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Fundamentos da Lógica:
# Primeiros Conceitos:
Trata-se, tão somente, de uma sentença – algo que será declarado por meio de palavras
ou de símbolos – e cujo conteúdo poderá considerado verdadeiro ou falso.
Então, se eu afirmar “ a Terra é maior que a Lua ”, estarei diante de uma proposição, cujo
valor lógico é verdadeiro.
Daí, ficou claro que quando falarmos em valor lógico, estaremos nos referindo a um dos
dois possíveis juízos que atribuiremos a uma proposição: verdadeiro (V) ou falso (F).
E se alguém disser: “Feliz ano novo!”, s erá que isso é uma proposição verdadeira ou falsa?
Nenhuma, pois não se trata de uma sentença para a qual se possa atribuir um valor lógico.
Concluímos, pois, que...
... não serão estudadas neste curso. Somente aquelas primeiras – sentenças declarativas –
que podem ser imediatamente reconhecidas como verdadeiras ou falsas.
Normalmente, as proposições são representadas por letras minúsculas (p, q, r, s etc). São
outros exemplos de proposições, as seguintes:
Haverá alguma proposição que possa, ao mesmo tempo, ser verdadeira e falsa? Não!
Jamais! E por que não? Porque o Raciocínio Lógico, como um todo, está sedimentado sobre alguns
princípios, muito fáceis de se entender, e que terão que ser sempre obedecidos. São os
seguintes:
Proposições podem ser ditas simples ou compostas .
Exemplos:
Todavia, se duas (ou mais) proposições vêm conectadas entre si, formando uma só
sentença, estaremos diante de uma proposição composta . Exemplos:
Nas sentenças acima, vimos em destaque os vários tipos de conectivos – ditos conectivos
lógicos – que poderão estar presentes em uma proposição composta. Estudaremos cada um
deles a seguir, uma vez que é de nosso interesse conhecer o valor lógico das proposições
compostas .
Veremos que, para dizer que uma proposição composta é verdadeira ou falsa, isso
dependerá de duas coisas: 1 ) do valor lógico das proposições componentes; e 2
0
) do tipo de
0
Como se revela o valor lógico de uma proposição conjuntiva ? Da seguinte forma: uma
conjunção só será verdadeira, se ambas as proposições componentes forem também
verdadeiras.
Pensando pelo caminho inverso, teremos que basta que uma das proposições
componentes seja falsa, e a conjunção será – toda ela – falsa. Obviamente que o resultado
falso também ocorrerá quando ambas as proposições componentes forem falsas.
Essas conclusões todas as quais acabamos de chegar podem ser resumidas em uma
pequena tabela. Trata-se da tabela-verdade , de fácil construção e de fácil entendimento.
Se tivermos que ambas são verdadeiras, a conjunção formada por elas ( Marcos é médico
e Maria é estudante ) será também verdadeira. Teremos:
Se for verdade apenas que Marcos é médico , mas falso que Maria é estudante , teremos:
Por outro lado, se for verdadeiro que Maria é estudante , e falso que Marcos é médico ,
teremos:
Ora, as quatro situações acima esgotam todas as possibilidades para uma conjunção. Fora
disso não há! Criamos, portanto, a Tabela-verdade que representa uma conjungão , ou seja,
a tabela-verdade para uma proposição composta com a presença do conectivo “e” . Teremos:
É preciso que a informação constante da terceira coluna (em destaque) fique guardada
em nossa memória: uma conjunção só será verdadeira, quando ambas as partes
que a compõem também forem verdadeiras. E falsa nos demais casos.
Uma maneira de assimilar bem essa informação seria pensarmos nas sentenças
simples como promessas de um pai a um filho: “eu te darei uma bola a te darei uma
bicicleta” . Ora, pergunte a qualquer criança! Ela vai entender que a promessa é para os dois
presentes. Caso o pai não dê nenhum presente, ou dê apenas um deles, a promessa não terá
sido cumprida. Terá sido falsa! No entanto, a promessa será verdadeira se as duas partes forem
também verdadeiras!
Passemos ao segundo
conectivo. # Conectivo “ou”:
(disjunção)
Seremos capazes de criar uma tabela-verdade para uma proposigão disjuntiva ? Claro!
Basta nos lembrarmos da tal promessa do pai para seu filho! Vejamos: “eu te darei uma bola
ou te darei uma bicicleta.” Neste caso, a criança já sabe, de antemão, que a promessa é por
apenas um dos presentes! Bola ou bicicleta! Ganhando de presente apenas um deles, a
promessa do pai já valeu ! Já foi verdadeira! E se o pai for abastado e resolver dar os dois
presentes? Pense na cara do menino! Feliz ou triste? Felicíssimo! A promessa foi mais do que
cumprida. Só haverá um caso, todavia, em que a bendita promessa não se cumprirá: se o pai
esquecer o presente, e não der nem a bola e nem a bicicleta. Terá sido falsa toda a disjungão .
Daí, concluímos: uma disjungão será falsa quando as duas partes que a compõem
forem ambas falsas! E nos demais casos, a disjungão será verdadeira! Teremos as possíveis
situações:
Ou:
Ou:
Ou, finalmente:
Ambas nunca poderão ser, ao mesmo tempo, verdadeiras; ambas nunca poderão ser, ao
mesmo tempo, falsas.
Na segunda sentença acima, este tipo de construção é uma disjungão exclusiva , pela
presença dos dois conectivos 'aou”, que determina que uma sentença é necessariamente
verdadeira, e a outra, necessariamente falsa. Daí, o nome completo desta proposição composta é
disjungão exclusiva .
E como fica a sua tabela-verdade? Ora, uma disjungão exclusiva só será verdadeira se
obedecer à mútua exclusão das sentenças. Falando mais fácil: só será verdadeira se houver
uma das sentenças verdadeira e a outra falsa. Nos demais casos, a disjungão exclusiva será
falsa.
Cada um de vocês pode adaptar essa frase acima à sua realidade: troque Fortaleza pelo
nome da sua cidade natal, e troque cearense pelo nome que se dá a quem nasce no seu
Estado. Por exemplo:
Agora me responda: qual é a única maneira de essa proposição estar incorreta? Ora, só
há um jeito de essa frase ser falsa: se a primeira parte for verdadeira, e a segunda for falsa.
Se alguém disser que é verdadeiro que eu nasci em Fortaleza , e que é falso que eu sou
cearense , então este conjunto estará todo falso.
Percebam, pois, que se alguém disser que: “Pedro ser rico é condigão suficiente para
Maria ser médica” , então nós podemos reescrever essa sentença, usando o formato da
condicional. Teremos:
“Pedro ser rico é condi ção suficiente para Maria ser médica” é igual
a: “Se Pedro for rico, então Maria é médica”
Por outro lado, se ocorrer de alguém disser que: “Maria ser médica é condição
necessária para que Pedro seja rico” , também poderemos traduzir isso de outra forma:
“Maria ser médica é condi ção necessária para que Pedro seja rico” é igual
a: “Se Pedro for rico, então Maria é médica”
O conhecimento de como se faz essa tradução das palavras suficiente e necessário para o
formato da proposição condicional já foi bastante exigido em questões de concursos.
Teremos:
Daí, a proposição condicional: “ Se chove, então faz frio ” poderá também ser dita das
seguintes maneiras:
A estrutura dita bicondicional apresenta o conectivo “se e somente se”, separando as duas
sentenças simples.
No caso de uma proposição simples, não poderia ser mais fácil: basta pôr a palavra
não antes da sentença, e já a tornamos uma negativa. Exemplos:
Podem-se empregar, também, como equivalentes de " não A ", as seguintes expressões:
O que veremos aqui seria o suficiente para acertarmos algumas questões de concurso. Já
sabemos negar uma proposição simples. Mas, e se for uma proposição composta, como fica? Aí,
dependerá de qual é a estrutura em que se encontra essa proposição .
E só!
Daí, a questão dirá: “ Não é verdade que João é médico e Pedro é dentista”, e pedirá que
encontremos, entre as opções de resposta, aquela frase que seja logicamente equivalente a esta
fornecida.
Analisemos: o começo da sentença é “ não é verdade que...”. Ora, dizer que “ não é verdade
que... ” é nada mais nada menos que negar o que vem em seguida.
Daí, como negaremos que “ João é médico e Pedro é dentista” ? Da forma explicada acima:
Por fim, construiremos a coluna que é a negativa desta terceira. Ora, já sabemos que com a
negativa, o que é verdadeiro vira falso, e o que é falso vira verdadeiro.
Logo, teremos:
No início, teremos:
Faremos agora as duas colunas das duas negativas, de p e de q. Para isso, conforme já
Pensemos: a frase em tela começa com um “ não é verdade que...' , ou seja, o que se segue
está sendo negado! E o que se segue é uma estrutura em forma de disjunção . Daí, obedecendo aos
passos descritos acima, faremos:
Esta negativa é a mais cobrada em prova! Já, já, veremos exercícios de concursos bem
recentes. Como é que se nega uma condicional? Da seguinte forma:
b) Não é verdade que ‘Pedro ester em Roma ou Paulo não ester em Paris’.
c) Não é verdade que ‘Pedro não ester em Roma ou Paulo não ester em Paris’.
d) Não é verdade que “Pedro não ester em Roma ou Paulo ester em Paris’.
e) É verdade que ‘Pedro ester em Roma ou Paulo ester em Paris’.
Sol.: Vamos pensar juntos. Vejamos que a frase em anerlise começa com “não é verdade que...
”. Logo, estamos lidando com uma negação! E o que se segue a esta negação? Uma
proposigão condicional , ou seja, uma sentença do tipo “Se p, então q”.
Daí, recordaremos aquilo que acabamos de aprender: para negar uma condicional ,
manteremos a primeira parte e negaremos a segunda. Teremos:
O resultado ficou assim: “Pedro ester em Roma e Paulo não ester em Paris”.
Daí, procuraremos entre as opções de resposta, alguma que diga justamente que: “E
verdade que ‘Pedro ester em Roma e Paulo não ester em Paris”. Encontramos? Não encontramos! Só
her duas opções de resposta que começam com “E verdade que... ” , que são as letras a e e. Estão,
pois, descartadas essas duas opções.
Restam as letras b, c e d. Todas essas começam com “Não é verdade que...” . Ou seja,
começam com uma negação! Daí, fica claro perceber que o que precisamos fazer agora é
encontrar uma proposição cuja negativa resulte exatamente na frase Pedro ester em Roma e
Paulo não
Ou seja, a proposição Pedro ester em Roma e Paulo são ester em Paris serer o
resultado de uma negação!
Ora, aprendemos her pouco que negando uma disjungão (ou ), chegaremos a uma
conjungão (e), e vice-versa. Vejamos:
E chegamos a:
“Não é verdade que Pedro Não ester em Roma ou Paulo ester em Paris” .
1 ) Fizemos a negação de uma proposigão condicional (se ... então ). O resultado deste
0
Na seqüência, apresentaremos duas tabelas que trazem um resumo das relações vistas
até este momento. Vejamos:
Encerraremos esta primeira aula com uma lista de questões de concurso, as quais
poderemos tentar resolver somente com os conhecimentos já adquiridos. É o nosso...
EXERCÍCIOS
02. (Fiscal Recife/2003) Pedro, após visitar uma aldeia distante, afirmou: “Não é
verdade que todos os aldeões daquela aldeia não dormem a sesta”. A condição
necessária e suficiente para que a afirmação de Pedro seja verdadeira é que seja
verdadeira a seguinte proposição:
03. (AFC/2002) Dizer que não é verdade que Pedro é pobre e Alberto é alto, é logicamente
equivalente a dizer que é verdade que:
04. (MPOG/2001) Dizer que “André é artista ou Bernardo não é engenheiro” é logicamente
equivalente a dizer que:
06. (Fiscal Trabalho/98) Dizer que "Pedro não é pedreiro ou Paulo é paulista" é, do ponto
de vista lógico, o mesmo que dizer que:
07. (Fiscal Trabalho/98) A negação da afirmação condicional "se estiver chovendo, eu levo o
guarda-chuva" é:
Correções feitas, passemos a uma breve revisão (breve mesmo!) do que vimos até
aqui, e do que temos obrigação de saber até agora:
# Proposigão: é toda sentença a qual poderá ser atribuído um valor lógico (verdadeiro ou falso);
haverá proposições simples ou compostas.
exclusivas (OU ... OU ... ), condicionais (SE ... ENTÃO ... ), e bicondicionais (...SE E
SOMENTE SE... ) .
# Para entendermos mais facilmente o funcionamento dos três primeiros tipos de proposições
compostas (conjunção, disjunção e disjunção exclusiva), podemos fazer uma analogia com a
promessa de um pai para um filho. Lembram-se? “Te darei uma bola e te darei uma bicicleta” ;
“te darei uma bola ou te darei uma bicicleta ” , “ou te darei uma bola ou te darei uma bicicleta ” .
Recordando: a promessa do pai só terá sido cumprida se as duas partes dela forem observadas!
# Disjungão é a proposição composta que assume o formato “proposição p OU proposição q ”.
Para que uma disjunção seja verdadeira, basta que uma das sentenças componentes também
o seja. A tabela-verdade de uma disjunção será, portanto, a seguinte:
Recordando: basta o pai cumprir uma das partes da promessa e toda ela já terá sido cumprida!
A estrutura condicional é de tal forma que “uma condição suficiente gera um resultado
necessário ”. Ora, o fato de alguém ter nascido em Fortaleza já é condição suficiente para o
resultado necessário: ser cearense.
Pensando desta forma, a única maneira de tal estrutura se tornar FALSA seria no caso
em que existe a condigão suficiente, mas o resultado (que deveria ser necessário!) não se
verifica!
Como já era o esperado, a maioria das dúvidas enviadas para o nosso fórum versaram
acerca da condicional. Uma coisa tem que ficar perfeitamente clara: o exemplo com o qual
trabalhamos acima (“se nasci em Fortaleza então sou cearense') foi escolhido exclusivamente
para efeitos didáticos! Na realidade, não é preciso que exista qualquer conexão de sentido
entre o conteúdo das proposições componentes da condicional.
Viram? O que interessa é apenas uma coisa: a primeira parte da condicional é uma
condigão suficiente para a obtenção de um resultado necessário. Este resultado
necessário será justamente a segunda parte da condicional.
Ora, seria possível que eu não tenha nascido em Fortaleza , e ainda assim que eu seja
cearense ? Claro! Posso perfeitamente ter nascido em qualquer outra cidade do Ceará, que não
Fortaleza! Certo? Ou seja, não invalida a condicional o fato de a primeira parte ser falsa e a
segunda ser verdadeira. Ok?
Esta é a informação crucial. Mesmo que a compreensão da estrutura não tenha, neste
primeiro momento, ficado inteiramente clara para alguém, o mais importante, por hora, é
guardar bem a conclusão acima. Ok? Ao longo das aulas, temos certeza que alguns pontos irão
clareando mais e mais.
Faremos:
Faremos:
Faremos:
Passemos a analisar algumas questões do dever de casa que ficou para vocês fazerem.
Resolveremos ainda hoje as oito questões que ficaram pendentes! Na seqüência, faremos
algumas delas. As demais, em páginas mais adiante.
RESOLUÇÃO DO EXERCÍCIO:
02. (Fiscal Recife/2003) Pedro, após visitar uma aldeia distante, afirmou: “Não é
verdade que todos os aldeões daquela aldeia não dormem a sesta”. A condição
necessária e suficiente para que a afirmação de Pedro seja verdadeira é que seja
verdadeira a seguinte proposição:
Sol.: Ora, aqui percebemos que há uma proposigão simples no enunciado, e que precisa ser
analisada. Qual é essa proposição? A seguinte:
“Não é verdade que todos os aldeões daquela aldeia não dormem a sesta”
Se observarmos bem, veremos que esta sentença contém duas negações. Vejamos em
destaque:
“ Não é verdade que todos os aldeões daquela aldeia são dormem a sesta ”
Também é fato que nosso cérebro trabalha mais facilmente com afirmações que com
negações. Tiremos a prova! Vamos trocar essas expressões negativas da frase acima por
afirmagões correspondentes. Podemos, então, trocar “não é verdade” por “é mentira” . Todos
concordam? É a mesma coisa? Claro! Trocaremos também “não dormem a sesta” por “ficam
acordados” . Pode ser? Teremos:
Agora interpretemos a frase acima: ora, se é mentira que todos os aldeões ficam acordados,
significa que pelo menos um deles dorme ! Concordam? É a resposta da questão, opção C!
Questão semelhante já havia sido cobrada também pela Esaf. A frase em análise então
era a seguinte: “Não é verdade que Codas as pessoas daquela família não são magras ”. Como
interpretar essa frase? Do mesmo jeito: primeiramente, troquemos as partes negativas por
afirmações correspondentes. Teríamos o seguinte: “E mentira que Codas as pessoas daquela
família são gordas ”. Ora, se é mentira que todas são gordas, então é porque pelo menos uma
delas é magra! Só isso e mais nada.
Adiante!
03. (AFC/2002) Dizer que não é verdade que Pedro é pobre e Alberto é alto, é
logicamente equivalente a dizer que é verdade que:
Daí, negando a primeira parte, teremos: Pedro não é pobre . Negando a segunda parte:
Alberto não é alto . Finalmente, trocando o E por um OU, concluiremos que:
05. (CVM/2000) Dizer que a afirmação “todos os economistas são médicos” é falsa,
do ponto de vista lógico, equivale a dizer que a seguinte afirmação é verdadeira:
a) pelo menos um economista não é médico
Sol.: Esta questão agora se tornou muito fácil, após termos feito a questão dois. Aprendemos,
inclusive com uma tabela apropriada, que a palavra TODOS é negada por PELO MENOS UM
(=ALGUM). Daí, se o enunciado diz que é FALSA a sentença “Todos os economistas são médicos” ,
o que ela quer na verdade é que façamos a NEGAÇÃO desta frase!
Ora, se é mentira que todos os economistas são médicos , é fácil concluirmos que pelo
menos um economista não é médico ! É nossa resposta – opção A!
Sol.: Esta também não traz grande dificuldade! O que a questão pede é a negação de uma
condicional. Ora, já aprendemos como se faz isso: mantém-se a primeira parte E nega-se a
segunda! Daí, concluiremos o seguinte:
# TABELAS-VERDADE:
Aprendemos que se trata de uma tabela mediante qual são analisados os valores lógicos de
proposições compostas.
Na aula passada, vimos que uma Tabela-Verdade que contém duas proposições apresentará
exatamente um número de quatro linhas! Mas e se estivermos analisando uma proposição
composta com três ou mais proposições componentes? Como ficaria a tabela-verdade neste
caso?
Generalizando para qualquer caso, teremos que o número de linhas de uma tabela-verdade
será dado por:
E a próxima coluna (ou próximas colunas) da tabela-verdade dependerá dos conectivos que
estarão presentes na proposição composta.
...e desejamos construir a sua tabela-verdade. Como seria? O início da tabela é, conforme
sabemos, sempre o mesmo. Teremos:
Uma coisa muito importante que deve ser dita neste momento é que, na hora de
construirmos a tabela-verdade de uma proposição composta qualquer, teremos que seguir
uma certa ordem de precedência dos conectivos. Ou seja, os nossos passos terão que
obedecer a uma seqüência.
Começaremos sempre trabalhando com o que houver dentro dos parênteses . Só depois,
passaremos ao que houver fora deles. Em ambos os casos, sempre obedecendo à seguinte
ordem:
Passemos a um exercício mais elaborado de tabela-verdade ! Caso você queira, pode
tentar a resolução sozinho e depois conferir o seu resultado. Vamos a ele:
Sol.: Observamos que há dois parênteses. Começaremos, pois, a trabalhar o primeiro deles,
isoladamente. Nossos passos, obedecendo à ordem de precedência dos conectivos, serão os
seguintes:
Vimos que, para duas proposições, a tabela-verdade se inicia sempre do mesmo jeito. O
mesmo ocorrerá para uma de três proposições. Terá sempre o mesmo início . E será o seguinte:
quatro F a coluna da proposição q tem outra alternância: dois V com dois F por fim, a coluna da
; ;
inicial:
Saber construir esta tabela acima é obrigação nossa! Ela corresponde, como já foi dito, à
estrutura inicial de uma tabela-verdade para três proposições simples!
Suponhamos que alguém (uma questão de prova, por exemplo!) nos peça que
construamos a tabela-verdade da proposição composta seguinte:
Vamos fazer esse exercício? Começaremos sempre com a estrutura inicial para três
proposições. Teremos:
Daí, já sabemos que existe uma ordem de precedência a ser observada, de modo que
trabalharemos logo os parênteses da proposição acima. Começando pelo primeiro deles,
faremos os seguintes passos:
Só recordando: basta que uma parte seja verdadeira, e a disjunção ( ou) também o será!
# TAUTOLOGIA:
Uma proposição composta formada por duas ou mais proposições p, q, r, ... será dita uma
Tautologia se ela for sempre verdadeira , independentemente dos valores lógicos das
proposições p, q, r, ... que a compõem.
Em palavras mais simples: para saber se uma proposição composta é uma Tautologia ,
construiremos a sua tabela-verdade ! Daí, se a última coluna da tabela-verdade só apresentar
verdadeiro (e nenhum falso ), então estaremos diante de uma Tautologia. Só isso!
TABELA 33:
# CONTRADIÇÃO:
Uma proposição composta formada por duas ou mais proposições p, q, r, ... será dita uma
contradigão se ela for sempre falsa , independentemente dos valores lógicos das proposições
p, q, r, ... que a compõem.
Exemplo 1:
Exemplo 2:
# CONTINGÊNCIA:
Uma proposição composta será dita uma contingencia sempre que não for uma
tautologia nem uma contradição .
Somente isso! Você pegará a proposição composta e construirá a sua tabela-verdade. Se,
ao final, você verificar que aquela proposição nem é uma tautologia (só resultados V), e nem é
uma contradição (só resultados F), então, pela via de exceção, será dita uma contingência !
E por que essa proposição acima é uma contingência ? Porque nem é uma tautologia e
nem é uma contradição ! Por isso! Vejamos agora algumas questões de concurso sobre isso.
# Questões de Concurso:
(A) um silogismo.
Sol : Para simplificar e facilitar esta resolução, assumiremos as seguintes proposições simples:
O que resta ser feito agora é testar as alternativas, procurando por aquela que seja
uma Tautologia. Para isso, construiremos a tabela-verdade de cada opção de resposta.
O antecedente desta proposição sendo verdade , o valor lógico de q pode ser verdade
ou falso , e daí o conseqüente que é dado por q também pode ser verdade ou falso ,
logo concluímos que a proposição desta alternativa não é uma tautologia.
Dizemos que duas proposições são logicamente equivalentes (ou simplesmente que são
equivalentes) quando são compostas pelas mesmas proposições simples e os resultados de suas
tabelas-verdade são idênticos .
Uma conseqüência prática da equivalência lógica é que ao trocar uma dada proposição por
qualquer outra que lhe seja equivalente, estamos apenas mudando a maneira de dizê-la.
Exemplo: Amo se e somente se vivo = Se amo então vivo, e se vivo então amo
Sol.: Conforme aprendemos na aula passada, a estrutura condicional pode ser traduzida
também com uso das expressões condição suficiente e condição necessária . Lembrados?
Usando essa nomenclatura, teremos que:
Daí, tomando a sentença “ Se Marcos não estuda, então João não passeia” , teremos que:
Se Marcos não estuda, então João não passeia = Se João passeia, então Marcos
estuda . Viram o que foi feito? Fizemos as duas negativas e trocamos a ordem!
Sol.: Aqui temos uma questão mais bonita! Teremos que usar as duas equivalências da
condicional para resolvê-la. Vejamos: o enunciado nos trouxe uma disjungão . Replicando a
tabela 39, temos que...
06. (Fiscal Trabalho/98) Dizer que "Pedro não é pedreiro ou Paulo é paulista" é,
do ponto de vista lógico, o mesmo que dizer que:
Sol.: A questão nos trouxe uma condicional e pediu uma proposição equivalente. Podemos
testar as duas equivalências da condicional que conhecemos.
Daí:
Pronto! Terminamos de resolver as questões que haviam ficado do dever de casa , mas
ainda não terminamos a aula de hoje! Demos seqüência ao estudo das equivalências! Adiante!
Este tipo de equivalência já foi estudado por nós na primeira aula. Trata-se, tão
somente, das negações das proposições compostas ! Como tais equivalências já foram
inclusive revisadas nesta aula de hoje, nos limitaremos apenas a reproduzi-las novamente.
Teremos:
Talvez alguma dúvida surja em relaGão à última linha da tabela acima. Porém, basta
nos lembrarmos do que foi aprendido também na última linha da tabela 38 (página 16):
(Obs.: é por isso que a bicondicional tem esse nome: porque equivale a duas condicionais!)
Daí, para negar a bicondicional acima, teremos na verdade que negar a sua conjunção
equivalente . E para negar uma conjunção , já sabemos, negam-se as duas partes e troca-se o E
por um OU .
Fica também como tarefa para casa a demonstraGão desta negaGão da bicondicional. Ok?
Por meio das tabelas-verdade , estas equivalências também podem ser facilmente
demonstradas. Para auxiliar nossa memorizaGão, criaremos a tabela seguinte:
Aqui temos uma equivalência entre dois termos muito freqüentes em questões de
prova. É uma equivalência simples, e de fácil compreensão. Vejamos:
Exemplo:Nenhum médico é louco = Todo médico é não louco (=Todo médico não é louco )
Exemplo: Toda arte é bela = Nenhuma arte é não bela (= Nenhuma arte não é bela )
Na seqüência, algumas leis que podem eventualmente nos ser úteis na análise de
alguma questão. São de fácil entendimento, de modo que nos limitaremos a apresentá-las.
1) Todo número inteiro não é não racional = Todo número inteiro é racional
2) Algum número racional não é não natural = Algum número racional é natural
2) Nenhum número negativo não é não natural = Nenhum número negativo é natural
EXERCÍCIOS
Com base nas informações apresentadas no texto acima, julgue os itens a seguir.
ii. Fumar não deve ser proibido e fumar faz bem à saúde.
ii. Se fumar não faz bem à saúde e não é verdade que muitos europeus fumam, então fumar
deve ser proibido.
v. Tanto é falso que fumar não faz bem à saúde como é falso que fumar deve ser proibido;
conseqüentemente, muitos europeus fumam.
Gabarito: C C E C
Julgue se cada um dos itens a seguir apresenta uma proposição logicamente equivalente à
assertiva acima.
15. Se a PETROBRAS não atingiu a produção de 100 mil barris/dia em 1962, o monopólio da
exploração de petróleo e derivados não foi instituído pelo governo brasileiro nesse mesmo ano.
Gabarito: C, E
Gabarito: E, E
A: “Carlos é dentista”
b) se Pedro é pintor e Carlos não é cantor, Mário é médico ou Sílvio não é sociólogo.
e) se Pedro não é pintor ou Carlos é cantor, Mário não é médico e Sílvio não é sociólogo.
a) se Bino é baixo, Alda é alta, e se Bino não é baixo, Ciro não é calvo.
a) se Alda é alta, Bino é baixo, e se Bino não é baixo, Ciro não é calvo.
Sol.: Para este tipo de questão, um artifício útil é o de substituir a letra que representa a
proposição pelo seu respectivo valor lógico. Neste caso, vemos que o enunciado definiu que
as proposições (P e Q) são ambas verdadeiras! Daí, em lugar de P e de Q, usaremos o valor
lógico V.
Teremos:
Estamos diante de uma disjungão (OU), a qual já conhecemos bem: basta que uma
das partes seja verdadeira, que a disjungão será verdadeira. Mas, se as duas partes forem
falsas, como neste caso, então, a disjungão é FALSA. Teremos, finalmente, que:
Sol.: Mais uma vez, a resolução seguirá o mesmo caminho já utilizado acima. Teremos:
ii. Fumar não deve ser proibido e fumar faz bem à saúde.
iv. Se fumar não faz bem à saúde e não é verdade que muitos europeus fumam, então fumar
deve ser proibido.
v. Tanto é falso que fumar não faz bem à saúde como é falso que fumar deve ser proibido;
conseqüentemente, muitos europeus fumam.
Com base nas informações acima e considerando a notação introduzida no texto, julgue os itens
seguintes.
= Se R e não T, então P
= Se fumar não faz bem à saúde e não é verdade que muitos europeus
fumam, então fumar deve ser proibido.
= Se muitos europeus fumam, então é falso que fumar não faz bem à saúde e
é falso que fumar deve ser proibido.
P = hoje choveu
Teremos:
= Se hoje não choveu, então Maria não foi ao comércio e José não foi à
praia. Conclusão: o item 9 está correto!
Sol.: Questão semelhante às primeiras que resolvemos hoje! Usaremos o mesmo artifício.
Primeiramente, observemos que a questão atribuiu valores lógicos às seguintes
sentenças:
Sol.: Observem que se trata de uma proposição composta, formada por três proposições
simples (P, Q e R). Daí, se fôssemos formar uma tabela-verdade para esta sentença
composta, quantas linhas ela teria?
Conclusão: o item está errado, pois colocou um sinal de negação ( N) antes da primeira
parte!
Sol.: Para simplificar e facilitar a resolução dos dois itens seguintes, definiremos as seguintes
proposições simples p e q:
15. Se a PETROBRAS não atingiu a produção de 100 mil barris/dia em 1962, o monopólio da
exploração de petróleo e derivados não foi instituído pelo governo brasileiro nesse mesmo ano.
A: “Carlos é dentista”
Sol.: Essa questão é muitíssimo recente. Temos aí uma proposição composta no formato de uma
disjunção : A ou B .
Ora, logo em seguida o enunciado disse que esta disjunção é falsa! Ora, dizer que uma
sentença qualquer é falsa é o mesmo que colocar as palavras “ não é verdade que ...” antes dela.
3 ) Troca-se o ou por um e.
0
Agora chegou a hora de fazermos a negação de B. Só temos que observar que a proposição
B é uma condicional . Como se nega uma condicional? Já sabemos:
1 ) Repete-se a primeira parte; e
0
20. (Técnico MPU/2004-2/Esaf) Se Pedro é pintor ou Carlos é cantor, Mário não é médico
e Sílvio não é sociólogo. Dessa premissa pode-se corretamente concluir que:
b) se Pedro é pintor e Carlos não é cantor, Mário é médico ou Sílvio não é sociólogo.
Sol.:
Uma questão interessante! Vamos simplificar nossa vida, definindo as seguintes proposições
simples. Teremos:
A questão quer saber qual das opções de resposta traz uma conclusão decorrente da
sentença do enunciado. Isto é o mesmo que saber qual é a alternativa que é sempre
verdadeira se nós considerarmos a sentença do enunciado como verdadeira .
Obs.: Estamos lembrados que para a disjunção ser verdadeira, basta que uma de suas
partes o seja.
Pois bem! Entendido isto, agora vamos testar estas combinações de valores lógicos em
cada uma das alternativas da questão, a fim de encontrar a nossa resposta. Lembrando
que a alternativa correta é aquela que apresenta uma sentença cujo valor lógico é sempre
Verdade .
Somente a alternativa B tem a segunda parte da condicional com valor lógico verdade ,
significando que ela jamais será falsa ou em outras palavras, ela sempre será verdade
, .
Observemos que sequer foi necessário testar, nas alternativas de resposta, a primeira
parte das condicionais . Fica para cada um realizar esse teste.
Mais adiante, resolveremos novamente esta mesma questão, por um outro caminho.
21. (AFC/STN-2005/Esaf) A afirmação “Alda é alta, ou Bino não é baixo, ou Ciro é calvo”
a) se Bino é baixo, Alda é alta, e se Bino não é baixo, Ciro não é calvo.
c) se Alda é alta, Bino é baixo, e se Bino não é baixo, Ciro não é calvo.
Sol.: Uma questão muitíssimo recente. Temos aí uma proposição composta, formada por três
proposições simples interligadas pelo conectivo ou .
Segundo o enunciado da questão, a afirmação trazida é falsa Ora, dizer que uma
!
afirmação qualquer é falsa, e solicitar a verdade, é o mesmo que pedir a negação daquela
sentença.
Esta poderia ser a resposta da questão! Todavia, nenhuma das opções apresenta este texto!
Vemos que todas as alternativas de resposta trazem o conectivo Ilse ... então ”, ou seja,
o formato da condicional . Ora, a equivalente de uma condicional , como já sabemos, ou será
uma outra condicional , ou, alternativamente, uma disjungão . (Aprendemos isso na aula
passada!) .
Daí, não há como fazer facilmente a equivalência entre a sentença acima, que é
formada por conjungões , e as alternativas de resposta! O que fazer? Nesta situação, o
melhor será traduzirmos em símbolos estas alternativas, tomando por base as proposições A,
B e C definidas anteriormente, e assim, teremos:
É isso! Esperamos que todos tenham se esforçado para resolver essas questões!
Mais importante que conseguir é tentar! E a melhor coisa do mundo é errar em casa, pois
aprendemos com o erro e não o repetimos na prova!