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A Emergência Das Redes Sociais


26-Nov-2007

Causa estranheza, que em Portugal, o anúncio do Google


OpenSocial Project tenha passado à margem dos decisores
políticos e empresariais.

Causa estranheza, que em Portugal, o anúncio do Google OpenSocial Project


tenha passado à margem dos decisores políticos e empresariais.

   

05 de Dezembro de 2007 

O livro de Robert Putnam, “Bowling Alone”, de 1995, veio relembrar às


sociedades ocidentais, na esteira do que outros pensadores tinham tentado
articular desde meados da década de sessenta, que as redes sociais tinham
um valor económico intrínseco, podendo ser fortes potenciadoras da
produtividade individual e colectiva. Tal como o capital físico (máquinas,
computadores, …) ou humano (educação, treino,...) as redes sociais têm um
valor relevante. Putnam e os seus seguidores colocaram grande ênfase no
processo de destruição da confiança, pedra basilar para que as redes
sociais possam servir de multiplicadores de eficiência económica e social.
E nas medidas políticas, necessárias para inverter aquilo que
percepcionavam com um lento, mas inexorável declínio das instituições
geradoras de confiança e promotoras de Capital e Redes Sociais: a família
nuclear, as igrejas, as forças armadas e as comunidades de vizinhos. A
televisão seria a grande causa deste mal, desta destruição de capital social
que no limite implicaria elevados fardos económicos. Na década que se

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seguiu, numerosos estudos e publicações desenvolveram a tese de Putnam,


sem a contradizerem, antes a reforçando e ampliando. Mas a este declínio
das instituições no mundo físico começou a contrapor-se, desde 2004, a
emergência das novíssimas redes sociais. Umas mais destinadas a
comunidades adolescentes ou jovens adultos (Hi5, Orkut, MySpace, Bebo,
Friendster, Ning), outras a estudantes universitários e jovens quadros
(Facebook, SixApart), algumas outras a profissionais e quadros (Linkedin,
Pulse Plaxo, Reuters).

A expansão e proliferação frenética destas redes sociais virtuais colocaram


os seus utilizadores (quase 200 milhões, só no mundo ocidental) perante a
dificuldade de se manterem ligados a todas. Paradoxalmente, tal como
Putnam tinha demonstrado, o valor das redes sociais será tanto maior
quanto mais densas forem e quanto mais ligações os seus membros tiverem
entre si. Como dissemos em artigo anterior nesta coluna, o mercado da
publicidade na ‘Web’ está a disparar e dentro desta categoria emerge de
forma esmagadora a publicidade nas redes sociais. A manterem-se as
tendências, dentro de 5 anos as redes sociais poderão captar a maior fatia
do bolo publicitário. A possibilidade de publicidade baseada nas
características das audiências, nos seus gostos e preferências, qual pedra
filosofal sempre demandada pelos ‘marketeers’, é agora uma realidade!
Bancos, seguradoras, marcas de grande consumo, partidos e candidatos
políticos, deverão estar muito atentos a este fenómeno.

É dentro deste enquadramento estratégico que causa estranheza, que em


Portugal, o anúncio do Google OpenSocial Project tenha passado
largamente à margem dos decisores políticos e empresariais. Baseado em
padrões de programação abertos, permitirá aos programadores desenharem
aplicações (’widgets’) que enriquecem a experiência e a utilidade de
navegação nas redes sociais, e que possibilitarão a portabilidade das
configurações do membro/utilizador (seu perfil, suas preferências, suas
redes de amigos, …) entre diversas redes sociais. Tornando estas sempre
presentes em qualquer acto de navegação na ‘net’. E sem a necessidade de
completar e manter múltiplos registos em outras tantas redes sociais. Ou
seja, para além de permitir que o “motor de busca” da Google se infiltre
nas redes sociais e apreenda tudo aquilo que é dito e feito pelos
utilizadores, a plataforma de portabilidade, agora anunciada, vem permitir
que as redes sociais sejam o local de entrada e de permanência por
excelência na ‘Web’, destronando e obliterando outros ‘sites’…
Incrementando o valor económico e financeiro quer das redes quer dos
seus membros, em detrimento provável de outros operadores...

 Paulo Gonçalves Marcos

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