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Disciplina: Português
Módulo 12 – Texto Narrativo
Neo-realismo
“Uma Abelha na Chuva” de Carlos de
Oliveira
Professora: Sónia Taira
Índice
Introdução......................................................................................................................................................3
Perfil biográfico – Carlos de Oliveira..............................................................................................................4
História Literária........................................................................................................................................5
Contextualização da corrente literária do Neo-Realismo.............................................................................6
Análise da obra – Acção.................................................................................................................................7
Personagens...................................................................................................................................................8
Casal da acção principal:...........................................................................................................................8
Álvaro Silvestre:....................................................................................................................................8
Maria dos Prazeres Pessoa de Alva Sancho… Silvestre:.......................................................................8
Casal da acção secundária:........................................................................................................................8
O tempo.........................................................................................................................................................9
Tempo da História:....................................................................................................................................9
Tempo Psicológico:....................................................................................................................................9
O Espaço......................................................................................................................................................10
Espaço Físico – Exterior:..........................................................................................................................10
Espaço Físico – Interior:...........................................................................................................................11
Espaço Social:..........................................................................................................................................12
Espaço Psicológico:..................................................................................................................................12
Título da Obra..............................................................................................................................................13
Símbolos e ideologia:..............................................................................................................................14
Água:...................................................................................................................................................14
Fonte:..................................................................................................................................................14
Chuva:.................................................................................................................................................14
Poço:...................................................................................................................................................14
Abelha:................................................................................................................................................14
Mel:.....................................................................................................................................................14
Estábulo:.............................................................................................................................................14
Importância da água na obra.......................................................................................................................15
Relação de Álvaro Silvestre com a água......................................................................................................16
Citações........................................................................................................................................................17
Conclusão.....................................................................................................................................................18
Web grafia....................................................................................................................................................19
Introdução
Carlos de Oliveira foi um dos iniciadores do movimento neo-realista. Tal como
Fernando Namora e Manuel da Fonseca, por exemplo, iniciou-se no programa estético
e na prática literária do neo-realismo através da poesia, com inclusão de poemas no
Novo Cancioneiro, colecção poética nascida em Coimbra, em 1941. O discurso poético
preferencial era de feição social e privilegiava temas ligados á estética neo-realista,
como é o caso do tema da terra como espaço de projecção de conflitos. Dentro desta
temática encontramos livros como Terra, de Fernando Namora, Planície, de Manuel da
Fonseca, e Turismo, de Carlos de Oliveira. Com este livro, Carlos de Oliveira põe em
prática os princípios neo-realistas. A evocação de espaços como a Amazónia e
Gândara, que servem de cenário à ficção, conduzem-nos directamente a nessa
preferência pela temática da terra, já utilizada no Novo Cancioneiro. No entanto outras
temáticas vão surgindo e vão dando conta da evolução do escritor, cada vez mais
preocupado com a elaboração formal característica da sua poesia mais recente. Da
importância dos conflitos sociais evidenciados na primeira fase, passa-se a um
processo de analise mais complexo através da inclusão de métodos técnico -
narrativos alheios ao programa neo-realista, de confronto entre níveis temporais
distintos, da subjectividade difundida pela corrente de consciência das personagens da
representação simbólica, tal como a encontramos em Uma Abelha na Chuva.
Pode dizer-se que Carlos de Oliveira tem do neo-realismo uma visão esclarecida
colocada como personagens das suas obras indivíduos condicionados pela história, o
que explica os representantes de todas as classes sociais (e não apenas o povo) que
surge no conjunto da sua obra. Embora o povo esteja sempre presente nos seus
romances, a sua atenção detém-se também, nos pequenos - burgueses, comerciantes,
proprietários, funcionários do estado, industriais. Mas a vida destas personagens não
está apenas dependente dos jogos de forca e de luta face ao poder económico e
político. O romancista confere importância à vida interior das personagens, aos
problemas psicológicos que as destroem, aos conflitos de gerações, a condição
feminina, aspectos da realidade humana que escaparam muitas vezes a explicação
pela luta de classes e pela economia.
Assim sendo, as personagens de Carlos de Oliveira são indivíduos com vida interior e
problemática próprias, embora se identifiquem com as circunstâncias sociais,
históricas e conhecidas, constituindo-se como personagens - tipo. Embora
evidenciando os destinos individuais, as personagens integram-se num todo familiar
e/ou social, tendo como objectivo a busca de uma burguesia inconsciente e explorada.
História Literária
Personagens
Álvaro Silvestre: pelo facto de ser curto revela que não tem linhagem. Álvaro
vem de "alvo" que significa branco, puro, honesto e virtuoso. Silvestre significa que é
próprio da selva, que é selvagem, bravio, agreste e inculto.
Maria dos Prazeres Pessoa de Alva Sancho… Silvestre: o seu nome extenso
representa a sua linhagem, Prazeres só mentais.
O casal Silvestre não se dava nada bem, devido às suas desigualdades sociais e
devido a ser um casamento por conveniência. A família de Maria dos Prazeres ficou
pobre e ela teve de casar com Álvaro um lavrador endinheirado que possui-a algumas
terras. Maria dos Prazeres amava o irmão de Álvaro, Leopoldino, que estava em África
e que regressava em breve. Álvaro bebia para esquecer que sua esposa o desprezava e
que estava agora na falência pois tinha vendido tudo o que tinha de herança. Ele
amava Maria mas ela não queria nada com ele. Sentia desejo pelo cocheiro (ruivo).
Clara, filha de mestre António, é uma jovem saudável, bonita, apaixonada por
Jacinto, o cocheiro dos Silvestre, aquele que D. Maria dos Prazeres vê como “uma
moeda de oiro, rebrilhando à luz do sol”.
É num do s encontros entre ambos que ficamos a saber que a jovem Clara está
grávida do namorado, que, no entanto, parece sinceramente apaixonado e quer casar
com ela. Esse casamento também não é fácil realizar-se uma vez que o pai da moça vê
na filha a sua única possibilidade de sair da miséria em que tem vivido, casando-a
(vendendo-a), a um lavrador abastado que a “compre” pela sua beleza.
No Cap. XV, ficamos a saber que o patrão Silvestre ouviu o diálogo entre os dois
namorados e que, subitamente, um raio fere de morte os seus ouvidos: o nome da sua
esposa é pronunciado por Jacinto, com ironia e resquícios de ciúme, refere o olhar
cobiçoso com que a patroa o olha, e Clara começa por ver a “outra” como potencial
inimiga.
Mas o jovem par, desconhecedor da presença do patrão continuou nas suas
promessas de amor, aprontando uma fuga que impeça as ameaças do pai de Clara ao
casamento dos dois, e ao mesmo tempo para revelar a força do amor e optimismo que
move tudo em quem o sente.
O tempo
Tempo da História:
1º Período: entre as cinco horas de uma quinta-feira do mês de Outubro (Cap. I) e a manhã do dia
seguinte (Cap. XVI).
2° Período: duração de 24 horas do dia de sexta-feira (Cap. XVI - XXVI)
3° Período: o dia de sábado até o amanhecer de domingo (Cap. XXVII - XXXV)
Tempo Psicológico:
O Espaço
Espaço Social:
Espaço Psicológico:
Título da Obra
Símbolos e ideologia:
Poço: Do poço se recolhe a água, sendo por isso um espaço de origem da vida. No
entanto, Clara atira-se ao poço, acabando por provocar-lhe a morte, como se fosse castigada
pela ousadia de projectar uma outra vida sem o apoio do pai.
Abelha: Portanto o símbolo da abelha serve, numa primeira utilização, para vincar,
pela negativa, o que, de degradado e imperfeito existe num determinado nível social. Clara
que juntamente com Jacinto forma um casal equilibrado onde reina a harmonia, tal como na
colmeia. O Jacinto tem nome de flor da qual Clara se alimenta para produzir mel, o filho. O
zangão é o Jacinto que após a cópula com a abelha morre. No último capítulo, a referência é a
de que a abelha foi apanhada por uma chuva forte, da qual não consegue sair ou abrigar-se
pelo que tentou debater-se, mas acabou por morrer. Tudo estava contra ela, pelo que não se
conseguiu defender, era uma luta injusta. Dr. Neto também tem todas as qualidades da
abelha, para além de ser ele próprio apicultor.
Álvaro Silvestre tem uma relação simbólica com a chuva (água). Interioriza-a,
como se nela quisesse auto dissolver-se. Sente por ela uma atracção íntima, um
hidrotropismo. Mas para Álvaro Silvestre, o símbolo da água não sublinha mais que a
situação psicológica: estas mantêm-se no impasse, igual a si mesma, numa espécie de
estagnação total, embora transformando os outros em inocentes íntimos, em «abelhas
na chuva».
Não é contudo, sob a forma de tempestade, que o símbolo melhor se adapta à
fragilidade psíquica de Álvaro Silvestre, personagem viscosa, em decomposição, em
ruína; mas antes sob a forma de «morrinha» (pág. 31), de «orvalho» (pág. 67 e 86), de
«moinha» (Ibid.), de «poeira húmida» (pág. 68), de «névoa, aquosa e fina» (pág. 89).
Combinada com a terra, aparece metonimicamente grudada à personagem de Álvaro
Silvestre, como ao barro do oleiro, ou como à terra seca, para formar lama. E não é por
acaso, que o marido de D. Maria dos Prazeres surge do início ao termo da narrativa,
física e moralmente enlameado: “ As tuas botas, homem!
– Repreende-o a mulher, que lhe resume a viagem a Corgos, em termos de «duas
léguas de lama, a corta-mato, na iminência do temporal» ” (pp.16 e 17)
Enfim, um atoleiro, um «lamaçal» (pág. 30), em que se enterram cada vez mais as
botas e a vida da personagem: “... Botas enlameadas... “ (pp. 15 e 16), “... Chapadas de
água enlameada... “ (pág. 20), “... Campos molhados... “ (pág. 85), “... Coberto de
lama... “ (pág. 101).
Citações
Conclusão
Desta obra, podemos tirar uma conclusão, que embora o homem tenha os seus
defeitos ou todos os seus quês, temos ao viver em sociedade, e aprender a conviver
com todos os outros seres, tendo eles ou não os mesmos ideais, classes ou raças, e
acima de tudo, temos que nos compreender a nós próprios, enfrentar os nossos
problemas pessoais, para assim melhorarmos a vivência e a convivência neste
“enxame” global.
Web grafia
http://www.passeiweb.com/na_ponta_lingua/livros/analises_completas/u/uma_abel
ha_na_chuva
http://www.pgletras.uerj.br/palimpsesto/num6/estudos/AndrezzaNora-Entre%20o
%20mel%20e%20o%20fel.pdf
http://portuguesnanet.com.sapo.pt/abelha.htm
http://auladeliteraturaportuguesa.blogspot.com/search/label/Carlos%20de
%20Oliveira%3A%20Uma%20Abelha%20na%20Chuva
http://matematicas.no.sapo.pt/carlos.html
http://www.google.com/#hl=pt-
BR&q=uma+abelha+na+chuva.docx&aq=f&aqi=&aql=&oq=&gs_rfai=&fp=1&cad=b
http://www.google.com/#q=uma+abelha+na+chuva+simbologia+e+ideologia&hl=pt-
BR&start=10&sa=N&fp=1&cad=b
http://pt.wikipedia.org/wiki/Uma_Abelha_na_Chuva
http://www.infopedia.pt/$uma-abelha-na-chuva
http://pt.shvoong.com/books/novel-novella/1732059-uma-abelha-na-chuva/
http://www.portaldaliteratura.com/livros.php?livro=2036