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dec

ENGENHARIA
CIVIL

Reforço de pilares com sistemas de FRP

Prof. Carlos Chastre Rodrigues

FEUP
11 de Maio de 2005

Sumário
REFORÇO DE PILARES COM SISTEMAS DE FRP

1. Introdução
2. Materiais
3. Aplicações
4. Tecnologia de Aplicação
5. Ensaios Experimentais
• Colunas à Compressão
• Pilares à Flexão Composta sob Acções Cíclicas Alternadas

6. Modelação Numérica de Pilares de B.A. Reforçados com FRP


• Colunas à Compressão
• Pilares à Flexão Composta

7. Cálculo de Pilares Reforçados com FRP

8. Observações Finais

•1
1. Introdução
1.1. Causas da reparação e/ou de reforço de estruturas
REFORÇO DE PILARES COM SISTEMAS DE FRP

• Danos provocados por acções externas:


¾ deterioração da estrutura por ausência de conservação
¾ sismos
¾ incêndios
¾ acidentes

• Alteração do tipo de utilização da estrutura:


¾ aumento do nível da sobrecarga
¾ a eliminação de elementos estruturais

• Erros de projecto
• Defeitos de construção

1. Introdução
1.2. A solução de reforço
REFORÇO DE PILARES COM SISTEMAS DE FRP

Depende:
• da eficiência da intervenção do reforço
• das condições e custos de realização da obra
• da disponibilidade local de mão-
mão-de-
de-obra especializada,
materiais e equipamento.
equipamento.
• da continuação ou não da utilização da estrutura durante a
obra
• do comportamento face à agressividade do meio ambiente
durante e após o reforço

•2
1. Introdução
1.3. Opções Técnicas de Reforço
REFORÇO DE PILARES COM SISTEMAS DE FRP

¾ Reforço com armaduras


¾ Reforço com adição de betão

1. Introdução
1.3. Opções Técnicas de Reforço
REFORÇO DE PILARES COM SISTEMAS DE FRP

¾ Reforço recorrendo a pré-


pré-esforço
exterior com aço ou utilizando
compósitos de FRP

•3
1. Introdução
1.3. Opções Técnicas de Reforço
REFORÇO DE PILARES COM SISTEMAS DE FRP

¾ Reforço com chapas de aço ou laminados de CFRP colados com resina


resina
epoxídica

1. Introdução
1.3. Opções Técnicas de Reforço
REFORÇO DE PILARES COM SISTEMAS DE FRP

¾ Encamisamento com chapas de aço ou compósitos de FRP

•4
2. Materiais
2.1. Compósitos de FRP
REFORÇO DE PILARES COM SISTEMAS DE FRP

• fibras (carbono, vidro ou aramídicas)


¾ - elevada resistência à tracção,
¾ - elevado módulo de elasticidade
¾ - frágeis

• matriz polimérica interligando as fibras (resina epóxida)


- dúctil
- termoendurecível

existem compósitos naturais (madeira) e artificiais (betão armado);


armado);

2. Materiais
2.1. Compósitos de FRP: Fibras de Carbono
REFORÇO DE PILARES COM SISTEMAS DE FRP

Produção
• as fibras de carbono resultam da carbonização (ou grafitização), a 1000 ºC ou a 3000 ºC,
de fibras de polímeros orgânicos (acrílico ou alcatrão), alinhando
alinhando--se os átomos de carbono
ao longo das fibras originais;
• os filamentos são então agrupados consoante a característica mecânica
mecânica desejada, sendo
fibras de carbono as de baixo módulo de elasticidade e grande resistência
resistência à tracção e fibras
de grafite as de elevado módulo, implicando esta opção um produto
produto de custo mais elevado.

Características
• excepcional resistência a todos os tipos de ataque químico, não sendo afectadas
afectadas pela
corrosão, pois o carbono é inerte. Atenção apenas ao caso de reforço reforço de estruturas
metálicas, pela possibilidade de corrosão do tipo galvânico, dadas
dadas as diferenças de potencial
geradas pelo contacto entre o carbono e os metais;
• óptima resistência à fadiga e à actuação de cargas cíclicas;
• muita leveza: peso específico da ordem de 18 kN/m³;
• bom comportamento sob deformações impostas (fluência);
• baixíssimo coeficiente de dilatação;
• extraordinária rigidez.

•5
2. Materiais
2.2. Compósitos de FRP: Fibras de Vidro, Aramídicas e de Poliéster
REFORÇO DE PILARES COM SISTEMAS DE FRP

Fibras de Vidro
• São obtidas pela mistura de diferentes composições, baseando-
baseando-se na química do
vidro para atingir as propriedades físicas (resistência à tracção
tracção e módulo de
elasticidade) ou químicas (resistência aos álcalis) desejadas. Possuem baixa
rigidez, menor resistência à fadiga e muito boa flexibilidade.

Fibras Aramídicas
• São fibras orgânicas e sintéticas, obtidas por extrusão e trefilação,
trefilação, pouco
aderentes a matrizes termoplásticas e muito tenazes, sendo por isso
isso algo restrita
a sua utilização na Construção Civil. O processamento (separação e corte) das
fibras de aramida é muito difícil.

Fibras de Poliester
• São fibras sintéticas, fabricadas a partir do polímero termoplástico,
termoplástico,
caracterizadas pelo seu baixo módulo de elasticidade, sendo muito
muito empregues
em geotêxteis e na consolidação de encostas.

2. Materiais
2.3. Compósitos de FRP: Resinas
REFORÇO DE PILARES COM SISTEMAS DE FRP

A Função das Resinas

A resina que constitui a matriz polimérica dos plásticos tem a função de envolver, proteger e
aglutinar as fibras da armadura para:
•garantir a adequada transferência dos esforços de fibra para fibra, fazendo com que a
armadura trabalhe como um todo;
Šproteger as fibras das agressões ambientais e contra o desgaste;
Šimpedir deslocamentos da armadura, quer horizontais, quer transversais;
Šnos tecidos e mantas, as resinas assumem também a função de colagem,
devendo garantir a aderência da armadura à base e entre camadas.

A resina influi muito pouco na resistência à tracção final do compósito, mas influi bastante no
comportamento do mesmo ao corte e à compressão.

A grande influência da resina é nas condições de fabrico do plástico, tais como viscosidade,
ponto de fusão, temperatura de cura, etc.

Para preservar as qualidades da armadura no plástico (resistência e leveza, em especial), a


quantidade de resina deverá ser sempre a mínima.

•6
2. Materiais
2.3. Compósitos de FRP: Resinas
REFORÇO DE PILARES COM SISTEMAS DE FRP

As características exigíveis às resinas impregnantes são:

resinas epóxidas, com função resistente:

¾ módulo de elasticidade da ordem dos 2 GPa;


¾ deformação de rotura compatível com as armaduras;
¾ baixa retracção durante a cura;
¾ longo tempo de cura;
¾ estabilidade frente aos agentes químicos;
¾ viscosidade compatível com a dificuldade de impregnação (quantidade - peso - de fibras por m²);
¾ boa capacidade de aderência às fibras.

resinas de poliuretano para garantir compatibilidade física com a base, sempre que o
compósito exercer função confinante:

¾ permeabilidade ao vapor de água.

Aos adesivos epóxidos para colagem dos laminados, por serem mais espessos, exige-se que
apresentem módulo de elasticidade mais elevado (> 7GPa), em especial quanto ao corte, por forma a
garantir, atempadamente, a adequada transmissão de esforços entre o laminado e a superfície de
betão.

2. Materiais
2.4. Compósitos de FRP
REFORÇO DE PILARES COM SISTEMAS DE FRP

• Propriedades tipicas das fibras

Fibras Carbono HM Carbono HR Vidro-E


Propriedades
Resistência à Tracção, MPa 2500-3100 3500 - 4800 1900-3000
Módulo de Elasticidade, GPa 350-500 215-235 70
Deformação na rotura, % 0,5-0,9 1,4 – 2,0 3,0 – 4,5
Peso específico, kN/m3 18.1 17.5 25.5

• Comparação das Propriedades tipicas das resinas epóxidas do betão


betão e do aço

Epoxy Betão Aço


Propriedades (20ºC)
Resistência à Compressão, MPa 55-110 25-150 200-600
Módulo de Elasticidade, GPa 0,5-20 20-50 205
Resistência à Tracção, MPa 9-30 1-4 200-600
Deformação na rotura por tracção, % 0,5-5 0,015 25
Coeficiente de Poisson 0,3-0,4 0,2 0,3
Peso específico, kN/m3 11-17 25 78
Tg (ºC) 45-80 -- --
Coeficiente de dilatação térmica 25-100 11-13 10-15

•7
2. Materiais
2.5. Compósitos de FRP: Vantagens no reforço estrutural
REFORÇO DE PILARES COM SISTEMAS DE FRP

• resistência à corrosão
• baixo quociente peso/resistência mecânica
• moldabilidade
• facilidade de aplicação
• eliminação de estruturas de suporte
• situações em que são fundamentais:
¾ aspectos estéticos
¾ preservação patrimonial
¾ agressividade ambiental

2. Materiais
2.6. Compósitos de FRP: Desvantagens
REFORÇO DE PILARES COM SISTEMAS DE FRP
4500
σ(MPa)

CFRP
4000 Diagramas σ−ε (FRP)

3500

3000

• Comportamento elástico linear até à rotura


2500

2000

sem patamar de cedência; 1500 GFRP

1000

• Custo; 500

• Coeficientes de expansão térmica por


0% 1% 2% 3% 4% 5%
ε (%)

vezes imcompatíveis com o betão;


σ(MPa)

700

Diagramas σ−ε (Aço)

• Exposição a altas temperaturas poderá 600


φ6 - endurecido a frio

causar degradação prematura e colapso; 500

400
φ12 - laminado a quente

300

200

100

0
0% 5% 10% 15% 20%
ε (%)

•8
2. Materiais
2.7. Compósitos de FRP: Caracterização Mecânica
REFORÇO DE PILARES COM SISTEMAS DE FRP

σ(MPa)

4500

CFRP
4000 Diagramas σ−ε (FRP & Aço)

3500

3000

2500

2000

1500 GFRP

1000
φ6 φ 12
500

0
0% 5% 10% 15% 20%
ε (%)

2. Materiais
2.7. Compósitos de FRP: Caracterização Mecânica/
Mecânica/ Modos de Rotura

REFORÇO DE PILARES COM SISTEMAS DE FRP

2 3

1 4 5

•9
2. Materiais
2.8. Compósitos de FRP: Laminados
REFORÇO DE PILARES COM SISTEMAS DE FRP

os laminados são fabricados por


pultrusão, polimerizando-se a
resina já num molde, ou por
prensagem a quente, a altas
pressões

2. Materiais
2.9. Compósitos de FRP: Tecidos
REFORÇO DE PILARES COM SISTEMAS DE FRP

•10
2. Materiais
2.10. Compósitos de FRP: Mantas
REFORÇO DE PILARES COM SISTEMAS DE FRP

• As mantas usam-
usam-se complementarmente
ao laminado ou em substituição deste,
quando há mudança de direcção das
fibras, no reforço de lajes ou no
confinamento de pilares;
• são constituídas por feixes de fibras de
carbono, agrupadas de forma contínua e
costuradas por uma tela impregnada com
mínimas quantidades de resina de
epóxido, nuns casos, ou mesmo pré-
pré-
impregnadas, noutros;
• o compósito é formado pela adição da
resina, na aplicação;
• a espessura das armaduras é de décimas
de milímetro, sendo determinada pela
razão entre o peso de fibras e a sua
densidade.

2. Materiais
2.11. Compósitos de FRP: Cordões
REFORÇO DE PILARES COM SISTEMAS DE FRP

•11
2. Materiais
2.12. Compósitos de FRP: Fabricação / Laminados
REFORÇO DE PILARES COM SISTEMAS DE FRP

LAMINADOS (CFRP)
(CFRP) – Pormenor das Fieiras

2. Materiais
2.12. Compósitos de FRP: Fabricação / Laminados
REFORÇO DE PILARES COM SISTEMAS DE FRP

LAMINADOS (CFRP) - FABRICO - PULTRUSÃO

os laminados são fabricados por pultrusão, polimerizando-se a resina já num


molde, ou por prensagem a quente, a altas pressões

•12
2. Materiais
2.12. Compósitos de FRP: Fabricação / Laminados
REFORÇO DE PILARES COM SISTEMAS DE FRP

LAMINADOS (CFRP) - ARMAZENAMENTO E CORTE

Os laminados são normalmente fabricados com


espessuras da ordem do mm e em larguras standard,
podendo, no entanto, assumir as dimensões que se
pretender.
São facilmente cortáveis e emendáveis.
A concentração de fibras por laminado é a máxima,
da ordem dos 65 a 75 %.

2. Materiais
2.12. Compósitos de FRP: Fabricação / Mantas e Tecidos
REFORÇO DE PILARES COM SISTEMAS DE FRP

mantas
• depois de alinhadas e esticadas, num processo semelhante ao dos
laminados, as fibras são introduzidas numa prensa, em simultâneo com
a tela impregnada de epóxido e c/ um plástico de protecção;
tecidos
• As fibras, depois de alinhadas, são entrelaçadas num tear.

•13
3. Aplicações
3.1. Pilares
REFORÇO DE PILARES COM SISTEMAS DE FRP

3. Aplicações
3.1. Pilares
REFORÇO DE PILARES COM SISTEMAS DE FRP

•14
3. Aplicações
3.1. Pilares
REFORÇO DE PILARES COM SISTEMAS DE FRP

3. Aplicações
3.2. Elementos pré-
pré-fabricados
REFORÇO DE PILARES COM SISTEMAS DE FRP

•15
3. Aplicações
3.2. Barras de FRP embebidas no B.A.
REFORÇO DE PILARES COM SISTEMAS DE FRP

CFRP strip concrete

bonding agent

4. Tecnologia de Aplicação
4.1. Preparação da Superficie – Mantas e Tecidos

REFORÇO DE PILARES COM SISTEMAS DE FRP

• mantas: lixamento
• tecidos: picagem
• ambos: arredondamento das arestas
(r ≤ 10 mm)

•16
4. Tecnologia de Aplicação
4.1. Preparação da Superficie – Mantas e Tecidos
REFORÇO DE PILARES COM SISTEMAS DE FRP

Aplicação do Primário

Reparação da superfície com Putty

4. Tecnologia de Aplicação
4.2. Aplicação – Mantas e Tecidos
REFORÇO DE PILARES COM SISTEMAS DE FRP

Aplicação da primeira camada


de resina Saturante,
para colagem

Aplicação das mantas


ou tecidos

•17
4. Tecnologia de Aplicação
4.2. Aplicação – Mantas e Tecidos
REFORÇO DE PILARES COM SISTEMAS DE FRP

Aplicação da resina de
impregnação Saturante

Aplicação do revestimento final


de protecção (fogo e U.V.s)

5. Ensaios Experimentais - UNL


REFORÇO DE PILARES COM SISTEMAS DE FRP

•18
5. Ensaios Experimentais
5.1. Objectivos
REFORÇO DE PILARES COM SISTEMAS DE FRP

• Aprofundar o estudo do comportamento de pilares reforçados com FRP


FRP
• Desenvolver modelos numéricos que simulem este comportamento
tendo em vista a sua aplicação em projecto

εc c

εs3 M
s3
N
εs2
s2

εs1
s1

5. Ensaios Experimentais
5.1. Colunas à Compressão Axial
REFORÇO DE PILARES COM SISTEMAS DE FRP

h/D=5 h/D=3 45 ensaios:


• 29 modelos de φ150 x 750
• 16 modelos de φ250 x 750

Parâmetros analisados:
750 mm
Ø3//0.15 Ø3//0.10 Ø3//0.05 Ø6//0.15
• Geometria (φ
(φ150 vs φ250)
• Tipo de Coluna (BS vs BA)
• Nível de Cintagem
• Tipo de FRP (G vs CFRP)
150 mm 150 mm 150 mm 250 mm

6Ø6 6Ø6 6Ø6 6Ø12 • Nº Camadas de FRP (1 a 4)


Ø3//0.15 Ø3//0.10 Ø3//0.05 Ø6//0.15

• Tipo de Carregamento
¾ Monotónico (31)
¾ Cíclico (14)

ρs=1%
ρs=1,4%

•19
5. Ensaios Experimentais
5.1. Colunas à Compressão Axial
REFORÇO DE PILARES COM SISTEMAS DE FRP

Sistema de Ensaio e Instrumentação

LNEC

UNL

5. Ensaios Experimentais
5.1. Colunas à Compressão Axial
REFORÇO DE PILARES COM SISTEMAS DE FRP

Instrumentação
75

E5
150
188

225
250

H7 H21 H14
150

V3 H3:H6 V6
375

375

75

E4 H5 H15 H10 H6 H20 H13


H3 H9 H6
75

75
188

H4 H14 H9 H5 H19 H12


150

125

75

75

V1 H1:H2 V2 V1 H1:H2 V2 V2 H2:H5 V5 E3 H2 H8 H5 H3 H13 H8 H4 H18 H11


750 mm 750 mm
75

75

H2 H12 H7 H3 H17 H10


125
150
188

H1 H7 H4
75

75

E2 H1 H11 H6 H2 H16 H9
V1 H1:H4 V4
375

375

75

H1 H15 H8
150

250

225

E1
188

150
75

150 mm
250 mm
H2 H2 H2
3 3 3

V1 V2 V1 V2 V1 V2

H1
H1 H1

1 2 1 2 1 2

•20
5. Ensaios Experimentais
5.1. Colunas à Compressão Axial: Modos de Rotura – BS/BA
REFORÇO DE PILARES COM SISTEMAS DE FRP

BA - φ150 BA -φ250
6φ6 6φ12
BS-
BS-φ150 φ3//0.15 φ3//0.10 φ3//0.05 BS-
BS-φ250 φ6//0.15

5. Ensaios Experimentais
5.1. Colunas à Compressão Axial: Modos de Rotura – FRP φ150
REFORÇO DE PILARES COM SISTEMAS DE FRP

3 GFRP 2 CFRP 3 CFRP

BS BA BS BA BS

•21
5. Ensaios Experimentais
5.1. Colunas à Compressão Axial: Modos de Rotura – FRP φ250
REFORÇO DE PILARES COM SISTEMAS DE FRP

2 GFRP 1 a 4 CFRP

BS BA BA BS BA

5. Ensaios Experimentais
5.1. Colunas à Compressão Axial: Resultados
REFORÇO DE PILARES COM SISTEMAS DE FRP
fc (MPa)
100

C34 80 BA - 2 CFRP
C40

fc (MPa)
140 60
BA – 1, 2, 3 e 4 CFRP
120 40

20
100
C44 C44 BA – 2 CFRP
C43 C43 0
80 -1,5 -1,0 -0,5 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5
C34 C34 εl εc
60 fc (MPa)
C41 C41 100

40
6φ12 fcc εcc εl 80
φ6//0.15 C38
(MPa) (%) (%) BA - 2 GFRP
C32
φ250 C44 4 98,4 2,25 0,80
20 C30 C43 3 80,8 1,66 0,79 60
CFRP
C34 2 76,2 1,55 0,93
C29 C41 1 56,4 0,91 0,85
0 40
-2,0 -1,5 -1,0 -0,5 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5
εl (%) εc (%) 20

BA – 2 GFRP
0
-1,5 -1,0 -0,5 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5
εl εc

•22
5. Ensaios Experimentais
5.1. Colunas à Compressão Axial: Resultados
REFORÇO DE PILARES COM SISTEMAS DE FRP

Influência da secção
no desempenho dos pilares confinados com FRP

c r
ircula
ão c
s ecç

8 mm
tos = 3
os can
d a - raio d
quad ra
secção mm
s cantos = 20
rad raio do
a -
secção quad
secção quad
rada - raio do
s cantos = 0
mm

betão armado

εc

5. Ensaios Experimentais
5.2. Pilares à Flexão Composta sob Acções Cíclicas
REFORÇO DE PILARES COM SISTEMAS DE FRP
400 kN

400 kN

400 kN

400 kN

400 kN

400 kN

400 kN

400 kN

800 kN
600 kN

P1
P2 P3 P2R P3R P4 P5 P6 P7 P8 P9 P10

1 CFRP 1 CFRP 2 CFRP 1 CFRP 2 CFRP

2 CFRP
PC 2 CFRP 2 CFRP 2 CFRP 4 CFRP 2 CFRP 2 GFRP 3 CFRP 4 CFRP

12 ensaios (10 modelos) Principais parâmetros analisados:


• Dimensões: • Tipo de reforço (G vs CFRP ou BP)
¾ Pilar: φ250mm x 1500mm • Nº Camadas de FRP (2 a 4)
¾ Base: 1200 x 600 x 500 mm3 • Variação de rigidez do colete de FRP
• Armaduras: 6φ
6φ12 + cintas φ6//0,15 • Nível de esforço axial (ν
(ν=0,5; 0,75 e 1,0)

ρs=1,4% M 1,5 • Pré-


Pré-fendilhação do pilar
α= = ≈7
Vd d

•23
5. Ensaios Experimentais
5.2. Pilares à Flexão Composta sob Acções Cíclicas
REFORÇO DE PILARES COM SISTEMAS DE FRP

Sistema de Ensaio e Instrumentação


2 Celulas de Carga
MT KCM/300

2 Cilindros Hidráulicos
Enerpac RRH 307
ACTUADOR MECÂNICO Rótulas
DE PARAFUSO

2 Barras DYWIDAG 2 Barras DYWIDAG


Ø16 c/0,50m Ø16 c/1,00m
Celula de Carga
TML TCLP−20B

2 Barras
DYWIDAG Ø26
4 Barras
DYWIDAG Ø26

Rótula

5. Ensaios Experimentais
5.2. Pilares à Flexão Composta sob Acções Cíclicas
REFORÇO DE PILARES COM SISTEMAS DE FRP

D7

Instrumentação:
• 30 Extensómetros
• 13 LVDTs
E9-E15 E10-E16
• 3 Células de carga
H1;H2;H3 E19-E23 E20-E24 H4;H5;H6

E1-E7 E2-E8
E17;E18
E15

E16
E7

E8

E23 E24
i3 i6
D2 D4

D6

i2 i5
E13

E14
E5

E6

D1 D3

D5

i1 i4
E11

E12
E3

E4

E19 E20
E17

E18

E10
E1

E2

E9

•24
5. Ensaios Experimentais
5.2. Pilares à Flexão Composta sob Acções Cíclicas
REFORÇO DE PILARES COM SISTEMAS DE FRP

δ (mm)
História de deslocamentos impostos
180
160
140
120
100
80
60
40
20
0
-20
-40
-60
-80
-100
-120
-140 P1
-160
-180
0 5000 10000 15000 20000 25000 30000 35000 40000 45000 50000
t (s)

220
δ (mm)
200
180
160
140
120
100
80
60
40
20
0
-20
-40
-60
-80
-100
-120
-140 P6
-160
-180
0 5000 10000 15000 20000 25000 30000 35000 40000 45000 50000
t (s)

5. Ensaios Experimentais
5.2. Pilares à Flexão Composta sob Acções Cíclicas
REFORÇO DE PILARES COM SISTEMAS DE FRP
δ/L (%)
-12 -10 -8 -6 -4 -2 0 2 4 6 8 10 12
50
Força (kN)

40

30

20

10

-10

-20

-30

-40 P1
-50
-180 -150 -120 -90 -60 -30 0 30 60 90 120 150 180
δ (mm)

δ/L (%)
-12 -10 -8 -6 -4 -2 0 2 4 6 8 10 12
50
Força (kN)

40

30

20

10

-10

-20

P1 -30

-40 P3R
-50
-180 -150 -120 -90 -60 -30 0 30 60 90 120 150 180
δ (mm)

•25
5. Ensaios Experimentais
5.2. Pilares à Flexão Composta sob Acções Cíclicas
REFORÇO DE PILARES COM SISTEMAS DE FRP

δ (mm)
160
deslocamento na rotura
131,0 139,5
140 deslocamento para a força máxima
121,0
deslocamento médio de cedência medido para 0,229%
120,0
114,8
120 deslocamento médio aplicado (10mm)
97,4 98,6
100
90,4
80 65,1 65,6 75,3
69,7
60 63,1 63,2 63,6 58,0
41,2
49,4 44,6
40 34,1 40,2
27,6 25,0
20 25,1 22,9 18,3 21,4
20,2 20,2 20,1
10,1 10,1 10,0 10,0 10,3 10,4 10,3 10,3 9,9 9,9 9,9 10,1
0
P2R

P3R
P1

P2

P3

P8

P4

P7

P5

P9

P6

P10
2,00
µF,rot=Frot,P/Frot,P1
1,50 µF,max=Fmax,P/Fmax,P1 1,46 1,54
1,33 1,30 1,43 1,44
1,23 1,20 1,17 1,29
1,27 1,24 1,30 1,23
1,19 1,18 1,18 1,12
1,00 1,00

Força horizontal na rotura normalizada


0,50
Força horizontal máxima normalizada

0,00
P2R

P3R
P1

P2

P3

P8

P4

P7

P5

P9

P6

P10

5. Ensaios Experimentais
5.2. Pilares à Flexão Composta sob Acções Cíclicas
REFORÇO DE PILARES COM SISTEMAS DE FRP

30 5,0

25 ξeq (%) 22,3 22,3 4,0


RDI 3,73
21,2
19,9 19,6 19,6 3,19
18,7 3,01
20 2,87 2,94
16,6 3,0
15,2
15 2,09 2,21
12,3
2,0
10
1,06

Taxa de amortecimento viscoso equivalente


0,81
5 1,0 0,53
Índice de deformação residual
0 0,0
P1

P2R

P8

P4

P3R

P7

P5

P9

P6

P10

P2R

P3R
P1

P8

P4

P7

P5

P9

P6

P10

1,0 140
0,9 nK 120
Wacum (kNm) 114,3
0,8 Rigidez efectiva normalizada
0,7 100 91,1
85,7
0,6 80 72,4
0,47 66,5
0,5
55,5
0,4 0,35 0,33 60 51,3
0,27
0,3 0,24
0,19 0,20 0,20 0,19 0,17
40
0,2
17,5 13,9
20 10,5
0,1
Energia dissipada acumulada
0,0 0
P1

P8

P4

P7

P5

P9

P6

P10
P2R

P3R

P2R

P3R
P1

P8

P4

P7

P5

P9

P6

P10

•26
5. Ensaios Experimentais
5.2. Pilares à Flexão Composta sob Acções Cíclicas
REFORÇO DE PILARES COM SISTEMAS DE FRP

Ductilidade em curvatura
µϕ µ∆ Ductilidade em deslocamento

25,0 10,0
9,0
20,0 8,0 7,0
16,3 16,9 17,4 6,6
7,0 6,0 6,0
14,0 5,7
15,0 12,6 6,0 4,9 4,9
10,7 10,6 5,0 3,9
10,0 4,0 3,3
6,8 6,2
3,0 2,1
5,0 2,6 2,0
1,0
0,0 0,0
P1

P2R

P8

P4

P3R

P7

P5

P9

P6

P10

P2R

P3R
P1

P8

P4

P7

P5

P9

P6

P10

6. Modelação Numérica de Pilares Reforçados com FRP


6.1. Compressão Axial Monotónica
REFORÇO DE PILARES COM SISTEMAS DE FRP

Modelo proposto

n=2
c nl = 1,1
f 0 = 1,65 f D
cc
 D
 1,5 + 
fD =  h f
E1 E1  2 
c0

 
E2 E2  

0 E1l = 10E1
n n

D
(E1 − E 2 )ε c
n=2 fc = 1
+ E 2ε c
  (E − E )ε 
n
n
1 +  1 2 c
 
  f0  

ε εlu εc0 εcc εc

•27
6. Modelação Numérica de Pilares Reforçados com FRP
6.1. Compressão Axial Monotónica
REFORÇO DE PILARES COM SISTEMAS DE FRP

Simulação dos ensaios

fc (MPa)
120

C44 - 4 CFRP
C44 100

C43 C43 - 3 CFRP


80
C34
C34 - 2 CFRP

60
C41
C41 - 1 CFRP

40

20 φ250

0
-1,5 -1,0 -0,5 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0
εl (%) εc (%)

6. Modelação Numérica de Pilares Reforçados com FRP


6.1. Compressão Axial Monotónica
REFORÇO DE PILARES COM SISTEMAS DE FRP

Comparação com outros modelos

fc (MPa)
120

100 C44 - 4 CFRP

φ250

80

60

C44 - 4 CFRP
40
C.C.Rodrigues

20
M.Spoelstra
M.Samaan

0
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5 5,0
εc (%)

•28
6. Modelação Numérica de Pilares Reforçados com FRP
6.2. Compressão Axial Cíclica
REFORÇO DE PILARES COM SISTEMAS DE FRP

Modelo proposto Ramos descendentes

 E2
ε > ε A − ε α ⇒ f = 3 (ε − ε A − ε α ) ≤ f c
2

 4 f cc
 ε ≤ ε A − εα ⇒ f = 0
2 f cc f A
c εα = ε A −
E3
cc C
A
t × Ef 
E3 = 17150 ×  × ε lu 
E1 E1  D 
E2 E2
0 Ramos ascendentes
n n
E2
0 ≤ f = 4 (ε − ε B − ε β ) − E4 (ε − ε B − ε β ) ≤ f c
2

D 4 f cc

E4 εβ =
2
E4
(
f cc − f cc ( f cc − f B ) )
E3
 Ef 
B E 4 = 0,014 ×  
ε εlu εc0 εcc εc  D 

6. Modelação Numérica de Pilares Reforçados com FRP


6.2. Compressão Axial Cíclica
REFORÇO DE PILARES COM SISTEMAS DE FRP

Simulação dos ensaios

fc (MPa) fc (MPa)
120 120

100 1 CFRP 100 2 CFRP

80 80

C42 C40
60 60

40 40

20 φ250 20 φ250

0 0
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8 2,0 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8 2,0
εc (%) εc (%)

•29
6. Modelação Numérica de Pilares Reforçados com FRP
6.3. Flexão Composta: Modelos dos Materiais
REFORÇO DE PILARES COM SISTEMAS DE FRP

ε ss

s s ε ss ε sh ift
s
ε +b ; f b+
f ch QE m
k4 - -
t
ε 0 ;f 0 ε +b ;f b+
y E sh
- -
ε 0 ;f 0

k1 k2 k3
Aço Es
+
ε m 0 ;0 ε m+ 0 ε m- 0
ε sy ε sh ε su εsr εs A ε s hift
-
ε m0 ;0
εs B εs
c ε j ;f j

cm

ε-b ; f b-
Em
ε -b ;f b-

Betão
+ + falta d e e xte nsão
ε 0 ;f 0
0,4 cm
ε ss ε ss

Ecm

ε c1 εcu εc c c

cc
c (εun ,f un ) (ε ,f )
re re
t t
Eg
(εun ,f new ) Eg

E1 E1
Ec
C
(εra ,fra )
ε pl εc εt ε cu εc εt ε cu εc
Betão Armado Betão confinado com FRP

6. Modelação Numérica de Pilares Reforçados com FRP


6.4. Flexão Composta: Secções Circulares
REFORÇO DE PILARES COM SISTEMAS DE FRP

Modelo de fibras desenvolvido

εc c

εs3 M
s3
N
εs2
s2

εs1
s1
Materiais

fc (MPa) fc (MPa)
-60 600 σs1 (MPa) -100
N6 C44
500
-50
-80
400

-40
300
-60

-30 200

Betão armado 100 Aço -40 Betão com FRP


-20 N6

0
-10
C30 -2% 0% 2% 4% 6% 8% 10% 12% 14% 16% 18% -20
-100
Modelo do Betão Simples Modelo do Betão Armado
-0
-200
εs -0
-0,0 -0,1 -0,2 -0,3 -0,4 -0,5 -0,6 -0,7 -0,8 -0,9 -1,0 -0,0 -0,5 -1,0 -1,5 -2,0 -2,5 -3,0 -3,5 -4,0
εc
Betão simples εc (%)

•30
6. Modelação Numérica de Pilares Reforçados com FRP
6.4. Flexão Composta: Secções Circulares
REFORÇO DE PILARES COM SISTEMAS DE FRP

Simulação dos ensaios

75
M (kNm)

N6
60

45

30
P6
15

-15

-30

-45

-60

-75
-0,50 -0,40 -0,30 -0,20 -0,10 0,00 0,10 0,20 0,30 0,40 0,50
ϕ1 (1/m)

6. Modelação Numérica de Pilares Reforçados com FRP


6.4. Flexão Composta: Secções Circulares
REFORÇO DE PILARES COM SISTEMAS DE FRP

Estudo paramétrico
75
M (kNm)

N1 (BA, N=400kN) N10


60 N2 (BA, N=600kN) N5
N6
N3 (BA, N=800kN)
N7
45 N7 (BA, 2CFRP, N=400kN)
N5 (BA, 2CFRP, N=600kN)
30 N6 (BA, 4 CFRP, N=400kN)
δ/L (%) N10 (BA, 4 CFRP, N=800kN)
15
-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4
50 0
Força (kN)

40 N1 (BA, N=400kN) -15


N2 (BA, N=600kN)
30 N3 (BA, N=800kN) -30
N3
N3 N2 N1 N1
20 -45
N2
10 -60

0 -75
-0,50 -0,40 -0,30 -0,20 -0,10 0,00 0,10 0,20 0,30 0,40 0,50
-10 ϕ1 (1/m)
-20

-30

-40

-50
-60 -50 -40 -30 -20 -10 0 10 20 30 40 50 60
δ (mm)

•31
7. Cálculo de Pilares Reforçados com FRP

REFORÇO DE PILARES COM SISTEMAS DE FRP

¾ É possível aumentar a capacidade de deformação plástica das zonas de


rótula plástica dos pilares de betão armado recorrendo ao confinamento
confinamento dessas
zonas com compósitos de FRP.
Para pilares circulares considera-
considera-se que a espessura do colete de FRP a utilizar é
dada por (Seible et al.):
Em termos de projecto começa-
começa-se por definir o
(1) µ∆ pretendido, calcula-
calcula-se o comprimento da
rótula plástica lp, determina-
determina-se o valor de x e
(2) retira-
retira-se ϕu da expressão (4), vindo:

(3)
εcu = ϕu . x = µϕ . ϕy . x
obtendo-
obtendo-se, consequentemente, a espessura do
(4) colete necessária para suportar esta extensão
última através da expressão (1).

¾ O aumento de capacidade resistente pode ser estimado por (Chastre Rodrigues):

D2
(5) M ref = M
( D − 2c ) 2

Observações Finais

REFORÇO DE PILARES COM SISTEMAS DE FRP

Constata-
Constata-se em termos gerais que o reforço de pilares de secção circular
com compósitos de FRP é uma técnica eficiente de reforço de estruturas.
estruturas.
Salientando-
Salientando-se o seguinte:
Compressão Axial
• fcc é bastante influenciada pela forma e o diâmetro da secção da coluna.
• Nos modelos com φ250 mm
¾ a 1ª camada ⇒ ↗ de 48% de resistência
¾ cada camada seguinte ⇒ ↗ de 35% de fc0
• A envolvente do diagrama fc - εc cíclico é praticamente coincidente com a curva monotónica.

Flexão Composta
• A solução de reforço mais adequada passa por colete contínuo ou com transições suaves de
rigidez ao longo do pilar.
• O reforço com FRP é válido mesmo que as fendas não sejam seladas (w ≤ 0,3 mm)
• ↗ ductilidade não é proporcional ao ↗ do nº de camadas de FRP
• ↗ ductilidade ⇒ ↗ ↗ εs
• εl ≤ 50% εf

•32
Observações Finais

REFORÇO DE PILARES COM SISTEMAS DE FRP

Modelação Numérica
• Os modelos de comportamento propostos para a compressão axial representam
muito bem o comportamento observado experimentalmente.
• No modelo de fibras desenvolvido o modelo de degradação proposto permite
aproximar os resultados obtidos do verificado experimentalmente.
Recomendações
• Embebimento total das fibras de CFRP na resina
• Aumento da cintagem na zona de rotula plástica no reforço com betão
betão polimérico
• Alteração do valor limite do esforço normal reduzido, indicado na
na maioria dos
códigos, de 0,60 para 0,75 (em pilares de secção circular reforçados
reforçados com CFRP)

dec
ENGENHARIA
CIVIL

Reforço de pilares com sistemas de FRP

Prof. Carlos Chastre Rodrigues

FEUP
11 de Maio de 2005

•33

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