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Acho to natural que no se pense

Que me ponho a rir s vezes, sozinho,


No sei bem de qu, mas de qualquer cousa
Que tem que ver com haver gente que pensa

Que pensar o meu muro da minha sombra?
Pergunto-me s vezes isto at dar por mim
A perguntar-me cousas. . .
E ento desagrado-me, e incomodo-me
Como se desse por mim com um p dormente. . .

Que pensar isto de aquilo?
Nada pensa nada.
Ter a terra conscincia das pedras e plantas que tem?
Se ela a tiver, que a tenha...
Que me importa isso a mim?
Se eu pensasse nessas cousas,
Deixaria de ver as rvores e as plantas
E deixava de ver a Terra,
Para ver s os meus pensamentos ...
Entristecia e ficava s escuras.
E assim, sem pensar tenho a Terra e o Cu.
Alberto Caeiro, in Guardador de Rebanhos

I

Leia atentamente o texto e responda s seguintes questes:
1. Explicite as caracterstica do eu potico reveladas na primeira estrofe do
poema.
2. Analise os sentimentos expressos no verso 8: E ento desagrada-me, e
[incomodo-me
3. Atente na frase: Que me importa isso a mim? (v.14)
3.1 Explique o seu significado no contexto em que surge.
3.2 Refira os efeitos produzidos pela marca de discurso oral presente na
frase.
4. E assim, sem pensar, tenho a Terra e o Cu (v. 20)
Comente o sentido deste verso enquanto concluso do poema e da
mensagem nele veiculada.

.


PORTUGUS 12 ANO

NOME: ______________________________________ TURMA ____, N ___

ANO LECTIVO 2009 / 2010

AVALIAO

LEITURA
FUNCIONAMENTO DA LNGUA
EXPRESSO ESCRITA



II

1. Identifique as caractersticas lingusticas de Alberto Caeiro presentes
neste texto.
2. Refira o tempo verbal dominante presente no texto e esclarea a razo
dessa utilizao.
III

Elabore um texto expositivo-argumentativo (de cem a duzentas palavras),
apresentando Ricardo Reis e Fernando Pessoa, em vivo dilogo. Cada poeta
defender a sua (diferente) atitude potica.

BOM TRABALHO

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