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(Gn 12,3 BJ; 18,18,22,18,26,4: 28,14, SI 72,17Jr 4,2; Ze 8,13; Em 3,25; GI 3,8)
A Aliança
aspecto particular da vida, mas sim a um Deus pessoal, ou seja, que se liga a pessoas.
Deus pessoal
meu Deus
Os descendentes dos patriarcas invocam o Deus dos Pais como "nosso Deus": nosso,
porque só nascemos pela fidelidade d'Aquele que nos prometeu a nosso pai Abraão. A
conquista posterior da terra abrirá o caminho para a identificação com os deuses da terra.
Gn 24, 12,42,48; 26,24; 28,13; 31,5.29.42.53; 32,9; 46,1; Ex 3, 6.13.15s; 4,5; 15,2; 18,4
O Nome
b) Identidade: Quem era "EL" para os patriarcas? Há três hipóteses: Hebrovca - nome
comum: o gênero divino, usado na falta de nome proprio;
nome próprio: trata-se do deus "El", o mais importante entre os povos semitas, que agora se
manifesta a Abraão para retomar o seu lugar de deus principal, não só de direno mas
também de fato, posto que deuses mais "expertos" tinham-se tornado na prática mais
importantes e mais cultuados;
Os fatos para apoiar uma ou outra hipótese, por exemplo, a denominação dos lugares de
culto, podem ser interpretados de vários modos.
Variantes do nome
18-20. CE. JE MARTINS TERRA, Elohim, Deus dos Patriarcas, Loyola 1987.
Latina
Theo: Deus
Identidade
El, o deus dos pais, manifesta-se agora de um modo novo, desconhecido dos hebreus, o
que implica um novo nome, pelo menos em certa medida. Não se trata exatamente de outro
nome, mas sim de precisar a identidade e as caracteristicas do deus "E". Textos principais:
Ex 3, 13-15 (clohista); 6, 2-13 (sacerdotal).
Notemos a continuidade é o deus dos pais, e as novidade o nome novo, e a progressividade
da revelação, até chegar ao nome:
BJ 3,
14 a Eu sou aquele que é: 'ehyeh, 'asher, 'ehyeh; 14 b Eu sou me enviou até vós: 'chych;
TEB: "cabeça"
15 Iahweh, o Deus de vossos pais, o Deus de Abraão, o Deus de Isaac e o Deus de Jacó
me enviou até vós (lahweh aquele que é; escrevendo-se só as
Significado
porém, do que se entende por "ser". 2) Eu sou aquele que está presente ativamente na
vossa história (Iahweh - Ele está aqui ou convosco). Vós entendereis quem sou quando
virdes com vossos olhos o que estou para
fazer por vós. É a sentença mais seguida atualmente (ef. contudo Os 1,9 BJ). 3) Eu sou
aquele que é, ao mesmo tempo imanente (eu estarei lá), transcendente (como aquele que
é) e transparente na história (me revelarei como aquele que é).
mistérica
6) Eu não digo quem sou porque não quero comprometer minha autonomia e liberdade
dando a possibilidade a que outros possam mandar em mim, por conhecerem o meu nome
e cu ser obrigado a responder: interpretação mágica.
7) Eu me recuso a alienar a minha liberdade revelando o segredo de meu nome, só para
atender ao pedido de um mortal; é a mesma interpretação, mas depurada, dos aspectos
mágicos. Segundo o Javista, Moisès vě Deus pelas costas: Ex 33,18-23.
O nome lahweh se torna o nome divino por excelência, o nome próprio e definitivo do deus
dos pais. A fórmula liturgica "o Senhor esteja convosco" torna-se, em virtude desse
contexto, muito mais significativa: "o Senhor seja lahweh, se revele aquele que é". A
experiência de Deus como lahweh é experiência fundante. Deus é Iahweh A tal nome são
atribuidas todas as caracteristicas que distinguem o deus de Israel dos demais deuses e
que fazem dele um deus inconfundível e muito personalizado, único, no sentido de os
outros serem
Origem
Segundo a opinião comum (P e E na teoria clássica), o nome foi revelado a Moisés como
novidade absoluta, pois era completamente desconhecido antes (Ex 6,3). De acordo,
porém, com o J (Gn 4,26; 9,26) e outras fontes, não biblicas, parece que já era conhecido.
Foram propostas várias hipóteses:
- Moisés veio a conhecer o nome através dos quenitas, tribo madianita à qual seu sogro
pertencia
- conhecido como um nome entre outros, só então é apresentado como nome próprio do
Deus de Israel; - apesar de já ser conhecido antes, também no seu significado, neste tempo
Deus passa a provar,com gestos concretos, que
merece tal nome;
- o culto a lahweh estava presente desde as origens, mas somente foi aceito pelas tribos
josefitas por causa da influência de Moisés.
Inicialmente o culto simultáneo parecia normal, porém com o tempo foi julgado uma
infidelidade, pois levava inevitavelmente ao desconhecimento de lahweh (como narrado no
episódio do touro ou bezerro de ouro no deserto) e à perda da identidade hebraica. O nome
El podia ser usado para lahweh porque El era um deus apagado e pouco venerado, era um
deus "genérico" Ja Baal era um deus muito caracterizado e venerado, bern diferente de
lahweh
Parecem ser deste tempo os nomes "Senhor dos exércitos" "sabaot mage "El shaddai" 7
(Gn 17,1 BJ; 28,3, 35,11: 43,14; 48,3; 49,25). O primeiro designava o Deus Rei que se
senta no trono dos querubins, dotado de poder soberano (1Sm 4,4; 25m 6,2), cujo povo
vence nas batalhas. Mas os exércitos foram espiritualizados ora como anjos, ora como o
conjunto das estrelas (Sf 1,5), que Deus cria com o poder de sua palavra. Um significado
provável do segundo è: "Deus das montanhas", onde Ele é forte e por isso faz os hebreus
vencerem (Eles não possuiam carros e, portanto, não podiam combater na planicie). Outro
significado proposto: "Deus da estepe", expressão que dataria da época patriarcal. Em
seguida, ambos foram, em geral, traduzidos pelos LXX com 'pantocrátor (S1 79,8.15; Os
12,6; Am 3,13; 4,13). Essa visão passou no Novo Testamento: 2 Co 6,18, Ap 1,8; 4,8; 11.17,
15.3:16, 5.7.14, 19,6, 15; 21.22). Cf. Deus no Antigo Testamento: Revista de Cultura Biblica,
números 41-42, 1987.
4-ÉPOCA DA MONARQUIA
Neste periodo, acentua-se sempre mais a degeneração, porque se presta culto não só a
Baal, mas a muitos outros deuses estrangeiros, sendo estes cultos promovidos por reis e
chefes (por ex. Amon e Manassés), com todas suas imoralidades. Mas começa a se formar
uma reflexão teológica e um culto que se tornarão paradigmáticos e clássicos para a
posteridade. Convivem e lutam, neste tempo, muitas correntes e escolas de espiritualidade,
nem todas representadas na Biblia. A teologia, as várias teologias, vão se formando como
reação de alguns grupos ao sincretismo dominante e atingem suas expressões mais
refinadas no fim doperiodo e no período seguinte. Quanto mais se aprecia as qualidades de
lahweh, menos se precisa de outros deuses.
A luta contra a idolatria: IRs 18 (Elias); SI 16 (15); 115(113B); Is 41,21-29; 44,9-20 57, 3-13,
Os 2,186, 4,11-14,10,1-10,13,1-3, Jr 2; 7,16-20; 10, 19,4s, Ez 8,14,1-11, Sf1,4-7. Os
atributos e nomes divinos são submetidos a um processo de afinamento ideológico,
eliminando contaminações de religiosidade naturalistica.
Etapas do monoteísmo:
lahweh é o deus da terra de Israel, assim como cada nação tem o seu Deus. Há, portanto,
uma regressão a respeito da ideia primitiva do Deus pessoal Permanece o enoteismo e a
monolatria. Jz 11, 23s; Dt 32, 8; 1 Sm 26, 19, 2 Rs 5, 17. lahweh não é um deus como os
demais, mas é superior a todos. Ex 15,11; SI 82, 1; Jó
1,6; S1 89,68
- lahweh é
fazem, não se manifestam, praticamente não existem. SI 14, 1; SI 115. - lahweh é Senhor
do universo inteiro e não só de Israel e, portanto, é o único Deus. O desenvolvimento do
universalismo sobre o nacionalismo leva à consciència de que não pode haver senão um só
Deus. As afirmações mais claras do monoteismo são do fim do periodo e do periodo
seguinte. Conferir as notas da Biblia de Jerusalém para Dt 4, 33-39; 5,6-10; 6, 4-9; Is
40,12-26; 41, 4.21-29; 42, 8.17; 43,8-13; 44,6-8; 44,24-45,8.14-25; 46,5-7.
O Deus vivo
Dt 5,26; Js 3,10; IS 17,26,36; IRs 17,1; Os 2,1; Is 37,4; Jr 10,10; S1 42,3.9; 84,3. Dentre os
vários atributos de Deus, é possível reconhecer um deles como raiz dos demais, à luz do
qual todos os outros são considerados e do qual eles parecem derivar. Ast teologias bíblicas
que admitem essa possibilidade indicam ora um, ora outro, para essa função,
por ex.: o nome lahweh, a santidade, a graça (hesed) e a vida. Segundo Jacob, a
concepção do Deus vivo determina a solução de todos os problemas relativos a realidade
de Deus. O atributo vida é o mais importante, porque Deus não muda nunca, permanece
sempre o mesmo, Ele é o Deus vivo e verdadeiro (58). Iahweh é o único deus vivo. Assim
se define toda a teologia hebraica a respeito de Deus, nas suas caracteristicas ww próprias
e na preparação do mistério trinitario.
É provável que a qualificação de Deus com o atributo da vida não tenha conhecido um
Com sua concepção do Deus vivo, Israel supera os problemas concernentes à existéncia de
Deus, à possibilidade do homem conhecê-lo e falar d'Ele. Tais questões não constituem um
problema, porque Israel se move em um nivel superior de compreensão.
Deus é a razão de tudo, fundamento, causa, Senhor absoluto, força ativa e poderosa, cuja
plenitude de presença se impõe por si mesma. O seu ser se impõe com tal evidencia, que
parece inútil qualquer demonstração. Por isso, tudo e todos não cessam de louvá-lo,
manifestando sua presença e ação.
Sendo plenitude de vida, n'Ele não há teogonia e mudanças de nenhum tipo. Desde o
primeiro instante da criação, já está totalmente presente e nunca desfalece, nem morre.
Qualquer sinal de vida no mundo indica um dom seu. Deus não constitui um problema, a
conclusão de um raciocinio, o termo de nossas reflexões ou resposta às nossas
interrogações. É Ele quem interpela e quem se impõe ao nosso questionar. Ele é aquele
que sempre surpreende com a intensidade e a plenitude de sua presença.
A expressão "Deus vivo" significa, pois, a afirmação da presença plena e total de Deus em
todas as coisas Então, o nome "El" indicará essa vida, sentida como força e potência, e o
nome "lahweh", a mesma vida captada ao mesmo tempo, como continuação e duração, por
oposição as coisas que passam (Deus dos pais); vida como presença ativa, efetiva,
historica, até nos momentos de "morte" da humanidade, ou melhor, de "morte" dos filhos da
promessa.
E-nos dificil, a nós, modernos, unificar todas essas conotações sob uma só idéia e um so
termo. Assim também, a noção de presença não é para nós tão ligada às experiências
concretas antigas. O mundo hodierno secularizado tende a a negar não tanto a existência
de Deus quanto, em primeiro lugar, a sua presença: Deus está ausente da vida dos
homens. Os sinais da sua presença são imediatamente racionalizados, explicados com
categorias do mundo. Para quem tem fé, a noção pode ser recuperada, refletindo-se sobre
a experiência da presença. Conferir Biblia de Jerusalém: Dt 5, 26 e textos paralelos.
-Extensão do termo (de quem se diz): O termo "santo", usado muitas vezes de modo
absoluto, pode indicar os deuses, a corte celeste, os anjos, os profetas, os justos, os
apóstolos, mas, em primeiro lugar, é atributo de Deus.
- reservado para o culto e excluido de outros usos: dito de objetos particulares, consagrados
através de um rito,
diferente, superior, melhor: dito do poder e do agir de Deus na criação e na história, das
atualmente);
- superior e melhor no amor: ninguém sabe amar como Deus (Os 11,9 BJ). As etapas dessa
evolução se sobrepõem, de forma que "santo" torna-se um conceito complexo, com muitas
conotações, usos e acepções. Cf. Lv 17 BJ; 18, 2 BJ; Is 5, 16 BJ; 6, 1-5 BJ; Ez 1 (a
santidade de Deus expressa através de símbolos); Os 11, 9 BJ.
O sentido fundamental do termo é o colocado em quarto lugar acima: Deus é santo por ser
absolutamente diferente, superior, original, único, autossuficiente, inacessível, distante.
invisivel", incompreensivel, inefável - em relação a tudo o que não é Ele. O termo moderno
que parece corresponder melhor a essa acepção é "transcendente".
A santidade de Deus indica também, portanto, a impropriedade e a limitação da linguagem
humana aplicada a Deus, nunca compreendido nem atingido por nossas palavras, pois na
revelação Ele sim pode usar nossas palavras.
"Santo" é um atributo, uma característica divina, mas que tende a significar a sua essência,
identificando-se com Ele, passando a ser usado como nome: o Santo. Moisés só pôde ver a
Javé pelas costas (Ex 33,18-23 BJ, apesar de 33,11): Ellas 1Rs 19,13
Deus, sendo santo, santifica: paradoxalmente Ele se denomina "O Santo de Israel (14x no
proto-Isaias e 16x no deutero) (Pai Santo, Jo 17,11). Ele é aquele que quer comunicar a sua
santidade tornando santo o seu povo. O Deus santo tem, assim, uma ideia estranha,
também essa acima da compreensão humana: estabelecer uma comunhão de vida com o
homem. Como é possivel, se Deus é tão diferente e superior? Isso só é possivel na medida
em que Deus forma santo o homem, comunicando-lhe a sua santidade. "Sede santos
porque eu sou santo": Ex 19,6; Lv 11,44, 19,1s; 20,26; 22,31s
Deus, santo no amor, sabe doar-se como ninguém, santificando o homem; este participa da
santidade de Deus passivamente (é santificado) e ativamente (é santificante: a missão). A
partir de então, o homem tem a sua vida e existência determinadas, definidas e reguladas
pela sua relação com Deus, torna-se transcendente em relação à vida não dirigida por Deus
(1 Pd 1. 14-25). A santidade de Deus inspira ao homem vários sentimentos e atitudes:
temor, respeito, veneração, reverência, adoração: não querer mudar Deus e as coisas
aproximar-se dEle e do que o representa. A isso tendem os preceitos morais e rituais Antigo
do Testamento. (No Novo Testamento, a graça torna possíveis os primeiros c o batismo
torna inúteis os segundos). Lei da santidade: Lv 17-26. consciência da vocação para ser
santo como Ele é santo: não no mesmo grau, nem do mesmo modo, mas do mesmo tipo de
santidade. desejo ardente de experimentar a santidade divina, que é força de atração
(Santo
Agostinho: “Eu estremeço e estou pegando fogo”, temo, reverência; deixe o ardor e fervor
atração).
Tema próximo a este é o do Deus escondido (Is 45,15 BJ), Deus alto, Deus profundo, de
onde o tema do "mistério" em S. Paulo. Deus Santo-Transcendente é tão diferente que pode
estar presente-imanente no meio do povo mais do que qualquer outro. Deus vivo e
verdadeiro - Deus presente como Santo: Is 12,6; Jr 10,10; 23,23.
Qadosh foi traduzido em grego (LXX) por hagnós, hágios e, em latim, por sanctus, sacer,
todos estes termos derivados de uma raiz indoeuropéia, que dá ideia de separação.
separação espacial, mas ontológica, pertença a outra categoria. Deus não é simplesmente
superior, mas é de outra natureza, embora semelhante, assim como o homem transcende o
animal. A transcendência, no sentido genuino, implica a imanência: ninguém pode estar tão
próximo do homem como Deus incomunicabilidade, mas vontade e capacidade de
comunicar-se, somente quando como, quanto, porque e enquanto livremente quiser, sem
estar sujeito a necessidade
interna ou externa.
No contexto do monoteismo ou enoteismo, Santo não indica, antes de tudo, o único Deus
existente, mas e único Deus desse tipo, o único diferente de todos.
exilio. Adonai substitui, na leitura, o nome lahweh. lahweh & DA weh & Rei, exercendo todas
as funções conexas a esse titulo: chefe, conselheiro, cabeça, dirigente. juiz, guerreiro que
vence os inimigos. No fim dos tempos reinará sobre todos os povos. A teofania de lahweh
Rei traz estabilidade e segurança para o mundo. Conferir os salmos de entronização: 93.96
96-99. Na verdade, a designação é anterior ao tempo da monarquia:
Iahweh & é um deus ciumento (el qanná), capaz de destruir e devorar, pois não admite que
se de atenção a outros deuses (Ex 20, 5s; 34, 14; Nm 25,11; Dt 4, 24 BJ, 5,9; 6,15; 32.
16:21; Js 24,19). O cium Js 24,19). O ciúme é também zelo pela felicidade de Israel (Is 37,
32; Ez 39, 25). Uma manifestação proxima às duas anteriores é a cólera de Iahweh,
potência de furia, de destruição e vingança, que opera contra Israel pecador e contra seus
inimigos, que são também inimigos de Iahweh. (Na 1, 2; Nm 11, 1 BJ). A taça da cólera é
uma imagem particular (Jr 25, 15-28). Mas lahweh é sobretudo misericordioso (rahum), rice
de graças, lento na cólera, numa
atitude misericordiosa, amorosa, tolerante, prevalece sempre sobre a cólera (Ex 15,11; 34, 6
7,14, 20, 5s; Nm 14,18; Dt 7,9s: S1 103,8s; Jr 3, 12; Mq 7, 18; Hb 3,2). Esse duplo aspecto
de
Iahweh colérico e consolador, ador, aparece claramente em Naum. A aliança com Israel é
exclusivamente fundada no amor, é um ato de amor tal que qualquer violação da aliança
provoca a cólera violenta de Deus. É a cólera de um amante ofendido, mas sempre disposto
a perdoar e a consolar, ao menor sinal de arrependimento. (Is 49, 15: o termo hebraico
"rahem" indica, de modo particular, o amor visceral, o amor materno para com o filho
pequeno). A lahweh atribui-se ainda a "hesed", com frequência ao lado da "emet", termos
fidelidade são os correspondentes mais usados, mas não há tradução satisfatória. Poderia
ser.
também, benignidade e verdade, amor e estabilidade. A ideia central parece ser a de uma
força
ou poder que garante a permanência da aliança, sempre presente na relação entre lahweh
eo
povo. S140, 11; Gn 24, 27; Os 2, 21, BJ. (cf. tratado da "Graça", antropologia II).
Iahweh é justo (sadiq), fiel ao programa estabelecido por Ele mesmo, fiel ao seu modo de
agir e pensar porque, nas suas relações com o mundo, age segundo uma norma interior
constante para realizar a salvação do povo eleito: Is 5,16; S17, 10. A glória de lahweh
(kavod, que significa: peso, valor, fulgor, grandeza, grandiosidade, dignidade, prestigio). A
glòria é a manifestação e extensão luminosa e visivel da santidade, a
forma pela qual a santidade intocável se manifesta na presença e nas obras de Deus na
salvação dos homens, também através de símbolos visuais e sinais cósmicos: Ex 13,22 BJ;
24, 16s, BJ; 33,18.22; 40,34s; 1Rs 8,10s; Is 6; Ez 1 BJ; 9-10,11,22; 43,1-9.
na criação e
Dar glória a Deus, glorificá-lo, é reconhecer e confessar a sua glória, o valor santo de suas
A Palavra (davar) de Iahweh é uma outra forma da nifestação Deus, fora do seu
pensamento: Sb 8, 15, cf Biblia de Jerusalém; 2 Rs 3, 12.
O exilio não dá origem a uma nova religião, mas obriga o povo de Israel a reelaborar todos
os dados do patrimônio da revelação, inserindo-os numa nova spectiva, determinada por
complexos fatos históricos que levam ao surgir das tipicas formas do judaísmo.
Os hebreus não têm mais Templo nem sacrificios. Consequentemente, a vida religiosa por
um lado se interioriza, torna-se adesão espiritual, uma nova visão de Deus, deles mesmos.
da história, do mundo, mais reflexiva, mais profunda, mais crítica, mais sofrida; por outro
lado, se exterioriza sob formas rigidas, naquelas observâncias legais que são ainda
possiveis, por exemplo: a observância do sábado, a circuncisão, os ritos de purificação, o
matrimônio somente entre judeus, etc.
definitiva dos livros canônicos. Forma-se, sempre mais claramente, uma particular filosofia
da
história ou uma ideologia da história sagrada, que interpreta o exilio como castigo de Deus
pelo pecado de Israel (Ezequiel, Juízes). Tal ideologia leva aos projetos de restauração,
tempo futuro da reintegração de Israel nas suas funções de povo santo e guia dos povos.
Se
isso favorece
Com a perda do Templo, também a classe sacerdotal perde a importância. O ensino da Lei
é confiado cada vez mais a leigos doutos. Nasce a literatura sapiencial e está sempre mais
a influência presente a helenista.
Aos poucos vai se generalizando, por exemplo, o uso de expressões como o "Nome", a
"Glória", a "Presença", o "Céu" (1 e 2 Mc), o "Antigo dos dias" (Dn). Contemporaneamente,
desenvolve-se toda a trama das teofanias ou hipóstases de lahweh: Glória, Presença,
Espirito, Sabedoria, etc, que serven para explicar a ação de Deus no mundo e na história,
interpondo um novo limite sacro entre a essência divina e o mundo.
hesitações com lahweh, como exigência da distinção de Israel em meio ás nações, garantia
de
sua missão e como "lição" do exilio. Acentua-se a polêmica contra os idolos, de antiga data.
mas agora dirigida contra as nações, pois Israel parece finalmente imune a essa tendència
(Is40, 12-20, 41, 21-29 6-7:44, 9-20; Br 4; Sb 13, 1-19). Surge a teoria da origem demoniaca
dos deuses (Dt 32, 17, SI 106, 37; Br 4, 7), Deus, diferentemente dos idolos, é chamado
vivente (2) Mc 7, 33, 15, 4), rei do mundo (2 Mc 7, 9), soberano (2 Mc 3, 24), eterno (lt 12,
29, 13,8)
A revelação do Deus pessoal não tem um valor simplesmente em si mesma, mas enquanto
prepara uma plenitude maior de revelação. Foi iniciada com Abraão, tornando-se, assim, o
primeiro clo que a liga com a futura revelação trinitária.
1- Os hebreus viveram tal preparação sem perceber que se tratava de uma preparação.
4- Além disso, a literatura não bíblica contribui poderosamente para essa preparação.
5- Cristo, propriamente, não anuncia uma Trindade. Ele manifesta, sem reservas, a
realidade completa e profunda do Deus de Abraão. O conhecimento não aumenta através
de noções vindas de fora, mas como amadurecimento e clarificação interna da própria
experiência, iniciada
6- Deus sempre age como Trindade, embora nem sempre de tal maneira que nós possamos
reconhecer esse mistério. Não é só Deus Pai que age no Antigo Testamento.
7- Se Deus não quis revelar-se como Trindade, não deixou de "trair-se" algumas vezes
(textos usados pelos Padres: Gn 1,26; 3,22; 11,7;18,2; Nm 6,24-26; Dt 6,4; Is 6,3.8; Ag 2,5
BJ; SI
8 Toda a religião é relação entre Deus e o homem. Os três termos são, contudo, concebidos
numa infinidade de modos, em particular a imediatez da relação. Em Israel há flutuação
constante na maneira de entender tal imediatez. No inicio, Deus está presente quase
sensivelmente no meio do povo (J). Aos poucos, porém, vai se desenvolvendo uma teologia
complexa, que distingue várias categorias: - o próprio Deus, ou seja: essència, natureza,
personalidade;
- nomes e títulos: lahweh, El, Shaddai, Rei; - atributos, qualidades, caracteristicas, traços:
justo, santo, vivo,
Cria-se, então, uma situação ambigua e instável: não é Deus quem se manifesta, mas algo
de Deus, algo de divino, sem que se chegue a precisar a relação entre a manifestação de
Deus e o próprio Deus. Quer-se, assim, distinguir a essència incomunicável das
manifestações, mas sem introduzir distinções internas em Deus. A única solução para tal
situação obscura e contraditória será ou voltar à concepção primitiva ou aceitar a pregação
de Cristo. Mas nem todos advertiam tais problemas e, na verdade, a pregação de Cristo
supera os dados mesmos da questão,
10 - Quando falamos de "glória de lahweh", que tipo de relação exprime a preposição "de"?
Por não possuirmos experiência de nenhum dos termos, só a revelação nos iluminará sobre
o tipo de relação. O Antigo Testamento jamais esclarece isso, limitando-se a enriquecer os
dados de cada categoria. O que no Novo Testamento serão três hipóstases distintas, no
Antigo Testamento são manifestações de natureza imprecisa, mas ricas de conotações.
O fato da denominação
Todos os povos antigos atribuem a Deus o título de Pai. Nisso os hebreus não se
distinguem dos demais, senão por uma maior sobriedade e uma menor frequência de uso.
Devemos distinguir dois grupos de testemunhos: - os textos, nos quais Iahweh aparece qual
Pai de Israel como nação (Ex 4,22s (filho
primogénito: então outros povos também são filhos de Deus!); Dt 14,1; 32, 5, Jr 3, 19s, Is
63, 158) ou, com menor frequência, Pai de algum individuo (do rei: 2 Sm 7,14, SI 89, 27. do
justo: Ecl 23, 1.4; 51,10; Sb 2, 13. 16.18; 14,3; todos são textos tardios). - a onomástica usa
com grande frequência nomes teóforos, nomes constituidos de dois elementos, um deles
tirado do nome de Deus (El, Iahweh, na forma inteira ou reduzida D Ya, Yo), o outro
designando grau de parentela (ab - pai; ah-irmão; am mãe: dod - tio).
Alguns exemplos: Eliyyahu (Elias), Yoab, Abiyyahu (Abias), Eliab, etc. (Não é clara. todavin
a significação: Abiel significa "Deus é meu Pai" ou simplesmente "Deus é Pai?)
Comparando o uso hebraico com o uso dos povos antigos notamos o seguinte: - quanto à
onomástica: com o passar do tempo tornaram-se sempre mais raros. Não aparecem nomes
compostos com os termos "filho", "mãe", "tio".
- quanto aos textos: ico tam - o único termo de parentela é pai (nunca mãe, irmão, tio...):
mesmo assim, o termo é raro e só parece ser usado a partir do século IX,
- tem, praticamente, sempre sentido coletivo; - a designação é sempre afirmativa e feita por
Deus, não há invocação por parte do
homem. Exceção: Is 63,16; 64,7: Sb 14,3; Eclo 23, 1.4, 51,10; Textos especiais: SI 89,27:
invocado pelo Messias; Jr 2,27: Pai' dirigido aos idolos; Jr 3,4 é lamento de Deus por não
ser invocado como Pai; Jr 3,19 promessa de invocação futura.
Origem significado
- Concepcio.comum a todos os povos Deus é Pai porque é criador (no sentido amplo do
termo), providente, porque tudo vem d'Ele. O termo "pai", para os antigos, evoca autoridade
e proteção, não ternura. Inicialmente os hebreus possuem a mesma mentalidade dos
demais semitas (embora menos entusiasta). É expressão disso o uso de nomes teóforos.
Mas, à medida que percebem as exigências do javismo, včem o perigo de confundir lahweh
com os demais deuses e vão abandonando tal uso, acentuando assim a concepção de um
Deus espiritual, santo e único.
Cabe aqui a antiga concepção de Deus como Pai de deuses e anjos: Gn 6,2; 36 1,6 BJ2,1;
38,7 (Deus criador dos astros?); SI 29,1;82,6 (juizes comparados aos anjos da corte
celeste); 89,7.
Concepcio própria de Israel. Consta de três traços originais: lahweh é Pai porque é criador
da existência nacional de Israel (Ex 4,23; D1 32, 6; Is 43.6; Tb 13,4). Tal ideia parece ter
surgido já no tempo Exodo
A paternidade de Iahweh liga o povo a compromissos de ordem moral. Como Pai, Iahweh
multiplica seus beneficios na história. Como filho, Israel tem o dever da fidelidade
e da santidade de vida. Quem deu a Israel a vida, deu-lhe também um modo santo de viver.
(Dt 8,5-6, 2Sm 7,14; Is 1,2-4; 30,9, Jr 3,22; 4,22; MI 1,6; 2,10; 16 5,17; Pr 3,11-12; Sb
- Deus criador de tudo e Pai de todos, mas Israel (incluindo o reino do norte: Jr 31,9.20) è o
- Deus Pai dos auténticos israelitas, dos justos. Eclo 4,10; 23,1.4; Sb 2,13.16-18 BJ. Pai dos
levitas: SI 29,1 (2) - Deus como Pai do rei e, portanto, do Messias, Pai porque lhes confia
força e missão particular. O Messias e o rei agem por força de um poder que é pessoal de
Deus e concedido por Ele. 7,12-16; 1Cr 22,10; SI 2,7; 89,27-28. Notamos assim duas
tendências opostas, a alargar ou restringir o sentido do termo.
Clemente de Alexandria: "Com a sua misteriosa divindade Deus é Pai, mas a termuro que o
inclina para nós, faz com que se torne mlle. O Pai, so amat, torna-se maternal" (Quis dives
salvetur, 37)
Etimologia e analogia
-antropológico, interior respiração, hálito, alento, sopro. Essa base nunca desaparecerà,
apesar dos gigantescos desenvolvimentos
divinas
- o vento è energia em movimento que existe dentro dele, não vem de fora, de algum modo
ele produz sua força motora; -sua origem e misteriosa, desconhecida, embora tenha uma
(Jo 3,8).
-o vento tem um rumo, uma direção, embora desconhecida por nós (Jo 3,8); - sua
manifestação é imprevisivel, de certa forma dá a ideia da liberdade:
- não tem forma, não é visivel nem representável; - na forma de ar, sua presença parece
não se distinguir da ausência, e no entanto está em
- o vento arrasta em seu movimento o que encontra, leva para onde vai, è mais forte do que
o homem, produz transformações (Ecle 8,8); - produz efeitos contrários, pois aquece e
refresca, restaura e provoca aridez;
- na visão primitiva, embora o ar-sopro esteja dentro do homem, ele vem de fora, do
alto;
- è necessário para a vida, mais do que o alimento ou a água; (Se Jesus é o pão e o
sua consciência.
Trata-se, portanto de realidades misteriosas e que fogem ao controle do homem, mas das
quais ele depende inteiramente. Deus foi identificado como Espirito porque se reconhece
que Ele se apresenta como o mais necessário, mas também o mais independente e
transcendente. É Espirito e Santo (mas e quando não é chamado de santo?).
Vejamos a extensão do termo, para a qual temos duas passagens Primeiro: Deus, lahweh,
é Senhor do vento e do sopro. Ele é o doador e conserva o dom sob seu controle: o espirito
sem de lahweh. O vento que provém das narinas de Deus vai até o intimo do homem, e por
isso ele vive.
Em decorrência Deus tem um modo de se comportar parecido com o do vento e do sopro.
Deus age e se manifesta como espirito, porém sem se reduzir a tais manifestações: é o
espirito de lahweh (a expressão recorre 389x no AT 1). Para estar próximo do homem, Deus
se manifesta de modo semelhante ao vento, com ações irresistiveis que estão acima da
capacidade humana, mas também como uma ação intima, profunda e vital, que transforma
misteriosamente a vida. Toda a vez que o homem experimenta uma novidade ou mudança
extraordinária e misteriosa, ele a atribui não simplesmente a lahweh, mas ao espirito de
labweh, a lahweh que se comporta e se manifesta de modo semelhante a uma sua criatura.
Textos principais:
Ex 15, 8-10; Os 13, 15; Is 40, 6s; Jo 3, 8 (vento); Gn 6, 17 (BJ); Jó 34, 14s; Eel 12, 7; Jo 20,
22 (sopro).
Profetas extáticos (Nm 11, 17. 24-30; 24,2; 1Sm 10,6.10; 19,19-24): permanentes: profetas
(25m 23,2; 1Rs 18,12; 2Rs 2,1-15; Ez 2,2
3.12.14.24),
reis (1Sm 9,16; 11,6; 16,13.14 BJ), sábios (Sb 7,7.22 BJ; 9,17).
Para garantir a plena eficiência de atividades que estão acima da capacidade humana é
necessário o Espirito (Mq 3,8).
Messiânicas: a ação múltipla e dispersa de Deus não era suficiente para garantir o
cumprimento da promessa. Foi-se criando, assim, a convicção e a esperança de que toda a
ação divina iria um dia concentrar-se num só tempo, para levar a termo o conteúdo da
promessa. Era a espera pela efusão total do Espirito, mais ainda do que a esperança do
próprio Messias: Is 11, 1-9 BJ; 42, 1-7; 61, 1-3. Efusão coletiva: Nm 11,29; Is 32,15-20; Ez
36,24-28, 39, 27-29, 37, 1-14, J1 3, 1-2 BJ, Zc 12,10.
Quanto ao Espirito na criação: Gn 1,2; Jd 16,14; Jó 33,4: 34,14s; SI 33,6, 104, 29s: 139,7;
Sb 1,7; Is 32,15; cf. Jo 6,63. Ação do Espírito na história: Is 63,10-14.
A unção com óleo era o rito que podia acompanhar a comunicação do Espírito (1 Sm 16,
13), além da imposição das mãos (Dt 34,9). Aquele que recebia o espírito era chamado
"Ungido", mesmo que faltasse o rito externo. Assim: Ungido - Messias - Cristo. Ungido por
excelência será aquele que receber a plenitude do Espirito. Por que o óleo? Porque dá força
e resistència, tem uso medicinal, é penetrante. Aromatizado, traz alegria e suavidade.
Conservado no corno, simbolo da força e instrumento de sopro.
Se o braço e a milo simbolizam a potência criadora de Deus, o Espirito de Javé, o dedo ira
Quanto aos simbolos para indicar o Espirito ef. CatlgrCat 694-701. Foi proposta outra
explicação para o sentido etimologico do termo 'espirito'. Ele indicaria então o espaço, o
espaço vital, uma profundidade e uma amplidão de horizontes que se abrem. A preposição
que lhe condiz é a preposição "em". Por ser espaço, ele torna possivel a respiração, o ar
dentro e o ar fora.
O termo 'espirito, ao se definir e especificar lentamente, foi adquirindo uma extensão que
- sentido original, obsoleto hoje: vento, sopro, presente, todavia, em termos derivados
inspirar, respirar, aspirar, conspirar, pneumático, pneumonia, e outros.
- Deus como espirito, referindo-nos à natureza divina imaterial: -o Espirito Santo, terceira
pessoa da Trindade,
Naturalmente, será muitas vezes dificil entender o sentido preciso do termo e encontrar
Jesus é a revelação do Pai, com a sua pessoa, ações, gestos e palavras. A pregação é
para os pobres e para quem tem ouvidos para ouvir
não é retórica dotada de todos os argumentos para convencer e provar com evidência
irrefutável, tornando obrigatória a aceitação;
- não é apresentação completa e sistemática, pois trata-se de uma pedagogia dirigida aos
dóceis para que cheguem, pessoalmente e naturalmente, a certas conclusões não
antecipadas em forma de tese ou postulado. E pedagogia dirigida em primeiro lugar a levar
a acolher como dom a comunicação pessoal de Deus, vivendo em comunhão com Ele, para
que Deus viva no homem a comunhão de vida que o constitui trinitario.
Jesus fala em virtude de uma consciência profunda de uma realidade que para Ele é tão
intima quanto o próprio ser. Não fala como quem sabe por ter aprendido ou descoberto
recentemente ou como se fosse o resultado de um progresso no saber, independente do
crescimento no ser. Esse é o seu modo de saber e de dar a conhecer.
Deus é Pai dos homens: no início da vida publica è esse o aspecto acentuado. Jesus não
propõe rupturas com o Antigo Testamento. Propõe novidades, mas nada que rompa com o
Antigo Testamento, do qual retoma o conceito, intensificando a gratuidade, a misericórdia e
a bondade do amor paterno para com todos os homens, tirando conclusões práticas até
então inaceitáveis e inimagináveis, colocando a fé e a salvação em dependència não da Lei,
mas do conhecimento e da aceitação de amor de Pai (Mt 9,13; 12,7). Mesmo quando não
fala explicatamente do Pai, tudo bem nele a sua razão de ser
Se no AT Deus é visto como Pai do justo, Jesus ressalta que a perfeição da justiça do Pai
está na misericórdia que ama até mesmo os inimigos (Mt 5, 43-48 // Le 6,36). Se ja no AT
Den d Pai dos pobres (S1 68,6), Jesus insiste na Providencia em termos que parecem
exagerados (ML.6. 25-34 Le 12.22-32; Mt 10,29-31), pois o Pai è generoso (Mt 7.11//Le
11,13) e faz o bem porque the agrada (Le 10,21 Mi 11,26; 12,32)
judeus são o amão mais velho da parábola do filho pródigo: Le 15; Mt 18,12-14) e justificam
o
comportamento de Jesus que, em sua vida terrena, deve encarnar os sentimentos paternos
porque é com o Pai uma coisa só. Pai do pecador (Le 15). Deus é ainda Pai atencioso do
necessitado (Mt 20, 1-16) Por ser o Filho que revela ncle quem é o Pai, Jesus age por
compaixão (Mc 1,41, 634, 82 Mt 18,27-35, 20,34; Le 7,13,10,33) Na oração Deus quer ser
tratado como Pai (Mt 6,5-9 Le 11,13; Mc 11,25), assim como
na esmola (Mt 6,2-4) e no jejum (Mt 6,16-18). O perdão (Mt 6,12.14s // Le 114; Mt 18,35, Mc
11.25) e todas as obras são motivadas na qualidade de Deus como Pai, da maneira como
Ele é Pai
(Mt 5, 16; 6,1, 13,43) Por tudo isso, Pai como Ele somente Ele (Mt 23,9). Toda a missão de
Jesus
O termo Par' è especialmente caro a Jollo (118x) e a Mateus (44x, contra 5x em Mc c 17x
Todavia e portanto, se outros se tornam filhos, Jesus se apresenta como sendo g Filho!
Das e Pai de Jesus de uma maneira única, própria, exclusiva e concreta (cf.
cristologia) Jesus chama Deus sempre de "Pai" (44x em Mt; 118x em Jo), revelando uma
preferência exclusiva (não usa os títulos da piedade judaica: o Trono, o Bendito, o Nome...)
que leva o titulo a ser praticamente um nome proprio. O Pai é sempre o "seu" Pai. Ele
nunca fala de José e Maria
(417)26,29.39.42.53; Pat 11,25-27, 24,36,28,19; Seu Pai: 16,27 (do Filho do Homem); 13,43
(dos justos);
Referências exclusivas de Lc 2,49; 22,29; 23,34.46, 24,49 - A graçlo de Jesus: reza sozinho
(Mc 1,35; 6,46; 14,32, Mt 14,23, Le 5,16; 6,12; 11,1). pois Ele é Filho único, sempre
chamando a Deus de Pai. Provavelmente sempre usou o termo aramaico "Abba" (próprio só
para o pai biológico), Mc 14, 36, para dar a entender o realismo familiaridade confiante de
sua relação filial com Deus. No tempo de Jesus, na sinagoga os judeus já invocavam a
Deus como Pai, mas nilo com o familiar 'Abbá'; portanto, em bebraico e não na formula 'meu
Pai'. Mt 11,25-27 // Le 10,21s, Mt 26,39.42, Le 22,42; 23,34.46, Jo 11,41: 12,27s,
17.1.5.11.21.24s. Se Me é o que menos lembra Jesus chamando a Deus de Pai, ele é o
único a lembrar o 'Abba', e no momento menos esperado, na hora do abandono da parxão
(cf. Gn 22,7)
O modo de Jesus falar e de se comportar munca diz "Pai nosso" (em Mt 6,9 são os
discipulos que assim devem dizer). Embora todos sejam filhos, somente Ele tem autoridade
para falar em nome do Pai e acima da Lei (Mt 5, 22 28 32 34.39.44). Ele apresenta a sua
vida inteira como uma obediència total e exclusiva ao Pai. O Pai - além das Escrituras, mas
não à Lei e a única pessoa a quem Ele se refere de forma constante: Jo 8,54-56, 20.17
Diferentemente dos Sinóticos, em Jo Jesus fala do Pai sempre como Pai dele: somente
após a ressurreição diz " meu Pai e vosso Pai" (20,17), marcando a diferença da filiação. A
sua vida e a sua morte constituem o cumprimento de uma missão confiada somente
a Ele e que só Ele pode cumprir: é o único enviado, porque único Filho. No fim resume toda
a sua obra: "Eu lhes dei a conhecer o teu nome" (Jo 17,26), o nome de Pai - Nas parábolas,
Jesus aparece em posição de singular intimidade: Ele é o Filho e Filho
amado, os demais são servos (Mc 12, 1-12). - No batismo e na Transfiguração, Ele é o Filho
muito amado; tem todo o amor porque
é único (Mt 3,17; 17,5). Lucas acentua o estado de oração ao Pai: 3,21, 9,28s.
Só Ele conhece o ama o Pai, e por isso só Ele pode falar do Pai (Mt 11, 25-28 comparado
com Jo 10, 14s, 17; Eclo 24). Somente Ele pode falar do Pai porque somente Ele é Filho. Jo
6,46b: "Só aquele que vem de junto de Deus viu o Pai": só Jesus sabe e pode revelar que
Deus é Pai e como Ele é Pai. Jo 1,18: "Ninguém jamais viu a Deus: o Filho Unigénito. que
está voltado para o seio do Pai, o deu a conhecer", o deu a conhecer exatamente como Pai.
Note-se: ao Pai aprouve, o Filho revela o que quiser são iguais na liberdade e
gratuidade!
Deus é chamado de Pai por judeus e cristãos, mas para estes Deus é Pai porque tem um
Filho igual a Ele, pois é na relação com o Filho que Deus é Pai. Os pagãos vêem a Deus
como
O modo, portanto, como Jesus fala do Pai, de Deus seu Pai, nos obriga a entender a
unidade e unicidade de Deus, de forma nova e complexa. Abre-se novo capitulo após o
percebe com clareza que o Filho não é o Pai. A divindade de Jesus não é afirmada
diretamente,
Para o Espirito, a questão mais delicada é a sua distinçilo, ou seja, o poder-se afirmar que
Ele não é os outros dois, embora nilo menos divino do que as outras Pessoas. Essa
ocultação do Espirito è a sua kênose (cf.FI 2,7). De fato:
"Espirito" não é nome proprio, pessoal, de relação, mas nome comum, de atividade
função;
ou
o termo "espirito" tem, pelo menos, cinco acepções no Novo Testamento: alma, graça
santificante, atributo da atividade divina, personificação e pessoa distinta, que é o que se
precisa averiguar. Para essa última significação há textos certos e outros apenas prováveis
(CI Biblia de Jerusalém, Rm 1.9) e p.21.
A manifestação oficial de Jesus a Israel como o Messias ungido pelo Espirito. Sobre
Ele repousa o Espirito, o que vem a ser um novo início para a história. O simbolismo da
pomba é incerto (referència a Gn 1,2? a Gn 8,10s ? a Ct 2,14; 5,27) O mais importante é
que se trata de manifestação visível. A descida do Espirito Santo é como uma unção, porém
em vez do óleo, é derramado o
Espirito Santo "em pessoa". Cf. At 10, 37s, Is 61,1; 42,1: Jesus é apresentado como o
Messins, na veste profética do servo de lahweh.
A revelação do modo como Jesus realizaria sua função: sendo o depositário do Espirito,
Cristo irá distribuir o Espirito como principio de justificação e santidade. O Messias não
possui o Espirito só para poder agir em favor dos homens, mas para distribuir o que
recebeu. Os homens não irão gozar apenas dos frutos do dom do Espirito, mas receberão o
mesmo Espirito de Jesus. Cf. Mc 1,7s; Le 3,16s; Jo 1,32s. A vida eterna vem do Espírito
Santo, mas Ele só vem quando enviado por Jesus. É por isso que o "sopro" vem da boca de
Jesus (Jo 20,22).
É uma experiência pessoal de Jesus, que recebe o Espirito como impulso dinâmico e
Na vida pública de Jesus, o Espírito é sempre operante. Expressões que resumem sua vida
pública:
- Deus estava com Ele (por meio do Espírito: At 10,38). - Jesus è movido pelo Espírito em
tudo o que faz após o batismo: Mc 1,12// Mt 4, 1// Le 4, 1; Le 4, 14.18; 5, 17; 10,21. Em
especial, as curas, a pregação e a expulsão dos
demônios: Mt 4, 23; 8,16s; 12,28. the dá o Espirito sem medida (tradução possivel): Jo 3,34
(Lecionário da missa:
Ditos
Jesus não fala abertamente do Espirito. O pouce que encontramos a respeito permanece
quase só dentro do quadro do AT: Espirito significa a força e poder de Deus. Le 4, 16-21:
discurso inaugural na sinagoga de Nazaré (citação de Is 61,1s).
- Mt 12, 28//Le 11,20; Mc 3, 28// Mt 12, 31s Le 12,10: ação do Espirito na expulsão do
Mc 12,36 (o Espirito Santo) // Mt 22,43 (espirito): inspiração (// Lc 20,42 omite!) Mc 13, 11 //
Mt 10,20 // Lc 12,12: o Espirito nas perseguições.
- Le 11, 13: pedir o Espirito na oração (cf. Mt 7, 11). Mt 28, 19: o mandato missionário.
Há uma série de textos onde os termos "força, poder, virtude poderiam ter sido interpretados
posteriormente como "Espirito": Mc 5, 30, Le 5, 17, 6, 19, 24, 49. Cf. Le 11, 20 comparado
com Mt 12, 28: Espirito ou dedo de Deus? Ainda: Mc 12,36 Mt 22,43 // Le 20,42 Me 3, 29 //
Mt 12,32 Lc 12,10 foi sempre considerado, na tradição, como tendo
especial valor dogmático: o Espirito aparece distinto de Cristo e relativo a Ele
Aqui se impõe uma pergunta: se o Senhor pouco falou do Espirito, como é que João
demonstram um conhecimento tão rico e, sobretudo, um reconhecimento tão claro da
Paulo e
Espirito tem, para a Igreja, a mesma função do batismo para a vida pública de Cristo. As
vezes a comunicação do Espirito é significada pela imposição das mãos (At 8, 18) as
intervenções extraordinárias (carismas): milagres, curas, ilustrações, éxtases, dom das
em
Espirito: Gl 3, 2.5; 1 Ts 1, 5, 1 Cor 2, 4, 2 Cor 12, 12. Paulo teve de se preocupar em corrigir
as fáceis distorções e excessos. Mas essa exuberância parece ter tido grande importancia
no reconhecimento da personalidade do Espírito Santo. Pode-se presumir que o que levou
os cristãos à persuasão da distinção do Espino
Santo, análoga à distinção entre o Pai e o Filho, tenha sido a sua manifestação diferente,
ordem carismática. O que começou a acontecer nos vários Pentecostes foi diferente de tudo
o que acontecera antes, durante a vida de Jesus, e passou a acontecer mesmo sem a
presença fiica visivel d'Ele.
Porém, do texto do livro dos Atos e das referências nas cartas de Paulo à vida das
comunidades, não aparece de maneira clara a distinção e a personalidade do Espirito. Tudo
ainda pode ser interpretado no quadro e mentalidade do Antigo Testamento: a novidade é
que o Espirito se manifesta agora em Jesus Messias e na comunidade messiânica unida a
Ele Assim, toda a iniciativa apostólica na difusão do Evangelho é dirigida por ação do
Espirito (At 11, 24, 2, 4, 13, 52 "cheios do Espirito Santo").
E o Espirito que dirige a Igreja e sugere as decisões (4,8: Pedro ao Sinédrio; 8, 29: Filipe:
10, 19s Cornélio, 15, 28: Concilio de Jerusalém; 16,11: viagem de Paulo). O Espirito é a
manifestação iluminativa de Deus no governo da Igreja nascente. O Espirito è, portanto (o
texto não obriga a ir além disso), a personificação da ação divina que dirige os
representantes e os membros da Igreja que receberam o poder do alto (Lc 24, 49) e o
batismo no Espirito (At 1.
São Paulo:
Para Paulo, o Espirito age no Cristo celeste (Messias e Senhor) e, a partir dEle, no cristão,
produzindo neste efeitos carismáticos e, sobretudo, uma vida nova, visando a formação do
único Corpo de Cristo. Dentre os primeiros, notemos: a pregação (1 Cor 2,1-5) e os vários
carismas profecias, milagres, curas, interpretações, etc (1Ts 1,5, 1Co 12,4-11; Gl 3,5, Ro
15,188) A vida comunicada pelo Espirito é uma vida nova, diferente da anterior, que era
própria de gregos e judeus; é interior, pois provém do alto e reside no coração, e é
espiritual, porque nela o Espirito comunica ao homem o seu modo de comportar-se, todo ele
relativo a Cristo. Assim cria um homem novo, interior e espiritual, em harmonia com a nova
aliança, interior e espiritual.
Essa vida é interior, pois o Espirito tem sua sede no coração, onde é primicia, germe e arras
e onde procura tornar o homem capaz de obedecer livremente à vontade do Pai.
manifestada em Cristo: esse dom é a caridade (Ro 5,5 BJ).
O Espirito, no coração, não é simples estimulo, guia, hóspede, consolador, mas e
sobretudo, principio operativo, energético, exercendo uma atividade própria e original.
denominada frutos do Espirito (Gl 5, 22). O Espirito exige, provoca, requer tais frutos,
através dos quais Ele se exprime, levando o designio do Pai até a sua última atuação de
poder na ressurreição da came.
O Espirito age no cristão para formar para Cristo um único corpo, que é a Igreja e para.
através desta, agir no cristão (1 Cor 12, 13; Ef 2, 16.18; 4, 4). No dom interior do Espirito
temos o fato decisivo da separação entre o Antigo e o Novo Testamentos amento: o que faz
novo o Novo Testamento é o dom interior do Espirito como fruto da Ressurreição de Cristo.
Com esse dom são cumpridas todas as promessas (Ez e Jr) e a esperança messiânica
alcança seu objetivo (2 Cor 3; Ez 11, 19, 36, 26, Jr 31, 33, 32, 40). Ao cristão transmitem-se
os privilégios de Israel: a Lei, o Templo, a circuncisão, o sacrificio, o ser
O Espirito Santo é distinto do Pai e do Filho, com os quais mantém relações de origem e
missão (1 Cor 2,12). E Espirito de Deus (Rm 8, 5. 9. 14; 1 Cor 2, 11.12.13), Espirito do Filho
spirito (G1 4,6), Espirito do Senhor (2 Cor 3, 17), Espirito de Cristo (Rm 8,9), Espirito de
Jesus Cristo (FI 1,19), Espirito da boca do Pai (2 Ts 2,8). Ele tem atividades pessoais,
ensina (1 Cor 2,13), fala (Gl 4, 6; Rm 8,15), habita, age como lhe agrada (1 Cor 12,11). Se
Ele tem, tão somente Ele, certas atribuições em comum com o Pai e o Filho, por exemplo:
habitar no cristão e habitar como num Templo (2Co 6,16 o Pai; 1Co 6,15; Ro 8,10,
Ef 3,17 o
Filho,
1Co 3,16; 6,19 o Espírito), viver (Ro 6,11 o Pai, 1Co 1,30, 2Co 5,17 o Filho,
Ro 8, 4s; GI 5,25 o Espirito), justificar (GI 3,17 o Cristo; 1Co 6,11 o Espirito), etc., outras lhe
são exclusivas: ser primícias e arras (Ro 8,23; 2Co 1,22; 5,5; dito de Jesus em outro sentido
1Co 15,20.23), testemunhar o Filho, dizer Abbá no coração do homem, dar a certeza da
ressurreição (Ro 8,11), etc. GL 4, 4-6: se o Filho enviado é distinto do Pai, também deverá
sê-lo o Espírito,
Distinto dos outros dois, o Espirito, na sua quênose, não è invocado, mas é aquele que nos
faz invocar: "Abba" (Ro 8,15; G1 4,6) e confessar: "Jesus é o Senhor" (1Co 12,3), aquele
que com a Igreja-esposa clama: "Vem!" (Ap 22,17).
CE ainda: Hb 2,4; 3,7; 6,4; 9,8.14; 10,15.29, Tg 4,5 BJ; 1Pd 1,2.11s; 4,14; 2Pd 1,21; Jd 19s
São João:
A formulação do quarto Evangelho é menos articulada e mais elementar do que aquela que
encontramos em Paulo. A concepção do Espírito é a mesma, porém expressa numa
linguagem própria, veiculando dados pessoais preciosos. Uma possivel organização dos
textos tem como critério os simbolos do sopro e da água e o tema das promessas: - a água:
1, 32s, 3. 3-5.34 (cf.p.25); 4, 10-14; 7, 37-39 BJ; 19, 34; Ap 22, 1.
d'Ele, a água se derrama sobre todos (1,18). - o sopro: 3,5-8; 19,30 ? (o sopro de morte è
na realidade o sopro da vida dada) 20, 22-23
as promessas do Espirito:
Observe-se que:
1 promessa
2 promessa 5 promessa
3* promessa
4' promessa
Lembrar é favorecer a compreensão interior e pessoal do discipulo; é tornar possivel o
entendimento do que já tinham ouvido de Jesus. Ensinar-lembrar-conduzir à verdade é
produzir a assimilação interior, a compreensão
promessas
Como se pode notar, a linguagem de Paulo tem origem na analogia biológica (vida,
crescimento, semente, fruto, colheita, geração, etc), enquanto que João usa categorias mais
intelectuais (ensinar, dar testemunho, conhecer) ou cósmicas (água, sopro). Mas, para
ambos, o Espirito é o dom interior que harmoniza o homem em seu intimo com a vida do Pai
e do Filho. Se o Filho é a Palavra, o Espírito é o ouvido no homem para que escute a
Palavra. Se Paulo fala da lei interior, João fala do ensinamento interior. Segundo Ezequiel
36, o Espirito faz viver de acordo com os decretos Lei); segundo Jeremias 31, o dom é o
conhecimento do Senhor.
Personalidade e distinção do Espirito: Ele é todo relativo ao Pai e ao Filho, já que vem,
recebe dEles, ouve e é enviado por Eles. Embora "pneuma" seja neutro, João usa a
concordância dos pronomes no masculino (15, 26; 16, 13-14). Em 14,16, fala de "outro.
consolador" em paralelo com Jesus Segundo João, há dois Paráclitos: Jesus (1 Jo 2,1) e o
Espirito (Jo 14, 16). O titulo "Paráclito" só se encontra no Evangelho de João. Para o
judaismo eram paráclitos (advogados, defensores, intercessores, assistentes) os que
intercediam junto ao tribunal de Deus em favor dos homens: a lei, os anjos, as boas obras,
os méritos. Segundo João, o Espírito è Paráclito na terra junto de nós e Jesus é Paráclito no
céu junto do Pai (1 Jo 2,1). CE Ro 8, 26s.34.
nao-Deus, outro Deus ou simplesmente linguagem humana sobre Deus. João enfatiza não
tanto
Outros escritos: 1Jo 2,20 BJ.27 (unção); 3, 24; 4,13; 5, 6.8; Ap 14, 13; 22, 17.
SUPLEMENTO
relativas à vinda e missão do Espirito Santo junto aos discipulos. O clima geral do discurso
revela um último colóquio, um discurso de despedida, no qual Jesus deixa a sua herança, o
seu legado, o seu testamento aos discipulos, tudo o que ele recebeu
do
Pai e que ele multiplicou ao longo de sua missão terrestre (cf. Mt 25,14-30). Na hora da
despedida Jesus promete deixar o Espírito junto com o mandamento do amor: assim Ele
continuará presente, não deixando seus discipulos na orfandade. Confia-os uns aos outros
e confia-os ao Espirito. Quanto à historicidade dos ditos, basta-nos admitir uma
autenticidade do sentido do que Jesus fez e ensinou durante a sua vida terrena na carne, à
luz do que Ele realiza na comunidade como ressuscitado glorioso no Espirito.
5 promessa),
sinótica). - as expressões: outro Paráclito (1); ele vem (5"); a concordância gramatical no
Jesus roga e o Pai dá o Espirito (1) O Pai envia em nome de Jesus (2")
Jesus envia (4) O Espírito vem (5): o aspecto da relação è aqui ausente.
- o Pai e Jesus:
formas verbais distinguindo as três fases: passado, presente e futuro: tudo o que Jesus era
e fazia, o Espirito fará,
mas segundo o seu modo (eficaz e interior) advérbios: agora, em semelhança, abertamente.
A missão do Espirito è
Como Mestre (2° e 4"): ensina, recorda, conduz à plena verdade, anuncia.
O discipulo, por sua vez,Conhece, vě, compreende, acolhe (1"), dá testemunho (3").
4 As relações do Espirito com o mundo O mundo não vê, não conhece, não pode acolher o
Espirito (1") O Espirito confunde o mundo (refuta, mostra a sua culpa) (4")
και άλλον παράκλητον δίσα υμιν ίνα η μεθ' υμών εις τον αλκα ο ο κόσμος ου δύναται λάβαιν
ατι συ θεωρει αυτο ουδε γινόσκαι υμος γινώσκετε αυτο
16 Eu rogarei ao Pai
170 Espirito da verdade que o mundo não pode acolher, porque permanece junto de vós
e estará em vós
allos insinua uma personalidade diferente, e não somente alguém numericamente distinto.
Essa promessa contém três modalidades, segundo a preposição e a forma verbal: estar
com preposição 'methà' 'uc0a": presença eficaz, pela qual Jesus garante o êxito da missão
a eles confiada de testemunhas e continuadores de sua mesma missão;
-estar em: com a preposição 'ev': presença interior no testemunho (3º e 4º) e no
ensinamento (2 e 5). O verbo "estar"-"estai no presente gramatical tem sentido futuro; -estar
junto: com a preposição 'napà: está junto porque está em Jesus: os discipulos reconhecem
que Jesus possui o Espirito Santo e não o espirito do mal como pensam os fariseus. Esta
primeira promessa é geral, promete uma presença cujo conteúdo e proposito passa a ser
especificado nas quatro promessas seguintes.
εκεινος υμας διδάξει πάντα και Υπομνήσει υμας πάντα α ειπον ὑμῖν ἐγών
- Identidade: o Paráclito é o Espírito Santo; O Espirito o Santo: só aqui usado com duplo
artigo, o que acentua a personalidade do Espirito; a concordância, por sua vez, se dá no
masculino "ekeinos', pelo sentido (não é usado o feminino!), não pelo gênero gramatical
neutro.
Relação com o Pai: o verbo 'pémpo'-enviar (na 1 corresponde a 'dar') é usado também para
indicar missão do Filho e usado pelo Filho para tratar da sua missão. Entre o Pai e o
Paráclito há a mesma intimidade que o tema da missão revela entre o Pai e o Filho. Espirito
no futuro com intermediário (26:nome; 16: oração). Filho no passado, sem intermediário. -
Relação com Filho: enviado em seu nome (pela sua oração 14,16). O nome do Pai é a
pessoa enquanto revelada e dada a conhecer por Jesus. Indica a união estreitissima entre o
Pai e o Filho na missão do Espírito e a mediação de Jesus. A oração é infalível porque o
mesmo Jesus, como mediador necessário, está associado a essa operação de enviar.
Mandar
em nome de Jesus- ele manda por quem é confessado pelo discipulo como Filho de Deus.
A atividade do Espirito:
- o que ensina:
O que Jesus disse estando com os discipulos (16,13.15) o mesmo que Jesus tinha
ensinado, em sua atividade própria
e tipica de Mestre
Jesus ensina e revela o Pai assim como a própria filiação (17,3; 18,20), não ensina
particulares mistéri é mestre da Lei Jesus ensina porque ouviu, recebeu, aprendeu do Pai,
diz o que o Pai lhe ensinou 8,28; 7,16s; 14,24; 2Jo 9. Jesus não é autodidata e nem
aprendeu dos homens.
Jesus ja ensinou tudo, o Espirito não ensina novidades (15,15). Mas se no fato e no
conteúdo do ensino o Espirito é igual ao Filho, è diferente no modo, como segue.
E assim pelo teor da 1 promessa, pelo modo como de fato acontece, não pode cumprir na
sua vida terrena.
- a finalidade:
uma unção (1Jo 2,20.27). O óleo torna os movimentos espontáneos, fáceis, não
desgastantes, suaves: as passagens tornam-se lógicas, as interpretações e concatenações
passam a ser rápidas e não forçadas. Espirito liga suavemente o Antigo e o Novo
Testamento, os fatos e os ditos de Jesus, o Jesus histórico e o Cristo da fe, o passado com
o presente e o futuro, a ordem da criação com a da redenção, o natural com o sobrenatural,
a natureza com a graça, a Igreja com a humanidade, Jesus com a comunidade dos
discípulos, a razão e a fé, e assim por diante. A pessoa percebe que os ensinamentos de
Jesus não são absurdos, antiquados, estranhos. impraticáveis, abstratos, frios. O discípulo
passa a julgar tudo desde dentro, não de fora. Dai que pessoas inteligentes e cultas nada
entendem da fé, quando não acatam a unção do Espírito. O Espirito leva a superar o
momento intelectual e informativo e abre para acolher vitalmente o ensinamento.
no futuro;
ao futuro.
Acontece na prece, na meditação da Palavra, na celebração cultual o encontro com o Deus
vivo que age tornando possivel o dar vida ao fato passado. No NT tal celebração é a
eucaristia, vivida com consciência e coerência: "fazer isto em memória de mim".
-A memória-recordação em Jollo: -2,17 (liga dito do AT com a vida de Jesus), 15,20 (liga
fatos e ditos de Jesus): 16,4
(liga vida do discipulo com ditos e fatos de Jesus); 13,19 (liga passado e presente e futuro
com Pessoa de Jesus); apesar das diferenças entre eles, há coerência e o discipulo
entende que tudo tem o seu valor e conveniencia 2,19.22; 12,16: A ressurreição torna
possivel descobrir o significado e o alcance dessas realidades: lembrar é crer e entender o
que foi objeto de experiència sensivel.
Lembrar é dar a entender com base nos novos fatos que vão surgindo
O Espirito lembra aos discipulos tudo o que Jesus revelou (palavras-ditos e ações gestos),
sinais e ensinamentos, doutrina e obra. O Espirito lembra colocando de novo diante do que
é evocado-revivido:
lembrada como ação eficaz: lembra palavras de Jesus que são palavras de Deus que lhe dá
o Espirito sem medida, palavras de vida eterna, que são espirito e vida. 14,10.12: o Pai
realiza a obra no discipulo. O Espirito torna as palavras presentes e
ativas, operantes; quando acontece, o discipulo vê que já tinha sido dito e entende
com a sua pessoa. Na Liturgia: a oração epiclética toma presente Jesus, dá o contato com a
Pesson
presente nu açilo liturgica A oração do Espirito e da Igreja-Esposa fara Jesus voltar (Ap
22,17). A lembrança mantida continua pelo Espirito naquele que escuta obterá a
resposta desejada.
permaneceriam externas ao crente. Sem Jesus não se conhece o Pai, sem o Espirito não
se conhece Jesus. Cf. Lc 2,19.51; 3,15; 17,32; 22,19; 24,27.32.
QUINTA PROMESSA: JO 16,12-15 O Espirito Mestre em relação ao futuro
όταν δε έλθη εκανος, το πνεύμα της αλήθειας. οδηγήσει υμας εις την αλήθειαν πάσαν
Γάντα όσα έχει ο πατήρ εμμα κατιν ότι εκ του εμου λαμβάνει και ανιγγέλει υμιν,
numa seqüência
mas não podeis agora compreender. 13 Ele, quando vier, o Espirito da verdade,
Mas dirá tudo o que tiver ouvido E vos anunciará as coisas futuras.
14 Ele me glorificará
e vos anunciará
progressiva:
16,12: Tenho muito a vos dizer- mas não podeis agora compreender
16, 25: dar a conhecer em semelhança e abertamente. Há, portanto, dois periodos
sucessivos Jesus dá tudo a conhecer em dois momentos sucessivos de revelação.
- Conduzir à verdade plena, inteira, total, (o "pása" do vrs. 13 refere-se ao 'pollá do vrs 12).
O verbo é 'oornaa', que nos LXX indica a ação de Deus que, como pastor, conduz do Egito
a Israel.
associado a verdade, via, Espirito: conduzir à verdade a ser aprendida tendo por sujeito
ativo o Espirito: SI 25,5; 43,3; 86,11; 143,10; conduzir à vida: Ap 7.17, - o Pai guia como
Pastor no AT. Jesus aplica a si a imagem do pastor; no Ap é o cordeiro quem guia. No texto
é o Espirito o guia; Se Jesus é o
guia no caminho.
A verdade é plena qualitativamente quando assimilada pelo discípulo; quando praticada; Ela
é plena quantitativamente quando se estende a novas pessoas e assume novas formas de
expressão.
Jesus é pleno de graça: 1,14; ele disse a verdade: 9, 32. 40. 45; ele é a verdade e caminho:
14,6; o Espirito é guia à verdade plena em Jesus, é guia nesse caminho.
ensinamento.
- Anunciar: coisas futuras, as que estão para vir: futuras em relação ao momento no qual
Jesus fala: a sua paixão e ressurreição, "o que é meu". Ora, a ressurreição é o inicio do
definitivo, é o
definitivo já realizado nele, é a meta da história tirada do futuro e colocada centro da
história. A ordem escatológica já estará concentrada em Jesus. O futuro è, portanto, o
tempo da Igreja, que anuncia Jesus (5,15): o que acontece nela está no plano do Pai,
continua a ressurreição de Cristo. Esse futuro combina com a revelação em dois tempos:
4,25, 16, 13. 25.
Aquilo cujo sentido o Espírito torna aberto e manifesto é o que para Jesus constitui objeto
de
ciència perfeita: 18.4. O Espirito anuncia dando esperança para o futuro. Quando o futuro
for presente o Espirito mestre dará compreensão e capacidade de discernimento do que
fazer. Em Daniel o verbo equivale a explicar e interpretar algo obscuro, um sonho
misterioso, uma profecia dificil de ser entendida.
Glirtficar trafigurer Jesus aos olhos dos discipulos. O apirito da a convicção que aux gris não
é vi, falsa, nem aparente. A glória de Jesus é a manifestação e a realização nos discipulos
de relação de comunhão entre o Pai e o Filho (17,10 22.24)
O verbo 'gkirificar serve para descrever as relações entre as très l'essoas o Pai glorifica o
Fibe, Filho e Pai, o Espirato glorifica lesus. Cada uma mostra a glória, isto é, o valor, as
qualidades da outra pessoa e dá a capacidade de apreciação
Jesus tudo recebe do Pai e tudo comunica aos homens que o acolhem, assim é que
glorifics o Pai. O Espirito glorifics o Filho porque dá aos homens o que recebeu do Filho,
tudo o que Jesus opera. 7,18 também o Espirito é verdadeiro (Espirito da verdade) porque
moutra o outro, não a si
tem
As relações entre o Pai, o Filho e o Espirito são expressas com os verbos lalein- falar,
nome do Pai (7,16-18, 8.28; 12,49s) porque o Pai o enviou (3,34) "Escutar: Jesus ouve o
Pai (3,32, 6,30,15,15), diz o que ouviu (8,2640) Assim também, o Espirito não falará a não
ser o que ouvia (16,13). Pars Jesus o verbo & expresso
promessa 1 Ele vem pela oração do Filho, 3 vem do Pai enviado por Jesus, 4 vem enviado
por
iEspano da verdide que vem dily Pai, το πνώμα της αληθείας ο καρά του πατρός
απορεύεται,
Enviar: com o verbo "pémpo': é Jesus quem envia o Espirito. Perceba-se a progressividade
das declarações Jesus pede (1), o Pai envia no nome de Jesus (2), Jesus envia de junto do
Pai (3) No texto da quarta promessa (16,7) temos o ponto de chegada da progressão do
desvelamento da transcendencia e da divindade de Jesus: "Eu o enviarei a vós", sem
mesmo uma referência ao Pai: o Espirito é o enviado e Jesus é quem envia. No enviar o
Espirito, Jesus se encontra junto do Pai após ter passado do mundo. Para poder enviar a
Espirito, Jesus deve estar junto do Pai e ter
concluido sus obra. Envia como homem ressuscitado, glorificado, quando realiza na
humanidade o que è proprio de sua divindade.
Vir: o verbo 'érchesthai" é usado por João para tratar da origem de Jesus e de sua missão.
Assim em 7,29.8,14:42:16, 27.28:17,8; 18,37, ora com a preposição "ek", ora com a
preposição para
Proceder: com a preposição "pará", indicando que o Espirito está junto do Pai, tem sua
origem nele, é enviado por ele, recebe dele o seu ser. O verbo 'ckporeúesthai' equivale a
'exèrchesthai": cf. Mt 17,21 e Mc 9,29; At 1,21 e 9,28; Ap
19.15 e 19,21. Equivale a ser doado, enviado. O Espirito se encontra em relação ao Pai,
mima situação análoga à do Filho: trata-se da vinda histórica e temporal do Paráclito no
mundo, não diretamente da origem eterna, intemporal, intradivina do Espirito. Mas a missão
temporal oferece fundamento para remontar à relação eterna intradivina. Quando passou
para a profissão de fe constantinopolitana, a preposição foi mudada de 'pará', mais
adequada para indicar a missão, para ek', mais apropriada para indicar a origem da pessoa.
Note-se também que os verbos 'ir' e 'vir' no presente tem significado de futuro (assim em
português: eu venho ou vou, chego amanhã). Vejam-se agora os seguintes textos, onde o
verbo é associado à imagem da água (que não aparece em 15,26), em clara referência ao
Espirito:
Ap 22,1:
ποταμὸν ύδατος ζωής ικπορευόμενον εκ του θρόνου του θεού και του αρνίου (Rio de água
viva procedendo do trono de Deus e do cordeiro)
Espirito Santo procede do Pai e do Filho Jo 4,14: a água que jorra ('allómenon') para a vida
eterna: o Espirito presente no crente que conduz à comunhão com o Pai e o Filho Jo 7, 38s
do seu seio correrão (rheúsousin') rios de água viva Jo 19,34: saiu ('exélthen") sangue e
água. Em todos os textos Jesus está presente como fonte da água.
de um
multidão: 12,17; as Escrituras: 5,39, as obras de Jesus: 5,36; 10,25; o Pai: 5,32 37; 8,18;
próprio Jesus: 3,11 32s; 7,7; 8,14.17-19, 13,31; 18,37;
o
Enfim, o Paráclito, que presta um testemunho anilogo ao de Jesus Ele testemunha em favor
de Jesus como Jesus dá testemunho do Pai. Assim, o mistério total de Jesus na sua
proveniência do Pai e na sua glorificação
que viu e ouviu do Pai, a sua missão e a sua volta, o Paráclito atesta que Jesus é o Filho e
está junto do Pai Em continuidade, os discípulos podem dar testemunho de Jesus (15,26).
Ao longo do processo o testemunho do Paráclito a respeito de Jesus (obras e Escritura) tem
por objeto de
iluminar e reforçar a fé dos discípulos (16,1: "para que não vos escandalizeis: 2-4
perseguição contra os discipulos). O testemunho dos discipulos é o mesmo de Jesus e do
Espirito, na continuidade da sucessão: Cristo vencedor junto do Pai, Senhor do mundo e da
criação. O testemunho dos discípulos é efeito, fruto, manifestação do testemunho do
Paráclito
QUARTA PROMESSA
16, 7-11
άλλέγω την αλήθειαν λέγω υμιν; συμφέρει υμιν ίντι στο απέλθο
Ο παράκλητος οικ ἐλεύσεται προς υμας καν δι πορεθω πέμψω αυτόν προς Όμας καὶ ἔλθων
σκίνος ελέγξει τον κόσμον
quanto ao pecado, à justiça e ao juizo. Περι αμαρτίας και περι δικασύνης καὶ περὶ κρίσεις
περὶ ἁμαρτίας μεν, κάτι προς τον πατέρα υπάγω και ουκέτι θεωρειτε με,
10 Quanto à justiça,
mim;
- A partida de Jesus: Por que é preciso que Jesus parta para que o Espirito possa vir?
afirma a necessidade para o bem dos discípulos, mas não oferece uma explicação.
podemos reconhecer que:
O Evangelho
Teologicamente
celeste perfeita. "É bom para vós que eu vá" a vinda, a presença e a atividade do Paráclito
é uma realidade melhor para os discipulos do que a presença fisica de Jesus.
- o tema da hostilidade e da perseguição: esta leva ao processo durante o qual é dado o
testemunho. Nos Sinóticos Jesus promete a assistência do Espirito nas perseguições: Mt
10,17-25, Lc 12,11s. Em meio ao ódio do mundo, os maus tratos, o escândalo, o Espirito
defende o discipulo perseguido e lhe dá força para testemunhar Jesus.
Em Jollo temos acenos em 13,16; 15,20; 17,14. O tema è desenvolvido em 15,18-16,4. Sillo
motivos
O tema do processo.
promotor nem advogado, sendo que o juiz emitia a sentença após ouvir as testemunhas a
favor e as
O acusador o demônio através do mundo A acusação: impostura: Jesus não é nem Filho e
nem enviado de Deus, nem Messias e
tem
Salvador, pois tem pacto com o demônio através da magia, desrespeita e Lei e è blasfemo
As provas: propriamente não há, pois vigora a mentira, a distorção e deturpação de tudo o
que Jesus fez e disse, o cinismo e a má-fé, a mentira consiste em dar sentido
que aprendeu e recebeu da Igreja. O Paráclito acusa o mundo. O verbo 'elenchein significa
descobrir ou provar a culpa, o erro, a falta, é trazer a prova objetiva do ctro (3,20s 8,46), é
demonstrar a culpa do mundo, confundindo-o. Não significa simplesmente convencer, pois
se trata de argumentação interior em proveito do discipulo, e por
outro lado, o mundo não se deixa convencer pela verdade. A morte de Jesus parece ser o
seu fracasso. Tirando o discipulo do mundo das aparências, o Paráclito o faz penetrar no
plano da realidade, que comporta uma compreensão oposta da que tem o
Deus
demonstrar aos discipulos que o assalto do mundo contra Jesus e contra o apego deles a
Jesus é injusto e infundado, expressão de presunção cega e maligna. Com essa
demonstração o discipulo sai vencedor do mundo, vitória interior e espiritual, que onsiste
simplesmente no fato de crer (1Jo 5,4). Vitória de Jesus obtida lá onde o mundo tenta
derrotá-lo, na consciència dos seus discipulos. Nesse processo que continua sem cessar, o
Espirito retoma na consciência do discipulo os pontos da acusação que condenaram Jesus:
7.12: impostor, enganador, 8,48s.52 possesso; 10,33.36: blasfemador, 11,48-50. perigo para
a nação; 18,46; 9,24: pecador. O Espirito mostra ao discipulo que o pecado é do mundo,
que a morte de Jesus é expressio
Confundir quanto ao pecado: o pecado consiste em não crer em Jesus (1.5.10s; 3.18s;
8,24).
é a incredulidade Jesus foi acusado de ser pecador (9,24). O Espirito demonstra que o
verdadeiro
pecador é quem não crẻ em Jesus. O 'elénchein' corresponde ao 'martyrein' de Jesus (7.7).
Não é
Confundir quanto à justiça: o que aconteceu com Jesus está no plano do Pai; a cruz é glória
(12.23.27-28), vitória, meio de glorificação. A justiça é ir ao Pai: o Pai justifica Jesus
levando-o para junto de si. O Paraclito mostra que Jesus é justo (esse título aparece nas
confissões de fé). O Paraclito mostra clito mostra que as pretensões de Jesus, contra as
quais o mundo se ergue, são justas, estão no plano do Pai, pois Jesus subiu ao céu onde
permanece. O que para Estevão é objeto de experiência pano do carismática (At 7,55s), o
discípulo recebe na fé. O mundo não vê Jesus, e se alegra porque pensa que tem a prova
de que Jesus acabou, não mais existe (16,20). O mundo não entende que Jesus foi
glorificado. A A alegria do mundo é a do condenado cego da própria condição; a partida de
Jesus torna definitiva a cegueira.
Confundir o mundo quanto ao juízo (12,31): o demônio é privado do seu poder, expulso de
seu dominio. Isso acontece na crucifixão (12,32), pois na cruz se dá a troca de guarda (até
agora na árvore tinha ficado a serpente); sobre Cristo o demônio não tem poder (14,30; Ap
12,9s, Le 10,18). O Paraclito mostra que o processo, na verdade, já foi concluido, resolvido.
A vitória dos discipulos è participação da vitória de Cristo (16,33) e consiste na fe (1Jo 5,4s).
Os discipulos têm a certeza que não serão arrastados no choque do inimigo. Assim, o
Espirito atua o que Jesus pede em 17, 12 17
O TERMO PARACLITO
especifico.
O termo não se encontra nos LXX. Não há correspondente hebraico (e Is 50,8 7: PT2). Raro
em grego. Encontra-se em Filon, no sentido de intercessor junto a Deus em favor dos
pecadores. Nos escritos rabinicos indica o advogado defensor junto a Deas. O contexto é
juridico. forense. A novidade de João é atribuir ao Paráclito a função de ensinamento
magisterial profético no
dos fatos
Nos outros escritos do NT falta o titulo de Paráclito, mas está presente a atividade
termos estão ausentes em João, mas presentes em Paulo, em Atos e outros escritos. Nos
evangelhos sinóticos, como também em algumas outras passagens, domina, no uso verbal,
sentido de rogar, suplicar, implorar, interceder. Esse uso è coerente com a função que Paulo
atribui ao Espirito, de ser a fonte da oração do cristão no intimo do coração (Ro 8.15.26-27).
Outrossim, também em Paulo o Espirito é testemunha para o discipulo, como em Jollo, mas
para dar-lhe a consciência de ser filho de Deus (Ro 8, 16).
Se o Espirito é o 'outro Paráclito, isso é afirmado em relação à ação anterior de Jesus junto
aos discipulos. Na primeira vez que titulo aparece (14,16) o Espírito vem pelo chamado
orante de Jesus. Por outro lado, Jesus é Paraclito no céu, junto ao Pai, enquanto que o
Espirito é Paráclito na terra, junto aos discípulos. Ele foi chamado por Jesus para ficar com
os discipulos. Por sua vez Jesus é Paráclito porque chamado pelo Pai na ressurreição para
estar à sua direita intercedendo por nós (1Jo 2,1, Ro 8,34). Jesus se mostra no céu como
homem e mostra toda a humanidade nele O Espirito mostra à consciência do discipulo
quem é Jesus e como ele vem do Pai como seu Filho
O tema da consolação como promessa escatológica está presente no AT: Is 41,1; 50,4;
51,12, 57,18; 61,1s; Pv 8,4-9: A sabedoria em pessoa é que consola mediante o
ensinamento do que é reto e
justo. Ora, os escritos sapienciais têm grande influência em João. A sabedoria è identificada
com o espírito divino em muitos lugares dos sapienciais. Há coincidência das noções de
paraclesis, alédeia, elènchein e pneuma, nos provérbios e outros trechos sapienciais e no
evangelho de Jolo tudo isso não é fruto do acaso. Esses textos da Sabedoria que consola
deram origem tanto à idéia quanto ao nome de Paráclito dado ao Espírito. A tradução de
Paraclito como Consolador é muito antiga. Todavia, na linguagem atual, 'consolar' adquiriu
uma conotação sentimental e, munas vezes, seu exercicio se dá através do engano e da
mentira, ocultando a verdade. O Espirito consola mostrando a verdade contida na
esperança cristà: consolar è sempre um confortar, encorajar
é aquela do "Goel, o resgatador, o qual tem por missão estabelecer direito prejudicado:
tarefa do parente mais próximo encarregado do especialmente no jubileu após o exilio não
havia mais possibilidade de "goel'. Isaias dá novo sentido ao termo o
resgate.
proprio Deus é o Goel, o Messias será o Goel Rt 4,14. Jesus é o parente próximo, o irmão
mais velho, que assumiu a defesa e o resgate de sua familia, de seu povo, Jesus é o
redentor, o salvador, que veio restabelecer os direitos conculcados dos pobres. A ação do
Espirito como Goel é ação de solidariedade e reconstrução do povo e
verbo: Mt 5,4; At 20,12, 28,14; 2Ts 2,17; 2Co 1,4.6; 5,20; 7,6.13, C1 2,2 Substantivo: Le
2,25; At 9,31 (consolação do Espirito); 2Ts 2,16; Ro 15.4.5, 2Co 1,3.5.6.7; 7,4.13, FL 2,1: Hb
6,18; 12,5; Lc 6,24: falsa
consolação.
Por parte do profeta, apóstolo, Igreja: verbo: Le 3,18; 16,25; At 2.40; 11,23: 14.22; 15,32;
16,40; 18.27, 20.1.2. ITs
2,12; 3.2.7, 4.1.10.18; 5,11.14, 2Ts 3,12; Ro 12,1.8; 15,30,16,17; 1Co 1,10; 4,13,16; 14,31;
16,15; 2Co 2,7.8: 6.1: 7,7: 10.1; 13.11: Fl 4.2: CI 4,8; Ef 4,1; 6,22; 1Tm 1,3; 2.1; 5,1; 6,2;
2Tm 4,2, Tt 2,6 15, Hb
Substantivo. At 13,15; 15,31; 1Ts 2,3: Ro 12,8; 1Co 14,3; 2Co 1,4; 2Co 7,7; 1Tm 4,13; Fm 7;
Hb 13, 22
Foram usadas sobretudo por Paulo, mas fazem parte do patrimônio e da criatividade
da
comunidade tendo, muitas vezes, origem ou inspiração na catequese oral, nas profissões
de fe,
nas celebrações litúrgicas. As formulas trinitárias (ou triádicas) são passagens do Novo
Testamento onde o Pai, o
Filho e o Espirito Santo encontram-se reunidos numa só afirmação que descreve o modo
como
cada um d'Eles participa da obra da nossa salvação. Como são apresentadas as Pessoas:
Nomes: Deus, Pai; Filho, Jesus, Senhor (Kyrios); Espirito (Santo). Termos equivalentes:
- bens salvificos: graça, amor, paz, vida, comunhão, etc. - atividades: habitar, viver, doar,
derramar, etc.
Tipos de texto: as denominações e classificações variam entre os autores. Exemplos: -
formulas trinitárias: os Três são apresentados pelo nome, distintos entre Eles,
com
relações reciprocas explicatadas na obra da salvação. At 2, 32, 38 530
32.7.35 10.38.11.15-17.1Ts 4,6-82Tv 2,131 Cor 1,21s 12, 4-6, G1 4, 4-7, 713,47
formalas ternárias explicitas não são expressas as relações entre as Pessoas Mt 28, 19
2 Cor 13, 13: F13.3.
- formalas termárias implicitas não aparece o nome de uma ou mais Pessoas, mas algum
esquema trinitario,
So esses Três e sempre Eles estão constantemente juntos (nas formas duais sempre dois
deles), aparecem no mesmo nível ou categoria, em perfeita paridade de posição. A ordem
dos
nomes não segue esquema rigido. Não é possível notar nenhum tipo de subordinação
interna: o
Espirito não é menos do que o Pai ou do que o Filho. Tais formulas não teriam sentido se
um
dos Très (o Espirito) fosse personificação e não Pessoa. Todas as personificações da
Escritura,
além de serem menos frequentes, nunca são associadas ao Pai e ao Filbo, e não formam
um
grupo temnário bem distinto.
Aqui se trata de formulas teológicas - o que Deus é, em si mesmo, ou funcionais - o que
Deus faz para nós? Valem para a Trindade imanente ou só para a económica? Em outras
Fase de projetação
Fase de realização
PALI
pars destruena"
Morte
Ressurreição
FILHO
ESPIRITO
Tudo qué Deus ou é obra de Deus, tudo ou è Trindade ou é Páscoa, tudo é ou Trindade
imanente ou Trindade económica Mas Deus age de acordo com o seu ser, de maneira que
a Páscoa e como é, porque Deus é Trindade de um modo preciso. Não é apenas a nossa
situação ou a nossa necessidade que determinam a estrutura da Páscoa. Assim também a
fé se dirige tanto o Deus Trindade que se manifesta na Páscoa, como ao próprio mistério da
Páscoa. Não basta professar que Cristo morreu e ressuscitou, é necessário confessar quem
realizou isso, o Pai, e por que o fez: para doar o Espirito. fe integral liga as obras as
Pessoas e as Pessoas entre elas.
A morte de Cristo constitui a "pars destruens" nela morre o pecado, nela o pecado esgota
seu processo. Além de se constituir em prova de amor por nós, na morte de Cristo aparece
o amor do Filho pelo Pai: Ele sacrifica tudo para realizar a vontade do Pai. Tudo recebeu
d'Ele e só d'Ele. tudo deixa por Ele
Na morte de Cristo aparece também a força do Espírito, porque é movido pelo Espirito que
Jesus se dirige decisivamente à cruz (cf. Hb 9,14). Na morte, aparece a distinção entre o
Pai e Filho, pois o Pai não intervém, deixa Jesus ser distinto d'Ele. Jesus morre porque sem
o Pai não é nda, pois tudo o que é Ele o recebeu, e recebeu só do Pai. A morte de Cristo na
cruz é uma encarnação, de acordo com a situação histórica do pecado do homem, do
eterno è incruento dom sacrifical do Filho ao Pai, na força do Espirito. Jesus não è destruido
pelo pecado, com o qual se identificou, por causa da presença do Espírito.
- Q Cristo, o Messias, o Ungido, tendo a plenitude dos dons espirituais (2 Cor 3,17). - O
Senhor, em tudo igual ao Pai, porque só Ele possui o dom de que precisamos
absolutamente (Rm 1,3s; F12,11).
- Espírito que dá vida, pois só a tem para dar (1 Cor 15,45; Jo 1,33).
O Espírito possui agora toda a humanidade de Jesus, tendo assim um ponto fixo de onde
agir sobre a nossa humanidade. Antes da morte, o Espirito não podia dispor perfeitamente
de Jesus, porque Ele estava em forma de Servo. Antes da ressurreição não tinha como agir
em nós, pois não
havia um homem capaz de salvar a humanidade por comunicação interna de um bem
próprio, por
regeneração que fosse obra de Deus e, ao mesmo tempo, obra da própria humanidade.
O Espirito efuso pelo Cristo sentado à direita do Pai: inabita o cristão (Rm 8,9.16), une-se a
nos (1 Co 3,16), nos une a Cristo (1 Jo 3,24), de modo que Cristo habita o cristão (Ef 3.17)
e o Espirito nos transforma em Cristo (Rm 8,29, 2 Cor 3,18). Assim, nos tornamos filhos de
Deus (Rm 8,14-16; Ef 1,5), participamos da natureza divina (2 Pd 1.4), somos morada da
Trindade (Jo 14,24) E desta maneira que participamos por união e semelhança da Pessoa
eterna e histórica de Jesus, de sua vida, mistérios e ensinamentos.
Tudo isso vem a ser para nós o surgir de um novo ser, novo homem, nova criatura (Gl 6,15;
Ef 4,24), fruto de um novo nascimento (Jo 3,3-5; 1 Jo 5, 1-5), regeneração (1 Pd 1,23), novo
parto (Tg 1,18), nova criação (2 Cor 5,17), renovação (T1 3,5), surgir de uma nova
humanidade (CI 3,9-11), de
um novo Israel (GI 3,27-29), de um novo céu e nova terra (2 Pd 3,13), Trata-se de uma
transformação que tira o homem de uma situação de oposição a Deus, motivo pelo qual a
Páscoa do cristão é: justificação (Rm 4,24), santificação, purificação; reconciliação,
libertação, resgate, remissão dos pecados (Tt 3.5: 1 Cor 6,11). Por isso, o homem novo que
dai provém é justo, santo, amigo de Deus, cidadão do céu, livre; é um homem espiritual (1)
Cor 2,15), homem interior (2 Cor 4,16; Ef 3,16), "cristão (o que "está em Cristo", como
Paulo),
"espirito" (Jo 3,6; 1 Ts 5,23), filho de Deus (1 Jo 3,1; Rm 8,16), templo de Deus e do Espirito
(1) Cor 6,19). Ao novo ser corresponde um novo agir, expressão concreta do dom do
Espirito e da nova vida: Rm 8,14; Ef 2,10 (boas obras), Gl 5,22s (frutos do Espirito), Rm
6,13 O novo ser, vindo do Pai por obra do Filho e do Espirito, tem uma destinação última
precisa:
ir e voltar ao Pai, pelo Filho, no Espirito. É a meta da glorificação (CI 3,4; Rm 8,17),
manifestação e da revelação (Rm 8,19-21; 1 Jo 3,2). A economia da salvação manifesta o
que a Trindade è: a Trindade imanente se reconhece na
da
dos fatos, mas é, sobretudo, o reconhecimento neles da glória trinitária. Tudo ou é Deus ou
obra de Deus, Trindade ou Páscoa. Mas, se há dois termos, se Deus é Trindade e se a
Páscoa è mistério de morte-ressurreição-Pentecostes, se Deus Trindade se prolonga na
economia, o motivo está, ainda, na natureza de Deus, que é caridade. Essa categoria è a
sintese última da realidade. A caridade explica quem é Deus e o que Ele faz, quem é e o
que faz o homem. Nesse sentido, a caridade é a essência do cristianismo.