Você está na página 1de 8

ESTE ARTIGO FOI DISTRIBUÍDO POR:

http://bpi.110mb.com
ou
http://livrosbpi.com

CEL – Célula de Entretenimento Libertário - Célula BPI


BPI – Biblioteca Pública Independente

DICIONÁRIO NIILISTA
JOHN ZERZAN
Comunidade
Co-mu-ni-da-de – s. 1. um corpo de pessoas com os mesmos interesses. 2. [Ecol.] um
agregado de organismos com relações de mutualismo. 3. um conceito invocado para
estabelecer solidariedade, geralmente quando a base para tal afiliação está ausente ou
quando o conteúdo atual dessa afiliação contradiz o objetivo político da solidariedade.
Comunidade, palavra que obviamente significa mas que, digamos, vizinhança, é um
termo muito enganoso mas um critério contínuo de valor radical. De fato, todos os tipos
de pessoas recorrem a ele, de acampamentos pacifistas próximos de áreas de testes
nucleares até esquerdistas do tipo “servir ao povo” com seu direcionamento de
sacrifício-e-manipulação aos colonizadores africanos proto-fascistas. É invocado por
uma variedade de propósitos e objetivos, mas como uma noção libertadora é uma
ficção. Todos sentem a falta da comunidade, porque a irmandade humana deve lutar, até
para remotamente existir, contra o que a “comunidade” é na realidade. A família
nuclear, a religião, a nacionalidade, o trabalho, a escola, a propriedade, a especialidade
de papéis – algumas combinações dessas ciosas parecem comprometer toda comunidade
sobrevivente desde a imposição da civilização. Então estamos lidando com uma ilusão,
e argumentar que alguma forma qualitativamente superior de comunidade é permitida
dentro da civilização é afirmar a civilização. A positividade promove a mentira de que o
autenticamente social pode co-existir com a domesticação. A respeito disso, o que
realmente acompanha a dominação, como comunidade, é no máximo o protesto de
classe-média de “respeite o sistema”.
Fifth Estate, por exemplo, recorta sua crítica (parcial) da civilização sustentando a
comunidade e amarrando ela em cada uma de suas outras sentenças. Às vezes parece
que um ocasional filme de Hollywood (e.g. Emerald forest, Dança com lobos)
ultrapassa nossos jornais anti-autoritários mostrando que a solidariedade surge da nãocivilização
e seu combate com a “comunidade” da modernidade industrial.
Jacques Camatte discutiu o movimento do capital de um estágio de dominação formal
para um de dominação real. Mas a parece haver terrenos significantes onde projetar a
erosão contínua do apoio para a comunidade existente e o desejo genuíno de
solidariedade e liberdade. Como Fredy Perlman colocou, próximo do fim do seu
excepcional Against His-Story, Against Leviathan!: “O que se sabe é que o Leviatã, o
grande artífice, simples e global pela primeira vez, na Sua-estória, está decompondose...
É uma boa hora para as pessoas deixarem sua sanidade, suas máscaras e armaduras,
e ficarem loucas, pois elas já estão sendo ejetadas de suas belas polis”.
A recusa da comunidade pode ser considerada um isolamento auto-destrutivo, mas
parece preferível, mais saudável, do que declarar nossa submissão à fabrica diária de um
crescente mundo auto-destrutivo. Alienação aumentada não é uma condição escolhida
por aqueles que insistem no verdadeiramente social sobre o falsamente comunal. Está
presente em qualquer caso, pelo conteúdo da comunidade. Oposição ao estranhamento
da existência civilizada, pacificada, deve pelo menos chegar a nomear este
estranhamento ao invés de celebrá-lo chamando-o de comunidade.
A defesa da comunidade é um gesto conservador que se afasta da ruptura radical
necessária. Por que defender aquilo para o qual somos reféns? Na verdade, não há
comunidade. E só abandonando aquilo que é passado com este nome podemos nos
mover para resgatar a visão da comunidade e a vibrante conectividade num mundo que
não carrega nenhuma semelhança com este. Só uma “comunidade” negativa, baseada
explicitamente no desprezo pelas categorias da comunidade existente, é legítima e
apropriada para nossas intenções.
Cultura
Cul-tu-ra. Geralmente interpretada como a soma dos costumes, idéias, artes, padrões
etc. de uma determinada sociedade. A civilização frequentemente é tida como um
sinônimo da cultura, nos lembrando que o cultivo - como na domesticação - também
estão inclusos. Os situacionistas, em 1960, consideravam que "a cultura pode ser
definida como o conjunto de significados pelos quais a sociedade pensa de si mesma, e
se mostra a si mesma". Tomando entusiasticamente, Bartnes observou que a cultura é
"uma maquina de mostrar a você o desejo. Desejar, sempre desejar, mas nunca
entender”.
A cultura já foi mais respeitada, aparentemente, algo "pelo qual viver". Agora, ao invés
de nos referimos em como deterioramos a cultura, a ênfase é em como a cultura tem nos
deteriorado. Definitivamente algo trabalhando e que nos bloqueia, não satisfaz e se faz
mais evidente enquanto nos deparamos globalmente e dentro nós a morte da natureza. A
cultura, ao contrário da natureza, cresce desordenadamente, amarga, e se esvai enquanto
nos sufocamos num ar cada vez mais rarefeito da atividade simbólica. A cultura, mais
ou menos desenvolvida, é a mesma prisão de consciência, o simbólico como agente
repressivo.
A cultura é inseparável do nascimento e da continuidade da alienação, sobrevivendo,
como sempre, como uma compensação, uma troca do real pela sua coisificação. A
cultura incorpora a divisão entre a totalidade e partes do todo, se transformando em
dominação. Tempo, linguagem, número, arte cultural, são imposições com vida própria
que tem nos dominado.
As revistas e os jornais agora estão repletos com artigos lamentando a propagação da
ignorância cultural e da amnésia histórica, duas condições que definem uma doença
básica na sociedade. Em nossa época pós-modernista, a moda varia de um dia para o
outro, assim como continuam a crescer o uso de drogas pesadas, o suicídio e
desequilíbrio emocional. Há um ano atrás peguei uma carona de Berkley para Oregon
com uma estudante do último período da Universidade da Califórnia, e em algum lugar
ao longo da estrada pedi, depois de conversar sobre a década de 60, entre outras coisas,
para ela descrever sua própria geração. Ela falou de seus colegas em termos como sexo
sem amor, uso de heroína, de "uma sensação de desespero mascarado pelo
consumismo”.
Enquanto isso, a negação em massa continua. Em uma recente coletânea de ensaios
sobre a cultura, DJ. Enright oferece o sábio conselho que diz que "quanto mais
comumente a miséria e o descontentamento pessoal são manifestados, mais elas têm
domínio sobre nós”.Desde que a ansiedade tem buscado o refúgio através da forma
cultural e da expressão, na abordagem simbólica da autenticidade, nossa condição
provavelmente não tem sido essa falência tão explícita. Em "Deliberate Regression"
(Regressão Deliberada) de Robert Harbison é outro trabalho que mostra a total
ignorância a respeito do vazio fundamental da cultura: "a história de como o entusiasmo
pelo primitivo e a crença de que a salvação está em uma desaprendizagem, acaba por ser
uma força em quase todos os campos do pensamento.”
Certamente as ruínas estão aí para todos verem. Da arte esgotada na forma da
"gororoba" reciclada do pós-modernismo, aos tecnocratas pós-estruturalistas como
Lyortad, que acham em bancos de dados "a Enciclopédia do amanhã... a 'natureza' para
o homem pós-moderno", incluindo formas impotentes pronunciadas de "oposição"
como "micropolíticos" e "esquizopolíticas", é que estão pequenos porém obvios
sintomas de uma fragmentação e desespero geral. Peter Sloterdiijk (Crítica da Razão
Cínica) aponta que o cinismo é o fundamental, o ponto de vista difundido, que
atualmente é o melhor que a negação tem a oferecer.
Mas o mito da cultura irá conseguir sobreviver enquanto nosso sofrimento fracassar em
nos forçar a confrontá-la, e o cinismo também existirá enquanto permitirmos a cultura
existir no lugar da vida não mediada.
Divisão de trabalho
Di-vi-são de tra-ba-lho. 1. Especificamente o colapso. 2.A fragmentação ou redução da
atividade humana em trabalhos separados que é a prática raiz da alienação;
especialização básica que faz a civilização surgir e desenvolver.
A relativa plenitude da vida pré-civilizada foi primeiramente e principalmente uma
ausência de limitações, reduzindo a separação de pessoas em papéis e funções
diferenciadas. A fundação de nossa redução e potencialidades sentidas tão acuadas hoje,
face ao reino da esperteza, é a divizão de trabalho. Não é casual que os ideólogos chaves
da civilização tem se empenhado fortemente em justificá-la . Em "A Republica" de
Platão, por exemplo, somos ensinados que a origem do estado rezide numa "natural
desigualdade humana" que esta encorporada na divisão de trabalho. Durkheim celebrou
um mundo fracionado e desigual descobrindo que a pedra fundamental da
"solidariedade humana" seu valor essncial é - adivinhe.
Antes de Durkhein , de acordo com Franz Borkenau, foi o grande aumento da divisão
de trabalho, ocorrido por volta de 1600 que introduziu a categoria abstrata de trabalho, a
qual pode ser dita basicamente que possibilitou a aparição da, totalmente moderna,
noção cartesiana de que nossa existência física é meramente objeto de nossa consciência
(abstrata).
Na primeira afirmação de " A Riqueza das Nações" (1776) Adam Smith previu a
essência da industrialização pela determinação de que a divisão de trabalho representa
um aumento qualitativo na produtividade . Vinte anos depois, Schiller reconheceu que
que a divisão de trabalho produziu uma sociedade na qual seus membros eram
inabilitados de desenvolver sua humanidade. Marx pode ver ambos aspectos: "como um
resultado da divisão de trabalho," o trabalhador é "reduzido a condição de maquina".
Porém , decisivo foi a devoção de Marx pela produtividade plena como condição
essencial para a libertação. A miséria humana ao longo do desenvolvimento do
capitalismo Marx viu como um mal necessário.
O marxismo não pode escapar desta marca determinante da escolha em favor da divisão
de trabalho, e suas principais vozes refletem esta idéia. Lukacs, por exemplo, preferiu
ignorar, observando apenas os "efeitos coisificantes da forma dominante do produto"
em sua preocupação com o problema da consciência do proletariado. E.P. thompson
compreendeu que com o sistema de fábricas, " o caráter estrutural do trabalhador
rebelde pré-industrial ou artesão foram violentamente modificados em trabalhadores
individuais submissos." Porém, dedicou, surpreendentemente, pouca atenção a divisão
de trabalho, o mecanismo central pelo qual esta modificação foi realizada. Marcuse
tentou conceitualizar uma civilização sem repressão, enquanto demonstrou amplamente
a incompatibilidade entre ambos. Em concessão a "naturalidade" inerente a divisão do
trabalho, Marcuse julgou que o " exercício racional da autoridade " e o
"desenvolvimento do todo" dependem da divisão de trabalho, enquanto algumas paginas
depois ( em Eros e Civilização ) diz que o "trabalho que alguem desempenha se torna
mais alienado, quanto mais especializado a divisão de trabalho se torna."
Ellul compreendeu como "a faca afiada da especialização passou como uma navalha
na carne fresca", como a divisão de trabalho causa a ignorância de um "universo
fechado" amputando o sujeito dos demais e da natureza. De forma similar Horkheimer
rezumiu esta debilidade: "assim , por todas suas atividades individuais são feitos mais
passivos, por todo seu poder sobre a natureza eles se tornam mais impotentes em
relação a sociedade e a eles mesmo." Por estas linhas, Foucault enfatizou a
produtividade como a principal repressão contemporânea.
Porém, o pensamento marxista recente continua na armadilha de ter que, ultimamente,
elevar a divisão de trabalho pelo bem do progresso tecnológico. Trabalho e Monopólio
Capital, excelente livro de Braverman, em muitos pontos explora a degradação do
trabalho, mas cosidera isto principalmente como um problema de perda da "vontade e
ambição de tomar o controle da produção das mãos dos capitalistas." No livro
Psychosocial consequences of Natural and Alienated Labor ( Consequências
psicosociais do trabalho natural e alienado) de Shwabbe, é dedicado ao fim de toda a
dominação na produção e projeta uma auto-gestão da produção. A razão, obviamente,
pelo que ele ignora a divisão de trabalho é por ela ser inerente a produção; ele nao vê
que é contraditório falar em libertação e produção num mesmo folego.
A tendência da divisão de trabalho tem sempre sido o trabalho forçado da engrenagem
intercambiavel em um cada vez mais autonômo aparato inabalável ao desejo. O
barbarismo dos tempos modernos ainda é a escravização tecnológica, ou seja, a divisão
de trabalho. "A especialização " escreveu Gideon, "caminha adiante sem trégua", e hoje,
mais do que nunca, podemos sentir o mundo arido e não erótico a que isto nos levou.
Robbinson Jeffers decidiu: "não acho que a civilização industrial vale a distorção da
natureza humana, e a mesquinharia e a perda de contato com a terra que isto implica."
Enquanto isso, o contínuo mito da "neutralidade" e "inevitabilidade" do
desenvolvimento tecnológico é crucial para sujeitar todos ao julgo da divisão de
trabalho. Aqueles que se opõem a dominação enquanto defendem seu núcleo principal
são perpetuadores de nossa prisão. Considere Guatarri, pós-estruturalista radical, aquele
que descobre que desejos e sonhos sejam possíveis "mesmo em uma sociedade com
alto desenvolvimentro industrial e serviços de informação público altamente
desenvolvidos, etc." Nosso oponente francês da alienação zomba do ingênuo que
detecta a "maldade essencial das sociedades industriais", mas oferece a prescrição que "
a atitude totalitária de especialistas necessita questionamento", não a existência de
especialistas, claro, meramente suas "atitudes".
A questão " o quanto da divisão de trabalho poderiamos rejeitar?" a resposta, acredito
eu,é a pergunta: "o quanto de plenitude para nós e o planeta queremos?"
Feral
Fe-ral adj. Selvagem, ou existente em um estado natural, assim como ocorre com
animais ou plantas; o que foi revertido da domesticação ao estado selvagem.
Nós existimos em uma "paisagem de ausência" na qual a vida real está sendo
sistematicamente escoada pelo trabalho degradante, o falso ciclo do consumismo e das
futilidades mediadas pela dependência tecnológica. Hoje em dia não é só o estereótipo
do yuppie viciado em trabalho que tenta enganar seu desespero através da atividade,
preferindo não contemplar um destino não menos estéril do que o do planeta e a
subjetividade (domesticada) em geral. Todavia nós somos confrontados pelas ruínas da
Natureza e pela ruína de nossa própria natureza, a absoluta grandeza do amontoado de
insignificâncias e inautenticidade por um tanto de mentiras. Ainda é trabalho monótono
e envenenamento para a vasta maioria. Enquanto uma pobreza mais absoluta que a
pobreza financeira deixa mais desolada a zona morta universal da civilização.
Potencializados por computadores? Mais para infantilizados. Uma era de informação
caracterizada pela comunicação intensificada? Não, pelo que poderia pressupor
experiências que valeriam a comunicação.
Um tempo de imprecedente respeito pelo individuo? Tradução: a escravidão assalariada
necessita da estratégia do trabalhador autônomo na produção para evitar a contínua crise
da produtividade, e as pesquisas de mercado devem direcionar cada "estilo de vida" ao
interesse da cultura do consumidor.
Nessa sociedade invertida, a solução para o massivo uso alienado e induzido de drogas é
um bloqueado na mídia, com resultados tão embaraçantes quanto às centenas de
milhões de gastos fúteis contra o aumento da abstenção eleitoral. (em muitos estados
dos Estados Unidos o voto é facultativo). Enquanto isso a TV, que é a voz e a alma do
mundo moderno, sonha em vão atrair a atenção ao crescimento da ignorância e do que
restou da saúde emocional através de propagandas de trinta segundos ou menos. Na
cultura industrializada de depressão irreversível, do isolamento e do cinismo, o espírito
será o primeiro a morrer, e a morte do planeta será apenas uma lembrança tardia. Assim
será, ao menos que apaguemos essa ordem podre, com todas as suas categorias e
dinâmicas.
Enquanto isso, o desfile de oposições parciais (portanto falsas), continua pelos seus
caminhos habituais. Há os Verdes (partidos de cunho ambiental) e similares que tentam
prolongar a vida do eleitorado, baseados na mentira de que é válido uma pessoa poder
representar outra; esses tipos poderiam perpertuar apenas mais um espaço para o
protesto, ao invés de ir direto à raiz da questão. O "movimento" pacifista exibe, em cada
(uniformemente patético) gesto, que ele é o melhor amigo da autoridade, da propriedade
e da passividade. Só para ilustrar: em maior de 1989, no vigésimo aniversário da luta
pelo Parque do Povo de Berkleya, milhares de pessoas lutaram de forma admirável,
destruindo 28 estabelecimentos comerciais e ferindo 15 policiais; Julia Talley, porta-vos
do movimento pacifista declarou que "essas manifestações não possuem lugar no
movimento pacifista". O que traz à toana os fatais estudantes irresponsáveis na Praça
Tiananmen, depois que o massacre de 3 de Junho começou, tentando impedir os
trabalhadores de lutar contra as tropas do governo. E a verdade é que a universidade é a
fonte número um da estrangulação lenta conhecida como reforma, a recusa do
rompimento qualitativo com a degradação. O Earth First! reconhece que a domesticação
é a questão fundamental (ex. de que a própria agricultura é maligna), mas muitos de
seus membros não vêem que nossa espécie possa se tornar selvagem novamente.
Os ambientalistas radicais entendem que a transformação de florestas nacionais em
áreas de extrativismo legalizado é meramente parte do projeto que também busca a
própria eliminação dessas áreas. Mas terão que buscar o selvagem em todos os lugares,
não só em áreas selvagens que são vistas como reservas isoladas.
Freud viu que não há civilização sem a renúncia forçada dos instintos, sem uma coerção
monumental. Mas, devido as massas estarem basicamente "ociosas e ignorantes", a
civilização é justificável segundo Freud. Este modelo ou prescrição foi baseado na idéia
de que a vida antes da civilização era brutal e miserável, uma idéia que tem sido
surpreendentemente invertida nos últimos 20 anos. Em outras palavras, antes da
agricultura, a humanidade existiu num estado de graça, tranquilidade e em comunhão
com a natureza que hoje dificilmente poderíamos compreender. A perspectiva da
autenticidade surge nada menos do que a partir de uma dissolução total da estrutura
repressora da civilização, da qual Freud descreveu como "algo que foi imposto a uma
maioria resistente por uma minoria, que sabia como obter a posse dos meios do poder e
coerção." Nós podemos ainda continuar pelo caminho da domesticação e destruição ou
irmos em direção à revolta otimista, apaixonada e selvagem, que aspira em dançar sobre
as ruínas de relógios, computadores, e a destruição da imaginação e vontade o qual
chamamos de trabalho. Podemos justificar nossas vidas por algo menos que esta política
de raiva e sonhos?
Sociedade
Sociedade. Do latim socius, Companhia. 1. Uma congregação organizada de indivíduos
e grupos relacionados. 2. Aparato totalizador, avançando as custas do indivíduo, da
natureza e da solidariedade humana.
A sociedade em todos os lugares esta sendo impulsionada pela rotina do trabalho e
consumo. Este movimento cego e induzido, tão distante de um estado companheirismo,
não toma lugar sem agonia e desafeto. O "ter mais" nunca compensa o "ser menos",
como prova o aumento do vício em drogas, trabalho, exercício, sexo, etc. Virtualmente
qualquer coisa pode ser e é usada excessivamente em busca de satisfação numa
sociedade em que sua característica é a negação da satisfação. Mas tal excesso ao menos
fornece a evidencia do desejo por realização, o que é, uma imensa insatisfação com o
que esta diante de nós.
Os charlatões fornecem todo tipo de escapismo, por exemplo. A panacéia New Age, um
repugnante misticismo materialista em escala massiva: fraco e pensativo, aparentemente
incapaz de investigar qualquer parte da realidade com coragem ou honestidade. Para os
praticantes da New Age, psicologia não é nada mais do que uma ideologia e sociedade é
irrelevante.
Entretanto, Bush (provavelmente Bush pai, N.do T.), avalia: "gerações nascendo
entorpecidas no desespero", foi previsivelmente o suficiente asqueroso para culpar as
vítimas citando seus "vazios de moral". A profundidade da estado de miséria deve ser
melhor refletido pela informação federal divulgada em 19/09/91, sobre estudantes do
ensino superior, que foi descoberto que ao menos 27% dos estudantes "pensaram
seriamente" sobre suicídio no ano anterior.
Poderia ser que o social, com sua crescente evidência da alienação - depressão em
massa, a recusa da alfabetização, o aumento das desordens psíquicas, etc. - deveria ser
finalmente ser registrado politicamente. Tal fenômeno como o contínuo declínio da
participação eleitoral (nos EUA o voto é facultativo) e a profunda descrença no governo
levou a Kettering Foundation, em junho de 1991, a concluir que "a legitimidade de
nossas instituições políticas é mais problemática do que nossos lideres imaginam", e em
outubro do mesmo ano, um estudo de três estados (como noticiou o colunista Tom
Wicker em 14/10/91) levou a perceber "um perigoso abismo entre os governantes e os
governados".
O desejo por uma vida e por um mundo não-mutilado no qual viver colide com um fato
deprimente: é fundamental para o progresso da sociedade moderna a necessidade
capitalista insaciável por crescimento e expansão. O colapso do capitalismo de estado
na Europa Oriental e na União Soviética, deixou apenas a variedade "triunfante" do
mesmo, no comando, mas agora confrontado insistentemente com contradições muito
mais sérias do que as que supostamente venceu em sua pseudo-luta contra o
"socialismo". Obviamente, o industrialismo soviético não foi qualitativamente diferente
do que qualquer variante do capitalismo, e ainda mais importante, nenhum sistema de
produção (divisão de trabalho, dominação da natureza, e escravismo trabalhe e pague
em maiores ou menores doses) pode permitir a felicidade humana ou a sobrevivência
ecológica.
Podemos ver agora uma vista aproximada de todo o mundo como um moribundo tóxico
e sem ozônio. Quando uma vez a maioria das pessoas procuravam a tecnologia como
uma promessa, agora sabemos com certeza que isto nos matará. Computadorização,
com seu tédio congelado e veneno dissimulado, expressa a trajetória da sociedade,
estruturada elegantemente aparte da existência sensual e encontrando sua apoteose atual
na Realidade Virtual.
O escapismo da Realidade Virtual não é o maior problema, quem de nós poderia
prosseguir sem escapes? Do mesmo modo, isto não é tanto uma diversão da consciência
como é uma consciência de completo distanciamento do mundo natural. A Realidade
virtual testemunha uma profunda patologia,
recordando as telas barrocas de Rubens que mostram cavalheiros com armaduras
rodeados, porém separados, de mulheres nuas. Aqui os tecnojunkies "alternativos" da
Whole Earth Review, promotores pioneiros da Realidade Virtual, mostram suas
verdadeiras cores. Um fetiche de "ferramentas", e uma total carência de interesse em
criticar as direções da sociedade, direcionados a glorificação do paraíso artificial da
Realidade Virtual.
O vazio consumista da simulação e manipulação de alta tecnologia deve seu domínio a
duas tendências crescentes na sociedade, especialização do trabalho e o isolamento de
indivíduos. Deste contexto emerge o mais terrível aspecto do mal: isto tende a ser
comprometido por pessoas que não são particularmente más. A sociedade, que de
nenhuma maneira poderia sobreviver a uma inspeção de consciência é preparada para
prevenir tal inspeção.
As idéias dominantes e opressivas não permeiam totalmente a sociedade, ao invés, seu
sucesso é garantido pela natureza fragmentada da oposição e elas. Entretanto, o que a
sociedade teme mais é precisamente as mentiras que suspeitam sobre as quais ela esteja
construída. Este medo ou recusa é obviamente não o mesmo como começa a expor uma
força mortal de circunstâncias para as forças dos eventos.
Adorno notou na década de 1960 que a sociedade está crescendo mais e mais enganosa
e incapacitada. Ele previu que as discussões eventuais das causas da sociedade poderia
se tornar insignificantes: a própria sociedade é a causa. A luta por uma sociedade - se
ainda pode ser chamada de sociedade - face-a-face, em e do mundo natural, deve ser
baseada num entendimento da sociedade hoje como uma marcha fúnebre monolítica e
expansiva.
Niceism (agradavel-ismo - simpatismo)
Niceism. Tendência mais ou menos socialmente codificada, para se aproximar da
realidade em termos de "caso outros se comportam cordialmente". Tirania do decoro do
qual não permite o pensamento e atitudes individuais. Modo de interação baseado na
ausência de julgamento crítico ou autônomo.
Todos nós preferimos o que é amigável, sincero, prazeroso-agradável. Mas em um
mundo arruinado de crise difundida e real, o qual estaria fazendo com que todos nós
radicalmente revisemos todas as coisas; o agradável pode ser o falso.
A face da dominação é por muitas vezes a de um sorriso, uma face culta. Auschwitz
vem a mente, com seus administradores que desfrutam seu Goethe e Mozart.
Similarmente, não foram monstros com caras de mal que construíram a bomba-
Atomica, mas sim simpáticos liberais intelectuais. Ditto com referência àqueles que
têm uma vida computadorizada e aqueles que de outras maneiras são os mantedores
principais dessa ordem apodrecedora, como é o agradável homem-de-negócios (autoorientado
ou outra coisa) aquele que é a costela de uma existência cruel de trabalho-econsumo
através da dissimulação de seus horrores reais.
Casos de simpatismo incluem os “peaceniks”*, dos quais a ética de simpatia os colocam
- repetidas e repetidas vezes e novamente situações estupidas e ritualizadas nãovencedoras,
aqueles militantes da Earth First! (Terra em Primeiro!) que recusam
confrontar a interamente repreensível ideologia no topo de sua organização e o Fifth
State (Quinto Estado), das quais contribuições altamente importantes agora parecem
estar em perigo de um eclipse pelo liberalismo. Todos as causas de assuntos-únicos, do
ecologismo ao feminismo, e toda militância a seu serviço, são unicamente meios de
evasão da necessidade de uma ruptura qualitativa com mais do que somente com os
excessos do sistema.
O agradável como o inimigo perfeito do pensamento tático e analítico: Seja uma pessoa
que concorde; não deixe as idéias radicais criarem ondas de ressonância em seu
comportamento pessoal. Aceite os métodos pré-embalados e os limites da estrangulação
diária. Consentimento enraizado, a resposta condicionada para “jogue pelas regras”,
regras da autoridade - é a real Fifth Column*, a que esta entre nós.
No contexto de uma vida social estraçalhada que demanda o drástico como a resposta
mínima em relação a saúde, o simpatismo torna-se mais e mais infantil, conformista e
perigoso. Não pode garantir prazer, somente mais rotina e isolamento. O prazer da
autenticidade somente existe contra a moral da sociedade. O simpatismo nos deixa
todos em nossos lugares, confusamente reproduzindo tudo que supostamente odiamos.
Vamos parar de ser simpaticos com este pesadelo e com tudo que pode nos manter
preso nele.
Notas:
* fifth column - grupo clandestino ou facção de agentes subversivos que tentam minar a
solidariedade de uma nação de qualquer maneira. (Segundo enciclopédia Britannica)
* peaceniks - termo utilizado para designar pessoas que se opões a guerras e ações
violentas realizadas por governos. Pacifistas.
Progresso
Pro-gres-so: (arcaico) percurso oficial, guiado por regras. 2. desenvolvimento histórico
no sentido do avanço ou aperfeiçoamento. 3. marcha, percurso adiantado da história ou
civilização, como num show de horror ou uma viagem mortal.
Talvez nenhuma idéia na civilização ocidental tem sido tão importante quanto à noção
de progresso, como Robert Nisbet colocou, “tudo agora sugere que a fé ocidental no
dogma do progresso esta decaindo rapidamente em todos os níveis e esferas neste final
do século XX".
No mileu anti-autoritarismo, também, progresso caiu em tempos difíceis. Houve um
tempo em que os lideres sindicais,como seus companheiros próximos marxistas,
poderiam mais ou menos discursar com sucesso por mais marginal e insignificante, os
desinteressados em organizar suas alienações através de uniões, conselhos e similares.
Ao invés do tradicional respeito pela produtividade e produção (pilares do progresso)
um conceito ludita sobre as fabricas esta crescendo e o anti-trabalho um ponto de
partida fundamental para o dialogo radical. Até mesmo vemos alguns tomando gato por
lebre: os trabalhadores industriais do mundo presos pela segunda palavra (industrial)
poderiam ir mais adiante, recusando a primeira (trabalhadores) certamente não como
organização.
A crise ecológica é um claro fator em descrédito do progresso, porem como este dogma
de fé foi por tanto tempo uma questão ignorada, esquecida. Ha algum significado no
progresso, depois de tudo?
A sua promessa começou a ser notada, em vários aspectos, desde de o começo da
historia. Com a ascensão da agricultura e o inicio da civilização, por exemplo, a
destruição progressiva da natureza, extensas áreas do oriente médio, África e Grécia
foram transformadas em áreas desertas.
Em termos de violência, a transformação do modo de vida pacífico e igualitário do
coletor-caçador para a violência da agricultura/civilização foi rápida. "Vinganças,
feudos, guerras e batalhas parecem ter emergido juntas, e típicas de povos
domesticados", de acordo com Peter Wilson. E a violência certamente tem progredido
ao longo do tempo, desnecessário dizer, das armas estatais de destruição em massa aos
recentes assassinos em série.
A doença propriamente dita se encontra perto de ser associada à invenção da vida
civilizada, cada doença degenerativa conhecida faz parte da armadilha do
aprimoramento histórico. Da plenitude e vitalidade sensual da pré-história, ao presente
cenário de doenças endêmicas e sofrimentos psicológicos massivos - mais progresso.
O ápice do progresso é a atual era da informação, que incorpora progressiva divisão de
trabalho, de um tempo inicial de uma possibilidade de entendimento não mediado, ao
estagio onde conhecimento se transforma meramente em um instrumento da totalidade
repressiva, á corrente era cibernética onde dados são tudo o que resta. O progresso tem
colocado significado de si próprio ao vôo.
A ciência, a imagem do progresso, tem encarcerado e interrogado a natureza, enquanto a
tecnologia tem sentenciado a natureza (e a humanidade) ao trabalho forçado. Da divisão
original do ser que é a civilização, passando pela separação cartesiana da mente dos
restos dos objetos (incluindo o corpo) para nosso árido presente de alta tecnologia - um
movimento de fato estranho. Dois séculos atrás, dos primeiros inventores dos
maquinários industriais foram confrontados pelos trabalhadores têxteis ingleses sujeitos
aos maquinários, e tiveram como vilão todos, menos seus patrões capitalistas. Os
designers da escravidão computadorizada de hoje são respeitados como heróis culturais,
embora uma certa oposição começa a crescer.
Na ausência de uma grande resistência, a lógica interna do desenvolvimento da
sociedade de classes culminara, em seu ultimo estagio, em uma vida totalmente
tecnificada. E relação do progresso da sociedade a da tecnologia é cada vez mais
convergente. Walter benjamim, em sua ultima e melhor obra, teses sobre a filosofia da
historia, expressa de modo lírico:
"Uma pintura de Klee chamada ‘angelus novus’ mostra um anjo como se estivesse para
se afastar de algo que ele esta contemplando fixamente. Seus olhos observam com
atenção, suas bocas estão abertas suas asas estendias. É assim que se ilustrou o anjo da
historia. Sua face esta virada para o passado. Onde nós percebemos uma cadeia de
eventos, ele vê somente uma catástrofe que amontoa ruína sobre ruína e arremessa a
seus pés. O anjo gostaria de fica r acordar os mortos e refazer o que foi destruído, mas
uma tempestade esta vindo do paraíso; e atingiu suas asas com tanta violência que o
anjo não pode mais fecha-las. Esta tempestade o atira irresistivelmente para o futuro
para o qual esta de costas, enquanto o amontoado de ruínas por de traz dele cresce para
o céu. Esta tempestade é o que chamamos progresso”.
Tecnologia
Tec-no-lo-gia. Segundo a definição do dicionário webster: ciência aplicada ou
industrial. Na realidade: o conjunto da divisão de trabalho/produção/industrialismo e
seu impacto sobre nós e a natureza. A tecnologia é a soma das mediações entre nós e o
mundo natural , e a soma das separações mediando nós dos outros. É toda a exploração
e toxidade necessária para produzir e reproduzir o estagio de hiper-alienação em que
vivemos. É a textura e a forma de dominação em qualquer estágio de hierarquia e
comercialização.
Aqueles que insistem em dizer que a tecnologia é "neutra", "meramente uma
ferramenta" ainda não tem considerado o que esta em jogo. Junger, Adorno e
Horkheimer, Ellul e muitos outros autores de décadas passadas - sem mencionar a toda
esmagadora, porem inevitável verdade da tecnologia em sua global e pessoal badalada -
tem se dedicado a analisar o tópico. Trinta e cinco anos atrás o estimado filosofo Jasper
escreveu que a "tecnologia é apenas um meio, em si mesma nem boa nem ruim. tudo
depende do que o homem faz com ela, para quais propósitos servem ao homem, sob
quais condições se utiliza". Sexismo arcaico aparte, esta crença superficial na
especialização e no progresso técnico é visto cada vez mais como ridícula. Marcuse foi
infinitamente mais ao alvo quando ele sugeriu em 1964 que "o exato conceito da razão
tecnológica seja talvez ideológico, não apenas a aplicação da tecnologia, mas a
tecnologia por si mesma é dominação ... controle calculado, calculador, metódico,
cientifico". Hoje experimentamos esse controle como uma constante diminuição de
nosso contato com o mundo vivo, uma acelerada era da informação ostentada, drenada
por computadorização e envenenada pela morte, imperialismo domesticador do método
high-tech. Nunca antes as pessoas têm sido tão infantilizadas, feitas tão dependentes da
maquina para tudo; na medida em que a Terra se aproxima rapidamente de sua extinção
devido a tecnologia, nossas almas são retraídas e e niveladas por seu controle
penetrante. Qualquer senso de plenitude e liberdade pode apenas retornar pela abolição
da massiva divisão de trabalho que está no coração do progresso tecnológico. Este é o
projeto liberador em toda sua profundidade.
Obviamente, a literatura popular não reflete ainda uma atenta crítica do que é a
tecnologia. Alguns trabalhos celebram completamente a direção que estamos tomando,
por exemplo McCorduck em "Machines Who Think" (Maquinas que Pensam) e Simon
em "Are Computers Alive" (Os Computadores Estão Vivos) para mencionar os piores.
Outros livros ainda mais recentes parece oferecer um julgamento que finalmente se
colocam frente a propaganda de massas pró- tecnologia, porém falham
assombrosamente quando chegam as suas conclusões. Murphy, Mickunas e Pilotta
editaram "The underside of High-Tech: Technology and the Deformation of Human
Sensibilities" (O lado oposto da Alta tecnologia: Tecnologia e a deformação das
sensibilidades humanas) cujo agressivo titulo é completamente destruído por um fim em
que a tecnologia se tornara humana assim que mudarmos nossa arrogância sobre isto!
Bastante similar é Siegel e Markoff em "The High Cost of High Tech" (O Alto Custo da
Alta Tecnologia); Após capítulos detalhando os vários níveis de debilidade tecnológica,
mais uma vez aprendemos que é tudo uma questão de atitude: "Devemos, enquanto uma
sociedade, entender o total impacto da alta tecnologia se quisermos mudá-la para uma
ferramenta para o engrandecimento do conforto, da liberdade e da paz humana". Este
tipo de covardice e/ou desonestidade se deve, ao menos em parte, ao fato que os grandes
grupos editoriais não desejam publicar idéias fundamentalmente radicais.
A observação acima adentro ao idealismo não é uma nova tática de fuga. Martin
Heidegger, considerado por alguns o mais original e profundo pensador do século, Viu
o indivíduo se tornar em mera matéria prima para a expansão ilimitada da tecnologia
industrial. Incrivelmente, sua solução foi achar no movimento nazista o essencial
"encontro entre a tecnologia global e o homem moderno". Por trás da retórica do
Nacional Socialismo, desastrosamente, Foi apenas uma aceleração da técnica, inclusive
a esfera do genocídio como um problema de produção. Para os nazis e o ingênuo, isto
foi, novamente, um questão de como a tecnologia é entendida de maneira idealizada,
não como ela realmente é.
Em 1940, o Inspetor Geral do Sistema Rodoviário Alemão resumiu assim: "A rocha e
concreto são coisas materiais. O homem dá a estes forma e espírito. A tecnologia
Nacional Socialista possui em todo material a realização do contentamento ideal".
O Bizarro caso de Heidegger deveria lembrar a todos que boas intenções podem ser
precipitadamente desviadas sem uma disposição de encarar a tecnologia e sua natureza
sistemática como parte de uma realidade social prática. Heidegger temeu as
conseqüências políticas de realmente olhar a tecnologia de forma critica; Sua teorização
apolítica tomou parte então do mais monstruoso acontecimento da modernidade, apesar
de suas intenções.
O Erath First! (Terra em Primeiro!) clama colocar a natureza em primeiro, estar acima
de toda "política"trivial. Mas poderia bem ser que a arrogância machista de Dave
Foreman (e dos teóricos da "ecologia profunda" que também nos advertem contra o
radicalismo) seja uma falta de coragem como a de Heidegger, e a conseqüência,
provavelmente poderia ser similar.

Você também pode gostar