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CENTRO UNIVERSITÁRIO NEWTON PAIVA

Publicidade e Propaganda – 4º Período. Sala - 309


Comunicação e Cultura – Professor Wilson de Avelar
Alunos: Bruno Pimentel
Danielle Loschiavo
Dione Petterson
Markellen Bonato
Lorran Coelho
Ludmilla Lara
Pedro Godoy

Cultura urbana seria, por extensão, a expressão de grupos que desenvolvem


sua arte nas ruas, nos bairros, em espaços públicos. A arte urbana designa os
movimentos artísticos relacionados com as intervenções visuais das grandes
metrópoles, expressando livremente uma opinião. A “arte de rua é uma
manifestação espontânea, descentralizada e sem regras” (SILVEIRA, 1991).

O grafite surgiu de manifestações políticas estudantis em 1968, na França e


para alguns, é a arte que passa um sentimento profundo pelo mundo, fazendo
com que através dessa linguagem a paisagem urbana vai mudando de
fisionomia, influenciando o comportamento social, provocando através das
grandes dimensões que assume como pelas cores fortes um impacto visual,
fazendo com que seja um choque a estética das cidades, “assim como a pele
revela dados vitais sobre o corpo, as superfícies da cidade nos revelam
também a vitalidade desse corpo social. Ações com finalidades estéticas e
ideológicas ou, simplesmente, marcas da relação homem e cidade” (RIBEIRO,
2008).

As tribos urbanas são constituídas de microgrupos que têm como objetivo


principal estabelecer redes de amigos com base em interesses comuns. Essas
agregações apresentam uma conformidade de pensamentos, hábitos e
maneiras de se vestir. A expressão "tribo urbana" foi cunhada pelo sociólogo
francês Michel Maffesoli, que começou usá-la nos seus artigos a partir de 1985.
Segundo Maffesoli, o fenômeno das tribos urbanas se constitui nas "diversas
redes, grupos de afinidades e de interesse, laços de vizinhança que estruturam
nossas megalópoles. Seja ele qual for o que está em jogo é a potência contra o
poder, mesmo que aquela não possa avançar senão mascarada para não ser
esmagada por este".

A cultura das tribos urbanas é informal, bem diferente das organizações ligadas
ao "burguesismo" permeadas pelo nosso taylorismo ocidental, que rejeita a
emoção e os sentimentos coletivos (coisa típica de uma cultura empresarial)
Esses grupos não têm projetos ou objetivos específicos a não ser pelo
partilhamento, no "aqui-agora".
As Tribos Urbanas caracterizam seu vestuário como forma de expressão contra
algum problema social ou contra o governo. Exemplo disso os Punks; Os
Punks abordam ideias anarquistas, niilistas e revolucionárias, ou sobre
problemas políticos e sociais como o desemprego, a guerra, a violência. Cada
Tribo Urbana ou Grupo Urbano tem sua forma de manifestar, como também os
Rappers ou Integrantes do Hip-hop, é uma espécie de cultura das ruas, um
movimento de reivindicação de espaço e voz das periferias que usam da
pichação e/ou grafite para expressar seu posicionamento ao mundo.

Intervenção Urbana é um tipo de manifestação artística, geralmente realizada


em áreas centrais de grandes cidades. Consiste em uma interação com um
objeto artístico previamente existente (um monumento, por exemplo) ou com
um espaço público, visando colocar em questão as percepções acerca do
objeto artístico. A intervenção artística tem ligações com a arte conceitual e
geralmente inclui uma performance. Consiste em um desafio ou, no mínimo,
um comentário sobre um objeto (eventualmente, um objeto artístico)
preexistente, através de grafites, cartazes, cenas de teatro ao ar livre ou
acréscimo de outros elementos plásticos, de forma a modificar o significado ou
as expectativas do senso comum, quanto a esse objeto.
Embora a intervenção, por sua própria natureza, tenha um caráter subversivo,
atualmente é tida como legítima manifestação artística, muitas vezes
patrocinada pelo Poder Público. Mas, quando não autorizada, quase
certamente será considerada como vandalismo e não como arte. Intervenções
não autorizadas ou ilegais frequentemente alimentam o debate sobre os limites
entre a arte e o simples vandalismo. Essa forma de manifestação também
expande os conceitos de arte, pois, afinal, se uma pedra pintada de vermelho,
uma ilha encoberta por um pano e um homem andando de saia numa avenida
movimentada de São Paulo são exemplos de manifestações artísticas, a
intervenção é sempre inusitada, realizada a céu aberto e por ter um caráter
crítico, seja do ponto de vista ideológico, político ou social, referindo-se a
aspectos da vida nos grandes centros urbanos. Uma poesia embaralhada
numa estação de metrô, por exemplo, é um convite para que as pessoas
parem sua maratona frenética e dediquem alguns minutos para decifrar
aquelas palavras. Mas as intervenções urbanas também podem ter outros
alvos, como a marginalização da arte, problemas sociais, ambientais e outros.

No Brasil, essa prática foi introduzida pelos grupos 3nós3, Viajou sem
passaporte e Manga Rosa. Alguns grupos dedicados a esse tipo de arte urbana
são contra os museus, pois afirmam que essas instituições trancafiam a arte,
restringindo-a a certo tipo de fruição e a determinada classe social. O grupo
3nós3 é um desses: "presenteou" numa madrugada os museus de São Paulo
com um cartaz com a frase "O que está dentro fica, o que está fora se
expande". A prática da intervenção urbana ganhou muita força no Brasil a partir
do final da década de 90, principalmente devido à atuação dos coletivos
artísticos que se formaram em diversas cidades do país.

Após uma breve pesquisa foi possível constatar que, por alguns estudiosos de
design, o grafite é uma das infinitas marcas que contam a história da cidade,
fazendo com que ela adquira múltiplas vozes. Enquanto essas formas dialogam
entre si, os habitantes intensificam a sua relação com seu habitat quando
também se relacionam com tais marcas. Para outros, podem ser marcas de
vitalidade, já que as superfícies da cidade se comportam como a nossa pele,
revelando dados importantes do nosso corpo.
Quem faz o grafite mostra-se despreocupado em se sentir protegido em algum
tipo de espaço privado, como um museu. Não que essa hipótese seja negada
por todos, mas quando isolados de algum tipo de monitoramento é mais
importante interferir no cotidiano de seu espaço e de seus habitantes. Desejam
fazer isso, de maneira que fujam da idéia de consumo. O envolvimento é
gratuito, tanto para quem faz, quanto para quem vê.

O grafite é uma arte valorizada por poucos. Uma forma de expressar idéias
livres e contornadas por curvas e cores distintas trazendo imagens, relatos,
fatos, sentimentos e experiências vividas por quem grafita. É “uma forma de
expressão que contrariou a política da época de 1979 e conduziu às novas
formas de protesto onde ganhou força e difundiu-se pelo mundo, criando
sociedades alternativas”. (FONSECA, 1981). Cada um dos artistas brasileiros
possui um potencial enorme para tal arte, mas a falta de oportunidades faz com
que permaneçam no anonimato.

Apesar de muitos não quererem fama, dinheiro etc., há de convir que tais
coisas sejam fatores motivacionais que propiciam o crescimento do ser
humano. Sobretudo, dar credibilidade e depositar confiança em alguém é
demonstrar que apesar das divergências há quem acredite no sucesso alheio.
A Sprite, marca de refrigerante do poderoso grupo Coca-Cola, resolveu abrir
um espaço único e inédito para quatro grafiteiros exporem suas artes. Ao invés
de muros em becos, espaços sob pontes ou cercas de terrenos baldios, a
empresa cedeu a lata do refrigerante para que pudessem grafitar. “Essa
comunicação relaciona-se a um palco de conversões onde cada grafismo
ganha um local que vai além do específico, um endereçamento não móvel,
sendo capaz de ampliar sua rede conversacional” (FONSECA, 1981).
A partir daí essas artes estavam presentes não só nas ruas da cidade, como
também em diversos estabelecimentos que evitavam contato com o grafite e
com pessoas que repeliam a arte. O grafite começava a fazer parte do
cotidiano de quem consumia a bebida. Além de demonstrar o valor que o
grafite tem, a indústria de refrigerante demonstrou o quanto pode ser inovador
imprimir algo diferente numa embalagem chegando ao ponto de se destacar
dentre as demais, instigando cada consumidor que parasse em frente ao
freezer nos pontos de venda, a levar o que havia de mais inovador e autêntico.
Como o grafite é uma arte livre, onde todos podem se expressar, a Sprite
convidou internautas a fazerem a arte via internet e, conseqüentemente, a
melhor delas seria julgada e, se selecionada, impressa no próximo lote de
latinhas e premiada com um vídeo game. Em apenas uma semana de
divulgação da campanha, mais de mil artes foram confeccionadas no site.
Além de aproximar o grafite das pessoas, a empresa conseguiu despertar o
desejo em seus consumidores e elevar as vendas de seus produtos.

Definimos a palavra “urbano”, cuja origem vem do latim urbanu, como aquilo
que é relativo ou pertencente à cidade, sendo possível caracterizar o termo
Cultura Urbana de algo que se manifestam artisticamente nos espaços
públicos, de maneira livre, espontânea e sem regras. Como uma das principais
manifestações artísticas, a qual nos deparou quase todos os dias, temos o
grafite, nome dado às inscrições feitas em paredes, desde o Império Romano.

O grafite hoje, é considerado como forma de expressão incluída no âmbito das


artes visuais. É uma inscrição caligrafada ou um desenho pintado ou gravado
sobre um suporte que não é normalmente previsto para esta finalidade, na qual
o artista cria uma linguagem intencional para interferir na cidade, influenciando
assim o comportamento social, despreocupando-os de proteger em local
privado sua arte. Diferentemente da pichação que é considerada como
contravenção, o grafite distingue-se por apresentar uma elaboração mais
complexa. Muitas vezes os artistas aproveitam alguma questão que está sendo
discutida no momento para fazer com que as pessoas reflitam sobre
determinados pontos de vista e se posicionem diante desse assunto. Portanto,
o grafite é uma das infinitas marcas que contam a história da cidade, fazendo
com que ela adquira múltiplas vozes. Para outros, podem ser marcas de
vitalidade, já que as superfícies da cidade se comportam como a nossa pele,
revelando dados importantes do nosso corpo.
É notável nas sociedades a existência dos microgrupos, cuja finalidade é
estabelecer redes de amigos com base em interesses comuns, sejam eles
pensamentos, hábitos ou até mesmo maneiras de se vestir. A união desses
microgrupos representa as Tribos Urbanas. Podemos concluir que essas tribos
possuem cultura informal, ou seja, possuem uma cultura diferente da cultura
que as rodeia, e na maioria das vezes o vestuário representa uma forma de
expressão contra algum problema social ou contra o governo. Outra forma de
expressão, usada pelos Rappers ou Integrantes do Hip-Hop é a Intervenção
Urbana através do grafite. Intervenções não autorizadas ou ilegais
frequentemente alimentam o debate sobre os limites entre a arte e o simples
vandalismo.

Diante de todas essas questões, novos caminhos são abertos para que o
grafite ganhe mais espaço e credibilidade. A Sprite tomou uma iniciativa ao
ceder à lata do refrigerante para que pudessem grafitar, abrindo um espaço
único e inédito para que quatro grafiteiros expuserem suas artes.
Posteriormente, através de um concurso, mais uma lata sairia com o desenho
feito por um internauta. Além de aproximar o grafite das pessoas, a empresa
conseguiu despertar o desejo em seus consumidores e elevar as vendas de
seus produtos.

É preciso valorizar mais a arte do grafite, uma vez que ela traz através de suas
idéias livres e contornadas por curvas e cores distintas imagens, relatos, fatos,
sentimentos e experiências vividas por quem grafita.
Referência bibliográfica:

FONSECA, Cristina. A Poesia do Acaso (na transversal da cidade). São


Paulo, T. A. Queiroz, 1981.
CULTURA URBANA E EDUCAÇÃO. Salto para o Futuro. Desenvolvido por
Secretária de Educação a Distancia. Disponível em:
<http://www.tvbrasil.org.br/salto>.
CULTURA URBANA E GLOBALIZAÇÃO. Desenvolvido por Nuno Vieira de
Carvalho. Disponível em: <http://www.bocc.uff.br/pag/carvalho-nuno-cultura-
urbana-globalizacao.pdf>.
CIDADE E ARTE.Uma Rua de Mão Dupla. Desenvolvido por Andréia de
Resende Barreto Vianna. Disponível em:
<http://www.bdtd.ndc.uff.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=1577 >.
ARTES E ANARQUISMO. Disponível em:
<http://pt.wikipedia.org/wiki/Artes_e_anarquismo>.
ARTES URBANA. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Arte_urbana>.
MICHAELIS. Moderno Dicionário da Língua Portuguesa. Disponível em:
<http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/index.php?lingua=portugues-
portugues&palavra=urbano>

MACIEIRA, Cássia; PONTES, Juliana (Orgs.) Na rua: pós-grafite, moda e


vestígios. Belo Horizonte: Fumec, 2008. 147 p.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988.
BRASIL. Decreto-Lei N.º 2.848, de 07 de dezembro de 1940.
BRASIL. Lei Ordinária N.º 9.605, de 12 de fevereiro de 1998.
Ferreira, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Dicionário da Língua
Portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1980.
HOUAISS, Antônio. Dicionário Houaiss da língua portuguesa. Rio de
Janeiro: Objetiva, 2001.
Lara, Arthur Hunold. Grafite – Arte Urbana em Movimento. Dissertação
apresentada à Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São
Paulo, 1996.
SYRKIS, Alfredo. Os Carbonários – Memórias da Guerrilha Perdida. São
Paulo: Editora Global, 1980.

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