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América Latina

A América Latina (em espanhol América Latina ou Latinoamérica, em francês


Amérique Latine) é uma região das Américas onde são faladas primordialmente línguas
românicas (derivadas do latim) - particularmente o espanhol, o português e,
ocasionalmente, o francês. A América Latina tem uma área aproximada de
21,069,501 km², cerca de 3.9% da superfície da Terra, ou cerca de 14.1% da sua
superfície terrestre. Em 2008, a sua população estava estimada em mais de 569 milhões
de habitantes.

A América Latina compreende a quase totalidade da América do Sul e Central


Continental, as exceções são os países sul-americanos Guiana e Suriname e o centro-
americano Belize, que são países de línguas germânicas. Também engloba alguns países
da América Central Insular (países compostos de ilhas e arquipélagos banhados pelo
Mar do Caribe) como Cuba, Haiti e República Dominicana. Da América do Norte,
apenas o México é considerado como parte da América Latina.

Os demais países americanos restantes tiveram colonização majoritariamente anglo-


saxônica, com exceção de Québec, que é de colonização francesa (portanto, latina) e dos
estados do sudoeste dos Estados Unidos, de colonização espanhola, além da Luisiana,
que tem colonização francesa.

A América Latina engloba 20 países: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Costa
Rica, Cuba, Equador, El Salvador, Guatemala, Haiti, Honduras, México, Nicarágua,
Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana, Uruguai e Venezuela. Ainda na
América Latina existem mais 11 territórios que não são independentes, portanto não
podem ser considerados países, mas, ainda assim, latinos.

A expressão América Latina teria sido cunhada pelo imperador francês Napoleão III,
que citou a região e a Indochina como áreas de expansão da França na metade do século
XIX. Deve-se também observar que na mesma época foi criado o conceito de Europa
Latina, que englobaria as regiões de predomínio de línguas românicas. Pesquisas sobre a
expressão conduzem a Michel Chevalier, que mencionou o termo América Latina em
1836, durante missão diplomática feita aos Estados Unidos e ao México.

Nos Estados Unidos, o termo não foi usado até o final do século XIX, e só se tornou
comum para designar a região ao sul daquele país já no início do século XX.

Ao final da Segunda Guerra Mundial, a criação da CEPAL consolidou o uso da


expressão como sinônimo dos países menos desenvolvidos dos continentes americanos,
e tem, em consequência, um significado mais próximo da economia e dos assuntos
sociais.

Convém observar que a ONU reconhece a existência de dois continentes: América do


Sul, e América do Norte, sendo que esta última se subdivide em Caribe, América
Central e América do Norte propriamente dita, englobando México, Estados Unidos e
Canadá, além das ilhas de Saint Pierre et Miquelon, Bermudas e a Groenlândia.
 As antigas colônias neerlandesas Suriname, as Antilhas Neerlandesas, e Aruba
não são habitualmente consideradas partes da América Latina, embora a segunda
língua mais falada seja o Papiamento, linguagem de influência ibérica, falada
pela maioria de sua população.
 Às vezes, particularmente nos Estados Unidos, o termo América Latina é
utilizado para se referir a todos os americanos ao sul dos EUA, incluindo
também países como Jamaica, Barbados, Trinidad e Tobago, Guiana e Suriname
onde o idioma não-Romance prevalece.

Etimologia
O termo foi utilizado pela primeira vez em 1856, numa conferência do filósofo chileno
Francisco Bilbao e, no mesmo ano, pelo escritor colombiano José María Torres Caicedo
em seu poema Las dos Americas (As duas Américas, em português).

O termo América Latina foi apoiado pelo Império Francês de Napoleão III da França
durante sua invasão francesa no México como forma de incluir a França entre os países
com influência na América e excluir os anglo-saxões. Desde sua aparição, o termo
evoluiu para designar e compreender um conjunto de características culturais, étnicas,
políticas, sociais e econômicas.[6]

Geografia
A América Latina localiza-se totalmente no hemisfério ocidental, sendo atravessada
pelo Trópico de Câncer, que corta a parte central do México; pelo Equador, que passa
pelo Brasil, Colômbia, Equador e toca o norte do Peru; e pelo Trópico de Capricórnio,
que atravessa o Brasil, o Paraguai, a Argentina e o Chile.

A América Latina distribui-se de maneira irregular pelos hemisférios norte e sul, pois a
maior parte de suas terras estende-se ao sul do Equador.

As terras da América Latina, em sua quase totalidade, localizam-se na zona climática


intertropical; uma pequena parte situa-se na zona temperada do norte e uma área bem
maior está localizada na zona temperada do sul.

Os limites da América Latina são: ao norte, os Estados Unidos; ao sul, a confluência das
águas dos oceanos Atlântico e Pacífico; a leste, o oceano Atlântico; e a oeste, o oceano
Pacífico.

Relevo

A América Latina, em qualquer latitude, apresenta, de oeste para leste, a mesma


sequência de formas do relevo.

Assim, as principais unidades do relevo latino-americano são:

 Planícies costeiras junto ao oceano Pacífico, que se apresentam bastante


estreitas.
 Altas cordilheiras formadas durante o período terciário, no qual ocorreu intenso
tectonismo, com o posterior dobramento das camadas de rochas, o que provocou
o aparecimento de cordilheiras.
Apresentando altitudes superiores a 5 mil metros e picos geralmente cobertos
por neve, as altas cordilheiras da América Latina resultaram ainda de outras
manifestações tectônicas, como terremotos, e da ação de vários vulcões, alguns
dos quais prontos para entrar em atividade.

No México a cordilheira recebe o nome de Sierra Madre e forma duas cristas


paralelas (linhas no relevo que reúnem os pontos mais altos, denominadas Sierra
Madre Ocidental e Sierra Madre Oriental. Na América Central, a continuação
dessa cordilheira é constituida por serras, como as de Isabela e Talamanca. Na
América do Sul, surgem os Andes, cujo ponto mais alto é o pico Aconcágua,
com 6.959 metros, na Argentina. Tal como na Sierra Madre, os Andes
apresentam cristas, entre as quais se localizam planaltos soerguidos, conhecidos
na região como altiplanos, com altitudes superiores a 3 mil metros.

 Extensas planícies fluviais, na América do Sul (Amazônica, do rio Orinoco, do


rio Magdalena, Platina, do Pantanal ou Chaco, etc.), situadas entre as
cordilheiras do oeste e os planaltos do leste.
 Planaltos desgastados na parte leste da América do Sul, cujas altitudes são
baixas, raramente ultrapassando 2 mil metros. Isso ocorre porque o relevo dessa
área é constituído por rochas muito antigas, bastante desgastadas pela erosão e
que não apresentam manifestações tectônicas. Fazem parte desse relevo os
planaltos das Guianas e Brasileiro, cujos pontos mais elevados são os picos da
Neblina, (3.014 metros), 31 de Março, da Bandeira, das Agulhas Negras.
 Planícies costeiras junto ao oceano Atlântico, que ora se estreitam e
desaparecem, entrar em atividade. permitindo o surgimento de falésias ou costas
No México, a cordilheira recebe o nome de altas, ora se apresentam bastante
largas, dando origem a extensas praias.

Clima

O clima de qualquer região depende de muitos fatores: latitude, altitude e disposição do


relevo, massas de ar, continentalidade, maritimidade, correntes marítimas, etc. Uma
menor ou maior latitude indica se uma área está mais próxima ou mais distante do
Equador e, conseqüentemente, se é mais ou menos quente. Além disso, em função do
relevo, essa área pode apresentar, conforme a altitude, diferentes faixas de temperatura.
[10]

Com base nisso, não é difícil deduzir que em quase toda a América Latina predominam
altas temperaturas e que estas vão se reduzindo em direção ao Pólo Sul. Por isso, a parte
meridional da América Latina, chamada de Cone Sul, é uma região de verões amenos e
invernos frios.[10]

Devido à sua alongada disposição norte-sul, que faz o território americano situar-se em
diferentes latitudes, ele apresenta grande diversificação climática.

Na América Latina destacam-se os climas tropicais, úmidos ou secos, aparecendo, em


alguns pontos, o tropical de altitude. Em meio a essa vasta extensão tropical, existe um
trecho de clima equatorial, também muito amplo, marcado por reduzida amplitude
térmica, elevadas temperaturas e chuvas constantes.

A partir do Trópico de Capricórnio, na América do Sul, os tipos climáticos dominantes


modificam-se progressivamente com o aumento da latitude, passando a predominar os
climas temperados e frios. A influência do relevo sobre a temperatura é mais nítida na
parte oeste, onde as cordilheiras apresentam faixas de terras quentes, temperadas e frias.
Essas faixas vão desaparecendo à medida que diminui a distância em relação ao pólo
sul, onde mesmo ao nível do mar já se encontram áreas permanentemente geladas.

A influência do relevo sobre a temperatura é mais nítida na parte oeste, onde as


cordilheiras apresentam faixas de rras quentes temperadas e frias. Essas faixas vão
desaparecendo à medida que diminui a distância em relação ao Pólo Sul, onde mesmo
ao nível do mar já se encontram áreas permanentemente geladas.

Na América Latina, os ventos contribuem para alterar o regime de chuvas e as próprias


temperaturas Em alguns países da América do Sul, principalmente nos do centro-sul, é
bastante nítida a redução brusca da temperatura quando chega uma frente fria.

As elevadas temperaturas da região equatorial atraem, durante o inverno, as massas de


ar frio, que geralmente provocam chuvas e posterior declínio da temperatura em sua
passagem. Durante o verão, no hemisfério austral, as temperaturas mais elevadas
ocorrem na parte central da América do Sul, atraindo ventos do oceano Atlântico.

Como toda região predominantemente tropical, a América Latina apresenta grandes


contrastes: algumas áreas muito úmidas e outras desérticas ou semidesérticas. As
primeiras são comuns na parte equatorial da América do Sul ou em áreas litorâneas. Já
as áreas desérticas surgem sobretudo quando o relevo impede a passagem de ventos
úmidos para o interior). Existem alguns desertos (menos de 250 mm de chuvas anuais)
na América Latina: Mexicano; de Atacama, entre o Chile e o Peru e da Patagônia, no sul
da Argentina. Essa parte do continente americano apresenta também áreas
semidesérticas nos planaltos mexicanos e no Polígono das Secas, no Nordeste brasileiro.

Essas áreas secas recebem pouquíssimas chuvas porque a disposição do relevo as isola
do litoral, impedindo o contato com ventos úmidos. O deserto de Atacama formou-se
devido à influência da corrente marítima de Humboldt que, ao esfriar as águas do
Pacífico, provoca a condensação de nuvens saturadas de vapor de água ao nível do
oceano, fazendo com que elas cheguem secas ao continente.

Hidrografia

Devido à disposição do relevo, a grande maioria dos rios da América Latina, é drenada
de oeste para leste, pois o paredão da cordilheira dos Andes faz com que eles se dirijam
para o Atlântico.

Sendo, de maneira geral, uma região bastante úmida, a América Latina possui, na maior
parte de sua extensão, uma vasta rede hidrográfica. Destacam-se na América do Norte, o
rio Grande, separando os Estados Unidos do México; na América Central, em
Honduras, o rio Patuca. Na América do Sul, em sua porção norte, merecem destaque os
rios Madalena, na Colômbia, e Orinoco (na Venezuela) que deságuam no mar das
Antilhas e banham importante área agropastoril da fachada norte do continente, além de
outros rios importantes que ganham projeção nas suas partes central e meridional, como
o colossal Amazonas e os rios Paraná, Paraguai e Uruguai, que formam a bacia Platina,
todos desaguando no oceano Atlântico.

A América Latina não apresenta, ao contrário da América do Norte, grandes extensões


lacustres, mas ainda assim possui inúmeras lagoas costeiras, sobretudo na vertente
atlântica, como a lagoa dos Patos, no Brasil; lagoas de inundação nas planícies
Amazônica e do Orinoco; e lagos de altitude, como o Titicaca, entre o Peru e a Bolívia.

Vegetação

A maior parte da cobertura vegetal que revestia a América Latina até o século XVI já
não existe mais. A vegetação somente foi preservada nos locais de pequeno interesse
econômico ou em áreas de relevo abrupto. Mas, mesmo assim, é muito fácil reconstituir
a formação vegetal primitiva, uma vez que ela era resultado do clima e do tipo de solo
em que se desenvolveu. Assim, é possível identificar na região:

 Vegetação de clima equatorial: florestas da Amazônia e de parte da América


Central. São florestas emaranhadas, formadas por árvores de diversas alturas, de
folhas largas, recobertas e circundadas por uma infinidade de trepadeiras e
formações vegetais variadas, de tal maneira densas que até mesmo a luz do Sol
tem dificuldade em atravessá-las.
 Vegetação de clima tropical: florestas ou savanas, na maior parte da América
Central e nas partes norte e central da América do Sul. As áreas mais úmidas são
recobertas por densas e emaranhadas florestas nas regiões menos úmidas, ganha
destaque a savana, constituída por árvores baixas e arbustos associados a uma
vegetação rasteira, como o cerrado no Brasil, os Llanos na Venezuela e o Chaco
na Argentina e no Paraguai. Nas áreas de clima tropical semiárido aparece uma
vegetação ainda mais rarefeita, como é o caso da caatinga brasileira.

 Vegetação de clima temperado: florestas temperadas ou subtropicais e pampas


na Argentina, no Uruguai, Chile e sul do Brasil. As primeiras são matas de
pinheiros, geralmente associados a outras espécies; os pampas constituem uma
área de vegetação rasteira, excelente pastagem natural.
 Vegetação de clima frio: coníferas no sul da Argentina e do Chile. Trata-se de
uma formação florestal arbórea, com plantas que apresentam folhas muito duras
e pontiagudas (aciculifoliadas).
 Vegetação de altas montanhas: Nos Andes, a vegetação apresenta variações
devido às elevadas altitudes, que ocasionam temperaturas mais baixas e
pluviosidade reduzida.
 Vegetação de clima desértico: Constituída principalmente por espécies
arbustivas e xerófilas, caracteriza-se por ser uma formação vegetal muito
esparsa. As punas do deserto de Atacama, no Chile e no Peru, sobressaem dentre
as demais formações desérticas da América Latina, pois a altitude do relevo faz
de sua área de ocorrência um deserto frio.
Demografia
A América Latina atualmente apresenta uma grande diversidade étnica. Foi
primeiramente povoada pelos povos conhecidos como ameríndios, ou os povos pré-
colombianos. A partir do século XVI, com a chegada dos europeus, há o início de novas
relações: as terras do Novo Continente são divididas entre espanhóis e portugueses, de
acordo com seus interesses. São os primeiros grupos europeus que passam a povoar e
colonizar a chamada América. No contexto do capitalismo em sua fase comercial, e em
função da não adequação dos nativos aos trabalhos forçados traz-se para o continente o
elemento negro. Oriundos da África subsaariana são trazidos na condição de mercadoria
pelos europeus, escravizados. Esse sequestro de negros, se fez via migração forçada
para colônias - principalmente o Brasil e o Caribe.

Essas migrações fizeram de toda a América Latina uma região extremamente plural em
sua composição étnica. Em todos os países é possível encontrar a presença dos povos
que habitavam o continente americano antes da vinda dos europeus, embora grande
parte dos mesmos tenha sido dizimada: no México, por exemplo, ainda é grande a
herança e a influência da civilização Asteca. Os peruanos também têm forte influência
da civilização Inca, antiga habitante do oeste da América do Sul. Peru, Guatemala e
Bolívia são os países da América Latina cuja maioria da população é descendente de
ameríndios.

A cultura de origem africana também é muito presente na América Latina. Os países do


Caribe, ademais do Brasil, Venezuela e Colômbia apresentam forte influência africana.
O Haiti é um país cuja esmagadora maioria da população é negra (apesar da colonização
francesa e do idioma pátrio do Haiti ser o francês). O Brasil também tem grandes
concentrações de descendentes de negros africanos e abriga a maior população negra
fora da África (considerando-se todos aqueles que, formalmente, tem ancestrais
africanos).

Após a segunda metade do século XIX, o sul da América Latina (a região do Cone Sul
da América do Sul) recebeu uma nova leva de imigração europeia em função da
situação política e econômica que a Europa vivenciava. Assim, majoritariamente,
italianos, espanhóis, portugueses e alemães se assentaram na Argentina, Chile, Uruguai
e no sul e sudeste do Brasil. Aproximadamente no mesmo período, muitos povos do
Oriente Médio (como os libaneses, os sírios, os turcos) e do Extremo Oriente (chineses,
coreanos e japoneses) também migraram, em grande maioria para o Brasil.

Idiomas

O Espanhol é o idioma predominante da vasta maioria dos países latino-americanos. O


Português é língua oficial somente do Brasil, porém é falada por 34% da população da
América Latina; e o Francês é falado no Haiti, em algumas ilhas do Caribe e na Guiana
Francesa. Ainda há o neerlandês, falado em ilhas caribenhas e no Suriname; todavia, o
neerlandês não é uma língua latina e, sim, germânica. Portanto, sob este aspecto, a
inclusão destes países na América Latina é controversa.
Em diversas nações, principalmente as caribenhas, existem os idiomas crioulos, que
derivam de línguas europeias e línguas nativas do país, antes da colonização. Em outras,
existe uma grande quantidade de falantes das línguas indígenas, como o México, o Peru,
a Guatemala e o Paraguai. Nestes casos, é comum os governos nacionais ou regionais
reconhecerem estes idiomas não-europeus como idiomas oficiais, ao lado do idioma
europeu predominante. Por exemplo, o Quíchua é reconhecido no Peru como idioma
oficial, ao lado do Espanhol. O Guarani também é idioma oficial no Paraguai
juntamente com o Espanhol.

Afora os idiomas nativos e os idiomas europeus predominantes, existem idiomas de


colônias europeias, que migraram para a América do Sul depois do Século XIX.

Economia
Como a maior ou menor presença de população ativa no setor primário é um dos
elementos que caracterizam o grau de desenvolvimento de uma região, a América
Latina reúne países de economia subdesenvolvida, pois grande parte da população
ocupa o setor primário. Somente alguns países apresentam significativas parcelas da
população economicamente ativa no setor secundário. Mas, é o setor terciário que mais
tem crescido em quase todos os países latino-americanos.

Extrativismo

A caça, como base econômica de sobrevivência, é praticada na América somente por


esparsos grupos indígenas em vias de integração. A pesca, além de atividade econômica
de valor regional para todos os países que apresentam extensões litorâneas, tem especial
importância para o Peru, maior exportador de pescado da América Latina, embora o
Chile seja o maior produtor.

O extrativismo vegetal aparece sempre como atividade complementar da agricultura e


da pecuária, merecendo destaque a extração do látex da seringueira, em toda a Floresta
Amazônica (Brasil, Colômbia, Peru e Bolívia); do quebracho, no Pantanal (Argentina,
Paraguai e Brasil); de madeira, em quase toda a América Central, Brasil e Chile; e ainda
de babaçu e carnaúba, no Brasil.

O extrativismo mineral tem considerável importância em praticamente todos os países


latino-americanos, ainda que muitas vezes a exploração seja realizada graças a capitais
estrangeiros. Na extração do petróleo, possuem grande destaque México, Venezuela,
Brasil, Argentina, Colômbia e Equador.

O Brasil é o segundo produtor mundial de ferro; o Chile, o Peru, sendo o Chile o maior
produtor do mundo; o Brasil é um dos cinco maiores produtores mundiais de manganês,
além de grande produtor de estanho, minério do qual a Bolívia é grande exportadora.

A América Latina destaca-se ainda por sua produção de chumbo (Peru e México),
níquel (Cuba), prata (México e Peru), zinco (Peru), bauxita (Brasil e Venezuela) e
platina (Colômbia).
Agropecuária

A América Latina, que inclui essencialmente países subdesenvolvidos, de maneira geral


é pouco industrializada, ficando sua economia subordinada à agropecuária e à
mineração. Mesmo com essa dependência agrícola, a maior parte de suas terras é
cultivada de forma extensiva e possui um reduzido PIB per capita.

Em muitos países, a atividade agrícola ainda se desenvolve segundo os moldes do


período colonial: grandes propriedades, pertencentes a poucas famílias, cuja produção
se destina quase integralmente ao mercado externo. Devido principalmente à
concentração das terras mais férteis nas mãos de poucos proprietários e ao grande
número de agricultores sem terras para cultivar, surgiram nessas áreas muitos conflitos
fundiários, o que originou projetos de reforma agrária que visam à distribuição mais
igualitária da terra, em países como México, Bolívia, Chile, Perue Cuba.

Em todos os países da América Latina é possível identificar basicamente dois tipos de


agricultura: a de subsistência, praticada com o uso de técnicas primitivas, e a de caráter
comercial, em geral monoculturas realizadas em grandes extensões de terra e, com
freqüência, dependentes de investimentos estrangeiros. Como exemplos característicos
desse sistema, podemos citar o café, responsável por uma parte substancial das rendas
de exportação da Colômbia, Costa Rica, Guatemala e El Salvador, e a banana, com
igual importância para o Panamá e Honduras, além de outros produtos de menor
expressão.

A pecuária, atividade de grande destaque na América Latina , é praticada em todos os


países, ainda que de formas diferentes. A pecuária extensiva é realizada em grandes
propriedades e sem o emprego de técnicas especiais; já na intensiva, utilizam-se
técnicas de seleção do plantio, isto é, animais de boa raça, e cultivam-se pastagens.

Os rebanhos mais numerosos na América latina, pela ordem, são os de bovinos, suínos e
ovinos. Brasil, Argentina e México são os países que possuem a maior quantidade de
cabeças de gado.

Indústria

Na América Latina, são poucos os países que alcançam projeção na atividade industrial:
Brasil, Argentina, México e, menos destacadamente, Chile. Iniciada tardiamente, a
industrialização desses países tomou grande impulso a partir da Segunda Guerra
Mundial: esta impediu os países em guerra de comprar os produtos que estavam
habituados a importar e de exportar o que produziam.

Nessa época, beneficiando-se das abundantes matérias-primas locais, dos baixos


salários pagos à mão-de-obra e de uma certa especialização trazida pelos imigrantes,
países como Brasil, México e Argentina, além de Venezuela, Chile , Colômbia e Peru,
puderam implantar expressivos parques industriais. De maneira geral, nesses países
sobressaem indústrias que exigem pouco capital e tecnologia simples para sua
instalação, como as indústrias de beneficiamento de produtos alimentícios e têxteis.
Destacam-se também as indústrias de base (siderúrgicas, etc.), além das metalúrgicas e
mecânicas.
Os parques industriais brasileiro, mexicano, argentino e chileno apresentam, contudo,
uma diversidade e sofisticação muito maiores, produzindo artigos de avançada
tecnologia.

Nos demais países latino-americanos, principalmente da América Central, predominam


indústrias de beneficiamento de produtos primários para exportação.

Comércio

A porcentagem de população ativa empregada no setor terciário depende bastante do


nível de desenvolvimento de cada país. É maior nas nações latinas mais industrializadas
- Brasil, Argentina , Colômbia e México -, reduzindo-se nos demais países. Assim, a
atividade comercial, que é a mais importante desse setor, apresenta pesos diferentes
conforme o país, ainda que constitua uma importante fonte de recursos.

As exportações da maior parte dos países da América Latina ainda se apóiam em


produtos naturais, cujos preços no mercado internacional oscilam muito, não
representando grande aumento de divisas. Um dos fatores que criam sérias dificuldades
ao desenvolvimento econômico e à integração social da América Latina é a relativa
carência de vias de transporte em boas condições de uso.

Transportes

As dificuldades impostas pelo relevo; a tropicalidade dominante do clima, caracterizada


por chuvas freqüentes; o predomínio de rios de planalto, dificultando a navegação; e a
densidade da vegetação, quase intransponível em certos trechos, são fatores naturais que
têm de ser vencidos. Mas é principalmente a ausência de recursos financeiros para a
construção de modernos portos, grandes rodovias, comportas fluviais ou aeroportos
modernos, que impede que essa parte do continente apresente uma densa malha de
circulação. Entre os países latino-americanos, os mais industrializados são,
naturalmente, os mais bem servidos nessa área, ainda que em todos eles haja grandes
deficiências quanto aos meios de transporte.

Na região mais densamente povoada da América do Sul e servida pela bacia dos rios
Paraná, Paraguai e Uruguai (bacia Platina) vem sendo desenvolvida uma hidrovia que
fará a interligação fluvial entre os quatro países do sudeste do continente.

Divisão cultural
Necessária apenas para destacar as manifestações hegemônicas e diferenciar as regiões
industrializadas daquelas que ainda têm na agricultura sua maior fonte de divisas. Assim
sendo temos:

 O Cone Sul, que é formado pela Argentina, Chile, Uruguai e a parte Centro-Sul
do Brasil. É o pólo industrial latino-americano. É o centro mais evoluído
economicamente do sub-continente, tendo como principais heranças étnicas a
portuguesa, a espanhola, a italiana e a alemã.
 A região do Chaco boliviano também engloba o Paraguai e o Centro-Oeste do
Brasil é uma região de agropecuária extensiva.Há fusões culturais em relação a
cultura pantanera no Brasil,aonde o cancionero popular é extremamente
influenciado pela polca e pelo guâranico.

 O conjunto Andino, onde as atividades agrícolas formam a maior fonte de


recursos e é extremamente forte a presença indígena nativa.Geograficamente é o
centro da civilização Inca,que caracteriza a cultura da região com elementos pré-
colombianos.É percebido uma resistência cultural as influências exteriores
 A Amazônia é região que compreende o norte do Brasil e algumas partes da
Colômbia, Venezuela, Bolívia e Peru. A região mais rica em termos de culturas
locais ainda não colonizadas. Mas, o processo único de miscigenação dos
homens brancos com os nativos deu origem e uma cultura que se chama
cabloca.A identidade cabocla se define pelo homem que vive da selva, seja ele
índio, seringueiro, pescador ou caçador. É o homem que precisa da selva de para
continuar sobrevivendo. Por esta causa, o estilo de vida caboclo é estimulado a
resistir à ocupação predatória da região. O líder Chico Mendes é um dos
principais ícones de auto-afirmação desta cultura.
 O Nordeste brasileiro pode ser considerado,em alguns caracteres como ligado
ao sertão, mas há inúmeras características regionais que o tornam único no
sistema latino-americano. Especialmente a região conhecida como o Agreste e a
Zona da Mata. Ali, elementos africanos, indígenas e europeus se fundem e
ganham aspectos locais de forte influência da estética barroca, tanto nas
inúmeras variedades musicais, quanto na literatura popular e na tradição oral do
povo. É uma região pobre, contudo há ilhas de desenvolvimento nas capitais.
Interessante ressaltar que o Estado da Bahia, tem aspectos em comum com o
restante do Nordeste,mas é um sistema único dentro do Brasil por causas de suas
peculiaridades.
 Na região das Guianas, os povos ibéricos não foram predominantes nas
colonização. As influências variam do holândes, inglês, francês ao indiano, mas
também há a influência hispânica na Guaiana e portuguesa no Amapá, além de
elementos de indígenas amazônicos.
 O Norte da Venezuela e da Colômbia, junto às Antilhas de língua espanhola ou
francesa, formam um conjunto chamado de Caribe Sul-Americano e por uma
inestimável riqueza de culturas. A Venezuela é a mais europeia das nações que
formam este conjunto que merece ser destacado dos demais por sua pequena
separação geográfica do restante do continente.
 A América Central é o nome atribuído aos países localizados entre o México e
a Colômbia. A região mais violentada pela política externa norte-americana até o
fim do século XX. Ditaduras apoiadas pelos Estados Unidos estrangularam as
economias locais por décadas. Apesar de ser região basicamente agrícola, os
Estados Unidos precisavam dela para obter produtos agrícolas tropicais tais
como banana, laranja, café e outros. Culturalmente é a região dos maias, o
México influencia diretamente a cultura local.
 México: A identidade mexicana é marcada pela mistura de alguns costumes
espanhóis a elementos Astecas. De fato, durante a ocupação napoleônica na
Espanha, muitos nobres se refugiaram no México e a sede da Coroa Espanhola
foi tranferida para o país. O povo que habita o norte do país tem maior
ascendência indígena do que sul, de maior presença europeia.
 Caribe Anglo-Saxão: De forte influência africana e britânica, constituem este
conjunto ilhas como a Jamaica e outras ilhas de domínio histórico britânico
como as Bahamas.

América Anglo-Saxônica
A expressão América Anglo-Saxônica refere-se aos países do continente americano
que tem como principal idioma o inglês e que também possuam laços históricos,
étnicos, linguísticos e culturais com o Reino Unido. Entre os países incluídos nessa
definição estão os Estados Unidos e o Canadá (com exceção da província de Quebec) na
América do Norte, Belize e algumas ilhas do Caribe na América Central, e a Guiana na
América do Sul.

Este termo deriva da classificação dos países da América em dois blocos: aqueles em
que a língua mais falada deriva do latim (América Latina), e o bloco dos dois países
cuja língua deriva do anglo-saxão.

Essa parte do continente americano tem forte colonização inglesa, o que condicionou
vários aspectos culturais, como a língua e a predominância da religião protestante. Além
de maioria da população ser de raça caucasiana (brancos).

Esta classificação é imperfeita. A Guiana na América do Sul, e diversas ilhas das


Caraíbas, assim como o Belize na América Central, são também países de língua anglo-
saxônica, mas não costumam ser considerados parte do que se convencionou chamar de
América Anglo-Saxônica. Além disso, a província de Quebec, no Canadá, fala francês,
uma língua latina.

Na prática, as expressões América Anglo-Saxônica e América Latina costumam ser


utilizadas em referência, respectivamente, aos países da América que pertencem ao
mundo desenvolvido e ao mundo subdesenvolvido.

Localização geográfica
Situam-se na América Anglo-Saxônica dois dos maiores países do mundo: o Canadá e
os Estados Unidos. Sua área total é superior a 19 milhões de quilômetros quadrados, e
os limites dessa porção do continente americano são o Oceano Atlântico a leste, o
Oceano Pacífico a oeste o Oceano Glacial Ártico ao norte e o México ao sul.

Na extensa linha litorânea da América Anglo-Saxônica observa-se a ocorrência de uma


série de penínsulas, destacando-se a Península do Labrador, no Canadá, junto à Baía de
Hudson, e a Baía da Flórida, nos Estados Unidos, banhados pelo Golfo do México, e
pelo Oceano Atlântico. As principais ilhas são canadenses, como Terra Nova e Príncipe
Eduardo, junto ao Golfo de São Lourenço, no oceano Atlântico e o Golfo de Vancouver,
no oceano Pacífico.

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