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rvores do Alentejo

Florbela Espanca
Horas mortas... curvadas aos ps do Monte
A plancie um brasido... e, torturadas,
As rvores sangrentas, revoltadas,
Gritam a Deus a bno duma fonte!
E quando, manh alta, o sol postonte
A oiro a giesta, a arder, pelas estradas,
Esfngicas, recortam desgrenhadas
Os trgicos perfis no horizonte!
rvores! Coraes, almas que choram,
Almas iguais minha, almas que imploram
Em vo remdio para tanta mgoa!
rvores! No choreis! Olhai e vede:
-Tambm ando a gritar, morta de sede,
Pedindo a Deus a minha gota de gua!

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