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surpreenderam os cientistas mostrando que as células-tronco de um tecido,
como o encéfalo, poderiam se transformar em outras, como células
sanguíneas. Esses estudos revelam o poder inesperado das células-tronco de
adultos.
A classificação das células-tronco tem sido feita com base no seu
potencial de desenvolvimento. São chamadas de totipotentes as células
capazes de gerar todos os tipos celulares embrionários e extra-embrionários,
pluripotentes as que podem originar todas as células que formam um embrião
(propriamente dito), multipotentes quando originam um subgrupo de linhagens
celulares, oligopotentes são capazes de gerar células mais restritas a uma
linhagem do que as multipotentes e, por final, as unipotentes podem contribuir
originando apenas um único tipo celular maduro (WAGERS AND WEISSMAN,
2004).
As células-tronco, por poderem, teoricamente, ser induzidas a se
diferenciar em qualquer tipo celular do corpo, revelam possibilidades nunca
antes imaginadas, como tecidos originados em laboratório e até substituição de
órgãos e células para tratar uma gama de distúrbios humanos.
Segundo Verfaillie, (SCIENCE, 2000), além das fronteiras resultantes
dos dilemas éticos ao redor de pesquisas usando células-tronco embrionárias e
fetais, as células provenientes de adultos possuem uma vantagem adicional:
elas são mais fáceis de manipular. As células-tronco embrionárias tendem a se
diferenciar espontaneamente em todos os tipos de tecidos. Quando injetadas
sob a pele de um camundongo imunossuprimido, por exemplo, elas podem
crescer dando origem a teratomas. Ao contrário, as células-tronco de adultos
não se diferenciam espontaneamente, mas podem ser induzidas por meio da
administração de fatores de crescimento apropriados ou outros sinais externos.
Os fatores mitogênicos necessários para a indução da proliferação dessas
células ainda não são completamente conhecidos.
No entanto, as células-tronco adultas parecem ter uma desvantagem
no que se refere à perda de sua capacidade de se dividir e se diferenciar após
certo tempo em cultura, o que as torna inadequadas para algumas aplicações
terapêuticas. Já as células-tronco embrionárias parecem ter capacidade infinita
de se dividir e não perdem sua potencialidade.
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O grande interesse em estudar as células-tronco vem da sua
capacidade em originar diversos tipos de células que constituem o corpo e
talvez forneçam substituições para tecidos lesados pela idade, por trauma ou
doença. Sendo assim, as células-tronco possuem uma gama de aplicações em
terapias para diversas doenças consideradas até então incuráveis e outras
para as quais não há tratamento farmacológico eficaz. Dentre essas doenças
podem-se destacar as doenças neurodegenerativas como Parkinson,
Alzheimer, esclerose múltipla, esclerose lateral amiotrófica, retinopatias e
muitas outras como diabetes tipo II, acidentes vasculares (incluindo AVC),
cardiopatias e câncer.
Os resultados obtidos até o momento com terapias celulares utilizando
as células-tronco têm sido animadores. Já existem estudos em andamento na
fase clínica que revelam perspectivas nunca antes imaginadas, dando
esperança para os pacientes. Apesar da aparente promessa de serem capazes
de curar todo tipo de doença, o conhecimento científico por trás das aplicações
terapêuticas das células-tronco deve estar bastante sólido antes de ser
utilizado pela comunidade médica.
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rpm durante 30 minutos à temperatura ambiente. A seguir, coleta-se o anel de
células na interface Ficoll-células e as ressuspende em solução BSS
respeitando a diluição 1:5 (células: BSS). Centrifuga-se novamente a 1.500 rpm
durante 10 minutos à temperatura ambiente, desprezando o sobrenadante.
Esse procedimento deve ser repetido mais duas vezes a fim de retirar o
excesso de Ficoll, que é tóxico para as células.
Após a última lavagem, o pellet é ressuspenso em 1 mL de DMEM
com 20% de soro fetal bovino (SFB – StemCell Technology) e então as células
são contadas, utilizando Trypan Blue (GibcoBRL) para acessar a viabilidade
das células extraídas. Por final as células são plaqueadas em frascos canted
neck com filtro (Corning), de 25 cm2, com 5 mL de meio de cultura composto
por DMEM 20% SFB acrescido de 1% de penicilina e estreptomicina (StemCell
Technology) e de 4% de L-glutamina (GibcoBRL).
São plaqueadas 1x106 células na cultura mais antiga e 3x106 células
na cultura considerada nova. As células foram mantidas em estufa a 37 oC em
5% de CO2 e umidade de 95%. O meio de cultura é trocado a cada 3 ou 4 dias,
retirando-se 4 mL do meio acondicionado e substituindo-se por 4 mL de meio
fresco.
Quando as células em cultivo alcançavam confluência de
aproximadamente 80%, era feita a passagem. Removendo o meio de cultura
do frasco, as células mesenquimais aderentes permanecem aderidas ao
frasco. Essas células devem ser lavadas com DMEM sem soro para remover o
SFB residual e depois incubadas com 1 mL de tripsina e EDTA (StemCell
Technology), a 37 ºC até se destacarem (cerca de 4 minutos). Às células já
soltas, adiciona-se meio de cultura com 20% de SFB para neutralizar a ação da
tripsina. As células são centrifugadas a 1200 rpm por 5 minutos, então o
sobrenadante é removido e o pellet é ressuspenso em meio de cultura
completo (DMEM + 20% SFB). Essas células podem agora ser divididas em
novos frascos de 25 cm2 para cultura. A cultura de células antiga sofreu 4
passagens, sendo que na primeira a concentração foi de 1:4, na segunda,
terceira e quarta passagens foi de 1:10. Já a cultura nova permaneceu na
passagem até a realização dos experimentos.
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O protocolo de indução da diferenciação das células-tronco
mesenquimais em células neurais consiste nas seguintes etapas:
Pré-indução: o meio de cultura é substituído pelo meio pré-indutor,
composto por DMEM / 20% SFB e 1 mM de b-mercaptoetanol (Sigma), sendo
as células incubadas nessa solução durante 24h.
Indução: posteriormente recebem tratamento com os indutores neurais
butil-hidroxi-anizol (BHA / butylated hydroxyanisole - Sigma) (200 mM) e
dimetil-sulfóxido (DMSO - Sigma) (2%) em DMEM. A solução de BHA deve ser
feita em álcool 70%. Para posterior realização da imunocitoquímica foram
adotados dois intervalos de tempo para a indução neural: 24 e 72 horas, após
os quais as células são fixadas.
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rpm por 5 minutos e metade do meio de cultura de cada frasco é trocado a
cada 3 ou 4 dias, substituindo por meio de cultura fresco. As neuroesferas
formadas são mantidas numa estufa a 37 ºC, com controle de umidade (maior
que 95%) e da proporção de CO2 (5%) no ar.
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A hipótese de utilizar células-tronco para tratar de doenças antes
incuráveis é um sonho da medicina. Ela parece mais perto da realidade após
cientistas norte-americanos e japoneses anunciarem ter convertido células da
pele em células-tronco embrionárias. Mas o caminho para o uso em larga
escala dessa panacéia inventada pela engenharia genética ainda é longo e
tortuoso.
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A primeira pesquisa envolvendo o uso de células-tronco embrionárias
humanas foi divulgada em 1998 pela equipe do professor James Thomson, da
Universidade de Wisconsin (Estados Unidos). Dois anos antes, a equipe do
cientista britânico Ian Wilmut havia divulgado o nascimento da ovelha Dolly, a
primeira clonagem bem-sucedida da história – e um caminho natural para a
obtenção de células-tronco.
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universidades de Kyoto e San Francisco (Califórnia, Estados Unidos). Por
processos semelhantes, segundo relataram respectivamente nas revistas
Science e Cell, os dois grupos induziram células cutâneas a voltar ao estágio
de embrionárias e, a partir daí, a se transformar em neurônios e em células
cardíacas. As novas estrelas dessa área receberam o nome de células-tronco
pluripotentes induzidas, ou iPS.
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2.2 Cultura de células-tronco embrionárias humanas (CTEh
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da medula óssea. Suas duas funções: Dar suporte à hematopoese, formar
microambiente medular (estroma).
DIFERENCIAÇÃO CELULAR
3.1
DIFERENCIAÇÃO CELULAR
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oftalmológicas com perda da visão (queimaduras por produtos químicos, calor
ou outros); transplante de órgãos como coração, rins, fígado, pâncreas
poderão, no futuro, ser substituídos pela terapia com células-tronco.
Doenças do SNC:
Doença de Parkinson: atinge uma média de 10 a 13 pacientes entre
100.000 habitantes, doença de Alzheimer: atinge: 5% dos homens e 6% das
mulheres com mais de 60 anos. Acidente Vascular Cerebral (AVC): maior
causa de óbito e morbidade do mundo Lesão de medula espinhal, Brasil, 50
casos novos / milhão de habitantes / ano 9.500 pacientes tornam-se lesados
medulares anualmente no Senso de 2000: 934 mil brasileiros paraplégicos ou
tetraplégicos Em São Paulo: 300 mil pessoas em cadeira de rodas.
Doenças Cardíacas:
(Insuficiência cardíaca no Brasil 6,5 milhões pacientes Insuficiência
Cardíaca (IC) 1,2 milhão de internações no SUS em 2001 260 mil mortes
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(2001)80 mil por doença isquêmica do coração (2003) 2.2) Doença de
Chagas:Importante causa de insuficiência cardíaca na América Latina:16 - 18
milhões de pessoas infectadas Brasil: 6 milhões de pessoas afetadas 30%
indivíduos infectados progridem p/ fase crônica Incidência de algumas doenças
que poderão, no futuro, serem tratadas com células-tronco:
Histórico
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Placentas em suporte para coleta
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4.2 Lei de Biossegurança
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