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Um paíssem futuro?

Ponto, e vírgula, Rafael Barbosa


Chefe de Redacção

O que se vê no vídeo filmado na


Escola Carolina Michaëlis, no
Porto, é chocante. Uma aluna que
não reconhece qualquer
autoridade à escola. Uma
professora arrastada como se
fosse um espantalho, impotente,
humilhada. Uma turma que oscila
entre a neutralidade
envergonhada e os comentários
alarves. Um aluno que filma,
excitado, a cena em que a "velha"
é derrubada. Um acontecimento
que, com orgulho e sem vergonha,
decide partilhar na rede, através
do 'YouTube'.

Ultrapassado o choque provocado


pelo que se vê, a questão que
interessa apurar é se aquela é a
regra ou a excepção. E o que
assusta é a impressão de que
ninguém combate a indisciplina
que vai tomando conta das nossas
escolas. Desde o Primeiro Ciclo.
Por culpa de pais, pouco ou nada
empenhados na educação dos
seus filhos. Por culpa de
professores, sem preparação e
sem motivação para estar na
escola. Mas também por culpa de
um falso sentido de
"modernidade", que decidimos
todos adoptar e segundo o qual
não é saudável castigar as
"criancinhas".

Assustador é também o ruído


político que se sempre se levanta
quando estes casos se tornam
públicos. Agora como em vezes
anteriores, as oposições acusam
os governos de diminuírem a
autoridade dos professores. Os
governos acusam as oposições de
oportunismo político. Os

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professores apontam o dedo ao


ministro que estiver. As
associações de pais denunciam o
corporativismo dos sindicatos de
professores. Assim continuarão
alegremente até à próxima
oportunidade.

Todos ralham, ninguém tem


razão. Nem soluções. Esquecem
o essencial se a escola pública
falhar é o país que falha. E um
país sem Educação é um país
sem futuro.

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