têm
um papel muito importante nas famílias, mas elas nunca devem tomar o
lugar do marido, da esposa e dos filhos, e muito mais tomar o lugar de Cristo.

31
Quando as famílias estão bem com Deus que a Igreja pode ter um
crescimento saudável. Para isto oramos e ensinamos.

A onde está o Problema?

Por mais que as Igrejas devem zelar pelo bem-estar das famílias, a
família não é alvo fim delas, mas sim Deus e a sua glória. As Igrejas devem
glorificar a Deus, e devem anunciar ao mundo a chegada do seu reino: “E
dizendo: O tempo está cumprido, e o reino de Deus está próximo.
Arrependei-vos, e crede no evangelho.” (cf MARCOS 1.15).

As Igrejas devem anunciar ao mundo que “O SENHOR reina; está


vestido de majestade; o SENHOR está vestido, cingiu-se de fortaleza; o
mundo também está firmado, e não pode ser abalado. O teu trono está firme
desde então; tu és desde a eternidade.” (cf SALMOS 93.1-2).

A ordem de Deus para a sua Igreja foi: “Dizei entre as nações que o
SENHOR reina; o mundo também se firmará para que não se abale; julgará os
povos com retidão.” (cf SALMOS 93.10). E quando os incrédulos perguntam:
“Quem é este Rei da Glória? […] (cf SALMOS 24.10a), a Igreja responde:

“[…] O SENHOR dos Exércitos, ele é o Rei da Glória. (Selá.)” (cf SALMOS
24.b). Esta é a Missão da Igreja. É disso que as Igrejas devem se ocupar. A
Igreja não deve tirar sua vista da Missão que ela tem de anunciar o reino de
Deus entre as nações.

2. Na Igreja – Conflitos Interpessoais entre membros.

As Igrejas são formadas e movidas por pessoas comuns, é por meio


delas que tudo acontece neste mundo, e saber gerir esse recurso tão valioso
que Deus criou para sua glória, é sem dúvida um grande diferencial
competitivo para qualquer organização deste planeta.

32
E ao pensarmos na importância das pessoas nesse contexto, devemos
considerar que cada pessoa é totalmente diferente uma da outra, pois
possuem características próprias, diferentes opiniões, maneiras de pensar e
agir diferentes, o que torna o ambiente da Igreja como organismo e
organização extremamente complexo e propício a conflitos.

O termo conflito na maioria das vezes gera instabilidade nas Igrejas o


que consequentemente dificulta sua identificação, mediação e possível
solução. Existe diferentes tipos de conflitos dentro das Igrejas causados por
diferentes tipos de situações. Cada conflito precisa ser visto e tratado de uma
maneira específica, pois, eles não são iguais e nem são causados pelas
mesmas causas.

Vemos que logo no começo da Igreja, no sexto capítulo de Atos,


percebemos que levantaram-se certos problemas administrativos dentro da
comunidade cristã e isto tem transformado num estado de “[…] uma
murmuração dos gregos contra os hebreus, porque as suas viúvas eram
desprezadas no ministério quotidiano.” (cf ATOS 6.1b).

Temos uma boa lição de como um problema administrativo pode se


transformar em problemas interpessoais. Vemos que os irmãos começavam
a falar contra os apóstolos, contra a liderança, por acharem que havia falta de
equidade no serviço quotidiano à mesa.

E não temos nenhuma pista para acreditarmos que os apóstolos


estavam agindo segundo os pré-julgamentos de alguns membros da Igreja. O
que sabemos é que “[…]era um o coração e a alma da multidão dos que criam,
e ninguém dizia que coisa alguma do que possuía era sua própria, mas todas
as coisas lhes eram comuns.” (cf ATOS 4.32). Havia uma unidade na Igreja:

33
E os apóstolos davam, com grande poder, testemunho da ressurreição do
Senhor Jesus, e em todos eles havia abundante graça. Não havia, pois, entre
eles necessitado algum; porque todos os que possuíam herdades ou casas,
vendendo-as, traziam o valor do que fora vendido, e o depositavam aos pés dos
apóstolos. E repartia-se a cada um, segundo a necessidade que cada um tinha.
(cf ATOS 4.33-35).

“Até ali tudo tinha sido glorioso na vida da igreja […].”8 Segundo
Hernandes Dias Lopes: “[…] Satanás estava furioso e armava um
estratagema. Como não conseguiu destruir a igreja de fora para dentro, por
meio da perseguição, agora se infiltra na igreja para atacá-la de dentro para
fora […].9 E como não conseguiu destruir o trigo, semeou o joio no meio com
o objetivo de confundir. Só este poderia ser alvo de suas ações contra a Igreja
de Cristo.

Na Bíblia (Números 14.1-12) a murmuração foi uma das causas de


muitas destruições e mortes no meio do povo de Israel, logo ao deixar o
Egito, depois de uma grande celebração da Páscoa, não demorou muito
tempo para que o povo se virásse contra a fidelidade, contra o amor, contra a
graça providencial e contra a rica misericórdia de Deus. A Bíblia diz que:

[…] todos os filhos de Israel murmuraram contra Moisés e contra Aarão; e toda
a congregação lhes disse: Antes tivéssemos morrido na terra do Egito! Ou,
antes tivéssemos morrido neste deserto! E por que o SENHOR nos traz a esta
terra, para cairmos à espada, e para que nossas mulheres e nossas crianças
sejam uma presa? Não nos seria melhor voltarmos ao Egito? E diziam um ao
outro: Constituamos um capitão, e voltemos ao Egito. (cf NÚMEROS 14.1-4).

A Resposta dos líderes fora muitíssimo impressionante. Moisés, Arão e


ajudante de Moisés, o Josué, aquele que depois liderou o povo na conquista

8
LOPES Dias Hernandes, ATOS A ação do Espírito Santo na vida da igreja, Editora Hagnos, 2012, p.111
9
LOPES Dias Hernandes, ATOS A ação do Espírito Santo na vida da igreja, Editora Hagnos, 2012, p.111

34
da terra prometida, deram uma resposta positiva à crise e de uma maneira
muito fantástica: Veja o que a Bíblia diz sobre eles:

Então Moisés e Aarão caíram sobre os seus rostos perante toda a assembleia
da congregação dos filhos de Israel. E Josué, filho de Num, e Calebe, filho de
Jefoné, dos que espiaram a terra, rasgaram as suas vestes. E falaram a toda a
congregação dos filhos de Israel, dizendo: A terra pela qual passamos para
espiar é terra muito boa. Se o SENHOR se agradar de nós, então nos porá nessa
terra, e no-la dará; terra que mana leite e mel. Tão somente não sejais rebeldes
contra o SENHOR, e não temais o povo dessa terra, porquanto são eles nosso
pão; retirou-se deles o seu amparo, e o SENHOR é conosco; não os temais. (cf
NÚMEROS 14.5-9).

Alguns acontecimentos são naturalmente repetitivos na história da


humanidade, e vemos que Satanás logo depois de um grande avivamento no
dia Pentecostes (Atos 2), não demorou tanto para que alguns dentre irmãos
esquecêssem e começássem a murmurar falando mal dos que estavam
servindo à mesa com amor e dedicação para o bem-estar de todos, vemos
que tais pessoas caíram praticando o mesmo pecado que destruiu seus pais
no deserto, ignorando as consequências.

Paulo advertiu a Igreja em Coríntios a abster-se da prática, dizendo: “E


não murmureis, como também alguns deles murmuraram, e pereceram pelo
destruidor. Ora, todas essas coisas lhes sobrevieram como exemplos, e estão
escritas para aviso nosso, para quem já são chegados os fins dos séculos.” (cf
CORÍNTIOS 10.10-11).

Mas parece que o coração humano nunca aprende, mesmo com mil
açoites, por causa de sua dureza e malignidade. A própria Bíblia diz que:
“Mais profundamente entra a repreensão no prudente do que cem açoites no
tolo” (cf PROVÉRBIOS 17.10). É tolice não levar em conta as advertências de
Deus.

35
O plano do inimigo é semear o joio no meio do trigo. Satanás semeou a
semente maligna no meio da Igreja como fez com o povo do Êxodo e como
fez com nossos pais no Jardim do Edém (cf Géneses 3), com o objetivo de
destruir a sua unidade e impedir que ela cresça e cumpra a Missão pela qual
fora chamada para cumprir.

E temos visto estas sementes brotando no meio da maioria das Igrejas


ao redor do mundo. Semente de ódio, semente de vingança, semente das
insatisfações, semente de tristeza, semente de ganância, semente de orgulho,
semente da inveja, semente da prostituição, semente do adultério, semente
da fornicação, semente de brigas, e semente da idolatria. Nalgumas Igrejas os
frutos já apareceram, em algumas, ainda estão por parecer.

O trabalho ou a estratégia do inimigo é semear no meio da Igreja a


semente da confusão, insatisfação para com a rica bondade de Deus, porque:
“A murmuração provoca a ira de Deus.”10 A murmuração contra Deus e
contra a liderança “Ela é uma negação da bondade, da providência, do
cuidado e do amor de Deus.”11

O povo de Israel foi reprovado e uma boa maioria pereceu no deserto


por causa desses pecados. Porque Deus promete que: “Os impios serão
lançados no inferno e todas as nações que se esqueceram de Deus” (cf
SALMOS 9.17).

Satanás pretendia minar a fé dos irmãos e colocar em causa o avanço


da pregação do Evangelho e imobilizar o crescimento e sucesso da Igreja. Ele
objectivava minar não só a fé, ele também queria minar a unidade do Espírito
que se havia na Igreja.

10
LOPES Dias Hernandes, ATOS A ação do Espírito Santo na vida da igreja, Editora Hagnos, 2012, p.193
11
ibidem

36
Sem a unidade da Igreja, a obra Missionária estaria em causa (cf João
17.1-22). Segundo a afirmação de Hernandes Dias Lopes “[…] o diabo tentou
impedir o avanço da igreja através de intimidação, infiltração e distração. A
igreja, porém, encheu Jerusalém da doutrina de Cristo.”12 Amém.

A Igreja não cresce, não avança, quando ela se apega aos problemas
interpessoais, e esses problemas vão afetando a unidade da Igreja e o amor
de Deus, nesta condição a Igreja vai perdendo aos poucos a sua chama
Missionária. A obra missionária está no amor que a Igreja tem para com Deus
e na unidade que irmãos têm uns com outros em Cristo. Quando o amamos,
que cumprimos as suas ordens.

Vivenciamos uma época em que o crescimento da Igreja tem sofrido e


seu avanço tem sido lento demais, por causa de frequentes problemas
interpessoais entre irmãos, que acabaram por se transformarem em
problemas institucionais dentro da própria Igreja. Muitas Igrejas estão
passando pelos momentos difíceis por causa de problemas interpessoais
internos: membro com membro, pastor com pastor.

Meu pai costuma dizer que, “o problema é uma doença”. Eu acredito


nesta verdade. Uma Igreja cheia de desentendimentos sem soluções, é uma
Igreja doente e carnal.

Como é que os apóstolos resolveram a crise?

Quero trazer um modelo apostólico de como eles conseguiram chegar a


uma solução sem causar negativamente a unidade e o crescimento da Igreja.

1) Problema - MURMURAÇÃO

12
LOPES Dias Hernandes, ATOS A ação do Espírito Santo na vida da igreja, Editora Hagnos, 2012, p.19

37
A murmuração era um problema na Igreja em Jerusalém, porque
alguns irmãos começaram a murmurar contra os que estavam servindo à
mesa, que são na verdade os próprios apóstolos, invés de buscar uma
conversa franca.

A murmuração significa “falar mal ou reclamar pelas costas de alguém.


Ou falar mal ou reclamar em voz baixa”. A Igreja não vai crescer e avançar
com o espírito da murmuração, a murmuração traz sempre fracásso, morte e
destruição.

A murmuração nem sempre vem como resultado da injustiça, mas, em


vários casos, vem pela insatisfação gerada no coração do homem como
consequência da malignidade do seu coração e se disponha a revoltar-se
contra Deus sem autodomínio.

Podemos perguntar: O que é que estava do errado com a liderança de


Deus que causou a rebeldia de Lúcifer? O que estava do errado com a
liderança de Deus, que deixava Eva insatisfeita ao ponto de ceder ao engano
da serpente?

O que estava do errado com a liderança de Deus que levou Adão a


quebrar arbitrariamente a ordem de Deus? O que é que estava do errado na
liderança de Jesus que causou a traição de Judas? O que estava na liderança
de Jesus que causou a negação dos judeus de que Jesus não era o Messias de
Israel?

Hoje, acostumamos a associar a murmuração e a rebeldia como


resultados das injustiças contra o povo. Que na verdade é a revelação clara
da malignidade do coração enganoso do homem não importa sua posição ou
estado.

38
Sem negar que alguns líderes corruptos e autocráticos, são os que
vivem oprimindo o povo, e qualquer exigência do povo, o ato é classificado
logo como rebeldia. E acusam dizendo: Vocês estão se tornando rebeldes.
Porque não querem aceitar a verdade do povo, como foi com Roboão filho de
rei Salomão (I Reis 12.1-19).

Roboão é um tipo do líder que nunca deu ouvidos à verdade dita pelo
povo, o povo não era o seu interesse ou prioridade, como era com o seu pai, o
rei Salomão que a Bíblia diz que: […] SALOMÃO, filho de Davi, fortaleceu-se
no seu reino; e o SENHOR seu Deus era com ele, e o magnificou
grandemente.” (cf II CRÓNICAS 1.1) porque colocava o seu povo como sua
prioridade.

Mas os líderes egoístas, fazem do povo o jogo de xadrez para


satisfazerem suas ambições egoístas e malignas. Muitas Igrejas estão vivendo
sob umas crises internas muito forte, por causa dos problemas interpessoais
que alguns dos seus líderes causaram e estão aproveitando-se bem delas
para alcançarem suas ambições pessoais, ato que dizemos: “dividir para
viver”.

A Igreja sofre quando é liderada por um líder ganancioso, por um líder


que tem outras intenções por detrás de suas ações. A Bíblia recomenda aos
líderes para que não liderássem o rebanho de Cristo pela ganância (cf I
PEDRO 5.1-4).

Nós como Igreja de Cristo, devemos tomar muito cuidado para não
sermos tomados pelas distrações do inimigo. Lucas registra a situação
dizendo: “ORA, naqueles dias, crescendo o número dos discípulos, houve
uma murmuração dos gregos contra os hebreus, porque as suas viúvas eram
desprezadas no ministério quotidiano”. (cf ATOS 6.1), algo que estava
distraindo os apóstolos e a Igreja como um todo.
39
Os problemas interpessoais nas Igrejas, é algo que todos nós lutamos
para que nunca acontecêssem, mas de uma maneira ou outra, eles aparecem
bem na nossa frente. Podemos concluir que não podemos evitar que eles
aparecêssem apenas por sermos naturalmente pecadores.

Somos pecadores por natureza, pela natureza praticamos até coisas


que não gostamos de praticar. O pecado nos coloca no estado de revolta
contra o nosso Criador. Temos uma natureza má, mesmo sendo salvos ela
continua a lutar contra o Espírito para nos controlar. A malignidade da
natureza do homem, é real e inevitável.

Agora fica uma pergunta: O fazemos com eles?

A resposta fica com cada um de nós. Algumas Igrejas conseguem


vencer e manter a sã unidade como a Igreja em Jerusalém (cf Atos 61-8), por
isso crescem e estão crescendo ainda; algumas nem se importaram em
buscar uma solução para a crise, como a Igreja de Coríntios (cf I CORÍNTIOS
5.2-13), por isso vivem sempre sob pena da confusão, insucesso vem como
resultado.

Outras acharam que mesmo com problemas não resolvidos, elas estão
bem, que na verdade elas estão num estado estagnado e por causa da
estagnação acabaram por se conformarem e se acostumaram com o clima.
Tais Igrejas não têm como crescer e desenvolver.

Vão tentar criar muitas coisas, mas nunca haverá progresso. Porque as
guerras internas, são perigosas, são destruidoras, e são malignas. As guerras
internas, é prova de que a Igreja está em crise espiritual (cf Coríntios 3.1-3).

O problema precisa ser tratado com franqueza e justiça, temos que


espremer toda a maldade até que tudo seja tirado, só assim virá a cura, e só

40
assim virão os dias melhores. Só assim virá o crescimento e só assim virá o
sucesso.

Evitar o problema não é a solução para qualquer crise, mas sim,


enfrentá-lo e tratá-lo para que proceda cura. Evitar o problema significa
guardar a crise para o futuro e permitir que ela cresça e se desenvolva para a
sua própria destruição.

Solução – Escolha dos Diáconos

Temos a reação sábia dos apóstolos à situação: A Bíblia diz que: “[…] os
doze, convocando a multidão dos discípulos, disseram: Não é razoável que
nós deixemos a palavra de Deus e sirvamos às mesas”. (cf ATOS 6.2).

A eleição dos diáconos pela Igreja foi uma sábia solução que os
apóstolos encontraram para a crise: “Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete
homens de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria, aos quais
constituamos sobre essa importante tarefa.

Porém nós perseveraremos na oração e no ministério da palavra”.


(ATOS 6.3-4). Uma das razões pelas quais muitos problemas nas Igrejas
parecem não ter solução, é quando a liderança é o próprio cúmplice na crise.

RESULTADO – Crescimento.

Cada crise superada é uma chance de crescer e progredir. Cada


problema resolvido traz alívio e paz entre irmãos. Não pode existir
problemas sem soluções entre irmãos. Esses problemas quando agravarem,
eles formam um muro muito forte que depois exige um trabalho muito
gigantesco para derrubar.

Por isso, não podemos permitir que os pequenos erros crescem, não
podemos permitir que os pequenos problemas crescem, não podemos

41
permitir as pequenas crises aumentem do volume. Eles precisam ser
eliminados a partir de suas sementes. Matar a semente, significa matar e
eliminar a sua espécie.

Por isso que algumas Igrejas resolveram viver mesmo assim com os
murros no meio de cada um dos seus membros. As Igrejas neste estado
podem ser consideradas enfermas e que necessitam de uma cura interior.

Por isso que elas não crescem, elas não avançam na obra, elas ficam
girando no mesmo lugar tempo todo. Porque não conseguiram encontrar ou
até mesmo estão tentando resolver a crise e ao mesmo tempo manter seus
orgulhos em pé.

Vemos que depois que os doze apóstolos resolveram a crise, o


resultado foi: “E crescia a palavra de Deus, e em Jerusalém se multiplicava
muito o número dos discípulos, e grande multidão dos sacerdotes obedecia à
fé”. (ATOS 6.7).

Depois de vencerem as distrações, cresceu a Palavra e também a Igreja


cresceu em número porque Deus promete operar seu poder e autoridade, e
manter sua presença no meio do seu povo unido. “Porém tu és Santo, tu que
habitas entre os louvores de Israel.” (cf SALMOS 22.3).

Deus não habita no meio da confusão, por isso que muitas Igrejas estão
fracas e estão definhando. Devemos ultrapassar os problemas interpessoais
para que as Igrejas cresçam saudavelmente. Uma Igreja cheia de problemas
internos sem soluções, ela nunca vai vencer as suas batalhas contra o
exército do inimigo.

Os problemas são instrumentos de Satanás com um único objetivo:


Distrair a Igreja de sua Missão e impedir que ela cresça. O próprio Jesus
afirmou que: “Todo reino dividido contra si mesmo será assolado; e a casa

42
dividida contra si mesma cairá”. (cf LUCAS 11.7). A Igreja não avança quando
ela se apega nas distrações do inimigo.

Paulo adverte a “Evódia e Síntique, peço, por favor, que procurem viver
bem uma com outra, como irmãs na fé” (cf FILIPENSES 4.2). Aqui temos um
exemplo de um problema interpessoal na Igreja de Filipos, essas duas
mulheres mencionadas pelos nomes, eram crentes de destaque na Igreja,
mas estavam sendo consumidas por um problema crónico e
consequentemente a Igreja sofria com isso.

Paulo tentou usar sua influência para encontrar uma solução para a
crise e reconciliar essas mulheres. Ele as faz lembrar que existe algo mais
importante entre elas, é o que está sendo colocado em causa: “irmãs na fé”.
Esta é a causa comum entre elas e de toda a Igreja.

A Bíblia não nos fala nada se a Igreja tentou de alguma forma resolver a
crise, e não sabemos a conclusão que obteve a advertência do Paulo. Mas a
verdade é que aquilo não trazia nenhum sucesso para a Igreja.

Temos a Igreja de Coríntio, um exemplo de uma Igreja problemática,


vemos que por isso muitas vitórias foram adiadas. Paulo teve que escrever as
suas quatro cartas das quais temos as duas delas na nossa Bíblia com o
objetivo de chegar a uma solução duradoura para crises internas da Igreja.

Nós hoje como Igreja, é importante que entendamos que, há problemas


por todo canto, e não existe nenhuma Igreja que está sem eles. Mas as que
venceram e obteram sucessos, foram aquelas que sentaram e conversaram
sobre a crise através de uma conversa sincera e franca, e juntos buscaram
uma solução sólida.

A solução para os problemas, não pode ser trabalho de uma única


pessoa, mas de todos. Tem que haver o interesse mútuo e desarmação de

43
todos, porque a crise não se resolve enquanto todos estão armados para se
autodefender. Temos que chegar com os nossos corações quebrados pelo
Espírito Santo de Deus. E cada um seja sincero com Deus, e consigo mesmo e
com os seus irmãos.

Conselho Bíblico:

E vos renoveis no espírito da vossa mente; E vos vistais do anovo homem, que
segundo Deus é criado em verdadeira justiça e santidade. Pelo que deixai a
mentira, e falai a verdade cada um com o seu próximo, porque somos membros
uns dos outros. Irai-vos, e não pequeis; não se ponha o sol sobre a vossa ira.
Não deis lugar ao Diabo. Aquele que furtava, não furte mais; antes, trabalhe,
fazendo com suas mãos o que é bom, para que tenha o que repartir com o que
tiver necessidade. Não saia da vossa boca nenhuma apalavra torpe, mas só a
que for boa para utilidade da edificação, para que dê graça aos que a ouvem. E
não entristeçais o Espírito Santo de Deus, no qual estais selados para o dia da
redenção. Toda a amargura, e ira, e cólera, e gritaria, e blasfémias e toda a
malícia sejam tiradas de entre vós. Antes, sede uns para com os outros
benignos, misericordiosos,

3. Na Liderança – Conflitos Entre Líderes.

A liderança é a chave para o crescimento de qualquer organização. É a


chave para o crescimento da Igreja. Vemos pela Bíblica que Deus trabalhou
através dos séculos com as lideranças em todas as épocas com seu povo. Ele
chamou homens para a liderança, porque a liderança é o ponto-chave para o
cumprimento de seus propósitos neste mundo.

Mesmo ele sendo Onisciente, Onipotente e Onipresente, ele escolheu


homens cheios de defeitos para liderar os outros. Deus compartilha sua
liderança, compartilha sua autoridade com os homens falhos. A concentração
de poderes é a causa da maioria dos conflitos e insucessos hoje no mundo (cf
Êxodo 18.13-26).

44
Uma vez uma mulher ao ouvir Jesus falando sobre sua morte e como
seria tratado pelas autoridades, e que ressuscitaria ao terceiro dia, essa
mulher estava lá no meio do grupo, e bem “[…] se aproximou dele a mãe dos
filhos de Zebedeu, com seus filhos, adorando-o, e pedindo-lhe alguma coisa. E
ele disse-lhe: Que queres? Disse-lhe ela: Dize que estes meus dois filhos se
assentem, um à tua direita e outro à tua esquerda, no teu reino.” (cf MATEUS
19.20-21).

Ela queira um lugar de destaque para os seus dois filhos. Ela podia
pensar assim: “Se eles ocupássem um lugar de destaque no reino, então
todos serão seus servos e eles serão senhores de todos”. Mas Jesus
conhecendo seu coração, lhe deu uma triste notícia, dizendo:

[…] Bem sabeis que os príncipes dos gentios os dominam, e que os grandes
exercem autoridade sobre eles. Não será assim entre vós; mas todo aquele que
quiser entre vós fazer-se grande seja vosso servo; E qualquer que entre vós
quiser ser o primeiro seja vosso a servo; (cf MATEUS 19.25-27).

A verdadeira liderança é servir os outros. Hoje falamos sobre líderes


mundiais, invés de chefes mundiais. Eles não são líderes, porque eles não
servem as pessoas, mas sim, eles são chefes, porque mandam sobre elas e são
servidos por elas. A liderança é a capacidade nos dada por Deus para servir
os outros com a boa disposição, voluntariedade, amor e humildade.

Se temos um mundo cheio de terror, como podemos chama-los de


líderes? É impossível, porém, a liderança exprime o amor e não medo. O
próprio Jesus afirmou dizendo:

Não será assim entre vós; mas todo aquele que quiser entre vós fazer-se
grande seja vosso servo; E qualquer que entre vós quiser ser o primeiro seja
vosso a servo; Assim como o Filho do Homem não veio para ser servido, mas

45
para servir, e para dar a sua vida em resgate por muitos. (cf MATEUS 20.26-
28).

Jesus não é um líder egoísta, ele é um Senhor que veio servir as pessoas
com amor. Vemos que os que foram considerados como bons líderes na
Bíblia: Moisés, Josué, Samuel, Davi, Salomão, Josias, Neemias, Paulo, etc, são
aqueles que apenas temeram e amaram a Deus e serviram com dedicação o
seu povo. Eles não eram semi-deuses, eram homens cheios de falhas, mas
andaram no temor de Deus com retidão de coração.

É claro que a Igreja está tendo pouco avanço na obra missionária hoje
devido os conflitos internos entre líderes das Igrejas, e as crises crescem a
cada dia e a Igreja perca a capacidade de solucioná-las.

A Igreja fica estagnada e não cresce com boa saúde. Ela não cresce
quando ela fica distraída com problemas internos da liderança. Satanás vai
tentar enxertar algumas questões ligadas a liderança para que a Igreja fique
distraída da sua principal Missão.

A maior luta do Diabo não é impedir que as Igrejas realizem os seus


cultos, mas sim, é impedir que elas cresçam, expandam e fazem a vontade de
Deus pelo mundo. O Diabo tem medo do crescimento e expansão da Igreja, e
é contra isso que ele luta. O diabo trabalha tempo todo para impedir o
crescimento da Igreja por meio da oração e pregação bíblica da Palavra.

E ele sabe que o crescimento da Igreja é possível apenas com a


pregação da Palavra viva de Deus e com oração. Ele sabe que o crescimento
da Igreja só é possível apenas com a pura união e o verdadeiro amor. Por isso
que ele levantou muitos falsos profetas pregando falso evangelho, o
evangelho de outra natureza, que não é o Evangelho do nosso Senhor.

46
Então ele vai lutar contra a pregação, ele vai meter confusão na
pregação, ele vai lutar contra a unidade da Igreja, ele vai lutar contra o amor
entre os irmãos. Ele opera tudo isso, através dos falsos pastores, falsos
cristãos, falsos profetas e falsos espíritos.

Uma Igreja distraída pelos problemas na liderança:

1) Não investe tempo de qualidade na oração;


2) Não investe tempo suficiente no ministério da Palavra;
3) Não investe tempo para anunciar o Evangelho;
4) Não investe tempo para fazer discípulos;
5) Não investe tempo para fazer Missões;

Uma Igreja com problemas internos da liderança, ela nunca vai


irromper com as forças inimigas.

Muitos líderes ficam atrás de um problema por anos e a Igreja perca a


visão do crescimento, perca a visão do reino, perca a visão missionária e
finalmente perca a visão da glória de Deus. Igrejas paradas sem caminho
para seguirem.

Um líder deve ser capaz de conduzir as pessoas por meio de sua


influência e saber lidar com suas diferenças, estreitando relacionamento com
os membros da Igreja sem parcialidade. O líder deve servir de bom exemplo
e modelo para os seus liderados.

Aqui em Guiné-Bissau, o grande avivamento da Igreja foi causado pelos


problemas internos acumulados entre pastores, e entre missionários tanto
nacionais quanto estrangeiros. Abrigam: Ódio, aversão, problemas que nós
mesmo criamos e somos incapazes de solucioná-los.

47
Estamos vivendo em contramão com aquilo que dizemos que
conhecemos e pregamos. Mas parece que tudo está bem, porque não temos a
coragem de colocar dedo nesses problemas e isto tem causado o crescimento
sólido e o avivamento bíblico da Igreja neste país.

Quando você olha para a Igreja guineense dá a impressão de que tudo


está bem, nada está acontecendo do errado: tem uma aparência de uma
Igreja unida; os irmãos amam uns aos outros, que há paz entre irmãos.
Porque parece que estamos acostumados e conformados com eles.

Por isso que ninguém mais fala de perdão, ninguém mais fala de
reconciliar. Mas a realidade é que os problemas estão roendo os nossos
corações por dentro.

Hoje a Igreja guineense ganhou fama de uma Igreja completamente


distraída. A Igreja não está crescendo saudavelmente, porque fomos pegos e
temos tido feitos reféns pelo inimigo, parece que ficamos cegos para ver a
nossa realidade, porque estamos tranquilos e satisfeitos, cada um
arquitetando sua melhor forma de hipocrisia.

Temos uma liderança cheia de hipocrisia, por isso que a Igreja ainda
está longe de sua esperança de ser uma Igreja avivada. O avivamento vai
acontecer neste país quando nós como líderes acabamos com as nossas
guerrinhas e passamos a se dedicar à oração e no ministério da Palavra como
as causas fundamentais da nossa existência Igreja de Deus aqui na terra.

Na oração conhecida como a oração de Pai Nosso, Jesus não disse que
aquele, que assassinou, ou suicidou, ou mentiu, ou adulterou ou cometeu
qualquer um desses pecados que não será perdoado. Mas Jesus disse que
aquele que não perdoar aquele que o ofendeu também o Pai não lhe
perdoará suas ofensas (cf Mateus 6.14-15).

48
Alguns pastores acham que estão bem com Deus, porque não
adulteram, não roubam, envolvem na obra com fervor, plantam Igrejas,
evangelizam, fazem discípulos, mas não conseguem perdoar aqueles que os
ofenderam.

Eles abrigam ofensas e ódio e amargura contra aqueles que os


ofenderam, e muitas das vezes não conseguem perdoá-los de verdade, mas
acham que estão em boa comunhão com Deus, porque fazem orações e
meditam na Palavra. O perdão de Deus é para aqueles que perdoaram seus
devedores (cf Mateus 6.15; Mateus 18.23-35).

Acredito que este pecado é a maior barreira que nos impede de crescer
e ter uma comunhão plena com Deus. A Igreja não cresce com uma liderança
surda e cega cheia de ódio e tomada pelo veneno do orgulho. A Igreja não
cresce com ódio, mas o crescimento da Igreja é possível apenas quando todos
nós unirmos para uma causa – Pregar o Evangelho.

Nós como líderes o nosso papel é orar uns pelos outros, e não falar mal
de uns aos outros. Falar mal de um pastor não vai ajudar em nada, falar mal
de um pastor não o faz levantar. Nós pisamos sobre aqueles que precisam de
nossa ajuda para levantar e seguir em frente.

É triste ver que os pastores e missionários neste país estão perdendo


muito tempo falando mal de uns dos outros que não lhes sobram tempo de
qualidade para orar e estudar a Palavra. E quando chegam no domingo eles
fazem uma breve leitura para pregar sem um tempo de estudo com
qualidade. É lamentável, mas é uma realidade.

4. Ofensas e Escândalos

49
As ofensas e escândalos podem causar a forte distração para a Igreja. É
um dos meios para frustrar completamente a Igreja. Escandalizar significa
colocar pedra de tropeço no caminho de outro. Provocar os outros ao erro.

Jesus alertou a Igreja de que: “É impossível que não venham


escândalos […]” (cf LUCAS 17.1). Vai ser uma realidade que a Igreja tem que
enfrentar, mas ela precisa agir com sabedoria para não ser atada pelo
inimigo.

Portanto, orareis assim: [...] E perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós
perdoamos os nossos devedores; [...] Porque, se perdoardes aos homens as
suas ofensas, também o vosso Pai não vos perdoará a vós. Se, porém, não
perdoardes, aos homens as suas ofensas, também o vosso Pai não perdoará as
vossas ofensas. (cf MATEUS 6.9-15).

Seremos perdoados como nós perdoamos os nossos devedores. Este é


o princípio. O diabo é bom em construir e aparelhar armadilhas contra a
Igreja. Ele faz uma armadilha e coloca uma isca para atrair as pessoas para
ela. E muitas Igrejas têm sido pegas, e seus membros caíram nessas
armadilhas do diabo. É pena dizer isso, e é vergonhoso até pra escrever isto
num livro.

Os pescadores sabem bem do que estou falando. O pescador, ele usa


um anzol e cobre esse anzol com uma ísca para que a parte perigosa da
armadilha ficásse coberta. Quando o peixe olha para a ísca ele não vai
perceber o que está por detrás da ísca.

E quando o peixe engolir a ísca, ele não engole apenas a ísca ele
também engole o anzol. É assim que os peixes são pegos. O diabo é um
grande fazedor de armadilhas. As ofensas e escândalos, e razão, são íscas de
Satanás para pegar as Igrejas na distração. Satanás, ele usa as duas
armadilhas para pegar tanto o ofensor quanto o ofendido.

50
I. OFENSOR - Ofensa e Escândalo = Ego. O ofensor acha que tem o direito de
ofender os outros. É claro que não temos o direito de ofender os nossos
irmãos, não temos o direito de escandalizar os nossos irmãos.

O verdadeiro filho de Deus não vive ofendendo e causando escândalos


contra seus irmãos. Essa pessoa só pode ser filho de Satanás para
escandalizar os outros como um princípio.

E quando o filho de Deus, o crente, ofende seu irmão ele pede perdão e a
questão é resolvida, mas quando perde a capacidade de reconhecer os
seus erros Jesus manda que seja tratado como ímpio. “E se não os escutar,
dize-o à igreja; e se também não escutar a igreja, considera-o como um
gentio e publicano” (cf MATEUS 18.17).

Pois, ele não possui caráter de um crente regenerado pelo sangue do


Cordeiro. Crente deve pedir perdão para que seja perdoado, e aquele que
foi ofendido deve aceitar o perdão, e tudo deve ser com sinceridade do
espírito.

II. OFENDIDO – Razão como reação = Ego. Para o ofendido, ele usa a
razão para capturá-lo. Ele pega o ofendido com a razão, porque quando uma
pessoa acha que tem razão, liberar o perdão fica difícil. A razão, parece que é
algo que todos nós lutamos para ter quando estamos diante da justiça.

É importante saber que muitas pessoas foram destruídas fatalmente


pelo inimigo pela razão que elas têm. Algumas pessoas não conseguem
perdoar porque têm razão. Ter razão é muito bom, é algo que todos nós

51
devemos buscar ter, mas usar-se dela para não perdoar ou vingar os nossos
ofensores, é ali que a razão se torna destrutível. Segundo John Bevere:
Independentemente da situação, podemos dividir os ofendidos em duas,
grandes categorias: a) aqueles que foram injustiçados ou b) aqueles que
acreditam que foram injustiçados. As pessoas da segunda categoria acreditam
de todo o coração que foram traídas. Geralmente, a conclusão a que chegam
provém de informações incorretas; ou a informação está correta, mas a
conclusão está distorcida.13
As pessoas com mais dificuldades de se reconciliar são da segunda
categoria, ou aquelas que acharam que foram ofendidas, aqueles que acham
que têm razão por uma informação mal explicada ou mesmo por uma
conclusão mal elaborada. Elas são as que a ofensa mais destrói, com muita
facilidade são pegas pela armadilha.
Temos problemas internos sem soluções entre irmãos, entre pastores,
porque achamos que temos razão, e por termos razão portanto temos o
direito de vingar e não liberar perdão de verdade. Isto nos coloca num estado
muito perigoso.
Vemos que nossas Igrejas estão sendo destruídas e muitas vidas estão
definhando, e estão passando por momentos difíceis por causa dessa
armadilha. Muitos irmãos abrigaram raiva, ódio, muitas das vezes por causa
do ego e orgulho, eles engoliram o anzol.

Conheço pessoas que por terem razão ou por acharem que têm a razão,
nunca mais aceitaram perdoar aqueles que as ofenderam, a vingança ficou
como a preferência. Não esqueça de que a ísca, ela é atraente como a razão,
ela é desejosa para comer, mas, por dentro dela, há um anzol bem perigoso
para te destruir. Se você engolir a ísca da razão, você não vai escapar por
causa do anzol que está do lado de dentro dela.
13
BEVERE John, A ISCA DE SATANÁS S ai b a c o m o En f r e n tar e V e nc er o I ni mi g o, Editora Atos,
2002, p.13.

52
Pessoas pegas pelo anzol do Diabo, elas sofrem danos em seus
corações por abrigarem ódio e ira contra seus irmãos. A Bíblia nos aconselha
a não usarmos da razão para vingarmos daqueles que nos ofenderam, mas,
sim, fazer o bem a eles, só assim teremos vitória contra Satanás. A única
maneira de escaparmos da armadilha do inimigo, é liberar o perdão para
aqueles que nos ofenderam e amá-los incondicionalmente.

A única arma para vencer e destruir o mal é o bem. Só com o bem


podemos vencer o mal (cf Romanos 12.19). Quando fomos ofendidos Satanás
tenta-nos atrair para a sua armadilha através da razão, e quando agimos
despercebidamente seremos pegos. Ele tenta nos atrair para a armadilha – o
Anzol através da razão.

É importante que entendamos que, a razão não pode ser usufruída


como pretexto para vingar dos nossos ofensores, pois, a razão não nos dá
esse direito, por isso devemos deixar a ira, Tiago servo do Senhor adverte os
cristãos espalhados por todos os cantos, dizendo: “Portanto, meus amados
irmãos, todo homem seja pronto para ouvir, tardio para afalar, tardio para se
irar. Porque a ira do homem não opera a justiça de Deus.” (cf TIAGO 1.19-
20).

Todos aqueles que querem usar da razão para vingar seus ofensores,
eles são fatalmente destruídos pelo inimigo. A Bíblia nos ensina a ter
domínio próprio, para não sermos dominados e guiados pela carne.

A vingança ou guerras estão na lista das práticas da carne (cf Gálatas


5.20), “[…]coisas semelhantes a essas, acerca das quais vos declaro, como já
dantes vos disse, que os que cometem tais coisas não herdarão o reino de
Deus.” (cf GÁLATAS 5.21).

53
Porque quando alguém nos ofende logo vem o sentimento de vingança
e esse sentimento não vem do Espírito, mas sim da carne, se tentamos vingar
é ali que engolimos a ísca e o anzol do inimigo e ele nos pega preso. Mesmo
injustiçados, o anzol pode estar aberto para nós.

Não use razões para reagir às situações porque pode ser perigoso para
você, mas seja humilde e deixa que Deus julgue o caso. Deus é fiel e justo, sua
justiça virá como a luz da manhã para você.

A Bíblia diz: “Mas a vós, que temeis o meu nome, o sol da justiça
nascerá, e trará cura debaixo das suas asas; e saireis, e crescereis como os
bezerros do cevadouro”. (MALAQUIAS 4.2). Amém.

As ofensas e escândalos são usados como íscas mais poderosas contra


a Igreja de Cristo para impedir que ela cresça e opere saudavelmente – as
ofensas e escândalos distrai e destrói os irmãos, destrói Igrejas e as tiram do
seu principal foco. A Igreja não deve se apegar às ofensas, senão ela cairá nas
distrações do Diabo.

Por isso, Jesus alertou a Igreja sobre essas íscas. “É impossível que não
venham escândalos […]” (cf LUCAS 17.1). “Não estou falando das
oportunidades em que seremos escandalizados, Infelizmente, é fato que
muitos são escandalizados e se tornam cativos.”14

Perceba numa Igreja cheia de brigas e desentendimentos entre irmãos,


ela não cresce, ela não tem tempo qualificado para as coisas importantes do
reino de Deus, porque os membros ficam falando mal um do outro, ninguém
quer o bem do outro, a Igreja fica naquela situação por muitos anos, e a crise
tem sempre a probabilidade de aumentar e crescer mais, isto sufoca a Igreja.

14
BEVERE John, A ISCA DE SATANÁS, S ai b a c o m o En f r e n tar e V e nc er o I ni mi g o, Editora Atos,
2002, p.5

54
Temos que ser sóbrios para não engolirmos o anzol da ofensa, porque
quando reagimos à ofensa de uma maneira vingativa é que seremos pegos.
Diabo quer que nós mesmos agíssimos por justiça própria e não deixar que a
vingança e a recompensa sejam feitas pelo Senhor. É assim que ele consegue
pegar as pessoas.

Diz o Senhor: “Não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar
à ira, porque está escrito: Minha é a vingança; eu recompensarei, diz o
Senhor […] Não te deixes vencer pelo mal, mas vence o mal com o bem.”. (cf
ROMANOS 12.19).

Devemos como filhos de Deus, como sua Igreja eleita pelo Pai, usar o
bem como a nossa arma para combater o mal. O mal é vencido quando
fazemos o bem. A Vitória de Jesus contra o mal, foi quando ele foi
injustamente acusado e condenado e pendurado naquela cruz: E dizia Jesus:
Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem.” (cf LUCAS 23.34).

A ísca deixa a armadilha coberta para que os animais não percebêssem


que por detrás da ísca há algo perigoso. A ísca é enganosa, ela se apresenta
como boa, mas há algo mortal atrás dela. A ísca é tão perigosa quanto o anzol,
só pelo fato de ser chamada ísca, o torna perigosa. A boa comida nunca é
chamada de ísca, mas sim, alimento para nutrir. Há razão que é apenas uma
ísca, mas há razão que devemos buscar ter é aquela pacífica e justa.

Não temos como engolir a ísca sem que engolimos o anzol, a ísca é
engolida junto com o anzol. Muitas Igrejas e pastores engoliram as íscas do
diabo e isto tem causado o seu crescimento e sua saúde. A Igreja não cresce
quando ela é pega e levada presa pelo inimigo.

Uma vez senti fortemente ofendido por um amigo que amava muito,
em várias ocasiões, ele veio-me pedir perdão, mas eu recusava por não poder

55
confiar mais nele. Isto me consumiu por vários anos. Durante esse tempo
percebi que não estava havendo um crescimento na minha vida,
consequentemente a Igreja que estou pastoreando até dias de hoje.

Eu abrigava raiva muito forte contra ele, não tive paz em meu coração
por causa daquela ofensa. Um dia, foi no dia 20 de Fevereiro de 2015, num
devocional com os professores da nossa escola, eu estava falando sobre
perdão. E veio na minha mente uma voz me dizendo: Você só terá paz
quando perdoar o seu amigo.

E logo que terminei o devocional peguei no meu telemóvel e escrevi


uma longa mensagem para ele pedindo perdão a ele. E falei pra ele que
perdoei-o de todo o coração. E passando alguns dias ele ligou pra mim, eu
estava completamente confuso no meu coração. Foi quando ele me disse: Eu
te perdoei e espero que você me perdoásse de verdade. Falei pra ele que
perdoei-o de verdade.

A partir daquele dia veio a PAZ no meu coração. Senti libertado, e


posso acreditar que foi a obra de Deus através do seu Espírito no meu
coração. Deus me libertou. Hoje, cresci muito e o meu ministério também.

Uma Igreja pega pelas ofensas e escândalos, ela fica completamente


distraída e não cresce saudavelmente. É uma Igreja enferma.

De Onde Vem as Ofensas e Escândalos?

As ofensas e escândalos, vem das pessoas mais próximas. E o plano de


Satanás é introduzir esse tipo de gente no meio da Igreja como forma de
distrair a Igreja através de ofensas e escândalos. Deus foi traído por um anjo
próximo a ele (cf Isaías 14.12-14; Ezequiel 28.1-8). Davi foi traído por um
amigo próximo (cf SALMOS 41.9), Jesus foi traído por um amigo próximo (cf
Mateus 26.25).

56
Há exemplos desta natureza em nossas Igrejas hoje. As vezes
perguntamos: como isto aconteceu? E de onde vieram? Satanás é o autor e
arquiteto de todos os males que acontecem dentro e fora das Igrejas.

As pessoas que a ofensa mais destrói, são aquelas mais próximas. A


ofensa mais destrutiva é aquela que vem de um amigo mais próximo. Aquelas
pessoas, que tanto confiamos e amamos tanto, que tivemos oportunidades de
compartilhar muitas coisas em comum, idéias e sonhos e segredos mais
íntimos. Pessoas que nunca esperamos que seriam capazes de nos trair, são
delas que vêm as ofensas mais fortes e mais destruidoras.

São aqueles amigos, aquelas irmãs e irmãos que sentam do nosso lado
todos os domingos na Igreja, ou que pregam no púlpito que facilmente nos
desapontam terrivelmente e sem nos deixar forças para recuperar. Quanto
maior aproximação, mais forte se torna ofensa, e, maior é o escândalo; e mais
destrutiva é a armadilha.

O maior sentimento de ódio, separação, calunia, ira, e vingança, estão


entre aqueles mais aproximados, entre aqueles mais achegados: pai, mãe,
filho, marido, esposa, amigo, patrão e empregado etc.

As pessoas que nos irão escandalizar fortemente, serão os nossos


melhores amigos, são os nossos irmãos, pessoas mais próximas de nós: Disse
Davi:

O meu coração está dolorido dentro de mim, e terrores da morte caíram sobre
mim. Temor e tremor vieram sobre mim; e o horror me cobriu. Assim eu disse:
Oh! Quem me dera asas como de pomba! Então voaria, e estaria em descanso.
Eis que fugiria para longe, e pernoitaria no deserto. (Selá). Apressar-me-ia a
escapar da fúria do vento e da tempestade... Pois não era o inimigo que me
afrontava; então eu o teria suportado; nem era o que me odiava que se
engrandecia contra mim, porque dele me teria escondido. Mas eras tu, homem

57
meu igual, meu guia e meu íntimo amigo. Consultávamos juntos suavemente, e
andávamos em companhia na casa de Deus” (cf SALMOS 55. 4-8 e 12-14).

Os meus inimigos falam mal de mim, dizendo: Quando morrerá ele, e perecerá
o seu nome? E, se algum deles vem ver-me, fala coisas vãs; no seu coração
amontoa a maldade; saindo para fora, é disso que fala. Todos os que me
odeiam murmuram à uma contra mim; contra mim imaginam o mal, dizendo:
Uma doença má se lhe tem apegado; e agora que está deitado, não se levantará
mais. Até meu próprio amigo íntimo, em quem tanto confiava, que comia do
meu pão, levantou contra mim o seu calcanhar” (cf SALMOS 41.5-9).

“Os meus amigos e os meus companheiros estão ao longe da minha chaga; e os


meus parentes se põem à distância. Também os que buscam a minha vida me
armaram laços e os que procuram o meu mal falaram coisas que danificam, e
imaginam astúcias todo o dia. Mas, eu, como surdo, não ouvia, e era como o
mudo, que não abre a boca. Assim eu sou o homem que não ouve, e cuja boca
não há reprovação” (cf SALMOS 38.11-15).

“Pois, não era o inimigo que me afrontava; então eu o teria suportado;


nem era o que me odiava que se engrandecia contra mim, porque dele me
teria escondido.” (cf SALMOS 55.12).

“Mas eras tu, homem meu igual, meu guia e meu íntimo amigo.
Consultávamos juntos suavemente, e andávamos em companhia na casa de
Deus” (cf SALMOS 55.13-14). “ […] Meu próprio amigo íntimo, em quem
tanto confiava, que comia do meu pão, levantou contra mim o seu calcanhar”
(cf SALMOS 41.9).

58
II- DISTRAÇÃO ATRAVÉS DA TECNOLOGIA

A tecnologia é uma das ricas bênçãos com que o mundo foi abençoado
e consequentemente a Igreja ganhou muita influência na sua Missão de
propagar a mensagem do Evangelho pelos quatro cantos do planeta graças a
facilidade que a tecnologia nos proporcionou. Quero ser grato a Deus por
isso, espero que as Igrejas em todo o mundo, sejam gratas também.

É importante reconhecermos que a tecnologia constitui uma das


grandes bênçãos e deve ser bem aproveitada. Satanás tem transformado a
tecnologia como meio de distração para a Igreja. Hoje, a supervalorização da
tecnologia tem esfriado o amor da Igreja para as causas do reino.

Os irmãos não fazem visitas, porque dá para conversar à distância pelo


vídeo-chamada, a Igreja não evangeliza mais porta-porta, porque as pessoas
conseguem assistir as transmissões pela Internet, não existe aquele fogo que
queima no coração da Igreja para ir até as pessoas para lhes falar a Palavra
de Deus e sejam convertidas.

As Igrejas não estão buscando mais almas para o Senhor, são as almas
que estão buscando as Igrejas para a solução de seus problemas. Os irmãos
não precisam mais ir a Igreja, porque dá pra assistir pela internet. Hoje os
falsos profetas que estão indo nas casas das pessoas e as enganam com falsas
promessas e sejam impedidas de ouvir a verdade, por isso que as falsas
Igrejas estão cheias hoje.

Então tudo isso distrai a Igreja. O perigo da tecnologia está na sua


supervalorização e seu mau uso. Cada Igreja local hoje investe muito recurso
para ter um templo cheio de coisas tecnológicas. Quando você entra nessas
Igrejas parece que você está noutro mundo.

59
Igrejas nestas condições, as pessoas procuram ir, as pessoas não estão
buscando a Deus por amor a ele, não estão buscando a Deus para perdão dos
seus pecados, não vão a Igreja para adorar, não vão a Igreja para louvar, mas
vão a Igreja para desfrutar das coisas dessas Igrejas.

As pessoas hoje não estão sendo atraídas pela pregação bíblica da


Palavra, não estão sendo atraídas pelo testemunho da Igreja. Mas vão a Igreja
para alimentar suas ambições.

O poder criador de Deus é infinitamente além do que se quer podemos


imaginar. Desde o Éden, após ter criado tudo que era até então inimaginável
para qualquer ser vivente, a ordem foi clara: Que o homem domine.[…] A
inteligência do homem fez e nos faz realizar grandes feitos, e muitos deles tem
sido através da tecnologia. A cura de determinadas doenças, a comunicação
com quem está há 15.000 km de distância. A possibilidade de ajudar e matar a
fome com apenas um click. O homem almejou conexão entre as nações, e o que
fizemos? Fomos lá mais uma vez e criamos. Estatísticas mostram que
atualmente o número de usuários de internet corresponde a 53,6% da
população de todo o mundo, ou seja, mais da metade da população mundial
estão conectados à rede. Depois da pandemia então, este número só cresce.
Tudo isso é fruto do dom que Deus deu ao homem: A capacidade de criar e
dominar.

E como cristãos, a tecnologia pode e deve nortear alguns aspectos da nossa


vida. A começar por fazer com que ela cumpra o seu principal papel, que é
facilitar o que antes era impossível. Se olharmos em volta, os testemunhos são
inúmeros de pessoas que mudaram suas vidas através de um texto de
WhatsApp quando estava prestes a tira a sua vida, uma pregação, um
telefonema… Milhares de pessoas que são alcançadas através de postagens,
sites, blogs e vídeos feitos por profissionais qualificados e usados por Deus que

60
se encontram à disposição da população e que se não fossem as funções da
tecnologia jamais conseguiriam alcançá-las.15

Mas não devemos esquecer que o inimigo está bem perto, manipulando
tudo aquilo que nos é dado como bênção para distrair a Igreja e levar muitas
vidas a destruição. Porque, o fato é que a tecnologia por si só não tem poder
de fazer o mal. O mal se encontra dentro do homem que quer dominar a
tecnologia para cumprir os seus desejos.

A tecnologia é boa, mas o coração humano é mau. O trabalho de


Satanás é usar o coração das pessoas contra Deus e assim para que não
pudêssem se aproveitar das ricas bênçãos de Deus e abusam-se delas para
sua própria destruição.

Deus deu sua Palavra como bênção, o homem a usa para a sua própria
condenação; tudo que Deus fez, o fez para o bem das pessoas, mas as pessoas
foram enganadas pelo inimigo e sofrem consequências mortais.

Temos percebido que a tecnologia tem sido usada pelo diabo como
arma para destruir famílias, destruir crianças, adolescentes, jovens, porque o
coração humano é inclinado para o mal.

Tudo aquilo que Deus criou para abençoar a humanidade, Satanás o


transforma como arma para destruir os mesmos homens. Os sites e a midia
em geral está cheia de porcarias de pornografia, mulheres e homens pelados,
pessoas exibindo seus corpos como instrumentos da maldade, não há
segredo para nada.

A midia em geral está difundindo e promovendo ações completamente


contra Deus. Hoje as pessoas não vão num lugar adequado para tratar seus

15
https://churchsoftware.com.br/blog/deus-criou-a-tecnologia

61
problemas, vão nas redes sociais e falam tudo, até os pastores e cristãos
estão fazendo o mesmo hoje.

Um pastor, um crente vai nas redes sociais e fala mal do seu irmão, um
pastor fala mal do outro pastor, falam coisas indecentes, e tudo fica fedendo
por todos os cantos, e depois a gente diz: Ama seu irmão.

O pastor vai no púlpito e diz: Ama seu irmão, perdoa aquele que te
ofendeu. E esquece que acabou de sair falando publicamente mal do outro
irmão. A Bíblia diz:

Ora, se teu irmão pecar contra ti, vai e repreende-o entre ti e ele só; se te ouvir,
ganhaste a teu irmão. Mas se ele não te ouvir, leva ainda um ou dois, para que,
pela boca de duas ou três testemunhas, toda palavra seja confirmada. E se não
as escutar, dize-o à Igreja; e, se também não escutar a Igreja, considera-o como
gentio e publicano. Em verdade vos digo que tudo o que ligardes na terra será
ligado no céu, e tudo o que desligardes na terra será desligado no céu” (cf
MATEUS 18.15-18).

Aqui temos as instruções do próprio Senhor, bem claras, não


precisamos ir além do que já recebemos dele. Uma pessoa que nunca é capaz
de reconhecer seu erro depois de muitas admoestações, ela só pode ser filho
do diabo mesmo, porque perder tempo com ela.

Deixa-a e a considere incrédula, Deus considera a decisão como válida,


porque os frutos contam quem ela realmente é. Coisa completamente
vergonha para o povo de Deus. A Bíblia nos ensina a dialogar, conversar e
perdoar.

A Igreja de Cristo tem de ser sábia para aproveitar aquilo que Deus lha
proporcionou para o uso adequado na pregação e na expansão da Boa Nova.
A Igreja deve valorizar toda a criação de Deus e usá-la com sabedoria,

62
reconhecimento, respeito, honra e com gratidão para a sua Suprema e
Resplandecente glória.

63
III- DISTRAÇÃO ATRAVÉS DOS PROJETOS SOCIAIS

Não estou negando as Igrejas os direitos delas de criar projetos sociais


no molde dos seus carateres e fins, e acredito que também Deus não está
contra, por ter sido um Deus que provê para sua Igreja de maneiras
diferentes para que sua glória seja manifesta ao mundo através da pregação
viva do Evangelho.

É um direito das Igrejas locais criarem projetos sociais para poderem


realizar suas atividades em prol da sua Missão. As Igrejas precisam crescer
financeiramente para que possam investir os recursos para a pregação do
Evangelho e de maneira que possam também abençoar as pessoas ao redor
delas.

Vemos que Jesus dava as pessoas de comer e ajudou muitas pessoas a


se livrarem de suas enfermidades, ressuscitou outras do leito da morte etc, a
maioria delas não criam nele, apenas o seguiam pelos interesses egoístas dos
seus corações.

Jesus ajudava as pessoas (cf Mateus 14.14-22; Lucas 9.6-27) na medida


em que nunca colocava a vontade de Deus em causa, ele nunca se ariscou
para fazer qualquer coisa que contra atacaria a vontade do seu Pai, porém,
ele teve a consciência de sua Missão, por isso, ele nunca se deixava se distrair
por nada, até mesmo pelas pessoas em estado de miséria ao seu redor.

Mesmo que ele tivêsse que morrer pelos pecados da humanidade, isto
foi apenas por cumprir a perfeita vontade do seu Pai. “Porém ao SENHOR
agradou moê-lo, fazendo-o enfermar; quando a sua alma se puser por oferta
pelo pecado, verá a sua semente e prolongará os seus dias; e o bom prazer do
SENHOR prosperará na sua mão.” (cf ISAÍAS 53.10) (cf ISAÍAS 53.1-12).

64
Jesus morreu na cruz por causa da vontade de Deus, não porque as
pessoas estavam sofrendo nas mãos do diabo ou por estarem debaixo da
condenação de Deus, ou por quaisquer cobranças da parte dos homens. Nem
por isto, foi apenas a vontade do Pai. De acordo com Hernandes Dias Lopes:

Como todos não merecem nada além de ira, ninguém pode reivindicar a
misericórdia como direito. Assim, Deus não é injusto quando deixa que alguns
recebam a justa recompensa por seus atos. Pois, embora ele deva punir o
pecado, não está sob nenhuma obrigação de exercer misericórdia. Não há base
justa para se reclamar de Deus […] Ele tem o direito de fazer isso porque não
deve sua graça a nenhum homem.16

Jesus apenas sujeitava à vontade do seu Pai, “E indo […] orou,


dizendo: Meu Pai, se este cálice não pode passar de mim sem eu o beber,
faça-se a tua vontade.” (cf MATEUS 26.42).

As Pessoas Não Eram o Prioridade de Jesus, Mas Sim a Glória do


Seu Pai.

O erro que a maioria das Igrejas está cometendo hoje, é com relação ao
lugar em que o homem deve ocupar no plano de sua Missão. As Igrejas estão
errando ao colocar o homem como sua primeira prioridade. Se você
perguntar os líderes das Igrejas, quem está na sua primeira prioridade no
exercício de sua Missão, tenho total certeza de que todos diriam: Deus.

Mas quando você vê para as suas ações, perceberás que não. Então o
erro que estão cometendo em relação a este ponto não está no que eles
dizem, mas sim, em suas ações. Suas ações não colocam Deus como sua
prioridade.

Colocar o homem em prioridade é uma afronta contra a autoridade de


Deus e é negação da sua perfeita vontade e desvalorização de sua glória:
16
LOPES Dias Hernandes; ROMANOS O evangelho segundo Paulo; Editora Hagnos, 2010, p.391

65
“Filhos dos homens, até quando convertereis a minha glória em infâmia? Até
quando amareis a vaidade e buscareis a mentira? (Selá.) (cf SALMOS 4.2),

E “Por amor de mim, por amor de mim, o farei, porque como serei
profanado o meu nome? E a minha glória não darei a outrem” (cf ISAÍAS
48.11). “E eu porei a minha glória entre as nações […) (Ezequiel 16.14). É
dela que a Igreja deve-se ocupar “[…] para que vejam a minha glória […]” (cf
JOÃO 17.24).

A prioridade da Igreja é a glória de Deus. É a glória de Deus que atrai os


pecadores para o Evangelho. Nós gastamos montes de recursos, gastamos
nossas energias e gastamos o nosso tempo precioso, priorizando os homens
e a glória de Deus esquecida. O pecador tem que sentir atraído pela glória e
grandeza de Deus (cf Atos 2.11). Quando isto acontece, ele cai diante de
Cristo arrependidamente.

As pessoas não eram a prioridade primária de Missão de Jesus e nunca


foi da Igreja, mas sim, a Glória e a vontade do Seu Pai. Qualquer coisa que não
apontava para a glória do seu Pai, era imediatamente afastada.

Jesus colocava a vontade de seu Pai como sua primeira e última


prioridade, por isso que a Igreja só estará em condições de cumprir sua
Missão perfeitamente quando ela se coloca disponível à vontade de Deus, e
ela só pode servir de instrumento da bênção para as nações do mundo,
quando ela prioriza a vontade e a glória de Deus. A Igreja deve priorizar a
vontade de Deus, porque Jesus a priorizou: Veja o que João registrou:

“E nesse ínterim os seus discípulos lhe rogaram, dizendo: Rabi, come. Porém
ele lhes disse: Uma comida tenho para comer, que vós não sabeis. Então os
discípulos diziam uns aos outros: Trouxe-lhe alguém porventura algo de
comer? Jesus disse-lhes: A minha comida é fazer a vontade daquele que me
enviou, e consumar a sua obra. (cf JOÃO 4.31-34).

66
O diabo é muito astuto, ele é especialista nos disfarces. O inimigo
queria distrair o Senhor com a comida até mesmo usando seus discípulos,
pessoas da maior confiança de Jesus, seus amigos mais próximos.

A comida era uma coisa boa para se fortalecer apenas fisicamente e é


algo que acaba. Satanás já tentava uma vez distrair Jesus e derrubá-lo depois
de uma oração delicada que durou quarenta dias e quarenta noites e teve
fome (cf Mateus 4.2), ele queria aproveitar-se desta oportunidade para
colocar em jogo a grande obra da redenção de toda a humanidade. O foco
dele era derrubar o Senhor antes que ele pudêsse iniciar seu maior
movimento que resultaria sua derrota na cruz do calvário (cf Mateus 4.1-11).

Por isso, nunca devemo-nos deixar cair nas distrações pelas coisas que
vem e passam pelo uso. Jesus sabia que sua prioridade era fazer a vontade do
seu Pai e não podia permitir que nada interferísse. Podemos cair na distração
até mesmo fazendo coisas boas.

Comida era algo bom que Jesus poderia aceitar do diabo, pular do topo
do templo e ser suportado pelos anjos sem que seus pés atropelássem em
pedra nenhuma, ou aceitar receber do diabo todos os reinos do mundo e a
glória deles, são coisas maravilhosas que qualquer um hoje teria rejeitado,
que para o Senhor eram apenas distrações e não há valor em nada disso.

Para Jesus era mais importante investir o tempo suficiente e com


qualidade inquestionável no cumprimento da vontade do seu Pai do que
perder tempo com uma comida que depois acaba pelo uso (cf João 6.27). Ele
preferiu investir tempo fazendo a vontade do Pai, do que perder tempo com
projetos que são apenas atividades que um dia vão acabar.

Esta é a razão pela qual não devemos cair nas distrações do diabo, das
quais acabamos por priorizar as coisas que um dia perecerão e contra

67
atacamos assim a perfeita e sublime vontade de Deus. Jesus teve que
repreender os que o seguiam por coisas que passam, pelos interesses
egoístas.

Eles comiam até ficarem satisfeitas (cf JOÃO 4.31-34), então, estavam a
procurar Jesus para poder comer de novo. Eu sempre falo com os irmãos da
minha Igreja dizendo: “Se Deus é procurado apenas por aquilo que ele dá,
então estamos procurando algo errado, e, não Deus.

Porque Deus só pode ser procurado e achado por quem Ele é”. Temos
que buscar a Deus com um único interesse: Adorar e glorificá-lo plenamente.
Amar e serví-lo de todo coração.

A maioria das pessoas vão a Igreja para buscar algo que não têm:
emprego, esposa ou marido, filhos, dinheiro, saúde etc. e não se importam
em buscá-Lo e conhecê-Lo e viver em sua vontade. Deus é sempre Deus. Se
Ele salvar, Ele é Deus; e se condenar, continuando sendo Deus.

Se Ele dar saúde, Ele é Deus; e se Ele não curar, continua sendo Deus.
Se Ele dar filhos, Ele é Deus, e se Ele não dá, continua sendo Deus. Nada o faz
deixar de ser quem Ele é, Ele é imutável. Portanto, invés de buscar as coisas
que Ele dá, busca “AQUELE “que dá todas as coisas. Devemos buscá-Lo para
achar a vida eterna e as bênçãos eternas.

Jesus teve que agir mostrando-lhes que Deus não deve ser buscado por
aquilo que provê, mas sim por quem ele realmente é. Ele é a justiça e vida, ele
deve ser buscado para termos a vida nele. Deus deu a vida aos homens, é por
isso que Jesus deve ser buscado para que recebêssemos a vida que é o
próprio Jesus:

E achando-o no outro lado do mar, disseram-lhe: Rabi, quando chegaste aqui?


Jesus respondeu-lhes, e disse: Na verdade, na verdade vos digo que me buscais,

68
não pelos sinais que vistes, mas porque comestes do pão e vos saciastes.
Trabalhai, não pela comida que perece, mas pela comida que permanece para a
vida eterna, a qual o Filho do Homem vos dará; porque a este selou o Pai, Deus.
(cf JOÃO 6.25-27).

Jesus revelou para a multidão o foco de sua Missão. Com isso a Igreja
aprende a colocar Deus em sua prioridade e não pessoas ou coisas deste
mundo. Ele os fez saber que sua prioridade é o Pai, não as pessoas. Jesus não
podia fazer às pessoas aquilo que podia tirá-lo da vontade do seu Pai.

Jesus não podia ajudar as pessoas, ele não podia agradar as pessoas ao
ponto colocar a vontade de Deus em causa (cf Gálatas 1.10).

A multidão era apenas uma distração para Jesus. Jesus sabia priorizar a
vontade de Deus mesmo que tivêsse que ajudar as pessoas. Ele fazia para as
pessoas apenas aquilo que apontava para a vontade e glória do seu Pai.
Apenas aquilo que não o distraia do foco do seu ministério. Apenas aquilo
que gloficava ao seu Pai. Amém.

Na oração nomeada pelos teólogos de “Oração do Pai-Nosso” Jesus


revelou sua prioridade: “Venha o teu reino, seja feita a tua vontade, assim
na terra como no céu.” (cf MATEUS 6.10).

Jesus também disse que o reino do seu Pai é para aqueles que fazem a
vontade dEle: “Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos
céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus.” (cf
MATEUS 7.21).

Jesus disse que apenas aquele que faz a vontade do seu Pai que
considera seu irmão e sua irmã e mãe: “Porque, qualquer que fizer a
vontade de meu Pai que está nos céus, este é meu irmão, e irmã e mãe.” (cf
MATEUS 12.50).

69
Jesus submeteu-se a vontade do seu Pai plenamente quando estava
aproximando o tempo em que será entregue aos que procuram sua morte: “E
indo uma segunda vez, orou, dizendo: Meu Pai, se este cálice não pode passar
de mim sem eu o beber, faça-se a tua vontade.” (cf MATEUS 26.42). Na hora
mais difícil para o Filho do Homem, ele ainda permanecia firme na busca da
vontade do seu Pai.

As circunstâncias não podem ser aproveitadas para agirmos fora da


vontade de Deus, como a maioria de nós faz hoje. Jesus nos ensinou que
mesmo que as circunstâncias mudam para nós, Deus continua sendo o
mesmo Deus que zela pela sua vontade.

Jesus “[…] padeceu por nós, deixando-nos o exemplo, para que sigais
os seus passos.” (cf I PEDRO 2.21). Jesus é o exemplo perfeito para a sua
Igreja, sendo ele a cabeça e seu Guia. A Igreja deve seguir os passos do seu
Senhor e a Igreja só estará na vontade de Deus quando seguir os passos de
Jesus.

Através dos projetos, as Igrejas conseguem também demonstrar de


uma maneira ativa o verdadeiro amor de Deus para todas as pessoas. A
Igreja é um dos meios pelos quais Deus age na história da humanidade como
um Deus que ama e provê para a sua criação. A Igreja é um dos grandes
instrumentos das bênçãos de Deus para uma humanidade carecida. Sem a
Igreja, o mundo seria outro.

A Igreja Vive Debaixo da Graça Providencial de Deus

É importante que a Igreja perceba que ela precisa viver debaixo das
providências divinas para cumprir sua Missão. O nosso problema hoje, é que,
estamos supervalorizando as providências invés de Provedor.

70
Estamos colocando em risco a vontade de Deus por causa da nossa
ingratidão a ele por tudo que faz e continua fazendo. A maioria dos projetos
das Igrejas servem apenas para auto-exibição, ambições carnais e ganhos
pessoais.

Estão mais fazendo a comercialização dos seus produtos, invés de se


engajarem na pregação do Evangelho e no anúncio de sua glória entre as
nações. Não devemos embasar na obra missionária para fazer as nossas
atividades comerciais em nome do reino de Deus. Concordo plenamente com
Paulo Serafim de Souza, quando ele afirma que:

Jesus deixou para a igreja tudo que ela precisa para cumprir a missão de Deus.
Temos a Palavra de Deus revelada para vivermos e pregá-la. […] Jesus nos
deixou neste mundo como suas testemunhas. Como testemunhas […], ele nos
dar capacidade para pregar, recursos financeiros para sustentar sua obra, a
orientação do alcance da sua missão […]17

A Igreja não tem carência de nada para cumprir a sua Missão, porém,
Jesus providenciou para a sua Igreja tudo que necessita. A verdadeira Igreja
do Senhor é aquela que reconhece e seja grata e vive debaixo das
providências de Deus para cumprir a Missão a ela incumbida.

Deus tem os cálculos de tudo que a Igreja precisa para cumprir sua
Missão perfeitamente, por isso providenciou tudo sem faltar nada para que a
Igreja execute a sua Missão plenamente. A palavra portuguesa:

“providência” vem do latim providentia, e a palavra prover do latim providere.


Etimologicamente, a palavra providência significa primeiro “ver antes” ou “ver
de antemão”. Posteriormente, a palavra veio a significar o exercício de todo o

17
SOUZA De Serafim Paulo, A MISSÃO DE DEUS REALIZADA PELA IGREJA DE DEUS, p.23

71
cuidado e controle que a infinita previsão de Deus de seus próprios fins e seu
conhecimento que seus instrumentos apontados podem sugerir18

Por isso que a Igreja não tem falta de nada para cumprir sua Missão, é
importante que a Igreja reconheça que sem as providências divinas ela não
tem como realizar sua Missão.

Todos os dias a Igreja desfruta das riquezas providenciais de Deus para


que possa glorificá-lo plenamente e cumprir sua Missão aqui na terra
completamente até aos confins da terra. A falha da maioria das Igrejas e seus
líderes é o fato de que eles estão desprezando esta realidade, colocando em
desprezo as providências do Senhor.

Tudo o que a Igreja tem, deve ser visto como providência divina e deve
ser administrado nesta perspetiva. Deus abençoa a Igreja para que ela possa
glorificá-Lo e investir em sua obra. Não existe nada que a Igreja possa
possuir que não foi pala providência de Deus. Suas providências são
consoladoras para a sua Igreja.

Deus é quem dá tudo para que a Igreja cresça e faça sua Missão, por
isso que não podemos orgulhar de nós mesmos termos alcançado tudo que
temos como Igreja.

O orgulho da Igreja é o fato de que temos um Deus provê para nós tudo
que precisamos: Poder e Finanças, Fé e Coragem, Amor e Justiça, Ele é o
Provedor Fiel e Justo para a sua Igreja. Ele dá como quer, quando quer e
quanto quer. Devemos ser gratos a Deus plenamente.

A Igreja não falta as providências de Deus, ela precisa reconhecê-las


apenas e ser grata por isso. Como sempre falo aos meus filhos “Estamos
vivendo debaixo da chuva das providências do nosso Pai celestial”. Eu
18
CAMPOS Carlos de Heber, O Ser de Deus e as Suas Obras, a Providência e a Sua Realização Histórica,
p.8

72
acredito que não é diferente com a Igreja na qual servimos. A obra é de Deus;
a Missão é de Deus; a seara é de Deus. A Igreja é de Deus. Ela é instrumento
que Deus usa para o cumprimento de sua grande Missão.

Reconheço que o Espírito Santo é o poder dado às Igrejas locais para o


cumprimento da Grande Comissão. Mas a Igreja precisa do dinheiro, porque
sem dinheiro não vamos conseguir, comprar terrenos, sem dinheiro não
vamos conseguir construir templos.

Sem dinheiro não vamos conseguir viajar, então a Igreja precisa de


recursos financeiros para investir no cumprimento de suas atividades. O
dinheiro deve servir apenas como simples instrumento usado pela Igreja
para realização de suas atividades.

A Onde Está O Perigo?

A minha preocupação é com a maneira como os projetos sociais e seus


recursos são administrados pelos pastores e missionários e as Igrejas como
um todo hoje em Guiné-Bissau. A má administração e aplicação de projetos
sociais e seus recursos pela Igreja é que constituem um perigo para o seu
crescimento e seu avanço na pregação do Evangelho. É disso que estou
falando.

Projetos sociais viraram como foco das Igrejas hoje, é dele que se falam
mais, é dele que se ocupam mais todos os dias que não têm tempo para
pregar a Palavra que é o instrumento principal do crescimento da Igreja.

Nós não estamos vendo o crescimento saudável da Igreja neste país,


porque não estamos investindo no ministério da Palavra e passamos a ver
tais projetos como soluções.

73
Uma vez um amigo meu falou para mim assim: “A Igreja não está
crescendo porque não estamos fazendo a Missão holística”. Quase uma boa
maioria dos pastores pensa assim. E eu respondi para ele: A Igreja não está
crescendo porque abandonamos o ministério da Palavra e a prática da
oração bíblica. Temos púlpitos pobres e Igrejas empobrecidas da Palavra.

Hoje cada Igreja quer ter projetos sociais. Mas quando isto se torna um
instrumento para distrair a Igreja do seu principal foco, é que torna um
perigo inevitável. Hoje temos Igrejas em pela confusão, pastores brigando
com membros, pastor brigando com outro pastor.

Vemos irmãos odiando-se uns aos outros pelo controle das finanças
desses projetos. Alguns usam apenas o nome da Igreja, mas o registro está
em seus nomes para no final apunhalar pelas costas os membros. Vivemos
momentos muito sombrios nestes últimos dias na Missão de Deus. Onde
ninguém confia em ninguém, irmãos brigando por nada, por nada mesmo.

E é importante que todos reconhecemos que Deus e sua glória, é o foco


da Missão dada à Igreja, não o homem. Mas a Igreja está preocupada mais
com a situação do homem do que com Deus. Vemos irmãos matando uns aos
outros, incriminando uns aos outros por coisas desnecessárias (resumindo:
poder e dinheiro). Os mais fortes apagando os menos fortes, cometendo
injustiças contra eles.

Lamentamos mais pela situação em que o mundo se encontra, do que


com a vontade de Deus e sua gloria que foram feridas. O que deve preocupar
a Igreja é a Glória incorruptível de Deus, não o estado em que as pessoas
vivem. A Igreja deve glorificar a Deus plenamente.

Se você estudar bem as Igrejas hoje em Guiné-Bissau, vais perceber


que o projetos sociais ocuparam toda atenção das Igrejas a nível nacional,

74
tanto as que são plantadas pelas Igrejas nacionais quanto as que são
plantadas pelos missionários estrangeiros, por simples razão: Isto dá
dinheiro.

E se os recursos desses projetos forem usados com fidelidade, a Guiné-


Bissau seria um país lotado de Igrejas locais e de projetos que abençoaria o
país inteiro. Mas, tais projetos estão servindo somente as ambições dos seus
titulares, mais nada. E muitos problemas nas lideranças hoje estão ligados a
eles. Por isso que ninguém mais fala da salvação pela fé e ato de um
arrependimento sincero.

A Igreja da Guiné-Bissau perdeu-se com a visão da glória de Deus.


Perdeu-se do foco de sua Missão e perdeu-se com a vontade de Deus. Então
as nossas Igrejas caíram na distração do diabo. Estamos distraídos por isso
que não estamos olhando mais para as nossas verdadeiras prioridades e
passamos a dar mais valor para as coisas passageiras.

Estamos distraídos com coisas deste mundo, as quais o Senhor nos


advertiu a não amar (I João 2.16-17). Estamos distraídos com o que iremos
comer e vestir. Estamos distraídos conosco mesmo. Fomos aconselhados a
buscar as coisas que são de cima:

PORTANTO, se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima,


onde Cristo está assentado à destra de Deus. Pensai nas coisas que são de cima,
e não nas que são da terra; Porque já estais mortos, e a vossa vida está
escondida com Cristo em Deus. Quando Cristo, que é a nossa vida, se
manifestar, então também vós vos manifestareis com ele em glória. (cf
COLOSSENSES 3.1-4).

Jesus disse que não podemos servir dois senhores, porque pode ser
que o coração se incline mais para um e se opõe contra outro. (cf Mateus
6.24). Todos os recursos da Igreja devem ser submetidos ao serviço de um

75
único Senhor, mas o perigo é quando esses projetos e suas finanças se
tornaram nossos senhores e nos distrai.

Os projetos as vezes são bons mas os nossos objetivos com relação a


eles que são maus. Os projetos são bons, mas os nossos corações que são
corruptos. Por isso não vejo nada errado com os projetos, o erro está em nós,
são os nossos corações que são maus e corruptos. As vezes pela tamanha
malignidade dos nossos corações perdemos controle deles.

Igrejas Com Um Metro de Largura e Um Centímetro de Fundura:

Temos Igrejas mal formadas neste país, Igrejas sem doutrinas


saudáveis da Bíblia, Igrejas cheias de dificuldades espirituais e físicas. Igrejas
com púlpitos empobrecidos sem uma pregação séria da Palavra. As coisas
espirituais não estão sendo valorizadas nas Igrejas.

Uma Igreja cheia da idolatria, feitiçaria, e toda sorte de confusão. Igreja


com problemas sérios na liderança. Um líder levanta contra outro, irmão
levanta contra outro irmão. Esta é a realidade em que as nossas Igrejas se
encontram. E isto parece simples, pois, ninguém fala a respeito.

Temos Igrejas doentes e mal nutridas, enquanto os projetos sociais das


Igrejas estão bem organizados, suas escolas têm ensino de qualidades,
professores bem treinados mensalmente ou semanalmente, as coisas estão
bem em ordem.

Os pastores e missionários dão 99% do seu tempo para cuidar dos


projetos e 1% de tempo para cuidar das Igrejas (evangelismo, discipulado,
estudos dos temas bíblicos, preparo de bons sermões e oração bíblica). Por
isso que os projetos estão mais avançados do que as próprias Igrejas. É isto
que é perigoso.

76
Há alguns pastores e missionários que não vão aos cultos com
frequência porque estão engajados com a organização de seus projetos. Não
têm tempo nem para estudar a Bíblia deles e quanto mais o tempo para
preparar um sermão com qualidade e quando chegar o domingo pregam
qualquer coisa ao povo. A cada domingo o povo sai sem algo que
transformásse a vida eles, tudo porque o pastor não tem tempo qualificado
para dedicar-se nas coisas principais do reino de Deus.

Falam da mente deles e não da Palavra de Deus. A Igreja não cresce


com os pensamentos de nossos corações corruptos. A Igreja cresce com a
Palavra de Deus. A Igreja cresce com a pregação bíblica.

Porque a Igreja deve fazer Projetos sociais?

O principal objetivo de projetos sociais pela Igreja é de:


BENEFICÊNCIA.

Ebenêzer Soares Ferreira, nos faz saber que: “Ao lado da evangelização,
devem ir a beneficência […]. O ministério de Cristo foi um ministério
holístico. Ele andou fazendo o bem, curando e realizando beneficência.”19

A Igreja expressa em prática o grande e transbordante amor de Deus


para com as pessoas ao seu redor sem parcialidade. Todos devem sentir-se
amados pela Igreja. Mas, é errado quando os projetos sociais são vistos e
tidos como meio de salvação ou até mesmo meio de trazer as pessoas para a
salvação, ou meio de ganho económico. Os projetos sociais devem servir
apenas para a beneficência.

A obra de beneficência vai ser o resultado do amor que a Igreja devota aos
perdidos. Será, na realidade, do que ela ensinou, realizando-a, a Igreja estará
ensinando aos seus membros a obra do bom samaritano, em contraste com a

19
FERREIRA Soares Ebenêzer, MANUAL DA IGREJA E DO OBREIRO, Junta da Educação Religiosa da
Convenção Batista Brasileira, 2010, p.17

77
do sacerdote e a do levita. Com ação beneficente, o crente concretiza,
materializa o que suas palavras pregaram, isto é, ele sai do campo da teoria e
passa à prática; ultrapassa o idealismo e consubstancia o “kérigma”, passando
a realizar boas obras porque ele é a feitura de Deus “criados em Cristo Jesus
para as boas obras, as quais Deus antes preparou para que andássemos nelas”
(cf Efésios 2.10)20

A Missão da Igreja é abençoar as nações por meio da pregação do


Evangelho. Por isso que a Igreja não salva, mas prega a salvação em Cristo. A
Igreja aponta os pecadores à Cristo o Salvador e Redentor. Quando a Igreja
age como se fosse salvador, ela está usurpando as competências que apenas
pertencem a Cristo.

Portanto é importante que como Igreja entendemos que, há uma


separação de atividades no plano da redenção do homem. A divina trindade
nos expressa isso: Pai, Filho e Espírito Santo, todos eles trabalham de uma
forma distinta, mas em sua Triunidade, o eterno Deus se revela como Pai,
filho e Espírito Santo, pessoas distintas mas sem divisão em sua essência.
Deus é triúno, e não três Deuses. Ele é o Pai, Ele é o Filho e Ele é o Espírito
Santo no plano da redenção da humanidade.

 ELE É O PAI: Pai elege os seus e preparou o plano da


salvação e ofereceu-se na pessoa do Filho para morrer, hoje
o nosso Deus está em Espírito para habitar entre louvores
dos seus filhos. Hoje ele está nos corações dos seus filhos.

Elege - “Eleitos segundo a presciência de Deus Pai, em santificação do


Espírito, para a obediência e a aspersão do sangue de Jesus Cristo” (I

20
FERREIRA Soares Ebenêzer, MANUAL DA IGREJA E DO OBREIRO, Junta da Educação Religiosa da
Convenção Batista Brasileira, 2010, p.17

78
PEDRO 1.2). Chama - “Mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós
também santos em toda a vossa maneira de viver;” (I PEDRO 1.15).

alcançaram, e os outros foram endurecidos." (Romanos 11: 7);

egundo a presciência de Deus Pai, em santificação do Espírito,


para a obediência e aspersão do sangue de Jesus Cristo: Graça e paz vos
sejam multiplicadas." (I Pedro 1:2).

ndo, para que


fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em amor;" (Efésios 1:4).

hecer o seu
poder, suportou com muita paciência os vasos da ira, preparados para a
perdição;" (Romanos 9 : 22)

conhecer as riquezas da sua glória nos vasos


de misericórdia, que para glória já dantes preparou," (Romanos 9:23)

-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de entranhas


de misericórdia, de benignidade, humildade, mansidão, longanimidade;"
(Colossenses 3:12).

 PAPEL DA IGREJA: A Igreja anuncia ou prega o Evangelho:

“E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda


criatura; Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será
condenado.” (cf MARCOS 16.15-16).

E dizia-lhes: Grande é, em verdade, a seara, mas os obreiros são poucos; rogai,


pois, ao Senhor da seara que envie obreiros para a sua seara. Ide; eis que vos
mando como cordeiros para o meio de lobos. Não leveis abolsa, nem alforje,
nem sandálias; e a ninguém saudeis pelo caminho. E em qualquer casa aonde

79
entrardes, dizei primeiro: Paz seja nesta casa. E se ali houver algum filho da
paz, repousará sobre ele a vossa paz; e se não, voltará para vós. E ficai na
mesma casa, comendo e bebendo do que eles tiverem, pois digno é o obreiro
do seu salário. Não andeis de casa em casa. E em qualquer cidade em que
entrardes, e vos receberem, comei do que puserem diante de vós. E curai os
enfermos que nela houver, e dizei-lhes: É chegado a vós o reino de Deus. (cf
LUCAS 10.2-9).

 ELE É O ESPÍRITO SANTO: O Espírito Santo aplica a Palavra e


convence:

“E quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, e da justiça e do


juízo. Do pecado, porque não creem em mim; Da justiça, porque vou para
meu Pai, e não me vereis mais; E do juízo, porque já o príncipe deste mundo
está julgado.” (cf João 16.8-9-11).

 ELE É O FILHO: Cristo Salva ou Regenera:

“E em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu


nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser
salvos.” (cf ATOS 4.12).

 Espírito Santo também Sela e preserva e persevera o crente


para o dia da redenção:

“O qual também nos selou e deu o penhor do Espírito em nosso


coração.” (cf II CORÍNTIOS 1.22). “Porque pelo Espírito aguardamos a
esperança da justiça pela fé.” (cf GÁLATAR 5.5).

“Ora, àquele que é poderoso para vos guardar de tropeçar, e apresentar-vos a


irrepreensíveis, com alegria, perante a sua glória, Ao único Deus, Salvador
nosso, por Jesus Cristo, nosso Senhor, seja glória e majestade, domínio e poder,
agora, e para todo o sempre. Amém.” (cf JUDAS 1.24-25).

80
O único meio bíblico dado à Igreja de atrair os pecadores à Cristo, é a
pregação ativa do Evangelho e sem deixar de praticar a beneficência.
Evangelho é único meio nos dado como poder de Deus para a salvação de
todo aquele que crê (cf Romanos 1.16). A Igreja deve crescer em tudo, mas
muito mais na pregação da Palavra.

É possível o crescimento saudável da Igreja, apenas quando pregamos


a Palavra de Deus com força e poder. “E crescia a palavra de Deus, e em
Jerusalém se multiplicava muito o número dos discípulos, e grande multidão
dos sacerdotes obedecia à fé”. (ATOS 6.7).

81
IV- DISTRAÇÃO ATRAVÉS DO SISTEMA DO MUNDO.

A Igreja é um povo chamado para viver fora do padrão deste mundo


corrupto governado pelo deus deste século (II Coríntios 4.4). Satanás distrai
a Igreja pelo sistema que governa este mundo.

Paulo chama atenção da Igreja: “E não vos conformeis com este mundo,
mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que
experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.”
(ROMANOS 12.2).

Há duas palavras que regem esse versículo: conformação e transformação. O


mundo tem uma fôrma. Essa fôrma é elástica e flácida. A fôrma do mundo é a
fôrma do relativismo moral, da ética situacional e do desbarrancamento da
virtude. O crente é alguém que não põe o pé nessa fôrma. Não se amolda ao
esquema do mundo, mas se transforma pela renovação da mente. A fôrma do
mundo é um esquema que muda todo dia. Em vez de entrar nessa fôrma para
sermos conformados a ela, devemos ser transformados de dentro para fora,
pela renovação da nossa mente.21

“Em vez de viver pelos padrões de um mundo em desacordo com Deus,


os crentes são exortados a deixar que a renovação de sua mente, pelo poder
do Espírito Santo, transforme sua vida harmonizando-a com a vontade de
Deus”.22

A Igreja só poderá experimentar seu crescimento, a Igreja só poderá


experimentar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus, na medida que ela
desapega-se e se desconforma com o sistema que rege este mundo. A Igreja
só poderá viver a grande Missão e experimento seu crescimento quando ela
deixa de viver vil padrão deste mundo.

21
LOPES Deias Hernandes, Romanos: o evangelho segundo Paulo, Hagnos - São Paulo - SP, 2010, p.391
22
ibidem

82
Satanás não tem este mundo para nada, ele quer usá-lo para distrair a
Igreja de Cristo e torná-la lenta no avanço de sua Missão.

Estamos vivenciando uma Igreja que está se moldando ao sistema


deste mundo. Hoje a Igreja não tem limites para nada, a Bíblia não é tida mais
como aquela que molda a nossa vida como filhos de Deus. Estamos tentando
trazer o mundo para dentro da Igreja.

Este é o tipo de Igreja temos hoje. Uma Igreja que dá tonto valor às
coisas deste mundo mais do que as coisas do céu. Igreja que ama mais este
mundo do que Deus. Uma Igreja conformada mais com este mundo do que os
padrões de Deus. Não devemos nos sucumbir aos moldes deste mundo
perverso.

Razões porque não devemos adoptar os princípios do mundo

Paulo nos deu algumas razões porque não devemos viver segundo os
princípios deste mundo: Efésios 4.17-19 BLH.

1. O pensamento deles não tem valor – v 17


2. A mente deles está na escuridão – v 18a
3. Não têm parte no reino que Deus dá – v 18b
4. São completamente ignorantes e teimosos – v 18c
5. Eles perderam toda a vergonha e se entregaram totalmente aos
vícios – v 19a
6. Eles não têm nenhum controle “autodomínio” para cometer pecados
– v 19b

Uma ordem explícita de Deus

83
Temos uma ordem explícita e direta de Deus o nosso Pai que criou este
mundo e tudo que nele há, sabe muito bem o quão ele é perigoso para a vida
dos seus filhos. Ele ordenou dizendo:

Não ameis o mundo, nem as coisas que há no mundo. Se alguém ama o mundo,
o amor do Pai não está nele. Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência
da carne, a concupiscência dos olhos, e a soberba da vida, não é do Pai, mas é
do mundo. E o mundo passa, e a sua concupiscência; mas aquele que faz a
vontade de Deus permanece para sempre. (cf I JOÃO 2.15-17).

“Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se


inimigo de Deus.” (cf TIAGO 4.4).

Apóstolos Paulo com um coração quebrantado, pediu com rogo intenso


de coração para que não vivamos conformados com este mundo. Não
devemos viver como eles vivem, não devemos comportar como eles
comportam, não devemos falar como eles falam, não devemos agir como eles
agem, não devemos amar coisas que eles amam, não devemos confiar naquilo
que eles confiaram.

Nós temos a lei de Deus que nos faz ser povo sábio e entendido.
Devemos viver como sal da terra e luz do mundo. Deus deve ser glorificado
por intermédio do comportamento dos seus filhos. Todo pai ama e adora
ouvir pessoas falando bem dos seus filhos (cf Jó 1.22; 2.1-6).

Cada vez que vislumbro nos olhos do meu pai, vejo alegria, confiança e
esperança brilhando nos olhos do meu pai, porque as pessoas falam bem de
nós como seus filhos. Cada vez que sento ao lado do meu pai, ele me conta
tudo que ouviu que as pessoas estão falando sobre mim.

Uma vez alguém disse para ele: “Rubem é uma pessoa de paz, Rubem é
uma pessoa boa, porque se os seus irmãos mais novos, seguiram esse

84
caminho, é porque ele escolheu seguí-lo primeiro. Irmãos dele seguiram o
seu caminho. Isso o alegrou muito.”

Um dia ele disse para mim: “Rubem, hoje tenho orgulho do pastor que
eu sou, porque tenho filho pastor, tenho filhos obedientes”. É assim que Deus
se alegra quando seus filhos o obedecem e andam na sua vontade. Ele fala
bem deles com carinho, amor e entusiasmo. Por isso:

ROGO-VOS, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis o vosso


corpo em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional.
E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do
vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e
perfeita vontade de Deus.

Paulo nos ensina os princípios para experimentar qual seja a boa,


agradável e perfeita vontade de Deus: (3) A transformação que vem pela
renovação do entendimento; (2) A desconformidade como o mundo (seu
sistema); (1) Apresentar os nossos corpos como sacrifício vivo de adoração a
Deus, santo e agradável.

Ele mostra que primeiro o crente tem que apresentar seu corpo como
sacrifício vivo para adoração a Deus. Deus não aceita sacrifícios impuros,
como o povo levava seus animais para serem examinados antes de serem
apresentados para o sacrifício para saber se estão sem defeitos, é a assim o
crente deve examinar sua vida (corpo), se é um corpo santo e agradável a
Deus, porque Deus jamais aceitaria uma vida torta, pecaminosa e dominada
pelas práticas deste mundo governado pelo maior inimigo de Deus. Portanto
o corpo tem que ser apresentado santo e agradável, um corpo puro para
sacrifício a Deus. Cada crente é um sacrifício para Deus, esta é a razão pela
qual não devemo-nos contaminar com as imundícias deste mundo. O nosso
Deus odeia o pecado como odeia aquele que ama e comete pecado.

85
A segunda coisa que acontece na vida do crente, é a sua
desconformidade com as práticas das trevas. Este mundo (sistema) não tem
condições de nos aproximar de Deus, cada vez que o crente se apega ao
sistema deste mundo ele se afasta de Deus.

Cada vez que o crente se torna amigo deste mundo ele se constitui
inimigo de Deus. Para ter um corpo santo e agradável a Deus, é preciso
renunciar o mundo e tudo que há nele e passamos a amar fervorosamente ao
nosso Deus.

A terceira coisa que acontece na vida do crente, é a transformação que


é gerada pela renovação da mente. A mente é o campo da batalha, é lá que o
diabo luta para nos afastar de Deus, e é lá que Deus trabalha para nos trazer
a ele. A vontade de Deus é transformar enquanto a maldade de Satanás é
destruir a sua mente e levá-la a uma terrível escuridão.

Sem uma mente renovada é impossível a transformação,


consequentemente torna o abandono do mundo uma impossibilidade
declarada. Nesta condição mesmo se o corpo é apresentado como sacrifício,
ele é impuro, e Deus não se agrada dele, então o culto tido como profano.

A sociedade contemporânea idolatra o corpo. As academias de


ginástica estão lotadas. Gastamos rios de dinheiro com cosméticos.
Cultuamos a beleza e também a força. A Palavra de Deus, entretanto, nos
ensina a não cultuar o corpo, mas a cultuar a Deus por intermédio do corpo.

Estamos completamente distraídos com tudo que este mundo nos


proporciona. Devemos renovar a nossa mente para que possamos prestar a
Deus o culto que ele deseja.

Estamos vivendo num mundo completamente distraído com coisas


passageiras, um mundo sem limites e os corações das pessoas não têm

86
limites para aceitá-las e os nossos olhos não fartam de vê-las. Pelos nossos
olhos e ouvidos entram toda sujeira deste mundo, por isso:

“Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele
procedem as saídas da vida” (cf PROVERBIOS 4.23). Devemos proteger o
nosso coração através da Palavra (cf Salmos 119.11). A Palavra é o escudo
para o nosso coração.

87
CAPÍTULO II

AS PRINCIPAIS CONSEQUÊNCIAS DA DISTRAÇÃO

I- ESFRIAMENTO DO AMOR BÍBLICO

As distrações levam ao enfraquecimento no amor. Por isso que quando


a Igreja perde ou enfraquece em amor, ela está perdendo ou enfraquecendo o
seu principal componente de vida como instrumento de Deus. Porque digo o
principal componente?

Em I Coríntios 13 nos versos 13, Paulo afirma positivamente que:


“Agora permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três; mas o maior
destes é o AMOR”. Isto significa que nada podemos fazer agradável a Deus
com ausência do amor. Amor faz tudo agradável, faz tudo valer, faz tudo
funcionar, sem o amor toda a obra é inválida.

Como a própria Bíblia diz: “Amai-vos cordialmente uns aos outros com
amor fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros” (cf ROMANSO
12.10). Por que “O amor não faz mal ao próximo; de sorte que o
cumprimento da lei é o amor” (cf ROMANOS 13.10).

Porque “Ainda que eu falásse as línguas dos homens e dos anjos e não
tivêsse amor, seria como o metal que soa ou como sino que tine” (cf
ICORÍNTIOS 13.1). A Igreja deve zelar pelo amor puros porque, “[…] o amor
edifica.” (cf I CORÍNTIOS 8.1).

Ele é virtude fundamental da Igreja, ele tem qualidades inesgotáveis


próprias “O amor é sofredor, é benigno, o amor não é invejoso; o amor não
trata com leviandade, não se ensoberbece” (cf I CORÍNTIOS 13.4).

88
“O amor nunca falha […]” (cf I CORÍNTIOS 13.8). Sobretudo ele “Não se
alegra com a injustiça, porém se alegra com a verdade;” (cf I CORÍNTIOS
13.6). O amor é o único recurso que vai sobrar para Igreja “Agora, pois,
permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três; mas o maior destes é o
amor”.

Quando você olha para uma Igreja cheia de conflitos,


desentendimentos, murmurações, divisão partidárias, acusações sem
fundamentos, desconfianças, queixas, brigas e separações, você não vai
encontrar amor bíblico no meio dela. Sabe porquê? Ela cedeu-se às
distrações.

E Quando a Igreja Perde o Primeiro Amor, o caminho é o


Arrependimento.

“Porém tenho contra ti que deixaste o teu primeiro amor. Lembra-te,


pois, de onde caíste, e arrepende-te, e pratica as primeiras obras; e senão,
brevemente a ti virei, e tirarei do seu lugar o teu castiçal, se não te b
arrependeres.” (cf APOCALIPSE 2.4-5).

“E por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos esfriará. Mas


aquele que perseverar até o fim será salvo.” (cf MATEUS 24.12-13).

O amor não deve ser perdido, amor não deve enfraquecer na vida do
povo de Deus. Quando uma Igreja perde ou enfraquece no amor, ela deixa de
considerar as coisas mais importantes com relação as coisas de Deus. Ela
deixa a pregação bíblica; ela deixa o bom trato, ela submete-se a toda sorte
da idolatria, finalmente, ela perde a visão missionária.

A Igreja de Éfeso foi avisada a arrepender-se e voltar a fazer as


primeiras obras. Vemos que na carta de Paulo endereçada às Igrejas que

89
estavam localizadas em Éfeso, de capítulo um ao capítulo três, Paulo lembrou
a Igreja como eles alcançaram a salvação em Cristo.

Ele afirmou que foi pela graça e misericórdia de Deus e não pelas
obras, e as obras que faziam eram obras já preparadas antes da fundação do
mundo (cf Efésios 2.10), deixando claro que a salvação não é meritória. A
partir do capítulo quatro, Paulo mostrou, como é que aqueles que
alcançaram a salvação em Cristo pela graça devem viver.

No livro de Mateus, vemos uma declaração clara de Jesus, que quando


o pecado cresce, diminui o amor. Estamos vivendo período em que se
levantaram muitos falsos profetas prometendo liberdade para que as
pessoas vivessem em toda sorte de pecados, porque só assim o amor pode
ser banido.

O Diabo tem usado esses falsos profetas para distrair as Igrejas, e tirá-
las do seu principal foco. Hoje as Igrejas estão cortando os princípios bíblicos
que são muito fundamentais para elas e passaram a institucionar coisas que
não têm nada a ver com a Palavra de Deus.

As Igrejas não estão mais interessadas em viver uma vida santa; não
têm mais interesses em fazer as coisas de uma maneira justa. As Igrejas não
estão mais interessadas em viver na vontade de Deus e glorificá-lo como fim
supremo.

Advertência é sempre um arrependimento sincero e retorno ao


caminho direito.

90
II- PERDA DA VERDADEIRA UNIDADE DO ESPÍRITO

As distrações fazem perder a unidade do Espírito na Igreja. Ou seja, a


Igreja perde sua pura unidade quando ela é tomada e vencida pelas
distrações. Não tem como estabelecer a pura unidade enquanto cedemos as
distrações. As consequências da distração é a perda unidade.

Uma comunidade unidade, é uma comunidade forte, uma comunidade


unidade é uma comunidade vitoriosa. A Igreja vai irromper com o poder
inimigo. O Diabo sabe que não tem poder sobre uma Igreja unida.
“Procurando guardar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz” (cf EFÉSIOS
4.3). E o resultado é crescimento.

E perseverando unânimes todos os dias no templo, e repartindo o pão de casa


em casa, comiam juntos com alegria e singeleza de coração, Louvando a Deus, e
tendo graça para com todo o povo. E todos os dias acrescentava o Senhor à
igreja aqueles que se haviam de salvar. (cf ATOS 2.46-47).

Por unidade, referimo-nos ao vínculo espiritual e essencial que existe entre


todos os cristãos. Todos os cristãos são um em Cristo. E ele ora para que a
unidade entre os cristãos seja parecida com a unidade que existe entre os
membros da Triunidade: “Pai, Filho e Espírito Santo são um em essência, os
crentes, por outro lado, são um em mente, esforço e propósito”23

A unidade dos crentes era uma mola forte para o crescimento da Igreja.
Vemos que os crentes estavam unidos e por isso o Senhor acrescentava à
Igreja aqueles que se haviam de salvar. Sem a unidade não pode haver
progresso. A Igreja está em guerra. Segundo Hernandes Dias Lopes:

O mundo vê essas guerras dentro das denominações, dentro das igrejas,


dentro das famílias e isso é uma pedra de tropeço para a evangelização. Por
isso Jesus orou pela unidade (Jo 17.21). Como podemos estar em guerra uns
contra os outros se pertencemos à mesma família, se confiamos no mesmo
23
Hendriksen (2004:773).

91
Salvador, se somos habitados pelo mesmo Espírito.^ A resposta de Tiago é que
temos uma guerra dentro de nós.24

As guerras são resultados de condições dos nossos corações e


consequentemente da condição da própria Igreja. Pois, não temos na Bíblia
nenhuma instrução de que os irmãos devem brigar. As brigas são revelações
dos nossos corações maus, corações carecidos do verdadeiro amor.

As guerras provam que há um problema em nossos corações como


povo de Deus. Razão pela qual a Igreja não está crescendo saudavelmente.
Quando uma pessoa se converter à Cristo, a primeira coisa que ela vai
começar a viver, é a atmosfera de guerras entre os irmãos.

E tudo que ouviu na pregação evangelistica cai por terra, ela vai
começar a ver que a Igreja não é aquilo que as vezes, pensava que era. A
condição da Igreja não favorece o seu crescimento, não favorece a conversão
das pessoas.

As pessoas buscam a Igreja para receber dela o Evangelho para a


salvação de suas almas, para adorar a Deus verdadeiramente, para louvar a
Deus admiravelmente, e ter a paz interno em seus corações.

Mas quando elas entram na Igreja elas sofrem com decepção. Por isso
que hoje temos membros decepcionados nas Igrejas, decepcionados com os
seus irmãos, decepcionados com o comportamento de seus pastores.
Decepcionados com a vida que a Igreja vive.

As pessoas estão evitando a Igreja hoje, por causa de sua própria


condição. As vezes, atribuímos a culpa aos ímpios e dizemos que eles
possuem um coração duro, um coração que resiste a verdade do Evangelho.

24
LOPES Dias Hernandes, TIAGO T r a n s f o r m a n d o prov as em tr iu n fo, Editora: Hagnos - SP, 2 0 0
6, 86.

92
Mas o problema não está apenas nos corações dos incrédulos o problema é a
condição da própria Igreja.

Não existe um coração por mais duro que seja que possa resistir o
poder salvador do Evangelho. A Bíblica diz que o Evangelho pregado pela
Igreja verdadeira é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê. O
crescimento da Igreja visa a sua união.

“Eu neles, e tu em mim, para que sejam perfeitos em unidade, e para


que o mundo reconheça que tu me enviaste a mim, e que os amaste a eles
como tu me amaste a mim.” (cf JOÃO 17.23). Jesus sabia que a unidade
tornaria sua equipe mais forte e mais forte na pregação do Evangelho.

Jesus disse que a unidade dos seus discípulos provaria para o mundo
que o Pai o enviou. Jesus orou: “Para que todos sejam um, como tu, ó Pai, e o
és em mim, e eu, em ti, que também eles sejam um em nós, para que o mundo
creia que tu mês enviastes” (cf JOÃO 17.21).

Veja como a unidade é uma virtude muito importante para a pregação


do Evangelho. O mundo vai acreditar que Jesus foi enviado pelo Pai quando
as Igrejas vivem na verdadeira unidade do Espírito. Sofremos perdas
enormes quando vivemos na desunião. A desunião é a mãe da derrota, de
confusão e de fraqueza.

Uma Igreja desunida é uma Igreja derrotada, é uma Igreja confusa e


fraca. As Igrejas precisam unir para que sejam fortes. Eu não estou falando
com um pensamento ecuménico, pois, eu não estou a favor do movumento
ecumenismo. Eu defendo a unidade bíblica, que é vinculada pela verdadeira
paz em amor. Na pregação bíblica do Evangelho, ensino bíblico da sã
doutrina.

93
Por isso, João dedicou um capítulo inteiro para registrar esta tão
importante oração de Jesus. Ele estava deixando este mundo e voltar para o
Pai, ele sabia que Satanás vai lutar de todas as frentes para destruir a
unidade dos seus discípulos, e com isso fracassar a obra que investiu três
anos para construir.

O Salmo 133.1 diz: “Oh! quão bom e quão suave é que os irmãos vivam
em união!” Certamente, os irmãos deveriam viver unidos, em harmonia, mas
muitas vezes eles vivem em guerras intermináveis, falando mal um dos
outros (cf Tiago 4.11-12). A desunião é uma realidade nas Igrejas hoje.

Guerras entre irmãos da mesma Igreja, guerras entre denominações,


guerras no casamento, guerras internos de corações. E essas guerras são
usadas como instrumentos de Satanás para distrair a Igreja e fazê-la perder
tempo.

Por isso que a Igreja não está conseguindo avançar no campo da


batalha, a Igreja não está conseguindo conquistar novos territórios para o
Senhor, e passa a sentir satisfeito com o que já conquistou. Estamos
contentes e conformados com o número de crentes a nível do mundo.

É verdade que Deus ainda proposita salvar os eleitos nas épocas


vindouras, e o trabalho da Igreja para alcançá-los não pode parar, a Missão
da Igreja só chegará ao seu fim com a volta do Senhor. Isso que a Igreja
precisa viver unida para alcançar os seus respectivos objetivos.

A Bíblia diz que nós como sua Igreja “ […] somos feitura sua, criados
em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que
andássemos nelas” (cf EFÉSIOS 2.10), as obras da Igreja não são uma
invenção da vontade das pessoas, mas sim até mesmo essas obras são já

94
preparadas por Deus, a Igreja tem apenas a Missão de cumprir aquilo que
Deus planejou.

Como ele fez com a construção do tabernáculo por Moisés e com a


construção da arca com Noé. Eles não inventaram nada, todas as medidas
foram entregues a eles por Deus, e eles simplesmente executaram os
projetos elaborados por Deus.

A Missão da Igreja é cumprir as obras preparadas por Deus. E temos


por certo de que “[…] aquele que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará
até ao Dia de Jesus Cristo” (cf FILIPENSES 1.6).

A unidade do Espírito não pode ser quebrada e causada pelas


fraquezas humanas, porque ela é o dom de Deus para a sua Igreja e vemos
Jesus orando ao Pai pela unidade dos seus discípulos.

Portanto a unidade de Espírito é sustentada por Deus, por isso que a


Igreja bíblica ainda continua unida tanto no espírito quando fisicamente;
tanto na doutrina, quanto na prática. Elas continua cooperadas uma com
outra no plano do cumprimento dos propósitos de Deus no mundo.

Se a unidade fosse uma vontade humana ela teria quebrado logo no


cenáculo aonde quase cento e vinte seguidores de Cristo estavam reunidos
aguardando a promessa do Espírito Santo.

Se Jesus não tivêsse orado ao Pai pela unidade deles, eles jamais
conseguiriam superar. Por isso que a Igreja deve continuar orando pela sua
unidade. E eu acredito Deus ouvirá as nossas orações com plena atenção.
Deus ama ouvir do seu povo que zela pela sua vontade.

95
III- PERDA DE FOCO ESPÍRITUAL

Foco quer dizer: “Objetivo bem elaborado”25 e a Bíblia diz que o foco
da Igreja foi um objetivo bem elaborado por Deus antes da fundação do
mundo para que a Igreja nele caminha (cf Efésios 2.10).

A perda de foco leva a Igreja à distração. O foco é o que mante a Igreja


em seu caminho, e se perdido não lhe resta nada para lutar.

Quando o amor enfraquece e a unidade destruída, a Igreja perde o foco.


Ela perde a causa com que lutar. Porquê que as Igrejas hoje não zelam mais
pela Missão? Porquê que as Igrejas hoje investem mais em templos e
equipamentos para os templos? Porquê que as Igrejas hoje falam mais sobre
ser próspero? Porquê que as Igrejas hoje não têm respeito mais pela Palavra?

Porquê que não existe mais aquela adoração pura? A resposta certa é:
AS IGREJAS PERDERAM O FOCO DE SUA MISSÃO! Por isso que estamos
fazendo as coisas sem uma direção certa. Estamos distraídos com coisas que
não têm nada a ver com a Missão dada por Jesus.

A perda da visão é o caminho propício para cair nas distrações. Quando


uma pessoa entende aonde quer ir e porque quer ir, ela luta para chegar lá. A
visão é guia do ser humano. Veja as pessoas hoje no mundo, você descobrirá
que as pessoas mais animadas, mais felizes, não aquelas que são ricas, mas
sim aquelas que conseguiram chegar aonde planejaram e investiram para
chegar.

Pode ser uma caminhada difícil, pelos caminhos espinhosos, caminhos


pedregosos e lapidoso, mas continua determinado. A determinação é o que
sustenta as mãos e os pés dos fracos. Por isso que não devemos perder a

25
Dicionário da Língua Portuguesa

96
determinação. A Igreja não deve perder seu foco. O diabo está trabalho para
que a Igreja perca seu foco.

Você vai ver que hoje existem Igrejas caminhando sem lugar concreto
para ir, elas viram pelas direcções de vento, elas não sabem aonde querem ir,
e nem porque querem ir, quanto mais como vão chegar lá e se ainda vão
chegar lá “Não pense tal homem que receberá do Senhor alguma coisa” (cf
TIAGO 1.7).

São Igrejas fáceis de serem enganadas pelos falsos profetas e


submetidas a viver as mentiras do diabo, a Bíblia diz que: “E por isso, Deus
lhes enviará a operação do erro, para que creiam a mentira para que sejam
julgados todos os que não creram a verdade; antes, tiveram prazer na
iniquidade” (cf II TESSALONICENSES 2.11-12).

Deus tem um foco, Jesus tinha um foco, o Espírito Santo tem um foco, a
Igreja tem um foco. A Igreja não é uma comunidade que caminha pela sorte,
temos um alvo e deve ser bem acertado. Desviar do alvo é o que a Bíblia
chama de “Hamartia” pecado. Pecado significa “errar o alvo” não cumprir
com os propósitos pelos quais ela foi criada e chamada a atingir.

Satanás gosta de infiltrar através dos falsos profetas nas Igrejas que
perderam foco. É pena que hoje existe Igrejas plantadas com base nos
interesses egoístas e pecaminosos, elas não têm nenhuma direção, não
sabem se vão para esquerda ou para trás, não sabem se vão para frente ou
para esquerda ou direita, elas ficam entre caminhos fazendo apenas suas
atividades combinadas. Essas Igrejas são as que o diabo facilmente engana.

Lembro quando iniciei a Primeira Igreja Batista de Ndam-Lero através


da Primeira Igreja Batista de Pedra Badejo – Cabo-Verde, abriram para mim
muitas portas e muitas oportunidades. Se eu quisêsse entrar por essas portas

97
abertas, talvez não estaria hoje na frente desta amada Igreja, que é uma
grande bênção para mim.

Eu costumo dizer que: “Nem todas as portas abertas são de Deus, é


necessário oração, meditação e estudo profundo da Palavra para identificar
quais são de Deus e quais que não são”. Conheço muitos amigos que
iniciaram uma Igreja, depois que conseguirem uma oportunidade para sair
do país, acabaram por abandonar essas Igrejas entregando-as nas mãos de
outros.

É assim que o inimigo trabalha, ele, os levam ao erro e os faz pensar


que estão certos, por isso que estas pessoas criam uma justificativa para
ceder às ofertas do inimigo. Elas na verdade não estão certas, porque Deus
precisa das nossas vidas, não do nosso dinheiro ou quaisquer bens. Quando
Deus chamou Abraão, ele queria a vida de Abraão, não seus bens;

Quando Deus chamou Moisés, é a vida de Moisés que ele queria, não
seus bens; Quando Deus chamou os profetas, ele queria-lhes, quando Jesus
chamou seus discípulos, ele queria os seus discípulos e não seus bens. Todos
estes podiam dizer: “Deus, não podemos ir, mas vamos ajudar com os nossos
bens”.

Abraão podia dizer: “ Senhor, envia outra pessoa, e eu vou ajudar com
o sustento. É claro que quando Deus nos chama, ele quer a nós mesmos, não
os outros. Quando vejo pessoas a abandonarem Igrejas por causa de
oportunidades, eu não vejo nenhuma outra coisa, senão a fala de
responsabilidade olho grosso.

Quando Deus me chamou ele me queria. Ele queria Rubem, não o meu
dinheiro, não os meus bens. Deus vai fazer a diferença neste mundo, não
através dos nossos bens, mas, sim através das nossas vidas. Jesus deu sua

98
vida pessoalmente por nós na cruz para fazer a diferença na humanidade. Na
minha vida e na sua vida. Portanto, ele quer que cada um de nós tome a sua
cruz e o segue. A cruz é pessoal, é individual, por isso que ninguém pode
carregar a cruz do seu filho, esposa ou marido e dos filhos.

Para mim foi uma experiência enorme, foram tempos que meu coração
foi completamente desafiado a submeter a vontade de Deus e fazer uma
escolha certa. Ou tomar a minha cruz e carregá-la e seguí-lo por amor a ele
ou fugir dela e perder a minha vida.

A minha vida está na cruz que eu carrego todos os dias nas minhas
costas para seguir ao meu Senhor. Sua vida também e a vida de todos. Eu
simplesmente não cedi a essas promessas, tomei pela graça de Deus a minha
cruz e seguir a Cristo. Amém.

A decisão de rejeitar essas oportunidades me custou muito, passei por


enormes dificuldades principalmente a financeira. Durante dez anos
servindo nesta Igreja investindo tempo, dinheiro e minha própria vida e a da
minha família, mas, entendemos que era uma causa justa dar as nossas vidas
como sacrifício vivo ao Senhor. Quando eu vejo nos olhos dos meus filhos,
vejo sempre alegria e paz, pois, Deus nunca deixou faltar a sua graça na nossa
família.

Consegui grandes conquistas que talvez não poderia conseguir, realizei


muitos sonhos e vejo muitas outras oportunidades para estudar e aumentar
o meu conhecimento. As oportunidades vieram até minha casa enquanto
sirvo ao meu Deus. Hoje tenho a oportunidade de ter meu mestrado, e agora
abriu-se para mim outra oportunidade para Mestrado e Doutorado, muito
acessível. E creio que Deus tem mais.

99
Não podemos perder foco como Igreja e como crentes individuais, o
foco é o que nos mantem firmes e fortes. É o que nos mantem determinados
para alcançar os propósitos do nosso Senhor.

Eu encorajo cada pastor, cada crente e cada Igreja como um todo, a


manter firme em sua posição em Cristo Jesus nosso Senhor. Não vacilar por
motivo algum, é sempre em frente fitando os olhos em Cristo o autor e
consumador da nossa fé, aquele que é o nosso exemplo perfeito daquele que
nunca desistiu diante das dificuldades que o cercavam como HOMEM.

100
IV- PERDA DA VISÃO EVANGELÍSTICA – MISSÕES.

A evangelização dos pecadores é a causa principal de a Igreja continuar


nesta terra. A evangelização é a atividade nobre da Igreja aqui na terra. se
não fosse a evangelização não valeria pena Igreja

A Igreja cai na distração quando ela perde a visão evangelística.


Quando a Igreja perca a visão Missionária, ela facilmente sucumbe às
distrações do Diabo.

Missões é um dos atributos sagrados de Deus. A Missão é uma


expressão ativa do caráter de Deus no mundo. Quando a Igreja perde a visão
Missionária ela perde sua verdadeira causa. O Diabo consegue levar a Igreja
em toda sorte de caminhos errantes quando elas perderam a causa pela qual
ela continua aqui na terra.

Quando a Igreja perde a visão Missionária ela perde a causa de sua


existência. A Missão é o motivo pelo qual a Igreja ainda continua na terra. A
Missão é a vida da Igreja, e quando ela perde-a ela perde também sua própria
vida.

A Missão não é uma mera atividade da igreja, mas um movimento de


Deus em direção ao mundo ao qual a igreja responde. Ele é a fonte de amor
que envia. Existe Igreja, porque existe Missão, não o contrário. A Missão é a
essência de Deus, um dos seus gloriosos atributos das quais a Igreja deve se
identificar plenamente.

O Deus, cuja Missão é reinar, envia o Seu Filho Jesus, o Cristo, para
pagar o preço. Este, por Sua vez, chama a igreja ao serviço. Tudo isso
constitui a Missão Redentora de Deus.

101
A Igreja é o instrumento nas mãos de Deus para cumprir seu propósito
da Redenção de todas as coisas. Por isso que a Igreja deve fazer Missões.
Missões é uma obrigação da Igreja. Deus não está pedindo que a Igreja lhe
faça um favor, é uma obrigação absoluta da Igreja.

A Igreja tem que fazer Missões e se não faz, será punida. Por isso que a
Igreja desobedece quando ela não faz Missões. E é importante entendermos
que, Deus é o fim da Missão da Igreja, não o homem. A Igreja deve anunciar
ao mundo que ele é Rei e reina.

A Igreja tem que evangelizar, evangelização é a obrigação da Igreja, não


é um favor. A Igreja pode sofrer forte repreensão da parte de Deus quando
ela deixar de cumprir sua maior obrigação de: evangelizar os perdidos,
adorar e glorificá-Lo como seu fim.

Satanás consegue jogar com a Igreja quando ela perder essa visão
evangelística, que é a sua Missão nobre nesta terra. Diabo facilmente opera
no meio da Igreja quando ela perder interesse para a obra da evangelização
de almas perdidas. Para que a Igreja ficásse longe das armadilhas do inimigo,
ela precisa se ocupar em sua Missão.

102
V- PERDA DE FOGO ESPÍRITUAL PARA UMA ORAÇÃO BÍBLICA.

Uma Igreja distraída, ela perde o ardor da oração. A Igreja deve orar
sem cessar por isso, ela deve vigiar sempre para que não caia na tentação ou
distração do Diabo. Jesus adverte: “Vigiai e orai, para que não entreis em
tentação […]” (cf MATEUS 26.41a).

E ele disse que devemos orar assim: “[…] e não nos induzas à tentação,
mas livra-nos do mal.” (cf LUCAS 11.4b). A tentação é a sua obra, o mal é o
que ele realmente é. Ele tem uma personalidade maligna, ele é o próprio mal.

Por isso que Jesus disse que devemos orar pedindo para que não
sejamos apenas induzidos à sua obra que é a tentação, mas que sejamos
também livres de sua própria pessoa, de sua própria personalidade. A Igreja
cai na tentação quando ela admite o molde dos seus princípios.

Paulo aconselha a Igreja em Tessalónica: “Regozijai-vos sempre. Orai


sem cessar. Em tudo dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo
Jesus para convosco. Não apagueis o Espírito.” (cf I TESSALONICENSES
5.16-19).

A Igreja deve zelar pela vida de Oração. A perda de fogo de oração


mostra que a Igreja está caída nas distrações. Por isso que quando a Igreja
ora, ela não faz aquela oração revestida de poder do alto, que exalta a obra de
Cristo, que glorifica a Deus e que coloca a vontade de Deus e seu reino em
primazia, e passa a fazer aquela oração egoísta.

A oração que Deus ouve, é aquela que busca apenas a vontade


soberana de Deus. É aquela oração que mata a nossa vontade para que a
vontade de Deus viva em nós. Veja a oração feita por uma Igreja distraída
pelos problemas internos:

103
De onde vêm as guerras e pelejas entre vós? Porventura não vêm disto, a
saber, dos vossos deleites, que nos vossos membros guerreiam? Cobiçais, e
nada tendes; matais e sois cobiçosos, e não podeis alcançar; combateis e
guerreais, e nada tendes, porque não pedis. Pedis, e não recebeis, porque pedis
mal, para o gastardes em vossos deleites. (cf TIAGO 4.1-3).

104
VI- PERDA DA VISÃO DA VONTADE DE DEUS.

A perda da visão da vontade de Deus é uma das causas da distração


contra a Igreja. A vontade de Deus é o limite de toda a ação da Igreja. A Igreja
deve agir sempre limitada apenas pela suprema vontade de Deus.

Ao fazer cada um de nós uma retrospectiva de nossas vidas até os dias atuais,
vemos uma vasta quantidade de vezes nas quais fomos imprudentes e
cometemos vários erros em diferentes aspectos. Percebemos, também, que
esses erros sempre ocorreram quando, obstinadamente, nos convencemos de
que nosso cérebro desprezível era capaz de elaborar um plano para nossas
vidas melhor do que faria o Senhor, o Criador de todo o universo. Como somos
capazes de andar com esse tipo de engano por tanto tempo?26

Eu acredito que se a Igreja estivêsse na vontade de Deus muitas


batalhas seriam vencidas, e muitos conflitos seriam solucionados. Por isso a
Igreja deve identificar algumas áreas de sua vida que precisam ser alinhada
pela vontade de Deus.

Deus tem uma vontade plenamente perfeita e santa, a responsabilidade


da Igreja é pedir que essa vontade seja feita aqui na terra por meio dela como
ela é no céu. A vontade de Deus para a sua Igreja é que ela o glorifique e o
preste culto devido com total reverência e gratidão.

Satanás gosta de uma Igreja que vive fora da vontade de Deus. Ele
consegue manipulá-la e sujeitá-la aos seus moldes malignos. Igrejas
distraídas pelas táticas do Diabo, são Igrejas que perderam com a perfeita e
suprema vontade de Deus.

Jesus disse que a Igreja deve orar “[…] seja feita a tua vontade, tanto na
terra como no céu” (cf MATEUS 6.10b). A Igreja deve orar intensamente para
que a vontade de Deus seja uma realidade nela como ela é no céu.

26
Rebeca Brown & Daniel Yoder, Em busca da Vontade de Deus, Semeadores da Palavra, p.1

105
A Igreja não pode perder com a vontade de Deus, porém, ela é o limite
de tudo que a Igreja é, vive e faz. Quando agimos fora da vontade de Deus
estamos agindo contra o próprio de Deus.

Deus colocou o conhecimento de sua vontade disponível para que seja


ensinada e aprendida para cada um dos seus filhos. A Igreja pode vencer suas
batalhas apenas quando ela vive e age segundo a vontade de Deus.

Eu acredito que a vontade de Deus não é que as famílias sofrem; a


vontade de Deus não que aja divisão na Igreja; a vontade de Deus não é que
falte o amor entre seus filhos; a vontade de Deus não é que acontecem
guerras e disputas entre seus filhos. Deus tem somente o melhor para a sua
Igreja, e se ela venha a sofrer é por causa de suas escolhas egoístas (cf Tiago
3.13-18).

A Igreja buscar com zelo andar na perfeita vontade de Deus, mas se há


brigas entre nós é o sinal visível de que estamos agindo fora da vontade de
Deus, o fato que a Igreja como um todo deve agir para corrigir.

A Igreja não tem outro alvo senão a glória de Deus. A vontade de Deus
para a sua Igreja é que ela o glorifique e o preste culto devido com total
reverência e com gratidão. A Igreja como um todo deve buscar a vontade do
seu Senhor para que o glorifique em tudo.

106
VII- PERDA DA VISÃO GLÓRIA DE DEUS.

Finalmente, a perda da visão da glória de Deus leva à distração. A Igreja


cai nas distrações quando ela deixa de viver para a glória de Deus, quando
ela deixa de olhar para a glória de Deus como seu alvo fim. A glória de Deus é
o motivo pelo qual Deus tem a Igreja como, e a Igreja deve refletir na vida de
sua Igreja. Segundo R. Alan Cole:

Embora Deus não possa ser experimentado diretamente, podemos conhecer


algo de Sua presença. Ele é um Deus de “ glória”; uma expressão típica de
Êxodo é “ a glória do Senhor apareceu na nuvem” (16:10). A palavra hebraica
kãhôd (cujo significado literal é “ peso”, e por metáfora “ dignidade” ) é uma
das palavras usadas para denotar a presença de Deus quando manifesta aos
homens. Normalmente traz consigo, não apenas o conceito do esplendor de
Deus, mas também algo de Sua temível grandeza, como nesta ocasião. 27

A glória de Deus é algo superior ao pensamento humano. Por isso ela


não se limita aos moldes desses pensamentos. O homem não deve pensar
que como ele imagina é assim a grandeza de sua glória.

A glória de Deus é ilimitada, e Deus quer que sua Igreja viva a ilimitada
glória do seu ser. R. Alan Cole, referindo a brilhante glória de Deus diante do
homem limitado, ele afirma que:

O homem mortal deve temer ao presenciar a glória de Deus, tal como Israel
temeu ao ver, simplesmente, a glória refletida a brilhar no rosto de Moisés,
quando ele retornou de seu período de comunhão com Deus no alto do Sinai
(34:39-35). Até onde possamos determinar, um certo brilho estava associado a
essa glória. Em 24:17, a glória divina sobre o Sinai é comparada a um “ fogo
consumidor” que aparecia em meio à nuvem negra.

O nosso temor deve a grandeza e magnificência da sua glória. Ninguém


consegue presenciar quando sua glória é manifesta completamente: A Bíblia
27
COLE R. Alan, Êxodo, introdução e comentário, Editora: Mundo Cristão, p.36

107
diz que: “Moisés não pôde entrar na tenda da Congregação porque [...] a
glória do Senhor encheu o tabernáculo”. (cf êxodo 40.35)

108
CAPÍTULO III

COMO VENCER AS DISTRAÇÕES NA IGREJA

I- AMOR BÍBLICO

Solução para uma Igreja cheia de distrações: I CORÍNTIOS 13.1-


13).

O apóstolo Paulo plantou a igreja de Corinto no final de sua segunda


viagem missionária. Ele passou um ano e seis meses pregando a Palavra de
Deus naquela grande cidade (At 18.11) e, nesse tempo, ele gerou esses
crentes em Cristo (4.15). Depois, Paulo foi para a cidade de Éfeso, na Ásia
Menor. De lá mandou essa carta para a igreja de Corinto.

Mas, é essa Igreja foi um quebra-cabeça para o apóstolo Paulo, porque


havia na Igreja questões ligadas a vida inteira da Igreja, questões que
comprometia completamente a ela como corpo vivo de Cristo e baluarte da
fé.

Não havia saúde, não havia crescimento e a obra Missionária fora


completamente estagnada. Invés de testemunharem a paz, amor, unidade, e
passaram expandir o ódio, divisão e imoralidade carnal, enquanto
orgulhavam com os dons espirituais.

A Igreja de Coríntio, era um tipo de Igreja cheia de problemas internos


que parecia ultrapassar a capacidade da própria Igreja de resolvê-los, razão
pela qual os irmãos dirigiam aos tribunais públicos (cf Coríntios 6.1) para
resolverem seus litígios. Veja a como Paulo se dirigiu a eles:

Não sabeis vós que os santos hão de julgar o mundo? Ora, se o mundo deve ser
julgado por vós, sois porventura indignos de julgar as coisas mínimas? Não

109
sabeis vós que havemos de julgar os anjos? Quanto mais as coisas pertencentes
a esta vida? Assim que, se tiverdes negócios em juízo, pertencentes a esta vida,
ponde na cadeira de juiz os que são de menos estima na igreja. Para vos
envergonhar o digo: Não há, pois, entre vós sábios, nem mesmo um, que possa
julgar entre seus irmãos? Mas o irmão vai a juízo contra o irmão, e isto perante
infiéis. Assim que é já realmente uma falta entre vós terdes demandas uns
contra os outros. Por que não sofreis antes a injustiça? Por que não sofreis
antes o dano? Mas vós mesmos fazeis a injustiça e fazeis o dano; e isto aos
irmãos. (cf I CORÍNTIOS 6.2-8).

Havia divisão partidária na Igreja (cf I CORÍNTIOS 1.11-18), havia


também o problema da imoralidade sexual “incesto” (cf I CORÍNTIOS 5.1-13).

Irmãos levando outros irmãos aos tribunais públicos como sinal de


prova da fraqueza emocional que se havia na Igreja (cf CORÍNTIOS 6.1-20),
concordo plenamente com Hernandes Dias Lopes quando ele afirma que:

“E uma completa derrota para a igreja levar suas contendas para o mundo. […]
Obter a vitória no veredicto pouco significa. Já se perdeu a causa, quando um
cristão abre um processo contra o outro. O dano é ao corpo de Cristo e não aos
estranhos. O que Paulo está dizendo é que quando surge o problema e ele não
é resolvido à luz da Palavra, isso é uma derrota para a igreja. ”28

Problemas nos lares (cf I CORÍNTIOS 6.1-16). Problemas com as


solteiras e viúvas (cf I CORÍNTIOS 7.25-40), problemas concernentes as
coisas sacrificadas aos ídolos que estava causando acusações desnecessárias
e orgulhosa sem atitude de amor (cf I CORÍNTIOS 8.1-13).

O problema com a negação dos direitos dos apóstolos, o que prova que
eles também não estavam dando sustendo aos apóstolos como sua obrigação
(cf I CORÍNTIOS 91-27). Havia também problema com ídolos (cf I CORÍNTIOS

28
LOPES Dias Hernandes, 1 Coríntios Como resolver conflitos na Igreja, Editora: Hagnos. 2008, p.113

110
10.1-33), problemas com a insubmissão das mulheres aos seus maridos (cf I
CORÍNTIOS 11.2-16).

Problemas concernentes à Ceia do Senhor (cf I CORÍNTIOS 11.17-34),


Problemas relacionados aos dons do Espírito Santo (cf I CORÍNTIOS 12.1-31;
14.1-25), algo que estava provocando desordem na Igreja (cf CORÍNTIOS
14.26-40). Alguns problemas com relação com a ressurreição de Cristo e com
a ressurreição dos mortos (cf CORÍNTIOS 151-58).

Paulo recebeu toda esta informação da parte dos da família de Cloé (cf
Coríntios 1.11), que era uma família destacada da Igreja que havia toda
aquela bagunça no meio da Igreja. Uma falsa exibição de uma espiritualidade
vazia, simplesmente pelos dons sem o amor. Qualquer tipo de espiritualidade
por mais que possa ser tão excelente, mas sem o amor não presta para nada.

Por isso Paulo escreveu essa carta para mostrá-los que, a verdadeira
espiritualidade não se mede pelos dons que cada um possui, mas sim, pela
medida perfeita do amor que a pessoa possui.

E o amor não é sentimento emocional, mas sim atitude positivo do


Espírito com verdade. Paulo manda que permanecem: “[…] a fé, a esperança
e o amor, estes três, mas o maior destes é o amor” (cf I CORÍNTIOS 13.13).

A maior graça, o maior dom dado para o aperfeiçoamento da Igreja, é o


amor, no entanto, sem o amor puro de Deus, a Igreja não poderia viver e
resistir e expandir.

O amor é tão importante para a Igreja do Senhor que foi colocado como
o mais importante e infinito de todas as virtudes do Espírito. O amor, é maior
do que a própria fé, amor é maior do que a esperança, amor é maior do que
todos os dons dados a Igreja. Por isso que:

111
AINDA que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse caridade,
seria como o metal que soa ou como o sino que tine. E ainda que tivesse o dom da
profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse
toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse caridade,
nada seria. E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos
pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse
caridade, nada disso me aproveitaria. (cf I CORÍNTIOS 13.1-3).

O amor é o remédio solucionador de conflitos dentro da Igreja. O amor


bíblico é a solução para todos os problemas na Igreja. Quando o irmão ama
outro irmão, para quê levá-lo a justiça? Quando o irmão ama outro irmão,
para quê acusá-lo invés de ajudá-lo a crescer?

A onde há o amor bíblico há também liberdade do Espírito. A onde há


amor, há também a paz do Espírito. Onde há amor, há também unidade do
Espírito. Onde há amor, há também justiça, discência, perdão etc.

A Igreja de Cristo precisa voltar às suas origens e ser guiada pela


Palavra de Deus, para não cometer os mesmos erros, tanto do passado
quanto do presente, onde as opiniões pessoais estavam e estão acima das
verdades bíblicas.

A Igreja hoje precisa levantar os olhos e olhar para a Bíblia, sem uma
volta à Palavra não teremos outra solução, estaremos caminhando todos os
dias para o pior dos fatos.

Temos que reconhecer que se surgiram todos esses conflitos dentro


das Igrejas é porque o amor bíblico fora abandonado entre irmãos, portanto,
é importante que a Igreja como um todo voltásse ao amor, porque o amor
joga fora: ódio, ira, raiva, divisão, briga, acusações falsas, inveja, cobiça,
orgulho, ganância, interesse próprio, egoísmo. E tudo que não conforma com
a Palavra, é jogada fora.

112
O é que a Igreja “é” neste mundo?

O apóstolo Paulo nos apresenta dois retratos da igreja: Primeiro, a igreja como
Deus a vê (1.1-9); segundo, a igreja como nós a vemos (1.10-31). No primeiro
retrato, Paulo descreve o que nós somos em Cristo, a santificação posicionai.
No segundo retrato, Paulo descreve o que nós somos existencialmente, a
santificação progressiva. O que nós somos em Cristo deve ser evidenciado pelo
que praticamos na vida diária29

1. A Igreja é o sal da terra: Vós sois o sal da terra; […] (cf MATEUS 5.13).
2. A Igreja é a luz do mundo: “Vós sois a luz do mundo; […]. Assim
resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas
obras, e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus. (cf MATEUS 5.14-16).

Deus olha para sua Igreja como sal da terra e como luz do mundo. Esta
é a visão de Deus para a sua Igreja e é isto que a Igreja deve ser e viver, para
que por meio de suas obras feitas na luz Deus seja glorificado. A Igreja deve
sempre avaliar seu comportamento e regulamentá-lo pela Palavra de Deus.

Sem a Palavra a Igreja perde sua direção. Pois é o modelo para o


mundo. É importante que entendamos que os olhos do mundo inteiro estão
virados para a Igreja. O que eles estão vendo? Amor? União? Ou ódio? Inveja?
Brigas?

29
W IE R SB E, W a rre n W . Comentário bíblico expositivo. 2006: p. 742.

113
II- DIÁLOGO & COMUNICAÇÃO

Jesus disse: “Se teu irmão pecar contra você, vá e mostra-lhe o seu erro.
Mas faça isso em particular, só entre vocês dois. Se essa pessoa ouvir o seu
conselho, então você ganhou de volta o seu irmão” (cf MATEUS 18.15).

O diálogo30 e Comunicação31 são os instrumentos primários para


vencer as distrações e alcançar o sucesso. São as primeiras pedras de
construção de qualquer sociedade e até mesmo da Igreja. Precisamos
assumir que todo conflito é ruim, prejudicial e sempre deve ser evitado ou
resolvido.

Também precisamos reconhecer que o conflito vem pela carência do


diálogo franco e comunicação estável e com qualidade. Quando o diálogo
franco e uma comunicação clara entrarem em carência, surge conflitos por
ter havido: falta de confiança, desconfiança, e a vontade de autodefesa.

Se é pela falta do diálogo franco que surgem conflitos, é com o diálogo


franco que podemos resolvê-los. Há poder na palavra, e nunca falta a sua
força tanto para construir quanto para destruir, dependendo de como for
usada. É com a palavra que construímos e é com a palavra que destruímos. O
mundo foi criado pelo poder da Palavra de Deus (cf Gênesis 1.1-31; João 1.3-
4; Hebreus 1.2-3).

Concordo com Robson Moura Marinho, quando ele diz que: “[…] as
palavras também fazem milagres.”32 E que em seu poder infinito:

30
Diálogo é a conversa entre duas ou mais pessoas, Novo Dicionário da Língua portuguesa, 2913
31
Comunicação é o processo que envolve a transmissão e a recepção de uma mensagem entre uma
fonte emissora e um destinatário receptor, no qual as informações, transmitidas por intermédio de
recursos físicos (fala, audição, visão, etc) ou de aparelhos e dispositivos técnicos, são edificadas na fonte
e descodificadas no destino com o uso de sistemas convencionados de signos ou símbolos sonoros,
escritos, iconográficos, gestuais etc
32
MARÎNHO Moura Robson, A Comunicação na Homilética, Editora: Vida Nova, São Paulo – SP, 1999,
p.13

114
Deus colocou na comunicação um poder quase infinito. As palavras têm o
poder de produzir sentimentos, pensamentos e ações. Uma única palavra pode
produzir amor ou ódio, alegria ou tristeza, motivação ou depressão,
pensamentos positivos ou negativos.33

A Igreja como um todo pode vencer as milhares das suas batalhas


apenas com diálogo e comunicação. E a Igreja foi dada um poder imenso
através da Palavra para ser usado “Porque não sois vós quem falará, mas o
Espírito de vosso Pai é que fala em vós”.

A Bíblia afirma que “A morte e a vida estão no poder da língua; e aquele


que a ama comerá do seu fruto” (cf PROVÉRBIOS 18.21), basta cada um
escolher a morte ou a vida; o fracasso ou sucesso.

Cada um vai viver os frutos de sua própria língua, cada um vai viver do
que ele escolheu, Cada Igreja vai viver os frutos das suas próprias palavras
(cf GÁLATAS 6.7). A Bíblia nos aconselha a viver segundo a Palavra de Deus,
que é a Palavra da vida para a sua Igreja. Uma Igreja que não vive a Palavra
de Deus, ela está escolhendo o caminho da morte (cf Mateus 4.4).

Um exército pode ser forte, e ter condições logísticas gigantescas, mas


ele não tiver uma boa comunicação clara e diálogo franco, ela pode perder a
guerra. Uma comunicação confusa e diálogo defeituoso é o primeiro sinal da
derrota de qualquer exército. Quando um general sabe comunicar bem, sabe
construir um diálogo franco, ele já ganha a primeira batalha.

A Igreja é um povo e um exército para o Senhor. Ela está combatendo


todos os dias contra o diabo e seu exército (cf Efésios 6.12-13). Então ter
uma comunicação débil e não escolher o caminho de diálogo franco para
encontrar soluções eficazes para as questões internas e externas que a

33
MARÎNHO Moura Robson, A Comunicação na Homilética, Editora: Vida Nova, São Paulo – SP, 1999,
p.13

115
evolve, ela não terá como resistir a força inimiga e trazer soluções para essas
questões.

No texto acima (Mateus 18.15), Jesus não disse que não haverá ofensas
entre irmãos, que não surgirá questões desagradáveis no meio da Igreja, ele
não estava falando sobre isso, certamente.

De facto, a evidência crescente sugere que o conflito pode ser benéfico


para o desempenho nos grupos e organizações e o seu evitamento e
supressão reduz a criatividade, qualidade de decisão, desenvolvimento de
produto e a comunicação entre grupos.

Jesus estava dizendo que, apesar de ofensas que podem acontecer


entre irmãos, o diálogo franco deve ser o caminho para resolvê-las. O diálogo
franco significa colocar o dedo na ferida, não é expressar uma expressão
falsa. No diálogo franco o coração é colocado sobre a mesa, quando é assim
“o irmão é ganho de novo”.

Em caso da pessoa ofensora rejeitar a oportunidade, Jesus disse que é a


partir dessa instância que se deve comunicar os outros para tomar uma
decisão final e seja tratada como um ímpio ou publicano (cf Mateus 18.16-
17).

Pois, ela não expressa um atitude de uma pessoa salva que tem o
Espírito Santo de Deus habitando nela. O Crente é aquela pessoa que está
pronta a assumir humildemente a sua culpa e buscar pelo caminho da paz
pedindo francamente o perdão do irmão ofendido e o irmão ofendido aceite
perdoar o seu irmão.

Jesus encorajou seus filhos a dialogar e ter conversas francas e claras


sobre suas questões. Paulo reprovou expressamente as atitudes carnais dos
irmãos da Igreja de Coríntios (cf I Coríntios 6.1-7) ao negarem o princípio de

116
diálogo entre irmãos e passaram a transferir as questões internas da Igreja
que poderiam ser resolvidas internamente para os tribunais públicas e
pagãos.

Paulo condena e considera suas ações como frutos da carne e não do


Espírito (cf I Coríntios 3.1-3). Paulo deu uma lista por classe ou grupo as
práticas que provém da carne. Basta ver uns desses comportamentos em
qualquer Igreja, já sabe que o princípio é carnal e não espiritual. Veja como
Paulo nos deu esta lista:

Porque as obras da carne são manifestas, as quais são: adultério, fornicação,


imundície, dissolução, Idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, ciúmes, iras,
pelejas, dissensões, heresias, Invejas, homicídios, bebedices, glutonarias, e
coisas semelhantes a essas, acerca das quais vos declaro, como já dantes vos
disse, que os que cometem tais coisas não herdarão o reino de Deus. (cf
GÁLATAS 5.19-21).

Se quisermos construir Igrejas sólidas, precisamos construir as nossas


raízes sobre diálogo e comunicação. Evitar conflitos é algo que todos
desejamos e em muitos casos trabalhamos para que não aconteça, mas
inevitavelmente eles surgem bem nos nossos narizes e perguntamos: como
isso ter acontecido? Mas aconteceu porque somos pecadores por natureza
desde a concepção (cf Romanos 3.10-23; Salmos 51.5; Jó 15.14-15; Salmos
58.3).

Naturalmente o mal sempre está na nossa carne, ela é tão pecaminosa,


mesmo que a nossa alma foi salva e regenerada pelo sangue de Jesus, ele
continua ativo no nosso corpo físico. A salvação não elimina o pecado da
nossa carne, mas ele renova o nosso espírito e salva a nossa alma da
corrupção da nossa carne.

117
A salvação nos liberta do domínio ou debaixo do poder do pecado, e
não da presença dele, por isso que o crente não pode pecar como hábito ou
como princípio porque não está sob domínio do pecado, o pecado acontece
na vida do crente como acidente e se confessado ele é absolutamente
perdoado (cf I João 1.9).

Quando somos salvos passamos a viver segundo a vontade de Deus e


não a da nossa carne (cf Romanos 6.6-18; I João 1.8-9). A salvação destrona o
domínio do pecado e do diabo sobre a nossa vida e Cristo passa a reinar
sobre nós.

Como Igreja podemos encontrar a paz e sucesso quando permitimos


que o diálogo seja o nosso caminho e a comunicação seja o caminho para as
nossas vitórias. A vitória está no poder da nossa língua, e se queremos
vencer, a comunicação não pode ser uma opção.

118
III- PERDÃO

Segundo John Bevere:

Os discípulos de Jesus testemunharam grandes e notáveis milagres. Assistiram


maravilhados cegos verem novamente e mortos se levantarem. Ouviram Jesus
ordenar que uma tempestade sossegasse. Viram milhares serem alimentados
pelo milagre da multiplicação de poucos pães e peixes. A lista de milagres e
maravilhas de Jesus era tão exaustiva que, segundo a Bíblia, um mundo de livros
jamais poderia contê-la. Nunca a raça humana testemunhou a milagrosa mão de
Deus de forma tão impressionante e palpável. Os discípulos andavam
maravilhados e surpresos. Entretanto, não foi por causa desses milagres que
foram levados à beira da dúvida. Não, esse desafio viria mais tarde, no fim do
ministério de Jesus na Terra. Jesus instruiu seus discípulos: "Se teu irmão pecar
contra ti [...] se, por sete vezes no dia, pecar contra ti e, etc. vezes, vier ter contigo,
dizendo: Estou arrependido, perdoa-lhe. Então, disseram os apóstolos ao Senhor:
Aumenta-nos a fé" (Lc.17:3-5).34

A onde há amor há perdão. A onde há perdão há sucesso, há


crescimento. A Igreja precisa crescer em amor e do amor virá perdão como a
causa de atitude positivo da espiritualidade ensinada nas Escrituras.

As recomendações bíblicas são sempre estas: “Antes sede uns para com
outros benignos, misericordiosos, perdoando-vos uns aos outros, como
também Deus vos perdoou em Cristo” (cf EFÉSIOS 4.32).

Suportando-vos uns aos outros e perdoando-vos uns aos outros, se


algum tiver queixa contra outro; assim como Cristo vos perdoou, assim fazei
vós também” (cf COLOSSENSES 3.13).

Cada crente é chamado a imitar a Cristo em toda a sua maneira de


viver. Cristo é o modelo de referência para a vida cristã. Uma Igreja que não

34
BEVERE John A ISCA DE SATANÁS, S ai b a c o m o En f r e n tar e V e nc er o I ni mi g o, Editora: Atos,
2002, p.5

119
anda imitando a Cristo, um irmão ou irmã que não anda imitando a Cristo, é
uma prova de que não dele e nem o conhece.

Se não imitamos a Cristo, então não temos outra opção para não
imitarmos ao diabo e ao mundo. “Disse-lhes, pois, Jesus: “Se Deus fosse o
vosso Pai, certamente, me amareis, pois, que eu saí e vim de Deus; não vim de
mim mesmo, mas ele me enviou” (cf JOÃO 8.42). Amar a Cristo, significa viver
e praticar a vontade dele, significa imitá-lo em toda a sua maneira se ser,
viver e fazer. O crente deve imitar a Cristo.

Quais são os limites dessa imitação? Paulo diz que devemos imitar a Deus no
amor. Andar em amor denota uma ação habitual. E fazer do amor a principal
regra da nossa vida. Esse amor possui duas características distintas: primeiro,
o perdão. (Deus amou-nos e perdoou-nos (4.32); assim, também devemos
amar e perdoar (5.1)); segundo, o sacrifício (5.2). Esse amor não é mero
sentimento. Ele tudo dá pelo irmão sem levar em conta nenhum sacrifício por
aquele a quem é dedicado. O sacrifício de Cristo foi agradável a Deus no
sentido de que satisfez sua justiça e adquiriu eterna e eficaz redenção para nós.

Os filhos do diabo não têm condições para imitar a Cristo, imitar a


Cristo é uma característica divina concedida apenas e exclusivamente aos
filhos de Deus, e essa natureza é conferida na regeneração, por isso que essa
natureza não se limita apenas ao que fazemos, mas por aquilo que somos. É a
natureza dos filhos de Deus.

Os filhos não esforçam e nem precisam lutar para ser como Cristo é,
eles o são naturalmente. Os filhos de Deus não precisam lutar para serem
obedientes, não precisam lutar para amar, não precisam lutar para falar a
verdade, não precisam lutar para perdoar, pois, isto na no sangue deles, isto
está na nova natureza gerada por Cristo.

Os filhos do diabo o imitam em todas as suas práticas.

120
Jesus afirma que: “Vós tendes por pai ao diabo e quereis satisfazer os
desejos de vosso pai; ele foi homicida desde o princípio e não se firmou na
verdade, porque não há verdade nele; quando ele profere mentira, fala do
que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira” (cf JOÃO 8.44).

Perdão é uma das caraterísticas dos filhos de Deus imitadas de Cristo


Jesus, que os filhos do diabo não conseguem ter. A mentira é uma
característica destacada do diabo. Ele é a fonte geradora de todas as mentiras
e falsidades, pecado plenamente contrário a mente e caráter de Deus, que é
verdade (João 14.6; Apocalipse 19.11).

Uma das caraterísticas que podemos destacar de uma pessoa que não é
salva é a “mentira e falsidade”, isto prova que ele ainda não nasceu do
Espírito, porque sua maneira de ser e agir prova que ele está imitando ao
diabo seu pai, por ter sido o pai da mentira (cf João 8.44).

A Igreja não apenas precisa ensinar sobre perdão, mas deve viver
perdoando, perdão é a característica de Deus na vida dos seus filhos. Todas
as barreiras entre irmãos são removidas com o perdão. Como vemos que o
perdão de Deus removeu a barreira que nos separava dele. De acordo com
Hernandes Dias Lopes:

O perdão removeu a barreira entre o Deus santo e o homem pecador. A igreja é


a comunidade dos perdoados. Só gente perdoada pode entrar no céu. O pecado
faz separação entre nós e Deus (Is 59.2), pois Deus é luz, e não há Nele treva
nenhuma (l jo 1.5). Deus, porém, nos perdoou de todos os pecados presentes,
passados e futuros.35

Vingar é algo natural na vida da humanidade. Amigos vingam-se,


irmãos vingam-se, conjugues vingam-se. Nações vingam-se banhando as

35
LOPES Dias Hernandes, COLOSSENSES A suprema grandeza de Cristo, o cabeça da Igreja, Editora:
Hagnos, São Paulo, 2008, p.73

121
terras com o sangue dos inocentes. O coração do homem é mau quanto
imagina. Se Deus não agisse para aplacar a força da ira do homem, esta
planeta seria despovoado em segundos.

O perdão está longe da vontade natural do homem, por isso que o


perdão é o dom de Deus para aplacar o forte desejo de vingança e destruição
em massa. Se Deus soltar sua mão do coração das pessoas até os pais
matariam os seus filhos sem sentimento de pena alguma.

Esta é a razão porque os discípulos ficaram admirados quando lhes


falaram sobre perdoar até mesmo os seus inimigos. Porque em sua natureza
não existe esta lei de perdão uns aos outros. O perdão é a graça provedora de
Deus para os seus filhos. O verdadeiro perdão se encontra apenas nos
corações daqueles que amam a Deus e têm sua lei guardada para cumprir.

Estou muito impressionado com as palavras do Hernandes Dias Lopes


quando ele afirma que:

Há pessoas que são explosivas, que atiram estilhaços para todos os lados,
ferindo as pessoas com seu destempero emocional. A […] maneira errada de
lidar com a raiva é o congelamento dela. O indivíduo não a joga para fora, mas
para dentro. O resultado disso é a amargura. A solução para o congelamento da
raiva é o perdão. E espremer o pus da ferida até o fim, fazendo uma assepsia da
alma, uma faxina da mente, uma limpeza do coração.36

Quando a raiva não for bem administrada ela leva a destruição. A raiva
é uma bomba, é um veneno contra a própria existência da humanidade.
Muitas guerras que estamos assistindo hoje, pessoas morrendo, crianças
sendo mortas fatalmente, elas vieram por causa da raiva e ambição maligna
do coração humano.

36
LOPES Dias Hernandes, EFESIOS, Igreja, a noiva gloriosa de Cristo, Editora: Hagnos, São Paulo, 2009,
p.120

122
Para que a Igreja cresça, não precisamos eliminar as ofensas, mas sim,
liberar perdão. As ofensas são inevitáveis, mas o remédio está em Deus.
Perdoar nos ajuda a fortalecer o nosso amor para o próximo, e nos ajuda a
superar o ódio, a raiva e a vingança.

Perdoar é muito importante porque nos livra da raiva, rancor, tristeza e outros
sentimentos desagradáveis. Ao realizar o ato de perdoar, tem-se uma
oportunidade de se libertar das amarras que trazem peso negativo para nossas
vidas. É um símbolo de inteligência emocional e, em muitos momentos, de
amadurecimento pessoal.37

A Bíblia diz: “Não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar a
ira, porque está escrito: Minha é a vingança; eu recompensarei, diz o Senhor”
(cf ROMANOS 12.19). A cura para a raiva, é não vingar e deixar que Deus aja
em justiça por nós.

Perdão não elimina a justiça, perdão não faz com a justiça deixa de ser
executada. O perdão é “banir do coração todo o sentimento malicioso” e
deixar que Deus seja justo. Perdão é a cura para o coração ferido. “Essas
atitudes pecaminosas devem ser substituídas pela benignidade, compaixão e
perdão. Esse é o modo de andar digno de Deus.”38

Devemos perdoar uns aos outros como Ele nos perdoou em Cristo,
sendo de novo gerados precisamos nos despir da velha natureza que gerava
em nós ódio, raiva e vingança para que possamos receber do Senhor uma
nova natureza (cf II Coríntios 5.17, Romanos 12.1-2).

Essa velha natureza precisa marcar apenas o nosso passado, mas não o
nosso presente em Cristo (cf Efésios 2.1-5). Paulo nos recomendou como
filhos de Deus, dizendo:

37
https://www.google.com/search?q=importancia+de+perdoar
38
LOPES Dias Hernandes, EFÉSIOS, Igreja, a noiva gloriosa de Cristo, Editora: Hagnos, São Paulo, 2009,
p.122

123
“Portanto, abandonem a velha natureza de vocês, que fazia com que vocês
vivêssem uma vida de pecados e que estava sendo destruída pelos seus desejos
enganosos. É preciso que o coração e a mente de vocês sejam completamente
renovados. Vistam-se com a nova natureza, criada por Deus, que é parecida
com a sua própria natureza e que se mostra na vida verdadeira, a qual é
correta e dedicada a ele. Por isso não mintam mais. Qua cada um diga a
verdade para o seu irmão na fé, pois, todos nós somos membros do corpo de
Cristo. se vocês ficarem com raiva, não deixem que isso faça com que pequem e
não fiquem o dia inteiro com raiva. Não dêem ao diabo a oportunidade para
tentar vocês” (cf EFÉSIOS 4.22-27)

124
IV- UNIDADE DO ESPÍRITO

A unidade é a máquina poderosa do crescimento da Igreja. A Igreja


precisa manter sua unidade pura de acordo com a orientação bíblica. A Igreja
expande quando ela está numa pura unidade do Espírito.

A unidade é muito importante para a pregação do Evangelho, é muito


importante para que os irmãos crescêssem em Cristo. Pela excelência da
unidade, o salmista diz: “Oh! Quão bom e quão suave é que os irmãos vivam
em união” (cf SALMOS 133.1).

Durante seu ministério aqui na terra, Jesus ensinou muito sobre a


unidade como a verdadeira máquina do crescimento e de consistência da
Igreja. Uma hora ele disse: “Estai em mim, e eu, em vós; como a vara de si
mesma não pode dar fruto, se não estiver na videira, assim, também vós, se
não estiverdes em mim” (cf JOÃO 15.4).

Aqui nesta metáfora, Afirmou Hernandes Dias Lopes que: “Trata-se de


uma união orgânica, vital, profunda”.39 Vemos a expressão pura da
verdadeira unidade. Jesus é em quem todos devem manter ligados e unidos.
A nossa unidade é perfeita quando ela está em Cristo.

Nós como Igreja, a nossa frutificação depende-se muito da ligação que


temos em Cristo. Na medida que estamos unidos em Cristo que os frutos
aparecem com abundância.

Mas chega a hora em que ele não precisava mais ensinar a respeito,
mas sim dirigir ao Pai em oração. A unidade pura é aquela vinda de Deus, não
da boa intenção dos homens. Sabendo que o trabalho maior está ainda em
frente (cf João 14.12) e que depende muito da unidade, o Senhor orou ao Pai

39
LOPES Dias Hernandes, JOAO, As glórias do Filho de Deus, Editora: Hagnos – São Paulo , 2015, p.374

125
pela unidade do Espírito dos seus discípulos. Porque a onde não há unidade,
não também sucesso. João registrou a oração de Jesus, dizendo:

1 JESUS disse essas coisas, e levantou seus olhos ao céu, e disse: Pai, é chegada
a hora; glorifica teu Filho, para que também o teu Filho te glorifique a ti; […] 11
E eu já não estou mais no mundo; porém eles estão no mundo, e eu vou para ti.
Pai santo, guarda em teu nome aqueles que me deste, para que sejam um,
assim como nós. […] Para que todos sejam um como tu, ó Pai, és em mim, e eu,
em ti; que também eles sejam um em nós, para que o mundo creia que tu me
enviaste. […] E eu dei-lhes a glória que a mim me deste, para que sejam um,
como nós somos um; […] Eu neles, e tu em mim, para que sejam perfeitos em
unidade, e para que o mundo reconheça que tu me enviaste a mim, e que os
amaste a eles como tu me amaste a mim. (cf JOÃO 17.1, 11, 21-23).

Todos nós, como cristãos, possuímos o desafio de evidenciar esta


unidade espiritual que existe entre nós, de forma concreta e afetiva. Sem a
pura unidade, não pode haver o crescimento sem uma pura unidade entre
seus membros.

Jesus orou pela unidade (João 17.1-22), os apóstolos encorajaram a


unidade na Igreja (I Coríntios 1.10), e vemos no livro de Salmos do Velho
Testamento, a unidade foi fundamentada no culto a Deus (Salmos 133.1-3).

A Cruz nos converge em Cristo pelo seu sangue através da fé (Efésios


3.13), tanto judeus assim como gentios, pelo sangue de Cristo o muro que
separava os povos foi derrubado pela cruz. Por isso que a cruz é o marco
fundamental para o cristianismo.

Quem conhece a vitória da cruz, sabe a importância da unidade que


traz. Uma Igreja que entende a vitória da cruz, não vive desunida. A unidade
prova para o mundo que o Pai enviou o Filho. Por isso, a unidade é a arma
explosiva para destruir qualquer muro de separação, pois, pela cruz somos
um no Senhor.
126
A cruz venceu a separação, e trouxe a unidade como bandeira do
Evangelho. “ […] naquele tempo estáveis sem Cristo, separados da
comunidade de Israel e estranhos às alianças da promessa, não tendo
esperança e sem Deus (Ef 2:12). Porém, agora, em Cristo Jesus... (Ef 2:13).

Em Cristo, tudo transformou: “[...] vós que estáveis longes fostes


aproximados pelo sangue de Cristo (v.13). “[…] pela sua morte na cruz, Cristo
destruiu a inimizade que havia entre os dois povos (Efésios 2.16 ).

O “sangue” poderoso de Jesus nos aproximou, isto é, seu sacrifício na


cruz do calvário. A unidade entre os cristãos existe, fundamentalmente, por
conta do que Cristo passou na cruz. A cruz é o grande anel unificador dos
cristãos. A cruz de Jesus é o epicentro dessa aproximação.

A Igreja não tem nada a ganhar com divisão e brigas desnecessárias, e


temos tudo a perder. O que está separando irmãos hoje são limites
denominacionais, invés princípios doutrinários da Palavra de Deus. O que
separa os irmãos hoje é o poder, dinheiro, orgulho, inveja, cobiça etc. invés
da justiça e verdade. Eu não estou a favor do movumento ecuménico, rejeito
este movimento absolutamente sem nenhuma ressalva, por promover uma
unidade baseada nas ideias humanas, mas não pela Palavra de Deus.

Ele promove uma unidade sem elo da verdade, onde cada um prega o
que entender desde que mantenham interlaçados um com outro sem vínculo
da verdade. A verdade da Palavra de Deus deixa de ser vista como verdade
absoluta e imutável, e passa a ser vista como princípios relativos. Eu
discordo plenamente com esse tipo de unidade, quando defendo a unidade,
estou fundamentando na unidade defendida pela Palavra.

A Igreja é uma unidade familiar, a Igreja vive uma atmosfera de irmãos,


e filhos de Deus. Não existe o chefe, não existe o superior, a Igreja reconhece

127
apenas Jesus como sua cabeça, do resto são irmãos servindo uns aos outros
no amor de Cristo. Aqueles que achamos ser os nossos superiores são os
nossos servos. Em Cristo o maior serve o menor. O líder serve os liderados.

A Igreja obedece apenas as ordens do Senhor, a Igreja submete apenas


ao Senhorio do Jesus, a Igreja vive apenas na vontade, para a vontade de
Deus para a sua glória.

A fonte geradora da unidade, […] é a cruz de Jesus Cristo. Foi seu


sacrifício que tornou possível a unidade dos crentes (At 20:28; Ef 2:13-16).
Na cruz, Jesus nos fez um único povo (Jo 1:12; 11:52), povo que foi espalhado
por todos os lugares da terra cantando o hino da vitória do Evangelho. Por
causa da cruz, temos perdão dos pecados, salvação, justiça, esperança e uma
nova família! John Mackay diz que:

Deus constituiu a Jesus Cristo como centro unificador de um vasto esquema de


unidade por meio do qual as ordens celestes e terrestres, separadas como
estão agora por um grande abismo entre o sobrenatural e o natural e pelo
abismo ainda maior do santo e do pecaminoso, serão de novo reunidas em
uma única e unida comunidade.40

Por meio dele que somos feitos filhos e filhas de Deus. “Mas, todos
quantos o receberam, a eles deu ele o poder de serem feitos filhos de Deus;
somente aos que creem no seu nome.” (cf JOÃO 1.12). A Igreja precisa
acreditar na unidade e subir por todas as barreiras conflituantes e passar a
promover uma unidade verdadeira e pura.

A divisão na Igreja não provem de Deus, mas sim de corações carentes


da verdade, como afirmou Tiago: “De onde vêm as guerras e pelejas entre
vós? Porventura, não vêm disto, a saber, dos vossos deleites, que nos vossos
membros guerreiam? (cf TIAGO 4.1). “Irmãos, não faleis mal um dos outros,

40
M a c k a y , fo h n . A ordem de D eus e a desordem do h om em , p. 5 5 .

128
quem fala mal de um irmão e julga o seu irmão fala mal da lei e julga a lei […]
(cf TIAGGO 4.11).

“Há um só legislador e um juiz, que pode salvar e destruir. Tu, porém,


quem és, que julgas a outrem” (cf TIAGO 4.12), “[…]Deus resiste os soberbos,
dá porém graça aos humildes” (cf TIAGO 4.6).

Mas como Igreja e como irmãos, a Bíblia nos aconselha a sujeitar-nos a


Deus (cf Tiago 4.7), ela nos aconselha a chegar-nos a Deus, pois, ele chagará a
nós (cf Tiago 4.8a), “Limpai as mãos, pecadores; e, vós de duplo ânimo,
purificai o coração. (cf TIAGO 4.8b).

Devemos superar o ódio, a ira, a raiva e tudo aquilo que nos coloca
contra a Palavra. Devemos subir sobre tudo aquilo que nos deixa irado, e
passamos a promover a verdadeira unidade sustentada pelo amor puro.

Concordo plenamente com Hernandes Dias Lopes quando diz que:


“Cristo é quem dá à igreja unidade e solidez.” (Ap 21.3).41 Isto prova que não
nos falta a graça divina para sermos uma Igreja vencedora das batalhas e
guerras que o inimigo levanta contra nós.

Uma Igreja que briga entre si, não entende a guerra que fora chamada e
alistada para guerrear porque a Bíblia diz que: “Porque não temos que alutar
contra a carne e o sangue, mas sim contra os principados, contra as
potestades, contra os príncipes das trevas deste mundo, contra as hostes
espirituais da maldade nos lugares celestiais.” (cf Efésios 6.12), é esta a
guerra legítima da Igreja e de cada cristão salvo pela graça por intermédio da
fé.

Um dos sinais que mostra que um exército está perdendo frente a


outro exército inimigo, é quando eles começam a brigar internamente. As

41
EFESIOS - Igreja, a noiva gloriosa de Cristo, Editora: Hagnos, 2010, p.68

129
guerras internas nas Igrejas é um sinal perigoso para o futuro dela na frente
da guerra.

Irmão, contra outro irmão, pastor falando mal de outro pastor, quando
deveríamos lutar contra o inimigo (Efésios 6.12), é o sinal de fracasso e de
frustração. Como disse o próprio Jesus: “[…] todo o reino dividido contra si
mesmo é devastado; e toda a cidade ou casa dividida contra si mesma não
subsistirá.” (cf MATEUS 12.25).

Eu nunca me senti tão forte como quando esta verdade se tornou uma
realidade na minha vida. Fui atacado por todos os lados, pessoas que
tentaram minar negativamente o meu nome e falando mal do meu
ministério, a paz veio ao meu coração quando entendi pela Bíblia que, eles
não eram pessoas com as quais deveria lutar contra. A moral, é a maior
aliada do qualquer exército, por isso, o diabo procura minar a nossa moral e
nos distrair para que não possamos nos dedicar nas verdadeiras causas do
reino de Deus.

Eu aconselho aos meus irmãos a deixarem as brigas internas, e


passamos a olhar pelas causas da nossa existência como Igreja de Cristo.
Temos uma missão para cumprir que já começou mas que ainda não chegou
ao seu fim. Não devemos permitir as distrações do inimigo nos abalar e
destruir todo o nosso poderio de lutar contra ele.

A Igreja como um todo deve se cuidar com os que causam divisão no


meio dela e trata-los com mais dureza do que com quaisquer outros que
possuem outros problemas. Porque a divisão na Igreja é um sinal muito
perigoso. A divisão não traz para a Igreja a força e vitória, mas sim, vergonha
e frustração.

130
V- FIXAR OS OLHOS EM CRISTO

PORTANTO, nós também, visto que estamos rodeados de uma tão grande nuvem
de testemunhas, deixemos todo impedimento, e o pecado que tão facilmente nos
rodeia, e corramos com paciência a carreira que nos está proposta. Olhando
para Jesus, autor e consumador da fé, o qual pela alegria que lhe estava
proposta suportou a cruz, desprezando a afronta, e assentou-se à destra do trono
de Deus. Considerai, pois, aquele que contra si mesmo suportou tal contradição
dos pecadores, para que não enfraqueçais, desfalecendo em vosso ânimo. (cf
HEBREUS 12.1-3).

Umas das armas para vencer as distrações, é “olhar para Jesus”. Os


olhos fixo em Cristo significa que não estamos olhando para as distrações.
Jesus é o nosso exemplo de uma pessoa que vence as distrações do inimigo
através da cena da cruz.

Muitas coisas estavam acontecendo a volta da vida e do ministério do


nosso Senhor, a Bíblia afirma que Jesus “levantou os olhos ao céu, e disse:
afatá, isto é abre-te.” (cf MARCOS 7.34). A nossa atitude quando nos
encontramos numas situações complicadíssimas é levantar os olhos e olhar
para Jesus, aquele que está sentado na destra do Pai no Céu.

A distração nos supera quando atentamos a elas e deixamos de olhar


para Jesus. Eu espero que os meus irmãos podem-me ouvir através destas
letras escritas em espírito de amor e carinho.

Devemos olhar para Jesus como o nosso:

a) Exemplo de fé
b) Exemplo de amor
c) Exemplo da unidade
d) Exemplo de perdão
e) Exemplo de justiça

131
“porque para isto sois chamados, pois, também Cristo padeceu por nós,
deixando-nos o exemplo, para que sigais as suas pisadas” (cf PEDRO .2.21).

O principal chamado do crente é o chamado para seguir os passos de


Jesus. Por isso que também somos chamados de seus discípulos, o
discipulado é caraterizado pela disponibilidade voluntária de seguir a Cristo,
em todos os seus caminhos. Um dos maiores exemplos do nosso Senhor, é a
“Cruz”. A cruz nos deixou um exemplo de um homem perfeito, de um homem
justo e um Deus cheio da graça e de misericórdia.

Se estamos rodeados por toda a grandeza do passado, também estamos


rodeados pelo obstáculo de nosso próprio pecado. Ninguém pode alcançar a
grandeza quando se sente arrasado por uma carga. Ninguém tentaria escalar o
Everest com um caminhão carregado de madeira. Se devemos viajar longe
temos que ir leves. Na vida cristã é um dever essencial descartar coisas:
hábitos, prazeres, confissões e associações que nos arrastam para trás ou nos
atiram para baixo. Devem ser arrojados como o atleta arroja sua capa quando
se dirige à luta. Devemos abandonar tudo aquilo que nos retém e
freqüentemente necessitaremos a ajuda de Cristo para poder fazê-lo.42

Muitos cristãos não estão conseguindo superar certos obstáculos em


seus caminhos, porque estão carregados dos hábitos da velha natureza,
condições da vida do passado, hábitos que viraram um fardo nos seus
ombros. O crente que deseja seguir a Cristo firmemente, tem que se despojar
de tudo que provém da carne e do mundo, e passa adquirir tudo aquilo que
provém do Espírito e do Céu.

O crente não vive sem uma bússola que o oriente, o crente não vive
sem recursos que o sustente, o crente não vive sem um poder que o dá
forças.

42
BARCLAY William, HEBREWS Título original em inglês: The Letter to The Hebrews Tradução: Carlos
Biagini

132
O crente verdadeiro tem um exemplo a seguir:

Esse exemplo é o próprio Jesus. Pela meta que teve diante de si, Ele suportou
tudo. Para ganhar essa meta esteve disposto ao abandono da glória celestial,
rechaçou deliberadamente o triunfo terreno e abraçou o caminho da cruz. O
autor de Hebreus tem um relâmpago de percepção ao dizer: “desprezando a
ignomínia” (12:1, TB). Jesus era sensível; jamais alguém teve um coração tão
sensível como o seu. A cruz era humilhante, o castigo dos criminais, dos quais a
sociedade considerava como o sedimento da humanidade. E entretanto,
aceitou-a.43

43
BARCLAY William HEBREWS Título original em inglês: The Letter to The Hebrews Tradução: Carlos
Biagini

133
VI- A ORAÇÃO COM ENTENDIMENTO
“Orai sem cessar.” (cf I TESSALONICENSES 5.17).

Jesus diz: “Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; […]. O nosso
inimigo não está tão longe quanto imaginamos, ele está perto. “ […] o diabo,
vosso adversário anda em derredor bramando como leão, buscando a quem
possa tragar;” (cf PEDRO 5.8b). Por isso que a recomendação é sempre “Sede
sóbrios; vigiai;[…] (cf I PEDRO 5.8a).

Devemos orar uns pelos outros e não falar mal uns dos outros.
Devemos guardar a Palavra de Deus em nossos corações, só ela nos tornará
sábios. A Bíblia diz:

“Guardai-os, pois, e fazei-os, porque esta será a vossa sabedoria e o vosso


entendimento perante os olhos dos povos que ouvirão todos estes estatutos e
dirão: Só este grande povo é gente sábia e inteligente. Porque, que gente há tão
grande, que tenha deuses tão chegados como o Senhor, nosso Deus, todas as
vezes que o chamamos? E que gente há tão grande, que tenha estatutos e juízos
tão justos como toda esta lei que hoje dou perante vós?” (cf DUTERONÔMIO
4.6-8)

O que nos torna sábios para agir diante do sistema deste mundo é a lei
que nos é dada para a nossa sabedoria, a Bíblia. As pessoas vão admirar-nos
quando agimos em conformidade a lei de Deus. O mundo ficará surpreso ao
ver que nós como povo legítimo de Deus, temos uma lei que nos diferencia de
todos os povos que tem a lei que governa este mundo para toda a
malignidade (II Coríntios 4.4).

Paulo diz não que sabemos que: “[…] havemos de julgar os anjos?
Quanto mais as coisas pertencentes a esta vida”. Nós como povo de Deus
temos uma lei que nenhum outro povo tem neste planeta, quando a

134
guardamos para cumprí-la é que tornamos mais sábios. A nossa sabedoria
precisa ser admirada pelo mundo porque ela vem de Deus.

Mas, várias vezes comportamos como se fosse um povo sem leis e isto
envergonha o nome do nosso Deus, consequentemente causa a eficácia da
pregação do Evangelho, mancha o testemunho da Igreja. Quantas vezes,
deixamos as leis da sabedoria do lado e nos submetemos aos tribunais
pagãos em busca da solução, tais tribunais que usam as leis de suas próprias
cabeças para julgar as nossas causas. A Igreja deve orar muito para que Deus
nos restaure e nos guie pela sua palavra através do seu Espírito Santo.

Uma Igreja que não ora cairá facilmente em tentações e


inevitavelmente cairá nas distrações armadilhadas do inimigo. Uma Igreja
que não guarda a Palavra para a cumprir, cairá em tentações (cf Mateus 4.4).
A Palavra é o sustento para o nosso espírito, a oração fortalece as nossas
mãos para a batalha.

Devemos orar para que aja apesar das nossas fraquezas, o diálogo
franco e a comunicação excelente entre nós. Se haveremos se julgar os anjos,
não devemos mostrar a nossa incapacidade em julgar as causas pequenas
entre nós.

A oração deve ser efetiva, porque é a comunicação que mantemos com


o nosso General, Jesus Cristo. Quando a Igreja estabelece a comunicação
frequente e clara com o Senhor, que ele faz proezas na nossa frente,
derrubando os nossos inimigos, derrubando as barreiras empostas no nosso
caminho pelo inimigo.

Não pode haver deficiência na comunicação com o nosso Deus,


portanto ela precisa ser estável e constante. Muitas das nossas vitórias
podem ser alcançadas com a oração feita na vontade de Deus. Uma Igreja que

135
não ora na vontade de Deus, ela pode orar todos os dias, mas ela apresenta
um dos sinais de fraqueza. A oração deve ser feita na vontade de Deus.

Outra coisa com relação ao tempo e lugar de oração é muito


importante para nós. Algumas Igrejas pensam e ensinam que uma oração
longa (cf Mateus 6.5-9) que traz resultados, ou orar em um determinado
lugar que traz resultados (cf João 4.20-24). Ou cumprir um certo ritual:
ajoelhar, gritar, fechar os olhos, chorar, pular, cair no chão, falar em línguas
etc. que Deus ouve e responde.

Tudo isto não torna as nossas orações aceitáveis e eficazes diante de


Deus. Deus exige uma oração com um coração sincero, um espírito
verdadeiro e um tempo de qualidade e num lugar adequado. Pode ser no seu
aposento, pode ser na Igreja no templo, pode ser no caminho andando, pode
ser um lugar na beira do rio. Desde que seja um lugar adequado para que
você e seu Deus possam conversar num espírito profundo.

Sempre que vamos conversar com os nossos amigos, nossas esposas e


esposos, nossos filhos, com as pessoas que amamos e honramos, a gente
procura um lugar adequado e de honra. Deus é digno de toda honra e glória
do que tais pessoas.

Então, o nosso papel como Igreja e como seus membros individuais, o


nosso papel é orar e orar com entendimento e sinceridade. Devemos nos
limpar de todos os pecados e vivemos em plena santidade para com Deus,
isto torna as nossas orações puras diante dEle. A onde há ódio, a onde há
vingança, Deus se ausenta. A Bíblia diz: “O que desvia os seus ouvidos de
ouvir a lei, até a sua oração será abominável” (cf PROVÉRBIOS 28.9).

136
O poder da oração está observância e vivência da lei de Deus. Uma
Igreja que vive pecando e ensinando doutrinas contrárias da palavra de
Deus, ela não pode esperar do Senhor algo.

E se algum de vós tem falta De sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá


liberalmente, sem repreensão, e ser-lhe-á dada. Porém peça-a com fé, não
duvidando; porque o que duvida é semelhante à onda do mar, que é levada
pelo vento, e lançada de uma para outra parte. Não pense tal homem que
receberá do Senhor alguma coisa. O homem de ânimo dobre é inconstante em
todos os seus caminhos. (cf TIAGO 1.5-8).

“Ora, sem fé é impossível agradar a Deus; porque é necessário que


aquele que se a aproxima de Deus creia que ele existe, e que é galardoador
dos que o buscam.” (cf HEBREUS 11.6). Porque a fé não é respirar fundo e
esperar aquilo acontecer. A fé não é sentimento mas sim: “[…] o firme
fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que não se
vêem.” (cf HEBREUS 11.1) ou seja, ele é atitude correto com relação aos
outros.

A fé fundamenta-se nas coisas que aguardamos de Deus, sabendo que


elas acontecerão. Nós simplesmente cremos na Palavra. Cremos em Deus e
confiamos que tudo que ele diz, o fará. “Não atentando nós nas coisas que se
veem, mas nas que não se vêem; porque as que se veem são temporais, e as
que não se veem são eternas.” (cf II CORÍNTIOS 4.18).

O nosso Deus não mente, Ele cumpre o que diz. Nenhuma de suas
promessas falhará e nenhuma de suas Palavras cairá por terra. Ele é Fiel e
Justo para com o seu povo.

Eu acredito que Deus fará coisas grandes neste mundo como já fez
através da sua Igreja. Somos fracos se tentamos viver às nossas próprias
custas, mas se dependemos de Deus totalmente veremos proezas do Senhor.

137
CONCIDERAÇÕES FINAIS

Sonhei! Sonhei com uma Igreja guineense transformada.


Sonhei! Sonhei com uma Igreja guineense unida e forte.

Sonhei! Sonhei com uma Igreja guineense avivada.

Sonhei! Sonhei com uma Igreja guineense missionária.

Sonhei! Sonhei com uma Igreja guineense recebida nos ares.

Sonhei! Sonhei com uma Igreja guineense reinando com o Senhor.

Tenho um sonho maior que um dia a Guiné-Bissau viverá seus momentos


mais glorioso de sua história. Há no meu coração uma esperança cheia de
certezas e convicções de que os dias de grande e verdadeiro avivamento virão.

Precisamos vencer as pequenas barreiras, precisamos subir sobre tudo


aquilo que nos torna devagar para que possamos ver de longe os dias
maravilhosos que hão-de vir. O mundo e seu sistema é tão complicado porque o
deus que reina sobre o mundo das trevas é tudo que você pode imaginar até os
terríveis acontecimentos que estão aterrorizando hoje este mundo sem tréguas.

A Igreja precisa entender que não lhe sobra nenhum tempo, as horas que
lhe sobraram podem acabar de repente, a Igreja precisa estar preparada para
receber o Senhor da Glória nas nuvens aonde vão se encontrar para entrar no
seu repouso eterno.

Precisamos levantar os nossos olhos e ver o futuro. Precisamos levantar os


olhos e ver o que nos resta terminar neste mundo antes da vinda do Senhor.
Desejo paz, amor, unidade, fé e esperança para todos os cristãos e todas as
Igrejas locais em Guiné-Bissau.

138
BIBLIOGRAFIA

GARDNER G. Calvin, As Ardilosas Estratagemas de Satanás, 1998, p.3


HTTPS://BIBLIOTECADOPREGADOR.COM.BR
SOUZA De Serafim Paulo, A MISSÃO DE DEUS REALIZADA PELA IGREJA DE DEUS, p.12
Gênesis (Comentário Bíblico Moody)
CARDOSO Rodrigo & CARDOSO Cristiane; Casamento Blindado; Thomas Nelson Brasil - Rio de Janeiro,
2012, p. 17
LOPES Dias Hernandes, EFESIOS Igreja, a noiva gloriosa de Cristo, Editora Hagnos – SP, 2010, p.25
LOPES Dias Hernandes, ATOS A ação do Espírito Santo na vida da igreja, Editora Hagnos, 2012, p.111
LOPES Dias Hernandes, ATOS A ação do Espírito Santo na vida da igreja, Editora Hagnos, 2012, p.111
LOPES Dias Hernandes, ATOS A ação do Espírito Santo na vida da igreja, Editora Hagnos, 2012, p.193
LOPES Dias Hernandes, ATOS A ação do Espírito Santo na vida da igreja, Editora Hagnos, 2012, p.19
BEVERE John, A ISCA DE SATANÁS S ai b a c o m o En f r e n tar e V e nc er o I ni mi g o, Editora Atos,
2002, p.13.
BEVERE John, A ISCA DE SATANÁS, S ai b a c o m o En f r e n tar e V e nc er o I ni mi g o, Editora Atos,
2002, p.5
HTTPS://CHURCHSOFTWARE.COM.BR/BLOG/DEUS-CRIOU-A-TECNOLOGIA
LOPES Dias Hernandes; ROMANOS O evangelho segundo Paulo; Editora Hagnos, 2010, p.391
SOUZA De Serafim Paulo, A MISSÃO DE DEUS REALIZADA PELA IGREJA DE DEUS, p.23
CAMPOS Carlos de Heber, O Ser de Deus e as Suas Obras, a Providência e a Sua Realização Histórica,
p.8
FERREIRA Soares Ebenêzer, MANUAL DA IGREJA E DO OBREIRO, Junta da Educação Religiosa da
Convenção Batista Brasileira, 2010, p.17
FERREIRA Soares Ebenêzer, MANUAL DA IGREJA E DO OBREIRO, Junta da Educação Religiosa da
Convenção Batista Brasileira, 2010, p.17
LOPES Deias Hernandes, Romanos: o evangelho segundo Paulo, Hagnos - São Paulo - SP, 2010, p.391
LOPES Dias Hernandes, TIAGO T r a n s f o r m a n d o provas em triunfo, Editora: Hagnos - SP, 2 0 0 6,
86.
Dicionário da Língua Portuguesa
BROWN Rebeca & YODER Daniel, Em busca da Vontade de Deus, Semeadores da Palavra, p.1
COLE R. Alan, Êxodo, introdução e comentário, Editora: Mundo Cristão, p.36
LOPES Dias Hernandes, 1 Coríntios Como resolver conflitos na Igreja, Editora: Hagnos. 2008, p.113
W IE R SB E, W a rre n W . Comentário bíblico expositivo. 2006: p. 742.
Diálogo é a conversa entre duas ou mais pessoas, Novo Dicionário da Língua portuguesa, 2913
MARÎNHO Moura Robson, A Comunicação na Homilética, Editora: Vida Nova, São Paulo – SP, 1999,
p.13
MARÎNHO Moura Robson, A Comunicação na Homilética, Editora: Vida Nova, São Paulo – SP, 1999,
p.13

139
BEVERE John A ISCA DE SATANÁS, S ai b a c o m o En f r e n tar e V e nc er o I ni mi g o, Editora: Atos,
2002, p.5
LOPES Dias Hernandes, COLOSSENSES A suprema grandeza de Cristo, o cabeça da Igreja, Editora:
Hagnos, São Paulo, 2008, p.73
LOPES Dias Hernandes, EFESIOS, Igreja, a noiva gloriosa de Cristo, Editora: Hagnos, São Paulo, 2009,
p.120
https://www.google.com/search?q=importancia+de+perdoar
LOPES Dias Hernandes, EFÉSIOS, Igreja, a noiva gloriosa de Cristo, Editora: Hagnos, São Paulo, 2009,
p.122
LOPES Dias Hernandes, JOAO, As glórias do Filho de Deus, Editora: Hagnos – São Paulo , 2015, p.374
M A C K A Y , Fo h n . A ordem de Deus e a desordem do homem , p. 5 5 .
EFESIOS - Igreja, a noiva gloriosa de Cristo, Editora: Hagnos, 2010, p.68
BARCLAY William, HEBREWS Título original em inglês: The Letter to The Hebrews Tradução: Carlos
Biagini
BARCLAY William HEBREWS Título original em inglês: The Letter to The Hebrews Tradução: Carlos
Biagini

140

Você também pode gostar