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A MORTE POR FEITIÇO

T S Wiley,
Antropóloga e teórica médica, com passagem pelo jornalismo
investigativo. Trabalha atualmente em pesquisa médica, com
especial interesse nas áreas de endocrinologia e biologia evolutiva

Qualquer médico que lesse a descrição anterior lhe diria que você
vai ter um ataque cardíaco, e que isso vai acontecer por causa das
placas de colesterol que estão entupindo as suas artérias. Mas isso
não é verdade. Sim, é provável que você tenha um ataque cardíaco,
mas a culpa não é do colesterol. Na verdade, ele é o menor dos
seus problemas. Seu médico, os jornais e a televisão tem mais
chances de matá-lo do que os band-aids de colesterol que você
está usando.
Declaramos isso após ler volumes e volumes de pesquisa de
ponta sobre o fenômeno do “ataque cardíaco”. Doença cardíaca
não é ataque cardíaco. Uma doença cardíaca pode ser qualquer
ponto da escala, desde a doença cardiovascular acompanhada de
pressão arterial elevada e formação de placas de colesterol, até a
cardiomiopatia (músculos cardíacos cansados ou danificados), que
leva à insuficiência cardíaca congestiva, com inúmeras variações
sobre o mesmo tema. Ataque cardíaco é quando seu coração se
estreita em um último e fatal batimento, e não retorna mais.
Se não são as placas de colesterol, e se não são as plaquetas
grudentas, qual é a causa do ataque cardíaco? Para deduzir a
origem real da morte por ataque cardíaco, vamos fazer a pergunta
que fizemos tacitamente em todos os outros capítulos, até agora:
Quando e onde este evento físico que agora observamos poderia
ocorrer na natureza?
A menos que possamos responder a essa pergunta, estamos
usando o “remédio” (leia-se ciência) errado. É uma técnica
imbatível, que sempre nos leva à inegável verdade, ao revelar o
mecanismo natural que foi inadvertidamente confundido pela vida
moderna. Já desmascaramos a obesidade ao examinarmos o
metabolismo banquete-ou-fome. Podemos entender a premissa
metabólica por trás do diabetes tipo II, dentro da lógica da
hibernação. A doença mental pode ser entendida como um

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produto do estoque de alimentos e da fadiga, que depende do limite
– ou seja, quanto você pode suportar antes de desmoronar?
Então, mais uma vez e pela primeira vez, em se tratando de
doença coronariana arterial, quando, e sob que circunstâncias, um
ataque cardíaco ocorreria na natureza?
A resposta é: somente num estado de pânico.
Os animais só sofrem ataque cardíaco súbito quando literalmente
morrem de medo. Seus corações são transformados em pedra pelo
próprio mecanismo “lutar ou fugir” de seus corpos. A base da
experiência humana de um ataque cardíaco deve residir nos
mesmos mecanismos.
Analisamos estudos que avaliaram mortes ocorridas durante
terremotos e ataques de mísseis, para procurar evidências que
dessem suporte a essa premissa. Analisamos mortes ocorridas em
1994, durante o terremoto de Northridge, próximo a Los Angeles, e,
em 1991, durante o ataque de mísseis do Iraque sobre Israel. Não
só descobrimos que muitas mortes não foram conseqüência do
trauma, mas que pessoas sem prévios problemas cardíacos, em
muitos casos, morreram realmente de medo.
Na média, houve um aumento de 40% nos ataques cardíacos
ocorridos em ambos os dias mencionados. O terror, em uma pessoa
que em situação normal seria considerada sadia, pode provocar
uma mistura química tão potente que é capaz de induzir um influxo
cataclísmico de cálcio em todas as suas células do coração; isso
faz o coração se contrair tão violentamente que nunca mais
consegue relaxar. O “estado de medo” causado pelos níveis de
serotonina crônica e anormalmente elevados, que já detalhamos
anteriormente, coloca sua mente e seu coração num estado perene
e quase permanente de pânico psicológico.
Num notável ensaio, publicado há mais de quarenta anos na
revista American Anthropology, Walter Bradford Cannon, um
fisiologista da Escola de Medicina de Harvard, descreveu de que
forma, em muitas culturas primitivas, uma maldição lançada por um
mágico ou curandeiro todo-poderoso era suficiente para matar uma
pessoa crente. O coração dessa pessoa literalmente parava.
E se só isso já não é suficiente trágico, a medicina moderna
aumenta o medo, tornando-o palpável. A televisão e os anúncios
impressos nos bombardeiam com novidades do front sobre “a
guerra às doenças cardíacas” – para o caso de você não ter notado
que seu coração estava tentando matá-lo. Somos ensinados a odiar
o nosso

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coração. É verdade que os seres humanos sempre foram
obcecados por seu coração na vida, na arte e na literatura. Agora,
estamos obcecados pela saúde do nosso coração. Parecemos estar
presos em relações de interdependência com cardiologistas,
pesquisadores e fisiologistas especializados em exercícios – e
numa luta alimentar mortal contra a sonhada indepenência de
nossos corações.
Graças sobretudo à mídia, e à paranóia americana em geral,
estamos muito mais assustados a cada minuto com relação ao
nosso coração do que em tempo algum da história – nem mesmo
durante a epidemia de gripe de 1914, que matou 20 milhões de
pessoas em todo o mundo. As pessoas, atualmente, estão muito
mais preocupadas com as doenças cardíacas do que o pessoal
daquele época estava com a gripe.
Estamos vivendo tempos verdadeiramente estranhos.
Acrescente-se a esse terror generalizado as duas visitas anuais
ao cardiologista, ou uma ida até à quitanda da esquina, por falar
nisso, para comprar suco “sem gordura”, hambúrgueres de peru
sem gordura e pratos combinados de massa de baixo teor de
gordura, que vão ao freezer e ao fogo, sob luzes fluorescentes cujo
brilho equivale ao de dez mil sóis artificiais.
Não admira que estejamos bebendo algo mais do que suco.

(Fonte: trecho do livro “Apague a Luz!”, páginas 154 a 156).

“Apague a luz!” Durma melhor e: perca peso, diminua a


pressão arterial e reduza o estresse, Bent Formby e T. S. Wiley,
384 páginas, Rio de Janeiro, Editora Campus, 2000.

Com base em uma pesquisa minuciosa, colhida no National Institutes of


Health (Instituto Nacional de Saúde), T.S.Wiley e Bent Formby apresentam
descobertas incríveis:os americanos estão doentes de cansaço. Diabetes,
doenças do coração, câncer e depressão são enfermidades que crescem em
nossa população e estão ligadas à falta de uma boa noite de sono.

Quando não dormimos o suficiente, em sincronia com a exposição sazonal


à luz, estamos alterando um equilíbrio da natureza que foi programado em
nossa fisiologia desde o Primeiro Dia. A obra revela por que as dietas ricas
em carboidratos, recomendadas por muitos profissionais da saúde, não são
apenas ineficazes, mas também mortais; por que a informação que salva
vidas e que pode reverter tudo é um dos segredos mais bem guardados de
nossos dias.
Com o livro, o leitor saberá que:

• perder peso é tão simples quanto uma boa noite de sono

• temos compulsão por carboidratos e açúcar quando ficamos


acordados depois que escurece

• a incidência de diabetes tipo II quadruplicou

• terminaremos como os dinossauros, se não comermos e dormirmos


em sincronia com os movimentos planetários.

T.S.WILEY e BENT FORMBY, Ph.D., são pesquisadores que trabalharam


juntos no Sansum Medical Research Institute em Santa Barbara, na
Califórnia – o centro de pesquisas de ponta sobre diabetes desde que a
insulina foi sintetizada pela primeira vez, lá mesmo, na década de 1920.

Para adquirir este livro:


EDITORA CAMPUS
Ligue grátis: 0800-265340
e-mail: info@campus.com.br
www.campus.com.br

http://www.livrariasaraiva.com.br/

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