A Roda de Conversa um mtodo de ressonncia coletiva que consiste na criao de
espaos de dilogo, em que os trabalhadores podem se expressar e, sobretudo, escutar os outros e a si mesmos. O objetivo estimular a construo da autonomia dos sujeitos por meio da problematizao, da troca de informaes e da reflexo para a ao. Trocas de experincias, conversas, discusso e divulgao dos conhecimentos constroem esse mtodo de trabalho desenvolvido junto a grupos da Emergncia para capacitar e fortalecer nos trabalhadores posturas coletivas e singulares favorveis ao fortalecimento do SUS. O grande desafio oficializar este espao como um espao de autonomia, autoanlise e auto-gesto, religando as prticas de ateno com as idias de gesto, dando a eles a liberdade de discutir e expor suas idias e opinies sobre como percebem seus entraves referentes ao labor que exercem. Normalmente so realizadas reunies onde as pessoas j estabelecem uma pauta de discusses e se renem para resolverem. Ou se renem em funo de algum problema. Tentamos montar este espao de discusso, justamente com propsito de pararmos e avaliarmos o qu estamos fazendo, de que forma e porqu. Quase uma tentativa de retirar o rtulo de chatice dos encontros nas equipes. Porm, mesmo que os participantes da Roda possam colocar seus posicionamentos de maneira livre, o que facilita a tomada de conscincia acerca das questes envolvidas, ainda uma tecnologia que estranha aos ambientes de trabalho em que parar de trabalhar no trabalho. Falamos, portanto de uma mudana na cultura organizacional que pressupe a ativao da grupalidade e do convvio entre as pessoas, aes esquecidas nos tempos atuais. Mudar um padro justamente insistir no que parece novo, e pede dos consultores uma postura de implicao e de resistncia na tarefa de reunir os grupos. Quando conseguimos fazer com que os trabalhadores sintam, na prpria pele, o quanto participar da roda estar trabalhando, legitimizamos um processo de ensino-aprendizagem e de reconhecimento uns dos outros como sujeitos, com saberes, opinies e valores prprios. Fazer parte da roda permite que os trabalhadores se sintam amparados e acolhidos, porque ali esto pessoas com as quais eles podem de alguma maneira, se identificar, seja porque vivem a mesma realidade, ou mesmo porque tm as mesmas dvidas ou curiosidades. Enfim: a roda permite conhecer o outro e se reconhecer. Instituir a Roda como mtodo, produz grupalidade e forma o que chamamos de redes de trabalho afetivo, nas quais o afeto, o convvio e a conversa conseguem se tornar prticas dirias no trabalho que executam, tornando-os realmente uma equipe. Este um reconhecimento da natureza eminentemente conversacional do trabalho em sade, nessa perspectiva, as redes de trabalho em sade passam a ser concebidas como grandes redes de conversaes. Permitindo que os trabalhadores parem, analisem seu fazer, desindividualizem as queixas e consigam pensar em estratgias possveis para intervir em suas dificuldades. Esta seria uma modificao no conceito que temos do prprio trabalho como uma simples execuo de tarefas, j que entendemos que trabalho est estritamente coligado com a produo de sade, ao ser fonte constante de
criao, busca de novas metodologias, desafios, desenvolvimento e aplicao de novas
tcnicas capazes de aumentar o conhecimento e produzir sujeitos. Fonte: http://rodasdeconversas.wordpress.com/2011/06/12/a-roda-de-conversa/
"Eu Queria Estar Na Aldeia, Mas Tem Que Sair de Lá Justamente Porque É para Garantir Esses Espaços Que Nós Temos Hoje": Os Indígenas Urbanos e em Contexto Urbano Na Cidade de Oiapoque, Amapá