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A criação de Lucife

Significado origem
O substantivo Lúcifer ocorre seis vezes na Vulgata, versão latina da
Bíblia, e uma vez em algumas Traduções da Bíblia em língua portuguesa.
Lúcifer se refere literalmente à “Estrela da Manhã” ou “Estrela D'Alva”, à “luz da
manhã”, aos “signos do zodíaco”, e à “aurora” ou, metaforicamente, ao “rei da
Babilônia”, ao sumo sacerdote Simão, filho de Onias, à Glória de Deus, ou
a Jesus Cristo. Jesus Cristo, no livro de apocalipse (22:16) se auto denomina
“resplandecente estrela da manhã”, o que é diferenciado quando o termo é
usado separadamente “estrela da manhã” como “poder” sobre “nações”.
(Apocalipse 2:28 e 26) (Isaías 14:12)

Por exemplo, Tradução Brasileira da Bíblia:

“ E temos, mui firme, a palavra dos profetas, à qual bem fazeis em estar
atentos, como a uma luz que alumia em lugar escuro, até que o dia
amanheça, e a estrela da alva apareça em vossos corações. ”
— 2 Pedro 1:19 Tradução Almeida Fiel,

Este mesmo trecho em latim, na Vulgata é:

“ et habemus firmiorem propheticum sermonem cui bene facitis


adtendentes quasi lucernae lucenti in caliginoso loco donec dies
inlucescat et lucifer oriatur in cordibus vestris ”
— 2 Pedro 1:19,

É por esta razão que é possível encontrar pessoas com nome "Lúcifer"
entre os primeiros cristãos, sendo o exemplo mais famoso São Lúcifer, bispo
de Sardenha, onde existe a única igreja à São Lúcifer conhecida .

O rei da Babilônia

Na tradução de Figueiredo verte Isaías 14:12: "Como caíste do céu, ó


Lúcifer, tu que ao ponto do dia parecias tão brilhante?"

Lúcifer (do latim Lux fero, portador da Luz, em hebraico, heilel ben-
shahar, ‫ ;רחש ןב לליה‬em grego na Septuaginta, heosphoros) significa o que leva
a luz', representando a portador de luz, o planeta Vênus, que é visível antes do
alvorecer.Provém duma raiz que significa “brilhar” (Jó 29:3), e aplicava-se a
uma metáfora aplicada aos excessos de um “rei de Babilônia”, não a uma
entidade em si, como afirma o pesquisador iconográfico Luther Link, “Isaías
não estava falando do Diabo.Usando imagens possivelmente retiradas de um
antigo mito cananeu, Isaías referia-se aos excessos de um ambicioso rei
babilônico”.

A expressão hebraica (heilel ben-shahar) é traduzida como “o que brilha”,


nas versões NM, MC, So. A tradução “Lúcifer” (portador de luz), (Fi, BMD)
deriva da Vulgata latina de Jerónimo e isso explica a ocorrência desse termo
em diversas versões da Bíblia.
Mas alguns argumentam que Lúcifer seja Satanás e por isso, também foi
o nome dado ao anjo caído, da ordem dos Querubins (Ez 28.14). Assim, muitos
nos dias de hoje, numa nova interpretação da palavra, o chamam
de Diabo (caluniador, acusador), ou Satã (cuja origem é o hebraico Shai'tan,
Adversário

Hebraísmo / Judaísmo

Os judeus o chamam de heilel ben-shachar, onde heilel significa Vênus


e ben-shachar significa "o luminoso, filho da manhã". Alguns judeus
interpretam Lúcifer como uma referência bíblica a um rei babilônico. Mais tarde
a tradição judaica elaborou a queda dos anjos sob a liderança de Samhazai,
vindo daí a mesma tradição dos padres da Igreja.

Conceito da Igreja Católica

De acordo com São Jerônimo, Lúcifer era o nome do principal anjo caído,
e seu nome em hebraico, helel, é derivado do verbo lamentar, pois ele lamenta
a sua queda e a perda do seu brilho. [1] Esta visão prevaleceu entre os Padres
da Igreja, de forma que Lúcifer não fosse o nome próprio do diabo, mas apenas
o seu estado anterior à queda.

"A queda de Lúcifer", ilustração


de Gustave Dorépara o livro O Paraíso
Perdido de John Milton.
A visão teosófica
Corroborando outras opiniões, o Glossário Teosófico de Helena
Blavatsky diz que Lúcifer é a Estrela da Manhã, o planeta Vênus, e literalmente
a palavra significa O Portador da Luz. Rejeita a atribuição a Lúcifer dos defeitos
do orgulho e da arrogância que o cristianismo lhe imputou, nem diz que ele é a
origem do mal e tampouco o identifica com o diabo e similares, que considera
produtos apenas da imaginação humana sem existência autônoma real.
Blavatsky faz notar, como já foi dito acima, que o próprio Cristo,
no Apocalipse (cap. XXII, 16) chama a si mesmo de "Estrela da Manhã".

Mas o nome também esconde uma multiplicidade de significados


alegóricos, dos quais talvez o mais importante é sua identificação com Manas,
a Mente dual, a inteligência espiritual que habita em todos os homens, que
tanto condescende voluntariamente em cair na matéria como é o agente que
foge por si mesmo da animalidade e resgata-se para uma vida superior, sendo
ao mesmo tempo o Tentador e o verdadeiro Redentor interno de cada um.

Outras opiniões

Muitos exegetas afirmam que não existe fundamentação bíblica para


identificar Lúcifer como o Satã tentador. Esta confusão com Satã foi
ocasionada por uma má interpretação de Isaías 14:12-15: “Como caíste
desde o céu, ó estrela da manhã, filha da alva! Como foste cortado por terra, tu
que debilitavas as nações! E tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu, acima
das estrelas de Deus exaltarei o meu trono, e no monte da congregação me
assentarei, aos lados do norte. Subirei sobre as alturas das nuvens, e serei
semelhante ao Altíssimo. E contudo levado serás ao (Seol) inferno, ao mais
profundo do abismo.”.

Esta interpretação é geralmente atribuída a São Jerônimo, que ao traduzir


a Vulgata atribuiu Lúcifer ao anjo caído, a serpente tentadora das religiões
antigas, embora antes dele esta interpretação não existisse. Oficialmente
a Igreja não atribui a Lúcifer o papel de Diabo, mas apenas o estado de “caído”
(Petavius, De Angelis, III, iii, 4).

Por exemplo, a enciclopédia Estudo Perspicaz das Escrituras, vol.1, pág,


379, explica que o termo “brilhante”, ou “Lúcifer”, é encontrado na “expressão
proverbial contra o rei de Babilônia” que Isaías mandou profeticamente que os
israelitas proferissem. De modo que faz parte duma expressão dirigida à
dinastia babilônica.

Que o termo "brilhante" é usado para descrever um homem e não uma


criatura espiritual é notado adicionalmente na declaração: “No Seol serás
precipitado.” Seol é a sepultura comum da humanidade — não um lugar
ocupado por Satanás, o Diabo. Além disso, os que vêem Lúcifer levado a essa
condição perguntam: “É este o homem que agitava a terra?” É evidente que
“Lúcifer” se refere a um humano, não a uma criatura espiritual. — Isaías 14:4,
15, 16.”

Por que se dá tal ilustre descrição à dinastia babilônica? Temos de dar-


nos conta de que o rei de Babilônia seria chamado de brilhante apenas depois
da sua queda e de forma escarnecedora. (Isaías 14:3)

O orgulho egoísta induziu os reis de Babilônia a se elevarem acima


daqueles à sua volta. A arrogância da dinastia era tão grande, que ela é
retratada fazendo a seguinte declaração jactanciosa: "Subirei aos céus.
Enaltecerei o meu trono acima das estrelas de Deus e assentar-me-ei no
monte de reunião, nas partes mais remotas do norte. . . . Assemelhar-me-ei ao
Altíssimo." — Isaías 14:13, 14.

As “estrelas de Deus” são os reis da linhagem real de Davi. (Números


24:17) A partir de Davi, essas “estrelas” governavam desde o Monte Sião, e
com o tempo, o nome Sião passou a ser aplicado a toda a cidade. Por decidir
subjugar os reis judeus e depois removê-los daquele monte, Jerusalém,
Nabucodonosor declara sua intenção de se colocar acima dessas "estrelas".

Em vez de atribuir a Deus o mérito dessa vitória sobre eles, coloca-se


arrogantemente no lugar Dele.

Portanto, é depois da sua queda que a dinastia babilônica é chamada


zombeteiramente de “brilhante”.

Com certeza a arrogância dos governantes babilônicos realmente refletia


a atitude de Satanás, o Diabo também chamado de o “deus deste sistema de
coisas” ou o “deus deste mundo”. - (2 Coríntios 4:4)

“Satanás também anseia ter poder e deseja colocar-se acima de Deus.


Mas a Bíblia não atribui claramente o nome Lúcifer a Satanás”. - it-1 379.

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