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O Modelo de Auto-Avaliação das

Bibliotecas Escolares:
Metodologias de operacionalização (Parte1)

É objectivo desta sessão compreender como é que a auto-avaliação pode ser


concretizada de modo a demonstrar o impacto da BE nas aprendizagens dos
alunos e a contribuição para a missão e objectivos da escola.

Tradicionalmente a avaliação era feita tendo em conta o carácter quantitativo


dos inputs (instalações, equipamentos, equipa, colecções,…), dos processos
(actividades e serviços disponibilizados) e dos outputs (visitas à biblioteca,
empréstimos, consultas do catálogo, participantes nas actividades,…), medidos
em termos de eficiência e custo.
Actualmente o que se pretende medir é a eficácia dos serviços da BE,
avaliando o impacto (outcomes) nas aprendizagens, tendo como referência o
valor atribuído pelos utilizadores ao benefício trazido pelos serviços da BE e a
mudança operada a nível de competências, atitudes, valores e aquisição das
ferramentas necessárias para aprender a aprender ao longo da vida.

Porque a auto-avaliação deve ter um carácter transversal e fazer parte


integrante da auto-avaliação e avaliação externa da escola, tem de contar com
a interacção de todos os órgãos da escola. O primeiro passo para a
implementação será a apresentação do modelo à direcção e aos órgãos de
gestão e supervisão pedagógica para motivação e compromisso institucional.
Para que a auto-avaliação não seja vista como mais uma sobrecarga de
trabalho deverão ser formalizados procedimentos, co-responsabilizando todos
os intervenientes e criando rotinas para a recolha sistemática de evidências.
O modelo já foi entregue à Direcção da Escola e ao grupo de auto-avaliação de
escola. A Directora procedeu à sua leitura e manifestou o seu interesse em
colaborar, tendo considerado o modelo um instrumento de trabalho muito útil.
Conto apresentar o modelo ao Conselho Pedagógico ainda no primeiro
período.

O segundo passo será a criação de um grupo de trabalho que em colaboração


com o Professor Bibliotecário se responsabilize pela condução do processo de
auto-avaliação. A formação deste grupo deverá ficar concluída no início de
Janeiro.

Escolhido o domínio a avaliar, com a participação da direcção, departamentos,


conselho pedagógico e outros intervenientes, o grupo de trabalho deverá
elaborar um plano de avaliação partindo do problema/diagnóstico. Deverão ser
definidos os métodos e instrumentos a utilizar para a recolha de evidências, os
intervenientes no processo, os recursos necessários, a calendarização e outros
elementos que se revelem necessários. Esta tarefa deverá estar concluída no
final de Janeiro.

Recolhida a informação, ao longo do 2º e 3º períodos, proceder-se-á ao


tratamento e análise dos dados, fazendo a comparação com os standards de

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desempenho ou benchmarks, identificando-se os pontos fortes e fracos,
definindo-se prioridades e acções de melhoria.

Por fim deve ser elaborado um relatório de auto-avaliação a divulgar junto da


comunidade escolar e a integrar no relatório de auto avaliação de escola.

Anualmente será avaliado em profundidade um dos domínios do modelo sem


que os outros domínios sejam esquecidos, pois a BE continua a exercer a sua
actividade em todos eles. Uma das dificuldades que se põe na avaliação da BE
é a dificuldade de separar a sua acção da influência doutros factores nos
resultados obtidos. Assim, é aconselhável que não se avalie a acção da BE na
sua globalidade, avaliando determinadas actividades, serviços ou projectos ao
longo de um período de tempo longitudinal, necessário para a clarificação dos
resultados.

Outro factor a ter em conta para minimizar a contingências da avaliação é o


cruzamento de vários tipos de informação.

Escolhi para o trabalho desta semana, e como treino para auto-avaliação a


implementar a partir de Janeiro, o domínio A.2 “Promoção das Literacias da
Informação, Tecnológica e Digital” porque é um domínio referido nos objectivos
do PEE: “Desenvolver as competências de literacia de informação, de
pesquisa e trabalho autónomo dos alunos.”

Para desenvolver o plano de avaliação parti da listagem do que considerei ser


os pontos fortes e fracos da actuação da BE nesta área, tendo como base o
conhecimento resultante da experiência e dos dados quantitativos recolhidos
nos relatórios de anos anteriores fiz um diagnóstico do que penso estar a
acontecer. A avaliação dirá se estamos onde pensamos estar ou se a realidade
é muito diferente.
Não houve tempo de recolher informação junto dos outros elementos, o
diagnóstico corresponde apenas à minha perspectiva, o que será corrigido na
implementação do modelo.

O Indicador A.2.1 “Organização de actividades de formação de utilizadores” é


um indicador de processo e pretende avaliar o trabalho realizado e a forma
como foi concretizado o indicador. Analisando os factores críticos de sucesso
tomei consciência das áreas de intervenção e da recolha de evidências a
efectuar.

O indicador de A.2.5 “Impacto da BE no desenvolvimento de valores e atitudes


indispensáveis à formação da cidadania e à aprendizagem ao longo da vida” é
um indicador de impacto que avalia o contributo da acção da BE na formação
dos utilizadores e na concretização dos objectivos do projecto educativo da
escola. É importante que os alunos utilizem os diversos espaços e recursos
num ambiente de confiança e respeito mútuo, cumprindo as normas de
actuação, de convivência e de trabalho, desenvolvam valores de cooperação,
de autonomia e responsabilidade indispensáveis para uma aprendizagem
autónoma capaz de transformar informação em conhecimento ao longo da
vida.

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Plano de Avaliação
Diagnóstico – Onde pensamos estar – Onde queremos chegar
A.2 Literacia da Informação
Pontos Fortes A desenvolver
•Intensificar a articulação em todas as
• O PAA inclui actividades de formação de
turmas, incluindo secundário
utilizadores em articulação com os professores de
•Recolha de evidências dos contactos
EA e AP e TIC
efectuados com os professores para
• Existe articulação entre a equipa e os docentes,
A.2.1 – Organização de planeamento de actividades.
para as actividades de pesquisa a realizar na BE.
actividades de formação de •Melhorar os documentos existentes de
utilizadores na escola • Estão calendarizadas actividades de
apoio à formação de utilizadores a usar
esclarecimento para professores, alunos e
por toda a escola.
encarregados de Educação relacionadas com o
•Intensificar a partilha de materiais com
tema “Net Segura”
as escolas pertencentes ao projecto
seronline e outras bibliotecas.
•Estabelecimento de um ambiente de
confiança e respeito mútuo.
•Generalização das normas de conduta a
A.2.5 – Impacto da BE no todos os utilizadores.
• Os alunos utilizam intensamente a BE para a
desenvolvimento de valores e •Desenvolver a reflexão crítica
realização de tarefas diferenciadas: estudo,
atitudes indispensáveis à •Criação de um grupo de alunos
pesquisa, trabalhos, leitura recreativa e lazer
formação da cidadania e à monitores
aprendizagem ao longo da vida •Desenvolver nos alunos valores de
cooperação, autonomia e
responsabilidade necessários para a
aprendizagem autónoma.

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Plano de Avaliação
Área prioritária de acção
A.2 Literacia da Informação
A.2.1 – Formação de Utilizadores
Factores Críticos de Identificação do Intervenientes Recolha de Calendarização
Sucesso objecto da avaliação evidências
O plano de trabalho da BE • Actividades de • Plano anual de
inclui actividades de formação formação de utilizadores: • Grupo de actividades Recolha de evidências
de utilizadores com  Apresentação às turmas trabalho de auto – • Plano de Actividades ao longo do ano:
turmas/grupos / alunos e com os serviços prestados avaliação da BE da BE registos em actas,
docentes no sentido de pela BE e normas de • Grupo de auto- • Projectos registo de contactos e
Promover o valor da BE, funcionamento. avaliação de Escola Curriculares de turma reuniões, registos de
motivar para a sua utilização,  Acção “Net Segura” • Professores das • Actas dos conselhos utilização da BE
esclarecer sobre todas as  Articulação/colaboração AP; EA e Língua de turma
formas como está organizada e com os professores Portuguesa. • Registo de reuniões
ensinar a utilizar os diferentes curriculares • Directores de e contactos.
serviços Turma Observação de grupos
• Comentários orais ou
Os alunos e docentes • Coordenador TIC de alunos no início e
escritos no livro de
desenvolvem competências • Coordenador final e cada período
sugestões ou publicados
para o uso da BE revelando um • Autonomia dos PTE no blog
maior nível de autonomia na utilizadores no uso da BE • Professores • Materiais produzidos:
sua utilização após as sessões Aplicação de
• Alunos  Guia do utilizador
de formação de utilizadores questionários no final
 Guiões de pesquisa do 2º e 3º período
A BE produz materiais • Produção de • Grupo de  Guia “Como apresentar
informativos e / ou lúdicos de materiais informativos de trabalho de auto – um trabalho”
apoio à formação dos apoio à formação dos avaliação da BE • Observação da
utilizadores utilizadores a usar por toda • Grupo de auto- utilização da BE (O2)
a escola avaliação de Escola • Questionários aos
• Partilha de materiais • Professores docentes (QD1)
com as escolas envolvidas • Alunos • Questionário aos

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no projecto Seronline
• Partilha de recursos
alunos (QA1)
com outras bibliotecas
Plano de Avaliação
Área prioritária de acção
A.2 - Literacia da Informação
A.2.5 – Impacto da BE no desenvolvimento de valores e atitudes indispensáveis à formação da cidadania e à
aprendizagem ao longo da vida
Factores Críticos de Identificação do Intervenientes Recolha de Calendarização
Sucesso objecto da avaliação evidências
Os alunos aplicam modalidades • Grau de utilização da BE • Grupo de • Registos da
de trabalho diversificadas de acordo com a estrutura trabalho de auto – utilização dos espaços da Recolha de evidências
(individual, a pares ou em espacial e funcional. avaliação da BE BE. ao longo do ano:
grupo) e realizam tarefas • Grupo de auto- • Relatórios da Área registos de utilização
diferenciadas, de acordo com a avaliação de Escola de Projecto da BE
estruturação espacial e • Professores • Portfólio dos alunos
funcional da BE • Alunos • Observação da
Os alunos estabelecem entre si • Respeito pelas normas de utilização da BE (O2)
um ambiente de confiança e de conduta por todos os • Questionários aos Observação de grupos
respeito mútuo, cumprindo utilizadores. docentes (QD1) de alunos no início e
normas de actuação, de • Criação de um grupo de final e cada período
• Questionário aos
convivência e de trabalho, alunos monitores alunos (QA1)
inerentes ao sistema de
organização e funcionamento Aplicação de
da BE. questionários no final
Os alunos revelam valores de • Autonomia e colaboração do 2º e 3º período
cooperação, autonomia e dos utilizadores no uso da
responsabilidade, conformes a BE
uma aprendizagem autónoma,
activa e colaborativa
Os alunos demonstram atitudes • Capacidade de iniciativa,
de curiosidade, iniciativa, criatividade e reflexão crítica
criatividade e reflexão crítica,
necessárias a uma

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aprendizagem baseada nos
recursos

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