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A cultura das tribos urbanas é informal, bem diferente das organizações ligadas
ao "burguesismo" permeadas pelo nosso taylorismo ocidental, que rejeita a
emoção e os sentimentos coletivos (coisa típica de uma cultura empresarial)
Esses grupos não têm projetos ou objetivos específicos a não ser pelo
partilhamento, no "aqui-agora".
As Tribos Urbanas caracterizam seu vestuário como forma de expressão contra
algum problema social ou contra o governo. Exemplo disso os Punks; Os
Punks abordam ideias anarquistas, niilistas e revolucionárias, ou sobre
problemas políticos e sociais como o desemprego, a guerra, a violência. Cada
Tribo Urbana ou Grupo Urbano tem sua forma de manifestar, como também os
Rappers ou Integrantes do Hip-hop, é uma espécie de cultura das ruas, um
movimento de reivindicação de espaço e voz das periferias que usam da
pichação e/ou grafite para expressar seu posicionamento ao mundo.
No Brasil, essa prática foi introduzida pelos grupos 3nós3, Viajou sem
passaporte e Manga Rosa. Alguns grupos dedicados a esse tipo de arte urbana
são contra os museus, pois afirmam que essas instituições trancafiam a arte,
restringindo-a a certo tipo de fruição e a determinada classe social. O grupo
3nós3 é um desses: "presenteou" numa madrugada os museus de São Paulo
com um cartaz com a frase "O que está dentro fica, o que está fora se
expande". A prática da intervenção urbana ganhou muita força no Brasil a partir
do final da década de 90, principalmente devido à atuação dos coletivos
artísticos que se formaram em diversas cidades do país.
Após uma breve pesquisa foi possível constatar que, por alguns estudiosos de
design, o grafite é uma das infinitas marcas que contam a história da cidade,
fazendo com que ela adquira múltiplas vozes. Enquanto essas formas dialogam
entre si, os habitantes intensificam a sua relação com seu habitat quando
também se relacionam com tais marcas. Para outros, podem ser marcas de
vitalidade, já que as superfícies da cidade se comportam como a nossa pele,
revelando dados importantes do nosso corpo.
Quem faz o grafite mostra-se despreocupado em se sentir protegido em algum
tipo de espaço privado, como um museu. Não que essa hipótese seja negada
por todos, mas quando isolados de algum tipo de monitoramento é mais
importante interferir no cotidiano de seu espaço e de seus habitantes. Desejam
fazer isso, de maneira que fujam da idéia de consumo. O envolvimento é
gratuito, tanto para quem faz, quanto para quem vê.
O grafite é uma arte valorizada por poucos. Uma forma de expressar idéias
livres e contornadas por curvas e cores distintas trazendo imagens, relatos,
fatos, sentimentos e experiências vividas por quem grafita. É “uma forma de
expressão que contrariou a política da época de 1979 e conduziu às novas
formas de protesto onde ganhou força e difundiu-se pelo mundo, criando
sociedades alternativas”. (FONSECA, 1981). Cada um dos artistas brasileiros
possui um potencial enorme para tal arte, mas a falta de oportunidades faz com
que permaneçam no anonimato.
Apesar de muitos não quererem fama, dinheiro etc., há de convir que tais
coisas sejam fatores motivacionais que propiciam o crescimento do ser
humano. Sobretudo, dar credibilidade e depositar confiança em alguém é
demonstrar que apesar das divergências há quem acredite no sucesso alheio.
A Sprite, marca de refrigerante do poderoso grupo Coca-Cola, resolveu abrir
um espaço único e inédito para quatro grafiteiros exporem suas artes. Ao invés
de muros em becos, espaços sob pontes ou cercas de terrenos baldios, a
empresa cedeu a lata do refrigerante para que pudessem grafitar. “Essa
comunicação relaciona-se a um palco de conversões onde cada grafismo
ganha um local que vai além do específico, um endereçamento não móvel,
sendo capaz de ampliar sua rede conversacional” (FONSECA, 1981).
A partir daí essas artes estavam presentes não só nas ruas da cidade, como
também em diversos estabelecimentos que evitavam contato com o grafite e
com pessoas que repeliam a arte. O grafite começava a fazer parte do
cotidiano de quem consumia a bebida. Além de demonstrar o valor que o
grafite tem, a indústria de refrigerante demonstrou o quanto pode ser inovador
imprimir algo diferente numa embalagem chegando ao ponto de se destacar
dentre as demais, instigando cada consumidor que parasse em frente ao
freezer nos pontos de venda, a levar o que havia de mais inovador e autêntico.
Como o grafite é uma arte livre, onde todos podem se expressar, a Sprite
convidou internautas a fazerem a arte via internet e, conseqüentemente, a
melhor delas seria julgada e, se selecionada, impressa no próximo lote de
latinhas e premiada com um vídeo game. Em apenas uma semana de
divulgação da campanha, mais de mil artes foram confeccionadas no site.
Além de aproximar o grafite das pessoas, a empresa conseguiu despertar o
desejo em seus consumidores e elevar as vendas de seus produtos.
Definimos a palavra “urbano”, cuja origem vem do latim urbanu, como aquilo
que é relativo ou pertencente à cidade, sendo possível caracterizar o termo
Cultura Urbana de algo que se manifestam artisticamente nos espaços
públicos, de maneira livre, espontânea e sem regras. Como uma das principais
manifestações artísticas, a qual nos deparou quase todos os dias, temos o
grafite, nome dado às inscrições feitas em paredes, desde o Império Romano.
Diante de todas essas questões, novos caminhos são abertos para que o
grafite ganhe mais espaço e credibilidade. A Sprite tomou uma iniciativa ao
ceder à lata do refrigerante para que pudessem grafitar, abrindo um espaço
único e inédito para que quatro grafiteiros expuserem suas artes.
Posteriormente, através de um concurso, mais uma lata sairia com o desenho
feito por um internauta. Além de aproximar o grafite das pessoas, a empresa
conseguiu despertar o desejo em seus consumidores e elevar as vendas de
seus produtos.
É preciso valorizar mais a arte do grafite, uma vez que ela traz através de suas
idéias livres e contornadas por curvas e cores distintas imagens, relatos, fatos,
sentimentos e experiências vividas por quem grafita.
Referência bibliográfica: