Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Anncio
h pombas em debandada
e os edifcios mais slidos permanecem graves
a hemorragia ainda jorra
onde est a raiz do mal?
onde est a faca necessria?
efeitos podem atuar sobre as causas?
as pombas alam voo
e do inferno iada a natureza humana
suas razes suas ptrias
uma a uma
erguidas como ouro
desmancham-se aos seus ps
como seguidores a compartilhar
do mesmo rano
h bandeiras e animais
marcha e coro
a toada permanece
as pombas no olham para trs
deixam no cho os intrpidos
os corados de luto e raiva
o que eles bradam o vento leva e no permite
que haja resposta
a moeda de troca
usurpada
no mais to densa
membro sem tronco e peso
a rosa dos ventos aponta para mortes lentas
o isolamento dos sentidos
mas h muitos espelhos ainda
j foram ao inferno
agora do cu arrancam um anjo-arrastado
iro depen-lo
cultuaro sua santidade
clamaro a trombeta e o anncio do apocalipse
que se revelem as trevas exteriores!
alheios
do outro
alheios
Letreiro
e de repente, a epifania
dura e neon do letreiro
atingiu em cheio meu eu,
o mais profundo, circunspecto
eu que se resguarda mudo
nas entranhas torpes do corpo.
tamanho jato de alumbramento
enseja embriaguez inevitvel,
daquelas fundas, de apagar
memrias dos ps e boca.
somente olhos vidrados ante
o letreiro que mata o dia
e vivifica a noite. e eu, pobre,
nada entendo. ser isso Poesia?
Insnia
quando a noite no dorme
fico atento ao que se pode perder
h murmrios altos pelas ruas
pessoas ainda gritam e talvez
seja de dor
sei que h sonhos como lcool
e os efeitos so os mesmos
algum respira sereno fresco
os passos vagarosos tropeam
em muitas e muitas certezas
duras e mesmas e escuras
quo pouca razes h
que empenhem as mos
a serem solcitas
apenas alargam-se os vos
dos dedos e estes buscam
porosidade
no capto suas nsias
no tenho seus olhos
mantenho-me conforme
firmo-me na fome e ausncia