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Noções de Administração Pública

Curso Preparatório para: Agente/Assistênte Prisional Administração Pública - 143


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1 - ESTADO: CONCEITO E EVOLUÇÃO DO ESTADO • ESTADO MEDIEVAL: o cristianismo, a invasão dos
MODERNO bárbaros e o feudalismo foram os principais elementos que
se fizeram presentes na sociedade política medieval.
1.1. ORIGEM DO ESTADO
• Era caracterizado pela fragmentação do poder central
• Dallari resume em 3 posições básicas as diversas e do exercício da autoridade política nos feudos, pela exis-
teorias referentes ao momento do surgimento do Estado:  tência de uma entidade supranacional com o monopólio do
• a) O Estado sempre existiu. conhecimento e da legitimação baseada na revelação –
IGREJA – que se traduz no predomínio do religioso sobre o
• b) O Estado foi constituído p/ atender às necessida- secular e por relações de domínio puramente pessoais,
des e conveniências do grupo social. baseadas no pacto da suserania e vassalagem.
• c) O Estado surgiu como sociedade política detentora • ESTADO MODERNO ABSOLUTISTA: no que se re-
de soberania. fere ao exercício do poder político, é a organização em que
• Elementos constitutivos do Estado: se completa os processos de:
• População • - concentração:
• Território • - centralização:
• Soberania • - despersonalização:
• Finalidade • exército permanente, polícia, burocracia, clero e ma-
gistratura. O absolutismo, por meio da política mercantilis-
>DEdK^K^dK ta, transformou o Estado na mais forte entidade econômica
capitalista.
'KsZEK • ESTADO LIBERAL: tem como principal característi-
ca um compromisso entre o poder do soberano e o poder
dos representantes.
WKsK dZZ/dKZ/K • Teve como base a classe burguesa, que desejava a
não-intervenção do Estado na economia e, na esfera políti-
ca, a realização de eleições, a formação de câmaras repre-
YhZK WZdK sentativas, respeito à oposição e a separação de poderes.
D/E/^d ^'hZE Surgia, assim o liberalismo.
^K/ • No plano político, os cidadãos do Estado liberal eram
elementos passivos, pois não intervinham diretamente na
KZEDEdK:hZ1/K vida pública.
• ESTADO DO BEM-ESTAR SOCIAL (WELFARE STA-
Origens do Estado: TE): foi típico dos países capitalistas desenvolvidos, cons-
tituído pela incorporação dos direitos sociais ao conceito
• Familiar ou patriarcal (judeus) - tribal
de cidadania, visando garantir a todos um padrão mínimo
• Conquista (impérios, colônias) - militar de bem-estar econômico e social, procurando-se integrar
• Causas econômicas (marxismo – divisão do traba- todos os cidadãos.
lho) - industrial • Foi o tipo de organização política e econômica que
• Desenvolvimento interno da sociedade dá ao Estado o papel de agente da promoção social e
organizador da economia. Desta forma caberia ao “Welfa-
• ESTADO ANTIGO: constitui a forma de Estado mais
recuada no tempo, onde a família, a religião, a organização re State”:
econômica e o Estado formavam um conjunto confuso, sem • ESTADO DESENVOLVIMENTISTA: é o modelo re-
diferenciação aparente, não se distinguindo o pensamento corrente na América Latina e em países periféricos do mundo
político da religião, da moral, da filosofia ou das doutrinas capitalista, onde o Estado tem o papel de promotor princi-
econômicas. pal do desenvolvimento econômico, intervindo, complemen-
tando ou mesmo substituindo o mercado (produtor de bens
• Suas características principais eram sua natureza
e serviços).
unitária e a religiosidade (sua influência era tão grande no
Estado Antigo que muitos autores o denominam de Estado • Pode apresentar regime político democrático ou auto-
Teocrático). ritário.
• ESTADO GREGO: as cidades-estado (polis) eram as • O sistema de substituição de importações, caracte-
sociedades políticas de maior expressão, que visavam a rístico desse tipo de Estado, esgota-se com a crise econô-
autossuficiência. mica dos anos 70 e 80 e com a chamada Terceira Revolu-
ção Industrial.
• ESTADO ROMANO: O domínio de Roma sobre uma
grande extensão territorial e o cristianismo iriam determi- • ESTADO SOCIALISTA: baseado na apropriação co-
nar a superação da cidade-Estado, promovendo o advento letiva dos meios de produção, substitui o mercado na alo-
de novas formas de Estado, englobadas no conceito de cação de recursos. Utiliza a economia totalmente planifi-
Estado Medieval. cada e regime autoritário.

144 - Administração Pública Curso Preparatório para: Agente/Assistênte Prisional


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• Após a queda do Muro de Berlim e o desmembramen- ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA BUROCRÁTICA (APB)
to da antiga União Soviética, vem perdendo sua força com
a abertura econômica da maioria dos países, que resolve- Neste marco surge então a Teoria da Burocracia, cujo
ram adotar o modelo capitalista. fundador e principal autor é Max Weber, para auxiliar na
administração das grandes organizações, empresas, pro-
• Isto porque o antigo modelo fracassou em prover os fissionalizando-as e separando a propriedade familiar da
bens de consumo desejados pela população, além do co- administração, e para proteger o Estado do patrimonialis-
lapso econômico provocado pela corrida armamentista mo descrito acima e dotá-lo de maior capacidade gerencial
3 - ESTADO, GOVERNO E APARELHO DE ESTADO para conduzir melhor os seus novos negócios e atividades.
A despersonalização do poder preconizada pelos Ilumi-
• Governo
nistas e Constitucionalistas, cuja fórmula se baseava na
• Núcleo decisório do Estado, pelo qual se manifesta o tripartição dos poderes e na lei como fonte de legitimidade,
poder soberano do Estado e que responde pela gestão da exigiu regulamentação em detalhes para sua implementa-
“coisa pública”.
ção (decretos, portarias, instruções normativas, resoluções),
• Conjunto de atores políticos que ocupam os postos constituindo um regramento orientador das atividades de-
de comando do Poder Executivo em cada um dos níveis senvolvidas pelos agentes públicos no aparelho do Estado.
administrativos.
2. TIPOLOGIAS DE DOMINAÇÃO
APARELHO DO ESTADO
Conjunto de organizações e de servidores, mantidos Dominação – probabilidade de encontrar obediência para
com recursos públicos, cujas atividades são realizadas em ordens específicas dentro de um determinado grupo de
conformidade com a lei, responsáveis pela tomada de pessoas. Certo mínimo de vontade de obedecer faz parte
decisão e implementação das políticas e normas necessá- de toda relação autêntica de dominação.
rias ao bem-estar social e das ações necessárias à gestão “Nem toda dominação se serve de meios econômicos
da coisa pública. e muito menos tem fins econômicos. Mas toda dominação
4. ESTADO UNITÁRIO E ESTADO FEDERATIVO requer um quadro de pessoas, ou seja, a probabilidade
confiável de que haja uma ação dirigida à execução de dis-
• - ESTADO UNITÁRIO (França): posições gerais e ordens concretas, por parte de pessoas
• - UNIÃO PESSOAL (um rei, dois países, com autono- com cuja obediência se pode contar.”
mia externa): (WEBER, Max. Pg 140, 1991).
• - UNIÃO REAL (um rei, dois países, sem autonomia Há três tipos de dominação:
externa)
1 – Racional: baseada na crença na legitimidade das
• - UNIÃO INCORPORADA (fusão para gerar outro Es- ordens estatuídas e do direito de mando daqueles que es-
tado): tão nomeados para exercer.
• - CONFEDERAÇÃO (Guerra de Secessão, União 2 – Tradicional: baseada na crença cotidiana na santi-
Européia): dade das tradições vigentes e na legitimidade daqueles
• - FEDERAÇÃO OU ESTADO FEDERADO (Brasil, que a representam.
EUA): 3 – Carismático: baseada na veneração extra-cotidiana
do poder heróico ou do caráter exemplar de uma pessoa e
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das ordens por ela reveladas.
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7LSRVGH &DUDFWHUtVWLFDV ([HPSORV 7LSRVGH &DUDFWHUtVWLFDV /HJLWLPDomR $SDUDWR
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7UDGLFLRQDO 3DWULPRQLDOLVWD )DPtOLD 3RGHU+HUGDGR +iELWRV 3RGHU+HUGDGR
 h  &RQVHUYDGRUD 6RFLHGDGH RX'HOHJDGR 8VRV RX'HOHJDGR
0HGLHYDO %DVHDGDQR &RVWXPHV %DVHDGRQR
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&DULVPiWLFD 3HUVRQDOLVWD *UXSRV &DULVPiWLFD 1mRp5DFLRQDO &DUDFWHUtVWLFDV ,QFRQVWDQWH


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 3ROtWLFRV &DULVPD 0HQWDO /HDOGDGHH
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5HYROXomR GR/tGHU /tGHUHQmRSRU
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ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PATRIMONIALISTA (APP) 7pFQLFDV

Corresponde às sociedades pré-democráticas ou pré- /HJDO 5DFLRQDOLGDGH (VWDGRV /HJDO /HJDO5DFLRQDO -XVWLoDGDOHL %XURFUDFLD
5DFLRQDORX GRV0HLRVH 0RGHUQRV 5DFLRQDORX ,PSHVVRDO 3URPXOJDomR
capitalistas, ou seja, às monarquias absolutistas européi- %XURFUiWLFD GRV2EMHWLYRV *UDQGHV %XURFUiWLFD )RUPDO H5HJXODPHQ
as que vigoraram até o século XIX nas quais o patrimônio (PSUHVDV
([pUFLWRV
%XURFUiWLFD WDomR
GH1RUPDV
do Estado pertencia ao soberano ou à sua dinastia. /HJDLV
3UHYLDPHQWH
A população era composta por um conjunto amorfo de 'HILQLGDV

súditos e não havia distinção clara entre a res publica e a


res principis, quer dizer, acerca daquilo que pertence ao A dominação legal com quadro administrativo:
Estado ou ao próprio soberano, já que nesta fase há uma 1 – Todo direito pode ser estatuído de forma racional
clara fusão dos dois expressa na célebre frase de Luís XIV com pretensão de ser respeitado;
da França: “L’etat c’est moi” (o Estado sou eu).

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2 – Todo direito é um cosmos de regras abstratas; Sua competência seria a política administrativa e ma-
3 – O senhor legal (superior) obedece à mesma ordem téria orçamentária, que se materializou no DASP (origina-
impessoal contida nas normas; do do Conselho Federal do Serviço Público Civil, de 1936) e
que foi presidido até 1945 pelo burocrata Luís Simões Lo-
4 – Todos obedecem ao mesmo direito. pes. A sua missão fundamental era implantar na adminis-
O tipo mais puro de dominação legal é aquele que se tração pública brasileira alguns princípios como:
exerce por meio de um quadro administrativo-burocrático. 1) Critérios profissionais para o ingresso (combate ao
Seus agentes: favoritismo, nepotismo);
1 – São pessoalmente livres; 2) Regras de promoção meritocráticas;
2 – São nomeados conforme a hierarquia dos cargos; 3) Desenvolvimento de carreiras (os únicos órgãos ci-
3 – Têm competências funcionais fixas; vis da União que as possuíam eram o Banco do Brasil e o
Itamaraty);
4 – Em virtude de um contrato;
4) Formulação/implementação de diretrizes de ação;
5 – Segundo sua qualificação profissional;
5) Supervisionar e regulamentar a administração públi-
6 – São remunerados em dinheiro;
ca;
7 – Exercem seu cargo como profissão única;
6) Definir faixas salariais; e
8 – Têm a perspectiva de carreira;
7) Participação da fixação do orçamento da União.
9 – Trabalham em separação dos meios de produção e
Ao longo dos anos, contudo, o DASP desviou-se das
sem apropriação do cargo;
suas funções originais, perdeu o status inicial e acabou
10 – Estão submetidos à disciplina. transformando-se num órgão regulamentador fossilizado li-
gado à gestão de material e recursos humanos.
Características da Burocracia Disfunções da Burocracia
Em 1945 foi mutilado e tornado quase inoperante. So-
breviveu graças à sua equipe, cujo valor técnico e a deter-
1. Caráter legal das
2. Caráter formal das comunicações
normas 1. I nternalização das normas
2. Excesso de formalismo e
minação foram decisivos para a implantação de O&M na
3. Divisão do trabalho papelório Administração Pública Federal, repercutindo também nas
4. I mpessoalidade no relacionamento 3. Resistência a mudanças estaduais com a criação pelos interventores de diversos
5. Hierarquização da autoridade 4. Despersonalização do
6. Rotinas e procedimentos relacionamento
“daspinhos”.
7. Competência técnica e mérito 5. Categorização o O seu maior legado foi o aperfeiçoamento da técnica
8. Especialização da administração relacionamento
9. Profissionalização 6. Superconformidade de elaboração orçamentária e o Estatuto dos Funcionários
7. Exibição de sinais de Públicos (Decreto-Lei 1713 de 28/10/1939, revogado no
autoridade segundo mandato de Getúlio Vargas em 1952).
8. Dificuldades com clientes
DECRETO – LEI 200
Previsibilidade do funcionamento Imprevisibilidade do Em 1967, o Ministro do Planejamento do Presidente
funcionamento
Costa e Silva, Hélio Beltrão institui o Decreto – Lei n° 200
que trazia uma nova proposta de Reforma de inspiração
A crise da burocracia pública brasileira permeia as di- gerencial para o serviço público. Os seus principais objeti-
mensões da vos foram:
1 - Estratégia (foco e convergência de programas e 1) Criar diretrizes normativas centralizadas no Executi-
ações), 2 - Estrutura (lenta, excessiva em alguns setores, vo federal (característica de todo o período do regime);
escassa em outros), 2) Diversificar a natureza dos órgãos (estatização cres-
3 - Processos (sujeitos a regras padronizadas altamente cente); e
burocratizadas), 3) Descentralização funcional do aparelho burocrático
(introdução do espírito gerencial privado no setor
4 - pessoas (com inúmeras distorções relativas à dis-
paraestatal).
tribuição, carência, qualificação e remuneração),
 No entanto o Decreto - Lei 200/67 acabou ocasionan-
5 - Recursos (inadequados, desde os logísticos e ins- do disfunções maiores do que os seus benefícios. A refor-
talações à tecnologia de informações, embora haja focos ma gerou uma expansão desenfreada das empresas públi-
de excelência); cas, sociedades de economia mista e as autarquias, com
6 - cultura (excessivamente burocrática e permeável à a perda de controle por parte do executivo central.
práticas patrimonialistas). A ausência de regras claras sobre a gestão das empre-
sas provocou uma tensão constante, com efeitos danosos
DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO DO SERVIÇO
para ambos.
PÚBLICO (DASP)
CONSTITUIÇÃO DE 1988
Surge então em 1938, instituído pelo Decreto-Lei n° 579
de 30/07 e inspirado na Civil Service Comission inglesa, o Eis as mais importantes alterações trazidas pela nova
Departamento de Administração do Serviço Público (DASP) Constituição no que se refere à Administração Pública e
com poderes equivalentes a de um superministério. regime de trabalho dos servidores:

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1) Criação de novas entidades no setor paraestatal ne- ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO


cessita de lei ordinária específica para tal (fim da desvincu-
Ética: (ethos)
lação formal entre o núcleo burocrático do Estado e suas
• Disciplina filosófica que estuda o valor das condutas
ramificações);
humanas, seus motivos e finalidades. Reflexão sobre os va-
2) Criação de subsidiárias destas entidades dever ser lores e justificativas morais, aquilo que se considera o bem.
aprovada pelo Congresso (Leis Delegadas); • Análise da capacidade humana de escolher, ser livre
3) Adoção do Regime Jurídico Único (RJU) para unifor- e responsável por sua conduta entre os demais.
mizar a remuneração entre os níveis e as esferas do gover- • Para alguns autores, o mesmo que moral.
no (Lei Complementar 8.112/90); Moral: (mores)
4) Alteração em ministérios e secretarias necessita de • Conjunto dos costumes, hábitos, valores (fins) e
aprovação prévia (Leis Delegadas); procedimentos(meios) que regem as relações humanas, con-
siderados válidos e apreciados, individual e coletivamente.
5) Ingresso no serviço público condicionado à concur-
so, com regras definidas em lei complementar (8.112/90); • Podem ser justificados pelo costume, pela natureza,
pela educação, pela sociedade, pela religião.
6) Concessão da estabilidade a todos os servidores com
• Pode ser considerado o mesmo que ética, com a
mais de cinco anos de trabalho, dos três poderes, três ní-
diferença de que a ética acrescenta a reflexão e o estudo
veis e administração direta/indireta com direito a aposenta- continuado sobre aquilo que se faz ou o que se deveria
doria integral. Isto já havia acontecido nas Constituições fazer, pensa sobre o bem e o mal, a felicidade, o prazer, a
de 1934 e 1946; e compaixão, a solidariedade e outros valores.
7) Isonomia salarial nas tarefas e funções semelhan- MORAL X DIREITO
tes.
• Normas morais exigem adesão interna interioridade
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PÓS-BUROCRÁTICA (APPB) da moral);

Surge, portanto, fruto da crise do Estado, dos avanços • Coação: na moral não há dispositivos de coerção ex-
ternos, como os há no direito;
na teoria da Administração nas empresas e demais organi-
zações e da formação de novas correntes teóricas na área • Normas morais não se encontram codificadas;
de Ciência Política e Administração Pública, a Administra- • A esfera da moral é mais ampla que a do direito;
ção Pública Pós-burocrática (APPB), que caracteriza-se • Numa mesma sociedade podem existir normas morais
pelos seguintes aspectos:
• que se harmonizam e outras que não se harmonizam
1) Estratégia voltada para a definição precisa dos com as normas jurídicas.
objetivos que o administrador deverá atingir na sua unida- • A esfera da moral se amplia à custa da do direito. A ampli-
de, inclusive com a participação da última, em contraste ação da esfera da moral é um índice de progresso social.
com o insulamento e o ritualismo dos procedimentos buro- LEI COMPLEMENTAR 112/90
cráticos;
• Das Regras Deontológicas
2)        Garantia de autonomia do administrador na
gestão de pessoas, recursos materiais e financeiros que • Dos Deveres Fundamentais do Servidor Público 
lhe forem colocados à disposição para atingir os objetivos • Das Vedações ao Servidor Público
definidos, em contraste com a centralização excessiva e a • DAS COMISSÕES DE ÉTICA
rigidez burocrática;
CONCEITOS
3) Ênfase no controle dos resultados, ou seja, um Princípios:
controle ex post e não ex ante, sobre os métodos. Ou seja,
Princípios morais são regras de aplicação muito geral
o administrador seria exigido e avaliado pelos produtos que
apresentar a partir dos insumos oferecidos, cumprindo um Exemplos:
conjunto mínimo de regras pré-estabelecidas; • A Regra de Ouro: “Não faça ao outro o que você não
quer que seja feito a você”
4)        Adoção da competição administrada no in-
terior do aparelho do Estado, com a intenção de introdu- • O Princípio da Utilidade: “Aja de tal maneira a promo-
ver a maior felicidade do maior número de pessoas atingi-
zir uma cultura concorrencial e de competitividade, além
das por sua ação”.
de melhorar a eficiência no fornecimento de alguns insu-
mos principais; e PRINCÍPIOS

 5) Em termos de estrutura organizacional as princi- Ideais:


pais inovações da APG são a descentralização, a hori- O conjunto de valores que afirmamos compõe um ideal
zontalização dos organogramas e a flexibilização de ou uma concepção do que, para nós, é bom.
alguns procedimentos para tornar a Administração Pública Ideais são também aqueles comportamentos que, em-
mais leve, ágil, acessível e permeável às necessidades da bora valorizados, vão além do que é estritamente exigi-
sociedade civil e do mercado. do pelas regras (p. ex., a solidariedade).

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CONCEITOS • ALGUMAS RESTRIÇÕES
Regras: • Não receber presentes
Enunciam obrigações ou proibições aplicáveis às • Não receber salário ou qualquer outra remuneração
várias situações e problemas encontrados na vida do grupo de fonte privada em desacordo com a lei, nem receber trans-
a que se dirige. Em geral, procuram traduzir os valores e porte ou hospedagem
princípios em orientações concretas para a ação. • Não usar o cargo, suas condições ou informações em
favor de interesses privados
Valores, princípios, ideais e regras funcionam orien-
tando nossas escolhas e decisões. OBJETIVOS: “FAZER MAIS COM MENOS”
CONCEITOS • Organizar governos que custassem menos
3. Qual deve ser o padrão ético do serviço público? • Preocupação com o contribuinte - reduzir gastos e
desperdícios em uma era de escassez
• Os valores fundamentais do serviço público decorrem
primariamente de seu caráter público e de sua relação com • Utilização maciça de técnicas e mecanismos do sp.
o público. para melhorar a eficiência

• O serviço público está baseado na confiança que lhe • Economia e eficiência governamental- engrenagens
do modelo Weberiano
foi depositada pela sociedade.
• Produtividade como eixo central
CONCEITOS
• Separação entre administração e política
• 4. Para que ética? • Preocupação com valor do dinheiro (value money).
• Os padrões são necessários para manter o mínimo
MEDIDAS PRINCIPAIS
de coesão e estabilidade na comunidade
• No caso específico do serviço público, o padrão é • Privatização em massa.
requisito para garantir a confiança do público • Corte de pessoal.
• Existe uma relação entre a confiança depositada e a • Devolução de atividades à iniciativa privada.
eficiência e eficácia do serviço prestado. • Descentralização. Desconcentração. Delegação de
NORMAS E ORGANIZAÇÕES poder.
• Utilização de técnicas de AD, racionalização e con-
• TÓPICOS PRINCIPAIS trole orçamentario
– Comissão de ética pública e normas para a alta ad- • Adoção da administração por objetivos (Governo Inglês)
ministração federal
• Descentralização administrativa
– Código de ética do servidor e comissões de ética
setoriais ORIENTAÇÃO PARA O SERVIÇO PÚBLICO - PUBLIC
SERVICE ORIENTATION)
– Condutas que violam valores éticos
– Normas correlatas com a questão da ética PRINCIPAIS CRITICAS
– Organizações com atribuições na questão da ética • Despolitização das ações estatais.
• NORMAS DE CONDUTA PARA A ALTA ADMINIS- • Desatenção à efetividade - neotaylorismo – pouca pre-
TRAÇÃO ocupação com e flexibilidade
• CÓDIGO DE CONDUTA DA ALTA ADMINISTRAÇÃO - • Retorno à rigidez do modelo Weberiano.
CCAAF • Não estimula a construção de instituições voltadas à
• DECLARAÇÃO CONFIDENCIAL DE INFORMAÇÕES participação popular.
• RESOLUÇÕES: • Centraliza o processo decisório no núcleo central.
– Participação em seminários e eventos • Desconsidera peculiaridade do sp.
• Enfatiza as dimensões estruturais e não sociais da
– Brinde e presentes
gestão.
– Participação em eventos políticos
CONSUMERISMO - NEW PUBLIC MANAGEMENT
– Aplicações financeiras
• Objetivos: “fazer melhor “
• PRINCIPAIS OBRIGAÇÕES DAS AUTORIDADES
• Apresentar informações sobre renda, patrimônio e in- • Introdução do conceito de qualidade dos serviços
teresses privados
• Flexibilidade de gestão
• Evitar situações que possam configurar conflito de
interesse • Foco no cliente/consumidor
• Observar quarentena (4 meses) para atividade incom- • Descentralização, como forma de conferir direito de
patível com o cargo exercido escolha aos consumidores
• Informar propostas do setor privado ou de negócio fu-
• Aumento da competição entre agencias
turo no setor privado
• Resolver divergências com autoridades internamente • Adoção de novas formas de contratação

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ORIENTAÇÃO PARA O SERVIÇO PÚBLICO - PUBLIC tempo e com a substituição destes pela introdução pro-
SERVICE ORIENTATION) gressiva e gradual dos conceitos preconizados pela APPB,
• OBJETIVOS: – “FAZER O QUE DEVE SER FEITO” que é o principal objeto na reforma do aparelho do Estado.

• Fusão de idéias de gestão dos setores públicos e privados 3 - Dimensão-gestão: a avaliação institucional das uni-
dades, o recrutamento regular de pessoal estratégico e um
• Redução do déficit institucional (O QUE e não COMO)
amplo programa de qualidade, além, é claro, de vários pro-
• Foco no cidadãos (conotação coletiva) gramas de retreinamento e reciclagem dos servidores ten-
• Descentralização como forma de participação dos cidadãos. do em vista o aprimoramento da capacidade gerencial/ope-
• Ênfase no desenvolvimento da aprendizagem social racional do aparelho.

• Accountability com o binômio justiça e equidade OS SETORES DO APARELHO DO ESTADO E AS SUAS


FORMAS DE GESTÃO E TIPOS DE PROPRIEDADE
• Garantia da participação e responsabilização social
• Colaboração entre agencias  O Plano Diretor divide o aparelho do Estado e as for-
• Transparência e controle social mas de gestão e propriedade definidas para cada um. Os
setores são:
• Criação de uma nova cultura que congregue cidadãos,
funcionários e políticos a) Núcleo Estratégico do Estado – corresponde à cú-
pula político-administrativa do Estado ou a elite dirigente
OS MODELOS DA NPM
que formula as principais políticas públicas. Equivale ao
nível estratégico do aparelho do Estado, entendido como a
área onde o macro-processo decisório é realizado. É consti-
tuído pelo Poder Legislativo (parlamentares), Judiciário (tribu-
nais superiores e magistrados) e a cúpula do Executivo.)
Nele incluem-se a Presidência da República, os Minis-
tros de Estado e seus assessores mais diretos e, em al-
guns casos, os dirigentes de algumas agências federais
que participam da formulação de políticas públicas setori-
ais (através de conselhos, câmaras setoriais, etc).
CARACTERISTICAS PROPOSTAS PELA NGP
Neste setor, o tipo de gestão mais recomendado é o
• O foco no cidadão burocrático, dada a sua eficiência e previsibilidade e a pro-
• Orientação para resultados priedade, por definição, é estatal.
• Planejamento estratégico b) Atividades Exclusivas – É o setor de execução ou imple-
• Indicadores de desempenho mentação das políticas públicas formuladas pelo Núcleo Estra-
tégico no qual as prerrogativas do Estado são exercidas.
• De Inputs Para Outputs e Outcomes
Neste setor, em virtude do contato direto com o públi-
• Ênfases no controle social, transparência e accountability.
co, o tipo de gestão sugerido é o gerencial e a propriedade
• Conselhos é estatal dado o exercício das prerrogativas mencionadas
• Orçamento Participativo acima, que seria feito através das Agências Autônomas pre-
• E-gov conizadas pelo Plano.
• Contratualização e flexibilização da gestão c) Serviços não Exclusivos. Este setor equivale aos servi-
– Contratos de gestão ços executados pelo Estado, mas que não são de sua exclusi-
– Privatizações e terceirizações vidade, isto é, entidades como museus, universidades, hospi-
tais, assistência social, agências de pesquisa, dentre outros.
– Revisão de instrumentos legais
– Laboratórios Neste setor também o tipo de gestão recomendado pelo
Plano é o gerencial em função da sua proximidade com os
• Valorização e desenvolvimento das pessoas
beneficiários das políticas e o tipo de propriedade é a pública
– Desempenho crescente vinculado ao pagamento não-estatal, que é uma nova categoria que o PDRAE chama
– Remuneração variável de Organizações Sociais e que vem se desenhando nos úl-
– Capacitação e des de habilidades gerenciais timos para abrigar as organizações pertencentes ao terceiro
setor, ou seja, as situadas entre o mercado e o Estado.
AS DIMENSÕES CONSTITUTIVAS DA REFORMA DO
APARELHO DO ESTADO d) Produção de bens e serviços para o mercado. Este
setor caracteriza-se pela área empresarial do Estado, ou
 1 - Institucional-legal: relaciona-se com os entraves de ordem seja, a área onde o capital estatal atua (em parceria com o
jurídica para o aumento da eficiência no aparelho do Estado. setor privado ou monopolista) em setores considerados
2 – Cultural: relaciona-se à eliminação progressiva dos como relevantes para o desenvolvimento do capitalismo
valores e atitudes patrimonialistas e burocráticos que vêm nacional de acordo com o paradigma de Estado que prece-
caracterizando a Administração Pública no Brasil há muito deu a sua crise.

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FORMAS DE PROPRIEDADE Eficiência: relação entre PRODUTOS (bens e servi-
CONCEPÇÃO MODERNA ços) gerados por uma atividade e os CUSTOS dos insumos
empregados, em um determinado período de tempo.
• No capitalismo contemporâneo, com o aparecimento
das atividades não-exclusivas de Estado, as formas de pro- Uma organização é eficiente quando utiliza seus recur-
priedade são três: sos da forma mais produtiva e econômi-
ca possível, também conhecida como for-
ma racional de utilização. Este conceito
envolve os processos de trabalho e o cus-
to dos insumos. / Relação entre os IN-
SUMOS/ RECUROS e o PRODUTO; se
o produto foi conseguido com uma aloca-
ção racional dos recursos e empregando
processos otimizados de trabalho a or-
ganização foi eficiente.
• Eficácia: consiste no grau de al-
cance das METAS programadas em um
determinado período de
tempo, independentemen-
te dos custos implicados.
Quanto mais alto o grau de
realização dos objetivos e
metas, mais a organização
é eficaz. / Relação entre
• OBJETIVO e PRO-
DUTO; se o produto aten-
deu o objetivo, a organiza-
ção foi eficaz.
• Efetividade: relação
entre os resultados de
uma ação ou programa, em
termos de efeitos sobre a
população-alvo (impactos
observados) e objetivos pre-
tendidos (impactos espe-
rados). Alguns autores
consideram efetividade
como a união da eficácia
com a eficiência.

• Eficiência = resultados alcançados


————————————————
Insumos

Eficácia = resultados alcançados


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resultados desejados

Efetividade = impacto
————————————————
resultados

150 - Administração Pública Curso Preparatório para: Agente/Assistênte Prisional

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