SINODO NORTE CATARINENSE

Formação por Extensão

ASSUNTO: ESTUDO PARA CASAIS
OBJETIVO: Conversar sobre relacionamentos entre os casais e o
que é necessário para uma convivência madura
LOCAL: De preferência em circulo onde todos se podem ver de
Frente
MÉTODO: Formação de grupos e apos conversação sobre o
assunto. Ouvir as diversas opiniões e buscar consenso
de vivencia cristã.
LEMBRETE: Líder se prepara com leitura no assunto

QUANDO A GRAMA DO VIZINHO PARECE MAIS VERDE...

No momento em que Maria conheceu Sérgio, sua vida mudou

inteiramente. Ele resumia tudo que ela sempre sonhara em um
homem desde adolescente. Era alto, forte e possuía uma
personalidade marcante, apesar do jeito quieto, reservado e até um
pouquinho misterioso.
A atração foi recíproca. Seguiram-se então o namoro, o
noivado e o casamento. Cada fase transcorreu-se naturalmente, sem
transtornos e em um clima permeado de amor e romantismo.
Cinco meses haviam se passado, quando Maria percebeu algo
de estranho no comportamento de seu marido.
A cada carinho que ela lhe fazia, Sérgio lhe correspondia, mas
sempre querendo ter uma relação sexual. Ele não sabia retribuir um
afago, um beijo, apenas demonstrar afeição. Outro fato intrigante é
que ele permanecia calado durante horas, fechado em si mesmo,
emburrado até.
Maria ficava aflita com essas atitudes de seu marido e não conseguia
entender o porquê dele agir assim.
Tinha, no entanto, receio de conversar sobre o assunto, pois o humor
de Sérgio era sujeito a constantes oscilações.
Maria, porém, não desistiu. Na tentativa de compreender os motivos
que impeliam o marido a ser como ela, descobriu que desde menino
ele nunca presenciara uma troca de carinho entre seus pais. Ele,
simplesmente desconhecia afeição sem sexo e, conseqüentemente,
não sabia comportar-se de outra forma.
Essa situação fez de Maria uma mulher triste, preocupada, frustrada
e extremamente carente.
Certo dia, na firma em que trabalhava, foi admitido um novo
funcionário. Oswaldo não era tão atraente quanto Sérgio, mas muito
atencioso, educado e gentil. Era um homem cativante que sabia
conquistar amigos com facilidade. Logo passaram a aumentar o
tempo de conversa e descobriram diversas afinidades. Começaram a
almoçar juntos para continuar o “bate papo”, e divertiam-se bastante
quando estavam juntos.
O tempo foi passando, o companheirismo entre ambos
crescendo e, juntamente, a intimidade. Às vezes Oswaldo acariciava
o rosto de Maria, colocava o braço em volta de seus ombros e a
elogiava, sempre valorizando-a.
Maria começou a esperar com ansiedade a hora de ir para o trabalho,
pois Oswaldo estaria lá, carinhoso e atencioso como sempre.
Quando estava com ele, todos os momentos eram maravilhosos!
Em um determinado dia, decerto precipitadamente, ela escreveu um
bilhete para ele: “Oswaldo, acho que estou me apaixonando por
você!”. Depois disto, o relacionamento tornou-se mais íntimo, até
que em uma tarde, ao invés de voltar para casa, Maria foi com
Oswaldo para um motel.
O que aconteceu com Maria? E seu compromisso anterior
assumido com Sérgio, os votos declarados no dia do casamento?
Será que ela deixou de amar o marido ou seu juramento de honrá-lo
perdeu a importância?
Acredito que, não só no caso de Maria, mas na maioria de situações
como a sua, não sejam esses os motivos.
Vejo a carência de Maria tão significativa, tão desesperada, que ela
não soube resistir às investidas de um homem envolvente e
carinhoso do tipo que se costuma chamar de “homem de veludo”.
Não estou, de forma alguma, justificando as atitudes de Maria, mas
explicando o que acontece às mulheres às quais os maridos
demonstram insensibilidade às suas necessidades de afeto.
“A grama do outro lado do muro sempre parece mais verde”. Com
freqüência isso não passa de ilusão, porém para alguém
desesperançosa, frustrada, infeliz e carente, a impressão é de que ela
é magnificamente verde.
Do ponto de vista feminino, a afeição do marido é essencial para o
sucesso do relacionamento. Sem esse elemento, ela se sentirá
distante dele. Seria maravilhoso se todos os homens
compreendessem essa necessidade de suas esposas e se esforçassem
com afinco para supri-la. Por outro lado, creio que, se as mulheres
entendessem como é importante e séria a necessidade sexual de seus
maridos e se dispusessem a atendê-los, muitos atritos e
desentendimentos seriam evitados.
A compreensão mútua de que o equilíbrio do casamento se estabiliza
na determinação do casal em procurar fazer o possível para ver seu
companheiro feliz e suprido em suas necessidades pessoais,
certamente diminuiria o crescente número de divórcios atuais.